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LÍNGUA PORTUGUESA 2020
1º SIMULADO
GABARITO COMENTADO
LINGUA PORTUGUESA 
(CLAITON NATAL/ TEREZA CAVALCANTI/ FERNANDO MOURA)
Texto 1
1 	 A	questão	policial	tornou-se	mundial,	seja	pela	ineficácia	e	ineficiência	frente	ao	cresci-
mento	dos	fenômenos	de	violência	difusa	–	violência	política,	violência	social,	violência	sim-
bólica,	violência	de	gênero,	violência	ecológica	–	seja	pelos	novos	traços	da	criminalidade	vio-
lenta	na	“modernidade	tardia”.	Essas	crises	representam	as	dificuldades	do	ofício	de	polícia,	
5 frequentemente	reduzido	à	sua	dimensão	de	controle	social	repressivo,	com	o	apelo	sistemá-
tico	ao	uso	da	violência	ilegal	e	ilegítima,	e	produzindo	graves	violações	de	direitos	humanos.
 � 	 Desde	 a	 década	 de	 1990,	 desenvolveu-se	 em	uma	 escala	 global	 a	 discussão	 das	
novas	 questões	 sociais	 mundiais,	 definidas	 pela	 Organização	 das	 Nações	 Unidas	
(ONU)	 como	meta	prioritária.	A	 configuração	da	questão	policial	 como	uma	das	novas	
10 questões	 sociais	mundiais	 pode	 ser	 observada	pelo	 registro	 da	 realização	de	mais	 de	
cinquenta	 reuniões	 internacionais	 sobre	 o	 tema,	 em	 vários	 continentes,	 desde	 a	 Con-
ferência	Mundial	 sobre	 os	Direitos	Humanos,	 realizada	em	Viena,	 em	1993,	 passando	
pelos	fóruns	sociais	mundiais,	a	partir	de	2001,	até	a	I	Conferência	Brasileira	de	Segu-
rança	Pública,	em	 julho	de	2009,	e	o	Fórum	Social	Mundial	de	2010,	em	Porto	Alegre.
15 	 Nessas	reuniões	internacionais,	foram	discutidas	as	transformações	na	sociedade	con-
temporânea,	as	novas	formas	do	crime,	a	expansão	da	violência	difusa,	as	violências	contra	
grupos	em	vulnerabilidade,	a	violência	homofóbica,	a	violência	contra	as	crianças	e	os	idosos	
e	a	violência	de	gênero.	Foram	analisadas,	ainda,	as	várias	formas	de	vitimização,	e	de	
sobrevitimização	dos	pobres,	dos	indígenas,	dos	negros,	dos	pardos	e	das	minorias	étnicas.
20 	 Discutiu-se,	ainda,	a	potenciação	da	sociedade	civil,	o	envolvimento	das	coletividades	
locais	e	a	construção	ou	o	relembrar	–	pois	já	estava	em	Hobbes,	e	nos	autores	contra-
tualistas	dos	séculos	XVII	e	XVIII	–	da	segurança	como	um	direito	constitutivo.	A	segu-
rança	não	é	algo	adicional,	não	é	um	muro	que	separa	os	ricos	dos	pobres,	os	brancos	
dos	negros,	os	negros	dos	indígenas,	os	homens	das	mulheres	ou	aqueles	com	as	várias	
25 orientações	sexuais.	Em	suma,	a	segurança	como	um	direito	fundamental	da	modernidade.
https://www.justica.gov.br/central-de-conteudo/senasp/anexos/revista-7.pdf
1. Em	“frequentemente	reduzido	à	sua	dimensão	de	controle”	(linha	5),	a	retirada	do	sinal	
indicativo	de	crase	mantém	a	correção	e	o	sentido	original	do	trecho.
https://www.justica.gov.br/central-de-conteudo/senasp/anexos/revista-7.pdf
3 www.grancursosonline.com.br
LÍNGUA PORTUGUESA 2020
1º SIMULADO
2. O	sujeito	da	forma	verbal	“desenvolveu-se”	(linha	7)	é	indeterminado.
3. Sem	prejuízo	da	correção	gramatical	e	dos	sentidos	do	texto,	o	primeiro	período	do	tercei-
ro	parágrafo	poderia	ser	assim	reescrito:	Discutiram-se,	nessas	reuniões	internacionais,	
as	transformações	na	sociedade	contemporânea;	as	novas	formas	do	crime;	a	expansão	
da	violência	difusa;	as	violências	contra	grupos	em	vulnerabilidade;	a	violência	homofóbi-
ca;	a	violência	contra	as	crianças	e	os	idosos;	e	a	violência	de	gênero.
4. Na	linha	20,	a	substituição	da	forma	verbal	“Discutiu-se”	por	Discutiram-se prejudica a 
correção	gramatical	do	texto.
5. O	emprego	das	vírgulas	apostas	aos	termos	“Desde	a	década	de	1990”	(linha	6)	e	“Nessas	
reuniões	internacionais”	(linha	15)	justifica-se	com	base	na	mesma	regra	de	pontuação.
6. No	primeiro	período	do	 texto,	os	 termos	entre	 travessões	explicam	a	expressão	 “vilên-
cia	difusa”.
7. Infere-se	do	texto	que	Hobbes	foi	o	precursor	da	ideia	de	segurança	como	um	direito	cons-
titutivo	da	sociedade.
8. Seriam	 preservados	 o	 sentido	 e	 a	 correção	 gramatical	 do	 texto	 se	 o	 trecho	 “Desde	 a	
década	 de	 1990,	 desenvolveu-se	 em	uma	escala	 global	 a	 discussão	 das	 novas	 ques-
tões	sociais	mundiais,	definidas	pela	Organização	das	Nações	Unidas	(ONU)	como	meta	
prioritária”	(linhas	7	a	9)	fosse	assim	reescrito:	Foi	desenvolvida,	em	uma	escala	global,	
a	discussão	das	novas	questões	sociais	mundiais,	definidas	como	meta	prioritária	pela	
Organização	das	Nações	Unidas	(ONU)	desde	a	década	de	1990.
9. Segundo	o	texto,	o	trabalho	da	polícia,	no	mundo	contemporâneo,	é	decisivo	por	fornecer	
controle	social	repressivo	em	uma	sociedade	marcada	pela	violência.
10. No	trecho	“aqueles	com	as	várias	orientações	sexuais”	(l.	24-25),	a	substituição	de	“aque-
les” por daqueles	provocaria	mudança	no	sentido	original	do	texto,	mas	manteria	a	corre-
ção	gramatical.
11. Na	linha	20,	a	substituição	de	“ainda”	por	sobretudo	preservaria	a	correção,	mas	afetaria	
as	relações	de	sentido	do	texto.
12. Pelos	sentidos	do	texto,	infere-se	que	o	pronome	“sua”	(l.	5)	retoma	o	termo	“polícia”.
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LÍNGUA PORTUGUESA 2020
1º SIMULADO
13. Em	“desenvolveu-se”	(l.	7)	e	“Discutiu-se”	(l.	20),	a	palavra	“se”	imprime	ideia	de	impesso-
alização	às	ações	verbais.
Texto 2
A origem da polícia no Brasil
1 	 Polícia	 é	 um	 vocábulo	 de	 origem	 grega	 (politeia)	 que	 passou	 para	 o	 latim	 (politia)	
com	 o	mesmo	 sentido:	 governo	 de	 uma	 cidade,	 administração,	 forma	 de	 governo.	No	
entanto, com o decorrer do tempo, assumiu um sentido particular, passando a representar 
a	ação	do	governo,	que,	no	exercício	de	sua	missão	de	tutela	da	ordem	jurídica,	busca	
5 assegurar	a	tranquilidade	pública	e	a	proteção	da	sociedade	contra	violações	e	malefícios.
 � 	 No	Brasil,	a	ideia	de	polícia	surgiu	nos	anos	1500,	quando	o	rei	de	Portugal	resolveu	
adotar	um	sistema	de	capitanias	hereditárias	e	outorgou	uma	carta	régia	a	Martim	Afon-
so	de	Souza	para	estabelecer	a	administração,	promover	a	justiça	e	organizar	o	serviço	
de	ordem	pública,	como	melhor	entendesse,	em	 todas	as	 terras	que	ele	conquistasse.	
10 Registros	históricos	mostram	que,	em	20	de	novembro	de	1530,	a	polícia	brasileira	 ini-
ciou	suas	atividades,	promovendo	 justiça	e	organizando	os	serviços	de	ordem	pública.
www.ssp.sp.gov.br
14. A	substituição	de	“No	entanto”	(l.	2-3)	por	Mas	mantém	a	correção	e	a	coerência	do	período.
15. A	retirada	da	vírgula	 imediatamente	após	“1500”	(linha	6)	prejudica	a	correção	gramati-
cal	do	texto.
16. Sem	prejuízo	da	correção	gramatical	e	dos	sentidos	do	texto,	o	último	período	do	texto	
poderia	ser	assim	reescrito:	Registros	históricos	revelaram:	a	polícia	brasileira	em	20	de	
novembro,	iniciou	suas	atividades,	promovendo	justiça	e	organizando	os	serviços	de	or-
dem	pública.
17. A	forma	verbal	“busca”	(linha	4)	estabelece	concordância	com	o	termo	“governo”	(linha	4),	
referente	do	pronome	relativo	“que”	(linha	4).
18. Sem	prejuízo	à	correção	ou	ao	sentido	do	texto,	o	trecho	“No	entanto,	com	o	decorrer	do	
tempo,	assumiu	um	sentido	particular,	passando	a	representar	a	ação	do	governo”	(l.	2-4)	
poderia	ser	assim	reescrito:	Com	o	decorrer	do	tempo,	contudo,	assumiu	um	sentido	par-
ticular	e	passou	a	representar	a	ação	do	governo.
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LÍNGUA PORTUGUESA 2020
1º SIMULADO
19. Em	“para	estabelecer	a	administração...	pública”	(l.	8-9),	a	preposição	“para”	introduz	cau-
sas	que	levaram	o	rei	de	Portugal	a	conceder	uma	carta	régia	a	Martin	Afonso	de	Sousa.
20. Nas	relações	de	coesão	textual	estabelecidas,	o	pronome	“ele”	(l.	9)	retoma	o	antedente	
“rei	de	Portugal”.
Texto 3
A INSPIRAÇÃO
1 	 O	busto	grande,	quadris	largos,	olhos	castos,	castanhos	e	sonhadores.	Uma	vez	ou	outra	
exclamava.	Disse	com	ar	alegre,	aflito,	muito	rápido	como	para	que	não	a	ouvissem	totalmente:
 � – Acho	 que	 eu	 não	 podia	 ser	 escritora,	 sou	 tão…	 tão	 resumida!
 � 	 Um	 dia,	 porém,	 como	 escondida	 de	 si	 mesma,	 teve	 uma	 inspiração	 e	 anotou	 no	
5 caderno	de	despesas	algumas	frases	sobre	a	beleza	do	Pão	de	Açúcar.	Só	algumas	pala-
vras,	ela	era	resumida.	Muito	tempo	depois,numa	tarde	em	que	estava	só,	 lembrou-se	
de	que	escrevera	alguma	coisa	sobre	alguma	coisa	–	sobre	o	Corcovado?	Sobre	o	mar?	
