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Guia de Estudos da Unidade 4 - Educação das Relações Étnicos - Raciais

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Educação das Relações 
Étnico-raciais
UNIDADE 4
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EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
UNIDADE 4
PARA INíCIO DE CONvERSA
Olá, caro(a) aluno(a)! Como vai?
Vamos mais uma vez dar início as nossas discussões sobre a Educação para Relações 
Étnico-Raciais? 
Lembro que é necessário ler, além das aulas, o livro texto e todas as indicações que 
apresento ao longo desde conteúdo, ok? Todos os itens apresentados serão cobrados 
em nossas avaliações e são relevantes na construção de seus conhecimentos.
ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA
Anteriormente, tratamos da legislação e dos aspectos legais que nos levam a tratar 
das questões étnico-raciais em sala de aula, falamos dos aspectos históricos e de 
informações voltadas à cultura africana.
Em nossa quarta unidade, e última, vamos falar da cultura indígena, dos traços das 
culturas indígena e africana que ficaram, intrinsecamente, ligados ao nosso dia a dia. 
Além disso, vamos mostrar algumas formas de abordar essas culturas em nossas sa-
las de aula. 
Vamos começar?
POvO INDíGENA E A INFLUÊNCIA NA CULTURA BRASILEIRA
Prezado(a) aluno(a), neste primeiro momento gostaria de abordar com você os aspectos relativos à cultu-
ra indígena e sua importância na construção da identidade cultural do povo brasileiro.
Os indígenas foram os primeiros moradores de nosso país e são, até hoje, uma parte viva e essencial da 
nossa cultura, tendo um papel fundamental na história de nosso país e, consequentemente, da nossa 
história.
 
3
vOCÊ SABIA?
Vale lembrar que, de acordo com a Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que esta-
belece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a formação profissional precisa 
perpassar por todos os aspectos sociais e formar cidadãos com conhecimento da 
cultura, do patrimônio da humanidade, bem como, com entendimento do homem e do 
meio em que vive. 
Então, mais uma vez torna-se imprescindível que você conheça e se aprofunde no que temos de mais 
bonito a ensinar, a nossa cultura, que é múltipla, rica e bela. 
vISITE A PáGINA
Conheça a Lei nº 9.394/1996, que, em seu texto completo, pode ser encontrada no link 
a seguir: LINK
No link se define, entre outras coisas, as principais características a serem desenvolvidas num profis-
sional formado no ensino superior e, de acordo com a nossa temática, os aspectos que julgamos mais 
relevantes para o nosso estudo atual, estão listados abaixo:
Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexi-
vo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores 
profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na 
sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da 
ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendi-
mento do homem e do meio em que vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem 
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras 
formas de comunicação;
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a cor-
respondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutu-
ra intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e 
regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de 
reciprocidade;
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e 
benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na insti-
tuição.
???
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
4
Lendo atentamente o texto acima, poderemos observar que o profissional, seja de qualquer área de 
atuação, deve estar apto a participar da vida cultural da sociedade que o cerca, mas não apenas como 
plateia, e sim como agente modificador da realidade. 
Como parte integrante do processo, agindo e interferindo no curso de nossa história. Você se sente pre-
parado?
Ainda neste contexto, é importante ressaltar que o ensino das relações étnicas e culturais é previsto 
também na lei nº 11.645 de 2008, que o torna obrigatório em todos os níveis de educação, e não apenas 
ensino superior.
LEITURAS COmPLEmENTARES
A leitura do texto POVOS INDÍGENAS: HISTÓRIA, CULTURAS E O ENSINO A PARTIR 
DA LEI 11.645, localizado no link a seguir, torna possível a compreensão da impor-
tância do estudo da cultura indígena em todos os níveis de ensino no Brasil. Leia e 
conheça mais sobre essa temática: LINK
Lembro que a leitura de todos os textos indicados é de suma importância e que os mesmos serão cobra-
dos nas avaliações, ok?
