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A Independência Política do Brasil - Editora HUCITEC - FERNANDO A NOVAIS & CARLOS GUILHERME MOTA

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A Independência Política do Brasil - Editora HUCITEC - FERNANDO A. NOVAIS & CARLOS GUILHERME MOTA
 “Ora, colocada a questão nessa dicotomia, fica de fora um terceiro caminho, que precisamente nos parece o mais acertado: encarar a independência como momento de um longo processo de ruptura, ou seja, a desagregação do sistema colonial e a montagem do Estado nacional.” (P. 18).
 “Tangida pela invasão das tropas napoleônicas, a Corte portuguesa, protegida pela esquadra inglesa, migrou para sua colônia americana em fins de 1807 e inícios de 1808. Ocupada a metrópole pelo invasor estrangeiro, não havia senão montar, na nova sede, todo o aparato do Estado, e abrir os portos da colônia ao comércio internacional (isto em das “nações amigas”).” (P. 19).
 “Colonialismo e absolutismo se articulam, na medida em que a colonização do Novo Mundo na época moderna desenvolveu-se dominantemente sob o patrocínio dos Estados absolutistas em formação na Europa. A rigor, a expansão ultramarina, que depois se desdobraria em colonização, ocorre paralela e contemporaneamente à formação dos Estados nacionais, no regime de monarquias absolutistas; e ambos os processos – reportam-se ao mesmo substrato comum, a crise do feudalismo, e são formas de superação da crise.” (P. 21).
 “O Estado absolutista, porque centralizado, tem condições para realizar essa política de expansão, ao mesmo tempo que precisa realizá-la por que se forma em competição com outros Estados. A política mercantilista estabelece, portanto, a conexão entre Estado centralizado e acumulação de capital comercial”. (P. 22).
 “Nesse contexto, a colonização vai assumindo sua forma mercantilista, isto é, vai se constituindo em uma das ferramentas para acelerar a acumulação primitiva (isto é, acumulação previa necessária à formação do capitalismo) de capital comercial nas áreas centrais do sistema.” (P. 22).
 “Eis aí as peças do Antigo Sistema Colonial: dominação política, comercio exclusivo e trabalho compulsório. Assim se promovia a acumulação de capital no centro do sistema. Mas, ao promovê-la, criam-se ao mesmo tempo as condições para a emergência final do capitalismo, isto é, para a eclosão da Revolução Industrial. E, dessa forma, o sistema de exploração colonial engendrava sua própria crise, pois o desenvolvimento da industrialismo torna-se pouco a pouco incompatível com o comercio exclusivo, com a escravidão e com a dominação política, enfim com o Antigo Sistema Colonial.” (P. 23).
 “A crise do Antigo Sistema Colonial parece, portanto, ser o mecanismo de base que lastreia o fenômeno da separação das colônias.” (P. 23).
 “As vantagens da exploração de uma colônia não se localizam necessariamente na respectiva metrópole, podendo ser transferidas para outros pólos.” (P. 24)
 “O desenvolvimento econômico da colônia, ainda que nos moldes de uma economia colonial típica, acaba desencadeando tensões, que se agravam com a emergência do industrialismo moderno. Os colonos começam a se sentir mais “brasileiros” que portugueses na colônia.” (P. 25).
 “A independência dos EUA (1776) marca a abertura da crise do Antigo Regime e do Antigo Sistema Colonial; na Europa e na América, no Velho e no Novo Mundo, desenvolvem-se paralelamente as reformas e desencadeiam-se as insurreições.” (P. 25).
 “A tensão colônia-metrópole se desdobrava, então, em tensão entre senhores e escravos. Alem disso, na metrópole, os interesses ligados ao comercio colonial, empenhados na manutenção do pacto, se associavam ou se opunham a interesses de outros estratos sociais (campesinato, produtores independentes, plebe urbana etc.). O Estado reformista ilustrado procurava mediar e equilibrar esse feixe de interesses conflitantes.” (P. 27).