Só	se	lembrava	de	que	havia	usado	as	palavras	“beleza	muito	pitoresca”.	Foi	procurar	o	
antigo	caderno	de	despesas.	Por	toda	a	casa.	Móvel	por	móvel.	Abria	caixas	de	sapatos	na	
10 esperança	de	ter	sido	tão	secretiva	quanto	a	sua	inspiração	a	ponto	de	guardar	o	escrito	
revelador	de	sua	alma	numa	caixa	de	sapatos.	Teria	sido	uma	boa	ideia.	Aos	poucos	a	
sufocação	crescia,	ela	passava	a	mão	pela	testa	–	agora	era	mais	do	que	o	caderno	de	
despesas	que	ela	procurava,	procurava	o	que	a	inspiração	lhe	ditara,	vejamos,	paciência,	
procuraremos	de	novo.	O	que	estaria	escrito	no	caderno?	Lembrava-se	de	que	era	algo	
15 muito	espiritual	sobre	alguma	coisa	pitoresca.	Pitoresco	era	para	ela	o	máximo.	Procu-
remos,	é	questão	de	força	de	vontade,	é	questão	de	ir	e	pegá-lo.	Que	desastre	–	sentia	
imóvel	no	meio	da	sala,	sem	direção,	sem	saber	onde	mais	procurar	–	que	desastre.	A	
casa	calma	à	tarde.	E em alguma parte havia uma coisa escrita,	um	pensamento	íntimo,	
disso	tinha	certeza.	Desabotoou	afogueada	a	gola	da	blusa:	não	achar	seria	perder	alguma	
20 coisa	muito	sua.	Não	desanime,	dizia-se,	procure	entre	os	papéis,	entre	as	cartas,	entre	as	
raras	notícias	que	lhe	mandavam.	Ah,	raciocinava	ilogicamente,	tivessem-lhe	escrito	mais	
e	ela	teria	onde	procurar.	Mas	sua	vida	ordenada	era	exposta,	tinha	poucos	esconderijos,	
era	limpa.	O	único	esconderijo	era	a	sua	alma	que	uma	vez	se	manifestara	no	caderno	de	
despesas.	Mas	que	felicidade	ter	móveis,	caixas	onde	encontrar	por	acaso.	Uma	vez	ou	
25 outra	procurava	de	novo.	De	vez	em	quanto	se	lembrava	do	caderno	de	despesas	num	
sobressalto	de	esperança.	Até	que,	depois	de	alguns	anos,	um	dia	ela	disse,	modesta:
 – Quando	eu	era	mais	moça,	eu	escrevia.
otaterapia.com.br/2019/02/28/vender-alma-no-cotidiano-13-cronicas-curtas-de-clarice-lispector/
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LÍNGUA PORTUGUESA 2020
1º SIMULADO
21. A	 substituição	 de	 “havia	 usado”	 (linha	 8)	 por	 usara	 prejudica	 a	 correção	 gramatical	
do	trecho.
22. Considerando-se	as	regências	do	verbo	lembrar prescritas	para	o	português,	estaria	cor-
reta	a	seguinte	reescrita	para	a	oração	“lembrou-se	de	que	escrevera	alguma	coisa	sobre	
alguma	coisa”	(linhas	6	e	7):	lembrou que escrevera alguma coisa sobre alguma coisa.
23. No	trecho	“o	que	a	inspiração	lhe	ditara”	(linha	13),	a	partícula	“o”	classifica-se	como	pro-
nome	demonstrativo	e	exerce	a	função	de	complemento	verbal	direto	da	oração	subordi-
nada	adjetiva.
24. No	trecho	“E	em	alguma	parte	havia	uma	coisa	escrita”	(linha	18),	a	substituição	de	“havia”	
por existia	mantém	a	correção	e	a	estrutura	sintática	da	oração.
25. No	 trecho	 “O	que	estaria	escrito	no	caderno?”	 (linha	14),	a	supressão	da	partícula	 “O”	
mantém	a	correção	gramatical	do	texto,	desde	que	o	vocábulo	“que”	seja	empregado	com	
a	inicial	maiúscula.
26. Na	linha	23,	o	pronome	“sua”	delimita	o	significado	do	substantivo	“alma”,	funcionando,	na	
oração	em	que	ocorre,	como	um	termo	acessório.
27. Embora	apresente	trechos	descritivos,	o	texto	é	essencialmente	narrativo,	o	que	se	pode	
comprovar,	 entre	 outros	 motivos,	 pela	 progressão	 temporal,	 marcada	 por	 expressões	
como	“Um	dia”	(l.	4)	e	“depois	de	alguns	anos”	(l.	26).
28. Seriam	mantidos	o	sentido	original	do	texto	e	a	correção	gramatical	se	o	trecho	“Só	se	
lembrava	de	que	havia	usado	as	palavras	“beleza	muito	pitoresca”.”	(l.	8)	fosse	assim	re-
escrito:	Lembrava-se,	apenas,	que	tinha	empregado	as	palavras	“beleza	muito	pitoresca”.
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LÍNGUA PORTUGUESA 2020
1º SIMULADO
Leia	o	texto	seguinte	para	responder	às	questões	propostas.
Texto 4
1 	 A	cachorra	Baleia	estava	para	morrer.	Tinha	emagrecido,	o	pelo	caíra-lhe	em	vários	
pontos,	 as	 costelas	 avultavam	num	 fundo	 róseo,	 onde	manchas	escuras	 supuravam	e	
sangravam,	cobertas	de	moscas.	As	chagas	da	boca	e	a	inchação	dos	beiços	dificultavam-
-lhe	a	comida	e	a	bebida.
5 	 Por	isso,	Fabiano	imaginara	que	ela	estivesse	com	um	princípio	de	hidrofobia	e	amar-
rara-lhe	no	pescoço	um	rosário	de	sabugos	de	milho	queimados.	Mas	Baleia,	sempre	de	
mal	a	pior,	roçava-se	nas	estacas	do	curral	ou	metia-se	no	mato,	impaciente,	enxotava	os	
mosquitos	sacudindo	as	orelhas	murchas,	agitando	a	cauda	pelada	e	curta,	grossa	na	base,	
cheia	de	moscas,	semelhante	a	uma	cauda	de	cascavel.	Então	Fabiano	resolveu	matá-la.	[...]
10 	 Sinha	Vitória	fechou-se	na	camarinha,	rebocando	os	meninos	assustados,	que	adivi-
nhavam	desgraça	e	não	se	cansavam	de	repetir	a	mesma	pergunta:	—	Vão	bulir	com	a	
Baleia?	Ela	era	como	uma	pessoa	da	família:	brincavam	juntos	os	três,	para	bem	dizer	
não	se	diferençavam,	rebolavam	na	areia	do	rio	e	no	estrume	fofo	que	ia	subindo,	ame-
açava	cobrir	o	chiqueiro	das	cabras.	Quiseram	mexer	na	 taramela	e	abrir	a	porta,	mas	
15 sinha	 Vitória	 levou-os	 para	 a	 cama	 de	 varas,	 deitou-os	 e	 esforçou-se	 por	 tapar-lhes	
os	ouvidos:	prendeu	a	cabeça	do	mais	velho	entre	as	coxas	e	espalmou	as	mãos	nas	
orelhas	do	segundo.	Como	os	pequenos	 resistissem,	aperreou-se	e	 tratou	de	subjugá-
-los,	 resmungando	 com	energia.	 Ela	 também	 tinha	 o	 coração	 pesado,	mas	 resignava-
-se:	 naturalmente	 a	 decisão	 de	 Fabiano	 era	 necessária	 e	 justa.	 Pobre	 da	 Baleia.	 [...]
20 	 Na	 luta	 que	 travou	 para	 segurar	 de	 novo	 o	 filho	 rebelde,	 zangou-se	 de	 verdade.
 � Safadinho.	Atirou	um	cocorote	ao	crânio	enrolado	na	coberta	vermelha	e	na	saia	de	ra-
magens.	Pouco	a	pouco	a	cólera	diminuiu,	e	sinha	Vitória,	embalando	as	crianças,	en-
joou-se	 da	 cadela	 achacada,	 gargarejou	 muxoxos	 e	 nomes	 feios.	 Bicho	 nojento,	 ba-
bão.	Inconveniência	deixar	cachorro	doido	solto	em	casa.	Mas	compreendia	que	estava	
25 sendo	 severa	 demais,	 achava	 difícil	 Baleia	 endoidecer	 e	 lamentava	 que	 o	marido	 não	
houvesse	esperado	mais	um	dia	para	ver	 se	 realmente	a	execução	era	 indispensável.
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 71. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 85-86.
 29.	 Tendo	o	pronome	oblíquo	sentido	possessivo	em	 “o	pelo	caíra-lhe	em	vários	pontos”	
(linhas	1	e	2),	tal	trecho	poderia	ser	substituído	por o seu pelo caíra em vários pontos, 
mantendo-se,	com	isso,	a	correção	gramatical	e	o	sentido	do	texto.
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LÍNGUA PORTUGUESA 2020
1º SIMULADO
30. No	trecho	“brincavam	juntos	os	três,	para	bem	dizer	não	se	diferençavam,	rebolavam	na	
areia	do	rio	e	no	estrume	fofo	que	ia	subindo,	ameaçava	cobrir	o	chiqueiro	das	cabras”	
(linhas	de	12	a	14),	a	substituição	das	vírgulas	por	ponto	e	vírgula	prejudica	a	correção	
gramatical	do	trecho.
31. Na	linha	14,	a	substituição	de	“mas”	por	não obstante	mantém	a	correção	e	a	coerência	
do	período.
32. O	primeiro	e	o	segundo	parágrafos	contêm	argumentos	que	justificam	a	decisão	a	ser	to-
mada	em	relação	a	Baleia.
33. O	poder	de	decisão	do	chefe	de	família	no	ambiente	rural	fica	evidente	no	texto.
34. Sinha	Vitória,	ao	aceitar	passivamente	a	decisão	do	marido	no	que	se	refere	a	Baleia,	de-
monstra	ser	indiferente	ao	animal	e	preocupar-se	exclusivamente	com	seus	filhos.
35. O	conectivo	“Mas”,	no	último	parágrafo,	antecede	uma	explicação	do	conflito	entre	razão	
e	emoção	vivido	por	sinha	Vitória.
36. Nos	trechos	“Sinha	Vitória	fechou-se	na	camarinha,	rebocando	os	meninos	assustados,	
que	adivinhavam	desgraça	e	não	se	cansavam	de	repetir	a	mesma	pergunta:	—	Vão	bulir	
com	a	Baleia?”	e	“Ela	também	tinha	o	coração	pesado,	mas	resignava-se:	naturalmente	a	
decisão	de	Fabiano	era	necessária	e	justa.	Pobre	da	Baleia”,	há,	respectivamente,	registro	
do	discurso	direto	e	do	discurso	indireto	livre.
Leia o texto seguinte para responder às questões propostas.
