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Disfunção Temporomandibular

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Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial 
Sistema estomatognático e disfunções temporomandibulares e dores orofaciais 
Sistema estomatognático 
- constitui o sistema mastigatório, que é composto por 
ossos, músculos, dentes, articulações, glândulas, lábios, 
língua, bochechas, sistema vascular e sistema nervoso 
- várias condições podem afetar esse sistema e, com 
isso, várias desordens podem ocorrer de acordo com 
as estruturas envolvidas 
 
Desenvolvimento da DTM 
Função normal + Evento > Tolerância fisiológica 
Sintomas de DTM 
- o sistema estomatognático as vezes é interrompido 
por um evento, muitos eventos são tolerados pelo 
sistema sem provocar nenhuma alteração. Porém, se 
algum evento excede a tolerância fisiológica do 
individuo, criando uma resposta do sistema, aparecem 
os sintomas da DTM 
- quando esse sistema é sobrecarregado (apertamento, 
trauma) ele entra em colapso 
Função normal 
- funções do sistema estomatognático: falar, deglutir e 
mastigar (vitais) 
O tronco encefálico regula a ação muscular através dos 
engramas musculares, que são selecionados de acordo 
com o estímulo sensorial periférico recebido. Quando 
um estímulo sensorial inesperado acontece, 
mecanismos reflexos de proteção são ativados, 
diminuindo a atividade muscular nessa área 
Eventos 
- os eventos influenciam a função 
EVENTOS LOCAIS: 
- coroa com oclusão inadequada 
- secundário a um trauma (injeção de anestésico, 
abertura exagerada de boca) 
- uso não habitual (bruxismo) 
- dor profunda / idiopática 
EVENTOS SISTÊMICOS: 
- envolvem todo o corpo ou o sistema nervoso central 
- não é resolvido por terapias voltadas apenas para 
dentes/oclusão 
- ex: nível aumentado de estresse emocional 
 
Tolerância fisiológica 
- nem todos os indivíduos respondem aos mesmos 
eventos da mesma forma 
- cada paciente tem sua capacidade individual de tolerar 
certos eventos sem nenhum efeito adverso 
- pode ser influenciada por fatores locais e sistêmicos 
FATORES LOCAIS 
- é influenciada pela estabilidade ortopédica 
- quando há posicionamento correto dentário e não há 
alterações na anatomia e função das ATMs o indivíduo 
tem maior tolerância 
- quando há alguma desarmonia, não há estabilidade 
ortopédica, o indivíduo tem menor tolerância 
FATORES SISTÊMICOS 
- genética, personalidade e dieta 
- presença de doenças agudas ou crônicas 
- condicionamento físico geral do paciente 
- efetividade dos sistemas de modulação de dor 
A presença de fatores sistêmicos também influencia a 
tolerância, tornando o paciente mais vulnerável 
 
Sinais e sintomas de DTM 
Quando um evento excede a tolerância fisiológica 
individual, a estrutura mais fraca do sistema mastigatório 
mostrará os primeiros sinais de colapso (tolerância 
estrutural) 
Locais potenciais de colapso: músculos, ATMs, estrutura 
de suporte dos dentes e os próprios dentes 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Sinais e sintomas: 
- desgaste dentário 
- pulpite (dor irradiada) 
- mobilidade dentaria 
- dor na musculatura mastigatória, limitação de abertura 
bucal 
- dor na articulação temporomandibular 
- dor no ouvido 
- dor de cabeça (cefaleia) 
 
A DTM faz parte da dor orofacial 
Dor = experiência sensorial e emocional desagradável, 
associada a lesão tecidual real ou potencial, ou descrita 
em termos de dano 
Dor = é uma experiência angustiante associada a 
danos teciduais reais ou potenciais com componentes 
sensoriais e emocionais 
Dor orofacial = é toda dor associada a tecidos moles 
e mineralizados (pele, vasos sanguíneos, ossos, dentes, 
glândulas ou músculos) da cavidade oral e da face 
DTM = conjunto de distúrbios que envolvem os 
músculos mastigatórios, a articulação 
temporomandibular e estruturas associadas. É uma dor 
somática profunda 
 
Etiologia 
- multifatorial 
Fatores predisponentes: aumentam o risco de 
desenvolver DTMs 
- estado de saúde geral (fribromialgia, cefaleia) 
- psicológicos 
- estruturais (oclusão, anatomia da ATM) 
Fatores iniciadores/desencadeantes: ocasionam o 
início das DTMs 
- trauma, sobrecarga, parafunção 
Fatores perpeturantes/mantenedores: interferem 
na cura ou aumentam a progressão e cronificação das 
DTMs 
- problemas comportamentais, sociais e emocionais 
* em alguns casos, um único fator pode desempenhar 
todos esses papéis 
* o sucesso do tratamento das DTMs depende da 
identificação e do controle desses fatores contribuintes 
 
Eixo I = condições físicas para as dores orofaciais 
(dente, musculo) 
Eixo II = condições psicológicas para dores orofaciais 
(as vezes é necessário solicitar acompanhamento 
psicológico para o paciente) 
 
5 fatores principais envolvidos com a DTM: 
- oclusão 
- trauma 
- estresse emocional 
- fontes de estímulo de dor profunda 
- atividade parafuncionais 
 
Prevalência e Frequência 
O número de pessoas afetadas por algum sinal ou 
sintoma de DTM está entre 50 a 80% 
Cerca de 5 a 12% da população precisam de algum tipo 
de tratamento para DTM 
DTM – prevalência em ribeirão, 53,4% com algum 
grau de DTM, sendo 39,3% DTM leve, 10,2% DTM 
moderada e 3,8% DTM grave 
Mais prevalente nas mulheres 3:1 
2º a 4º década de vida 
 
Queixas frequentes 
- movimentos mandibulares restritos 
- dor (cabeça, face, músculos) 
- sons articulares (estalos) 
 
Classificação da dor 
Dor somática 
- dor relacionada a algum achado orgânico (algo está 
errado, há algum tipo de lesão) 
- é aliviada pelo repouso 
Dores superficiais: são dores vivas, de fácil localização 
Dores profundas: são dores de difícil localização, 
depressivas (dores musculoesqueléticas – DTM) 
Dor neuropática 
- dor iniciada ou causada por uma lesão ou disfunção 
no Sistema Nervoso Central ou Sistema Nervoso 
Periférico 
- ex: neuralgia do trigêmeo, dor fantasma 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
* OBS: Dor sem diagnóstico é dor a esclarecer 
 
DTM não é um diagnóstico suficiente, é 
necessário um diagnóstico específico: 
MUSCULAR, ARTICULAR OU 
INFLAMATÓRIA 
 
Diagnóstico da DTM 
O propósito da anamnese e dos exames é identificar 
quais áreas ou estruturas estão em colapso ou com 
alterações patológicas 
- o colapso geralmente é sinalizado pela Dor ou 
Disfunção 
 
Histórico do paciente 
Anamnese 
- deixar o paciente falar 
Queixa do paciente 
Tempo de evolução 
Atuação profissional é importante (posição da cabeça, 
trabalha sentado o dia todo, carrega peso) 
Escolaridade 
Procedência (de onde veio? Médico, fono, psicólogo, 
cirurgião dentista) 
Tratamentos realizados anteriormente, teve sucesso? 
Características da dor: 
- aguda ou crônica (crônica – paciente sensibilizado 
centralmente pela dor) 
- contínua, pulsátil ou ardente 
Traumatismos recentes na cabeça ou pescoço 
Hábito do sono (posturas alteradas, horas de sono) 
Hábitos pessoais que indiquem parafunção ou 
alterações posturais 
História médica 
- Gastrite: relação com ansiedade, nervosismo 
- Problemas renais e hepáticos: vias de metabolização 
de drogas 
- Rinite anérgica: colaboram com o bruxismo do sono 
Histórico de alergias à medicamentos 
 
Atenção! Desordens da cabeça pescoço podem 
levar a dores heterotópicas que são sentidas nas 
estruturas mastigatórias, mas não têm sua origem 
nessas estruturas 
Dor mastigatória: é agravada ou acentuada pela 
função (falar, mastigar aumenta a dor) 
Dor heterotópica: paciente relata que a dor é na ATM 
ou nos músculos mastigatórios, porém o histórico e os 
exames não revelam alterações de amplitude de 
movimento mandibular ou aumenta de dor na função 
 
Devemos encontrar o verdadeiro local de 
origem da dor antes de propor um 
tratamento 
 
Exame clínico 
Extra-oral 
- postura 
- conformação craniomandibular 
- assimetria facial 
- sintomas otológicos (dor nos ouvidos, ouvido tampado) 
- sintomas oftalmológicos (dor nos olhos, vermelhidão 
nosolhos, lacrimejamento unilateral) 
Intraoral 
- avaliação de tecidos moles (gengiva, língua, assoalho 
de boca, orofaringe, bochechas – possíveis locais que 
estão gerando dor, lesões perigosas) 
- avaliação dos dentes (anotar próximo ao dente as 
alterações clínicas (fonte de dor) 
 
Avaliação muscular 
Sinal clínico de músculo comprometido -> DOR 
Os músculos são avaliados pela palpação direta ou pela 
manipulação funcional 
Palpação muscular 
Pressão na palpação muscular – 1,0 Kg 
Pressão na palpação ATM – 0,5 Kg 
- a deformação causada pela palpação dos tecidos 
musculares comprometidos pode causar dor 
- para mensurar o quanto dói, utilizamos uma Escala de 
dor (0 a 10) 
0 – não relata dor ou desconforto 
10 – dor máxima 
* a dor é subjetiva, cada paciente apresenta um limiar 
de dor 
- através da palpação podemos identificar sensibilidade 
muscular e também a presença de pontos gatilhos (dor 
referida) 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
- não devemos palpar mais de um local ao mesmo 
tempo, devemos palpar primeiro todo um lado da face 
e depois o outro lado 
- iniciar pelo lado que o paciente sente menos 
desconforto 
 