 “Vale fixar, nessa medida, para uma aproximação maior do modelo luso-brasileiro, aquela terceira via a que se referiu acima: a tensão metrópole-colônia sobreleva as demais, e a colônia se independentiza, isto é, a camada social de colonos consegue assumir a hegemonia na condução do processo de passagem.” (P. 29).
 “Aqui, três possibilidades se abrem: primeira, a emancipação se dá sob a forma republicana de governo e se abole a escravidão, e é o caso das colônias espanholas; segunda, sob a forma republicana, mantém-se a escravidão, e fora o caso dos EUA; terceira, a libertação da colônia mantém a monarquia e preserva a escravidão, e este é o caso do Brasil.” (P. 30).
 “Paralelamente na colônia, a política reformista não conseguia distender as tensões; até certo ponto pode-se dizer que, ao contrário, o surto de relativo progresso ainda mais aguçava a tomada de consciência da exploração colonial, redobrando as inquietações.” (P. 31).
 “De uma insurreição a outra, nota-se um aprofundamento do processo: o projeto dos revolucionários baianos envolvia nada menos que a libertação dos escravos. É por ai que se deve compreender que, se a política do reformismo colonialista português não atenuava as tensões, o aprofundamento do processo revolucionário, este sim, terá assustado a camada dominante da colônia, de proprietários de terras e senhores de escravos, levando-a, como que imperceptivelmente, a se aproximar das posições reformistas do Estado metropolitano.” (P. 32).
 “Do ponto de vista da classe dominante dos colonos – os proprietários de terras e escravos -, nessa conjuntura, essa opção vinha ao encontro de seus interesses e, pouco a pouco, dessa convergência vai-se delineando um projeto de “império” com sede na América. A política de D. João VI no Brasil pos em andamento esse projeto: mal chegado, ainda na Bahia, edita o famoso alvará de abertura dos portos às nações amigas (janeiro de 1808).” (P. 33).
 “Das pressões inglesas resultaria, sim, o tratado de 1810, no qual o comercio inglês torna-se efetivamente privilegiado no mercado brasileiro, mesmo em relação aos portugueses metropolitanos.” (P. 33).
 “Ao longo de toda uma década, ou seja, até a eclosão da revolução liberal portuguesa em 1820, implementa-se essa linha política, em que se casam os interesses do senhoriato brasileiro com a perspectiva do Estado metropolitano, agora assimilado e instalado na colônia.” (P. 34).
 “Concorrentes de opinião se delinearam e assumiram matizes específicos centradas em três posições distintas. A corrente organizada em torno do “partido português”, composta de comerciantes portugueses, ansiosos por recuperar seus privilégios e monopólios, e de tropas sediadas sobretudo no Rio de Janeiro e nas cidades portuárias do Norte e Nordeste. O “partido brasileiro” compunha-se dos grandes proprietários rurais, dos financistas e dos estamentos burocráticos e militares que se beneficiaram com o estabelecimento da Corte no Brasil.” (P. 38).
 “O terceiro agrupamento, mais progressista politicamente, reunia os “liberais radicais”, ex-participantes ou simpatizantes de movimentos como o de 1817, componentes dos setores médicos da população, sobretudo no Nordeste. Padres, comerciantes, professores e jornalistas engrossam essa corrente constitucionalista, variando sua composição conforme a região da extensa ex-colônia.” (P. 39).
 “A questão colocada, tanto na Corte como nas tropas e nas diversas correntes de opinião, é a da conveniência do retorno da família real bragantina. Pressionado, D. João resolve enviar o Príncipe de Lisboa, para “estabelecer reformas” necessárias à consolidação da constituição portuguesa, ressalvando, entretanto, que o Brasil teria Cortes (ou seja, Parlamento) próprias com sede no Rio.” (P. 41).