Texto 5
1 	 Os	meninos	sumiam-se	numa	curva	do	caminho.	Fabiano	adiantou-se	para	alcançá-
-los.	Era	preciso	aproveitar	a	disposição	deles,	deixar	que	andassem	à	vontade.	Sinha	Vitó-
ria	acompanhou	o	marido,	chegou-se	aos	filhos.	Dobrando	o	cotovelo	da	estrada,	Fabianosentia	distanciar-se	um	pouco	dos	lugares	onde	tinha	vivido	alguns	anos;	o	patrão,	o	
5 soldado	amarelo	e	a	cachorra	Baleia	esmoreceram	no	seu	espírito.
 � 	 E	a	conversa	recomeçou.	Agora	Fabiano	estava	meio	otimista.	Endireitou	o	saco	da	
comida,	examinou	o	rosto	carnudo	e	as	pernas	grossas	da	mulher.	Bem.	Desejou	fumar.	
Como	segurava	a	boca	do	saco	e	a	coronha	da	espingarda,	não	pôde	realizar	o	desejo.	
Temeu	arriar,	não	prosseguir	na	caminhada.	Continuou	a	tagarelar,	agitando	a	cabeça	
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LÍNGUA PORTUGUESA 2020
1º SIMULADO
10 para	afugentar	uma	nuvem	que,	vista	de perto, escondia o patrão, o soldado amarelo e a 
cachorra	Baleia.	Os	pés	calosos,	duros	como	cascos,	metidos	em	alpercatas	novas,	cami-
nhariam	meses.	Ou	não	caminhariam?	Sinha	Vitória	achou	que	sim.	[...]	Por	que	haveriam	
de	ser	sempre	desgraçados,	fugindo	no	mato	como	bichos?
 � 	 Com	certeza	existiam	no	mundo	coisas	extraordinárias.	Podiam	viver	escondidos,	
15 como	bichos? Fabiano	respondeu	que	não	podiam.
 � 	 	 ––	O	mundo	é	grande.
 � 	 Realmente	para	eles	era	bem	pequeno,	mas	afirmavam	que	era	grande	––	e	marcha-
vam,	meio	confiados,	meio	inquietos.	Olharam	os	meninos	que	olhavam	os	montes	distan-
tes,	onde	havia	seres	misteriosos.	Em	que	estariam	pensando?	zumbiu	sinha	Vitória.	
20 Fabiano	estranhou	a	pergunta	e	rosnou	uma	objeção.	Menino	é	bicho	miúdo,	não	pensa.	
Mas	sinha	Vitória	renovou	a	pergunta	––	e	a	certeza	do	marido	abalou-se.	Ela	devia	ter	razão.	
Tinha	sempre	razão.	Agora	desejava	saber	que	iriam	fazer	os	filhos	quando	crescessem.
 � 	 	 ––	Vaquejar,	opinou	Fabiano.
 � 	 Sinha	Vitória,	com	uma	careta	enjoada,	balançou	a	cabeça	negativamente,	arriscando-se
25 a	derrubar	o	baú	de	folha.	Nossa	Senhora	os	livrasse	de	semelhante	desgraça.	Vaquejar,	
que	ideia!
 � 	 Chegariam	a	uma	terra	distante,	esqueceriam	a	catinga	onde	havia	montes	baixos,	
cascalhos,	rios	secos,	espinhos,	urubus,	bichos	morrendo,	gente	morrendo.	Não	voltariam	
nunca	mais,	resistiriam	à	saudade	que	ataca	os	sertanejos	na	mata.	Então	eles	eram	bois	
30 para	morrer	tristes	por	falta	de	espinhos?	Fixar-se-iam	muito	longe,	adotariam	costumes	
diferentes.
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 71. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 120-122.
37. Em	“Fabiano	sentia	distanciar-se	um	pouco	dos	lugares”	(l.	3-4),	o	pronome	“se”	é	sujeito	
da	forma	verbal	“diferenciar”.
38. A	 inserção	de	uma	vírgula	 imediatamente	após	“nuvem”	(l.	10)	mantém	a	correção	e	o	
sentido	original	do	texto.
39. A	posposição	do	pronome	“se”	ao	verbo	em	“Fixar-se-iam”	(l.	30)	—	Fixariam-se	—	com-
prometeria	a	correção	gramatical	do	trecho.
40. Em	“sumiam-se”	(linha	1),	a	supressão	do	pronome	“se”	prejudica	a	correção	gramatical	
do	período.
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41. Infere-se	do	texto	que	Fabiano	considera	necessária	a	imersão	das	crianças	no	mundo	
convencional	para	apreendê-lo	e,	assim,	libertá-las	das	condições	socioculturais	vividas.
42. Em	“Como	segurava	a	boca	do	saco	e	a	coronha	da	espingarda,	não	pôde	realizar	o	de-
sejo”,	estabelece-se	relação	de	causa	e	consequência.
43. No	fragmento	“Os	pés	calosos,	duros	como	cascos,	metidos	em	alpercatas	novas,	cami-
nhariam	meses.	Ou	não	caminhariam?	Sinha	Vitória	achou	que	sim”,	o	vocábulo	“sim”	tem	
função	vicária.
44. Em	“Sinha	Vitória,	com	uma	careta	enjoada,	balançou	a	cabeça	negativamente”,	as	vírgu-
las	isolam	termo	que	traduz	a	ideia	de	explicação.
45. Considerando	os	aspectos	tipológicos,	o	texto	de	Graciliano	Ramos	tem	caráter	alegórico.
REDAÇÃO OFICIAL 
(FERNANDO MOURA)
46. O	texto “Apurado, com impressionante agilidade e precisão, naquela tarde de 2019, o re-
sultado da consulta à população acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria 
da população daquele distante estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição 
da alteração realizada pela Lei nº 11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e indignada, 
com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre demons-
trou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas a menos que em 
Greenwich” está	redigido	em	obediência	ao	princípio	da	concisão.
47. O	princípio	da	impessoalidade	remete	à	obrigatoriedade	de	que	a	Administração	Pública	
não	privilegie	ou	prejudique	ninguém	e	de	que	seu	norte	seja	sempre	o	interesse	público	
e,	portanto,	em	documentos	oficiais,	não	cabe	qualquer	tom	particular	ou	pessoal.
48. No	texto	oficial,	deve-se	observar	o	uso	dos	pronomes	de	tratamento	em	três	momentos	
distintos:	no	endereçamento,	no	vocativo	e	no	corpo	do	texto.
49. O	registro	“Vossa	Senhoria	designareis vosso substituto” atende ao uso do padrão culto 
na	redação	de	textos	oficiais.
50. Na	 identificação	 do	 signatário	 (quem	assina	 o	 documento),	 depois	 do	 nome	do	 cargo,	
podem-se	utilizar	os	termos	interino e substituto,	antecedidos	de	hífen.
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51. Na	identificação	do	signatário	de	um	ofício,	por	exemplo,	o	cargo	ocupado	por	pessoa	do	
sexo	feminino	pode	ou	não	ser	flexionado	no	gênero	feminino.
52. Em	obediência	às	regras	estabelecidas	pelo	Acordo	Ortográfico	da	Língua	Portuguesa,	
registram-se	 com	 hífen	 os	 cargos	 formados	 pelo	 adjetivo	 “geral”:	 subprocurador-geral,	
diretor-geral,	relator-geral,	ouvidor-geral.
53. Nos	documentos	oficiais,	o	vocativo	constitui	uma	invocação	ao	destinatário	e	será	sem-
pre	seguido	de	vírgula	ou	dois-pontos.
54. Diversas	autoridades	tratadas	por	Vossa	Excelência,	receberão,	no	vocativo,	as	formas	
“Senhor”	ou	 “Senhora”	 seguidas	do	cargo	 respectivo:	Senhora	Senadora,	Senhor	 Juiz,	
Senhora	Ministra.
55. Em	 comunicação	 com	 particular,	 pode-se	 utilizar,	 no	 vocativo,“Ilustríssimo	 Senhor”	 ou	
“Ilustríssima	Senhora”	e	a	 forma	utilizada	pela	 instituição	para	referir-se	ao	 interlocutor:	
beneficiário,	usuário,	contribuinte,	eleitor	e	outras:Ilustríssima	Senhora	Beneficiária,	Ilus-
tríssimo	Senhor	Eleitor.
56. O	registro	“Solicito	à	Vossa	Excelência	o	registro	de	vossos	assessores”	respeita	as	nor-
mas	exigidas	em	textos	oficiais.
57. Segundo	o	MRPR,	os	dados	do	órgão,	 tais	como	endereço,	 telefone,	endereço	de	cor-
respondência	eletrônica,	sítio	eletrônico	oficial	da	 instituição,	podem	ser	 informados	no	
rodapé	do	documento,	centralizados.
58. Na	grafia	de	datas	em	um	documento,	o	dia	do	mês	deve	ser	registrado	em	numeração	
ordinal	se	for	o	primeiro	dia	do	mês	e	em	numeração	cardinal	para	os	demais	dias	do	mês	
(não	se	deve	utilizar	zero	à	esquerda	do	número	que	indica	o	dia	do	mês).
59. No	assunto	ou	ementa	do	ofício,	deve-se	dar	uma	ideia	geral	do	que	trata	o	documento,	
de	forma	sucinta.
60. O	MRPR	estabelece	o	emprego	de	somente	três	fechos	diferentes	para	todas	as	modali-
dades	de	comunicação	oficial:	“Atenciosamente”,	“Respeitosamente”	e	“Cordialmente”.
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1º SIMULADO
GABARITO
 1. C
 2. E
 3. C
 4. E
 5. C
 6. C
 7. E
 8. E
 9. E
 10. C
 11. C
 12. E
 13. C
 14. C
 15. E
 16. E
 17. C
 18. C
 19. E
 20. E
 21. E
 22. C
 23. E
 24. E
 25. C
 26. C
 27. C
 28. E
 29. C
 30. E
 31. C
 32. C
 33. C
 34. E
 35. C
 36. C
 37. C
 38. E
 39. C
 40. E
 41. E
 42. C
 43. C
 44. E
 45. E
 46. E
 47. C
 48. C
 49. E
 50. E
 51. E
 52. C
 53. C
 54. C
 55. E
 56. E
 57. C
 58. C
 59. C
 60. E
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1º SIMULADO
GABARITO COMENTADO
LINGUA PORTUGUESA 
(CLAITON NATAL/ TEREZA CAVALCANTI/ FERNANDO MOURA)
Texto 1
1 	 A	questão	policial	tornou-se	mundial,	seja	pela	ineficácia	e	ineficiência	frente	ao	cresci-
mento	dos	fenômenos	de	violência	difusa	–	violência	política,	violência	social,	violência	sim-
bólica,	violência	de	gênero,	violência	ecológica	–	seja	pelos	novos	traços	da	criminalidade	vio-
lenta	na	“modernidade	tardia”.	Essas	crises	representam	as	dificuldades	do	ofíciode	polícia,	
5 frequentemente	reduzido	à	sua	dimensão	de	controle	social	repressivo,	com	o	apelo	sistemá-
tico	ao	uso	da	violência	ilegal	e	ilegítima,	e	produzindo	graves	violações	de	direitos	humanos.
