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Linguagem, Língua e Texto

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CONCETOS FUNDAMENTAIS
1.LINGUAGEM
- A capacidade universal específica à espécie humana de comunicar por meio de um sistema de signos vocais (língua) e supõe a existência de uma função simbólica e de centros nervosos, geneticamente especializados (DUBOIS, 1983, p. 387).
- As línguas naturais são manifestações de algo mais geral, a linguagem. Portanto, a linguagem se realiza na língua (BORBA, 1973, p. 64).
2. LÍNGUA
-A língua é um objeto unificado e suscetível de classificação. A língua é uma parte essencial da linguagem, “é um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social (grupo social) para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos” (SAUSSURE, 1969, p.17).
-Um instrumento de comunicação. Um fato social porque pertence a todos os membros de uma comunidade, é exterior ao indivíduo, e esse, de fato, não pode nem criá-la nem modificá-la. No entanto, a língua não escapa à influência do indivíduo. 
- A língua tem sempre possibilidade de fixação e sistematização em dicionários e gramáticas. É um patrimônio extenso e ninguém a possui na sua totalidade. 
-As línguas se transformam pela ação do tempo. Toda mudança linguística começa com o falante, principal responsável por ela.
-O dinamismo da língua se deve à fala (ao uso).
3. FALA
-É a realização individual da língua, torna-se flutuante e varia, pois muda de indivíduo para indivíduo, de situação para situação. Resulta das comunicações feitas pelo sujeito falante, utilizando-se o código da língua. Expressa-se pelos mecanismos psicofísicos (atos de fonação) necessários à produção dessas comunicações.
4. Modalidade oral e escrita da língua: Diferenças
	LÍNGUA FALADA
	LÍNGUA ESCRITA
	Interação face a face;
	Interação à distância (espaço-temporal);
	Planejamento simultâneo ou quase simultâneo à produção (pouco tempo para planejamento);
	Planejamento anterior à produção;
	Criação coletiva ; administrada passo a passo;
	Criação individual;
	Impossibilidade de apagamento;
	Possibilidade de revisão;
	Sem condições de consulta a outros textos;
	Livre consulta;
	A reformulação pode ser promovida tanto pelo falante como pelo interlocutor;
	A reformulação é promovida apenas pelo escritor;
	Acesso imediato às reações do interlocutor;
	Sem possibilidade de acesso imediato;
	O falante pode processar o texto, relacionando-o a partir das reações do interlocutor;
	O escritor pode processar o texto a partir das possíveis reações do leitor;
	O texto mostra todo o seu processo de criação (caracterizado por falsos começos, relatos incompletos, repetições e pausas vozeadas, tom, timbre, entonação, ênfase, ritmo). Há o parcelamento da informação em sequências: unidades de ideias;
	O texto tende a esconder o seu processo de criação, mostrando apenas o resultado ( repositório de traços linguísticos estabilizados). Usa-se os sinais de pontuação para mostrar os limites das unidades de ideias;
	Estrutura simples ou desestruturada, informal, concreta e dependente do contexto;
	Estrutura complexa, formal e abstrata, independente do contexto , pois o produtor do texto está isolado do seu público tanto espacialmente quanto temporalmente;
	Utilizada mais frequentemente em contatos sociais, para o estabelecimento e a manutenção das relações humanas.
	Serve ao trabalho intelectual no registro de fatos, ideias e armazenamento de informações.
Exemplo:
		Texto Oral
Texto (a)
L1 escuta... vai pintar um show com Marisa Montes amanhã na PRAia cara... vamos? (( animado ))
L2 onde? (( sem muito interesse))
L1 lá no Boqueirão...
L2 amanhã? (( já com ar de impossibilidade))
L1 é: vamos embora logo cedo?	Comment by Leila: Verificam-se: alongamentos (cabe::ça/ ah:::/ pausas (cara... ) / entonação ascendente (PRAia). 
L2 não da cara... tô cheio de serviço até a cabe::ça...
