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Incorporação dos tratados internacionais de direitos humanos na ordem jurídica brasileira Para CANÇADO TRINDADE: “O desenvolvimento histórico da proteção internacional dos direitos humanos gradualmente superou barreiras do passado: compreendeu-se, pouco a pouco, que a proteção dos direitos básicos da pessoa humana não se esgota, como não poderia esgotar-se, na atuação do Estado, na pretensa e indemonstrável competência nacional exclusiva’” Corte Permanente de Justiça Internacional: “a elaboração de tratados, em qualquer tema, inclusive na seara de direitos humanos, não pode ser visto como amesquinhamento da soberania, mas sim a sua plena manifestação, pois a celebração de um tratado é justamente um dos mais importantes exercícios de soberania por parte do Estado” EC 45/2004: Art. 5o, §3o Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. STF - RE 466.343/SP Objeto: análise o Pacto de San José da Costa Rica (Convenção Americana de Direitos Humanos) quanto à prisão civil do depositário infiel. Pacto de San José da Costa Rica: Art. 7o, item 7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar. Constituição Federal. Art. 5o. LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; Código Civil: art. 652. Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não o restituir quando exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a um ano, e ressarcir os prejuízos. Decisão: “entendo que, desde a adesão do Brasil, sem qualquer reserva, ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (art. 11) e à Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de San José da Costa Rica (art. 7o , 7), ambos no ano de 1992, não há mais base legal para a prisão civil do depositário infiel, pois o caráter especial desses diplomas internacionais sobre direitos humanos lhes reserva lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da Constituição, porém acima da legislação interna. O status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil, dessa forma, torna inaplicável a legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de adesão. Assim ocorreu com o art. 1.287 do Código Civil de 1916 e com o Decreto-Lei no 911/69, assim como em relação ao art. 652 do Novo Código Civil (Lei no 10.460/2002). (BRASIL, 2009)”. Incorporação de Tratados de Direitos Humanos no ordenamento Jurídico brasileiro • Norma supralegal • Norma Constitucional – art. 5o, §3o § 3o Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais O Congresso Nacional possui discricionariedade para observar ou não o procedimento do art. 5o, §3o da CF para deliberar sobre tratados internacionais de direitos humanos Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos incorporados nos termos do art. 5o, §3o - status de Norma Constitucional 1. Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, 2. Protocolo Facultativo à Convenção Citada 3. Tratado de Marraqueche para facilitar o acesso a obras publicadas às pessoas com deficiência visual. Tratados Internacionais de Direitos Humanos - 3 terça-feira, 17 de março de 2020 22:33
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