 � 	 Desde	 a	 década	 de	 1990,	 desenvolveu-se	 em	uma	 escala	 global	 a	 discussão	 das	
novas	 questões	 sociais	 mundiais,	 definidas	 pela	 Organização	 das	 Nações	 Unidas	
(ONU)	 como	meta	prioritária.	A	 configuração	da	questão	policial	 como	uma	das	novas	
10 questões	 sociais	mundiais	 pode	 ser	 observada	pelo	 registro	 da	 realização	de	mais	 de	
cinquenta	 reuniões	 internacionais	 sobre	 o	 tema,	 em	 vários	 continentes,	 desde	 a	 Con-
ferência	Mundial	 sobre	 os	Direitos	Humanos,	 realizada	em	Viena,	 em	1993,	 passando	
pelos	fóruns	sociais	mundiais,	a	partir	de	2001,	até	a	I	Conferência	Brasileira	de	Segu-
rança	Pública,	em	 julho	de	2009,	e	o	Fórum	Social	Mundial	de	2010,	em	Porto	Alegre.
15 	 Nessas	reuniões	internacionais,	foram	discutidas	as	transformações	na	sociedade	con-
temporânea,	as	novas	formas	do	crime,	a	expansão	da	violência	difusa,	as	violências	contra	
grupos	em	vulnerabilidade,	a	violência	homofóbica,	a	violência	contra	as	crianças	e	os	idosos	
e	a	violência	de	gênero.	Foram	analisadas,	ainda,	as	várias	formas	de	vitimização,	e	de	
sobrevitimização	dos	pobres,	dos	indígenas,	dos	negros,	dos	pardos	e	das	minorias	étnicas.
20 	 Discutiu-se,	ainda,	a	potenciação	da	sociedade	civil,	o	envolvimento	das	coletividades	
locais	e	a	construção	ou	o	relembrar	–	pois	já	estava	em	Hobbes,	e	nos	autores	contra-
tualistas	dos	séculos	XVII	e	XVIII	–	da	segurança	como	um	direito	constitutivo.	A	segu-
rança	não	é	algo	adicional,	não	é	um	muro	que	separa	os	ricos	dos	pobres,	os	brancos	
dos	negros,	os	negros	dos	indígenas,	os	homens	das	mulheres	ou	aqueles	com	as	várias	
25 orientações	sexuais.	Em	suma,	a	segurança	como	um	direito	fundamental	da	modernidade.
https://www.justica.gov.br/central-de-conteudo/senasp/anexos/revista-7.pdf
1. Em	“frequentemente	reduzido	à	sua	dimensão	de	controle”	(linha	5),	a	retirada	do	sinal	
indicativo	de	crase	mantém	a	correção	e	o	sentido	original	do	trecho.
https://www.justica.gov.br/central-de-conteudo/senasp/anexos/revista-7.pdf
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1º SIMULADO
Certo.
Neste	trecho,	o	sinal	indicativo	de	crase	marca	a	fusão	da	preposição,	exigida	pelo	vocábulo	
“reduzido”,	mais	o	artigo	que	acompanha	o	termo	“sua	dimensão”.	No	entanto,	o	sinal	indi-
cativo	de	crase	pode	ser	retirado,	visto	que	o	uso	de	artigo	antes	de	pronome	possessivo	
adjetivo	é	facultativo.
2. O	sujeito	da	forma	verbal	“desenvolveu-se”	(linha	7)	é	indeterminado.
Errado.
Esta	abordagem	é	recorrente.	Esta	construção	está	na	voz	passiva	sintética.	Observe	que	
o	verbo	desenvolver	é	transitivo	direto,	então	temos	um	termo	habilitado	para	ser	sujeito	
passivo:	“a	discussão	das	novas	questões	sociais	mundiais”.
3. Sem	prejuízo	da	correção	gramatical	e	dos	sentidos	do	texto,	o	primeiro	período	do	tercei-
ro	parágrafo	poderia	ser	assim	reescrito:	Discutiram-se,	nessas	reuniões	internacionais,	
as	transformações	na	sociedade	contemporânea;	as	novas	formas	do	crime;	a	expansão	
da	violência	difusa;	as	violências	contra	grupos	em	vulnerabilidade;	a	violência	homofóbi-
ca;	a	violência	contra	as	crianças	e	os	idosos;	e	a	violência	de	gênero.
Certo.
Temos	aqui	um	item	de	reescrita.	Sempre	digo	para	meus	alunos	o	seguinte:	neste	tipo	de	
abordagem,	 façam,	em	primeiro	 lugar,	 a	 revisão	gramatical	 do	 trecho	proposto,	 pois,	 se	
achar	um	erro,	não	precisará	comparar	o	texto	original	com	o	texto	proposto.	Atenção!	Os	
erros	mais	recorrentes	neste	tipo	de	abordagem	são:	concordância,	pontuação,	regência,	
crase,	colocação	pronominal.
Não	há	erro	gramatical	nesta	estrutura.	Note	que	o	examinador	substituiu	a	voz	passiva	
analítica	“foram	discutidas”	pela	sintética	“discutiram-se”.	Esclareço:	este	tipo	de	modifica-
ção	não	acarreta	mudança	de	sentido.
4. Na	linha	20,	a	substituição	da	forma	verbal	“Discutiu-se”	por	Discutiram-se prejudica a 
correção	gramatical	do	texto.
Errado.
Quando	houver	sujeito	composto	posposto	ao	verbo,	a	concordância	pode	ser	estabelecida	
com	o	núcleo	mais	próximo	ou	pode-se	flexionar	o	verbo	no	plural.
No	trecho	“Discutiu-se,	ainda,	a	potenciação	da	sociedade	civil,	o	envolvimento	das	coleti-
vidades	locais	e	a	construção	ou	o	relembrar",	temos	sujeito	composto	posposto	ao	verbo.	
Dessa	forma,	admitem-se	as	construções:	“Discutiu-se”	ou	“Discutiram-se”.
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5. O	emprego	das	vírgulas	apostas	aos	termos	“Desde	a	década	de	1990”	(linha	6)	e	“Nessas	
reuniões	internacionais”	(linha	15)	justifica-se	com	base	na	mesma	regra	de	pontuação.
Certo.
As	vírgulas	marcam	adjuntos	adverbiais	deslocados.
6. No	primeiro	período	do	 texto,	os	 termos	entre	 travessões	explicam	a	expressão	 “vilên-
cia	difusa”.
Certo.
Caro	aluno,	o	trecho	entre	parênteses	tem	cunho	explicativo,	pois	esclarece	a	expressão	
“violência	difusa”.	Você	me	pergunta:	“professor,	não	seria	um	aposto	enumerativo?”
Resposta:	é	um	aposto	enumerativo,	mas	entenda	o	seguinte:	o	aposto	enumerativo	possui	
cunho	explicativo.
Aposto enumerativo:	é	uma	enumeração,	ou	seja,	dois	ou	mais	elementos	que	se	referem	
ao	termo	fundamental.
“Para	 um	 homem	 se	 ver	 a	 si	 mesmo	 são	 necessárias	 três	 coisas:	 olhos, espelho e 
luz.”	(Vieira)
O	crescimento	econômico	mais	acelerado	confere	status	especial	aos	Brics	(Brasil, Rús-
sia, Índia, China e África do Sul) na conjuntura da crise internacional.
Obs.: � uma	enumeração	pode	assumir	um	caráter	explicativo.	Portanto,	pode-se	afirma	que	
as	enumerações	nos	dois	trechos	acima	possuem,	também,	valor	explicativo.
7. Infere-se	do	texto	que	Hobbes	foi	o	precursor	da	ideia	de	segurança	como	um	direito	cons-
titutivo	da	sociedade.
Errado.
A	afirmação	extrapola	o	texto,	que	apenas	menciona	Hobbes	como	um	autor	que	conside-
rava	a	segurança	um	direito	constitutivo.
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8. Seriam	 preservados	 o	 sentido	 e	 a	 correção	 gramatical	 do	 texto	 se	 o	 trecho	 “Desde	 a	
década	 de	 1990,	 desenvolveu-se	 em	uma	escala	 global	 a	 discussão	 das	 novas	 ques-
tões	sociais	mundiais,	definidas	pela	Organização	das	Nações	Unidas	(ONU)	como	meta	
prioritária”	(linhas	7	a	9)	fosse	assim	reescrito:	Foi	desenvolvida,	em	uma	escala	global,	
a	discussão	das	novas	questões	sociais	mundiais,	definidas	como	meta	prioritária	pela	
Organização	das	Nações	Unidas	(ONU)	desde	a	década	de	1990.
Errado.
Não	há	erro	de	natureza	gramatical	na	reescritura,	mas	há	mudança	de	sentido	em	relação	
ao	 trecho	 original,	 decorrente	 do	 deslocamento	 do	 adjunto	 adverbial	 da	 primeira	 oração	
para	a	segunda.
9. Segundo	o	texto,	o	trabalho	da	polícia,	no	mundo	contemporâneo,	é	decisivo	por	fornecer	
controle	social	repressivo	em	uma	sociedade	marcada	pela	violência.
Errado.
O	item	contraria	o	texto,	que	defende	o	trabalho	policial	para	além	do	controle	repressivo.
10. No	trecho	“aqueles	com	as	várias	orientações	sexuais”	(l.	24-25),	a	substituição	de	“aque-
les” por daqueles	provocaria	mudança	no	sentido	original	do	texto,	mas	manteria	a	corre-
ção	gramatical.
Certo.
O	termo	deixaria	de	ser	um	dos	itens	da	enumeração	e	passaria	a	estar	coordenado	a	“mu-
lheres”	(separa	homens	das	mulheres	ou	daqueles...).	O	sentido	seria,	dessa	forma,	altera-
do;	a	correção	não	seria	afetada.
11. Na	linha	20,	a	substituição	de	“ainda”	por	sobretudo	preservaria	a	correção,	mas	afetaria	
as	relações	de	sentido	do	texto.
Certo.
O	termo	‘ainda’	indica,	no	texto,	ideia	de	inclusão,	adição;	‘sobretudo’	é	sinônimo	de	princi-
palmente,	ou	seja,	enfatiza	uma	ideia	sobre	as	demais	já	apresentadas.
12. Pelos	sentidos	do	texto,	infere-se	que	o	pronome	“sua”	(l.	5)	retoma	o	termo	“polícia”.
Errado.
O	pronome	retoma	“ofício	de	polícia”.
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1º SIMULADO
13. Em	“desenvolveu-se”	(l.	7)e	“Discutiu-se”	(l.	20),	a	palavra	“se”	imprime	ideia	de	impesso-
alização	às	ações	verbais.
Certo.
O	‘se’	é	pronome	apassivador,	não	havendo	no	texto	identificação	do	agente	das	ações.
Texto 2
A origem da polícia no Brasil
1 	 Polícia	 é	 um	 vocábulo	 de	 origem	 grega	 (politeia)	 que	 passou	 para	 o	 latim	 (politia)	
com	 o	mesmo	 sentido:	 governo	 de	 uma	 cidade,	 administração,	 forma	 de	 governo.	No	
entanto, com o decorrer do tempo, assumiu um sentido particular, passando a representar 
a	ação	do	governo,	que,	no	exercício	de	sua	missão	de	tutela	da	ordem	jurídica,	busca	
5 assegurar	a	tranquilidade	pública	e	a	proteção	da	sociedade	contra	violações	e	malefícios.
