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Relatorio SP1 Pediatria

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1 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS – UNIFIMES 
CURSO DE MEDICINA 
TUTORIA 3 ETAPA 
UNIDADE 1 
Nota: 9,0 
 
 
ANA JÚLIA CARVALHO 
BENEDITO VICENTE DA SILVA FILHO 
CLARA BORGES OLIVEIRA GUIMARÃES 
DAVI ALVES VIEIRA 
DANIELA ALVES MESSAC 
GIOVANA FIGUEIREDO MACIEL 
IZADORA OLIVEIRA FRANCO 
JULLY FARIA MONTEIRO 
RAFAELA TEIXEIRA DA SILVA 
SHARA RIBEIRO NASCIMENTO 
VITÓRIA PACHECO MENDES 
 
SP1-Unidade 1: “Ansiedade Natural” 
 
TUTORIA-GO 
29/02/2020 
2 
 
Relatório referente à disciplina de Tutoria, como requisito parcial para obtenção 
de nota e aquisição de conhecimento, sob orientação do professor Sarah Borja 
1. RESPOSTAS E DISCUSSÕES: 
Primeiramente, iremos abordar a importância da triagem neonatal. Todos os 
serviços de saúde devem implantar a triagem neonatal universal, uma vez que essa tem 
como objetivo principal identificar possíveis distúrbios ou doenças que podem 
acometer recém-nascidos ou lactentes em tempo oportuno, visando a intervenção 
adequada, tratamento e acompanhamento contínuo, conforme estabelecido nas linhas 
de cuidado, para, assim reduzir a morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida 
(MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 
9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
A triagem neonatal é realizada em quatro modalidades, biológica, auditiva, ocular 
e de cardiopatias congênitas críticas, além da avaliação do frênulo lingual: 
 Triagem Neonatal Biológica (TNB) – Teste do pezinho: realizada por meio da 
coleta de sangue feita a partir de uma pequena punção no calcanhar do bebê. 
Consiste na detecção em recém-nascidos, em tempo adequado (3° ao 5° dia 
de vida) de distúrbios congênitos e hereditários: fenilcetonúria, 
hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, 
fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase 
(BRASIL, 2001b, 2002, 2013h). 
 Triagem Neonatal Auditiva (TNA) – Teste da orelhinha: realizada por meio 
de medidas fisiológicas e eletrofisiológicas da audição: Emissões 
Otoacústicas Evocadas (EOA) e Potencial Evocado Auditivo do Tronco 
Encefálico (Peate) em recém-nascidos e lactentes, visando identificar 
deficiências auditivas. Deve ser realizada na maternidade, antes da alta 
hospitalar (entre 24 e 48 horas de vida), se necessário, complementada ainda 
no primeiro mês de vida (BRASIL, 2012c). 
 Triagem Neonatal Ocular (TNO) – Teste do olhinho: realizada por meio de 
exame de inspeção e teste do reflexo vermelho da retina, devendo fazer parte 
do primeiro exame físico do RN, na maternidade e depois repetido na Atenção 
Básica. Consiste na identificação, em tempo oportuno, de agravos que levam 
à opacificação do cristalino, com diagnóstico presuntivo de retinoblastoma, à 
3 
 
catarata congênita e outros transtornos oculares congênitos e hereditários 
(BRASIL, 2013j). 
 Triagem Neonatal de Cardiopatias Congênitas Críticas, por oximetria de pulso 
(Teste do Coraçãozinho): realizada de forma universal, nos recém-nascidos, 
entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar, visando à detecção 
oportuna de malformações cardíacas graves (BRASIL, 2014a). 
A TNB ou “Teste do pezinho” é um exame gratuito, realizado em qualquer unidade 
de saúde. Após a coleta da amostra de sangue da criança, esta é enviada a um 
laboratório para ser analisada e o resultado volta para a unidade em que foi realizada 
a coleta (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e 
Neonatal. 9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
Seguindo para o próximo objetivo, será caracterizado o recém-nascido de termo 
quanto ao peso, comprimento e idade gestacional. O termo “peso ao nascer” é definido 
como a primeira medida de peso do feto ou recém-nascido obtida após o nascimento, 
podendo esse variar em: 
 Baixo peso ao nascer: menos de 2.500g (até 2.499g) 
 Muito baixo peso ao nascer: menos de 1.500g (até 1.499g) 
 Peso extremamente baixo ao nascer: menos de 1.000g (até 999g) 
 Sobrepeso: superior a 4.000g 
Para nascidos vivos, o peso ao nascer deve preferencialmente ser medido durante 
a primeira hora de vida antes que ocorra perda de peso pós-natal significativa 
(MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 
9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
Quanto ao melhor comprimento para o recém-nascido, é considerado adequado se 
apresentar em média 46,5cm, podendo apresentar no mínimo 41,2cm e no máximo 
50,5cm. Além disso, é relevante também medir o perímetro cefálico, sendo esse 
considerado adequado se apresentar em média 34cm, com o mínimo de 30,5cm e o 
máximo de 37cm (OLIVEIRA, H. Lúcio. et al. Alterações Morfológicas Placentárias 
de Recém-Nascidos Pequenos para a Idade Gestacional. Scielo, 2002). 
4 
 
