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TÉCNICAS PROJETIVAS PROF. Vanessa Nascimento Técnicas Projetivas São instrumentos que geram hipóteses interpretativas São importantes ferramentas para a identificação de características e traços de personalidade Identificam sinais e sintomas relacionados a quadros psicopatológicos Técnicas Projetivas As técnicas projetivas podem ser utilizadas em diferentes contextos da avaliação psicológica Clínico Jurídico Organizacional Etc. TÉCNICAS PROJETIVAS Podem ser utilizadas tanto na avaliação da personalidade, quanto nas relações interpessoais e dinâmica familiar. Na leitura de um fenômeno projetivo, deve-se considerar a percepção externa que um indivíduo tem de determinado estímulo, que é influenciada e determinada pelo seu mundo interno. “...é possível pensar que uma produção feita a partir de uma mancha de tinta, um desenho ou uma história sempre trará consigo informações sobre o que se passa internamente com aquele que a faz.” (Fensterseifer e Werlang, In: TÉCNICAS PROJETIVAS A eleição do instrumento se dará pautada por três grupos de fatores 1- Os objetivos da Avaliação 2- A orientação teórica e a preparação do avaliador para o uso de determinada técnica 3- As características do sujeito, como idade e outras peculiaridades PROJEÇÃO / PSICOLOGIA PROJETIVA / TÉCNICAS PROJETIVAS Projeção, termo introduzido por Freud, para nomear primeiramente um mecanismo de defesa, no qual se atribui aos outros ou ao mundo externo impulsos e afetos que pertencem ao próprio sujeito. A partir de 1913, com Totem e Tabu, Freud passa a considerar um mecanismo normal, determinando, em parte, o modo como cada um percebe o mundo externo. A projeção também pode ser entendida como uma forma de funcionamento mental, proporcionando ao sujeito a estruturação do seu mundo externo, a partir do interno “A principal suposição de Freud é que as lembranças conscientes ou inconscientes influenciam na percepção de estímulos contemporâneos.” (Werlang, p.410, 2002) PSICOLOGIA PROJETIVA Ramo da psicologia que se refere a um conjunto de pressupostos, hipóteses e proposições expresso em métodos projetivos usados por psicólogos clínicos, para o estudo e diagnóstico da personalidade humana. (Abt, 1984) Quando a psicologia projetiva insiste em uma análise dinâmica e funcional da personalidade, entende-se que ela não se ocupa de segmentos isolados da conduta, mas de técnicas mais complexas. São as funções e os processos psicológicos que compõem a personalidade total de um sujeito que interessam à psicologia projetiva. Dois fatores podem ser citados como grandes inspiradores da psicologia projetiva sublinhando cada vez mais seu caráter dinâmico e holista: O desenvolvimento da Psicanálise e da Gestalt A teoria psicanalítica entende que os comportamentos são impulsionados e determinados por motivações inconscientes, apontando para uma estrutura dinâmica da personalidade com mecanismos de defesa e apontando para importância do significado simbólico das elaborações e produções do sujeito. A Gestalt tem a compreensão do ser humano como uma totalidade, que sempre terá prioridade e representará mais do que as partes que o compõem. Há também um terceiro fator que é o surgimento da Psicologia do Indivíduo que tem como maior representante Alfred Adler, que pregava a ideia da personalidade com uma unidade indissolúvel e única. Ainda há a personologia de Murray, segundo a qual os indivíduos têm necessidades que fazem pressão para serem satisfeitas. A psicologia projetiva sustenta fortemente que a causalidade psicológica sempre será singular, ou seja, os indivíduos não podem ser estudados como representantes de classe de indivíduos, ou de características, mas como sujeitos únicos. Os conceitos da psicologia projetiva e da projeção sustentaram o nascimento dos métodos projetivos. Esses métodos caracterizam-se principalmente por uma situação-estímulo, sem qualquer significado estabelecido pelo examinador ou aplicador do instrumento, sobre a qual um sujeito pode imprimir um sentido particular, singular e próprio. As semelhanças existentes entre as diversas técnicas projetivas residem no fato de que todas são reveladoras de material dinâmico, normal ou patológico, através da projeção. Elas possibilitam “a avaliação de áreas sadias e patológicas da personalidade, retratando o mundo interno do indivíduo e revelando seu equilíbrio e recursos para lidar com seus conflitos.” (Werlang e Cunha, p. 124, 1993) Vale lembrar que não