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Noções de Arqueologia: Disciplinas, Homem de Neandertal e Migração Ancestral

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Apostila 
 
Noções de Arqueologia (1) -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
1) Em que ramo da Geologia pode ser enquadrar a Arqueologia? 
Geologia teórica – histórica 
 
2) No que diferem a Arqueologia Histórica e a Pré histórica? 
Na idade dos remanescentes sob estudo; se anteriores ou posteriores aos 6000 anos, marco cronológico atribuído 
ao uso inicial do registros históricos escritos. 
 
3) Quais o objeto e o objetivo dos Arqueólogos? 
Os vestígios humanos e, por meio desses, testemunhar a dinâmica antrópica ao longo do tempo. 
 
4) Quais as principais disciplinas correlatas? 
História, Paleontologia, Antropologia, Sociologia, Geologia, Geocronologia. 
 
5) Que fato induziu a postura bípede dos símios ancestrais? 
Mudanças climáticas minimizaram as florestas que foram transformadas em savanas. A descontinuidade das copas 
e as irradiações solares, respectivamente, forçaram a nova postura e promoveram as mutações que as 
perpetuaram na descendência. 
 
6) Qual a classificação taxonômica desses? 
Símios do Gênero Pliopitecus 
 
7) No que se baseia o Neodarwinismo? 
Também denominado Mutacionismo Genético, o Neodarwinismo é a união das idéias de Darwin com os princípios 
genéticos de Mendel. 
 
8) Qual a idéia-base do uniformitarismo? 
Os fenômenos atuais são os mesmos do passado (o presente é a chave do passado). 
 
9) Que registros diferenciam o Paleo do neolítico? 
Pedra lascada (Paleolítico); pedra polida (Neolítico) 
 
10) Que hominídeo é o mais próximo do homem atual? 
O Homo neanderthal 
 
 
Texto complementar: O sequenciamento do genoma do homem de Neandertal revelou o cruzamentos daquele 
com o humano moderno e traz uma nova luz sobre as características genéticas humanas. De 1% a 4% do genoma 
humano (2% de seus genes) provêm do homem de Neandertal, que apareceu há cerca de 400.000 anos e se 
extinguiu há 30.000 anos, precisaram cientistas em um estudo publicado na edição deste 7 de maio da revista 
americana Science. 
O Neandertal é assim o primo mais próximo dos seres humanos. "Podemos dizer, de agora em diante, que com 
toda probabilidade ocorreu uma transferência de genes entre o homem de Neandertal e os humanos modernos", 
afirma Richard Green, professor de engenharia biomolecular da Universidade da Califórnia em Santa Cruz e 
principal autor do estudo, que começou há quatro anos e do qual trechos haviam sido publicados em 2008. 
Segundo os pesquisadores, essa transferência genética deve ter ocorrido de 50.000 a 80.000 anos atrás, 
provavelmente quando os primeiros Homo sapiens saíram da África, berço da humanidade, coincidindo com a 
presença dos homens de Neandertal no Oriente Médio, antes de se dispersarem na Eurásia. 
O fato de os genes do Neandertal aparecerem no genoma de indivíduos de origem europeia e asiática, mas não 
entre os africanos, sustenta essa hipótese. 
Além disso, não foi encontrado nenhum gene de Homo sapiens no genoma Neandertal sequenciado a partir do 
DNA extraído de três ossos fossilizados provenientes da caverna Vindiglia, na Croácia, e que datam de 38.000 a 
44.000 anos. Os ossos pertenciam a três mulheres. 
Os cientistas compararam o genoma neandertal com o de cinco humanos modernos procedentes da África 
Meridional e Ocidental, assim como de França, China e Papua Nova Guiné. Também foi comparado com o genoma 
do chimpanzé, cujo DNA é 98,8% idêntico ao humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na comparação, o Neandertal mostrou-se geneticamente idêntico ao humano moderno em 99,7%, e ao chimpanzé 
em 98,8%. O antepassado comum do chimpanzé com o humano moderno e seu primo Neanderthal remonta a 5 
ou 6 milhões de anos atrás. 
O homem de Neandertal e o humano separaram-se durante um período situado entre 270.000 e 440.000 anos, 
conclui o estudo, destacando que ambas as espécies eram muito semelhantes. 
Mas as diferenças são sobretudo interessantes. 
"O sequenciamento do genoma do Neandertal nos permite começar a definir todas as características do genoma 
humano que diferem de outros organismos vivos, inclusive aquelas do parente mais próximo do humano na 
evolução", afirma Svante Paabo, diretor do Departamento de Genética do Instituto Max Planck na Alemanha, que 
lidera o projeto de sequenciamento do genoma. 
Segundo Richard Green, "a decodificação do genoma de Neandertal é uma mina de informação sobre a evolução 
recente da humanidade e será aproveitada nos próximos anos". 
 
Fonte: 
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/genoma+prova+cruzamento+entre+neandertal+e+o+homem/n12376114
55194.html 
 
Noções de Arqueologia (2)-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
1) Quando inicia a migração (êxodo da África) do homem ancestral? 
Entre 150.000 e 70.000 anos antes do presente (aap). 
 
2) Em qual contexto geográfico e climático? 
Desde a Eritréia (sudeste da África) para o Iêmen, transpondo o Mar vermelho nas imediações do Golfo de Aden. 
 
3) Como os arqueólogos contemporâneos levantam os testemunhos desse nomadismo? 
Por meio do DNA mitocondrial dos atuais habitantes da rota original e a comparação com o mesmo DNA 
encontrado nos ossos de mulheres. 
 
4) Qual o contingente humano que migrou para o Iêmen? 
Estima-se que o grupo original foi de 250 pessoas. Os núcleos familiares a partir do Iêmen eram formados por 
grupos de 5 a 20 pessoas. 
 
5) Que hábitos e instrumentos caracterizavam os primeiros nômades? 
Eram caçadores/coletores que usavam instrumentos paleolíticos (pedra lascada). 
 
6) Qual foi a variável ambiental principal indutora da migração? 
Variação climática para frio/seco (glaciação). 
 
7) Qual a cronologia e tendência das linhagens genéticas desde então? 
Constata-se que das cerca de 5 linhagens africanas; pós Iêmen essas reduzem-se para apenas uma (a linhagem de 
todos os humanos atuais). 
 
8) Que fator foi o indutor dessa redução? 
A vida em pequenos agrupamentos (convergência ou redução?) 
 
9) Qual o ritmo da migração e a preferência geográfica de ocupação? 
6000 após deixar a África o homes atingiu as florestas da Malásia e Sumatra, daí passando posteriormente para a 
Austrália. 
 
10) Além da glaciação que outros eventos catastróficos modularam as migrações? 
A erupção vulcânica do TOBA (Sumatra), a maior já ocorrida e que fez grande parte da Terra mergulhar num 
inverno gerado por nuvens de cinza. 
 
Texto complementar: A Arqueologia Genética 
 
Eva, esse o nome pelo qual é conhecido o ancestral comum mais recente de todos os seres humanos vivos na 
atualidade. O seu DNA mitocondrial foi passado de geração em geração e está agora presente em todas as 
 
 
 
 
 
 
 
 
pessoas. Em 1986, pesquisadores da Universidade da Califórnia concluíram que todos os humanos eram 
descendentes de uma única mulher que viveu na África há cerca de 200 mil anos (Eva Mitocondrial). 
 
Os caminhos traçados pela investigação do DNA mitocondrial 
 
 
 
Eles se basearam na análise do DNA retirado das mitocôndrias, que difere do DNA do núcleo da célula e é 
transmitido apenas pela linhagem feminina. Ele sofre mutações em rápidas proporções. Comparando o DNA 
mitocondrial de mulheres de vários grupos étnicos, eles puderam estimar quanto tempo se passou para que cada 
grupo assumisse características distintas a partir de um ancestral comum. De fato, eles construíram uma árvore 
genealógica para o gênero humano, na base da qual estava a Eva Mitocondrial, a grande avó de todos os humanos. 
Isto não significa que ela foi a única mulher existente em sua época, mas que foi a única que produziu uma 
linhagem direta de descendentes por linha feminina que persiste até a presente data. Descobertas recentes 
revelaram que o DNA mitocondrial pode estar a sofrer mutações muito rápido. Sabemos de Eva por causa das 
mitocôndrias (um orgânulo celular) que só passam da mãe à prole. 
O fundamento da linhagem da Eva mitocondrial, é que ao revisar a árvore genealógica de todos os seres humanos 
quevivem na atualidade (através da genética), segue-se uma linha de cada individuo a sua mãe, e se estas linhas 
são contínuas desde cada uma dessas mães a suas respectivas mães, se estará retrocedendo no tempo e todas as 
linhas convergirão em um ponto em que todas as filhas compartilham a mesma mãe. Neste seguimento, quanto 
mais se retroceda no tempo, menos linhagens restarão até que fique só uma; a qual corresponderia à Eva 
mitocondrial. 
Quanto menor é uma população, mais rapidamente converge o ADN mitocondrial; as migrações de pequenos 
grupos de pessoas derivam (Deriva genética) logo de umas poucas gerações até um ADN mitocondrial comum. Isto 
serve como sustentação à teoria da origem comum. Esta teoria defende que os seres humanos modernos (Homo 
sapiens) se originaram na África entre 100 e 200 mil anos antes do presente. (Vide questionário abaixo). 
 