No caso apresentado, podemos constatar que a filha de Júlia se encontra com 
comprimento adequado, mas seu peso se encontra baixo ao nascer. Enquanto isso, o 
filho de Débora, se encontra tanto com o comprimento quanto com o peso adequado. 
A idade gestacional pode ser definida como a duração da gestação que é medida a 
partir do primeiro dia do último período menstrual normal, podendo ser expressa em 
dias ou semanas completas. Para propósitos de cálculos da duração gestacional entre 
a data do primeiro dia do último período menstrual normal e a data do parto, deve-se 
ter em mente que o primeiro dia é dia 0 e não dia 1; os dias 0 a 6 correspondem então 
à “semana 0 completa”, os dias 7 a 13 à “semana completa 1” e a 40° semana de 
gravidez atual é sinônimo de “semana completa 39” (MARCONDES, Eduardo. et al. 
Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: Editora 
Sarvier, 2003). 
Battaglia e Lubchenco, em 1967, definiram como pequeno para a idade gestacional 
(PIG) quando o peso do recém-nascido é inferior ao percentil 10, sendo adequado para 
a idade gestacional (AIG) aqueles com peso entre o percentil 10 e 90, e, por último, 
grande para idade gestacional (GIG) quando acima do percentil 90 (MARCONDES, 
Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: 
Editora Sarvier, 2003). 
Partindo para o próximo objetivo definiremos os termos recém-nascido e neonato. 
Recém-nascido é todo individuo de nascimento até os 28 dias de vida, podendo esse 
ser classificado como: 
 Pré-termo: menos de 37 semanas completas (menos de 259 dias) de gestação. 
 Termo: de 37 semanas a menos de 42 semanas completas (259 a 293 dias) de 
gestação. 
 Pós-termo: de 42 semanas completas ou mais (294 dias ou mais) de gestação. 
O neonato é também definido como todo individuo com nascimento até os 28 dias 
completos depois do nascimento. Porém, podem ser encontrados outros termos 
relacionados ao neonato, que são as mortes neonatais (mortes entre nascidos vivos 
durante os primeiros 28 dias completos de vida), essas podem ser subdivididas em 
mortes neonatais precoces, que ocorrem durante os primeiros 7 dias de vida, e mortes 
neonatais tardias, que ocorrem após o sétimo dia, mas antes de 28 dias completos de 
5 
 
vida (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e 
Neonatal. 9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
Outra definição importante é a de período perinatal, que começa em 22 semanas 
completas (154 dias) de gestação (época em que o peso de nascimento é normalmente 
de 500g) e termina com 7 dias completos após o nascimento; juntamente com a de 
lactente que começa em 29 semanas completas (203 dias) de gestação e termina com 
2 anos (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e 
Neonatal. 9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
Correlacionando com o caso estudado, tanto o bebê de Júlia, quando o de Débora 
podem ser considerados recém-nascidos de termo, uma vez que nasceram entre 37 e 
42 semanas. 
Abordando o próximo objetivo, será descrito o metabolismo da bilirrubinacitando 
as causas da icterícia própria do recém-nascido, exames diagnósticos e formas de 
tratamento. A bilirrubina é um pigmento amarelo-alaranjado de fórmula C33-H36-N4-
O6, possuindo quatro núcleos pirrólicos e cuja molécula é apresentada em forma 
linear. A bilirrubina é produto da degradação principalmente da hemoglobina liberada 
dos eritrócitos que atingem o termo de sua vida. Esses eritrócitos são apreendidos pelas 
células do sistema retículo-endotelial, principalmente no fígado, baço e medula óssea 
onde ocorrera a fagocitação. Com isso, os eritrócitos serão fracionados em 2 
moléculas: a globina, que será transformada em aminoácidos que futuramente serão 
reutilizados nas sínteses de novas proteínas, e na heme, que se ligara a hemoxigenase 
resultando na biliverdina, essa sofrera ação da biliverdina redutase originando a 
bilirrubina. Essa bilirrubina é lipossolúvel, desconjugada e é denominada “bilirrubina 
indireta” ou livre, que será liberada para a corrente sanguínea. Para ser transportada na 
corrente sanguínea, essa molécula se ligara principalmente à albumina formando o 
complexo bilirrubina-albumina (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: 
Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
A bilirrubina é levada ao fígado e aí captada através da membrana do hepatócito, 
por um mecanismo considerado passivo. O complexo bilirrubina-albumina dissocia-
se ao nível da membrana do hepatócito, na qual a bilirrubina entra, e, no citoplasma 
hepático liga-se às proteínas Y e Z (ligandinas), que transportarão a bilirrubina até o 
retículo endoplasmático. Nele a bilirrubina combina-se com o açúcar (ácido 
6 
 