Outro texto importante chama-se “Lei nº 11.645/08: A escola, as relações étnicas e culturais e o ensino 
de história - algumas reflexões sobre essa temática no PIBID”, e pode ser acessado no link a seguir:
LINK
ANALISANDO
Este artigo aborda em detalhes as questões ligadas ao ensino das relações étnicas, e 
é muito importante que seja utilizado como leitura obrigatória desta disciplina, tendo 
em vista a importância da mesma na formação humanística do estudante e no seu 
entendimento de um mundo em que todas as culturas devem ser valorizadas. O referi-
do texto nos coloca a realidade de que o espaço escolar e sociedade não se separam, 
e que tudo que ocorre no primeiro, repercute no outro. Não havendo, portanto, como 
dissociar um do outro.
Isso quer dizer que a formação que damos ou oferecemos aos nossos jovens, no ambiente da escola, 
será responsável por valorizar nossa cultura e a diversidade de nosso povo, reconhecendo que cada par-
cela da nossa população, grande ou pequena, é igualmente importante. 
Percebeu a importância dos nossos estudos?
Vamos, então, colocar mãos à obra e como iniciar o nosso trabalho? 
Falemos, então, da cultura indígena brasileira!
http://www.espacociencia.pe.gov.br/wp-content/uploads/2013/04/TextoIndios.pdf
http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1372726711_ARQUIVO_TrabalhoXXVIISNH-CarolineSilvaCruzeSimoneSilvadeJesus_corrigido_.pdf
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História Indígena Brasileira
Antes de qualquer debate sobre a cultura indígena é necessário realizar uma pequena revisão de todo 
os conceitos estudados no nosso ensino fundamental e médio, os quais abordaram a história do povo 
indígena brasileiro desde o descobrimento do Brasil. 
São muitos conceitos e informações que estão guardados no fundo de nossa memória e precisam ser 
relembrados. 
Vamos lá?
LEITURAS COmPLEmENTARES
Para essa revisão sugiro a leitura do link a seguir: LINK
Neste texto será possível relembrar detalhes sobre a importância do povo indígena na nossa culinária, 
na cultura brasileira e na composição da nossa população. 
Querido(a) estudante, outro texto interessante, aliás, o site inteiro é interessante no estudo de nosso 
tema, é o texto: índios do Brasil, que pode ser encontrado no site História do Brasil.net. Neste texto, 
você poderá ler sobre os costumes dos índios do Brasil antes da chegada dos portugueses e perceberá, 
entre outras coisas que os historiadores calculam que existiam, naquela época, de 3 a 4 milhões de ín-
dios, espalhados pelos quatro cantos do Brasil. 
LINK
Outro texto a ser usado na revisão, pode ser encontrado no link a seguir. Neste texto, os autores trazem 
resumidamente muitas informações interessantes sobre a história da população indígena. É bastante 
resumido, mas muito interessante! E nele você terá informações sobre as rotinas e a vida dos povos 
indígenas. 
Vale a pena a leitura para compreender a dinâmica das populações indígenas: LINK
http://pt.wikipedia.org/wiki/Povos_ind%C3%ADgenas_do_Brasil#Legisla.C3.A7.C3.A3o_e_pol.C3.ADtica
http://www.historiadobrasil.net/indiosdobrasil/
http://www.brasilescola.com/historiab/indios-brasil.htm6
vEjA O víDEO!
Como complemento a essas leituras indicamos o vídeo: Povos Indígenas: Conhecer 
para valorizar, de aproximadamente vinte e cinco minutos de duração, que pode ser 
acessado no link a seguir. 
Assista e reflita sobre todos os erros que cometemos ao julgar a cultura e a popula-
ção indígena brasileira. Lembrando que o povo e a cultura indígena não fazem parte 
de nosso passado, e sim, parte viva da cultura de nosso país e serão sempre uma par-
cela muito importante de nosso passado, presente e futuro. Reflita sobre isso. Pense 
no quanto herdamos dessa cultura e em quanto ela está presente na nossa vida.
LINK
População Indígena no Brasil
Assistiu ao vídeo? 
Leu os textos? 
Lembre-se que, nas suas avaliações deveremos abordar todo o conteúdo exposto aqui e no livro texto, 
bem como os vídeos e textos complementares. Então, não deixe de ler e assistir tudo o que indicamos 
aqui, ok?
E então, vamos continuar?