L1 ah::: faz o possível pra dar conta pelo menos até a hora do almo::co (( meio indignado))
L2 mas tá choven::do... (( eles iriam de moto))
L1 qual é cara? No Ano Novo eu desci na maior CHUva e lá faz bem... chuva dá SO::Rte cara... vamos lá...
L2 vou pensar...
L1 tá bom mas ó... dá um je::ito, vamos lá:: você só traba::lha... Qual é?
Texto (b)
Texto Escrito
 Convidei um amigo para ir à praia do Boqueirão, de moto, assistir ao show de Marisa Montes que iria aconteceria durante as comemorações de aniversário de São Paulo. Ele não aceitou o convite de imediato, alegando que estava com muito serviço. Fiquei indignado e pedi que ele fizesse o possível para dar conta até a hora do almoço, mas ele arrumou outra desculpa: a de que estava chovendo. 	Comment by Leila: A inclusão da pontuação típica da escrita ( vírgula, ponto final, dois pontos) e ainda a distribuição em parágrafos.Na passagem de (A) para (B), é visível a diferenciação no encadeamento sintático do texto, em que a transposição para o texto escrito foi organizada de modo contínuo, possibilitando a obtenção de um texto mais conciso, ainda que não se coloque como uma produção totalmente satisfatória.
 Comentei com ele que no Ano Novo eu tinha ido com chuva e que lá estava um sol tão bom que até deu para aproveitar a praia; além disso, disse-lhe que chuva fazia bem e que dava sorte, mas ele, ainda assim, disse que iria pensar. Tem gente que é complicada!
 No estudo da língua não há como separar a heterogeneidade linguística da heterogeneidade social, pois língua e sociedade são indissoluvelmente entrelaçadas, uma influenciando a outra. Nesse sentido, à diversidade linguística, reserve-se o nome de variedades linguísticas (ALCKMIN, 2001), uma vez que qualquer língua exibe sempre variações, qualquer língua é representada por um conjunto de variedades, uma vez que língua e variação são inseparáveis. A língua só pode ser vista como um conjunto sistemático, mas intrinsicamente heterogênea, aberta, múltipla, móvel, variável e está sempre em construção e reconstrução (Assistiu ao filme/ Assistiu o filme)/ (A gente depois combina/ A gente podemos combinar/ Nós podemos combinar): um conjunto de falares regulado por comunidades de falantes. É um processo, um fazer-se permanente e nunca concluído/ acabado; uma atividade social, um trabalho coletivo, empreendido por todos os falantes. Nesse sentido o que temos é uma realidade linguística composta de dois grandes polos (BAGNO, 2007), a saber:
	1.A norma padrão
	Constitui o português “correto”: tudo que foge à norma representa um erro. É o resultado de uma atitude social, um modelo idealizado ante a língua, que se traduz de um lado, pela seleção de um dos modos de falar entre os vários existentes na comunidade e, de outro, pelo estabelecimento de um conjunto de normas que definem o modo correto de falar. 
É um produto cultural, modelo artificial de língua, criado para neutralizar os efeitos da variação e server de modelo adequado, correto e conveniente de comportamentos linguísticos, considerados adequados, corretos e convenientes.
Exemplos:
Isto é para eu fazer
O projeto visa ao desenvolvimento das competências cognitivas.
Cheguei ao Tribunal de Contas.
Aqui se pode viver tranquilamente.
	2. A variação linguística
	A língua em seu estado permanente de transformação, de fluidez, de instabilidade. Dizer que a língua apresenta variação significa dizer que ela é heterogênea, o que se manifesta em todos os níveis da língua, a saber:
-Variação fonética-fonológica: a alternância entre qualquer pronúncia de [r] e sua ausência, como nas formas infinitivas ( falá, come).
-Variação morfológica: a alternância de sufixos derivacionais: salaminho, salamito, pegajoso, peguento.
