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Dermatofitose

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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
Dermatofitose 
 
 
 
 
 
A dermatofitose é uma infecção superficial da pele, confinada ao epitélio queratinizado, sendo a doença fúngica 
mais comum na clínica de pequenos animais. Esta enfermidade é constituída por um grupo de fungos com características 
semelhantes, que são dos gêneros Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton. 
Os fungos são classificados do ponto de vista ecológico em antropofílicos, geofílicos e zoofílicos. A infecção nos 
animais ocorre frequentemente pelas espécies zoofílicas, mas também pelas geofílicas e excepcionalmente pelas antro-
pofílicas. 
Essa infecção dos pelos e estrato córnea causada por esses fungos é comum em cães e gatos, com maior incidência 
em filhotes, animais imunodeficientes e gatos com pelos longos. 
O desenvolvimento da micose ocorre quando o animal é exposto ao dermatófito, podendo ocorrer ou não a invasão 
do estrato córneo. O conídio entra em contato com a pele e há germinação dos conídios ao redor do pelo. Logo após, 
formam-se artroconídeos e hifas que invadem o folículo piloso, proliferando e migrando para o bulbo do pêlo, no qual 
produzem enzimas ceratolíticas, que podem ser do tipo ectothrix ou endothrix. As hifas continuam infectando outros 
pêlos que se encontram na fase de crescimento (anagênica), invadindo de forma centrífuga, caracterizando as lesões 
circulares. Pode ocorrer reação inflamatória local. Esta inflamação cutânea ocorre devido a toxinas produzidas no estrato 
córneo que provoca uma espécie de dermatite por contato biológico. Os dermatofitos podem produzir enzimas proteolí-
ticas do tipo queratinase, elastase e colagenase. 
 
Os sinais clínicos da dermatofitose caracterizam-se por lesões alopécicas, regulares e circulares com eritema regio-
nal. A lesão cutânea pode ser localizada, multifocal ou generalizada. Pode haver prurido mínimo a discreto e, ocasional-
mente, intenso. Os pelos remanescentes podem parecer curtos ou quebrados. Outros sintomas em cães e gatos incluem 
eritema, pápulas, crostas, seborreia e paroniquia ou onicodistrofia de um ou mais dedos. 
 
 
 
 Os principais métodos de diagnóstico da dermatofitose são o cultivo micológico, a microscopia direta do pe-
lame/cabelos, unhas e pele (zona glabra) e o teste com a lâmpada de Wood. 
 
 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
Lâmpada de Wood 
 
O teste com a lâmpada de Wood é útil na triagem dos casos suspeitos de dermatofitose causada por Microsporum 
canis, especialmente em gatos. Porém, esta técnica deve ser considerada como auxiliar ao diagnóstico da doença devido 
à observação de fluorescências comumente associadas a resultados falso-positivos. 
O exame é considerado positivo para Microsporum canis, quando os pelos 
infectados emitem fluorescência na cor verde-maçã. Esta fluorescência é devida à 
interação da luz UV com o metabólito (triptofano) produzido pelo M. canis. Porém, 
esta mesma reação não ocorre com elementos fúngicos presentes nas escamas 
epidérmicas, assim como nas infecções causadas por outras espécies dermatofíti-
cas que comumente afetam animais. Possui índices de especificidade de até 100% 
quando realizado corretamente, porém com sensibilidade baixa, com índices de 
apenas 50%. 
Resultados falso-negativos podem ocorrer se o teste for aplicado incorreta-
mente. A lâmpada precisa ser mantida muito perto da pele (distância entre 4-10 
cm) para a melhor visualização dos pelos infectados, os quais geralmente são cur-
tos, frágeis e fraturados. Em contrapartida, resultados falso-positivos são atribuí-
dos às fluorescências de colorações variadas (que não verde-maçã) resultantes de 
pomadas, óleos e outras substâncias utilizadas topicamente. Assim, esta técnica 
tem como principal vantagem obter os pelos contaminados para a posterior confirmação realizando-se o exame direto 
e/ou cultivo. 
 