De acordo com Ronaldo Vainfas, historiador e professor brasileiro o texto Território Brasileiro e Povoa-
mento – História Indígena, disponível no site do IBGE, falar da história da população indígena do Brasil 
está mais para tratar do despovoamento indígena brasileiro, uma vez que a população indígena brasilei-
ra, no descobrimento do Brasil, por volta de 1500, era da ordem de milhões de indivíduos, e está reduzi-
da a algo em torno de 300 mil indivíduos, segundo dados do Censo de 2008. 
vISITE A PáGINA
Acesse o LINK.
Ou seja, a população indígena atual representa apenas uma pequena parcela da sua população inicial, 
lembrando que foram considerados nesta contagem, apenas os residentes em terras indígenas, ok?
Já no censo de 2010 houve uma alteração nesses números. Neste censo 817.963 brasileiros se auto-
declararam indígenas, embora, seja necessário ressaltar que milhões de outros tenham algum sangue 
índio em suas veias. Esse número corresponde a 0,5% da população brasileira. 
https://www.youtube.com/watch?v=MwMEuK-DfEw
http://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento
http://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento
http://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento/historia-indigena
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GUARDE ESSA IDEIA!
Entre os dados dos dois censos é possível observar que o número de representantes 
dos povos indígenas no Brasil apresentou um crescimento considerável. De acordo 
com a Fundação Nacional do Índio – FUNAI houve um aumento anual de 10,8% da 
população, a maior taxa de crescimento dentre todas as categorias, quando a média 
total de crescimento foi de 1,6%.
Aluno(a) saiba que sempre que falamos em povos indígenas, é importante perceber que apesar de have-
rem muitos representantes da população em localidades urbanas, há também uma grande parte desta 
população que vive em terras consideradas indígenas, onde cultivam seus hábitos e suas tradições.
vISITE A PáGINA
Como informação complementar, quanto à definição de terras indígenas, sugerimos 
que você visite o site da FUNAI: LINK
No link acima, você encontrará que:
A Terra Indígena é uma porção do território nacional, de propriedade da União, habitada por um ou mais 
povos indígenas, e por eles utilizada para suas atividades produtivas, imprescindível à preservação dos 
recursos ambientais necessários a seu bem-estar e necessária à sua reprodução física e cultural, segun-
do seus usos, costumes e tradições. (FUNAI, 2016).
De acordo com os dados da FUNAI, as terras indígenas estão distribuídas no Brasil, da seguinte forma: 
10% no Sul, 6% no Sudeste, 11% no Nordeste, 19% no Centro Oeste e, a maior parte, 54% das terras 
indígenas estão localizadas na Região Norte do Brasil.
Percebe-se, portanto, que a grande parcela da terra indígena, mais de 50%, se encontra reunida na 
região Norte. É importante ressaltar que é também neste território brasileiro que se encontra a maior 
parte da população indígena, cerca de 37,4%.
Povos e Etnias
Ainda de acordo com a FUNAI, e segundo dados do censo do IBGE, realizado em 2010, os 817.963 mil 
indígenas brasileiros encontram-se divididos em 305 diferentes etnias, muito embora, ainda existam 
tribos indígenas que vivem isoladas e que podem não estar contabilizada nesses dados. 
http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/terras-indigenas
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vEjA OS víDEOS!
Um exemplo das tribos que ainda vivem de forma isolada, pode ser visto no vídeo de 
vinte minutos e vinte e três segundos, intitulado - Tribo Avá-Canoeiro: a história de 
um “povo invisível” nas matas do país, que pode ser acessado no link a seguir. Aces-
se: LINK
ANALISANDO
No filme acima, prezado(a) aluno(a), você irá conhecer a história desta tribo, sua luta 
pela sobrevivência e capacidade de resistência. A nação Avá, em sua estratégia de 
sobrevivência, se dispersa pelo cerrado, tornando-se nômade para poder fugir dos ga-
rimpeiros, fazendeiros e demais homens brancos. Vale a pena assistir para entender a 
vida e a luta deste povo e como a interferência de interesses externos interfere na via 
das populações indígenas.
Ainda falando em contato com a cultura indígena, indicamos que você assista ao outro vídeo “Enawenê-
Nawê querem manter tradições independentes da Funai”. Neste vídeo, de oito minutos e quarenta e um 
segundos, o repórter Francisco José apresenta a realidade tribo, seus hábitos e modo de viver. É uma 
população indígena que ainda vive isolada e que prefere manter seus hábitos e tradições independentes 
da FUNAI. 