-Variação sintática: O filme a que me referi é muito bom/O filme que me referi é muito bom/O filme que me referi a ele é muito bom
-Variação semântica: Vexame significa vergonha/pressa, dependendo da origem regional do falante.
-Variação lexical: Campo da alimentação: (abóbora, jerimum; bergamota (ou vergamota), tangerina, laranja-cravo, mimosa; mandioca, aipim, macaxeira; pão francês, pão de trigo, cacetinho; polenta, angu.-Variação estilístico-pragmática: Depende do grau maior ou menor de intimidade e /ou formalismo ( Queiram se sentar, por favor/ Vamo sentano ai, galera.)
	
	
5.Tipos de Variação Linguística
1.Variação Dialetal: Variações em função das pessoas que usam a língua 
Adaptado de Travaglia (1997)
	Variação na dimensão territorial ou geográfica 
	2.1 A variação geográfica: Também chamada de variação regional ou diatópica (do grego dia = através de; topos = lugar), a variação geográfica tem a ver com as diferenças linguísticas observáveis entre falantes oriundos de regiões distintas de um mesmo país ou oriundos de diferentes países. Representa a variação que ocorre entre pessoas de diferentes regiões em que se fala a mesma língua, em função das influências que cada região sofreu durante a sua ocupação, polarizada em termos políticos, econômicos e culturais. O falante desenvolve um comportamento linguístico comum que os identifica e distingue, no plano fonético, no plano léxico e no plano sintático. 
Podemos observar diferenças tanto entre o português de além-mar – falado na Europa (Portugal, Açores, Madeira), na África (Angola, Moçambique, Guiné Bissau) e na Ásia (Goa, Macau) – e o português do Brasil, como entre os falares das várias regiões do Brasil (sul e nordeste, por exemplo). As variedades do português faladas em Portugal e no Brasil são inúmeras, como podemos observar a seguir:
a) Português de Portugal: 
(i) construções aspectuais como estava a brincar; 
(ii) uso frequente de pronomes clíticos como em Eu vi-o na rua (para se referir a uma terceira pessoa); 
(iii) uso predominante de ênclise como em Diga-me uma coisa; (iv) emprego do verbo haver no sentido de existir como em Há fogo naquela casa. 
(iv) a colocação de advérbios como em Lá não vou ( Portugal) 
b) Português do Brasil: 
(i) construções aspectuais como estava brincando;
(ii) uso predominante de objeto nulo (ou de pronome tônico) em lugar do clítico, como Eu vi Ø na rua e Eu vi ele na rua (para se referir a uma terceira pessoa);
(iii) uso predominante de próclise como em Me diga uma coisa; (iv) emprego do verbo ter (ao invés de haver) no sentido de existir como em Tem fogo naquela casa. 
(iv) a colocação de advérbios como em Não vou lá ( Brasil).
	Variação na dimensão social
	Também conhecida como variação diastrática - está relacionada a fatores referentes à organização socioeconômica e cultural da comunidade. Entram em jogo fatores como a classe social, a idade, o grau de escolaridade, a profissão do indivíduo. Considera como variedades dialetais de natureza social os jargões profissionais ou de determinadas classes sociais bem definidas como grupos ( linguagem dos artistas, dos militares, dos médicos, dos marginais, da classe social alta ( economicamente e politicamente), favelados, etc.). A gíria, definida como forma própria de utilização da língua por um grupo social o qual se identifica por esse uso da língua e se protege do entendimento por outros grupos, pode ser considerada como uma forma de dialeto social. Ao usar gírias, exclui-se, pela linguagem, aqueles que não fazem parte do grupo. Os dialetos sociais exercem na sociedade um papel de identificação grupal, isto é, o grupo ganha identidade pela linguagem. Isso com frequência tem implicações políticas, quando os grupos querem se opor e marcar a participação e integração das pessoas nas lutas, ideias e reivindicações dos grupos. Exemplos: 
São exemplos típicos de variação social
(i) a vocalização do -lh- > -i- como em mulher/muié;
(ii) a rotacização do -l- > -r- em encontros consonantais como em blusa/brusa; 
(iii) a assimilação do –nd- > -n> como em cantando/cantano;
(iv)a concordância verbal como em os meninos saíram cedo/ os menino saiu cedo. 