Músculo Temporal 
- três áreas funcionais: anterior, média e posterior 
- pedir para o paciente morder e notar as fibras do 
músculo contraindo 
Região anterior: acima do arco zigomático e anterior à 
ATM 
 
Região média: diretamente acima da ATM e superior 
ao arco zigomático 
 
Região posterior: acima e atrás do ouvido 
 
Tendão do músculo temporal 
 
Músculo Masseter 
- palpamos a região profunda e superficial 
Profunda: dedo à frente da ATM, na área de inserção 
de fibras abaixo do arco zigomático 
 
Superficial: próximo à borda inferior da mandíbula 
 
 
Músculo esternocleidomastoideo 
- pedir para o paciente inclinar a cabeça para o lado 
contrário e palpar o músculo usando os dedos em 
forma de pinça, em toda sua extensão 
 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Músculo Cervicais Posteriores - Trapézio 
- trapézio, longo da cabeça e cervical, esplênio e 
elevador escapular (palpados juntos) 
- fonte comum de pontos gatilho 
 
 
 
Musculatura Suprahiódea 
- plano superficial: digástrico e estilohióideo 
- plano profundo: milo-hiódeo e gêniohióideo 
 
 
Musculatura Infrahióidea 
- plano superficial: omohióideo e esternocleidohióideo 
- plano profundo: esternotirohióideo e tireohióideo 
 
 
 
Músculos Pterigoideo medial e lateral 
- são palpados juntos 
 
 
Polo lateral do Côndilo 
- capsula inflamada (anti-inflamatório) 
 
 
Meato acústico externo 
- identificar otite 
- pedir para abrir e fechar a boca 
 
 
Região retroauricular 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Avaliação articular 
- estalos na ATM (clic) 
- crepitações na ATM (osso com osso) 
Exame da movimentação mandibular 
- medidas em milímetros (mm) 
Trespasse vertical e horizontal (overbite e overjet) 
Abertura bucal máxima sem dor (o quanto o paciente 
abre a boca sozinho, sem sentir dor) 
Abertura máxima com auxílio (pacientes com histórico 
de travamento ou luxação NÃO faz esse) 
 
- média de abertura bucal (40mm – 45mm) 
Protrusão máxima (somar com o valor do overjet) 
Lateralidade direita e esquerda máxima 
- fazemos lateralidade para avaliar se tem deslocamento 
do disco para medial 
- normal: 10 a 12mm 
O disco articular sempre vai deslocar medialmente e 
anterior (raramente para lateral ou para posterior) uma 
forma de confirmar esse deslocamento é realizando o 
movimento de lateralidade, pois se houve o 
deslocamento medial do disco da ATM direita e você 
pedir para o paciente fazer lateralidade para a direita, 
ele consegue, mas se pede para fazer para a esquerda, 
consegue muito pouco pois o disco deslocado oferece 
resistência 
Desvio de linha média (marcar com um lápis, se tiver 
desvio precisa somar ou reduzir na medida do 
movimento de lateralidade) 
Dimensão vertical 
- medir com compasso 
- DVO 
- DVR (DVO + EFL) 
Padrão de abertura bucal 
- corrigido – “S” 
- não corrigido – fica desviado 
* a mandíbula desvia para o lado afetado 
* se os 2 côndilos estiverem deslocados, vai abrir no 
padrão corrigido 
Teste funcional articular 
- colocar um palito de madeira de um lado entre os 
molares, aguardar 10-15 seg e perguntar se dói e em 
qual lado dói 
Problema articular: dor diminui quando é feito o teste 
de alívio, pois o ato de morder diminui a pressão intra-
articular e reduz as forças nas estruturas inflamadas 
- significa que tem um disco deslocado anteriormente, o 
côndilo vai para trás e pressiona os tecidos retrodiscais, 
quando morde o palito a mandíbula abaixa e 
descomprime a ATM 
Dor múscular: dor aumenta no lado que está mordendo 
- significa que a musculatura mastigatória (masseter) 
está disparando dor, ou seja, disfunção muscular 
Se doer no lado contralateral, devemos fazer o teste 
de alívio: 
- contra teste de alívio: colocar a espátula de madeira 
do lado que dói e perguntar se houve alívio da dor 
- doi do mesmo lado – masseter envolvido 
- doi na ATM do lado contralateral – aumenta a dor 
(comprimiu aquele lado, a mandíbula sobe e pressiona a 
zona retrodiscal), indica problema articular 
* o mesmo paciente pode ter DTM muscular e articular 
 
Exames de imagens recomendados 
- radiografias periapicais 
- panorâmicas (quase sempre – alteração óssea, 
condilar) 
- tomografia (eventualmente) 
- radiografia transcraniana (não é mais utilizada) 
- lateral de ATM 
- ressonância (ideal para tecidos moles, único exame 
que vê o disco) 
 
Hipótese diagnóstica: 
- elaboração das hipóteses diagnósticas 
- problemas sistêmicos 
- problemas psicológicos e comportamentais 
- problemas físicos no sistema mastigatório 
- problemas posturais 
- oclusão 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
 
 
 
Desordens da Articulação Temporomandibular
Disfunção temporomandibular e dor orofacial 
 Sem DTM 
 Com DTM: 
 Oclusal/Periodontal 
Intra-articular 
Extra-articular 
 
Diagnóstico 
- anamnese 
- palpação muscular e articular 
- exame clínico e da oclusão 
- eletrovibratografia (capta o ruído da articulação) 
- eletrognatógrafo (mede todos os movimentos mandibulares) 
- eletromiografia (capta a atividade muscular) 
 
Anatomia da ATM 
Disco articular: 
É composto por tecido fibro-cartilaginoso. Sua parte central (zona intermediária) tem forma bicôncava (gravata 
borboleta) e espessura bastante reduzida se comparado com as suas bordas anterior e posterior 
Côndilo mandibular: 
O côndilo se encontra centralizado na eminencia articular 
- se estiver mais para posterior está Retruido 
- se estiver mais para anterior está Protruído 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Sinais e sintomas de anormalidade na ATM 
- ruídos articulares 
- dor localizada na região pré-auricular e no polo lateral da ATM, espontânea ou provocada, que aumenta com a função 
- desvio nos movimentos mandibulares 
- dores mio faciais 
- alterações otológicas (zumbido no ouvido) 
- travamento da mandíbula na abertura ou fechamento 
- alterações radiográficas 
 
Desordens da ATM 
- principais sintomas e disfunções associados à função alterada do côndilo-disco 
- sintomas associados ao movimento condilar 
- presença de estalido e travamento da articulação 
 
Classificação das desordens da ATM 
- desarranjo do complexo côndilo-disco 
- incompatibilidade estrutural das superfícies articulares 
- desordens inflamatórias da articulação 
 
Desarranjos do complexo côndilo-disco 
Causas: 
- surgem do colapso da função normal de rotação do disco sobre o côndilo 
- alongamento dos ligamentos colaterais discais e da lâmina retrodiscal inferior 
- afinamento da borda posterior do disco 
Etiologia: 
- o principal fator etiológico é o TRAUMA 
Macrotrauma: pancada, bolada, soco e outros traumas na mandíbula; é sempre relatado pelo paciente na anamnese 
Microtrauma:associado à hiperatividade muscular crônica e à instabilidade ortopédica; é pior pois geralmente o paciente 
não nota 
Ex: mastigação unilateral, perda de elementos dentais, perda de suporte dental posterior, contatos prematuros e 
interferências oclusais, hábitos parafuncionais 
- condição oclusal associada: Classe II, divisão 2 (mordida profunda anterior) 
Tipos de desarranjos: 
- malposicionamento do disco (Estágio 1) 
- deslocamento do disco com redução (Estágio 2) 
- deslocamento do disco sem redução (Estágio 3) 
* essas condições podem apresentar progressão em sequência 
* estágio 1 e 2 são semelhantes em sinais e sintomas clínicos, fatores etiológicos semelhantes 
 
 
 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Malposicionamento do disco 
A lâmina retrodiscal inferior e os ligamentos colaterais do disco se tornarem alongados, o disco é posicionado mais 
anteriormente pelo m. pterigoideo lateral superior. Quando essa posição anterior é constante, há o afinamento da borda 
posterior do disco. 
O côndilo repousa sobre a porção mais posterior do disco, o que propicia o movimento translativo anormal do côndilo 
sob o disco durante o movimento de abertura. 
Ocorre um estalido, o qual pode ser sentido durante a abertura (estalido único) ou durante ambos, abertura e 
fechamento (estalido recíproco/duplo) 
 
Etiologia: Trauma 
Características clínicas: 
- ruídos articulares durante a abertura e/ou fechamento 
- amplitude normal de movimentos mandibulares (quando há limitação é pela dor, não pela alteração estrutural) 
- presença ou ausência de dor (quando tem dor é relacionada com a função da articulação) 
 
Deslocamento do disco com redução 
A lâmina retrodiscal inferior e os ligamentos colaterais se tornam ainda mais alongados e a borda posterior do disco 
muito afilada, o disco é deslocado e posicionado completamente fora do espaço discal. O disco e o côndilo não se 
articulam mais. 
Durante os movimentos mandibulares o disco retorna a sua posição normal, o que chamamos de redução 
Histórico: paciente relata ruído na ATM há um longo período e sensação recente de travamento 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Características clínicas: 
- abertura bucal com restrição 
- palpação digital pode-se sentir o deslocamento do disco nos movimentos de abertura e fechamento 
- com estetoscópio ou através de eletrovibratografia nota-se mais facilmente os ruídos normalmente no meio do 
movimento de abertura e no final do movimento de fechamento 
- desvios nos movimentos de abertura e fechamento são frequentes (no momento de redução do disco) 
- estalido no momento de redução do disco 
 