 � 	 No	Brasil,	a	ideia	de	polícia	surgiu	nos	anos	1500,	quando	o	rei	de	Portugal	resolveu	
adotar	um	sistema	de	capitanias	hereditárias	e	outorgou	uma	carta	régia	a	Martim	Afon-
so	de	Souza	para	estabelecer	a	administração,	promover	a	justiça	e	organizar	o	serviço	
de	ordem	pública,	como	melhor	entendesse,	em	 todas	as	 terras	que	ele	conquistasse.	
10 Registros	históricos	mostram	que,	em	20	de	novembro	de	1530,	a	polícia	brasileira	 ini-
ciou	suas	atividades,	promovendo	 justiça	e	organizando	os	serviços	de	ordem	pública.
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14. A	substituição	de	“No	entanto”	(l.	2-3)	por	Mas	mantém	a	correção	e	a	coerência	do	período.
Certo.
Tanto	o	conectivo	“No	entanto”	quanto	“Mas”	são	adversativos,	portanto	a	substituição	man-
tém	a	correção	e	o	sentido	do	texto.
15. A	retirada	da	vírgula	 imediatamente	após	“1500”	(linha	6)	prejudica	a	correção	gramati-
cal	do	texto.
Errado.
A	conjunção	“quando”	introduz	oração	subordinada	adverbial.	Esclareço:	em	regra,	a	vírgula	
entre	oração	principal	e	subordinada	adverbial	é	facultativa.
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1º SIMULADO
16. Sem	prejuízo	da	correção	gramatical	e	dos	sentidos	do	texto,	o	último	período	do	texto	
poderia	ser	assim	reescrito:	Registros	históricos	revelaram:	a	polícia	brasileira	em	20	de	
novembro,	iniciou	suas	atividades,	promovendo	justiça	e	organizando	os	serviços	de	or-
dem	pública.
Errado.
No	trecho	proposto,	a	expressão	“em	20	de	novembro”	está	intercalada.	Dessa	forma,	deve	
ser	isolada	por	dupla	vírgula.	Observe	a	construção	correta:	a	polícia	brasileira,	em 20 de 
novembro,	 iniciou	suas	atividades,	promovendo	justiça	e	organizando	os	serviços	de	or-
dem	pública.
17. A	forma	verbal	“busca”	(linha	4)	estabelece	concordância	com	o	termo	“governo”	(linha	4),	
referente	do	pronome	relativo	“que”	(linha	4).
Certo.
O	vocábulo	“que”	nesta	estrutura	funciona	como	pronome	relativo,	pois	retoma	o	vocábulo	
“governo”.	Ao	substituirmos	o	relativo	pelo	antecedente,	teremos:	o governo,	no	exercício	
de	sua	missão	de	tutela	da	ordem	jurídica,	busca	assegurar	a	tranquilidade	pública	e	a	pro-
teção	da	sociedade	contra	violações	e	malefícios.
Importante! Sendo	 sintaticamente	 sujeito	 o	 pronome	 relativo	 “que”,	 o	 verbo	 concordará	
com o antecedente imediato.
18. Sem	prejuízo	à	correção	ou	ao	sentido	do	texto,	o	trecho	“No	entanto,	com	o	decorrer	do	
tempo,	assumiu	um	sentido	particular,	passando	a	representar	a	ação	do	governo”	(l.	2-4)	
poderia	ser	assim	reescrito:	Com	o	decorrer	do	tempo,	contudo,	assumiu	um	sentido	par-
ticular	e	passou	a	representar	a	ação	do	governo.
Certo.
Não	há	desvio	à	norma	na	escritura,	tampouco	prejuízo	à	coerência	do	texto,	visto	que	hou-
ve	apenas	inversão	de	termos	dentro	da	mesma	oração,	troca	de	conectores	permutáveis	
entre si (no entanto e contudo)	e	desenvolvimento	de	uma	oração	reduzida.
19. Em	“para	estabelecer	a	administração...	pública”	(l.	8-9),	a	preposição	“para”	introduz	cau-
sas	que	levaram	o	rei	de	Portugal	a	conceder	uma	carta	régia	a	Martin	Afonso	de	Sousa.
Errado.
O	trecho	introduz	uma	sequência	de	finalidades,	não	de	causas.
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1º SIMULADO
20. Nas	relações	de	coesão	textual	estabelecidas,	o	pronome	“ele”	(l.	9)	retoma	o	antedente	
“rei	de	Portugal”.
Errado.
O	pronome	“ele”	retoma	“Martim	Afonso	de	Sousa”.
Texto 3
A INSPIRAÇÃO
1 	 O	busto	grande,	quadris	largos,	olhos	castos,	castanhos	e	sonhadores.	Uma	vez	ou	outra	
exclamava.	Disse	com	ar	alegre,	aflito,	muito	rápido	como	para	que	não	a	ouvissem	totalmente:
 � – Acho	 que	 eu	 não	 podia	 ser	 escritora,	 sou	 tão…	 tão	 resumida!
 � 	 Um	 dia,	 porém,	 como	 escondida	 de	 si	 mesma,	 teve	 uma	 inspiração	 e	 anotou	 no	
5 caderno	de	despesas	algumas	frases	sobre	a	beleza	do	Pão	de	Açúcar.	Só	algumas	pala-
vras,	ela	era	resumida.	Muito	tempo	depois,	numa	tarde	em	que	estava	só,	 lembrou-se	
de	que	escrevera	alguma	coisa	sobre	alguma	coisa	–	sobre	o	Corcovado?	Sobre	o	mar?	
Só	se	lembrava	de	que	havia	usado	as	palavras	“beleza	muito	pitoresca”.	Foi	procurar	o	
antigo	caderno	de	despesas.	Por	toda	a	casa.	Móvel	por	móvel.	Abria	caixas	de	sapatos	na	
10 esperança	de	ter	sido	tão	secretiva	quanto	a	sua	inspiração	a	ponto	de	guardar	o	escrito	
revelador	de	sua	alma	numa	caixa	de	sapatos.	Teria	sido	uma	boa	ideia.	Aos	poucos	a	
sufocação	crescia,	ela	passava	a	mão	pela	testa	–	agora	era	mais	do	que	o	caderno	de	
despesas	que	ela	procurava,	procurava	o	que	a	inspiração	lhe	ditara,	vejamos,	paciência,	
procuraremos	de	novo.	O	que	estaria	escrito	no	caderno?	Lembrava-se	de	que	era	algo	
15 muito	espiritual	sobre	alguma	coisa	pitoresca.	Pitoresco	era	para	ela	o	máximo.	Procu-
remos,	é	questão	de	força	de	vontade,	é	questão	de	ir	e	pegá-lo.	Que	desastre	–	sentia	
imóvel	no	meio	da	sala,	sem	direção,	sem	saber	onde	mais	procurar	–	que	desastre.	A	
casa	calma	à	tarde.	E em alguma parte havia uma coisa escrita,	um	pensamento	íntimo,	
disso	tinha	certeza.	Desabotoou	afogueada	a	gola	da	blusa:	não	achar	seria	perder	alguma	
20 coisa	muito	sua.	Não	desanime,	dizia-se,	procure	entre	os	papéis,	entre	as	cartas,	entre	as	
raras	notícias	que	lhe	mandavam.	Ah,	raciocinava	ilogicamente,	tivessem-lhe	escrito	mais	
e	ela	teria	onde	procurar.	Mas	sua	vida	ordenada	era	exposta,	tinha	poucos	esconderijos,	
era	limpa.	O	único	esconderijo	era	a	sua	alma	que	uma	vez	se	manifestara	no	caderno	de	
despesas.	Mas	que	felicidade	ter	móveis,	caixas	onde	encontrar	por	acaso.	Uma	vez	ou	
25 outra	procurava	de	novo.	De	vez	em	quanto	se	lembrava	do	caderno	de	despesas	num	
sobressalto	de	esperança.	Até	que,	depois	de	alguns	anos,	um	dia	ela	disse,	modesta:
 – Quando	eu	era	mais	moça,	eu	escrevia.
otaterapia.com.br/2019/02/28/vender-alma-no-cotidiano-13-cronicas-curtas-de-clarice-lispector/
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21. A	 substituição	 de	 “havia	 usado”	 (linha	 8)	 por	 usara	 prejudica	 a	 correção	 gramatical	
do	trecho.
Errado.
BASE TEÓRICA:
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO (Terminação	de	1ª	pessoa	do	singular:	ra)
Expressa	um	fato	concluído,	anterior	a	outro	fato	do	passado.
Quando	o	professor	chegou,	o	João	já	tinha feito	os	exercícios.
Nota-se	que	o	João	fez os	exercícios	antes	da	chegada	do	professor.	A	ação	de	fazer os 
exercícios	é	anterior	à	de	chegar.
Como	você	já	sabe,	a	forma	verbal	chegou	está	no	pretérito	perfeito,	indica	ação	passada,	
completamente	realizada	e	de	duração	definida.	Se	tinha feito	indica	ação	anterior	a	che-
gou,	que	está	no	pretérito	perfeito,	é	mais	velha	que	a	que	está	no	perfeito.	Se	esse	fato	é	
mais	velho	que	o	que	está	no	perfeito,	só	pode	ser	mais-que-perfeito.
Tinha feito é	 a	 forma	 composta	 do	 pretérito	mais-que-perfeito	 e	 equivale	 à	 forma	 sim-
ples fizera.
Vamos	agora	à	explicação	do	trecho	“Só	se	lembrava	de	que	havia	usado	as	palavras	“bele-
za	muito	pitoresca””.	A	forma	verbal	“havia	usado”	equivale	à	forma	simples	“usara”.	Dessa	
forma,	a	substituição	mantém	a	correção	e	o	sentido	do	texto.
22. Considerando-se	as	regências	do	verbo	lembrar prescritas	para	o	português,	estaria	cor-
reta	a	seguinte	reescrita	para	a	oração	“lembrou-se	de	que	escrevera	alguma	coisa	sobre	
alguma	coisa”	(linhas	6	e	7):	lembrou que escrevera alguma coisa sobre alguma coisa.
Certo.
O	verbo	 lembrar podeser	empregado	como	 transitivo	direto	quando	não	pronominal	ou	
como	transitivo	indireto	quando	pronominal.
BASE TEÓRICA:
LEMBRAR, ESQUECER, RECORDAR, ADMIAR
Estes	verbos	possuem	duas	construções	básicas:
1)	Sem	pronome	(não	pronominal)	–	transitivo	direto.
Os	envolvidos	não	lembraram	o detalhe do crime.
2)	Com	pronome	(pronominal)	–	transitivo	indireto.
Os	envolvidos	não	se	lembraram	do detalhe do crime.
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23. No	trecho	“o	que	a	inspiração	lhe	ditara”	(linha	13),	a	partícula	“o”	classifica-se	como	pro-
nome	demonstrativo	e	exerce	a	função	de	complemento	verbal	direto	da	oração	subordi-
nada	adjetiva.
Errado.
Este	item	possui	duas	afirmações	corretas:	1)	o	vocábulo	“o”	é	pronome	demonstrativo;	2)	a	
oração	introduzida	pelo	“que”	é	adjetiva.	No	entanto,	há	uma	informação	incorreta:	o	vocá-
bulo	“o”	não	exerce	a	função	sintática	de	complemento	verbal	direto	na	oração	subordinada.	
Esclareço:	o	relativo	“que”	é	que	exerce	a	função	de	complemento	verbal	direto	na	oração	
subordinada	adjetiva.
