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Funções e Regulação Renal

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FUNÇÃO 
RENAL
Profa. Dra. Enny Fernandes Silva
Funções do Rim
• Balanço hídrico e salino
• Excreção de compostos nitrogenados
• Regulação ácido-base
• Metabolismo ósseo
• Atividade eritropoiética
• Controle da pressão 
arterial
sistema excretor
• conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem e 
excretam a urina (principal líquido de excreção do 
organismo). 
• Os rins estão protegidos pelas últimas costelas e 
também por uma camada de gordura. Possuem uma 
cápsula fibrosa, que protege o córtex - mais externo, e 
a medula - mais interna.
• Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e 
dá forma ao órgão, e por milhares ou milhões de 
unidades filtradoras, os néfrons, localizados na região 
renal.
Rim
néfrons
• unidade morfofisiológica dos rins
• O néfron é uma longa estrutura tubular 
microscópica que possui, em uma das 
extremidades, uma expansão em forma de taça, 
denominada cápsula de Bowman, que se 
conecta com o túbulo contorcido proximal, 
que continua pela alça de Henle e pelo túbulo 
contorcido distal; este desemboca em um tubo 
coletor. 
• São responsáveis pela filtração do sangue e 
remoção das excreções.
Outras funções do rim
• relação com o sistema endócrino: 
• produção do hormônio eritropoetina induz a produção 
de hemácias na medula óssea. 
• O paratormônio estimula a produção de 1,25-di-OH-
colecalciferol e a reabsorção tubular de fosfato e 
excreção de cálcio. 
• ação da angiotensina II a partir da diminuição da 
filtração renal é importante fator de regulação do 
equilíbrio hidro-eletrolítico. 
• É comum em pacientes com insuficiência renal crônica a 
presença de anemia, hipercalcemia e hipertensão. 
• Em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de 
fluido do plasma; porém são formados apenas 1 
a 2 litros de urina por dia, o que significa que 
aproximadamente 99% do filtrado glomerular é
reabsorvido.
• Havendo necessidade de reter água no interior 
do corpo, a urina fica mais concentrada, em 
função da maior reabsorção de água; 
• Havendo excesso de água no corpo, a urina 
fica menos concentrada, em função da menor 
reabsorção de água.
Regulação da função renal
• HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH): principal 
agente fisiológico regulador do equilíbrio hídrico, 
produzido no hipotálamo e armazenado na 
hipófise.
• ALDOSTERONA: produzida nas glândulas 
supra-renais, aumenta a absorção ativa de 
sódio e a secreção ativa de potássio nos túbulos 
distal e coletor.
Certas substâncias, como é o caso do álcool,
inibem a secreção de ADH, aumentando a 
produção de urina.
Como funcionam os rins
Sangue arterial conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo (70 a 80 mmHg) 
� filtração � parte do plasma (sem proteínas e sem células) passa para a cápsula de 
Bowmann (filtrado glomerular) � reabsorção ativa de Na+, K+, glicose, aminoácidos e 
passiva de Cl- e água ao longo dos túbulos do néfron, como esquematizado abaixo.
líquido tubular hipotônico à reabsorção de água por osmose no túbulo contorcido 
distal
�
porção ascendente da alça de Henle impermeável à água e adaptada ao transporte 
ativo de sais à remoção ativa de sódio
�
absorção de água por osmose para os capilares na porção descendente da alça de 
Henle
�
líquido tubular torna-se hipotônico em relação ao plasma dos capilares
�
Túbulo contorcido proximal (células adaptadas ao transporte ativo) à reabsorção ativa 
de sódio / remoção passiva de cloro
PERFIL RENAL
• Básico:
• Hemograma 
• Uremia 
• Creatininemia
• Uricemia 
• Urina completa
Avaliação da função renal
• Uma boa maneira para avaliar a função 
renal é através da estimativa da filtração 
glomerular (FG) pela medida da 
depuração de creatinina.
• Tx Filtração Glomerular: pode ser feita com 
diferentes substratos
Patologias mais comuns
• Insuficiência renal crônica e aguda
• Cálculos renais
Insuficiência renal aguda
• Insuficiência Renal Aguda (IRA) é a 
perda rápida de função renal devido a 
dano aos rins, resultando em retenção de 
produtos de degradação nitrogenados 
(uréia e creatinina) e não-nitrogenados, 
que são normalmente excretados pelo rim. 
Insuficiência renal aguda
• Dependendo da severidade e da duração da disfunção 
renal, este acúmulo é acompanhado por distúrbios 
metabólicos, tais como
• acidose metabólica (acidificação do sangue) e 
• hipercalemia (níveis elevados de potássio), 
• mudanças no balanço hídrico corpóreo e efeitos em 
outros órgãos e sistemas. 
• Pode ser caracterizada por oligúria ou por anúria
(diminuição ou parada de produção de urina), embora a 
IRA não-oligúrica possa ocorrer. 
• É uma doença grave e tratada como uma emergência 
médica.