Tratamento – Malposicionamento e Deslocamento do disco com redução 
Objetivo: redução da dor intracapsular 
- uso da placa estabilizadora sempre que possível, para minimizar os efeitos adversos a longo prazo 
- placa de posicionamento anterior (reposiciona o disco deslocado na sua posição correta, enquanto a placa está em 
uso), deve usar apenas à noite (minimiza as alterações oclusais adversas) 
- se há instabilidade ortopédica preexistente, a terapia dentária para corrigir essa condição por ser considerada (ajuste 
oclusal, prótese, dentística, tratamento ortodôntico) 
- prescrição de AINEs (se houver inflamação associada) 
- orientações para ARF 
- redução da carga sobre a ATM, dieta pastosa, alimentos macios, mastigar lentamente, evitar mascar chicletes 
É essencial que o paciente seja reeducado para esse novo processo adaptativo 
 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Deslocamento do disco sem redução 
O ligamento se torna mais alongado e a elasticidade da lâmina retrodiscal superior é perdida, nesse caso o disco não é 
reduzido e permanece deslocado 
Histórico – mais comum quando é AGUDO (aconteceu recentemente) 
- relacionado a um evento (morder algo duro e acordar assim) 
- mandíbula travada e fechada de forma que não é possível abrir normalmente 
- pode ou não relatar dor, quando a dor está presente é relacionada a tentativa de abertura bucal além da restrição 
articular 
- ocorre um estalido antes do travamento e não ocorre mais após o deslocamento 
Características clínicas: 
- abertura mandibular entre 25 – 30mm (normal é 40mm) 
- desvio mandibular para o lado da articulação envolvida (pois a restrição de movimento está nesse lado) 
- movimentos excêntricos relativamente normais para o lado ipsilateral, mas são restritos para o lado contralateral 
(porque o lado de trabalho é oposto ao lado para o qual a mandíbula se desloca) 
- manipulação manual bilateral é dolorida, pois o côndilo está apoiado sobre tecidos retrodiscais 
 
* Quando o deslocamento sem redução se torna crônico é mais difícil o diagnóstico, com o tempo os ligamentos se 
alongam cada vez mais, permitindo movimentos mandibulares de maior amplitude, assim, o único diagnóstico definitivo é 
feito por meio de ressonância magnética (vê o disco deslocado) 
Tratamento – Deslocamento de disco sem redução 
* a confecção de uma placa de posicionamento anterior é CONTRAINDICADA, pois agrava a condição 
Quando é um caso agudo (primeiro travamento, ocorreu há uma semana ou menos) era indicado a manipulação manual 
na tentativa de recapturar o disco. Atualmente sabemos que é muito raro conseguir retornar o disco a sua posição (não 
faz mais isso) 
- não forçar a abertura de boca 
- exercícios mandibulares leves e controlados 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
- redução da carga sobre a ATM 
- mastigar lentamente, não mascar chicletes 
- evitar movimentos que agravem a condição 
- para alívio da dor: calor ou gelo, massagem 
- laser terapia 
- prescrição de AINEs 
- confecção de placa estabilizadoras um pouco mais grossas (aumentar o espaço articular, impedindo que o côndilo 
pressione a fossa mandibular) 
* Muitos pacientes permanecem sem dor mesmo com a posição alterada do disco, se torna um processo adaptativo na 
ATM 
Quando as condutas anteriores não têm resultado: 
- Viscosuplementação: injetar ácido hialurônico dentro da ATM, para melhorar a lubrificação da ATM 
- Artrocentese da ATM (lavagem com soro fisiológico dentro da articulação, com ác. hialurônico e corticosteroides) 
- Cirurgia aberta para reposicionar o disco, é muito complexo, só se for a ÚLTIMA OPÇÃO 
 
Incompatibilidade estrutural das superfícies articulares 
Causa: 
- macrotrauma (pancada no queixo com os dentes em contato, alta carga na articulação) 
- traumas que produzem hemoartrose (sangramento dentro do espaço articular), pode causar alterações estruturais e 
injúria aos tecidos retrodiscais (intervenção cirúrgica, pancadas no lado da face) 
Tipos de alterações: 
- desvios na forma 
- aderências/adesões 
- subluxação 
 
Desvios na forma 
- aplainamento no côndilo e/ou na fossa articular 
- alterações na forma do disco (adelgaçamento, perfurações) 
 
 
Aderência/Adesões 
- união das superfícies articulares (côndilo-disco; disco-superfície articular) 
- geralmente é uma aderência temporária, resultado de uma sobrecarga estática prolongada 
- se permanecem podem formar adesões pelo desenvolvimento de tecido conjuntivo fibroso entre as superfícies 
- pode se desenvolver após hemoartrose, inflamação causada por cirurgias ou macrotraumas 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
 
* fibrose entre côndilo-disco 
Subluxação - Hipermobilidade 
Movimento súbito do côndilo para frente durante o último estágio de abertura 
Conforme o côndilo se move além da crista da eminência articular, ele parece pular para frente para a posição de 
abertura máxima 
 
Boca aberta = crista do côndilo se posiciona na crista da eminência articular (condição ideal) 
- quando o côndilo ultrapassa a crista da eminencia articular é um caso de subluxação (foto 2) 
Causas: 
- não está relacionada a nenhuma condição patológica 
- ocorre devido a variações na anatomia normal da ATM 
- geralmente quando há hipermobilidadena ATM também há hipermobilidade em outras articulações do corpo 
Características clínicas: 
- paciente relata que a mandíbula “sai do lugar” quando abre muito a boca, relata também um “som surdo” como um 
“golpe” no momento da subluxação 
- abertura exagerada de boca (> 40mm) é um sinal de alerta 
- depressão pré-auricular visível, resultado do “salto” do côndilo para frente 
- normalmente não há dor 
 
Subluxar a ATM repetidas vezes pode levar ao alongamento dos ligamentos, o que 
é potencialmente danoso ao disco articular 
 
Tratamento: 
- educação do paciente 
- restrição voluntária de abertura, não alcançando o ponto da subluxação (não abrir muito a boca) 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
- abertura e fechamento com a língua na papila incisiva 
- exercícios de abertura bucal contra resistência para fortalecimento da musculatura e limitação de abertura bucal 
(apoiar o punho no queixo) 
 
Desordens inflamatórias da ATM 
São caracterizadas por dor profunda contínua, acentuada pela função 
- como a dor é contínua, pode produzir efeitos excitatório centrais secundários, que aparecem como dor referida, 
hiperalgesia e/ou co-contração protetora aumentada 
São classificadas de acordo com as estruturas envolvidas: sinovite, capsulite, retrodiscite, artrites e artroses 
Sinovite ou Capsulite 
Sinovite – inflamação dos tecidos sinoviais 
Capsulite – Inflamação dos ligamentos capsulares 
- diagnóstico diferencial só é possível por meio de artroscopia, porém não é necessário pois o tratamento de ambas é 
idêntico 
Causas: 
- trauma: macrotrauma (soco no queixo), microtrauma (pequena compressão dos tecidos por deslocamento posterior 
do côndilo) ou por abertura exagerada de boca 
Características clínicas: 
- dor continua e profunda que se origina na região articular (efeitos excitatórios centrais secundários) 
- palpação do pólo lateral do côndilo causa dor 
- abertura mandibular limitada pela dor 
- desoclusão dos dentes posteriores do lado ipsilateral (por causa do edema inflamatório que desloca o côndilo) 
 
Retodiscite 
Inflamação dos tecidos retrodiscais 
Causa: 
- macrotrauma (pancada no queixo), o trauma repetido pode forçar o côndilo contra os tecidos retrodiscais, causando 
uma inflamação secundária 
- microtrauma (fases progressivas de malposicionamento e deslocamento do disco) 
Características clínicas: 
- dor constante na região articular (efeitos excitatórios centrais secundários) 
- apertamento dental aumenta a dor 
- morde um espátula de madeira do lado ipsilateral alivia a dor 
- limitação de movimento mandibular pela dor 
- desoclusão aguda dos dentes posteriores ipsilaterais devido ao edema inflamatório 
 
Artrites 
Inflamação das superfícies articulares da ATM 
Tipos de artrites 
- osteoartrite 
- osteoartrose 
- poliartrites 
 
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Doença Articular Degenerativa 
Osteoartrite e Osteoartrose 
 
Osteoartrite: processo degenerativo pelo qual as 
superfícies articulares ósseas do côndilo e da fossa se 
tornam alteradas 
- componente inflamatório secundário 
É uma resposta do organismo a uma sobrecarga na 
articulação, quando essa sobrecarga é contínua, a 
superfície articular se torna amolecida (condromalácia) e 
o osso subarticular começa a ser reabsorvido, essa 
degeneração progride até a perda da camada cortical 
subcondral e erosão óssea (estágio avançado) 
Características clínicas: 
- dor, acentuada por movimentos mandibulares 
- crepitação (ruído de atrito articular) 
- associada ao deslocamento de disco e colapso dos 
tecidos retrodiscais (côndilo se articula diretamente na 
fossa) 
- função mandibular restrita 
Osteoartrose: quando a sobrecarga é removida, a 
condição se torna adaptativa mesmo que a morfologia 
articular tenha sido alterada 
- geralmente o paciente não relata sintomas 
- doença articular degenerativa 
* Osteoartrite e osteoartrose são partes de uma 
mesma condição 
 
Evolução da Osteoatrite – Osteoartrose 
- segue um curso autolimitante! 
1º - Estalos da articulação e capturas de disco (dor 
pode ou não estar presente) 
2º - Restrição de movimento e dor 
3º - Diminuição da dor, ruídos articulares presentes e 
depois há retorno da amplitude normal de movimentos 
sem dor e redução dos ruídos articulares 
 
Sinais e sintomas 
- reparação inefetiva 
- erosão do osso subjacente 
- remodelação do osso subjacente e formação de 
espículas marginais (osteofitos) e cistos subasticulares 
- perda do espaço articular 
- crepitação (sons articulares ásperos) é um achado 
comum 
- oclusão instável pode contribuir com forças danosas a 
articulação 
Sinais radiográficos 
- superfícies erosadas e achatadas (artrose) 
 