(v) dupla negação: ninguém não viu; eu nem num gosto)
(vi) __E aí, truta! Firmeza?
__Só, eu tô na boa, choque, e você?
__Na moral, Tô ligado, o Amaral me contou que ela tá indo pela ordi lá com o esquema.
__É, o bagulho virou bem, se pá nóis vamo contrata ao Panetone, isso é, se o bagulho dele com o futebol num virá.
__ Firmeza, o esquema é esse; afinal, como diz o crente, “Se Deus é por nóis, quem será contra nóis.”(FERRÉZ,2000)
(vii) Esse jargão carcerário, em especial se origina quase sempre de palavras do cotidiano dos presidiários submetidas à necessidade de comunicação. [...] Vários são os exemplos desse processo, mas destacam-se os ligados às drogas. Quanto à maconha, encontram-se “a boa” (de boa qualidade), “bagulho” (a de qualidade ruim, mas que pode também significar apenas a droga, por esvaziamento de sentido), “beque” (quando já vem no formato de cigarro), entre diversas formas como “fino”, “haxixe”, “lasca”, “pepita”, “tarugo”, “tablete”, “tijolo”, e outras. Em relação à cocaína não é diferente: “batizada”, “brilho”, “brizola, “brize”, “farinha”, “poeira”, “sal”, “jesus” (BORTONI, 2016)
	Variação na dimensão da geração ou histórica
	Representa estágios no desenvolvimento da língua.
 Huma fruita se dá nesta terra do Brasil muito saborosa, e mais prezada de quantas ha. Cria-se numa planta humilde junto do chão, a qual tem humas pencas como cardo, a fruita della nasce como alcachofras e parecem naturalmente pinhas, e são do mesmo tamanho, chamão-lhes Ananazes, e depois de maduros tém hum cheiro muito excellente, colhem-nos como são de vez, e com huma faca tirão-lhes aquella casca grossa e fazem-nos em talhadas e desta maneira se comem, excedem no gosto a quantas fruitas há neste Reino, e fazem todos tanto por esta fruita, que mandão plantar roças della, como de cardaes: a este nosso Reino trazem muitos destes ananases em conversa.
( Pero de Magalhães de Cândavo, 1572)
2.Variação de Registro: Variações em função do uso que se faz da língua. Também chamadas de variações de registro).
 Chamada também de variação contextual, manifesta-se nas diferentes situações comunicativas no nosso dia-a-dia. Em contextos socioculturais que exigem maior formalidade, usamos uma linguagem mais cuidada e elaborada – o registro formal; em situações familiares e informais, usamos uma linguagem coloquial – o registro informal. Mas, o que observamos na prática é que as situações cotidianas de interação são permeadas por diferentes graus de formalidade, mais do que por uma oposição polarizada. A variação de registro é regulada pelos domínios em que se dão as práticas sociais (escola, igreja, lar, trabalho, clube...), pelos papéis sociais envolvidos (professor-aluno, pai-filho, patrão-empregado...), pelo tópico (religião, esporte, brincadeiras, ...). Essa variação será maior ou menor dependendo desses fatores. Um exemplo é encontrado no trabalho de Arduin (2005), ao estudar a variação entre os pronomes possessivos teu(s) e seu(s), a partir de amostras de fala da região Sul (projeto VARSUL). Ela mostra que nas relações assimétricas de inferior para superior a forma teu é desfavorecida (apenas 44%) e a forma seu é a mais frequente, indicando um maior distanciamento entre os interlocutores, como se fosse uma forma de respeito. 