Esse vídeo é muito interessante e nos mostra a realidade desse povo: LINK
Em complemento a esse vídeo, indico que assista ao vídeo de sete minutos de duração, onde o reporte 
Francisco José conta em detalhes a sua experiência no convívio com esse povo. 
Esse vídeo pode ser acessado no link a seguir: LINK
E aí? Assistiu?
Viu o relato emocionante do repórter?
Em minha opinião, é um vídeo muito bom e que nos mostra muito da realidade vivida por essa tribo.
https://www.youtube.com/watch?v=T9hSRn2UuF4.
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2012/06/enawene-nawe-querem-manter-tradicoes-independentes-da-funai.html
http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-reporter/v/reporter-francisco-jose-conta-detalhes-da-experiencia-na-tribo-enawene-nawe/1981557/
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vISITE AS PáGINAS 
Vale ressaltar com relação à distribuição da população em povos e etnias que muitos 
dos grupos que inicialmente povoavam o Brasil encontram-se em extinção, como pode 
ser observado no link a seguir. Esse link apresenta em detalhes um estudo compa-
rativo entre estimativas da população indígena atual e da existente no século XVI. 
Através desses dados fica claro o despovoamento das populações indígenas do Brasil 
desde o seu descobrimento.
LINK 1
Com relação à distribuição indígena brasileira em povos ou etnias no Brasil, mais de-
talhes podem ser encontrados em:
LINK 2
ANALISANDO
Esse arquivo traz um registro de várias informações relevantes sobre o Brasil Indíge-
na, as características sociodemográficas e domiciliares, povos e etnias, línguas, entre 
outros aspectos desse povo. 
No link indicado acima podem ser verificadas muitas informações interessantes sobre 
as tribos e etnias, entre elas, a de que foram registradas no país 274 línguas indíge-
nas e que cerca de 17,5% da população indígena não fala a língua portuguesa, de 
acordo com a FUNAI. Isso, associado aos vídeos assistidos, nos mostra como ainda 
se preserva a cultura e as tradições indígenas, e como os povos ainda mantêm vivas 
suas características e identidade cultural. 
Percebeu isso?
Legislação
Em virtude de todas as peculiaridades observadas no trato das populações indígenas no Brasil e da 
necessidade de proteger a cultura e as características próprias dessa parcela da população brasileira, 
várias leis foram criadas e têm sido implantadas neste sentido. Mas, de acordo com a Organização das 
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO:
Falta ainda uma abordagem cultural mais profunda com relação aos povos indígenas e aos afrodescen-
dentes. Estes dois grupos deminoria apresentam os piores indicadores sociais do país, mas que apenas 
nos últimos anos passaram a ser alvo de políticas sociais específicas. 
http://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento/historia-indigena/os-numeros-da-populacao-indigena
http://www.funai.gov.br/arquivos/conteudo/ascom/2013/img/12-Dez/pdf-brasil-ind.pdf
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Querido(a) aluno(a), saiba mais em:
LEITURAS COmPLEmENTARES
Acesse ao LINK
E é exatamente aí, que nosso tema se torna ainda mais relevante, concorda? 
Ainda segundo a UNESCO é preciso que muito mais seja feito para preservar:
	 As tradições indígenas;
	 As línguas indígenas ameaçadas de desaparecimento;
	 O conhecimento tradicional indígena sobre a natureza;
	 As terras indígenas - há conflitos a respeito da expansão a fronteira agrícola e os in-
vestimentos em infraestrutura;
	 A afirmação dos direitos dos povos indígenas.
Ou seja, ainda há muito a ser feito no que trata da preservação e valorização da cultura indígena brasi-
leira e é muito importante que comecemos o quanto antes. 
Para isso, é muito importante conhecer também os aspectos legais do tema abordado. OK?
Um dos textos mais importantes a serem lidos dentre as legislações que tratam do povo indígena é a 
Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. Neste texto, que pode ser aces-
sado no link a seguir, a Organização das Nações Unidas – ONU reconhece que os povos indígenas são 
iguais a todos os outros povos, e que lhes devem ser dado o direito a ter suas diferenças e individuali-
dades respeitadas. 