Tratamento definitivo 
Tem o objetivo de diminuir a carga na articulação 
- corrigir a posição do côndilo-disco, quando possível 
- placa estabilizadora se houver hiperatividade muscular 
- prescrição de analgésicos e/ou AINEs 
 
Terapia de suporte 
- explicar o curso da doença ao paciente 
- conscientização do paciente da atividade parafuncional, 
auto regulação física 
- restrição do movimento aos limites indolores 
- dieta pastosa 
- termoterapia (colocar compressa quente) 
- exercícios musculares passivos dentro dos limites 
indolores 
 
* se esse tratamento não for efeito após 1-2 meses – 
injeção única de corticosteroide na articulação envolvida 
* se mesmo assim não for efetivo – intervenção 
cirúrgica (geralmente não são necessários) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Disfunções Temporomandibulares Musculares 
- são as mais frequentes 
Modelo de dor muscular 
 
Eventos 
- morder o lábio 
- interposição de lábio 
- apoiar a mão ou objetos no rosto, entortando a 
cabeça 
- posição incorreta ao dormir (mão embaixo do 
travesseiro, de bruços) 
- traumas 
- oclusão incorreta 
 
Tipos de DTMs musculares 
- co-contração protetora * 
- sensibilidade dolorosa muscular local * 
- mioespasmo 
- dor miofascial (ponto gatilho) * 
- mialgia centralmente mediada 
- fibromialgia 
* mais importantes 
 
Classificação 
Desordens mialgicas AGUDAS 
- mioespasmo 
Desordens de dor CRÔNICA 
Regionais - mialgia centralmente mediada e dor 
miofascial 
Sistêmicas – fibromialgia (encaminhar ao reumatologista) 
 
 
 
 
Co-contração protetora 
Contratura muscular 
Primeira resposta dos músculos mastigatórios frente a 
um evento 
Resposta do SNC às injúrias ou às ameaças de injúrias. 
Todos os músculos são mantidos em um estado de 
contração moderado, chamado tônus. O tônus persiste 
sem fadiga pela alternância entre contração e 
relaxamento das fibras, impedindo o alongamento 
repentino 
Ocorre pela ativação simultânea de músculos 
antagonistas (isso é um reflexo natural – ex: ativação 
dos m. elevadores da boca no movimento de abertura 
bucal) 
Causas: 
Estímulos sensoriais ou proprioceptivos alterados 
- restauração com interferência oclusal 
- tempo prolongado com a boca muito aberta em 
consulta odontológica 
- após anestesia por trauma aos tecidos 
- trauma aos tecidos por pericoronarite, mordedura 
frequente 
Estímulos constantes de dor profunda 
- efeitos excitatórios centrais secundários 
Estresse emocional aumentado 
- o aumento do estresse altera a sensibilidade do fuso 
muscular, aumentando a sensibilidade do músculo ao 
alongamento 
- início de atividades parafuncionais como bruxismo do 
sono e apertamento dental 
Sinais e sintomas: 
- mialgia (dor muscular) 
- sensação de fraqueza muscular 
- ausência de dor no repouso 
- aumento da dor na função 
- limitação de amplitude e velocidade na abertura bucal 
* paciente relata presença de algum fator etiológico 
recente prévio ao início dos sintomas (estresse, 
traumas dentais ou teciduais) 
 
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Tratamento: 
- é direcionado para a remoção da causa 
Ex: 
Restauração mal adaptada– ajuste 
Resultado de um trauma – já parou de acontecer 
Fonte de dor profunda – controle da dor 
Aumento do estresse emocional – controle e auto-
regulação física (ARF) 
- orientação de restrição dos movimentos mandibulares 
a limites indolores 
- dieta pastosa até que a dor diminua, mastigação lenta 
- medicação analgésica por curto período (dipirona, 
acido acetilsalicílico) 
 
Sensibilidade dolorosa muscular local 
Mialgia não inflamatória 
Dor miogênica, não-inflamatória e primária 
Primeira resposta dos tecidos musculares a uma co-
contração protetora contínua 
Alteração nos tecidos musculares 
Causas: 
Co-contração protetora prolongada 
- entra em um ciclo em que a co-contração prolongada 
leva à sensibilidade muscular e a sensibilidade muscular, 
por ser uma fonte de dor profunda, produz co-
contração protetora. 
Trauma 
- por injúria aos tecidos locais 
- por uso não-habitual dos músculos, levando à fadiga 
muscular (bruxismo, apertamento, mastigar chiclete 
frequentemente) 
Estresse emocional aumentado 
- co-contração prolongada 
Dor miálgica idiopática 
Características clínicas: 
- diminuição da amplitude e velocidade do movimento 
mandibular 
- mínima dor durante o repouso 
- aumento da dor durante a função 
- fraqueza muscular real (redução da força dos 
músculos afetados pela presença de dor) 
- sensibilidade muscular aumentada à palpação, 
geralmente o corpo inteiro do músculo afetado é 
dolorido (é a PRINCIPAL diferença da co-contração 
protetora) 
- dor da palpação é familiar ao paciente 
Tratamento: 
Objetivo primário é diminuir o estímulo sensitivo (dor) 
para o SNC 
- eliminar estímulos sensitivos ou proprioceptivos 
alterados presentes 
- eliminar qualquer fonte presente de dor profunda 
(dentária ou não) 
- restringir o uso da mandíbula aos limites indolores 
- dieta pastosa e mastigação lenta 
- exercícios musculares dentro dos limites indolores 
- educar o paciente para a consciência cognitiva 
(desencostar os dentes) 
- confecção de placa interoclusal de estabilização (para 
bruxismo do sono e apertamento) 
- termoterapia (calor úmido por 20min, 3x ao dia) 
- prescrição de analgésicos/AINEs (tomar de 4-6h por 
5-7 dias, para evitar a dor) 
- massagem 
- TENS 
- ultrassom 
- laser 
- acupuntura 
- controle do estresse emocional e auto-regulação física 
(ARF) 
ARF – Abordagens de auto-regulação física 
- terapia cognitiva 
- repouso das estruturas orofaciais 
- melhora do posicionamento postural 
- relaxamento da parte superior das costas 
- relaxamento do corpo nas atividades diárias 
- respiração diafragmática 
- higiene do sono 
- ingestão de líquidos, nutrição correta, exercícios 
físicos 
 
Mioespasmo 
Mialgia de contração tônica 
Contração muscular tônica involuntária induzida pelo 
SNC 
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Resulta em encurtamento repentino do músculo, 
acompanhado de início repentino de dor, enrijecimento 
e mudança na posição mandibular 
Causas: 
- não é bem explicada, porém é provável que ocorra 
pela combinação de vários fatores 
Condições musculares locais 
- fadiga muscular e mudanças no equilíbrio eletrolítico 
local 
Condições sistêmicas 
- propensão genética 
Estímulo de dor profunda 
- pode propiciar o mioespasmo 
- fonte de dor profunda: sensibilidade dolorosa muscular, 
dor intensa por ponto gatilho ou de outras estruturas 
associadas (ATM, ouvido, dentes) 
Características clínicas: 
- restrição de amplitude dos movimentos mandibulares 
- maloclusão aguda (mudança súbita no padrão dos 
contatos oclusais) 
- dor em repouso 
- aumento da dor em função 
- sensibilidade dolorosa muscular local à palpação 
- enrijecimento muscular (na palpação sentimos os 
músculos firmes) 
Tratamento: 
Redução da dor: 
- massagem manual 
- spray de vapor frio ou gelo 
- injeção de anestésico local no músculo em espasmo 
(Lidocaína 2% sem vasoconstritor) 
Após redução da dor: 
- estiramento passivo do músculo até seu comprimento 
total 
Direcionados à causa do espasmo: 
Dor profunda – controle adequado da dor 
Fadiga e uso excessivo – descanso muscular, 
reestabelecendo o equilíbrio eletrolítico normal 
Terapias de suporte 
Fisioterapia: 
- mobilização muscular 
- massagem profunda 
- estiramento muscular passivo 
- exercícios de condicionamento muscular e técnicas de 
relaxamento, quando o mioespasmo foi reduzido 
Toxina botulínica 
- se for um caso de distonia oromandibular 
Distonia oromandibular: contrações espasmódicas, 
repetidas e incontrolada de uma mesmo músculo, sem 
causas identificáveis (etiologia central) 
 
Dor miofascial com dor referida 
Trigger Points 
Caracterizada por áreas locais de feixes rígidos 
hipersensíveis nos tecidos musculares, chamadas de 
pontos gatilho 
Apenas um ponto localizado do músculo está com as 
fibras em contração, por isso não há encurtamento 
muscular (como há no mioespasmo) 
É uma fonte de dor profunda constante, ou seja, pode 
causar efeitos excitatórios centrais e assim causar dor 
referida, em um padrão previsível de acordo com a 
localização do ponto gatilho 
- pode acontecer periodicamente, sendo Aguda 
- pode estar associada a outras desordens de dor 
concomitante, tornando-se Crônica 
Causas: 
Sensibilidade dolorosa muscular local prolongada 
- aumenta a propensão de desenvolvimento de pontos 
gatilho 
Dor profunda constante 
- por gerar desenvolvimento de um ponto gatilho ou 
de co-contração protetora 
- quando desenvolve o ponto gatilho, ele vira uma fonte 
de dor profunda que pode podem formar pontos 
gatilhos satélites (secundários) 
Aumento do estresse emocional 
Distúrbios do sono 
Fatores locais 
- hábitos, posturas, esforços musculares, frio 
Fatores sistêmicos 
- hipovitaminose 
- condicionamento físico deficiente 
- fadiga 
- infecções virais 
Mecanismo idiopático 
- a causa exata ainda não foi determinada 
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Características clínicas: 
- diminuição na velocidade e amplitude dos 
movimentos, pelo efeito secundário da dor 
- dor durante o repouso (é a dor referida – tipo 
cefaleia tensional) 
- aumento da dor durante a função quando a área do 
ponto gatilho é estimulada pela função 
- presença de pontos gatilho na palpação muscular 
(feixes firmes e hipersensíveis, que gera dor referida 
em um local distante) 
Os pontos gatilho podem se tornar 
latentes, nessa fase mesmo se 
estimulados não geram a dor referida, o 
que dificulta o diagnóstico. 
 