uridinodifosfoglicurônico ou UDPG). Essa esterificação com o ácido glicurônico pode 
resultar em duas formas de bilirrubina, podendo ser tanto monoglicuronide (se houver 
conjugação com apenas um ácido glicurônico) ou diglicuronide (se houver conjugação 
com dois ácidos glicurônicos). A reação de conjugação é realizada na presença da 
enzima glicuroniltransferase (UDPG-T), podendo ser encontradas quatro tipos dessa 
enzima no fígado que catalisam não só a bilirrubina, mas também outros compostos 
como cloranfenicol e esteroides. A bilirrubina mono ou diglicuronide é hidrossolúvel, 
denominada “bilirrubina direta” pela reação de van den Bergh (MARCONDES, 
Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: 
Editora Sarvier, 2003). 
Após conjugação, a bilirrubina vai rapidamente para os canalículos biliares 
atravessando a membrana hepatocítica por mecanismo ativo, contra o gradiente de 
concentração. Com a bile, a bilirrubina direta chega ao intestino delgado onde, no 
adulto e na criança maior, será reduzida à estercobilina pela presença de bactérias da 
flora local e uma pequena quantidade será hidrolisada para bilirrubina indireta e 
reabsorvida pela circulação enteropática. A fração reduzida a estercobilina também 
pode ser reabsorvida, mas será eliminada como urobilina pelos rins (MARCONDES, 
Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: 
Editora Sarvier, 2003). 
A icterícia constitui-se em um dos problemas mais frequentes do período neonatal 
e corresponde à expressão clínica da hiperbilirrubinemia, que é definida como a 
concentração sérica de bilirrubina indireta (BI) maior que 1,3 a 1,5 mg/dl ou de 
bilirrubina direta (BD) superior a 1,5 mg/dl, desde que esta represente mais do que 
10% do valor de bilirrubina total (BT). A icterícia fisiológica ou hiperbilirrubinemia 
indireta inicia-se após as primeiras 24 horas de vida, aumenta em distribuição corpórea 
e em intensidade, faz pico nos recém-nascidos de termo entre o terceiro e o quinto dia 
e desaparece até o décimo dia de vida; nos recém-nascidos pré-termo, o pico é entre o 
quinto e o sétimo dia de vida, o desaparecimento da icterícia ocorre até o décimo quarto 
dia de vida (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral 
e Neonatal. 9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
Os níveis séricos de bilirrubina relacionam-se com a intensidade da coloração 
amarelada na pele. A icterícia torna-se visível a partir de níveis séricos de bilirrubina 
ao redor de 5 a 6mg/dl. No recém-nascido, a intensidade da icterícia deve ser verificada 
7 
 
e é subdividida em leve, moderada e acentuada. Além da intensidade, os níveis séricos 
de bilirrubina relacionam-se com a progressão craniocaudal da icterícia, isto é, ela se 
inicia na face (zona 1), quando os níveis séricos de bilirrubina se encontram pouco 
elevados. Progride para o tórax até o umbigo (zona 2), para o abdome (zona 3), depois 
para os membros, excetuando os pés e mãos (zona 4) e, finalmente, até a palma das 
mãos e planta dos pés (zona 5), quando os níveis séricos de bilirrubina já se encontram 
bastante elevados, segundo a classificação proposta por Kramer (MARCONDES, 
Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: 
Editora Sarvier, 2003). 
Icterícia precoce pode ser considerada como aquela que se torna visível nas 
primeiras 24 horas de vida; após esse período, pode-se considerar icterícia tardia. A 
icterícia prolongada é aquela que persiste após o período aceito como “fisiológico”, 
isto é, 7 a 10 dias no recém-nascido de termo e cerca de duas semanas no pré-termo 
(MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 
9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
Uma das causas mais comuns da icterícia fisiológica é o aumento da produção da 
bilirrubina, as hemácias nos bebes tem uma meia vida mais curta, passando assim 
menos tempo na circulação e sendo rapidamente captadas pelo sistema fagocítico 
mononuclear no baço, o que levara a uma maior destruição de hemácias e aumentando 
o número de grupos heme. Isso resultara em um aumento da bilirrubina indireta. Nos 
recém-nascidos o fígado ainda é imaturo, não conseguindo conjugar a alta demanda 
de bilirrubina indireta. Com isso, essa bilirrubina lipossolúvel não consegue ser 
eliminada pelos rins, levando ao seu acúmulo no organismo (MARCONDES, 
Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: 
Editora Sarvier, 2003). 
Outra causa para a icterícia fisiológica é a circulação enteropática, a ausência da 
flora bacteriana e o aumento da beta-glicuronidase no intestino criam condições para 
o aumento da reabsorção de bilirrubina desconjugada para a corrente sanguínea. 
Recentes estudos sugerem que a circulação enteropática da bilirrubina é um 
significante contribuinte para a icterícia fisiológica e processo que retardam a 
eliminação de mecônio intensificam e prolongam essa icterícia (MARCONDES, 
Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: 
Editora Sarvier, 2003). 
8 
 