LINK
Ainda de acordo com a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, em seu artigo 2, fica claro que os 
povos e pessoas indígenas são iguais a todos os outros povos e que têm o direito de serem respeitados, 
não devendo ser submetidos a nenhuma forma de discriminação. Leia essa Declaração e perceba como 
é importante respeitar a identidade deste povo e entender sua importância em nossa história. 
Na verdade, numa visão macro, ninguém deve ser discriminado, não é mesmo?
Outra Lei que deve ser lida com atenção é o Estatuto do Índio – Lei nº 6.001, de 19.12.1973. Esta Lei 
é um dos principais documentos que resguardam os usos, costumes e tradições indígenas, e pode ser 
acessada no link:
LINK
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/cultural-diversity/
http://www.funai.gov.br/arquivos/conteudo/cogedi/pdf/LEGISLACAO_INDIGENISTA/Legislacao-Fundamental/ONU-13-09-2007.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6001.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6001.htm
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Influência da Cultura Indígena e Africana
A partir daqui, vamos tratar das questões ligadas à influência da cultura indígena e africana na forma-
ção da cultura Brasileira.
GUARDE ESSA IDEIA!
A cultura indígena tem como marca peculiar o fato de que a cada grupo podem ser 
atribuídas características próprias, diferenciando-os através das marcas de um deter-
minado grupo indígena ou através das características de outros grupos. 
São povos que se diferenciam uns dos outros, mas que ao mesmo tempo se asseme-
lham uns aos outros, pois guardam, em todos os casos, semelhanças relativas à sua 
origem e a sua riqueza cultural. E riqueza, ou diversidade cultural, se aplica a todas as 
tribos, nas mais diferentes áreas de atuação, entre elas a dança, artesanato, culiná-
ria, ressaltando e enfatizando assim as predominâncias e características peculiares a 
cada grupo. É necessário, mais uma vez, ressaltar que independente de qual o grupo 
se esteja tratando, todos eles têm, em comum, aspectos de uma cultura bela e rica 
em detalhes e com grande diversidade.
Enfim, falar de cultura indígena no Brasil, dada a grande quantidade de grupos indíge-
nas existentes é falar de riqueza cultural, diversidade e beleza. 
vEjA O víDEO!
Um bom exemplo dessa cultura pode ser visto no vídeo de dezesseis minutos, intitula-
do AY KAKYRI TAMA: IDENTIDADE, CULTURA E ARTE INDÍGENA, que pode ser aces-
sado no link a seguir. Esse vídeo traz em si o retrato da beleza dessa cultura e ressalta 
a sua valorização. LINK
Assistiu ao vídeo?
Espero que tenha gostado tanto quanto eu, pois aprendi muito com ele e com cada um dos textos e links 
aqui apresentados.
https://www.youtube.com/watch?v=_gq7LY6Z-6U
12
vISITE A PáGINA
Isso é apenas um pequeno enfoque. Há muito mais a ser lido em ENSINO DE HIS-
TÓRIA E CULTURA INDÍGENA: REFLEXÕES A PARTIR DA ESTRATÉGIA DE 
PROJETOS EM UMA PERSPECTIVA TRANSVERSA, no link, onde os autores 
fazem uma reflexão sobre alternativas aplicadas no ensino de História e Cultura Indí-
gena em sala de aula. LINK
Outro texto interessante é “O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os 
povos indígenas no Brasil de hoje”, link a seguir. Um projeto interessante e bastante 
completo sobre a realidade dos povos indígenas da atualidade. LINK
Vamos nos aprofundar mais? 
Que tal avaliar vários aspectos da cultura brasileira?
Culinária
Falando em culinária, precisamos, antes de tudo, dar lida em muitos dos textos que estão disponíveis na 
internet. Um desses textos, bastante completo e rico em informações é: Índios do Brasil: alimentação e 
culinária, localizado no site da Fundação Joaquim Nabuco, no link a seguir:
vISITE A PáGINA
Acesse ao LINK
Nesse texto, vamos encontrar informações ricas sobre os hábitos alimentares dos povos indígenas, des-
de o descobrimento do Brasil, e percebemos que alguns perduram até os dias atuais.
Posso citar alguns?