Causas da IRA: pré-renal, renal
and pós-renal:
• Pré-renal (causas relacionadas ao suprimento ou fluxo 
sanguíneo): 
– hipotensão (fluxo sanguíneo diminuído), habitualmente por 
choque ou desidratação e perda de líquido, ataque 
cardíaco; 
– problemas vasculares, tais como doença ateroembólica e 
trombose da veia renal (que em parte pode ser secundária 
à perda de fatores de coagulação devido à disfunção 
renal); 
Causas da IRA: pré-renal, renal
and pós-renal:
Renal (dano ao rim propriamente dito): 
– infecção; 
– toxinas ou medicamentos (por exemplo, alguns 
antiinflamatórios não-esteroidais (AINHs), antibióticos 
aminoglicosídeos, anfotericina B, contrastes iodados, 
lítio); 
– rabdomiólise (destruição de tecido muscular) - a 
conseqüente liberação de mioglobina no sangue 
afeta o rim; pode ser causada por injúria
(especialmente injúria por esmagamento e trauma 
fechado extenso), estatinas, MDMA (ecstasy) e 
algumas outras drogas; 
Causas da IRA: pré-renal, renal
and pós-renal:
Renal (dano ao rim propriamente dito): 
– hemólise (destruição de glóbulos vermelhos) – a 
hemoglobina danifica os túbulos; pode ser causada 
por várias condições, tais como sickle-cell disease e 
lupus eritematoso
– mieloma múltiplo, quer por hipercalcemia ou por 
"nefropatia de deposição" (mieloma múltiplo também 
pode determinar insuficiência renal crônica, por outro 
mecanismo); 
– hiperparatireoidismo primário em razão da 
hipercalcemia; 
Causas da IRA: pré-renal, renal
and pós-renal:
• Pós-renal (causas no trato urinário): 
– retenção urinária (como um efeito colateral de 
medicamentos ou devido à hipertrofia 
prostática benigna, cálculos renais); 
– pielonefrite; 
– obstrução devido a neoplasias abdominais 
(câncer ovariano, câncer colo-retal). 
Diagnóstico
• creatinina e de nitrogênio uréico sanguíneo estão 
marcadamente elevados especialmente quando 
oligúria estiver presente. 
• Os exames de sangue geralmente incluem provas de 
função hepática, eletrólitos, cálcio, magnésio, 
desidrogenase láctica (DHL), creatinoquinase (CK ou 
CPK), estudos de coagulação e um perfil imunológico 
básico. Uma radiografia de tórax (RX de Tórax) é
geralmente solicitada e um estudo ultrassonográfico
do trato urinário é essencial, para se afastar causa 
obstrutiva.
Critérios de consenso para o diagnóstico de 
IRA são:
• Risco: creatinina sérica aumentada uma vez e meia o valor 
prévio ou a produção de débito urinário, em seis horas, de 
menos de 0.5 ml/kg de peso corpóreo; 
• Injúria: creatinina sérica aumentada duas vezes o valor prévio 
ou a produção de débito urinário, em doze horas, de menos de 
0.5 ml/kg de peso corpóreo; 
• Falência: creatinina sérica aumentada três vezes ou débito 
urinário abaixo de 0.3 ml/kg, em vinte e quatro horas; 
• Perda: IRA persistente ou mais de quatro semanas de perda 
completa da função renal; 
• Insuficiência Renal estágio terminal: doença renal em estágio 
final, com mais de três meses (tratada como doença renal 
crônica).• Biópsia renal não é tipicamente realizada em insuficiência renal 
aguda, a menos que a causa permaneça obscura após extensa 
investigação ou quando há várias possibilidades diagnósticas, 
onde as propostas terapêuticas seriam diferentes
Tratamento
• IRA é usualmente reversível.
• monitorização do balanço hídrico (ingesta e 
eliminação), o mais estritamente possível; 
• inserção de um cateter urinário é útil para a 
monitorização do débito urinário, 
• administrar fluidos intravenosos é tipicamente o 
primeiro passo para melhorar a função renal. 
• se a causa é obstrução do trato urinário, 
procedimentos cirúrgicos de alívio da obstrução 
(com uma nefrostomia ou cateter supra-púbico) 
podem ser necessários. 
Tratamento
• Acidose metabólica e hipercalemia, duas das principais 
complicações da insuficiência renal, podem requerer 
tratamento medicamentoso, com a administração de 
bicarbonato de sódio e medidas anti-hipercalêmicas, 
respectivamente.
• Dopamina ou outros inotrópicos podem ser empregados para 
melhorar o débito cardíaco e a perfusão renal, e diuréticos (em 
particular furosemida) podem ser administrados. 
• Falta de resposta com ressuscitação hídrica, hipercalemia 
resistente à terapia, acidose metabólica ou sobrecarga hídrica 
podem necessitar de terapia suportiva artificial na forma de 
diálise ou hemofiltração. Dependendo da causa, uma parcela 
de pacientes não mais recuperará plena função renal e 
requererá diálise permanente ou transplante renal.
Insuficiência renal crônica
• Insuficiência renal crônica é a síndrome 
metabólica decorrente da perda 
progressiva, irreversível e geralmente 
lenta da função dos rins (glomerular, 
tubular e endócrina).
Progressão
• Uma característica importante da IRC é o seu caráter progressivo, 
levando a piora da função até mesmo na ausência da causa inicial 
que determinou a lesão renal. 
• Com a lesão inicial ocorre perda de néfrons e os néfrons 
remanescentes tornam-se hipertróficos e hiperfiltrantes a fim de 
manter a homeostase do organismo. 
• Essas alterações levam à produção de citocinas, fatores de 
crescimento e hormônios, que seriam responsáveis pelo processo 
de proliferação celular, recrutamento de células inflamatórias, 
proliferação de colágeno e fibrose. 
• A produção contínua de fibrose glomerular e intersticial acaba por 
determinar perda progressiva dos néfrons e da filtração glomerular.
Progressão
• Os néfrons remanescentes aumentam a excreção fracional de 
muitos solutos, mantendo constante o balanço de sódio, potássio e 
água até fases avançadas de IRC. 
• O tempo que a lesão renal leva para evoluir até IRC terminal é
bastante variável, dependendo da etiologia da lesão renal, aspectos 
raciais, imunitários, estado hipertensivo, sobrecarga protéica, etc

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