 As especificidades de fala e de escrita nas quais ocorrem essas variações originam assim diferentes níveis de linguagem, que variam de acordo com o arranjo que se dá à sintaxe, ao vocabulário e à pronúncia. Assim, dependendo da situação de interlocução e da intenção do discurso, o falante/escrevente poderá fazer uso de diferentes níveis de linguagem. Portanto, em relação aos níveis, a linguagem pode assumir vários níveis tanto na modalidade oral quanto na modalidade escrita. Vejamos os diferentes níveis abaixo:
	Linguagem familiar	Comment by Leila: Foge às formalidades e aos requintes gramaticais
	Corresponde a um nível menos formal, mais cotidiano da língua. O vocabulário obedece relativamente às normas gramaticais. Utiliza-se esse nível de linguagem nos gêneros oriundos de situações mais informais, como as conversas familiares ou com amigos, em cartas familiares, bilhetes, entre outros.
	Linguagem comum	Comment by Leila: Falantes medianamente escolarizadosMeios de comunicação demassa
	Emprega um conjunto de palavras, expressões e construções mais usuais, com uma sintaxe acessível ao leitor comum, ou seja, é simples, mas segue a norma padrão da língua escrita. É usada em jornais, artigos de opinião, editoriais, revistas, anúncios publicitários, noticiários.
	Linguagem popular	Comment by Leila: A língua se distancia da norma-padrãoBaixo grau de escolaridade ou analfabetasAusência de prestígioDescontraídaSubjetiva/ concreta e afetiva
Nível informal
	Apresenta desvios da linguagem padrão. Caracteriza-se pelo excesso de gírias, onomatopeias, clichês e formas linguísticas que não atendem ao modelo padrão, como por exemplo, dotôra (doutora), cabôco (caboclo), cantadô (cantador), trôxe (trouxe), papé ( papel).
	Linguagem cuidada
Nível culto/ formal	Comment by Leila: Faz uso da norma padrãoUso de prestígioUsada em situações formaisFalantes altamente escolarizadosBurocráticaArtificialConservadoraDestituída de espontaneidade
	Usa um vocabulário mais preciso e raro, com uma sintaxe mais elaborada que a linguagem comum. Emprega-se em cartas comerciais, editais, artigos científicos, correspondências oficiais, LITERATURA, entre outros gêneros.	Comment by Leila: 	Comment by Leila: Linguagem técnica e científica (vocabulário específico e objetivo)Ausência de subjetividadeLinguagem burocráticaAusência de requintes literários, de conotação, de figuras de linguagemA linguagem das relações comerciaisFormalidade de tratamentoLinguagem Profissional (jargão)Vocabulário próprioVariante profissional (relatórios administrativos, acadêmicos, comunicados/ carta precatória/ Processo/ Petições/ Editais)
	Linguagem oratória
	Cultiva os efeitos sintáticos, rítmicos e sonoros, também usa imagens. Utiliza-se esse nível de linguagem em sermões, tribunal de júri.
6.TEXTO (COSTA VAL, 1998) 
 Os estudos sobre texto foram motivados pela Linguística Textual (MARCUSCHI, (1983), KOCH (1990) e BENTES (2001) ao partir da premissa que a língua não funciona e nem se dá em unidades isoladas, tais como fonemas, morfemas ou palavras soltas, mas sim em unidades maiores, ou seja, por textos, sejam eles orais ou escritos. Isto quer dizer ue há um fenômeno linguístico que vai além da frase e constitui uma unidade de sentido. 	Comment by Leila: Texto: Linguística Textual (MARCUSCHI, (1983), KOCH (1990) e BENTES (2001)Texto: ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal. 