Precisamos começar falando da Mandioca! 
http://www.portalanpedsul.com.br/admin/uploads/2012/Educacao_Cultura_e_Relacoes_Etnico_Raciais/Trabalho/06_33_38_2028-6878-1-PB.pdf
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=8&ved=0ahUKEwiSyI6d__fKAhULGZAKHS67AJEQFghCMAc&url=http%3A%2F%2Fwww.trilhasdeconhecimentos.etc.br%2Flivros%2Farquivos%2FColET12_Vias01WEB.pdf&usg=AFQjCNEFqgaiad-HaTfltBl0d7BM9EQMHg&sig2=XC-zljK2eKwP4rVclJuJxw&bvm=bv.113370389,bs.1,d.Y2I
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=8&ved=0ahUKEwiSyI6d__fKAhULGZAKHS67AJEQFghCMAc&url=http%3A%2F%2Fwww.trilhasdeconhecimentos.etc.br%2Flivros%2Farquivos%2FColET12_Vias01WEB.pdf&usg=AFQjCNEFqgaiad-HaTfltBl0d7BM9EQMHg&sig2=XC-zljK2eKwP4rVclJuJxw&bvm=bv.113370389,bs.1,d.Y2I
http://www.trilhasdeconhecimentos.etc.br/livros/arquivos/ColET12_Vias01WEB.pdf
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=953:indios-do-brasil-alimentacao-e-culinaria&catid=44:letra-i
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ANALISANDO
No texto indicado você encontrará a descrição abaixo de como os indígenas prepara-
vam e ainda preparam a farinha de mandioca, matéria-prima para a confecção de um 
dos alimentos mais comuns e simples do dia a dia do povo brasileiro, a boa e velha 
tapioca, além, é claro da farofa, do pirão e de outras iguarias da culinária brasileira.
[...] os indígenas americanos têm nas suas terras duas espécies de raízes, a que chamam aipim e man-
dioca, as quais em três ou quatro meses crescem no solo e ficam tão grossas como a coxa de um ho-
mem, com o comprimento de pé e meio, mais ou menos: quando as arrancam, as mulheres (pois os ho-
mens não se ocupam disso) secando-as ao fogo no moquém, tal como logo descreverei, ou tomando-as 
ainda frescas, as ralam a força em pontas de pedras miúdas fixadas e arranjadas em uma peça chata de 
madeira (como ralamos e raspamos o queijo e a noz moscada), e as reduzem a farinha alva como a neve. 
[...] (LÉRY, 1889, p. 194).
De um modo geral, a mandioca era à base da culinária indígena e o uso de sua farinha é à base de vá-
rios pratos da culinária brasileira, entre eles a tapioca. 
A tapioca é um alimento que foi incorporado à culinária brasileira e resiste até os dias atuais como uma 
preferência em algumas regiões do Brasil. Você poderá acessar uma matéria bastante ilustrativa para o 
que acabei de afirmar, o título da matéria é: CONHEÇA ALIMENTOS INDÍGENAS QUE COMEMOS NOS 
DIAS DE HOJE. 
Acesse o LINK
Claro que apesar de ser um alimento clássico dos indígenas a tapioca sofreu ajustes emsuas receitas 
ao longo dos anos e foi adaptada ao paladar moderno, mas continua sendo tapioca. 
Então, prezado(a) aluno(a), confira os 10 benefícios da Tapioca Para Saúde, no link a seguir. Essa matéria 
informa que a tapioca é rica em ferro, em ácido fólico, ajuda na digestão e na saúde óssea. 
Acesse o LINK
Precisamos concordar que se trata de uma boa herança e que em 2006, recebeu do Conselho de Pre-
servação do Sítio Histórico de Olinda (Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, pela UNESCO), o 
título de Patrimônio Imaterial e Cultural da Cidade.