 “Voltar a ex-capital metropolitana significava se encontrar face a face com seus inimigos constitucionalistas e com a disposição recolonizadora – que poderia implicar a perda do Brasil.” (P. 41).
 “Agora, em 1821, o liberalismo vitorioso, exigindo a volta do Rei, trazia à luz a ambigüidade da situação: o “partido brasileiro” pretendia preservar essa autonomia sem se deixar contagiar pelo nível de aprofundamento que a revolução liberal ia atingindo em Portugal. Asso, sendo, compreende-se que o senhoriato dominante não podia se dar ao luxo, como a burguesia portuguesa, de promoveruma convulsão social para reorganizar o seu Estado. Isso envolveria a massa escrava, e a possibilidade de perda do controle do processo permanecia sempre no horizonte.” (P. 43).
 “O liberalismo das Cortes implicava a reconquista da hegemonia perdida pela burguesia portuguesa junto aos mercados do Brasil, exclusivo até bem pouco tempo, e a recolonização nessa perspectiva, pareceria inevitável. A crise torna-se aberta com o decreto de 24 de abril de 1821, no qual as cortes determinavam que os governo provinciais se subordinassem diretamente a Lisboa, independentizando-se do Rio de Janeiro.” (P. 44).
 “É assim que, no período de regência do Príncipe, de abril de 1821 a setembro de 1822, o processo de independência se torna irreversível. O senhoriato rural e escravista, vendo seus interesses colocados em xeque pelas Cortes, soube buscas aliados no setor comercial, nos altos estamentos burocráticos e no próprio Príncipe. Como resultado, conseguiu-se o equilíbrio das tendências liberais e monárquicas através de uma precária monarquia constitucional. Diversamente dos processos ocorridos no resto das Américas, o que vai ocorrer no Brasil é o nascimento de uma monarquia constitucional, a única no panorama de um hemisfério.” (P. 46).
 “Às vésperas da independência, comerciantes de outras nacionalidades, como o francês Tollenare, não deixariam de notar a indisputável hegemonia inglesa nos negócios do Brasil, que agora a burguesia portuguesa procurava reconquistar através de sua revolução. (P. 47).
 “O esforço dos liberais para marginalizar José Bonifácio e envolver D. Pedro deu-se em duas frentes. A primeira, por meio da maçonaria, o Grande Oriente concedendo o titulo honorifico de grão-mestre, e inspirada por Gonçalves Ledo; essa tática obrigaria Bonifácio a criar nova seita, O Apostolado, para reconquistar o controle sobre D. Pedro. A segunda, por meio da proclamação radicalizantes de Ledo, declarando o “estado de guerra com Portugal”. (P. 54).
 “A independência era proclamada, considerando-se o Brasil “reino irmão” de Portugal. A forma de governo já estava definida, uma vez que a fonte de legitimidade continuava sendo o Príncipe, com a perspectiva de uma assembléia constituinte. A monarquia constitucional evitaria assim, os perigos de uma republica.” (P. 54)
 “O grupo maçônico congregado no Apostolado, composto de proprietários rurais e comerciantes exportadores, passou a controlar a maquina do Estado, e seriam os agentes do processo de revitalização dos estamentos senhoriais, indicado por Florestan Fernandes para caracterizar a vida social do Brasil à época da independência. Uma nova nobreza vai se estratificar, por meio de concessão de títulos, com sabor nativo e tropical.” (P. 54).
 “Os limites da independência seriam dados durante os desdobramentos de 1822, quando se colocou o problema da democratização do poder. Se a convocação da Assembléia Constituinte foi feita sob regência de D. Pedro, a 3 de junho de 1822, e a 19 de junho estabeleceram-se as bases para a seleção do eleitorado, somente a 3 de maio de 1823 é que vai se oficializar sua abertura, não sem antes “depurar-se” o ambiente dos inimigos políticos mais aguerridos.” (P. 55).