 
(3) A Arqueologia como profissão: 
 
Cerca de 95% dos arqueólogos do Brasil trabalham sob contrato pois, grande parte dos sítios arqueológicos são 
descobertos ao acaso, quando da movimentação de solos (terraplanagens) para a implantação de novos 
empreendimentos. Uma equipe de arqueólogos é contratada (daí o nome "arqueologia de contrato") para 
promover um salvamento do sítio, caso ele esteja em destruição iminente. O arqueólogo que trabalha por 
contrato passa mais tempo em expedições do que o arqueólogo acadêmico porque migra de um sítio para outro. 
Se não houver risco de destruição, o sítio deverá ser cadastrado no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional (Iphan) para posterior pesquisa. O lado negativo desses contratos é o direcionamento das pesquisas; o 
aspecto positivo é a necessidade de agilidade para seguir o ritmo das obras, o que pode trazer experiências 
positivas. A arqueologia acadêmica permite que o pesquisador estabeleça o ritmo de sua pesquisa e, se necessário, 
retorne ao sítio várias vezes para que seja realizado o seu trabalho". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O trabalho nos sítios não é fácil, fica-se muito tempo confinado e distante da família, convive-se com um grupo 
limitado de pessoas muitas vezes por um longo tempo e se submete a variações climáticas. O trabalho do 
arqueólogo pode ser dividido em quatro etapas: campo, processamento em laboratório, estudo e publicação. 
Antes de ir a campo, o arqueólogo deve ter em mente o trabalho que irá realizar. Após realizada uma prospecção 
inicial, de superfície ou aérea, inicia-se o trabalho de escavação, por meio do uso de ferramentas normais de 
pedreiro. Durante as escavações os materiais encontrados são registrados e descritos em fichas de campo. Numa 
fase posterior, o material é selecionado e apenas parte dele é levado para laboratórios específicos para que sejam 
estudados, analisados e, muitas vezes, comparados com o material encontrado em outros sítios. 
 
Em campo 1: 
 
 Expedições arqueológicas fazem parte do trabalho do arqueólogo e normalmente acontecem apenas em algumas 
épocas do ano, quando as condições climáticas são propícias. A equipe de campo deve ser inter e multidisciplinar, 
isto é, ser composta por especialistas de várias áreas que sejam capazes de compreender um ao outro. 
O ferramental de campo é contemporâneo, inclusive no que se refere ao levantamento preliminar de dados 
(mapas do IBGE ou do Serviço Cartográfico do Exército) e imagens de radar do INPE. Dados bibliográficos podem 
ser obtidos de inúmeros hipertextos e o conjunto de informações preliminares devem ser usadas para o esboço de 
um mapa-base, o qual norteará todas as atividades desenvolvidas em campo. Limites de sítios e pontos especiais 
de interesse devem ser referenciados com auxílio de um GPS. Aparelhagem digital de última geração garante a 
boa resolução e a rapidez da compilação e da transmissão dos dados levantados. 
 
Perguntas e respostas 3: 
 
1) Quando teve início o êxodo da África? 
No intervalo cronológico entre 150.000 e 80.000 anos aap. 
 
2) Em qual contexto geo-climático isso ocorreu? 
Desde a Eritréia (sudeste da África) para o Iêmen, transpondo o Mar vermelho nas imediações do Golfo de Aden 
durante um período de mar baixo (glaciação). 
 
3) Como os arqueólogos contemporâneos levantaram os testemunhos desse nomadismo? 
Por meio do DNA mitocondrial dos atuais habitantes da rota original e a comparação com o DNA encontrado nos 
restos esqueletais de mulheres. 
 
4) Qual o contingente humano que migrou para o Iêmen? 
Estima-se que o grupo original eras de aproximadamente 250 pessoas. Os núcleos familiares a partir do desse 
ponto passaram a ser formados por grupos de 5 a 20 pessoas. 
5) Que hábitos/instrumentos caracterizavam os primeiros nômades? 
Eram caçadores/coletores que usavam instrumentos de rocha lascada (remanescentes paleolíticos). 
 
5) Que hábitos/instrumentos caracterizavam os primeiros nômades? 
Eram caçadores/coletores que usavam instrumentos de rocha lascada (remanescentes paleolíticos). 
 
6) Qual premência, principal indutora da migração? 
Busca por ambiente favorável do ponto de vista climático e alimentar. 
 
7) Qual a cronologia e a tendência das linhagens genéticas desde então? 
Das 5 linhagens africanas; pós Iêmen essas reduzem-se para apenas uma (a linhagem de todos os humanos atuais). 
 
8) Qual o fato indutor dessa redução? 
A vida em agrupamentos pouco numerosos. 
 
9) Qual a cronologia (ou ritmo) da migração e a preferência geográfica das rotas migratórias? 
6000 após deixar a África o homem migrando pelo litoral atingiu as florestas da Malásia e de Sumatra, distantes 
cerca de 10000 km da África. Desse ponto foi alcançada a Austrália, migração da qual quase não se encontram 
reminiscentes ósseos . 
 
10) Além da glaciação que outros eventos catastróficos modularam as migrações? 
 
 
 
 
 
 
 
 
A erupção vulcânica do TOBA (Sumatra), a maior já ocorrida na história geológica recente a qual fez grande parte 
da Terra mergulhar num inverno gerado pelo sombreamento por nuvens de cinza. 
 
(4) Os entes arqueológicos 
 
Nas investigações arqueológicas tem grande importância as matérias-primas que foram usadas para a produção de 
objetos utilitários, assim considerados os usados para ataque ou defesa, caça, pesca, coleta ou para a costura e a 
confecção de adornos e objetos de arte. Inicialmente foram usados a madeira, os ossos, as conchas e as rochas. 
Essas são de grande importância pelo grande resistência aos agentes da natureza que determinam a degradação 
dos vestígios deixados pela atividade humana pretérita. Muitos autores denominam de Paleolítico ao período ao 
longo do qual os nossos ancestrais produziam artefatos de “pedra” (rocha) lascada. Eram pontas de lança ou 
flecha, raspadores, percutores, facas, entre outros. O Neolítico (iniciado cerca de 6.000 aap) é caracterizado pela 
confecção de artefatos de rocha polida; para muitos autores o Neolítico inicia concomitante com as primeiras 
formas de escrita, quando inicia o período histórico. Antes disso todos os registros são considerados préhistóricos. 
A matéria-prima lítica (rochas) consideradas desde a sua formação (ciclo genético), revelam a existência e o uso de 
três tipos de rochas. 
 
Rochas magmáticas (também denominadas ígneas) são consideradas primárias, por terem sido as primeiras a 
formar a crosta terrestre. Por sua dureza, essas rochas foram usadas, como percutores para o lascamento de 
rochas menos duras (sedimentares). Importantes rochas magmáticas são os basaltos e os granitos. 
 
Rochas metamórficas resultam da modificação, via aquecimento e incremento de pressão de rochas pré-
existentes. Geram-se por contato com o magma, pela influência de gases e vapor (pneumatólise) ou ainda pela 
percolação de água naturalmente aquecida (hidrotermalismo). Rochas metassedimentares também eram lascadas 
para a produção de objetos. Importantes rochas metamórficas são os mármores, os gnaisses e os xistos. 
 
Rochas sedimentares Formadas a partir da diagênese (endurecimento) dos sedimentos, as sedimentares mais 
duras eram as rochas preferidaspara a produção de objetos lascados assim como para manifestações artísticas, 
sejam pinturas sobre rocha (pinturas rupestres) ou esculturas (petroglifos). Importantes rochas sedimentares são 
os conglomerados e os arenitos. 
 