24. No	trecho	“E	em	alguma	parte	havia	uma	coisa	escrita”	(linha	18),	a	substituição	de	“havia”	
por existia	mantém	a	correção	e	a	estrutura	sintática	da	oração.
Errado.
A	substituição	mantém	a	correção	gramatical,	mas	não	mantém	a	estrutura	sintática.	Obser-
ve	a	análise:
1)	“havia”	=	VTD
“uma	coisa	escrita”	=	objeto	direto
2)	“existia”	=	VI
“uma	coisa	escrita”	=	sujeito
25. No	 trecho	 “O	que	estaria	escrito	no	caderno?”	 (linha	14),	a	supressão	da	partícula	 “O”	
mantém	a	correção	gramatical	do	texto,	desde	que	o	vocábulo	“que”	seja	empregado	com	
a	inicial	maiúscula.
Certo.
O	“que”	neste	caso	é	pronome	interrogativo	–	e	a	partícula	“O”	é	mero	apoio	fonético.	Então,	
sua	retirada	não	prejudica	a	correção	gramatical.
26. Na	linha	23,	o	pronome	“sua”	delimita	o	significado	do	substantivo	“alma”,	funcionando,	na	
oração	em	que	ocorre,	como	um	termo	acessório.
Certo.
No	trecho	“O	único	esconderijo	era	a	sua	alma”,	o	pronome	possessivo	adjetivo	“sua”	refere-
-se	ao	substantivo	“alma”	e	exerce	a	função	sintática	de	adjunto	adnominal.	Lembre-se:	o	
adjunto adnominal é termo acessório.
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27. Embora	apresente	trechos	descritivos,	o	texto	é	essencialmente	narrativo,	o	que	se	pode	
comprovar,	 entre	 outros	 motivos,	 pela	 progressão	 temporal,	 marcada	 por	 expressões	
como	“Um	dia”	(l.	4)	e	“depois	de	alguns	anos”	(l.	26).
Certo.
De	fato,	há	traços	descritivos	(o	início	do	texto,	por	exemplo),	mas	o	texto	caracteriza-se	
como	narrativo,	pela	presença	de	narrador,	personagem	e	progressão	temporal	(relação	de	
anterioridade	e	posterioridade	entre	os	acontecimentos).
28. Seriam	mantidos	o	sentido	original	do	texto	e	a	correção	gramatical	se	o	trecho	“Só	se	
lembrava	de	que	havia	usado	as	palavras	“beleza	muito	pitoresca”.”	(l.	8)	fosse	assim	re-
escrito:	Lembrava-se,	apenas,	que	tinha	empregado	as	palavras	“beleza	muito	pitoresca”.
Errado.
A	 frase	proposta	na	 reescritura	apresenta	desvio	gramatical	quanto	à	 regência	do	verbo	
“lembrar-se”,	que,	sob	forma	pronominal,	é	transitivo	indireto	e	exige	a	preposição	‘de’	(pre-
sente	no	trecho	original	e	suprimida	no	reescrito).
Leia	o	texto	seguinte	para	responder	às	questões	propostas.
Texto 4
1 	 A	cachorra	Baleia	estava	para	morrer.	Tinha	emagrecido,	o	pelo	caíra-lhe	em	vários	
pontos,	 as	 costelas	 avultavam	num	 fundo	 róseo,	 onde	manchas	escuras	 supuravam	e	
sangravam,	cobertas	de	moscas.	As	chagas	da	boca	e	a	inchação	dos	beiços	dificultavam-
-lhe	a	comida	e	a	bebida.
5 	 Por	isso,	Fabiano	imaginara	que	ela	estivesse	com	um	princípio	de	hidrofobia	e	amar-
rara-lhe	no	pescoço	um	rosário	de	sabugos	de	milho	queimados.	Mas	Baleia,	sempre	de	
mal	a	pior,	roçava-se	nas	estacas	do	curral	ou	metia-se	no	mato,	impaciente,	enxotava	os	
mosquitos	sacudindo	as	orelhas	murchas,	agitando	a	cauda	pelada	e	curta,	grossa	na	base,	
cheia	de	moscas,	semelhante	a	uma	cauda	de	cascavel.	Então	Fabiano	resolveu	matá-la.	[...]
10 	 Sinha	Vitória	fechou-se	na	camarinha,	rebocando	os	meninos	assustados,	que	adivi-
nhavam	desgraça	e	não	se	cansavam	de	repetir	a	mesma	pergunta:	—	Vão	bulir	com	a	
Baleia?	Ela	era	como	uma	pessoa	da	família:	brincavam	juntos	os	três,	para	bem	dizer	
não	se	diferençavam,	rebolavam	na	areia	do	rio	e	no	estrume	fofo	que	ia	subindo,	ame-
açava	cobrir	o	chiqueiro	das	cabras.	Quiseram	mexer	na	 taramela	e	abrir	a	porta,	mas	
15 sinha	 Vitória	 levou-os	 para	 a	 cama	 de	 varas,	 deitou-os	 e	 esforçou-se	 por	 tapar-lhes	
os	ouvidos:	prendeu	a	cabeça	do	mais	velho	entre	as	coxas	e	espalmou	as	mãos	nas	
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1º SIMULADO
orelhas	do	segundo.	Como	os	pequenos	 resistissem,	aperreou-se	e	 tratou	de	subjugá-
-los,	 resmungando	 com	energia.	 Ela	 também	 tinha	 o	 coração	 pesado,	mas	 resignava-
-se:	 naturalmente	 a	 decisão	 de	 Fabiano	 era	 necessária	 e	 justa.	 Pobre	 da	 Baleia.	 [...]
20 	 Na	 luta	 que	 travou	 para	 segurar	 de	 novo	 o	 filho	 rebelde,	 zangou-se	 de	 verdade.
 � Safadinho.	Atirou	um	cocorote	ao	crânio	enrolado	na	coberta	vermelha	e	na	saia	de	ra-
magens.	Pouco	a	pouco	a	cólera	diminuiu,	e	sinha	Vitória,	embalando	as	crianças,	en-
joou-se	 da	 cadela	 achacada,	 gargarejou	 muxoxos	 e	 nomes	 feios.	 Bicho	 nojento,	 ba-
bão.	Inconveniência	deixar	cachorro	doido	solto	em	casa.	Mas	compreendia	que	estava	
25 sendo	 severa	 demais,	 achava	 difícil	 Baleia	 endoidecer	 e	 lamentava	 que	 o	marido	 não	
houvesse	esperado	mais	um	dia	para	ver	 se	 realmente	a	execução	era	 indispensável.
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 71. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 85-86.
 29.	 Tendo	o	pronome	oblíquo	sentido	possessivo	em	 “o	pelo	caíra-lhe	em	vários	pontos”	
(linhas	1	e	2),	tal	trecho	poderia	ser	substituído	por o seu pelo caíra em vários pontos, 
mantendo-se,	com	isso,	a	correção	gramatical	e	o	sentido	do	texto.
Certo.
Advirto:	o	pronome	“lhe”	nem	sempre	será	objeto	 indireto.	Ele	pode	 também	ser	adjunto	
adnominal	quando	der	a	ideia	de	posse.	Neste	caso,	o	pronome	denota	posse,	por	isso	po-
demos	reescrever	o	trecho	assim:	o	seu	pelo	caíra	em	vários	pontos.
30. No	trecho	“brincavam	juntos	os	três,	para	bem	dizer	não	se	diferençavam,	rebolavam	na	
areia	do	rio	e	no	estrume	fofo	que	ia	subindo,	ameaçava	cobrir	o	chiqueiro	das	cabras”	
(linhas	de	12	a	14),	a	substituição	das	vírgulas	por	ponto	e	vírgula	prejudica	a	correção	
gramatical	do	trecho.
Errado.
As	vírgulas	no	trecho	separam	orações	coordenadas,	ou	seja,	orações	independentes	sin-
taticamente. Importante! Para	separar	orações	coordenadas,	pode-se	empregar	vírgula,	
ponto	e	vírgula	ou	ponto.
31. Na	linha	14,	a	substituição	de	“mas”	por	não obstante	mantém	a	correção	e	a	coerência	
do	período.
Certo.
Os	conectivos	“mas”	e	“não	obstante”	são	adversativos,	por	isso	a	substituição	mantém	a	
correção	e	a	coerência	do	trecho.
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1º SIMULADO
32. O	primeiro	e	o	segundo	parágrafos	contêm	argumentos	que	justificam	a	decisão	a	ser	to-
mada	em	relação	a	Baleia.
Certo.
De	fato,	primeiro	e	o	segundo	parágrafos	contêm	argumentos	que	 justificam	a	decisão	a	
ser	tomada	em	relação	a	Baleia.	Observe	que,	no	início,	do	segundo	parágrafo,	o	elemento	
relacionador	“Por	isso”	(=	Por	causa	disso)	estabelece	relação	anafórica	com	o	parágrafo	
anterior	e	cria	a	situação	de	justificativa.	Ademais,	o	conector	“Então”	(=	Portanto),	ao	final	
do	segundo	parágrafo,	reforça	essa	justificativa.
33. O	poder	de	decisão	do	chefe	de	família	no	ambiente	rural	fica	evidente	no	texto.
Certo.
O	poder	de	decisão	do	chefe	de	família	no	ambiente	rural	fica	evidente	no	trecho:	“...	natu-
ralmente	a	decisão	de	Fabiano	era	necessária	e	justa”.
34. Sinha	Vitória,	ao	aceitar	passivamente	a	decisão	do	marido	no	que	se	refere	a	Baleia,	de-
monstra	ser	indiferente	ao	animal	e	preocupar-se	exclusivamente	com	seus	filhos.
Errado.
Sinha	Vitória	não	demonstra	ser	indiferenteao	animal	e	preocupar-se	exclusivamente	com	
seus	filhos:	“Ela	(sinha	Vitória)	também	tinha	o	coração	pesado,	mas	resignava-se:	natural-
mente	a	decisão	de	Fabiano	era	necessária	e	justa.	Pobre	da	Baleia”.
35. O	conectivo	“Mas”,	no	último	parágrafo,	antecede	uma	explicação	do	conflito	entre	razão	
e	emoção	vivido	por	sinha	Vitória.
Certo.
O	conectivo	“Mas”,	no	último	parágrafo,	antecede	uma	explicação	do	conflito	entre	razão	
e	emoção	vivido	por	sinhá	Vitória:	“...	sinha	Vitória,	embalando	as	crianças,	enjoou-se	da	
cadela	achacada,	gargarejou	muxoxos	e	nomes	feios.	Bicho	nojento,	babão.	Inconveniência	
deixar	cachorro	doido	solto	em	casa	(RAZÃO).	Mas	compreendia	que	estava	sendo	severa	
demais,	achava	difícil	Baleia	endoidecer	e	lamentava	que	o	marido	não	houvesse	esperado	
mais	um	dia	para	ver	se	realmente	a	execução	era	indispensável	(EMOÇÃO).