Trigger Points – M. Trapézio 
 
 
Tratamento: 
Direcionado a eliminação ou redução da causa 
- eliminar qualquer fonte de dor profunda 
- técnicas de ARF (correção postural, técnicas de 
controle do estresse emocional) 
Remoção do ponto gatilho: 
- agulhamento a seco (rompe mecanicamente o ponto 
álgico) 
- spray frio + estiramento do músculo sem causar dor 
- pressão digital (mantida por 30 a 60 seg) 
- massagem 
- ultrassom (produz calor profundo, relaxamento 
muscular) 
- laser 
 
Mialgia centralmente mediada 
Miosite crônica 
Desordem de dor muscular crônica, contínua, originada 
predominantemente dos efeitos do SNC que são 
sentidos perifericamente nos tecidos musculares 
- é uma inflamação neurogênica (mediada pelo SNC) 
Causas: 
- sensibilidade dolorosa muscular local prolongada ou dor 
miofascial 
Características clínicas: 
- dor miogênica forte constante 
- dor no repouso 
- dor aumenta com a função 
- músculos muito sensíveis por palpação 
- longa duração dos sintomas é a PRINCIPAL 
característica 
Tratamento: 
- tratamento leva tempo até dar resultados 
- restrição do uso da mandíbula a limites indolores 
- dieta pastosa, mastigação lenta e em pequenas 
porções 
- dieta líquida pode ser necessária, se a dor funcional 
não puder ser controlada (manter até que consiga 
voltar à dieta pastosa sem dor) 
- evitar exercícios musculares ou injeções (bloqueio 
anestésico nesse caso AUMENTAa dor) 
- relaxamento muscular 
- ARF (desocluir os dentes) 
- placa de estabilização interoclusal (bruxismo do sono e 
apertamento) 
- prescrição de AINEs (600mg, 4x ao dia por 14 dias), 
se o paciente tiver problemas gástricos associar a um 
inibidor da COX-2 
Terapia de suporte 
Após a diminuição da dor: 
- ultrassom 
* se voltar a doer, reduzir a intensidade das terapias de 
suporte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Dispositivo de Estabilização Interoclusal 
É um dispositivo removível, confeccionado em acrílico 
duro, que se encaixa sobre as superfícies oclusais e 
incisais dos dentes em um arco, criando contato oclusal 
preciso com os dentes do arco oposto 
Funções: 
- fornecer temporariamente condição oclusal que 
permita que a ATM adote a posição articular mais 
ortopedicamente estável 
- proporcionar condição oclusal ideal que reorganize a 
atividade neuromuscular reflexa 
- redução da atividade muscular anormal 
- estimular a função muscular normal 
- proteger os dentes e estruturas de suporte de forças 
anormais que possam causar colapso e/ou desgaste 
dentário 
- reduz ou elimina sinais e sintomas de DTMs 
- auxilia no diagnóstico (é reversível) 
 
Tipos de placas 
Placas de mordida anterior 
- JIG 
- Front-Plateau 
- cobertura parcial (dispositivos anteriores) 
Placas estabilizadora ou miorrelaxantes (RC) 
- diminuir a hiperatividade muscular 
- reduzir a dor muscular 
Placas ortopédicas reposicionadoras 
- alterar a posição da mandíbula em relação ao crânio 
 
Mecanismo de ação 
- controvérsia (provoca redução dos sinais e sintomas) 
- fatores fisiológicos e psicológicos 
- diminuição da hiperatividade muscular 
 
“A placa mascara por DESMEMORIZAÇÃO 
PROPRIOCEPTIVA os contados prematuros ao se 
interpor nas arcadas, rompendo o ciclo vicioso 
patogênico criado pelos contatos prematuros e 
interferências oclusais, tanto em cêntrica como em 
lateralidade permitindo aos dentes realizar contatos com 
um plano de suporte estável, reposicionando o côndilo 
numa relação fisiológica de conforto, facilitando o 
relaxamento e o desaparecimento da dor. ” 
“A placa elimina temporariamente a informação 
nociceptiva da região oral, periodontal e articular, 
permitindo que se rompa total ou parcialmente o 
ENGRAMA (reflexo condicionado) existentes nos 
contatos dentais e nos movimentos de abertura e 
fechamento mandibular, que podem estar alterados por 
interferências ou prematuridades oclusais existentes. 
Após a adaptação de uma placa interoclusal há uma 
alteração no engrama, induzindo a uma atividade 
muscular normal e eventualmente contribuindo para um 
melhor posicionamento mandibular. ” 
 
“A utilização da placa miorrelaxante provoca uma 
alteração no padrão de contato oclusal, percebida pelos 
reptores periodontais, musculares e capsulares da ATM. 
Essa alteração do input proprioceptivo é enviada ao 
núcleo do quinto par, alcançando em seguida a 
formação reticular e o córtex cerebral, essas novas 
informações inibem os músculos que atuam sobre a 
ATM, promovendo relaxamento muscular e proteção 
articular. “ 
 
Fatores que influencia no sucesso ou fracasso: 
- seleção da placa 
- confecção da placa 
- ajuste da placa 
- cooperação do paciente 
 
Indicações 
- remover o ciclo vicioso (interferência oclusal + tensão 
emocional + apertamento ou rangimento dental, 
causador de dor e desconforto muscular e oclusal) 
- eliminar o espasmo muscular e estabilizar os condilos 
- minimizar os hábitos parafuncionais (evitar desgaste 
dental) 
- fixar os dentes submetidos a cirurgia periodontal 
- nos casos de mialgia e artralgias do sistema 
estomatognático 
- em pacientes com trismo e limitação de abertura 
bucal 
- no tratamento do deslocamento posterior do condilo 
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- no estudo dos problemas oclusais 
- na proteção das estruturas das ATMs 
- na terapia miofuncional e de relaxamento 
- evitar injurias nos esportes de contato 
- nos estalos e crepitações das ATMs 
- na mordida fantasma 
- finalidade diagnóstica, sendo recomendado seu uso 
antes de ser instituído qualquer tratamento restaurador 
definitivo, em pacientes com disfunções 
temporomandibulares 
 
Contraindicações 
- aparelhos mal desenhados, erradamente indicados e 
sem proservação 
 
Vantagens: 
- facilidade na confecção 
- instalação rápida 
- autoretentivo 
- resultados favoráveis em curto espaço de tempo e a 
redução da sintomatologia dolorosa 
- reversibilidade no tratamento 
 
Placa estabilizadora 
- confeccionada no arco maxilar 
- fornece uma relação oclusal ideal para o paciente 
- os condilos de posicionam numa posição musculo-
esqueletica estável 
- desoclusão canina é estabelecida 
Objetivo: eliminar qualquer instabilidade ortopédica 
entre a posição oclusal e a articular 
Indicações: 
- desordens musculares dolorosas (mialgia muscular 
local) 
- reduzir a hiperatividade muscular (ex: bruxismo) 
- mialgica crônica centralmente mediada 
- retrodiscite secundária ao trauma (permite a 
cicatrização mais eficaz) 
 
Técnica de confecção 
- boa moldagem, molde e modelo 
- registro da RC com o JIG de lucia 
- montagem em articulador superior (arco facial) e 
inferior (jig + registro de cera) 
- desenho da placa no modelo, prioritariamente no arco 
superior 
- enceramento em cera rosa 7 
- obtenção da guia canino 
- obter o melhor contato dos dentes 
- acrilização, acabamento e polimento 
Confecção na Maxila 
- exige menor espessura de material 
- melhor apoio e controle da guia canina 
- induz menor tensão mastigatória 
- mais estável pois cobre mais tecido 
- permite que os contatos antagonistas sejam obtidos 
em todas as relações esqueléticas e de molar (classe II, 
classe III) 
Confecção na Mandíbula 
- melhor estética 
- adaptação mais fácil da fala 
- na doença periodontal no arco mais comprometido 
- no arco com maior perda de elementos dentários 
 
Características físicas e biomecânicas 
- recobrimento de todos os dentes 
- espaço interoclusal (DV) mínimo de 2 a 3 mm 
(pacientes dentados) 
- superfície de contato oclusal lisa e polida 
- contatos cêntricos nas pontas de cúspides dando 
liberdade em cêntrica 
- guia canina de desoclusão 
- ausência de contato no lado de balanceio 
- guia anterior: desoclusão protusiva e ausência de 
contato dos dentes posteriores 
- superfícies fora do contato oclusal devem ser lisas e 
polidas sem diedros 
- não apresentar excesso de contorno, não interferir 
com a mucosa, deglutição e fonética 
- material resistente e com boa resiliência 
- espessura mínima que garanta resistência à fratura 
- material fácil de ser desgastado e ajustado tanto no 
laboratório como na clínica 
- estética 
- deve permitir o selamento labial 
 
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Instalação e ajustes clínicos 
1º inserção 
2º ajuste oclusal em RC, com carbono (deve ter 
contato com todos os antagonistas) 
3º ajuste oclusal em lateralidade (ação do guia canino – 
desocluir os outros dentes) 
4º ajuste oclusal da guia protrusiva 
 
Placa interoclusal a Vácuo 
Vantagens: 
- moldagem única 
- emergencial 
Desvantagens: 
- pouco retentiva 
- ajuste dos contornos ficam comprometidos 
- reembasamento interno e externo 
 