 
 
 
 
 
 
O ensino da Arqueologia no Brasil 
 
O interesse pela Arqueologia em nosso país cresceu após a Segunda Guerra Mundial. Entre 1960 e 1970 vários 
pesquisadores começaram a atuar nesse ramo, fato que redundou na instituição do PRONAPA Programa Nacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
de Pesquisas Arqueológicas. Em 1976, a FMA Faculdade Marechal Rondon do Rio de Janeiro, criou o primeira 
Curso de Arqueologia do país. Em 1978 a FMA foi incorporada a Universidade Estácio de Sá. O curso foi oferecido 
até o ano de 2001 (ao longo de 25 anos), quando deixou de ser oferecido por falta de interessados em cursar 
Arqueologia numa universidade particular. Atualmente, o Curso existe como pós-graduação, aceitando uma gama 
ampla de graduados, preferencialmente candidatos que já tenham estagiado na área. Entre as instituições que 
oferecem esses cursos destacam-se: 
Universidade de São Paulo 
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Museu de Arqueologia e Etnologia : Área de Concentração em 
Arqueologia (Mestrado) 
Universidade Federal de Pernambuco 
Programa de Pós-Graduação em História 
Área de Concentração: Pré-História do Brasil 
Mestrado e Doutoramento 
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 
Programa de Pós-Graduação em História 
Área de Concentração: Arqueologia 
Mestrado e Doutoramento 
Instituto Anchietano de Pesquisas (UNISINOS)/RS 
 
Noções de Arqueologia (4) -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
1) Que registros líticos foram encontrados na Malásia? 
 Instrumentos de rocha lascada, (paleolíticos) semelhantes aos usados pelo homem que, há 80.000 aap. deixou 
a África. 
 
2) Que importante dado estratigráfico de associação confirma a cronologia desses achados? 
 O selamento do material lítico numa matriz sedimentar composta por cinza vulcânica. A cinza do vulcão Toba, 
cuja erupção ocorreu na Sumatra há 74.000 aap. 
 
3) O que comprovam tais artefatos? 
 O seguimento de uma mesma tradição de caçadores-coletores 
Comportamento análogo aos dos filhos da Eva africana. 
 
4) Como foram denominados os mais antigos povoadores da Malásia? 
 Foram denominados SEPANGS 
 
5) A partir do que foram feitas as análise do DNA dos Sepangs e o que delas foi possível concluir? 
 Amostras de raspagens da mucosa bucal das mulheres comprovaram que esse grupo malásio pertence a uma 
linhagem que é a mesma de todos os humanos atuais. 
 
6) Que variação climática ocorreu após os 74.000 aap? 
 Um resfriamento da superfície do planeta, provavelmente vinculada ao sombreamento vulcânico induzido pela 
atividade do vulcão Toba, teria gerado um resfriamento da superfície da Terra. 
 
7) Qual a consequência geográfica dessa variação climática? 
 Uma regressão marinha com rebaixamento do nível dos oceanos e a ampliação das terras emersas. 50 m de 
rebaixamento. 
 
8) Qual o desdobramento migratório dessa regressão? 
 A união de várias áreas insulares permitindo a migração até a atual Oceania (Austrália). 
 
Em campo 2: 
 
Todos os remanescentes arqueológicos, recursos minerais ou qualquer outro remanescente orgânico (fóssil) ou 
seus indícios (icnofósseis) que se encontrem na sub-superfície (soterrados) são, por lei, patrimônios nacionais. 
Assim, qualquer pesquisa arqueológica de campo deve ser precedida de uma autorização do IPHAN (Instituto do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a partir de um cadastro detalhado, constando todas as peculiaridades da 
iniciativa. Se a área a ser investigada estiver desonerada (sem solicitação para pesquisa autorizada anteriormente), 
a depender da finalidade e da qualificação da equipe de pesquisa, o IPHAN poderá autorizar a atividade. Para 
 
 
 
 
 
 
 
 
tanto, o proprietário da área a investigar deverá ser informado para garantir o acesso até o sítio em foco, não 
podendo nega-lo. Os proprietários são donos apenas da superfície, nunca dos bens subsuperficiais (rochas, 
minérios, gemas, água, óleo, gás ou outros remanescentes orgânicos e inorgânicos). Concedida a licença para a 
pesquisa, seguem-se as seguintes etapas: - Levantamentos bibliográfico e cartográfico atinente à área-alvo; 
aquisição de produtos de sensoriamento remoto. Elaboração de um mapa-base rico em detalhes com várias cópias 
para uso em campo. - Aquisição dos equipamentos necessários à todas as etapas e tarefas a serem executadas. 
Grande parte dos levantamento arqueológicos atuais ocorrem como atividade contratada por empresas que 
necessitam de estudos de impacto ambiental. Principais ferramentas e equipamentos: Gravador de vós, câmera 
digital, filmadora, receptor GPS, computador portátil, aparatos de iluminação, energia e acampamento; baldes, 
peneiras, pás, pinceis, canetas especiais, películas plásticas, sacos plásticos resistentes, sacos plásticos atóxicos. 
 
Os trabalhos iniciais no sítio sob estudo incluem o reconhecimento prévio da área visando delimitar as zonas 
pretéritas de ocupação humana. A área de interesse deverá ser demarcada e totalmente inserida numa rede 
quadricular estabelecida com estacas e barbantes. Cada quadrícula, (com 2 m de lado), deverá ser 
alfanumericamente identificada. Várias cópias do esboço dessas quadrículas deve ser usado em campo para fins 
de orientação de todas as atividades no sítio. Após, todos os remanescentes superficiais, minerais ou não, deverão 
ser recolhidos e ensacados separadamente conforme o tipo (Ex. seixos, lascas, fragmentos de rocha, ossos, 
conchas, folhas, madeira, cerâmica, etc). Sobre cada saco deve-se escrever com caneta a prova d’água o código 
da respectiva quadrícula e indicação S de superficial . Se possível, uma etiqueta com o mesmo código deve ser 
colocada dentro do saco. 
 
 
 
Figura 1. Exemplo de esboço quadriculado e sua codificação alfanumérica. Desse esboço devem constar a escala 
gráfica e a indicação do norte magnético. 
 
 
 
A migração humana; fatores e cronologia 
 
O homem deixou a África premido por condições climáticas adversas as quais determinaram entre conseqüências 
também a escassez de água doce e de alimentos. Estima-se que um grupo de cerca de 250 pessoas teriam 
atravessado um estreitamento do Mar Vermelho formado numa época seca, nas imediações do Golfo de Aden. 
Nessa região o grupo avistara a vegetação abundante da margem oposta (atual Iêmen). Os remanescentes desses 
nômades sugerem que cada unidade familiar tinha mais do que 5 integrantes. Tais agrupamentos enfrentaram 
epidemias e fome até atingirem a margem oposta. Os arqueólogos contemporâneos, com auxílio de especialistas 
em genética, vem estudando o DNA mitocondrial que é transmitido pelas mulheres nos remanescentes ósseos e 
promovendo comparações com o mesmo DNA dos humanos atuais de todas as raças e geografias e esse é o de 
uma mesma linhagem a partir dos remanescentes encontrados no Iêmen. Antes disso, nos esqueletos encontrados 
na África, foram registradas 5 linhagens. Estimaram que a redução de linhagens transcorreu durante um milênio, 
 
 
 
 
 
 
 