36. Nos	trechos	“Sinha	Vitória	fechou-se	na	camarinha,	rebocando	os	meninos	assustados,	
que	adivinhavam	desgraça	e	não	se	cansavam	de	repetir	a	mesma	pergunta:	—	Vão	bulir	
com	a	Baleia?”	e	“Ela	também	tinha	o	coração	pesado,	mas	resignava-se:	naturalmente	a	
decisão	de	Fabiano	era	necessária	e	justa.	Pobre	da	Baleia”,	há,	respectivamente,	registro	
do	discurso	direto	e	do	discurso	indireto	livre.
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1º SIMULADO
Certo.
Nos	trechos	“Sinha	Vitória	fechou-se	na	camarinha,	rebocando	os	meninos	assustados,	que	
adivinhavam	desgraça	e	não	se	cansavam	de	repetir	a	mesma	pergunta:	—	Vão	bulir	com	a	
Baleia?” (discurso direto:	reproduz-se	fielmente,	com	o	uso	do	travessão,	a	fala	das	perso-
nagens)	e	“Ela	também	tinha	o	coração	pesado,	mas	resignava-se:	naturalmente	a	decisão	
de	Fabiano	era	necessária	e	justa.	Pobre	da	Baleia” (discurso indireto livre:	não	se	sabe	se	
essa	fala	é	de	sinhá	Vitória	ou	do	narrador,	até	porque	não	se	usam	aspas	ou	travessão),	
há,	respectivamente,	registro	do	discurso	direto	e	do	discurso	indireto	livre.
Leia o texto seguinte para responder às questões propostas.
Texto 5
1 	 Os	meninos	sumiam-se	numa	curva	do	caminho.	Fabiano	adiantou-se	para	alcançá-
-los.	Era	preciso	aproveitar	a	disposição	deles,	deixar	que	andassem	à	vontade.	Sinha	Vitó-
ria	acompanhou	o	marido,	chegou-se	aos	filhos.	Dobrando	o	cotovelo	da	estrada,	Fabiano	
sentia	distanciar-se	um	pouco	dos	lugares	onde	tinha	vivido	alguns	anos;	o	patrão,	o	
5 soldado	amarelo	e	a	cachorra	Baleia	esmoreceram	no	seu	espírito.
 � 	 E	a	conversa	recomeçou.	Agora	Fabiano	estava	meio	otimista.	Endireitou	o	saco	da	
comida,	examinou	o	rosto	carnudo	e	as	pernas	grossas	da	mulher.	Bem.	Desejou	fumar.	
Como	segurava	a	boca	do	saco	e	a	coronha	da	espingarda,	não	pôde	realizar	o	desejo.	
Temeu	arriar,	não	prosseguir	na	caminhada.	Continuou	a	tagarelar,	agitando	a	cabeça	
10 para	afugentar	uma	nuvem	que,	vista	de perto, escondia o patrão, o soldado amarelo e a 
cachorra	Baleia.	Os	pés	calosos,	duros	como	cascos,	metidos	em	alpercatas	novas,	cami-
nhariam	meses.	Ou	não	caminhariam?	Sinha	Vitória	achou	que	sim.	[...]	Por	que	haveriam	
de	ser	sempre	desgraçados,	fugindo	no	mato	como	bichos?
 � 	 Com	certeza	existiam	no	mundo	coisas	extraordinárias.	Podiam	viver	escondidos,	
15 como	bichos? Fabiano	respondeu	que	não	podiam.
 � 	 	 ––	O	mundo	é	grande.
 � 	 Realmente	para	eles	era	bem	pequeno,	mas	afirmavam	que	era	grande	––	e	marcha-
vam,	meio	confiados,	meio	inquietos.	Olharam	os	meninos	que	olhavam	os	montes	distan-
tes,	onde	havia	seres	misteriosos.	Em	que	estariam	pensando?	zumbiu	sinha	Vitória.	
20 Fabiano	estranhou	a	pergunta	e	rosnou	uma	objeção.	Menino	é	bicho	miúdo,	não	pensa.	
Mas	sinha	Vitória	renovou	a	pergunta	––	e	a	certeza	do	marido	abalou-se.	Ela	devia	ter	razão.	
Tinha	sempre	razão.	Agora	desejava	saber	que	iriam	fazer	os	filhos	quando	crescessem.
 � 	 	 ––	Vaquejar,	opinou	Fabiano.
 � 	 Sinha	Vitória,	com	uma	careta	enjoada,	balançou	a	cabeça	negativamente,	arriscando-se
25 a	derrubar	o	baú	de	folha.	Nossa	Senhora	os	livrasse	de	semelhante	desgraça.	Vaquejar,	
que	ideia!
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 � 	 Chegariam	a	uma	terra	distante,	esqueceriam	a	catinga	onde	havia	montes	baixos,	
cascalhos,	rios	secos,	espinhos,	urubus,	bichos	morrendo,	gente	morrendo.	Não	voltariam	
nunca	mais,	resistiriam	à	saudade	que	ataca	os	sertanejos	na	mata.	Então	eles	eram	bois	
30 para	morrer	tristes	por	falta	de	espinhos?	Fixar-se-iam	muito	longe,	adotariam	costumes	
diferentes.
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 71. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 120-122.
37. Em	“Fabiano	sentia	distanciar-se	um	pouco	dos	lugares”	(l.	3-4),	o	pronome	“se”	é	sujeito	
da	forma	verbal	“diferenciar”.
Certo.
Cuidado	com	esta	abordagem!	Em	“sentiu	distanciar-se”,	não	há	locução	verbal,	visto	que	
não	há	unidade	sintática,	pois	“Fabiano”	é	o	sujeito	de	“sentia”,	e	o	pronome	“se”	é	sujeito	
do	verbo	“diferenciar”.
38. A	 inserção	de	uma	vírgula	 imediatamente	após	“nuvem”	(l.	10)	mantém	a	correção	e	o	
sentido	original	do	texto.
Errado.
Em	“que,	vista	de perto,	escondia	o	patrão,	o	soldado	amarelo	e	a	cachorra	Baleia”,	a	pa-
lavra	“que”	introduz	oração	subordinada	adjetiva	restritiva.	Se	empregarmos	a	vírgula,	tere-
mos	oração	explicativa.	Com	isso,	ocorrerá	mudança	de	sentido.	Lembre-se:	a	restritiva	é	a	
parte	do	todo;	a	explicativa,	o	todo.
39. A	posposição	do	pronome	“se”	ao	verbo	em	“Fixar-se-iam”	(l.	30)	—	Fixariam-se	—	com-
prometeria	a	correção	gramatical	do	trecho.
Certo.
A	forma	verbal	“Fixariam”	está	no	futuro	do	pretérito.
Esclareço:	com	verbos	no	futuro	do	presente	e	no	futuro	do	pretérito,	a	ênclise	é	proibida.
40. Em	“sumiam-se”	(linha	1),	a	supressão	do	pronome	“se”	prejudica	a	correção	gramatical	
do	período.
Errado.
No	trecho	"Os	meninos	sumiam-se	numa	curva	do	caminho",	a	supressão	do	pronome	"se"	
mantém	a	correção	gramatical,	visto	que	esta	partícula	é	termo	expletivo	ou	de	realce.
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1º SIMULADO
41. Infere-se	do	texto	que	Fabiano	considera	necessária	a	imersão	das	crianças	no	mundo	
convencional	para	apreendê-lo	e,	assim,	libertá-las	das	condições	socioculturais	vividas.
Errado.
Não	se	pode	inferir	do	texto	que	Fabiano	considera	necessária	a	imersão	das	crianças	no	
mundo	convencional	para	apreendê-lo	e,	assim,	libertá-las	das	condições	socioculturais	vi-
vidas,	uma	vez	que	ele	evidencia	dúvidas,	ao	contrário	do	desejo	de	sinha	Vitória,	do	futuro	
delas	e	da	ideia	de	“libertá-las	das	condições	socioculturais	vividas”:	“Agora	desejava	saber	
que	iriam	fazer	os	filhos	quando	crescessem. ––	Vaquejar, opinou Fabiano”.
42. Em	“Como	segurava	a	boca	do	saco	e	a	coronha	da	espingarda,	não	pôde	realizar	o	de-
sejo”,	estabelece-se	relação	de	causa	e	consequência.
Certo.
Em “Como	(=	uma	vez	que)	segurava	a	boca	do	saco	e	a	coronha	da	espingarda (CAU-
SA),	não	pôde	 realizar	o	desejo (CONSEQUÊNCIA)”,	estabelece-se	 relação	de	causa	e	
consequência.
43. No	fragmento	“Os	pés	calosos,	duros	como	cascos,	metidos	em	alpercatas	novas,	cami-
nhariam	meses.	Ou	não	caminhariam?	Sinha	Vitória	achou	que	sim”,	o	vocábulo	“sim”	tem	
função	vicária.
Certo.
O	elemento	vicário,	segundo	a	gramática	latina,	substitui	oração.	É	o	que	faz	o	vocábulo	
“sim”	no	fragmento	seguinte: “Os	pés	calosos,	duros	como	cascos,	metidos	em	alpercatas	
novas,	caminhariam	meses.	Ou	não	caminhariam?	Sinha	Vitória	achou	que	sim	(=	caminha-
riam)”.	Portanto,	o	vocábulo	“sim”	tem	função	vicária.
44. Em	“Sinha	Vitória,	com	uma	careta	enjoada,	balançou	a	cabeça	negativamente”,	as	vírgu-
las	isolam	termo	que	traduz	a	ideia	de	explicação.
Errado.
Em	“Sinha	Vitória,	com uma careta enjoada,	balançou	a	cabeça	negativamente”,	as	vírgu-
las isolam adjunto	adverbial	de	modo	registrado	entre	o	sujeito	e	o	verbo.	Portanto,	o	termo	
traduz	a	ideia	de	modo.
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45. Considerando	os	aspectos	tipológicos,	o	texto	de	Graciliano	Ramos	tem	caráter	alegórico.
Errado.
O	texto	de	Graciliano	Ramos	focaliza	a	dura	realidadede	uma	família	nordestina.	As	ale-
gorias	correspondem	a	cadeias	metafóricas	e	manifestam-se,	especialmente,	por	meio	de	
fábulas,	apólogos	e	parábolas.	A	fábula é texto	alegórico	muito	comum	na	literatura	infantil.	
A	linguagem	utilizada	é	simples	e	tem	como	diferencial	o	uso	de	personagens	animais	com	
características	humanas.	Durante	a	fábula,	é	feita	uma	analogia	entre	a	realidade	humana	
e	a	situação	vivida	pelas	personagens,	com	o	objetivo	de	ensinar	algo	ou	provar	alguma	
verdade	estabelecida	–	lição	moral.	Ex.:	conversa	entre	o	lobo	e	o	cordeiro.	O	apólogo é um 
gênero	alegórico	que	ilustra	um	ensinamento	de	vida	por	meio	de	situações	semelhantes	
às	reais,	envolvendo	especialmente	objetos,	seres	inanimados	ou	irracionais,	que	também	
assumem	ações	humanas.	Ex.:	conversa	entre	a	linha	e	a	agulha.	A	parábola é uma nar-
ração	alegórica	que	se	utiliza	de	situações,	pessoas	ou	coisas	para	comparar	a	ficção	com	
a	realidade	e,	por	meio	dessa	comparação,	transmitir	uma	lição	de	sabedoria.	A	parábola	
transmite	uma	lição	ética	por	meio	de	uma	prosa	metafórica,	de	uma	linguagem	simbólica.	