Front-Plateau 
- ação fisiológica: diminuição das informações 
proprioceptivas dos dentes e reprogramação 
neuromuscular 
Regime de utilização: EMERGÊNCIAL (24 a 72h), 
orientar o paciente sobre a possibilidade de extrusão 
dos dentes posteriores 
- após o regime de utilização reavaliar a sintomatologia 
dolorosa e amplitude de movimentos mandibulares 
- remover o aparelho e instruir terapia definitiva para o 
caso 
Confecção 
1 – desprogramação neuromuscular 
2 – isolamento (papel alumínio e vaselina sólida) 
3 – manipulação da resina 
4 – confecção do Front-Plateau (resina na fase 
borrachoide)5 – ajuste 
6 – acabamento e polimento 
 
Conclusões 
- as desordens craniomandibulares funcionais como um 
fenômeno altamente complexo, provavelmente os 
fatores etiológicos são macro e microtraumas nas 
regiões das ATMs, oclusal, musculatura crânio/cervical, 
além dos fatores emocionais e fisiológicos, ou a 
combinação de fatores 
- existem dados insuficientes que estabeleçam uma 
prioridade para o uso das diferentes formas de terapias, 
porém, o uso de terapias reversíveis e conservadores 
devem ser defendidas 
- tanto a dor como a sintomatologia disfuncional são 
beneficiadas com a terapia da placa oclusal 
- o uso da placa como única forma de tratamento não 
é suficiente para manter a coordenação muscular 
- a placa estabilizadora é comumente usada para 
discrepâncias na relação maxilo-mandibular, desordens 
musculares e inflamações intracapsulares 
- diante da complexidade do assunto, uma constante 
renovação de conhecimentos é sempre necessária 
 
Instruções ao paciente 
- utilizar o maior tempo possível, exceto ao se alimentar 
- no início pode gerar aumento temporário da salivação 
- melhor adaptação da fala após alguns dias de uso 
- pode parecer um pouco apertada no começo, mas é 
normal 
- ao remover a placa pode sentir a mordida diferente e 
as interferências presentes podem parecer mais 
acentuadas, mas normalmente desaparece em poucos 
minutos 
- quando não está em uso deve ser armazenada em 
um recipiente com água a fim de preservar sua forma 
- deve ser escovada com pasta e escova dental 2x por 
dia 
- ajustes iniciais são necessários e os futuros ajustes 
dependem da natureza, complexidade e severidade dos 
problemas musculares, oclusais e articulares 
- pode ser necessário ajuste oclusal nos dentes naturais 
(feito após a eliminação dos sintomas) 
- não deve ser utilizada sem a supervisão de um 
dentista, se interromper o tratamento não deve 
continuar usando 
 
 
 
 
 
 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
 
Controle sintomático da DTM e DOF 
Pontos chave: controlar a dor, restaurar a função 
Placa anterior – “Front-Plateau” 
AÇÃO FISIOLÓGICA 
- diminuição das informações proprioceptivas dos 
dentes 
- desprogramação (reprogramação) neuromuscular 
REGIME DE UTILIZAÇÃO 
- uso emergencial: 24 a 72 horas de uso 
- orientar o paciente quanto a possibilidade de extrusão 
dos dentes posteriores 
- após o período de utilização, reavaliar a sintomatologia 
dolorosa e a amplitude dos movimentos mandibulares 
- remover o aparelho e instruir a terapia direcionada ao 
tratamento da disfunção 
 
Farmacoterapia 
 
* sempre iniciar por analgésicos e se não resolver 
seguir na sequência 
Analgésicos 
DIPIRONA SÓDICA: 20 a 40 gotas 4x ao dia; 1 a 2 
comprimidos 4x ao dia (+15 anos) 
PARACETAMOL 750mg: 1 comprimido em intervalos 
de 4 a 6 horas 
NIMESULIDA 100mg: 1 comprimido de 12/12 horas 
Antiinflamatórios não esteroidais 
IBUPROFENO 400mg (máx 8 em 24h) ou 600mg (máx 
5 em 24h): 1 comprimido em intervalos de 4 a 6 horas 
TROMETAMOL – não usar por mais que 5 dias 
Relaxantes musculares 
CLORIDRATO DE CICLOBENZOPRINA (dose máx 20 a 
40mg/dia) 5mg ou 10mg: 1 comprimido 4x ao dia 
* causa sonolência, avisar o paciente 
 
 
Analgésicos de ação central 
PARACETAMOL + FOSFATO DE CODEÍNA 7,5mg 
(dor leve) ou 30mg (dor moderada e intensa): 1 
comprimido de 4/4 horas 
DICLOFENACO SÓDICO + CODEÍNA 50mg: 1 
comprimido de 8/8 horas 
Antibióticos 
AMOXICILINA 500mg: 1 cápsula de 8/8 horas 
AMOXICILINA 500mg + CLAVULANATO DE 
POTÁSSIO 125mg: 1 comprimido de 12/12 horas 
Medicamentos tópicos 
Gel de diclofenaco de sódio 
Creme de ibuprofeno 
- diminuem as informações nocieceptivas ao SNC 
 
Agulhamento a seco – “Dry Needling” 
Objetivo: desativação dos pontos-gatilho miofasciais 
- é uma subárea da acupuntura 
- liberação de encefalinas 
- liberação de betaendorfina (supressão da liberação da 
substância P que é algiogênica) 
Vantagens: 
- terapia minimamente invasiva. 
- baixo custo 
- segura 
- apresenta efeitos locais, segmentares, 
extrassegmentares e efeito placebo 
 
Acupuntura 
Base de analgesia pela liberação dos opioides 
endógenos (endorfina e encefalinas) 
Cerca de 70 a 80% dos pontos de acupuntura 
correspondem aos pontos-gatilho 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Bloqueio anestésico 
- quando já tentamos outras técnicas e não teve 
sucesso 
- interrompe os impulsos sensoriais de uma região 
específica do corpo, diminuindo ou até eliminando a dor 
- alivia a dor por impedir a aferência sensitiva 
(nocicepção) ao sistema nervoso central (SNC) 
- relaxa a musculatura estriada e reduz o tônus 
muscular 
- os anestésicos não podem ter vasoconstritor 
Bupivacaína 0,5% 
Lidocaína 0,5% 
Lidocaína 1% 
 
Terapia física domiciliar 
Bochechos 
Fazer bochechos diários (3x ao dia) com água morna, 
misturada com um pouco de antisséptico bucal de sua 
preferência por 1 minuto para cada lado, repetir uma 
vez 
Objetivo: dessensibilização periférica 
- cloridrato de benzidamina (diluir 10 gotas em ½ copo 
de água), ele dessensibiliza a mucosa da boca 
Calor úmido 
- aplicar calor úmido sobre a área dolorida por 20 
minutos, 3x ao dia 
- fazer um rolo com toalha de rosto, aquecida em água 
morna / bolsa de água quente 
- vasodilatação 
- aumento do metabolismo celular / permeabilidade 
capilar 
- redução do tônus muscular 
- melhora a drenagem linfática 
Massagem 
- massagear na área da dor, utilizando gel anti-
inflamatório anestésico durante 3 a 5 minutos 
- Emulgel (diclofenaco dietilamonio) 
- Creme de ibuprofeno 
Gelo (criomassagem) 
- aplicar de 7 a 10 minutos nas primeiras 24h da lesão 
(casos Agudos) 
- vasoconstrição 
- diminuição da inflamação e da dor / redução do 
espasmo muscular (retarda a condução dos nervos 
periféricos que produz aumento do limiar da dor) 
- menor quantidade de mediadores inflamatórios são 
liberados na área 
 
 
Condutas fisioterapêuticas da 
analgesia 
Objetivos 
- eliminação ou redução da dor e do desconforto 
- eliminação ou redução de processos inflamatórios 
musculares e ou articulares 
- eliminação ou redução de fibroses e aderências 
articulares 
- normalização do tônus muscular 
Massoterapia 
- fornece um estímulo tátil que chega antes do 
estímulo doloroso ao SNC, reduzindo a percepção de 
dor 
 
Liberação miofascial 
Estimulação mecânica dos tecidos por aplicação rítmica 
de pressão e estiramento 
Técnica manual que permite o deslizamento do 
músculo com a fáscia, diminuindo tensões musculares e 
dor 
 
Eletroanalgesia 
Tens – Estimulação nervosa elétrica transcutanea 
- corrente elétrica utilizada para analgesia através de 
impulsos elétricos que bloqueiam a dor 
- impulsos elétricos estimulam fibras mecanorreceptoras 
A-beta 
- liberação de opióides endógenos 
- de 20 a 30 minutos 
 
Ultrassom terapeutico 
- frequência de 1 ou 3 MHz, 2 a 3 minutos por área 
semanalmente 
- atua de 2 maneiras: térmico e mecânico 
Efeito térmico: alívio da dor, diminuição da rigidez 
articular e aumento de fluxo sanguíneo 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Efeito mecânico: massagem, normalização do tônus, 
estimulação da regeneração dos tecidos, reparo de 
tecido mole, fluxo sanguíneo em tecidos cronicamente 
isquêmicos 
 
Laser 
- laser de baixa potência: até 100 mW, comprimento de 
onda 630 a 780 nm 
- laser terapêutico de arseneto de gálio e alumínio: 
potência 70 mW, comprimento de onda de 780 nm 
Efeitos analgésicos do laser 
- aumento no limiar da dor através de um complexo 
mecanismo de bloqueio eletrolítico das fibras nervosas 
- aumento na produção de ATP, o qual pode resultar 
no relaxamento muscular 
- aumento da microcirculação local resolvendo a 
isquemia dos tecidos e facilitando a remoção de 
substancias algogenicas (bradicinina, histamina e 
acetilcolina) 
- aumento do fluxo linfático, diminuindo o edema 
 
Sempre devemosORIENTAR o paciente 
quanto aos cuidados e automanejo no 
controle da dor (reduzir apertamento, 
posturas adequadas, controle da 
ansiedade e estresse emocional) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
 