 
sendo que a diferenciação morfológica entre os humanos atuais teria ocorrido durante os últimos 80.000 anos, em 
função das necessárias adaptações aos diferentes ambientes atingidos por meio da divergência geográfica a partir 
do Iêmen. 6000 anos após o êxodo da África o homem chegou à Malásia, onde abrigava-se sob florestas tropicais, 
úmidas e sombreadas; passando a se alimentar de frutas e raízes. O somatório dessas condições promoveu o início 
da despigmentação da pele escura original. Um importante evento geológico; a erupção do Monte Toba na atual 
Sumatra, teria gerado por sombreamento por cinza vulcânica, 6 anos de inverno no norte da Malásia, na Índia e na 
Indonésia. As migrações humanasforam moduladas pelas variações climáticas; a chegada do homem na atual 
Austrália teria ocorrido ao longo de um período glacial, quando há regressão marinha, o que teria aproximado 
grandemente várias regiões continentais. Essa condição, milhares de anos após, também teriam aproximado as 
atuais áreas continentais do Alasca (EUA) e da Sibéria (Rússia) permitindo a passagem de humanos pelo estreito de 
Bering. 
Em 2009, na Etiópia, foi descoberto um esqueleto atribuído a um ancestral dos homens atuais; os ossos datados 
revelaram idade de 4,4 milhões de anos. O Ardipithecus ramidus (ou apenas " Ardi" , como é chamado) foi descrito 
minuciosamente por uma equipe internacional de cientistas, que divulgou a descoberta em uma edição especial da 
revista " Science" do início de outubro. O achado pode ajudar a traçar a linhagem genética da evolução humana. 
"Esta é uma das descobertas mais importantes para o estudo da evolução humana", disse David Pilbeam, curador 
de paleoantropologia do Museu de Arqueologia e Etnologia de Harvard. "É relativamente completo, na medida em 
que ficaram preservadas a cabeça, as mãos, os pés e algumas outras partes importantes. Ele representa um gênero 
possivelmente ancestral dos Australopithecus - que eram ancestrais do nosso gênero Homo", disse Pilbeam, que 
não fez parte das equipes de investigação. 
O espécime analisado é de uma fêmea e é composto por 125 peças do esqueleto encontradas na região onde hoje 
é a Etiópia, num período de 1 milhão de anos antes do nascimento de Lucy (estudado por muito tempo como o 
mais antigo esqueleto de ancestral humano). Lucy, também encontrada na África, prosperou um milhão de anos 
após Ardi e foi um dos Australopithecus mais semelhantes aos humanos. 
De acordo com o antropólogo C. Owen Lovejoy, da Universidade Estadual de Kent, " Este velho esqueleto inverte o 
senso comum da evolução humana" . Em vez de sugerir que os seres humanos evoluíram de uma criatura similar 
ao chimpanzé, a nova descoberta fornece evidências de que os chimpanzés e os humanos evoluíram de um 
ancestral comum, há muito tempo. Cada espécie, porém, tomou caminhos distintos na linha evolutiva. 
'Ardipithecus ramidus' significa 'raiz dos macacos terrestres' 
"Este não é o ancestral comum, mas é o mais próximo que chegamos", afirma Tim White, diretor do Centro de 
Evolução Humana da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Os humanos atuais e os macacos modernos 
provavelmente tiveram um ancestral comum entre 6 milhões e 7 milhões de anos atrás. 
O estudo de Ardi, em curso desde que os primeiros ossos foram descobertos, em 1994, indica que a espécie vivia 
nas florestas e que poderia subir em árvores. O desenvolvimento de seus braços e pernas, porém, indica que eles 
não passavam muito tempo nas árvores: eles podiam andar eretos, sobre duas pernas, quando estavam no chão. 
"No Ardipithecus temos uma forma não especializada que não evoluiu muito em direção aos Australopithecus. 
Então, quando você olha da cabeça aos pés, você vê uma criatura que não é nem chimpanzé, nem é humano. É 
Ardipithecus", disse White. 
 
- Ardi foi encontrada em Afar Rift, na Etiópia, onde muitos fósseis de plantas e animais (incluindo 29 espécies de 
aves e 20 espécies de pequenos mamíferos) foram descobertos. Achados perto do esqueleto indicam que, na 
época de Ardi, a região era arborizada. Os caninos superiores de Ardi eram mais parecidos com os pequenos e 
grossos dentes de humanos modernos do que com os grandes e afiados caninos de chimpanzés machos. Análise 
do esmalte dentário sugere uma dieta diversificada, que incluía frutas, folhas e nozes. 
Ardi possuía um focinho saliente, dando a ela uma aparência simiesca. Mas não tão para a frente como os focinhos 
dos macacos modernos. Algumas características de seu crânio, como a área sobre os olhos, diferem muito dos 
chimpanzés. 
Detalhes do fundo do crânio, onde nervos e vasos sanguíneos encontram o cérebro, indicam que o órgão ficava 
posicionado de maneira semelhante ao dos humanos modernos. Segundo os pesquisadores, isso indicaria que os 
cérebros dos hominídeos já estavam posicionados para abranger áreas que envolvem aspectos visuais e de 
percepção espacial. Suas mãos e punhos eram uma mistura de características primitivas e modernas, mas não 
possuíam marcas características dos modernos chimpanzés e gorilas. Ela tinha as palmas das mãos e os dedos 
relativamente curtos, que eram flexíveis e permitiam que aguentasse o peso do próprio corpo enquanto se movia 
por entre as árvores. Mesmo assim, ela tinha de tomar muito cuidado ao escalar, pois faltava-lhe as características 
anatômicas que possibilitam aos macacos atuais balançar, agarrar e mover facilmente entre as árvores. 
A pelve e o quadril indicam que os músculos dos glúteos eram posicionados de modo que ela pudesse andar em 
pé. Seus pés eram rígidos o suficiente para caminhar, mas o polegar era grande o bastante para possibilitar 
escaladas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Noções de Arqueologia (5)-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
Em campo 3: 
 
Recolhidos os remanescentes superficiais de todas as quadrículas da área mapeada; a segunda etapa dos trabalhos 
de campo é denominada de decapagem subsuperficial. Essa ocorre em quadrículas de especial concentração de 
remanescentes superficiais ou que, por critério do arqueólogo chefe, seja de interesse. Assim, com auxílio de pá de 
pedreiro e pinceis, os 10 primeiros centímetros de substrato da quadrícula são removidos e peneirados. O 
sedimento passante pela peneira é identificado (quadrícula e nível) e depositado em monte sinalizado para ser, ao 
final dos trabalhos na quadrícula, retornado ao seu local e nível de origem. Todos os remanescentes ,minerais ou 
não,devem ser ensacados com identificação; materiais orgânicos devem ser acondicionados em sacos atóxicos. 
Todos os sacos devidamente identificados, são acondicionados em caixas, internamente revestidas de isopor para 
encaminhamento ao laboratório. A decapagem segue de 10 em 10 cm até o nível de interesse. Variações da cor 
dos sedimentos marcam mudanças ambientais (climáticas) devem ser marcadas com barbante, descritas, 
fotografadas e desenhadas. Amostras de sedimentos dos diversos horizontes sedimentares devem também ser 
recolhidas para análise granulométrica e possível datação. 
 
1) Quando e como ocorreu o êxodo para a Austrália? A atividade vulcânica (6 anos de sombreamento) e um novo 
período frio, determinaram que , entre 70.000 e 65.000 aap, humanos deixassem a Indonésia, atravessando os 160 
km do Mar de Timor até o território da atual Austrália. Usavam balsas de madeiras leves e remos; levavam água e 
suprimentos. 
 
2) O que comprova o DNA mitocondrial dos aborígenes? Descendência da mesma linhagem africana da qual os 
humanos atuais descendem. Migração para Austrália foi deliberada e não casual. 
 
3) Qual a idade e a temática das mais antigas pinturas rupestres australianas. Em abrigos sob rocha foram 
encontradas pinturas zoomorfas datadas de 61.000 aap. (são cangurus e tartarugas gigantes e um animal alado 
também de grandes proporções), registro conhecido como megafauna australiana. 
 
4) Como evoluiu essa megafauna? Essa fauna era herbívora e, aos 51.000 aap, teria sido extinta por predação e 
escassez de alimentos promovidos pela concorrência humana. 
 
5) O que é e qual o significado arqueológico do Mongoman? Trata-se de um esqueleto humano datado de 62.000 
aap o qual, encontrado na Austrália, mostra um DNA mitocondrial diferente do africano que originou os humanos 
atuais. Seria um ramo filético paralelo?l 
 
6) Que peculiaridade caracteriza, geneticamente, os humanos atuais? Seu DNA mitocondrial é mais homogêneo 
(pouco variável) quando comparado ao dos mamíferos mais próximos de nós (símios). 
 
7) Como explicar a variações morfológicas entre os humanos? A necessidade de adaptação para subsistência nos 
variados hábitats terrestres, principalmenteao nível de insolação. 
 
8) Qual a principal dessemelhança intraespecífica humana? A pigmentação da pele. 
 
9) O que há de científico nessa constatação? Os humanos que habitam as imediações do equador tem mais 
melanina (protetor UV natural) na pele. Os raios UV promovem a síntese da vitamina D (ácido fólico) necessária 
para inibir o raquitismo. O excesso de melanina inibe a produção desse ácido. 
 
10) Qual é a taxa de despigmentação entre os humanos? A feição humana original era a negróide. Estima-se que 
20.000 anos foram necessários para a sua total despigmentação. 
 