 O texto, o resultado de uma ação linguística cujas fronteiras são em geral definidas por seus vínculos com o mundo no qual ele surge e funciona, é uma unidade linguística comunicativa básica, já que o que as pessoas têm a dizer umas às outras não são palavras e nem frases isoladas, são textos. Assim, pode-se definir texto como ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal. Um texto é uma unidade de linguagem em uso, cumprindo uma função identificável num dado jogo de atuação sociocomunicativa. Mais especificamente, segundo Cavalcante (2011), entende-se por texto toda e qualquer unidade de linguagem dotada de sentidos, que realiza uma função comunicativa destinada a certo grupo de pessoas, levando-se em consideração as especificações de uso, a época e os aspectos culturais dos envolvidos no processo de produção textual.	Comment by Leila: TextoUnidade sociocomunicativaUnidade linguísticaUnidade formal Unidade de linguagem em usoUnidade de sentido/semântica
 Tem papel determinante em sua produção e recepção uma série de fatores pragmáticos que contribuem para a construção de seu sentido e possibilitam que seja reconhecido como um emprego normal da língua. São elementos desse processo as peculiaridades de cada ato comunicativo, tais como: as intenções do produtor, o jogo de imagens mentais que cada um dos interlocutores faz de si, do outro e do outro em relação a si mesmo e ao tema do discurso.
 Outra propriedade básica do texto é o fato de constituir uma unidade semântica que precisa ser percebida pelo recebedor como um todo significativo.
 Finalmente o texto caracteriza-se por sua unidade formal. Seus constituintes linguísticos devem se mostrar reconhecidamente integrados, de modo a permitir que ele seja percebido como um todo coeso. De acordo com o conceito adotado, um texto será bem compreendido quando avaliado sob três aspectos:	Comment by Leila: Um texto será bem avaliado sob três aspectos:- o pragmático – que tem a ver com seu funcionamento enquanto atuação informacional e comunicativa.-o semântico-conceitual – de que depende sua coerência (nexos conceituais).-o formal – que diz respeito à sua coesão (nexos linguísticos).
- o pragmático – que tem a ver com seu funcionamento enquanto atuação informacional e comunicativa.
-o semântico-conceitual – de que depende sua coerência (nexos conceituais).
-o formal – que diz respeito à sua coesão (nexos linguísticos).
6.1Textualidade
 Chama-se textualidade ao conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma sequência de frases (BEAUGRANDE; DRESSLER, 1983). Esses estudiosos apontam sete fatores responsáveis pela textualidade de um discurso qualquer, a saber: a coerência e a coesão, que se relacionam, respectivamente com o material conceitual e linguístico do texto, e a intencionalidade, a informatividade, e a intertextualidade, que têm a ver com os fatores pragmáticos (usos) envolvidos no processo sociocomunicativo.	Comment by Leila: TextualidadeConjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma sequência de frases (BEAUGRANDE; DRESSLER, 1983).
6.2Fatores de Textualidade	Comment by Leila: Fatores de TextualidadeA intencionalidadeA informatividadeA intertextualidade
1. A intencionalidade trata da intenção do emissor de produzir uma manifestação linguística coesiva e coerente, capaz de satisfazer os objetivos que tem em mente numa determinada situação comunicativa, ainda que essa intenção não se realize integralmente. A meta pode ser de informar, impressionar, alarmar, convencer, pedir ou ofender. Abrange todas as maneiras como os emissores usam textos para perseguir e realizar suas intenções comunicativas.
2. A informatividade diz respeito ao grau de previsibilidade da informação contida no texto. Um texto será tanto menos informativo, quanto mais previsível ou esperada for a informação por ele traduzida. Designa em que medida a informação contida no texto é esperada/não esperada, previsível/ imprevisível. O texto será tanto menos informativo, quanto maior a previsibilidade; e tanto mais informativo, quanto menor a previsibilidade. Assim, se contiver apenas informação previsível ou redundante, seu grau de informatividade será baixo ( O oceano é água); se contiver além da informação esperada ou previsível, informação não previsível, terá um grau maior de informatividade ( O oceano é água, mas ele se compõe, na verdade, de uma solução de gases e sais); se, por fim, toda a informação de um texto for inesperada ou imprevisível, ele terá um grau máximo de informatividade, podendo, à primeira vista, parecer incoerente por exigir do receptor um grande esforço de decodificação ( O oceano é água. Na verdade, ele é constituído de gases e sais.)