O aparecimento de icterícia nas primeiras 24-36 horas de vida alerta para a 
presença de doença hemolítica por incompatibilidade sanguínea Rh (antígeno D – mãe 
negativo e RN positivo; anticorpos maternos anti-D e Coombs direto positivo; anemia 
e reticulócitos aumentados), por incompatibilidade ABO (mãe O ou RN A ou B; 
Coombs direto negativo ou positivo; esferócitos), ou por antígenos eritrocitários 
irregulares (anticorpos maternos anti-c, -e, -E, -Kell, entre outros; Coombs direto 
positivo) (DRAQUE, Maria Cecilia. Fundamentação Teórica: Icterícia Neonatal. 
UNA-SUS). 
O aleitamento materno exclusivo também é um dos principais fatores associados 
ao desenvolvimento de hiperbilirrubinemia direta ou icterícia não fisiológica, 
significante na primeira semana de vida atribuída à dificuldade na amamentação e 
pouca oferta láctea com consequente perda de peso > 7% em relação ao peso de 
nascimento, às vezes acompanhada de desidratação. Essa condição propicia o aumento 
da circulação êntero-hepática da bilirrubina e a sobrecarga de bilirrubina ao hepatócito. 
Muitas vezes,esse aumento da bilirrubina é associado à alta hospitalar antes de 48 
horas de vida e à falta do retorno ambulatorial em 1 a 2 dias após a alta hospitalar. 
Esses pacientes têm contribuído para reinternações em leitos de hospitais pediátricos, 
elevando os custos no âmbito da saúde pública. Além dessa condição, foi demonstrado 
que o leite materno age como modificador ambiental para determinados genótipos 
associados à deficiência na captação da bilirrubina ao hepatócito e na conjugação da 
bilirrubina, elevando muito o risco (22 vezes) de BT > 20 mg/dL e icterícia prolongada 
após duas semanas, denominada síndrome da icterícia pelo leite materno. Lembrar que 
a icterícia prolongada pode ser a única manifestação do hipotireoidismo congênito, 
pois o hormônio tireoidiano é um indutor da atividade da glicuronil-transferase 
(DRAQUE, Maria Cecilia. Fundamentação Teórica: Icterícia Neonatal. UNA-SUS). 
Sobre doenças decorrentes hiperbilirrubinemia, temos duas síndromes muito 
importantes que são: 
 Síndrome de Crigler-Najjar (CNS): é uma patologia hereditária do 
metabolismo da bilirrubina caracterizada por hiperbilirrubinemia não 
conjugada, causada por um défice hepático da atividade da 
glucuronosiltransferase (GT) da bilirrubina. Estão descritos dois tipos, CNS 
tipos 1 e 2 (ver estes termos). O CNS1 é caracterizado pela deficiência total 
9 
 
da enzima e não é afetado pela terapia de indução com fenobarbital, enquanto 
no CNS2 o défice enzimático é parcial e responde ao fenobarbital. 
 Síndrome de Gilbert: é uma patologia causada por um defeito em uma gene 
chamado UGT1A, responsável pela produção da enzima UDPG-T, que por 
sua vez é responsável pela transformação da bilirrubina indireta em direta. Na 
síndrome de Gilbert, esta enzima apresenta uma redução na sua atividade em 
até 80%, acarretando um acúmulo de bilirrubina indireta no sangue. Para se 
ter a síndrome de Gilbert é preciso receber uma cópia defeituosa do gene 
UGT1A tanto da mãe quanto do pai. Quem recebe uma cópia defeituosa e 
outra normal, costuma apresentar apenas uma discreta alteração das 
bilirrubinas e não desenvolve a síndrome completamente. Cerca de 30% da 
população carrega apenas um gene UGT1A defeituoso e, na maioria das 
vezes, nem sequer desconfia deste fato. 
O objetivo de solicitar exames laboratoriais é para definir se a hiperbilirrubinemia 
é de origem pré-hepática, hepática ou pós-hepática. Para iniciar a investigação é 
necessário solicitar: hemograma, bilirrubinas totais e frações, aspartato 
aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), fosfatase alcalina (FA), 
Gama-glutamil-transferase (Gama-GT), tempo de protrombina (TP). A solicitação de 
exames de imagem mostra-se importante na suspeita de doenças obstrutivas como na 
coledocolitíase, neoplasia de cabeça de pâncreas, colangiocarcinoma, neoplasia 
periampular e neoplasia de vesícula biliar (MUNHOZ, Z. Bruna. et al. Investigação de 
Icterícia). 
Existem duas formas principais para o tratamento da icterícia. A primeira é a 
fototerapia, mecanismo pelo qual a bilirrubina sofre transformações tornando-se 
hidrossolúvel e sendo eliminada do organismo sem necessidade de conjugação 
hepática. Basicamente, são dois os mecanismos de transformação da bilirrubina ao 
absorver o fóton luminoso: a isomerização e a oxidação. A segunda forma de 
tratamento é o mecanismo de troca de sangue no qual se remove parcialmente as 
hemácias hemolisadas, os anticorpos ligados ou não às hemácias e a bilirrubina 
plasmática. Estima-se que 80% dos anticorpos e 50% da bilirrubina plasmática são 
removidos durante um procedimento, sendo que a bilirrubina do espaço extravascular, 
que é praticamente de mesmo valor que a do intravascular, rapidamente se move para 
o intravascular e se equilibra pela ligação com a albumina plasmática. A 
10 
 