Noções de Arqueologia (6)-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
Em campo 4: 
 
A partir dos levantamentos preliminares, tendo já locado o sítio sob estudo no mapa-base (com escala e norte 
geográfico), desenha-se sobre o mesmo as quadrículas com a respectiva orientação alfanumérica. Como já 
exposto, a etapa inicial em campo é o recolhimento de todos os remanescentes superficiais. A distribuição e 
tipologia do material superficial deve subsidiar a equipe para a localização do corte estratigráfico (poço-teste). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse escave é feito com pás retas na quadrícula de interesse (que tenha sido considerada como de investigação 
prioritária). 
A etapa seguinte é denominada decapagem subsuperficial; consiste no escave controlado dos primeiros 10 cm da 
quadrícula. Todo o material sedimentar é cuidadosamente recolhido com pá de pedreiro e depositado em um 
balde. Esse material é peneirado sobre uma lona, sendo o material retido manualmente selecionado e embalado. 
O material descartado é juntado ao sedimento passante e depositado num monte identificado com o nível de 
origem para, ao final da escavação, ser reposicionado no mesmo patamar. 
Segue-se o escave dos próximos 10 cm e assim sucessivamente até a profundidade que for julgada necessária. 
Restos orgânicos (ossos, carvão, vegetais, etc) devem ser recolhidos sem contato manual e embalados em 
embalagem atóxica previamente identificada. Todo o material deve ser acondicionado em caixas conforme 
ocorreu na etapa anterior. Restos de cerâmica devem ser recolhidos na ausência de luz, tendo em vista e a 
possibilidade de uma datação via Termoluminescência (TM). Diferenças estratigráficas devem ser marcadas com 
palitos e barbantes, descritas, foto-registradas e, se for do interesse, amostradas para posterior análise 
sedimentológica. 
Amostras sedimentares para datação TM devem ser coletadas com tubos de PVC reforçado, percutidos via 
martelamento, na horizontal e ao nível que interessa datar. A data será a da última iluminação (soterramento) do 
referido sedimento. 
Datação: A determinação de idades é o foco da geocronologia. Esse estudo iniciou pela contagem das linhas de 
crescimento dos troncos das árvores (dendrocronologia – Figura 1) evoluindo, após para a contagem de varves 
(Figura 2 - estratos finos, claros e escuros geralmente depositados em ambientes lênticos). 
 
 Figura 1 Figura 2 
A Termoluminescência é usada na datação de rochas e sedimentos. Baseia-se no fato de que os elétrons dos 
minerais quartzo e feldspato ficam aprisionados devido a radiação emitida pelo tório, urânio e potássio, além da 
radiação cósmica. Essa energia é liberadas quando do aquecimento da amostra. desta forma pode-se medir a 
luminescência produzida que é proporcional ao tempo decorrido desde o soterramento do mineral datado. 
 
1) Desde a Malásia, quais foram as rotas migratórias alternativas à Austrália? 
Rumo ao norte, através da atual Arábia. 
 
2) Por que a rota Árabe foi viável somente cerca de 45.000 anos após a ocupação da Malásia? 
Até então o Deserto Árabe era intransponível. 
 
3) O que é o crescente verde ou crescente fértil? 
É a denominação da região da Mesopotâmia, termo que significa entre rios. 
 
4) Qual o contexto geográfico dessa região? 
Está situada entre os Rios Eufrates e Tigre, atual Iraque, uma região de terras férteis e úmidas, bem drenadas que 
são pelas duas bacias hidrográficas que afluem para o Golfo Pérsico. 
 
5) Que importantes tradições ou hábitos surgem nesse contexto geográfico? 
A agricultura e a pecuária 
Homem deixa de ser apenas caçador e coletor 
 
6) Nos milhares de anos através da Mesopotâmia que novos comportamentos foram incorporados pela 
humanidade? 
A elaboração de ferramentas leves e mais elaboradas 
As edificações de pedra 
 
 
 
 
 
 
 
 
A adoção de cemitérios 
 
7) A partir da Mesopotâmica quais foram as rotas e idades constatadas ? 
Rumo a Europa (40.000 aap) 
De volta à África pela atual Líbia (41.000 aap) 
 
8) Que outros aspectos pré-históricos relevam a ocupação da Mesopotâmia? 
O progressivo registro de ícones até o desenvolvimento da linguagem escrita (Sumérios?). Aos 6.000 aap , com o 
registro dos fatos inicia o Período Histórico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Noções de Arqueologia (7 )-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
1) Por onde e quando os nossos ancestrais chegaram à Europa? Cerca de 40.000 aap cruzando os Bálcâns. Essa 
região, também conhecida como Península Balcânica, designa a região sudeste da Europa, território de vários 
países a saber: Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Grécia, República da Macedónia, Montenegro, Sérvia, 
Kosovo, Turquia (europeia = Trácia), Croácia, Romênia e Eslovênia. 
 
2) O Sapiens foi o primeiro homem europeu? Não; foi precedido pelos Neandertais, situação e existência 
comprovadas por esqueletos de sítios arqueológicos do Vale de Neander (1856) na Alemanha e outros 
encontrados em território da atual França. 
 
3) Desde quando os Neandertais povoaram a Europa? Há registros de povoamento Neandertal há 250.000 aap. A 
origem e as rotas desses hominídeos ainda são desconhecidos. 
 
4) Quais os distintivos morfológicos dos Neandertais? Fronte, sobrancelhas e nariz proeminentes, pouco queixo, 
estatura baixa, corpo troncudo e adaptado ao frio. 
 
5) Neandertais procriaram com Sapiens? Não há no DNA mitocondrial do Sapiens qualquer traço do DNA 
Neandertal. 
 
6) Os Neandertais persistiram no registro biológico? Tudo indica que, há cerca de 30.000 aap eles foram dizimados 
pelos Sapiens. Portanto, teriam coexistido ao longo de 10.000 anos. 
 
7) Quais os distintivos comportamentais entre Sapiens e Neandertais? Enquanto os Sapiens se relacionavam a 
partir de raciocínios os Neandertais se relacionavam pelos instintos e reações corporais. 
 
8) Que outras peculiaridades dos Sapiens passaram a ser registradas? O uso de adornos corporais e as variadas 
formas de expressão artística: Esculturas (27.000 aap) em vários substratos, pinturas rupestres (35.000 aap) e o 
 
 
 
 
 
 
 
 
surgimento das vestimenta costurada, objetos de adoração, amuletos; sepultamento de pessoas com trajes e 
adornos.uras 
 
9) O que revelas as pinturas rupestres européias? Cenas de “pecuária” e caça; cenas antropomorfas variadas, 
inclusive com cerimônias religiosas e de transe. 
 
10) Onde, na Europa, foram encontradas as pinturas mais bem preservadas? Na caverna espanhola de Altamira, 
situada a 30 km da cidade de Santander. Lá se conserva um dos conjuntos pictóricos paleolíticos mais importantes 
da Pré-História (14.000 - 18.500 aap).As pinturas de Altamira, descobertas em 1879, foram o primeiro conjunto 
pictórico pré-histórico de grande extensão descoberto. O realismo de suas cenas provocou, em um primeiro 
momento, um debate em torno de sua autenticidade, até ser aceita como uma obra artística realizada por homens 
do Paleolítico. O seu reconhecimento supõe um longo processo no qual também se foram definindo e avançando 
os estudos sobre a pré-história. 
 
Os sítios arqueológicos no Brasil 
 
Todos os sítios são considerados bens patrimoniais da União desde1961 (Lei 3.924 de 26/07) e, desde então, 
deveriam contar com a proteção especial do Estado. Mas, até a década de 1980, o maior depredador do 
patrimônio arqueológico nacional foi o próprio Estado que, não realizava ou exigia a realização de levantamentos 
prévios as grande obras (rodovias e hidrelétricas). Parar um empreendimento por conta de uma descoberta 
arqueológica era, até então, um risco a integridade física de quem ousasse. A partir da reforma constitucional de 
1988 ( Artigo 21, inciso XV) o quadro anterior foi sendo modificado. 
Instrumentos de preservação – Tombamento 
É um ato administrativo realizado pelo Poder Público com o objetivo de preservar, por intermédio da aplicação de 
legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a 
população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados. Pode ser aplicado aos bens móveis e 
imóveis, de interesse cultural ou ambiental, quais sejam: fotografias, livros, mobiliários, utensílios, obras de arte, 
edifícios, ruas, praças, cidades, regiões, florestas, cascatas etc. Somente é aplicado aos bens materiais de interesse 
para a preservação da memória coletiva. Pode ser feito pela União, por intermédio do Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional, pelo Governo Estadual, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do 
Estado ou pelas administrações municipais, utilizando leis específicas ou a legislação federal. Difere da 
desapropriação pois não altera a propriedade de um bem, apenas proíbe que venha a ser destruído ou 
descaracterizado. Logo, um bem tombado não necessita ser desapropriado. Um bem tombado pode ser vendido, 
inexistindo também qualquer impedimento para o aluguel ou a herança. No caso de venda, deve ser feita uma 
comunicação prévia à instituição que efetuou o tombamento, para que esta manifeste seu interesse na compra do 
mesmo. O Tombamento é um instrumento de preservação dos bens culturais, na medida que impede legalmente a 
sua destruição. No caso de bens culturais, preservar não é só a memória coletiva, mas todos os esforços e 
recursos já investidos para sua construção. A preservação somente se torna visível para todos quando um bem 
cultural se encontra em bom estado de conservação, propiciando sua plena utilização. 
 