Terapias de apoio da DTM e DOF 
DTM abrange um largo espectro de problemas clínicos 
da articulação e dos músculos do segmento orofacial 
Caracteriza-se principalmente por dor, sons na ATM e 
função irregular ou limitada da mandíbula. 
Representa uma causa significativa de dor não dental na 
região orofacial 
Apresenta a terceira maior prevalência entre as dores 
crônicas, afeta frequentemente jovens e adultos (20 a 
50 anos) e acomete preferencialmente o sexo feminino 
A DTM está frequentemente associada a outras dores 
crônicas como cefaleias, dores cervicais e dores 
articulares causando importante incapacidade física e 
psicológica do paciente 
 
Diagnóstico de DTM 
Eixo I: voltado ao exame físico que subdivide as DTMs 
em 3 grupos: 
- disfunções musculares 
- disfunções articulares 
- artralgia, osteoartrite e osteoartrose 
Eixo II: compreende uma avaliação biopsicossocial e foi 
criado para fazer triagem do estado psicológico dos 
pacientes. Essas medidas não pretendem fazer 
diagnóstico psiquiátrico, apenas orientar a necessidade 
de atendimento multidisciplinar 
 
Fonoaudiologia 
Motricidade orofacial: é o campo da fonoaudiologia 
voltado para o estudo/pesquisa, prevenção, avaliação, 
diagnóstico, desenvolvimento, habilitação, 
aperfeiçoamento e reabilitação dos aspectos estruturais 
e funcionais das regiões orofacial e cervical 
Importância da fonoterapia para pacientes 
com DTM 
- ATM e músculos orofaciais permitem os movimentos 
mandibulares 
- funções tem relação direta com a liberdade desses 
movimentos, definem as características da mastigação, 
da deglutição e da fala 
 
Distúrbio miofuncional orofacial 
Qualquer alteração que envolva a musculatura oral e/ou 
cervical que interfira no crescimento, desenvolvimento 
ou funcionamento das estruturas e funções orofaciais 
- as DTMs vão promover alterações funcionais na 
musculatura que levam ao aumento das DTMs 
- proposta da fonoaudiologia é de reeducação da 
musculatura e funções através da terapia 
miofuncional orofacial 
 
Terapia fonoaudiologica 
Meta: equilíbrio das funções respeitando condições 
morfológicas 
- funções erradas que se tornam ações automáticas de 
difícil percepção e modificação 
Objetivos: 
- alívio da dor 
- relaxamento geral e específico 
- alongamento 
- aumento da circulação sanguínea 
- conscientização de hábitos (tornar consciente o 
padrão utilizado) 
- auto manejo 
- melhoria das funções estomatognáticas (respiração, 
fala, deglutição e mastigação) 
Mioterapia 
- lubrificação das ATMs 
- simetria de movimentos mandibulares 
- amplitude e coordenação de movimentos 
- mobilidade 
- flexibilidade 
- tensão 
- percepção 
 
O tratamento fonoaudiológico para 
pacientes com DTM busca a recuperação 
funcional do sistema estomatognático 
 
 
 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Fisioterapia 
É uma ciência da Saúde que estuda, previne e trata os 
distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos 
e sistemas do corpo humano 
Importância da fisioterapia em pacientes com 
DTM 
- atua principalmente no controle da dor e orientações 
para mudança de hábitos 
- restaurar funções, visando sempre a melhora de um 
paciente e retorno a rotina do dia a dia de cada um 
- sempre trabalhando em conjunto com uma equipe 
multiprofissional e olhando o paciente como um todo 
 
Terapia fisioterapêutica: 
- liberação miofascial 
- massagem intra e extraoral 
- fortalecimento muscular 
- orientações fisioterapêuticas (educação do paciente) 
- exercícios de fortalecimento / alongamento globais 
para realizar em casa 
- utilização de eletroterapia (TENS, LASER, 
ULTRASSOM) 
- acupuntura, agulhamento a seco 
- terapias físicas 
- RPG (reeducação postural global) 
 
EXERCÍCIOS DOMICILIARES 
- alongamento e fortalecimento de membros 
superiores 
- alongamento e fortalecimento de membros inferiores 
- alongamento e fortalecimento da musculatura de 
tronco 
- exercícios aeróbicos, além de exercícios respiratórios 
 
Psicologia 
- componente emocional das DTMs 
- encaminhar o paciente 
 
Medicina 
- comorbidades (cefaleias) 
- otorrinolaringologista 
- neurologista 
- cabeça e pescoço 
- fisiatra 
- clínico geral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Cefaleias e dores orofaciais 
Cefaleia e DTM são comórbidas, 
geralmente estão associadas e uma piora 
a outra 
 
Cefaleias primárias 
- enxaqueca (migrânea) 
- cafaleia tipo tensional 
- cafaleia em salvas 
 
Enxaqueca com aura (clássica) 
- é uma cefaleia vascular, caracterizada por dor 
latejante/pulsátil 
- unilateral 
- dura de 4 a 72hrs 
- náuseas e/ou vômitos 
- fotofobia (luz piora) 
- fonofobia (som piora) 
- aumenta a dor com atividade física 
Crise de enxaqueca 
Pródromo: sintomas premonitórios que podem 
ocorrer no dia interior ou no mesmo dia da crise 
- irritação, cansaço, memória não ajuda, desejo por 
doces, não urinar bem, sono ruim (insônia, pesadelos) 
- presentes em 60% dos pacientes 
Aura: sintomas que precedem, em até 1 hora, a dor 
- pode ou não estar presente 
- sintomas visuais em 95% dos casos 
- ocorrem em 15% das enxaquecas 
- manchas escuras, pontos brilhantes, perda de um dos 
lados da visão por alguns minutos, deformação do 
ambiente e riscos brilhantes em zig-zag (teicopsias) 
- quando a aura desaparece, surge a dor 
- podem ocorrer: desmaios, confusão mental, tontura, 
desequilíbrio, vertigens, fala ebriosa (deve fazer a 
investigação neurológica completa) 
Pósdromo: período antes da recuperação total que 
pode durar até 24hrs 
- cansaço, fraqueza, necessidade de repouso 
 
 
Enxaqueca sem aura 
- é a comum, similar a enxaqueca clássica, porém sem 
pródromos 
 
Cefaleia tipo tensional 
- é MUSCULAR 
- dor de cabeça crônica ou episódica 
- bilateral 
- dor de intensidade leve a moderada 
- não pulsátil 
- sensação de pressão ou espremedura da cabeça 
- atividade física melhora (liberação de serotonina que 
tende ao relaxamento muscular) 
- fotofobia e fonofobia eventuais 
 
Cefaleia em salvas 
- cefaleia de cluster 
- ataques severos 
- unilaterais 
- dor de cabeça na região orbitária, supra orbitária e 
temporal 
- afeta em torno de 1% da população (RARA) 
- homens 6x mais do que mulheres 
Associados com fenômenos autonômicos do lado da 
dor, como: 
- ptose: queda da pálpebra 
- miose: diminuição da pupila 
- congestão da conjuntiva 
- lacrimejamento 
- rinorréia 
- edema palpebral 
 
Importância na DTM 
- a DTM pode estar associada a uma cefaleia primária, 
como enxaqueca e cafaleia tipo tensional 
- neste caso são comorbidades, onde uma condição 
pode levar a piora ou perpetuação da dor da outra e 
não é a causa 
- tratar as duas (DTM e cafaleia) 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
 
Cefaleias secundárias 
Cefaleia ou dor facial associada à alteração do crânio, 
pescoço, olhos, orelhas, nariz, seios paranasais, dentes, 
boca ou outra estrutura facial ou craniana 
- cefaleia cervicogênica 
- cefaleia atribuída a DTM 
 
Cefaleia cervicogênica 
- tem origem na região cervical e pode irradiar para 
toda a cabeça 
- está associada a anormalidade dos movimentos em 
segmentos intervetrebais cervicais 
- predomina no sexo feminino 
- muitas vezes acompanhada do trauma cervical leve 
Mecanismo neuroanatômico – convergência dos 
impulsos trigeminais e cervicais 
 
Cefaleia atribuída a DTM- cefaleia de qualquer tipo na região temporal 
- afetada pelo movimento da mandíbula, função ou 
parafunção 
- diagnóstico diferencial com cefaleia primárias 
 
Diagnóstico da cefaleia associada a DTM 
- confirmação da dor de cabeça no musculo temporal 
- relato de dor de cabeça familiar na área temporal por 
palpação do m. temporal ou pela amplitude de 
movimento da mandíbula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Dores neuropáticas e dor orofacial 
Dor neuropática 
Definição tradicional: dor iniciada por uma lesão primária 
ou disfunção do sistema nervoso central ou periférico 
Definição atual: dor que surge como consequência 
direta de lesão ou doença que afeta o sistema 
somatossensitivo periférico ou central 
 
Dor neuropática orofacial 
- dores ardentes ou penetrantes 
- estímulos inócuos produzem dor (estímulos que não 
causariam dor) 
- sensações paroxísticas elétricas (dores lancinantes) 
- podem ser ocasionadas por sensibilização central 
(aumento na responsividade de neurônios nociceptivos 
do SNC, à estimulação aferente normal) 
 
Neuralgia do trigêmeo 
- V par de nervos cranianos 
Origem: face anterior da ponte no limite com o 
pedúnculo cerebelar médio 
- possui 3 divisões: oftálmico (V1), maxilar (V2), 
mandibular (V3) 
- nervo misto: sensitivo e motor (divisão mandibular) 
Característica da dor 
- dor unilateral da face, tipo “choque elétrico”, agulhada, 
focada, pontadas 
- forte intensidade / lancinante 
- ataques paroxísticos recorrentes, com duração de 
segundos a dois minutos 
- sem evidencia clínica de déficit neurológico 
- dor provocada por estímulos triviais 
- segundo e terceiro ramos são os mais afetados 
- em 60% dos casos há envolvimento de apenas 1 
ramo (maxilar ou mandibular) 
 