exsangüineotransfusão continua sendo o único tratamento capaz de reduzir 
rapidamente os níveis séricos de bilirrubina. Nos casos em que ocorre aumento da 
hemólise, sua indicação deve ser precoce, antes mesmo que se desenvolvam níveis 
elevados de bilirrubinemia, enquanto naqueles casos de icterícia acentuada, mas sem 
hiper-hemólise, em geral se aguardam determinados níveis plasmáticos e respectiva 
velocidade de elevação para eventual indicação de exsangüineotransfusão 
(MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 
9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
Avançando para o próximo objetivo, será definido o Apgar descrevendo seus 
critérios para interpretá-lo. Durante a estabilização inicial, deve-se proceder 
simultaneamente à avaliação da frequência cardíaca (especialmente bradicardia), da 
frequência e ritmos respiratórios, do tono muscular, da corda pele (palidez, cianose) e 
dos reflexos por meio do sistema de pontos descrito por Virginia Apgar, no 1º, 5º e 
10° minutos de vida, e continuar avaliando a cada 5 minutos até que o RN atinja nota 
superior a 7 (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria 
Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
Figura 1 – Tabela de Apgar: 
 
(Fonte: Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal, visualização 
29/02/2020) 
No primeiro minuto, o bebê ainda pode estar se adaptando ao novo ambiente, por 
isso o quinto minuto de vida é o mais importante nesta avaliação. Uma nota de 8 a 10, 
presente em cerca de 90% dos recém-nascidos, significa que o bebê nasceu em ótimas 
condições. Uma nota de 5 a 7 significa que o bebê teve uma dificuldade leve. De 3 a 
4, traduz uma dificuldade de grau moderado, e de 0 a 2 uma dificuldade de ordem 
grave. Nesses casos, é preciso tratamento rápido para evitar a anóxia, que é a falta de 
oxigenação (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria 
Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
11 
 
Comparando com a situação problema, podemos perceber que a filha de Julia 
apresentou uma nota boa apenas em seu 10° minuto de vida, com um total de 8 pontos. 
Seguindo para o próximo objetivo, abordaremos os princípios da perda de peso 
fisiológico no período neonatal em recém-nascido de termo. A esse respeito, 
lembremos que a "perda de peso fisiológica" deve ser respeitada, pois é provavelmente 
um marco da passagem do estado de equilíbrio hidroeletrolítico fetal para o neonatal. 
Com o nascimento, a água intracelular e o volume plasmático são aumentados, 
consequentemente haverá uma redução lenta desses fluidos a partir das primeiras horas 
após o nascimento. Além disso, a perda de peso também pode ocorrer devido o tecido 
adiposo que é utilizado pelo recém-nascido como fonte de energia (MARCONDES, 
Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: 
Editora Sarvier, 2003). 
Partindo para o próximo objetivo específico, será descrito as alterações fisiológico 
adaptativas dos sistemas respiratório e cardiovascular que ocorrem no período 
neonatal no recém-nascido de termo. No sistema respiratório, desde a fase canalicular, 
o pulmão fetal é preenchido por um fluido, de origem pulmonar, rico em potássio e 
cloro, e pobre em bicarbonato e proteínas. Esse fluido, produzido pelo epitélio, é 
responsável pela manutenção de um volume, no interior das vias aéreas potenciais, de 
aproximadamente 30 ml/kg. A presença desse volume é fundamental para o adequado 
desenvolvimento pulmonar. Periodicamente, esse fluido é eliminado para fora das vias 
aéreas, contribuindo para a composição e volume do líquido amniótico. No período 
periparto, sob ação de catecolaminas, ocorre a interrupção da produção de líquido 
pulmonar, por bloqueio da secreção de cloro pelo epitélio respiratório para o interior 
das vias aéreas. Após o nascimento, o epitélio passa a absorver, devido ao gradiente 
de pressão osmótica entre o líquido presente no espaço aéreo e o interstício pulmonar, 
parte do líquido ainda presente nas vias aéreas. Essevolume de líquido residual 
presente nas vias aéreas após o nascimento é maior no parto cesariano em comparação 
ao parto vaginal, o que predispõe à ocorrência de distúrbios respiratórios associados a 
essa via de parto. Na maioria dos nascimentos, a primeira respiração realiza-se logo 
que o recém-nascido deixa o canal do parto. Admite-se que o estímulo sensorial, 
representado pela simples exposição ao ar mais frio que o meio interno, somado a 
outros estímulos como a diferença entre a pressão e a pressão atmosférica participem 
do desencadeamento da resposta respiratória. Estímulos adicionais, como fricção dos 
12 
 