Arte pré-histórica – Pinturas rupestres 
 
Talvez as mais impressionante dentre as expressões artísticas pré-históricas sejam as pinturas rupestres. Nessas é 
possível discriminar arte figurativa (que representa pessoas, objetos, um animal, uma flor ou uma paisagem; pode 
ser realista ou estilizada) e arte abstrata (a que não representa objetos, sendo em si o objeto de arte) Tanto a 
pintura figurativa como a pintura abstrata expressam estados emocionais do pintor. Nos sítios arqueológicos 
brasileiros, esse tipo de arte é abundante e divide espaço com as gravuras sobre rocha (petroglifos). 
Desde os sítios europeus (Ex. Altamira na Espanha) os pintores pré-históricos usavam o óxido de ferro em pó, 
obtido da laterita, o carvão e o calcário que eram misturados com um líquido (água, resina ou banha) que eram 
aplicados com o dedo, bucha de couro ou aspergidos com a boca, sobre a “tela”, uma rocha sedimentar 
relativamente plana e porosa. Essa tinta impregnava a rocha e a pigmentava em profundidade. Há várias cores de 
óxido; essas variam do ocre aos tons de laranja e amarelo. Além de fotografar e filmar, os arqueólogos copiam as 
pinturas rupestres, para tanto utilizando uma película plástica e canetas a prova d’água. Sobre a película devem 
constar uma escala gráfica, informações acerca do sítio e o painel, bem como um referencial de distância ao rés do 
chão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Registro de pinturas descobertas durante pesquisa LABGEO em sítios do Alto Sucuriú (MS): À esquerda, a fotografia 
das pinturas; ao centro a película plástica sobre parede clara e a direita uma reprodução digital, em cor invertida 
do mesmo painel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Noções de Arqueologia (8)-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
1) Quando o homem chegou as Américas? Há cerca de 25.000 aap. 
 
2) Qual a rota dessa entrada? Desde a Sibéria até o Alaska, então unidos por uma ponte de gelo gerada pela maior 
dentre as glaciações neógenas. O Estreito de Bering é um estreito entre o Cabo Dezhnev, o ponto extremo oriental 
do continente asiático e o Cabo Príncipe de Gales, o extremo ocidental do continente americano, com cerca de 85 
km de largura e uma profundidade de 30–50 m. O estreito liga o Mar Chukchi (parte do Oceano Ártico), no norte, 
com o Mar de Bering (parte do Oceano Pacífico), no sul. Tem seu nome do explorador Vitus Jonassen Bering, 
nascido na Dinamarca e de nacionalidade russa, que atravessou o estreito em 1728. Tanto o Estreito de Bering, 
como o Mar Chukchi a norte e o Mar de Bering a sul, são mares de pequenas profundidades e durante as 
glaciações a água do mar concentra-se nas calotas polares e nas geleiras, fazendo baixar o nível do mar e expondo 
os fundos marinhos de pequenas profundidades. 
 
3) Na America do norte, qual foi a rota preferencial rumo ao Sul? Através do extremo oeste americano, tendo em 
vista que a região central era a mais intensamente assolada pelo frio. 
 
4) O que os Arqueólogos americanos encontraram no sítio de Meadowcroft ? Artefatos de rocha lascada datados 
de 16.000 anos semelhantes aos elaborados há 29.000 anos na China. 
 
5) O que são marcadores X e o que o estudo desses revela acerca dos americanos ? Dentre 23 pares de 
cromossomos, existe o X, nos seres humanos o principal responsável pela determinação do sexo. As mulheres 
possuem dois cromossomos X e os homens, um X e um Y. Dentre as 3.200 doenças hereditárias identificadas, 307 
são atribuídas a ocorrência de mutações ou falhas no cromossomo X. A carga genética humana, embora similar, 
mostra diferenças nesse cromossomo; assim, estudando a genética dos americanos, foi possível identificar vários 
marcadores X , o que para os paleontólogos geneticistas seria indicativo de que o povoamento das Américas 
ocorreu por meio de várias entradas. 
 
6) O que representa o Homem de Kennewick no contexto americano? O mais antigo (9.500 aap) esqueleto 
humano encontrado na América do Norte. Tinha morfologia asiática semelhante a do nordeste da Sibéria. Há 
indícios de que esse homem entrou em confronto com os mais recentes índios americanos. 
 
7) Desde a África até os dias atuais, quantas gerações ou linhagens humanas foram rastreadas? 
 Considerando 80.000 anos desde o êxodo africano, 5000 marcadores foram reconhecidos; assim, o 
desenvolvimento de cada nova geração humana demanda, em média, 20.000 anos. 
 
8) Aonde e, desde quando, são realizados os estudos de Arqueologia baseada na genética? 
Desde a década de 1980 na Universidade inglesa de Huddersfield, sob a coordenação do Prof. Dr. Martin Richards. 
 
9) A que linhagem pertencem os atuais índios americanos? A uma linhagem asiática Gerada há cerca de 30.000 
anos; a mesma linhagem é também a ancestral dos gregos. 
 
10) Quando a porção mais meridional das américas foi povoada? O Ushuaia ou Terra do Fogo, no território da 
atual Argentina, foi povoada há cerca de 10.000 aap, representando o último espaço americano a receber 
contingente humano. 
A migração do homem nas américas 
 
Sítios arqueológicos do Brasil 
 
De 12.517 sítios cadastrados em 1998 no Brasil, hoje somam mais de 20 mil. Somente seis são tombados: 
Sambaqui do Pindaí, em São Luís, no Maranhão; Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, 
no Piauí; Inscrições Pré-Históricas do Rio Ingá, no município de Ingá, na Paraíba; Sambaqui da Barra do Rio 
Itapitangui, em Cananéia, São Paulo; Lapa da Cerca Grande, em Matozinhos, Minas Gerais; Ilha do Campeche, em 
Florianópolis, Santa Catarina. 
 
 
No Parque Nacional da Serra da Capivara, um conjunto de cerca de 800 sítiosarqueológicos guardam como 
remanescentes: esqueletos humanos, pinturas rupestres e gravuras. Atualmente 14 trilhas e 64 sítios pré-
históricos são abertos à visitação pública. Para o estudo e a preservação desse patrimônio, em 1986 foi criada a 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundação Museu do Homem Americano (São Raimundo Nonato, Estado do Piauí), uma entidade científica e 
filantrópica sem fins lucrativos. Resultado de uma cooperação científica bi-nacional França-Brasil que abriga uma 
equipe de cientistas de diversos países. A Fundação tem a responsabilidade técnico científica da Unidade de 
Conservação e assume sua defesa e manutenção. Na cidade de São Raimundo Nonato foi construído o Museu do 
Homem Americano no qual são expostos os resultados das pesquisas. Junto ao Museu estão as reservas técnicas 
que abrigam as coleções de material arqueológico, paleontológico, zoológico, botânico, bem como os laboratórios 
e os serviços administrativos da FUMDHAM. 
 
 
 
 
Arte rupestre em sítios de São Raimundo Nonato, PI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Noções de Arqueologia (9)-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
O Brasil e a Arqueologia 
 
A primeira investigação arqueológica em território brasileiro foi realizada em 1834 por Peter Lund, dinamarquês 
que escavou as grutas de Lagoa Santa (MG), onde encontrou ossos humanos e restos animais; esses foram datados 
em 20.000 anos. Para abrigar o acervo arqueológico nacional, durante o Segundo Reinado (de 23 de julho de 1840 
até 15 de novembro de 1889) o Imperador fundou o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Em 1922 surgiram o 
Museu Paulista e o Museu Paraense. 
 
As populações ancestrais, no Brasil, foram subdivididas em tradições, tendo como critério sua tecnologia, arte e 
hábitos. Constata-se que, dentro de cada tradição, há dessemelhanças de ocupação dos ambientes naturais 
(florestas, cerrados, campos, etc.). Variam também as formas e padrões de manifestação artística. Tais diferenças 
permitem reconhecer diferentes fases em cada tradição, grosso modo distribuídas, na porção meridional do país, 
como no esboço 1 abaixo. 
 
Na América do Sul há sítios arqueológicos ao longo da região andina, assim como numa faixa que se estende no 
nordeste brasileiro, passa pelo Brasil central e chega ao extremo meridional do país. A Serra da Capivara em São 
Raimundo Nonato, no Piauí, é a área de maior concentração de sítios arqueológicos na América do Sul e desde 
1991 foi reconhecida pela UNESCO, como Patrimônio Cultural da Humanidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arqueologia sul-matogrossense: O povoamento do MS iniciou pelo nordeste do estado, ao final do Pleistoceno, 
cerca de 11.000 anos antes do presente. Os sítios arqueológicos dessa região são os mais antigos do estado, neles 
as reminiscências materiais e artísticas revelam 4 momentos de ocupação. 
 