http://redeglobo.globo.com/tvgazetaes/raizes/noticia/2013/12/conheca-alimentos-indigenas-que-comemos-nos-dias-de-hoje.html
http://www.saudedica.com.br/os-9-beneficios-da-tapioca-para-saude/
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ANALISANDO
Caro(a) estudante, ainda falando da mandioca, ela é tão ligada à cultura indígena 
que reza a lenda que Mani era uma linda indiazinha, de pela alva e muito querida por 
todos da aldeia. Mani era uma criança feliz, e que de repente morreu sem ficar doente 
e sem sofrer. Seguindo costume de seu povo, Mani foi enterrada dentro da oca onde 
morava com seus pais, e estes e os demais moradores da aldeia choravam tanto em 
sua cova que acabaram por regar o local e fazer com que nele surgisse uma planta 
misteriosa, desconhecida. A curiosidade fez com que cavassem o local e tirasse da 
terra uma raiz de casca marrom e interior branco, de uma cor muito próxima à cor da 
pele de Mani. Percebendo a grandiosidade do que havia surgido no local onde Mani 
havia sido enterrada os índios, entenderam que se tratava de um presente de Tupã 
que havia feito a raiz de Mani para matar a fome da tribo.
Apesar de a mandioca ser um dos principais elementos da alimentação indígena, de-
vemos lembrar também que os índios se alimentavam de castanhas, frutas e peixes, 
além de carne de caça. Em algumas tribos se cultivava o milho, dando origem às co-
midas de milho conhecidas nos dias de hoje. Também o feijão, tão comum nas mesas 
brasileiras, tem seu uso originário na culinária indígena.
Mas, se os índios têm grande responsabilidade pela culinária brasileira, os escravos 
africanos também têm sua parcela de responsabilidade. E se cabe ao índio o uso do 
feijão, o negro foi o grande inventor da feijoada, uma vez que naquela época apro-
veitava as partes dos porcos que os senhores não utilizavam, como o pé, o rabo e a 
orelha, e misturavam no feijão. Surge daí um dos pratos mais conhecidos da culinária 
brasileira. 
Coube ao negro grande influência na culinária brasileira, uma vez que as negras eram 
utilizadas como mão de obra nas cozinhas dos engenhos. Coube a ela a introdução de 
muitos produtos característicos da culinária africana nas cozinhas brasileiras, entre 
eles: o dendê, o café, a pimenta malagueta, a banana, o coco. Surge daí muitos pratos 
da culinária brasileira, entre eles o caruru, o acarajé, o abará, o angu e o pirão, sendo 
este último muito utilizado também pelos indígenas.
música e Dança
Encontramos um texto bastante interessante quanto aos índios brasileiros, nesse texto o autor fala da 
dança e da musicalidade do povo indígena, reportando a Portugal características bastante fortes desse 
povo:
15
[...] 1500. Da Carta de Pero Vaz de Caminha, informando sobre gente do grande território que se tornaria 
o Brasil, ficou a certeza de que o som musical era utilizado pelo índio muito antes da descoberta do Con-
tinente americano. 
Logo no primeiro encontro entre a gente de Cabral e o nativo foi constatado pelo cronista que os índios 
“dançaram e bailaram, com os nossos”. [...] Na mesma ocasião notou que “além do rio andavam muitos 
deles dançando e folgando” e ainda que “depois da missa quando nós sentados atendíamos à pregação, 
levantaram-se muitos deles e tangeram corno ou buzina e começaram a saltar e dançar um pedaço”.[...] 
(CAMÊU, 1977, p. 20).
vISITE AS PáGINAS
No site da Fundação Joaquim Nabuco, LINK.
Ainda de acordo com o texto grande parte da musicalidade indígena decorre de seus instrumentos de 
sopro e percussão, encontram-se entre estes instrumentos os tambores, o pau de chuva, o apito e mara-
cá, instrumentos que são utilizados por muitos percussionistas para a produção da música brasileira. Da 
África incorporamos a musicalidade brasileira: os tambores, o reco-reco, a cuíca, o agogô e o berimbau, 
entre outros. 
Esses instrumentos são utilizados nas nossas manifestações de dança e música mais populares e co-
nhecidas, entre elas o samba e a capoeira, ambas as atividades culturais com forte herança africana.
A capoeira surge nas senzalas como uma forma de defesa para os escravos. Esses proibidos por seus 
“donos” de praticar qualquer forma de luta utilizaram do subterfúgio da música e de passos mesclados 
de dança, gingados e golpes para criar uma forma de defesa, que poderia ser praticada sob as vistas 
dos seus feitores. Na capoeira utiliza-se a música como base para os passos e faz-se uso do berimbau e 
dos atabaques como marcação dos passos e ginga. Mais sobre a história da capoeira você poderá en-
contrar no link a seguir: LINK
Além disso, existem diversos textos muito ricos sobre a história da capoeira entre eles o artigo CAPOEI-
RA: A HISTÓRIA E TRAJETÓRIA DE UM PATRIMÔNIO CULTURAL DO BRASIL, localizado no LINK.