calcanhares com a palma das mãos, parecem ajudar o processo. Se os centros não estão 
em condições normais de oxigenação, essa resposta não é a adequada, sendo necessário 
a estimulação química para o início da respiração. Essa estimulação é representada 
pelo baixo pH consequente ao acúmulo de metabólitos ácidos nos centros respiratórios 
medulares, o qual, por sua vez, deve-se à hipóxia determinada por interrupção da 
circulação umbilical. Para que os centros respondam a essa diminuição do pH, é 
necessário que a oxigenação esteja em um nível mínimo, abaixo do qual eles possam 
estar deprimidos a ponto de não responder (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria 
Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
A primeira respiração deve ser suficientemente forte para vencer a adesão existente 
entre as paredes alveolares: umedecidas com conteúdo amniótico. Pressão de 15 a 
25cmH20 e necessária para esse fim, o que confere segurança ao recém-nascido, cuja 
musculatura respiratória pode exercer a pressão de 40cmH20. Para as respirações 
subsequentes, uma pressão de um terço a um quarto daquela é suficiente. A expansão 
dos pulmões é rápida, e a saturação de oxigênio pode ir desde 50% ao nascimento até 
90% após alguns minutos de vida (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: 
Tomo 2 - Pediatria Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
No sistema cardiovascular, o sangue oxigenado proveniente da placenta atinge a 
veia cava inferior através do ducto venoso, dirigindo-se ao átrio direito. Parte do 
sangue segue diretamente para o átrio esquerdo através do forame oval, no qual é 
misturado com sangue proveniente das veias pulmonares, sendo enviado para o 
ventrículo esquerdo e daí para a aorta. Devido a um regime de hipertensão pulmonar 
causado por uma intensa vasoconstrição nesse território vascular, a maior parte do 
sangue que atinge a artéria pulmonar vindo do ventrículo direito é desviada para a 
aorta através do ducto arterioso, que comunica ambas as artérias durante a vida fetal. 
Dessa forma, durante a vida fetal, a circulação pulmonar é reduzida, e a maior parte 
do organismo, exceto cabeça, coração e fígado, recebe sangue de baixo teor do 
oxigênio. Metade do débito cardíaco vai à placenta; um quinto, aos membros 
inferiores; e só um décimo, aos pulmões. Com o nascimento elimina-se a circulação 
placentária com consequente aumento da resistência vascular periférica e aumento da 
pressão arterial sistêmica. O ducto arterioso contrai-se em consequência do aumento 
da oxigenação do sangue nos pulmões, sendo essa constrição provavelmente mediada 
pela liberação de cininas. O fechamento anatômico do ducto arterioso se dá aos 2 ou 3 
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meses de vida. Da mesma forma, com o aumento da oxigenação associado ao início 
da respiração, observa-se acentuada redução na resistência vascular pulmonar, o que 
determina aumento acentuado do fluxo sanguíneo para esse órgão. Ocorre aumento do 
fluxo de sangue para o átrio esquerdo proveniente dos pulmões, levando ao 
fechamento do forame oval. A circulação do recém-nascido ajusta-se gradualmente 
nos primeiros dias de vida, sendo que pequenas variações de pressão podem 
determinar "shunts" em ambos os sentidos, pela reabertura do dueto arterioso ou do 
forame oval. Do nascimento ao segundo dia de vida, há redução do volume cardíaco 
por diminuição do volume circulatório (cessação da circulação placentária, 
fechamento do dueto). Nos recém-nascidos em que é feita transfusão de sangue 
placentário, observa-se aumento da área cardíaca, volemia e hematócrito nos primeiros 
dias (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e 
Neonatal. 9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
Abordando o próximo objetivo, avaliaremos os mecanismos de termorregulação 
do recém-nascido e as estratégias para garantir a regulação da temperatura corporal. O 
recém-nascido, principalmente se prematuro, é homeotérmico imperfeito, 
superaquecendo-se (febre) e esfriando-se com facilidade. Ao nascimento, a 
temperatura da criança é idêntica à materna, havendo a seguir queda de 1°C a 3°C. 
Logo a seguir, volta a subir, atingindo cerca de 37°C em 6 a 8 horas, se os cuidados 
forem adequados. Os centros encarregados do controle de temperatura são imperfeitos 
na primeira fase da vida, predominando o mecanismo humoral. A queda de 
temperatura desencadeia uma resposta termorregulatória mediada pelo sistema 
nervoso simpático, no qual haverá a liberação de noradrenalina nas terminações 
nervosas da gordura marrom, juntamente com a liberação do hormônio estimulante da 
tireoide. Os hormônios tireoidianos, especialmente a triiodotironina (T3), atuam em 
conjunto com a noradrenalina promovendo a oxidação de ácidos graxos livres e o 
aumento de uma proteína designada termogenina, levando a produção de calor, porém 
com grande consumo de energia. A gordura marrom pode ser encontrada no tecido 
subcutâneo da nuca, no mediastino, nas axilas e nas regiões interescapular, 
perivertebral e perirrenal. O recém-nascido deve ser recebido em campos aquecidos e 