somente na projeção é que se fundamentam as técnicas projetivas, uma vez que o fenômeno psicológico integra outros processos psicológicos como a identificação e a introjeção, que participam da estruturação do mundo interno do sujeito e o auxiliam, igualmente, a modelar sua impressão e percepção do meio externo. Os estímulos utilizados em técnicas projetivas são em geral pouco estruturados, propiciando o aparecimento de elementos do funcionamento interno do indivíduo, impedindo que esse se apoie ou se refugie em informações ou dados convencionais e que podem ser controlados. É importante lembrar que o indivíduo também projeta o que se recusa a ser (Laplanche e Pontalis, 1997) As técnicas baseadas na projeção enfatizam aspectos qualitativos e psicológicos do sujeito avaliado, identificando tendências espontâneas, motivadas por necessidades implícitas. APERCEPÇÃO “É o processo pelo qual uma experiência é assimilada e transformada pelo resíduo da experiência passada, ou seja, é a interpretação subjetiva da percepção, que é apenas a interpretação objetiva de um estímulo.” (Werlang, p.410, 2002) De acordo com seus conteúdos internos cada pessoa frente a uma percepção, fará uma deformação aperceptiva do que percebeu. REGRESSÃO A SERVIÇO DO EGO “A regressão possibilita a interrupção temporária da ação do juízo crítico, com o relaxamento da censura, liberando material que envolve indícios sobre conflitos, fantasias, desejos e emoções.” (Werlang e Cunha, p.125, 1993) A diminuição excessiva do controle pode representar indícios de funcionamento a nível psicótico, assim como a dificuldade executar a função da regressão pode ser sinalizada por problemas para expressar livremente as respostas ao teste. Para responder a um teste projetivo, o sujeito precisa concomitantemente diminuir a censura interna e mobilizar recursos para que consiga executar com sucesso a tarefa solicitada. Destaca-se que cabe ao psicólogo na interpretação dos testes projetivos desvendar as motivações inconscientes que se deflagram no momento em que as respostas são elaboradas. Mas, “é importante lembrar que não podemos tomar a interpretação como sendo a expressão de fato do comportamento do sujeito, mas sim de suas necessidades e fantasias.” (Montagna, p. 9, 1989) Abordagem nomotética e ideográfica na avaliação da personalidade Na abordagem nomotética o interesse centra-se na avaliação e dados de um grupo normativo (para avaliar as características de uma população) ou de grupos-critérios (para avaliar características de grupos especiais, tais como os portadores de algum transtorno psicopatológico) A performance do sujeito é comparada com o grupo do qual ela faz parte Considera que sujeitos diferentes respondem de forma semelhante a um determinado procedimento, conforme a característica que os assemelha Na abordagem ideográfica há a comparação intrasujeito, e não mais intersujeitos ou intergrupos. Nessa forma de investigação há a suposição de que comparações, coerências e contraposições de informações sobre o próprio sujeito, de múltiplas fontes, constituem um aspecto fundamental de sua avaliação. Especialmente nas técnicas projetivas, o caráter ideográfico é o ponto forte, uma vez que os sujeitos atribuem conteúdos subjetivos às suasrespostas, mas desconhece as relações entre eles. Críticas Excesso de subjetivismo na interpretação dos instrumentos. Que sofrem influência do ambiente e do examinador Baixa fidedignidade e validação Necessidade de dados normativos Fortalezas A possibilidade de investigar comportamentos de grande complexidade A atividade não diretiva, não estruturada possibilita o rebaixamento das defesas. As técnicas projetivas fora de um contexto psicanalítico Atualmente, alguns autores tem usado outras abordagens teóricas para interpretação de técnicas de cunho projetivo, sem desconsiderar o conceito de projeção da teoria psicanalítica. Telles (2000) argumenta com algumas possibilidades de interpretação Gestaltíca Análise de Conteúdo Abordagem Transacional Humanista Existencial Apercepção A apercepção é uma interpretação e assim dá sentido à experiência do sujeito, que pode, por sua vez, ser compreendida à luz de diferentes correntes teóricas. No momento em que o sujeito responde uma instrução, ele lançará mão de recursos próprios para realizar a tarefa proposta, construindo-lhe um sentido a partir de sua subjetividade e de seu mundo interno. Obrigada vanessanascimento@unifor.br
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