 
Microscopia e cultivo 
O exame microscópico do pelame consiste em examinar os pelos com uso se uma solução clarificante como o hi-
dróxido de potassa de 10 a 40%, em microscópio óptico num aumento de 40x onde são visualizados os Artoconideos 
(esporos que se forma pelo desmembramento da hifa), que na maioria dos casos, em animais, se deve a uma infecção do 
pelo do tipo ectrotrix. As melhores amostras para essa técnica são os pelos provenientes da borda da lesão obtidos por 
avulsão ou raspado. 
 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
O cultivo é o teste padrão de referência para o diagnóstico da dermatofitose em virtude da alta sensibilidade e deve 
ser realizado em todos os pacientes com suspeita dessa micose. O meio de cultivo mais utilizado para o isolamento de 
dermatofitos é o ágar Sabouraud dextrose, acrescido de clorafenicol e ciclohexamida. Após o crescimento fúngico é rea-
lizada a identificação das características fenotípicas do agente encontrado. No gênero Microsporum são observados prin-
cipalmente macroconideos (multiceptados), além de microconideos. 
 
As três espécies que causam a maioria dos casos clínicos de dermatofitose em cães e gatos são Microsporum canis, 
Trichophyton mentagrophytes e Microsporum gypseum. 
 
 
Microsporum canis 
 
 
O Microsporum canis é caracterizado como zoofílico, no qual o felino pode ser reservatório assintomático transmi-
tindo aos humanos pelo contato direto ou indireto. O parasitismo do pelo ocorre da forma ectothrix (ao redor do pelo). 
Seu crescimento em ágar Sabouraud dextrose é rápido, de seis a 10 dias. As colônias apresentam uma textura algodonosa, 
com discreto relevo umbilicado e radiado, de tonalidade branca. O reverso apresenta coloração amarelo-limão, que pode 
difundir-se pelo meio e com o tempo torna-se castanho. O pleomorfismo muitas vezes é evidenciado, apresentando-se 
como colônias algodonosas altas. A microscopia das colônias demonstra grande número de macroconídios fusiformes, de 
parede grossa e com septos, que variam de seis a quinze células afunilando nas extremidades e não possuem fimbrias. Os 
microconídios, quando presentes, são sésseis e sem valor de diagnóstico. 
 
 
 
 
Microsporum gypseum 
 
 
O Microsporum gypseum é uma espécie geofílica e a infecção de humanos e animais ocorre através do contato com 
solo. O parasitismo no pelo é do tipo ectothrix, produzindo poucos esporos. O crescimento é rápido, em torno de três a 
cinco dias, a temperatura de 25ºC em ágar Sabouraud dextrose. Suas colônias caracterizam-se por uma superfície plana, 
de bordas irregulares e extremamente granulares, conferindo aspecto de areia de praia, com pigmentação do verso ama-
relo-acastanhado e o reverso pode variar de laranja a marrom, porém este não se difunde pelo meio. Nesta espécie, há 
uma forte tendência ao pleomorfismo das colônias, caracterizadas por superfície algodonosa e branca, constituída apenas 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
de hifas estéreis. Microscopicamente apresenta uma grande quantidade de macroconídios fusiformes, simétricos com 
quatro a sete septos com parede fina, extremidade arredondada e superfície rugosa com fimbrias. Algumas cepas podem 
ainda apresentar numerosos microconídios piriformes. 
 
 
 
 
 
Microsporum nanum é uma espécie geozoofilica frequente me suínos. Possuem forma de Pêra ou ovoide com um 
ou dois septos e parede dupla. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parede fina 
Bordas arredondadas Hifas 
Microconídeos 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
Microconídeos 
Microsporum gallinae é uma espécie que acomete aves. Possuem forma de charuto e de 2 a 10 septos, com parede 
fina e sem fimbrias. 
 
 
Trichophyton mentagrophytes 
 
Trichophyton mentagrophytes possui cinco variedades, interdigitale, mentagrophytes, quinckeanum, erinacei e 
nodulare. As variedades interdigitale e nodulare são antropofílicas e as outras são zoofílicas. 
 
O Trichophyton mentagrophytes quando invade o pelo é do tipo ectothrix com conídios pequenos. Em ágar Sa-
bouraud dextrose, as colônias são planas,de coloração branca a creme e superfície pulverulenta a granular. O reverso 
possui coloração marrom-amarelado, variando até marrom-avermelhado. No exame direto das colônias observa-se abun-
dância de estruturas de frutificação como, grande quantidade de microconídios arredondados e agrupados, conferindo 
formato de cacho. Os macroconídios, quando presentes, mostram aspecto de charuto de um a seis septos transversais 
ligados a hifas hialinas e septadas. 
 
 
 
 
 
Macroconídeos 
Hifas 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
O Trichophyton rubrum possui colônia filamentosa algodonosa centro elevado e reverso com pigmento rubro ou 
vermelho na borda. Os macroconídeos possuem 8 septos com parede fina e não possuem fimbrias.

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