 “A lealdade dinástica pesava à Assembléia, mas os liberais remanescentes procuravam legitimá-la por “direito próprio” e “emanado do povo”. O presidente, Antonio Carlos, definirá os limites da soberania da Assembléia, ao frisar a intocabilidade das atribuições do imperador. Ampliar as atribuições da Constituinte “seria usurpação”.” (P. 56).
 “Limitava a participação de estrangeiros – portugueses, notadamente – nos cargos públicos. Tal projeto, em que se procurava eliminar privilégios e monopólios do período anterior, era socialmente muito excludente, uma vez que impunha um rígido critério econômico-financeiro para participação política dos cidadãos. O voto censitário era privilegio dos “homens bons”, de alta renda. Definia ainda o projeto que as forças armadas ficariam subordinadas ao Parlamento e não ao imperador, e que o veto deste aos projetos por ela elaborados seria apenas suspensivo. A Câmara seria indissolúvel, e a ordem escravocrata permaneceria intocada.” (P. 57).
 “O Senado vitalício ficava instituído, definido o caráter conservador e seletivo do sistema em cujo ápice se situaria o rei.” (P. 59)
 “Como resultado político, o nascente Estado brasileiro assumiu a forma de uma monarquia constitucional. Manteve-se a base escravista, defenda pelos setores mais conservadores da aristocracia agrária. Mas a transferência de poder que se operou no processo de independência implicou, como se viu, no afastamento dos Andradas em 1823 e na marginalização dos liberais.” (P. 60).
 “A independência de 1822 ficava, assim, a meio-caminho, sendo o processo de construção do Estado nacional brasileiro retomado somente em 1931, após a expulsão do imperador, com o retorno ao poder de representantes da aristocracia agrária. (P. 60).
 “A consolidação da independência de 1822 esbarrou ainda no reconhecimento político das outras nações. Na maioria, tais reconhecimentos foram simples tratados comerciais, que nem sempre beneficiaram o Brasil, cuja urgência o colocava em má posição para a formalização de acordos.” (P. 60).
 “O reconhecimento por parte de Portugal foi mais simples, visto que dependia economicamente da Inglaterra. A 29 de agosto de 1825 foi assinado o acordo de reconhecimento, mediante indenização em libras e manutenção do titulo de “imperador do Brasil” para D. João VI – sugerindo a idéia de “legitimidade” de Pedro I. A Inglaterra manteve o controle sobre os dois países, ao emprestar dinheiro ao Brasil a quantia (aliás, a mesma devida por Portugal a Inglaterra...). Do Brasil saíram, assim os juros e pagamentos de serviço da divida.” (P. 62).
 “Os tratados acentuavam a dependência em relação a Inglaterra, estimulando o desagrado da aristocracia agraria, sobretudo do ante a exigência contratual de abolição do trafico negreiro em 1830.” (P. 63).
 “A crise financeira levava o Brasil a constante empréstimos – alguns dos quais consumidos nas guerras no Prata -, minando a estabilidade política do Império.” (P. 63).
 “ Em 1826, instala-se a Assembléia Geral (Senado e Câmara), surgindo intensa atividade jornalística extremamente critica a Pedro I, mas não sem conseqüências.” (P. 63).
 “Pedro I procura organizar novo ministério, o chamado “ministério brasileiro”, mas já é tarde. A crise transforma-se em rebelião aberta. O novo ministério, não obedecendo as ordens para reprimir o povo, é demitido – o que provoca a reunião popular no Campo de Santana. Ali são elaborada petições ao imperador, propondo reformas urgentes e reintegração do “ministério brasileiro”. (P. 64).
 “Não cedendo, Pedro I viu-se na contingência de abdicar o trono, a 7 de abril de 1831, em favor a seu filho Pedro de Alcântara, de 5 anos de idade.Vencera a aristocracia agrária, encerrando o processo de independência política do Brasil em relação a Portugal.” (P. 64).