 
 
Momento 1; ocorrido ao final do Pleistoceno (11.000 aap), caracterizado por exíguos (poucos) artefatos líticos. 
Momento 2, no Início do Holoceno ( 9.000 aap) com abundante e elaborada indústria lítica. Momento 3, 
aproximadamente aos 7.000 aap, também denominado ótimo climático, quando as atividades de caça e coleta 
teriam sido maiores em função de um tempo mais úmido, fato que teria redundado nem menor número de 
registros nas imediações dos abrigos. Momento 4, Ceramistas Tupiguarani (2.000 – 3.000 aap). 
Na década de 1980 foi criado no âmbito do LABGEO/UFMS o Programa Arqueológico do MS (PAMS). Como 
atividade de pesquisa o referido programa está em desenvolvimento no campus Pantanal da UFMS (Corumbá). 
Naquela região foram encontrados grandes petroglifos não figurativos sugestivos de mapas. Tanto a arte figurativa 
como a abstrata expressam estados emocionais. Ambas as formas existem desde a pré-história. Os sítios mais 
antigos encontrados na região de Corumbá foram datados de 8.200 aap. 
 
 
 
A figura acima mostra gravuras sobre rocha da região de Corumbá. Esses petroglifos, datados de 4400 aap, seriam 
reminiscências da tradição pré-guarani, localmente denominada de Pantaneira. 
 
A datação via racemização de aminoácidos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os corpos orgânicos possuem aminoácidos cujas moléculas exibem forma original flexionada à esquerda 
(forma levo ou L-). Essa, ao longo do tempo, passa a uma configuração destra . (forma D-); o fenômeno é 
denominado racemização. Aminoácidos racemizados exibem iguais quantidades das formas L- e D-. A racemização 
é modulada pela temperatura e pela acidez do meio; assim, datações via racemização devem incluir um 
levantamento das páleo-temperaturas. Para tanto faz-se a análise da razão de isótopos de oxigênio (O
18
/O
16
). 
Razões elevadas denotam clima frio que são inibidores das reações químicas e da racemização. Razões baixas 
indicam clima quente e indicativo de racemização acelerada. 
A partir de 10 g de amostra é possível datar ossos com até 100.000 anos, limite que duplica o alcance do método 
do Carbono 14. 
 
Noções de Arqueologia (10) ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 
 
A ocupação humana e as fitofisionomias 
 
Cada tradição, além das diferenças de comportamento, buscava ocupar ambientes naturais propícios aos 
respectivos hábitos. No Mato Grosso do Sul buscavam abrigo sob vegetação rupestre (1), cerrados (2) e matas 
ripárias = ciliartes (3); mas, entre os povoadores do norte-nordeste e o litoral brasileiro meridional, também 
povoaram os mangues (4), a mata atlântica (5), a hiléia= floresta (6) e a caatinga (7). 
 
 
 
Em todas as fitofisionomias, importava a proximidade aos corpos d’água, usados para apesca, para a 
descedentação assim como para a higiene. No território brasileiro, rico em drenagens, as várias tradições 
ocuparam todos os cursos fluviais, cujas características são apresentadas e resumidas como segue: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Noções de Arqueologia (11) ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 
 
Arqueologia regional 
 
A ocupação do território sulmatogrossense iniciou pelo nordeste do estado, desde o final da Época Pleistoceno. Os 
estudos arqueológicos promovidos pelo UFMS/LABGEO em conjunto com a UNISINOS/IAP, permitiram elucidar 
acerca das peculiaridades e os ambientes em que viveram os primeiros sulmatogrossenses, conjunto informativo 
que foi no quadro abaixo. 
 
 
 
Arte e artefatos dos sítios sulmatogrossenses: 
Petroglifos: (fig.1) gravuras (esculturas) em baixo relevo elaborados sobre rocha friável com auxílio de uma rocha 
mais dura. Arte atrbuída à Tradição Itaparica que ocupavam abrigos sob rocha da região do alto curso do Riu 
Sucuriu (10.000 – 8.000 aap). Cerâmica: (fig.2) Corrugada e cozida (mais clara) de um sítio localizado a beira do Rio 
Miranda atribuído à tradição Tupi (cerca de 2.000 aap). Mós e machado de rocha polida: (fig. 3) Artefatos 
Tupiguarani encontrados em sítios de Três Lagoas (MS) e Itapura (SP). (cerca de 3.000 aap) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estudo de caso: A Arqueologia Histórica de Itapura (SP). O município foi uma colônia militar construída nas 
proximidades do Salto de Itapura em meados do século XIX (1858), pelo governo imperial. No recanto mais bonito 
do lugar, um lindo sobrado (aforbaixo 1) foi edificado para receber a família imperial, uma vizita que nunca 
ocorreu. Hoje uma tapera, o sobrado marcava presença na margem esquerda do Rio Tietê, próximo à sua foz no 
Rio Paraná. 
 
 
 
Hoje ainda é possível visitar o que restou da antiga cadeia do acampamento militar (acima 2). Nas imediações, 
proximidades do antigo acampamento militar imperial, ainda hoje são encontrados objetos (acima 3) tais como, 
cerâmica de cachimbos, botões, moedas, fivelas, brasões, balas, partes de armas, peças de cristal, entre outros. 
Após a Guerra do Paraguai,a Colônia Militar de Itapura deixou de ter tanta importância estratégica, além do que o 
acesso à mesma era de grande dificuldade, possível apenas pelo Tietê. Assim, acabou abandonado. Em 1905 já 
havia apenas ruínas, conforme constatou uma comissão geográfica estadual que buscava as colônias de Itapura e 
de Avanhandava .Em 1910 ali chegaram os trilhos da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, formando um povoado 
redor de sua estação. Ao final da década de 1960, com a inauguração da Usina Hidrelétrica Engenheiro Souza Dias 
(Jupiá) e o enchimento do reservatório, a cidade de Itapura foi inundada, restando apenas algumas construções 
em terreno mais alto, incluindo as ruínas da antiga colônia militar. Um novo núcleo urbano foi edificado. 
 
Noções de Arqueologia (12) ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 
 
Na Região do Alto Paraná, são encontrados artefatos paleolíticos e neolíticos. Material lítico trabalhado com 
debitagem (lascamento), na mesma região, é encontrado entre 1,5 e 3 metros de profundidade. Mais recentes são 
os machados polidos (artefatos neolíticos); esses foram usados para o desbaste e a remoção de árvores, tendo em 
vista a limpeza de áreas para a agricultura e o estabelecimento de uma atividade agricultura em roçados. No 
passado, o Rio Pardo constituía um limite entre cerrados e florestas estacionais e também um limite de 
povoamento. Ao norte (cerrados) prodominavam ocupações Guaranís (zona no círculo da figura abaixo) e ao sul 
(florestas) predominavam ocupações Tupis (tTriângulo da figura abaixo). Mais recentemente as duas tradições 
foram mescladas numa só, passando a preferir o abrigo sob matas ripárias. 
 
 
 
Entre as reminiscências da Tradição Tupiguarani destacam-se as peças de cerâmica pequenas (Figuras acima) cuja 
capacidade era de até 5 litros. Esse tem sido encontrado em sítios do Município de Brasilândia, peças que foram 
datadas via termoluminescência obtendo-se idade de 2.100 aap. Nas cerâmicas as marcas feitas a unha são 
denominadas impressões unguladas. As vasilhas cerâmicas corrugadas e pintadas de uso variado recebiam a 
denominação tupiguarani de Yapepó. Nos sítios do leste sul-matogrossense foram encontrados tembetás (Figura 
abaixo), tipo de adorno labial masculino em forma de T, feito de cerâmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em sítios Tupiguarani da foz do Rio Ivinhema, foram encontrados talheres da Espanha colonial (Figura acima) que 
atestam o contato dos colonizadores que ofereciam presentes e faziam trocas de objetos com os indíginas da 
região. 
 
Arqueologia Histórica: Estudo de caso: Encontrando o R.M.S. Titanic 
 
O navio da White Star Line, fazia a sua viagem inaugural entre Southampton e Nova Iorque. Às 23h 40 min do dia 
14 de Abril de 1912 afundou no Atlântico Norte sob a latitude 41º 46' N, e longitude 50º 14' W, abaixo da ilha 
canadense de Newfoundland. Em 1985, o explorador Robert Ballard encontrou o lugar do naufrágio do Titanic no 
fundo do Oceano Atlântico; o que restou do navio está localizado a mais de 3,5 quilômetros de profundidade. O 
iceberg com o qual ele se chocou se desprendera da região polar norte. 
O naufrágio resultou na morte de 1523 pessoas, uma das piores catástrofes marítimas de todos os tempos. O 
Titanic fora construído com algumas dentre as mais avançadas tecnologias disponíveis da época. Um folheto 
publicitário de 1910, da White Star Line, sobre o Titanic, alegava que ele fora "concebido para ser inafundável". Foi 
um grande choque a notícia do naufrágio, tendo em vista a tecnologia avançada e a experiente tripulação. 
 