estéreis para minimizar a perda de calor e em decúbito lateral para facilitar a drenagem 
de secreções de vias aéreas superiores. É colocado, então sob fonte de calor radiante e 
enxugado, delicadamente, no sentido craniocaudal, retirando em seguida os campos 
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úmidos, prevenindo o resfriamento do recém-nascido, o qual acarreta um consumo de 
oxigênio de três vezes o nível normal. Os recém-nascidos pré-termo (RNPT) devem 
receber uma touca colocada sobre sua cabeça para minimizar a perda de calor. Deve-
se atentar para situações nas quais pode haver perda de calor: uso de oxigênio não 
aquecido na reanimação, incubadoras de transporte não aquecidas, pesagem inicial, 
banho e exame físico (MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - 
Pediatria Geral e Neonatal. 9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003). 
Avançando para o próximo objetivo específico, abordaremos a importância do 
vínculo mãe e filho. Sempre que possível, deve-se proporcionar o contato mãe-filho 
imediato, preferencialmente pele a pele, que resulta em melhor vínculo mãe-filho, e 
contribui para o êxito do aleitamento materno. Alguns autores recomendam a 
colocação do RN no seio materno já na sala de parto. Com isso, nota-se o benefício do 
alojamento em conjunto (AC) após o parto, pois desde o início capacita a mãe a atender 
e a cuidar de seu filho, evitando apreensões dela quanto às condições do bebê. Laços 
afetivos mais fortes e duradouros estabelecem-se entre mãe e filho, resultando em 
considerável diminuição na taxa de abandono. A alimentação natural é estimulada e 
permanece por mais tempo. O recém-nascido estabelece ritmo próprio de 
amamentação mais precocemente, perde menos peso, satisfaz melhor suas 
necessidades físicas e psíquicas, chora menos, é submetido a maior vigilância por parte 
da mãe, de enfermeiras e médicos, que se entrosam melhor, e tem menos possibilidade 
de adquirir infecções cruzadas. O sistema permite ao pai e aos parentes aprendizado 
sobre cuidados ao binômio mãe-filho e reforça a unidade familiar (BRASIL, 
Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança: 
Orientações para Implementação. 1° edição. Brasília,2018). 
No dia 5 de Julho de 2000 o Ministério da Saúde lançou a Norma de Atenção 
Humanizada do Recém-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru. Esta proposta 
permitiu o maior contato pele a pele do bebê com sua mãe, visando o vínculo mãe e 
filho (BRASIL, Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde 
da Criança: Orientações para Implementação. 1° edição. Brasília, 2018). 
Por último, finalizaremos identificando programas governamentais de atenção à 
saúde perinatal e de incentivo ao vínculo mão, criança e família. Ao longo dos anos 
foram criados programas fundamentais que contribuíram para a redução da 
morbimortalidade infantil como: 
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 Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN): tem como objetivo 
identificar distúrbios e doenças no recém-nascido para reduzir a 
morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas com doenças 
detectada. 
 Rede Cegonha: estratégia que reúne um pacote de ações para garantir o 
atendimento de qualidade, seguro e humanizado para mulheres, da gravidez 
até os dois primeiros anos de vida da criança. 
 Rede de Bancos de Leite Humano (BLH): tem por missão a promoção da 
saúde da mulher e da criança mediante a integração e a construção de parcerias 
com órgãos federais, a iniciativa privada e a sociedade. 
 Programa de Saúde Materno-Infantil (PSMI): tipicamente direcionado ao 
cuidado de grupo populacional vulnerável. 
 Programa Nacional de Imunizações (PNI): ampliação da cobertura vacinal 
média da população, em especial das crianças. 
 Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM): induz um 
conjunto de ações relacionadas à promoção, à proteção e ao apoio ao 
aleitamento materno. 
 Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança (PAISC): prioriza as 
crianças pertencentes a grupos de risco, ao mesmo tempo em que buscava 
qualificar a assistência, aumentar a cobertura dos serviços de saúde e 
incentivar as ações de promoção da saúde de forma integral. 
 Projeto de Redução da Mortalidade Infantil (PRMI): tem como objetivo a 
intensificação dos diversos programas governamentais, promovendo a 
articulação intersetorial com instituições internacionais, tais como Fundo das 
Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Opas, organizações não-
governamentais, sociedades científicas, conselhos de secretários de saúde e a 
sociedade civil. 
 Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI): propõe uma 
nova forma de oferta de assistência à criança, abordando, de forma simultânea 
e integrada, o conjunto de doenças de maior prevalência na infância, propondo 
a sistematização do atendimento clínico e integração de ações curativas com 
medidas preventivas e de promoção à saúde. Seu principal objetivo era reduzir 
as taxas de morbimortalidade por desnutrição, diarreias, pneumonias, malária 
16 
 