Há também outro artigo que aborda o tema, intitulado: Capoeira – Origem e História. Conheça-o no link 
a seguir: LINK
Outro aspecto da cultura brasileira que foi fortemente influenciado pela cultura africana foi o samba, 
este ritmo tão brasileiro teve sua origem nos batuques realizados pelos africanos. Viviam de regras, 
os batuques eram associados aos atos religiosos realizados pelos negros, funcionando a musicalidade 
como uma forma de comunicação entre os negros e suas divindades. Esses rituais normalmente mescla-
vam a música e a dança, como forte presença da percussão através do uso dos atabaques. Desta manei-
ra, os ritmos africanos e seu batuque característico foram, aos poucos, sendo absorvido e incorporado à 
cultura brasileira passando a ser uma característica claramente brasileira nos dias atuais.
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option%3Dcom_content%26id%3D937:indios-brasileiros-instrumentos-musicais
http://http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historia_da_capoeira.htm
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0ahUKEwjsoKDJvarLAhXFvJAKHRvUAxAQFggnMAA&url=http%3A%2F%2Fperiodicos.uem.br%2Fojs%2Findex.php%2FRevEducFis%2Farticle%2Fdownload%2F5815%2F3992&usg=AFQjCNH-MEiMz21UCqWZiKWB7e50a3Qb5A&sig2=1l3e5ycGdwEGiaZkuktKkQ
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/fevereiro2012/educacao_fisica_artigos/capoeira_origem_historia.pdf
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Essas e outras informações sobre o samba podem ser encontradas no link a seguir. Nesta página, você 
encontrará detalhes bastante interessantes sobre a origem do samba. Além deste link, e de muitos ou-
tros, existem alguns artigos ricos em informações sobre o samba, sua origem e importância.
Acesse ao LINK.
Entre eles, o texto O SAMBA: cantando a história do Brasil, localizado no link a seguir. Este artigo 
mostra o samba como uma ferramenta utilizada para contar, sob o ponto de vista do povo, a história do 
Brasil.
Acesse ao LINK.
Outro texto recomendado é “SALVE O SAMBA”: AS ORIGENS, A ACEITAÇÃO E A NEGAÇÃO DESTE GÊ-
NERO MUSICAL NO RIO DE JANEIRO DA PRIMEIRA REPÚBLICA, o qual trata da história do samba como 
uma linda riqueza de detalhes. Acesse: LINK
Vale ressaltar que não são apenas essas as influências absorvidas pela cultura brasileira, existem ainda: 
o maxixe, o carimbó, o maculelê, o afoxé, o maracatu, entre outras. 
O texto Danças brasileiras de matrizes africanas e indígenas: dialogando com a diversidade, trata desse 
tema com bastante riqueza de detalhes: LINK
Além dele o texto “Danças afro-brasileiras: uma possibilidade de trabalho nas aulas de Educação Física 
e Educação Física e as danças populares brasileiras de matriz africana e indígena, abrem um universo de 
possibilidadespara a aplicação desses conhecimentos nas aulas de Educação Física”. Acesse os links:
LINK 1.
LINK 2.
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Para complementar seu conhecimento e aplicar tudo o que tratamos nas aulas ante-
riores é necessário que você leia as unidades 3 e 4 do seu livro texto. Na unidade 3 é 
abordado o papel do educador nas relações étnico-raciais e a unidade 4 está centrada 
na atividade em sala de aula. 
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tas, os tutores estão a seu dispor para auxiliá-lo(a) e para retirar qualquer dúvida que 
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http://historiadomundo.uol.com.br/curiosidades/origem-samba.htm
http://www.academiadosamba.com.br/monografias/MaraNaterciaNogueira.pdf
http://www.historia.ufpr.br/monografias/2007/2_sem_2007/resumos/maria_fernanda_muller.pdf
http://www.ufscar.br/~defmh/spqmh/pdf/2012/foganholicurso2012.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2438-8.pdf
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/24898/000750105.pdf?sequence=1

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