3. A intertextualidade: Todo dizer remete sempre a outro(s) dizer(es), ou, como afirma Barthes (1992, p. 291), que “cada enunciado é um elo da cadeia muito complexa de outros enunciados”. Diz-se da presença de outro(s) texto(s) em uma produção escrita e depende muito do conhecimento do leitor, do seu repertório de leitura. Assim, podemos depreender que a intertextualidade ocorre quando, em um texto, está inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da memória social de uma coletividade (Koch; Elias, 2015).
4.Situacionalidade: Diz respeito à adequação do texto a uma situação comunicativa, ou seja, ao contexto. O contexto sociocomunicativo ( o contexto sócio-político-cultural) é de extrema importânciapara a construção da textualidade de um enunciado, pois pode definir o sentido do discurso e orientar tanto a produção quanto a recepção do texto. Para Koch e Travaglia (1990), é preciso, ao construir um texto, verificar o que é adequado àquela situação específica: grau de formalidade, variedade dialetal, o tratamento dado ao tema, o lugar e o momento da comunicação, as imagens recíprocas que os interlocutores fazem uns dos outros, os papéis que desempenham, seus pontos de vista, enfim, todos os dados situacionais que vão influir tanto na produção do texto, como na sua compreensão.
Texto A - Duke/ O Tempo(13/03/2020)
Texto B
Um sapo de 4,5 kg e 41 cm de comprimento que viveu há mais de 65 milhões de anos (REFERENTE PRINCIPAL) é o maior animal do tipo a ter existido. A descoberta de um fóssil do anfíbio em Madagascar foi anunciada ontem pelo paleontólogo David Krause, da Universidade de Stony Brook (EUA). O sapo gigante foi batizado com o nome científico Beelzebufo ampinga, mistura de palavras em latim e grego antigo que quer dizer algo como “sapo diabólico de escudo”, uma referência à carapaça protetora que o animal tinha na pele das costas. Segundo Krause, o supersapo tinha uma mandíbula poderosa. “Não está fora da possibilidade que o Beelsebufo capturasse lagartos, mamíferos, sapos menores e talvez – considerando seu tamanho – até dinossauros dentro de ovos”, disse o cientista, que publica um estudo sobre o sapo na edição da revista científica “PNAS” (www.pnas.org). (Folha de S. Paulo, 19 fev. 2008, Ciência)Governo encurta prazo para aprovar agrotóxicos e provoca desconfiança até no setor agrícola
Texto C 
Agrotóxicos – El País ( 19/02/2020)
 Especialistas e defensores do uso de químicos na agricultura criticam medida do Ministério da Agricultura, que aprovará qualquer registro que não seja analisado no prazo de 60 dias.
 O Ministério da Agricultura publicou na quinta-feira uma portaria que determina a autorização automática de agrotóxicos pela Secretaria da Defesa Agropecuária caso o produto não seja avaliado pelo órgão no período de 60 dias. A análise feita pela secretaria é a última etapa do processo de aprovação dos agrotóxicos, que também precisam passar pelo crivo do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Saúde. Atualmente, o prazo do órgão é de 120 dias. A medida, que passará a valer a partir do dia primeiro de abril, agiliza o processo de registros de defensores agrícolas, mas preocupa especialistas e até integrantes do próprio setor dedicado aos agrotóxicos.
 Para um agrotóxico ser autorizado no Brasil, ele precisa receber um parecer favorável ambiental do Ministério do Meio Ambiente, através do Ibama, um toxicológico do Ministério da Saúde, feito através da Anvisa, e por fim uma aprovação agronômica da Secretaria da Defesa Agropecuária, uma vez que é o Ministério da Agricultura o responsável por expedir o registro do produto. Segundo o ministério, é essa última etapa que passará a ter o prazo limite de 60 dias, o que significa que a portaria não altera os prazos de Anvisa e Ibama, mas para especialistas da área, isso não está claro na medida aprovada. “Se o prazo é somente para a última etapa, após a manifestação de todos os órgãos, é o suficiente, já que expedir o registro é apenas uma questão burocrática que leva menos de 60 dias. Mas isso não ficou claro”, explica José Otávio Menten, professor da Escola Superior de Agricultura da USP e presidente do Conselho Científico Agrosustentável.