 
 
Após 25 anos da descoberta dos restos do Titanic, cientistas filmam os destroços em alta definição e com 
tecnologia 3D. Com as novas imagens, eles poderão criar um mapa tridimensional dos restos da embarcação. Os 
cientistas achavam que os restos do navio estavam à beira do colapso, mas ficaram surpresos com seu bom estado 
de preservação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Noções de Arqueologia (13) ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 
 
Dano étnico: assim vem sendo considerado o atual quadro dos indígenas em território brasileiro. Quando do 
“descobrimento” do Brasil, o contingente indígena era da ordem de centena de milhares. Essa população 
distribuía-se entre muitas etnias. Os dados atuais obtidos pelo IBGE apontam para um drástico e acelerado 
decréscimo do contingente indígena, na atualidade reduzidos a cerca de 55.000 indivíduos pertencentes a apenas 
7 etnias. 
Em aulas passadas vimos que o território sulmatogrossense foi inicialmente povoado (entre 12.000 e 11.000 aap) 
através da região nordeste estadual, por nômades da Tradição Itaparica, provindos desde a Bahia, de onde 
herdaram a denominação. Esses cruzaram o território nacional aproveitando suas preferências de estabelecimento 
sob vegetação de cerrado e campos rupestres. Foram caçadores-coletores de diversas fases de expressão artística. 
O oeste do estado (Pantanal) foi inicialmente ocupado mais recentemente, provavelmente por nômades provindos 
das planuras internas aos Andes. Esses foram informalmente denominados de Tradição Pantaneira e sua arte era 
expressa por meio de mega-petroglifos feitos nos lajedos sedimentares da região de Corumbá. 
A região do Alto Paraná, como visto, registra uma ocupação mais recente e vinculada inicialmente as tradições 
Tupi e Guarani, mais recentemente fundidas numa única (Tupiguarani) uma população que avança pelo período 
histórico vivendo sob as matas ripárias, ciliares ao alto curso fluvial. 
Resta resenhar um pouco acerca da região meridional do estado (Sul =atual Dourados) bem como acerca da região 
central de Mato Grosso do Sul. Ambas as regiões foram povoadas inicialmente por caçadores/coletores; ao sul 
foram os Xetás (semi-nômades) e, na região central foram os Ofaié. 
Entre essas tradições, os Xetás povoaram a porção meridional do Mato Grosso do Sul até 1950, desde quando, 
fruto do avanço das populações não indígenas e suas atividades econômicas, esses indígenas foram dispersos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os Ofaié, até a metade do Século XIX, se concentravam na região central do estado, entre os atuais Campo Grande 
e Rio Brilhante. Foram muitos os conflitos dessa tradição com poceiros pecuaristas e agricultores. No início do 
Século XX, a carência de espaços de ocupação determina a dispersão dessa tradição; costumes e cultura foram 
perdidos com a morte dos mais velhos. 
 Em 1924, as margens do Rio Samambaia, foi estabelecida a primeira reserva Ofaié . Na atualidade os poucos Ofaié 
remanescentes, sobrevivem da pequena agricultura realizada nos limites de suas reservas, uma das principais 
situada no município de Brasilândia. 
Esse agrupamento foi estabelecido no referido município quando da formação do lago-reservatório da Usina 
Hidrelétrica de Porto Primavera; 81 % da área inundada está no território sulmatogrossense e fez submergir as 
aldeias Ofaié antes posicionadas ao longo da margem direita do Paraná.. 
Os jovens Ofaié buscam o trabalho assalariado externo, maiormente nas fazendas da região bem como nas 
plantações de cana e na maior usina de açúcar e álcool da região. 
 
 
 
 
Arqueologia histórica: Estudo de caso (Pompéia e Herculano) 
No início do século XVI, o arquiteto Domenico Fontana, descobriu as ruínas de uma antiga cidade aos pés do 
Vesúvio. 
Na manhã de 24 de agosto do ano 79 dc, uma chuva de cinzas, piroclastos, um mar de lama, e emanações gasosas 
letais, saídos da cratera vulcânica do Vesúvio, apanhou de surpresa os moradores das cidades de Pompéia, 
Herculano e Stabia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A região, localizada no golfo de Nápoles, ao Sul da Itália, foi totalmente soterrada. Pompéia, a 23 quilômetros de 
Nápoles, com uma população estimada entre 10 e 15 mil habitantes, era a maior delas. Dias antes da catástrofe, os 
pompeianosouviram ruídos que vinham do solo e para os quais não encontravam explicação. 
A cidade, mal havia se recuperado da destruição causada por um terremoto ocorrido dezessete anos antes. 
Pompéia era sede de numerosas oficinas de ferreiros; mostrava um grande desenvolvimento do artesanato 
(escultores e joalheiros) assim como do comércio de alimentos e das fábricas de lâmpadas a óleo. Reminiscências 
desses estabelecimentos ilustram outros aspectos da vida dos cidadãos locais. 
O estudo arqueológico da região revelou que uma das termas da cidade ficava aberta à noite; era iluminada por 
cerca de mil lâmpadas a óleo. Tanto para homens quanto para mulheres, as termas funcionavam como uma 
espécie de clube onde as pessoas se encontravam. 
As ruínas, recobertas por vários metros de depósitos vulcânicos, permitiram levantar dados importantes, tais 
como o a estrutura urbana, a peculiaridade das casas, dos objetos de uso cotidiano e das obras de arte. A cidade 
contava com dois teatros: um com capacidade para 5 mil pessoas e outro menor, o Odeon, que abrigava 1500 
pessoas. No centro da cidade ficavam o fórum, os edifícios públicos, o mercado, o banheiro público e os templos, 
além de uma grande lavanderia e tinturaria que era comandada por Eumachia; supõe-se que ali era tingida toda a 
lã de carneiro que a cidade produzia. 
 
 
 
Pompéia vivia basicamente do comércio de azeite e do vinho que produzia. Sua localização estratégica, entre o 
mar e a foz do rio Sarno, facilitava a exportação desses produtos para cidades do Mediterrâneo. No século II a.C., o 
comércio ganhou impulso e isso se refletiu de imediato nas construções, que aumentaram em número e em luxo. 
Em Herculano, cidade menor que Pompéia, as condições de umidade do solo e a espessura dos sedimentos 
vulcânicos, de 15 a 18m, permitiram a melhor conservação dos restos de madeira, tecidos e alimentos. Muitas das 
construções eram casas de veraneio para aristocratas e intelectuais. Conta com um dos mais bem conservados 
anfiteatros da antiguidade. A julgar pela ausência de precauções, os moradores de Pompéia não suspeitavam que 
a montanha onde plantavam vinhas abrigava um vulcão. Durante a erupção, piroclastos do tamanho de uma 
ervilha (lapilli), alcançaram quilômetros de altura. Bombas e blocos também ejetados tinham 8 metros de 
espessura. Os que sobreviveram às pedradas morreram, após, por asfixia por gases letais. No dia 27, as cidades 
próximas ao Vesúvio estavam sepultadas em cinzas e pedras. Os que se aventuraram na busca de pertences ou 
sobreviventes, nada encontraram. Em 1738, o engenheiro Rocco Giacchino de Alcubierre iniciou escavações 
sistemáticas onde antes se erguera Herculano, distante 8 quilômetros de Nápoles. Em 1763, inscrições revelaram o 
povoado de Pompéia, onde os arqueólogos encontraram inúmeros cadáveres, todos transformados em estátuas 
de pedras. As investigações arqueológicas provaram que os cidadãos de Pompéia eram provincianos e viviam 
encerrados nos muros da pequena cidade, de onde só saiam para fazer negócios. A sociedade de Pompéia como 
outras do Império Romano, apresentava grandes contrastes de classe: os escravos e plebeus trabalhavam para os 
patrícios e o sonho dos cativos era ganhar dinheiro para ter escravos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Loco após uma erupção do Vesúvio, o famoso comandante da frota romana (Plínio o Velho) autor da primeira 
enciclopédia de História Natural, aportou em Stabia para ver de perto o que acontecera na região. O comandante 
naturalista morreu ao chegar na praia, vítima de uma asfixia por ação dos gases vulcânicos. Antes descreveu em 
cartas o que viu na região de Pompéia. Após a erupção de 79, o Vesúvio já entrou em atividade trinta vezes, sendo 
o evento mais recente em 1944.