 “Nas linhas de desenvolvimento da crise do Antigo Sistema Colonial, três alternativas principais polarizavam os horizontes ideológicos no Brasil: a revolução republicanista, nos moldes da revolução das ex-colônias inglesas da América do Norte e da França; a reforma liberalizante, menos centrada na superação que no reequacionamento liberal da ordem monárquica, como queriam Hipólito José da Costa e Silvestre Pinheiro Ferreira, e que seria encaminhada por José Bonifácio; e o revolucionarismo emancipacionista e popular do tipo haitiano.” (P. 71)
 “Tais exemplos, no entanto, se configuravam demasiado radicais, visto que o republicanismo era entendido como expressão da “populança”, e as idéias de nivelamento social provocavam temores e reações do senhoriato. A hipótese de emancipação dos escravos era inconcebível, embora em certas ocasiões – como durante a insurreição nordestina de 1817 – alguns senhores tivessem chegado a tomar iniciativas nesse sentido.” (P. 71).
 “O modelo haitiano, aventado por setores populares durante o período mais tenso do movimentoda independência (1817 – 1824), pressupunha uma radical reviravolta social: o revolucionarismo emancipacionista popular reunia contra si não só os setores mais reacionários da velha ordem colonial, mas também as frações mais progressistas do senhoriato rural, além da vigilância dos comandantes ingleses que não permitiriam um novo Haiti, desta vez na maior região escravista do hemisfério sul.” (P. 71).
 “Na verdade, a linha reformista liberal acabou prevalecendo, pelo menos até a Carta outorgada de 1824, nos moldes de uma monarquia constitucional.” (P. 74).
 “O revolucionarismo da época do Reino Unido via-se parcialmente amortecido e canalizado após 1822. a revolução intentada mostrava sua verdadeira face, ao buscar o Estado ideal dos proprietários, preservando a dinastia. As justificativas mais sólidas foram encontradas nas idéias do jurista Benjamin Constant, que forneceria aos liberais e ao próprio imperador os elementos para o controle da vontade popular, definindo sua extensão e seus limites.” (P. 75).
 “O liberalismo conservador da Restauração não excluía a problemática do nacionalismo, visto que no período pós-napoleônico a retomada da expressão nacional transformara-se em prioridade.” (P. 76).
 “Quanto à independência propriamente, Caneca foi contundente: ela não se achava definida e assegurada no projeto com a determinação necessária, uma vez que nele não indicava “positiva e exclusivamente o território do Império, como é de razão, e o tem feito sabiamente as constituições mais bem formadas da Europa e América; e com isso se deixa uma fisga para se aspirar à união com Portugal; o que não so trabalham por conseguir déspotas da Santa Aliança e o rei de Portugal, como o manifestam os periódicos mais apreciáveis da mesma Europa e as negociações do Ministério português com o Rio de Janeiro e correspondência daquele rei com o nosso imperador, com quem S.M. tem dado fortes indícios de estar deste acordo, não só pela dissolução arbitraria e despótica da soberana Assembléia Constituinte.” (P. 77).
 “O movimento foi ambíguo por romper com a dominação colonial, mas ocorreu contra uma revolução liberal (metropolitana). Demais, foi liberal porque suas lideranças viram-se obrigadas a mobilizar essa ideologia para justificar a separação com a metrópole. O aproveitamento dessa ideologia, entretanto, foi basicamente conservador, por terem que manter a escravidão e a dominação do senhoriato.” (P. 83).
 “Por outro lado, o movimento de independência foi nacional, e até nacionalista, por criar a nação. Tal criação ideológica surge como a forma que o senhoriato encontrou para manter a dominação social e assumir o poder político. Desnecessário dizer que a idéia de nação que prevaleceu foi a dos proprietários.” (P. 83).
 “Revolução, entretanto, que levaria o Brasil do Antigo Sistema Colonial português para um novo Sistema Mundial de Dependências.” (P. 83).

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