e sarampo, além das dificuldades de acesso ao registro de nascimento. Essa 
estratégia foi iniciada considerando as diferentes realidades epidemiológicas 
nos municípios com elevadas TMI e que tinham o Pacs, o PSF e o PRMI em 
desenvolvimento. 
 Estratégia Amamenta Alimenta Brasil (EAAB): instituída pela Portaria n.º 
1.920, de 5 de setembro de 2013. A EAAB busca promover, proteger e apoiar 
a amamentação por 2 anos de idade ou mais, sendo de forma exclusiva nos 
primeiros 6 meses de vida e complementada com alimentos saudáveis a partir 
dos 6 meses. 
 Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN): instituiu a 
organização regionalizada e integral da atenção à saúde da gestante desde o 
pré-natal até o parto e o pós-parto, com referenciamento e integração para a 
continuidade do cuidado. Incentivou ainda a qualificação e a humanização da 
atenção ao parto e ao recém-nascido, considerando os direitos da mulher e da 
criança, e a possibilidade de impacto na redução da mortalidade materna e 
neonatal, que ocorre em grande proporção nas primeiras 48 horas após o parto, 
com 25% das mortes infantis nas primeiras 24 horas de vida. 
A assistência à saúde da criança ainda se encontra em processo de construção 
juntamente com assistência à saúde integral, em um movimento de mudança 
paradigmática do modelo centrado na patologia e na criança, para um modelo de 
construção de redes, em prol da inclusão da família e da integralidade do cuidado 
(BRASIL, Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da 
Criança: Orientações para Implementação. 1° edição. Brasília, 2018). 
Tendo em vista o tema proposto e de todo o texto em si, através da Situação 
Problema 1, denominada “Ansiedade Natural”, e a partir de seus objetivos específicos, 
foi possível identificar a importância da realização da Triagem Neonatal; caracterizar 
o recém-nascido de termo quanto ao peso, comprimento e idade gestacional; definir 
recém-nascido e neonato; descrever o metabolismo da bilirrubina, citar as causas da 
icterícia própria do recém-nascido, exames diagnósticos e tratamento; definir o Apgar, 
descrever seus critérios e interpretá-los; reconhecer os princípios da perda de peso 
fisiológica no período neonatal e em recém-nascido de termo; descrever as alterações 
fisiológicas adaptativas dos sistemas cardiovascular e respiratório que ocorrem no 
período neonatal no recém-nascido de termo; descrever os mecanismos de 
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termorregulação do recém-nascido e as estratégias para garantir a regulação da 
temperatura corporal; reconhecer a importância do vínculo mãe e filho, e, por último, 
identificar programas governamentais de atenção à saúde perinatal e de incentivo ao 
vínculo mãe, criança e família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
1) BRASIL, Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à 
Saúde da Criança: Orientações para Implementação. 1° edição. Brasília, 
2018. 
2) DRAQUE, Maria Cecilia. Fundamentação Teórica: Icterícia Neonatal. UNA-
SUS. Disponível em: 
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/casos_complexos/Dan
rley/Complexo_01_Danrley_Ictericia.pdf. Acesso em: 29/02/2020. 
3) MARCONDES, Eduardo. et al. Pediatria Básica: Tomo 2 - Pediatria Geral e 
Neonatal. 9 ed. São Paulo: Editora Sarvier, 2003. 
4) MUNHOZ, Z. Bruna. et al. Investigação de Icterícia. Disponível em: 
http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/881609/investigacao-de-
ictericia.pdf. Acesso em: 29/02/2020. 
5) OLIVEIRA, H. Lúcio. et al. Alterações Morfológicas Placentárias de Recém-
Nascidos Pequenos para a Idade Gestacional. Scielo, 2002. 
 
OBS: A icterícia do aleitamento materno é uma causa de icterícia por hiperbilirrubinemia 
indireta. Importante diferenciar “icterícia do aleitamento materno ou associado á 
amamentação” da “icterícia do leite materno”,

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