Ex.:	parábola	do	semeador.
REDAÇÃO OFICIAL 
(FERNANDO MOURA)
46. O	texto “Apurado, com impressionante agilidade e precisão, naquela tarde de 2019, o re-
sultado da consulta à população acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria 
da população daquele distante estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição 
da alteração realizada pela Lei nº 11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e indignada, 
com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre demons-
trou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas a menos que em 
Greenwich” está	redigido	em	obediência	ao	princípio	da	concisão.
Errado.
É	exemplo	de	texto	prolixo:
Apurado, com impressionante agilidade e precisão, naquela tarde de 2009, o resultado da 
consulta à população acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria da população 
daquele distante estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da alteração rea-
lizada pela Lei nº 11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e indignada, com a nova hora 
legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre demonstrou que a ela seria 
melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas a menos que em Greenwich.
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Nesse	 fragmento,	há	detalhamentos	desnecessários,	abusou-se	de	adjetivos	 (impressio-
nante,	esmagadora,	ampla,	 inconformada,	 indignada),	o	que	lhe	confere	carga	afetiva	in-
justificável,	sobretudo	em	texto	oficial,	que	deve	primar	pela	impessoalidade.	Eliminados	os	
excessos,	o	período	ganha	concisão,	harmonia	e	unidade.
47. O	princípio	da	impessoalidade	remete	à	obrigatoriedade	de	que	a	Administração	Pública	
não	privilegie	ou	prejudique	ninguém	e	de	que	seu	norte	seja	sempre	o	interesse	público	
e,	portanto,	em	documentos	oficiais,	não	cabe	qualquer	tom	particular	ou	pessoal.
Certo.
A	Impessoalidade	remete	à	obrigatoriedade	de	que	a	Administração	Pública	não	privilegie	
ou	prejudique	ninguém	e	de	que	seu	norte	seja	sempre	o	interesse	público.	Assim,	a	comu-
nicação	é	sempre	feita	em	nome	do	serviço	público.	Não	cabe	qualquer	tom	particular	ou	
pessoal.	Não	há	lugar,	na	redação	oficial,	para	impressões	pessoais,	como	as	que	constam	
de	uma	carta	a	um	amigo,	ou	de	um	artigo	assinado	de	jornal,	ou	de	um	texto	literário,	e	para	
interferência	da	individualidade	ou	pessoalidade	de	quem	a	elabora.
48. No	texto	oficial,	deve-se	observar	o	uso	dos	pronomes	de	tratamento	em	três	momentos	
distintos:	no	endereçamento,	no	vocativo	e	no	corpo	do	texto.
Certo.
No	texto	oficial,	deve-se	observar	o	uso	dos	pronomes	de	tratamento	em	três	momentos	
distintos:	no	endereçamento,	no	vocativo	e	no	corpo	do	texto.	Vejamos.
a.	No	vocativo	enunciativo,	o	autor	dirige-se	ao	destinatário	no	início	do	documento.
b.	No	corpo	do	texto,	podem-se	empregar	os	pronomes	de	tratamento	em	sua	forma	abre-
viada	ou	por	extenso.
c.	O	endereçamento	é	o	texto	utilizado	no	envelope	que	contém	a	correspondência	oficial.
49. O	registro	“Vossa	Senhoria	designareis vosso substituto” atende ao uso do padrão culto 
na	redação	de	textos	oficiais.
Errado.
A	concordância	será	feita	com	a	terceira	pessoa	e	respeitará	o	gênero	do	interlocutor.
Vossa	 Senhoria	 designará seu	 substituto.	 (Errado:	 “Vossa	 Senhoria	 designareis	 vosso	
substituto.”)
Vossas	Excelências	participarão	dos	debates.	 (Errado:	 “Vossas	Excelências	participareis	
dos	debates.”)
Vossa	Excelência	está	indignado	(interlocutor	masculino).
Vossa	Excelência	está	indignada	(interlocutor	feminino).
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50. Na	 identificação	 do	 signatário	 (quem	assina	 o	 documento),	 depois	 do	 nome	do	 cargo,	
podem-se	utilizar	os	termos	interino e substituto,	antecedidos	de	hífen.
Errado.
Na	identificação	do	signatário	(quem	assina	o	documento),	depois	do	nome	do	cargo,	po-
dem-se	utilizar	os	 termos	 interino e substituto.	 Interino	é	aquele	nomeado	para	ocupar	
transitoriamente	cargo	público	durante	a	vacância;	substituto	é	aquele	designado	para	exer-
cer	as	atribuições	de	cargo	público	vago	ou	no	caso	de	afastamento	e	impedimentos	legais	
ou	regulamentares	do	titular.	Entendeu?	Devem-se	utilizar	esses	termos	depois	do	nome	do	
cargo,	sem hífen,	sem	vírgula	e	em	minúsculo.	Exemplo:	Diretor-Geral	interino
51. Na	identificação	do	signatário	de	um	ofício,	por	exemplo,	o	cargo	ocupado	por	pessoa	do	
sexo	feminino	pode	ou	não	ser	flexionado	no	gênero	feminino.
Errado.
Na	 identificação	 do	 signatário,	 o	 cargo	 ocupado	por	 pessoa	do	 sexo	 feminino	deve ser 
flexionado no gênero feminino:	Ministra	de	Estado,	Secretária-Geral	interina,	Técnica	Ad-
ministrativa.
52. Em	obediência	às	regras	estabelecidas	pelo	Acordo	Ortográfico	da	Língua	Portuguesa,	
registram-se	 com	 hífen	 os	 cargos	 formados	 pelo	 adjetivo	 “geral”:	 subprocurador-geral,	
diretor-geral,	relator-geral,	ouvidor-geral.
Certo.
Em	obediência	às	regras	estabelecidas	pelo	Acordo	Ortográfico	da	Língua	Portuguesa,	re-
gistram-se	com	hífen	os	cargos	formados	pelo	adjetivo	“geral”:	subprocurador-geral,	diretor-
-geral,	relator-geral,	ouvidor-geral.
53. Nos	documentos	oficiais,	o	vocativo	constitui	uma	invocação	ao	destinatário	e	será	sem-
pre	seguido	de	vírgula	ou	dois-pontos.
Certo.
O	vocativo	constitui	uma	invocação	ao	destinatário.	Nos	textos	oficiais,	será	sempre	seguido	
de	vírgula	(embora,	historicamente,	também	se	admita	o	uso	de	dois-pontos).
54. Diversas	autoridades	tratadas	por	Vossa	Excelência,	receberão,	no	vocativo,	as	formas	
“Senhor”	ou	 “Senhora”	 seguidas	do	cargo	 respectivo:	Senhora	Senadora,	Senhor	 Juiz,	
Senhora	Ministra.
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Certo.
Diversas	autoridades	tratadas	por	Vossa	Excelência,	receberão,	no	vocativo,	as	formas	“Se-
nhor”	ou	“Senhora”	seguidas	do	cargo	respectivo.	Exemplos:	Senhora	Senadora,	Senhor	
Juiz,	Senhora	Ministra.
55. Em	 comunicação	 com	 particular,	 pode-se	 utilizar,	 no	 vocativo,“Ilustríssimo	 Senhor”	 ou	
“Ilustríssima	Senhora”	e	a	 forma	utilizada	pela	 instituição	para	referir-se	ao	 interlocutor:	
beneficiário,	usuário,	contribuinte,	eleitor	e	outras:Ilustríssima	Senhora	Beneficiária,	Ilus-
tríssimo	Senhor	Eleitor.
Errado.
As	formas	“Ilustríssimo”,	“Digníssimo”	e	“Muito	Digníssimo”	foram	abolidas.	Em	comunica-
ção	com	particular,	pode-se	utilizar,	no	vocativo,“Senhor”	ou	“Senhora”	e	a	forma	utilizada	
pela	 instituição	para	 referir-se	ao	 interlocutor:	beneficiário,	usuário,	 contribuinte,	eleitor	e	
outras.	Exemplos:
Senhora	Beneficiária,
Senhor	Contribuinte,
Senhor	Eleitor,
56. O	registro	“Solicito	à	Vossa	Excelência	o	registro	de	vossos	assessores”	respeita	as	nor-
mas	exigidas	em	textos	oficiais.
Errado.
Não	se	usa	acento	grave	antes	das	formas	de	tratamento	iniciadas	por	“Vossa”	ou	“Sua”.	
O	registro	“Solicito	a	Vossa	Excelência	o	registro	de	vossos	assessores”respeita	(sem	o	
acento	grave)	as	normas	exigidas	em	textos	oficiais.
57. Segundo	o	MRPR,	os	dados	do	órgão,	 tais	como	endereço,	 telefone,	endereço	de	cor-
respondência	eletrônica,	sítio	eletrônico	oficial	da	 instituição,	podem	ser	 informados	no	
rodapé	do	documento,	centralizados.
Certo.
Segundo	o	MRPR,	os	dados	do	órgão,	tais	como	endereço,	telefone,	endereço	de	corres-
pondência	eletrônica,	sítio	eletrônico	oficial	da	instituição,	podem	ser	informados	no	rodapé	
do	documento,	centralizados.
58. Na	grafia	de	datas	em	um	documento,	o	dia	do	mês	deve	ser	registrado	em	numeração	
ordinal	se	for	o	primeiro	dia	do	mês	e	em	numeração	cardinal	para	os	demais	dias	do	mês	
(não	se	deve	utilizar	zero	à	esquerda	do	número	que	indica	o	dia	do	mês).
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1º SIMULADO
Certo.
Na	grafia	de	datas	em	um	documento,	o	conteúdo	deve	constar	da	seguinte	forma:
a.	composição:	local	e	data	do	documento;
b.	informação	de	local:	nome	da	cidade	onde	foi	expedido	o	documento,	seguido	de	vírgula	
(não	se	deve	utilizar	a	sigla	da	unidade	da	federação	depois	do	nome	da	cidade);
c.	dia	do	mês:	em	numeração	ordinal	se	for	o	primeiro	dia	do	mês	e	em	numeração	cardinal	
para	os	demais	dias	do	mês	(não	se	deve	utilizar	zero	à	esquerda	do	número	que	indica	o	
dia	do	mês).
59. No	assunto	ou	ementa	do	ofício,	deve-se	dar	uma	ideia	geral	do	que	trata	o	documento,	
de	forma	sucinta.
Certo.
O	assunto	ou	ementa	deve	dar	uma	ideia	geral	do	que	trata	o	documento,	de	forma	sucinta.
60. O	MRPR	estabelece	o	emprego	de	somente	três	fechos	diferentes	para	todas	as	modali-
dades	de	comunicação	oficial:	“Atenciosamente”,	“Respeitosamente”	e	“Cordialmente”.
Errado.
O	MRPR	estabelece	o	emprego	de	somente	dois	fechos	diferentes	para	todas	as	modalida-
des	de	comunicação	oficial:
a.	para	 autoridades	 de	 hierarquia	 superior	 a	 do	 remetente,	 inclusive	 o	 Presidente	 da	
República:
Respeitosamente,
b.	para	 autoridades	 de	mesma	 hierarquia,	 de	 hierarquia	 inferior	 ou	 demais	 casos:	Aten-
ciosamente,

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