Prevalência: 
- sexta e sétima década de vida 
- mulheres / homens 3:2 
- neuralgia clássica do trigemio (85% dos pacientes): 
compressão vascular do nervo trigemio, com 
desintegração da bainha de mielina 
- neoplasias, infecções, traumas, esclerose múltipla 
Tratamento 
MEDICAMENTOSO 
- é a primeira opção de tratamento 
- carbamazepina (anticonvulsivante) 
- oxcarbamazepina 
- uso de toxina botulínica em trigger points 
CIRÚRGICO 
- rizotomia trigeminal percultanea 
Técnicas utilizadas: 
- radiofrequência 
- injeção de glicerol 
- balão de compressão 
 
Dor idiopática persistente 
- dor facial e/ou oral persistente, com variadas 
apresentações, recorrendo diariamente mais de 2 
horas, durante mais de 3 meses, sem défices 
neurológicas 
- dor diária (ou quase diária), inicialmente confinada, 
podendo se espalhar 
- exame clínico neurológico: normal 
- causa dental excluída por investigação apropriada 
- inicio da dor associado aos procedimentos cirúrgicos 
ou outros invasivos 
- descartar dores referidas de outras neuralgias ou 
dores miofasciais crônicas 
Característica da dor 
Localização: mal localizada, não seguindo a distribuição 
de um nervo periférico, maioria das vezes unilateral 
Tipo: queimação, latejante e as vezes em facada 
 
 
 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Odontalgia atípica 
Esse termo foi utilizado para dor contínua em um ou 
mais dentes ou no alvéolo dental após extração, sem 
causa dental aparente. 
* está em desuso esse termo 
* Atualmente é uma subforma da dor idiopática 
persistente 
Características da dor 
- dor grave latejante no dente, sem a presença de uma 
patologia maior 
- dor pulsátil: dor vascular 
- dor em queimação: dor neuropática 
- resultado de lesão ao nervo 
- resultado de lesão ao nervo oriunda de intervenções 
dentais repetidas para aliviar a dor 
 
Neuroma traumático 
- ocorre em resposta à odontalgia atípica por 
intervenções repetidas 
Proliferação reativa das células de Schwann (produz a 
mielina) formada após secção de um nervo (cujos 
cotos sofreram afastamento), como em extrações 
dentárias e outras cirurgias buco-faciais 
- regeneração ineficaz do nervo (aumento dos impulsos 
ao SNC) 
Características da dor: 
Dor por desaferentação 
- aumento de substancia P, bradicinina na periferia 
- aumento dos impulsos nocivos ao SNC 
- deficiência na modulação da dor 
 
Tratamento da dor idiopática persistente 
Conservadores 
- amitriptilina: antidepressivos tricíclicos 
- gabapentina: modulador para dores neuropáticas 
- pregabalina: anticonvulsivante e antiepilético também 
utilizado no tratamento da dor periférica, ansiedade e 
fibriomialgia 
- carbamazepina: anticonvulsivante e tratamento da dor 
neuropática 
- capsaicina creme: capsaicina 0,025% + lidocaína a 
2,5% em orobase, 4 vezes ao dia, por 10 minutos, na 
moldeira durante 1 mês 
- uso de laser de baixa potência é indicado 
- devido a cronicidade e estresse resultante, 
intervenções comportamentais são indicadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
Bruxismo 
Em indivíduos saudáveis, o bruxismo não deve ser 
considerado um distúrbio, mas sim um comportamento 
que pode ser um fator de risco e/ou de proteção para 
certas consequências clínicas 
Bruxismo 
- é uma atividade da musculatura mastigatória, 
caracterizada por repetidos movimentos mandibulares 
notando-se o apertar e/ou ranger de dentes 
- apresenta duas manifestações distintas relacionadas ao 
ciclo circadiano, pode ocorrer durante o sono ou 
durante a vigília 
Bruxismo em vigília 
- hábito parafuncional 
- roer unhas, morder objetos 
- apertamento dental (ou ficar encostando os dentes) 
- fator de risco de grande expressão para dores 
musculares 
- pode surgir como efeito colateral de medicações par 
ansiedade 
Etiologia 
- pode estar envolvida com estresse em indivíduos 
predisponentes 
 
Bruxismo do sono 
- distúrbio de movimento relacionado ao sono 
- presença de episódios de atividade rítmica dos 
músculos masseter e temporal, em qualquer estágio do 
sono 
- frequentemente associado a microdespertares 
- apertamento dental e/ou rangimento dental 
- contribuição para DTM inconclusivo, não é porque 
tem bruxismo que terá DTM 
- fator de risco de pouca expressão para dor 
Etiologia 
- resposta de microdespertares e mudanças no SNC e 
autonômico, que podem ser moduladas pelo estresse 
(não é a causa, mas pode aumentar sua frequência) 
- é causado pelo SNC, pelo desequilíbrio de dopamina 
Dopamina: 
- é um neurotransmissor inibitório 
- é uma catecolamina, secretada por neurônios da 
substancia negra e gânglios da base 
- está envolvida com: controle de movimentos, 
aprendizado, humor, emoções, satisfação, prazer, 
cognição, sono e memoria 
 
Bruxismo primário: não está relacionado a nenhuma 
outra alteração 
Bruxismo secundário: 
- associado ao uso de medicações (fluoxetina, 
paroxetina, venlafaxina) 
- mal de Parkinson 
- distúrbios repiratórios (ronco, apnéia – SAOS), a 
mandíbula fica constantemente se movimentando, por 
isso é positivo, pois ajuda o paciente a respirar 
- rinite 
- acidificação do esôfago (refluxo gastroesofágico) 
- tabagismo 
 
Diagnóstico do bruxismo 
Possível: auto relato do paciente + questionário e/ou 
anamnese 
Provável: auto relato do paciente + inspeção clínica 
Definitivo: auto relato do paciente + inspeção clínica + 
avaliação instrumental (polissonografia, EMG no sono, 
áudio, gravações de vídeo) 
 
Manifestações do bruxismo 
Dentárias: fraturas e desgaste dental, sons oclusais 
Periodontais: danos ao periodonto de sustentação 
Implantes dentais: insucessos dos implantes 
Musculares: hipertrofia muscular, pontos álgicos 
miofasciais 
Articulares: artralgia 
- sobrecarca repetitiva da atm e músculos da 
mastigação 
 
Tratamento 
Bruxismo do sono 
- aparelhos interoclusal de estabilização (placa rígida) 
- higienedo sono 
- mudanças do estilo de vida 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
- investigar e controlar possíveis condições: obstrução 
das vias aéreas superiores (SAOS, roncopatias, rinite) 
 
Bruxismo de vigília 
- conscientização do paciente quanto ao seu hábito 
- estilo de vida: controlar e lidar com estresse 
emocional 
- espalhar lembretes no campo de visão 
- ensinar os pacientes a posição postural da mandíbula, 
com os dentes levemente desencostados, lábios 
selados e ponta da língua na papila incisiva 
- mostrar contrações do masseter e temporal (sentir 
onde está o musculo) 
- biofeedback (aparelho que monitora o apertamento, e 
os momentos que ocorreu) 
- aplicativo de celular “desencoste os dentes” 
 
OBS: não se justifica mais o ajuste oclusal para o 
bruxismo, apenas se há contato prematuro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
 
 
 
 
Critérios da oclusão funcional ideal 
- contatos bilaterais simultâneos e estáveis entre todos os dentes, coincidindo com harmonia muscular 
- alinhamento correto dos dentes nas arcadas 
- trespasse vertical e horizontal harmônicos 
- relação dente-periodonto normal, sem trauma oclusal 
- espaço funcional livre fisiológico (1 a 3mm) 
- curvas de compensação (Spee e Wilson) em harmonia 
- movimentos mandibulares livres, sem interferências ou bloqueio 
- forças oclusais distribuídas nas áreas de trabalho e no sentido axial (longo eixo) dos dentes 
- perfeita harmonia entre a oclusão dentária e a articulação temporomadibular (ATM) 
 
 
Trauma na Oclusão 
Trauma na oclusão 
Lesão dos tecidos de inserção em consequência de força oclusal excessiva, onde não há estabilidade oclusal 
 
Trauma primário: lesão por forças oclusais excessivas sobre um periodonto de sustentação ou de inserção íntegro, 
ainda não comprometido por doença periodontal inflamatória 
- não ocorre perda de inserção 
- a lesão é reversível 
- corrigida pela eliminação da força oclusal excessiva 
Trauma secundário: lesão por forças oclusais normais ou excessivas sobre um periodonto de sustentação ou de 
inserção já comprometido por doença periodontal inflamatória 
 
Análise oclusal 
Verificar o relacionamento oclusal fisiológico ou patológico de modo dinâmico, verificando a ocorrência de contatos 
prematuros e interferências oclusais 
Sequelas patológicas: 
- dentes / periodonto (trauma de oclusão) 
- músculos (dor, hiperatividade) 
- ATM (posicionamento condilar) 
 
A análise oclusal do paciente deve ser feito quando o paciente está ASSINTOMÁTICO, para conseguirmos a correta 
manipulação da mandíbula em RC, para isso usamos previamente: 
- front-plateau 
- placas miorrelaxantes 
- medicamentos 
Paula Cássia e Mariana Tardelli - @resumex.odonto 
 
- fisioterapia: tens, laser, acupuntura, calor 
É necessário montar em articulador com JIG de Lúcia em RC, para localizar os contatos prematuros com carbono e 
planejar os ajustes no gesso antes de realizar no paciente 
 
Ajuste oclusal 
- com o JIG em posição, marcamos com o carbono o contato dos incisivos no JIG e desgastamos o JIG nesse local 
sucessivamente até que a mandíbula entre em contato prematuro com a maxila (o mesmo que analisou no articulador) 
- com as pontas miltilaminadas desgastamos o esmalte no local da prematuridade (um pouco no superior, um pouco no 
inferior), não pode expor dentina. Essa ponta já deixa o dente polido. 
- voltar ao desgaste do JIG e verificar novamente se há novos contatos prematuros até o JIG ser quebrado pelo 
desgaste 
Devemos alcançar a MIH em RC (Oclusão em relação cêntrica)

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