 A preocupação com o prazo se dá por conta da complexidade das análises feitas por Anvisa e Ibama. Os processos tocados pelos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, que acontecem simultaneamente, são mais demorados que a etapa final, que cabe ao Ministério da Agricultura. “Os analistas desses órgãos avaliam um conjunto muito grande de dados, com milhares de páginas para cada produto. O processo é inevitavelmente moroso pela quantidade de informação”, diz o toxicologista Claud Goellner. “É um trabalho de grande responsabilidade feito por pessoas que têm muito conhecimento”, completa ele. Se o prazo limite afetar as análises dos órgãos ambiental e toxicológico, a medida preocupa os especialistas. “A Anvisa definiu um prazo de quatro anos por produto a ser analisado, a secretaria colocou 60 dias e o Ibama não fixou nada. Não há harmonia entre os órgãos”, pontua Menten, que defende uma regulamentação melhor do processo. “É preocupante que o agrotóxico seja aprovado se estourar os 60 dias mesmo sem um parecer dos órgãos que fazem o registro, porque eles precisam ser ouvidos. E não está claro em lugar nenhum quanto tempo Anvisa e Ibama precisam para que o estudo seja bem feito”.
 A portaria tem como objetivo agilizar o processo de aprovação dos defensores agrícolas e atualizar o número de agrotóxicos permitidos no Brasil, mas preocupa até o diretor executivo da AENDA, a Associação Brasileira dos Defensores Genéricos, Túlio de Oliveira. “A maioria do setor de agroquímicos não quer [a nova regra] porque é um prazo muito curto para qualquer análise de agrotóxicos”, diz o diretor, que julga a decisão ruim para a imagem do setor uma vez que possibilita a entrada de “empresas aproveitadoras de qualidade discutível”. “Tem mais de 1.000 produtos há anos na fila para serem regularizados aqui. Se eu sou um diretor de uma empresa dessas, entro amanhã com um recurso para expedir o meu registro. Isso vai causar um tumulto”, se preocupa Oliveira. “A empresa poderá comercializar um produto enquanto a análise sobre o registro ainda está em andamento. Eu defendo os direitos dos genéricos agrícolas, mas isso vai trazer muitas críticas ao setor”, opina ele. “Acelerar o processo ajuda a agricultura, mas o rigor precisa ser mantido”, complementa Menten.
 Caso o prazo limite seja aplicado apenas à última etapa —onde o Ministério da Agricultura emite o registro aos agrotóxicos— conforme o Governo garantiu, os representantes da área de agrotóxico aceitam a medida. “Nesse caso, precisa ser mais enfatizado que os 60 dias começam a partir do momento que o ministério tem todos os pareceres favoráveis determinados pela legislação. Apesar de temerário, seria viável com a estrutura certa, ainda que o ideal seja uns 90 dias”, opina Claud Goellner. Menten concorda ao presumir que o papel final do órgão seria apenas emitir o registro de acordo com as avaliações feitas por Anvisa e Ibama, sem necessidade de repetir as análises anteriores, o que seria cabível dentro do novo prazo limite.
 Porém, ainda assim, a medida causa preocupação de ambientalistas diante de uma possível aprovação do que chamam de “PL do Veneno”. O Projeto de Lei 6299/2002, aprovado em 2018 em uma comissão especial na Câmara, pretende transferir o poder de aprovação dos agrotóxicos ao Ministério da Agricultura, tornando Anvisa e Meio Ambiente apenas órgãos consultivos. Por agora, ele está parado no Congresso.

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