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Analise ergonomica em laboratorio - artigo publicado

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ANÁLISE ERGONÔMICA DO 
TRABALHO (AET) DO SETOR DE 
ATENDIMENTO DE UM LABORATÓRIO 
NA CIDADE DE MARABÁ-PA 
 
LARA ESTEFANE DAL PRA DE LIMA (UEPA) 
larastefanydp@hotmail.com 
JULLI ANNE MIRANDA AZEVEDO (UEPA) 
julliazevedo@live.com 
DAYANE DIAS DE JESUS (UEPA) 
dayane.dias15@hotmail.com 
LEONARDO BRENO PESSOA DA SILVA (UEPA) 
leonardobrenopessoa@hotmail.com 
RODRIGO PACHECO DE LIMA RAMALHO (UEPA) 
roodrigopacheco.rp@gmail.com 
 
 
 
O presente artigo demonstra um estudo de caso realizado em um 
laboratório de análises clinicas e diagnóstico por imagem, tem como 
objetivo, realizar uma análise ergonômica do trabalho (AET) com 
intuito de identificar as inadequações ergonômicas dos postos de 
trabalho de uma filial de atendimento da empresa. Essas análises 
permitem identificar as não-conformidades que possam gerar 
malefícios aos colaboradores da empresa. Sendo assim, foram 
realizados análise da demanda, tarefa e atividade que permitem um 
profundo estudo com proposito de elaborar melhorias no ambiente 
físico e organizacional, onde o principal problema detectado foi em 
relação ao arranjo físico do local. Portanto, as propostas de melhoria 
XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens 
avançadas de produção” 
Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 
 
 
 
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voltaram-se principalmente no que diz respeito ao bem-estar dos 
colaboradores, consequentemente aumentando sua produtividade. 
 
Palavras-chave: Ergonomia, AET, Laboratório, Atendimento
 
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 “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens 
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1. Introdução 
No decorrer da história, a ligação homem-máquina se torna praticamente onipresente, e por 
diversas vezes exige posturas e métodos de utilização repetitivos e que tendem a perdurar por 
toda a jornada de trabalho. Diante de tais características, comtemplamos a importância do 
planejamento ergonômico do posto de trabalho e dos métodos a serem utilizados na execução 
da atividade para a prevenção de acidentes, doenças laborais e até mesmo o estresse. 
A Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO, 2000) define ergonomia como: “uma 
disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e 
outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos 
a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema”. 
Diante disso, eis que a AET (Análise Ergonômica do Trabalho), como ferramenta de análise, 
observa e rastreia o profissional em seu local de trabalho com intuito de verificar a relação 
entre as demandas de acidentes, produtividade e doenças com as condições de trabalho de 
modo geral, considerando desde as condições climáticas do ambiente até os métodos 
utilizados para as atividades realizadas. 
Portanto, esse trabalho, se desenvolve com o objetivo de realização de uma AET no setor de 
atendimento de um laboratório de análises clínicas e diagnóstico por imagem, localizado na 
cidade de Marabá, Pará. Visando, a identificação de inadequações ergonômicas nos postos de 
trabalho em questão, e a partir dessas, a elaboração de recomendações capazes de 
proporcionar maior conforto e bem-estar aos funcionários, o que refletirá diretamente na 
eficiência dos mesmos. 
 
2. Referencial Teórico 
A apuração do estudo em questão, delimitou-se especificamente aos conceitos examinados e 
técnicas utilizadas, como forma de obter confiabilidade aos resultados alcançados, adiante 
estão descritas as referências base da pesquisa. 
2.1 Laboratório de Análises Clínicas e Diagnósticos por Imagem 
 
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O Sebrae (2013), define como laboratório de análises clinicas como o ramo de conhecimento 
que trabalha com o estudo de algumas substâncias de forma de coletar dados e apontar 
diagnósticos a respeito da saúde do paciente. Ocorre a partir de exames feitos a pedido de um 
médico e são entregues em laboratórios próprios para a realização desses exames. 
Ainda o Sebrae (2013) afirma que segundo a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, o 
Brasil conta com aproximadamente 17 mil laboratórios que realizam 10 milhões de exames 
por mês. Exames comuns são: hemograma completo, ureia, glicose, triglicerídeos, creatina, 
colesterol, imunológico, parasitológico, bacteriológico, DNA, Raio-X, Ultrassom dentre 
vários outros. 
O fator humano é preponderante para o sucesso de um laboratório, pois são profissionais 
qualificados e comprometidos que representam a qualidade do atendimento e dos resultados 
prestados por eles por meio de exames, ou seja, pensar no bem-estar dos colaboradores e de 
suma importância para o empreendedor. 
2.2 Ergonomia 
Batalha (2008) afirma que o conselho da IEA (International Ergonomics Association) define 
ergonomia como: “A disciplina cientifica interessada na compreensão das interações entre os 
humanos e outros elementos de um sistema, é o campo profissional que aplica teoria, 
princípios, dados e métodos para projetar objetivando otimizar o bem-estar humano e o 
desempenho geral do sistema”. 
Para Corrêa (2015), ergonomia tem como objetivo satisfação e conforto do indivíduo e a 
garantia que a prática laboral e o uso do equipamento/produto não causem problemas a saúde 
do usuário, não restringindo apenas a analisar a interação homem-máquina, mas também 
englobar todo o contexto organizacional, psicossocial e político de um sistema. 
A partir da Revolução Industrial é que se ressentiu da falta de compatibilidade entre projeto 
das máquinas e o operador humano, que tornou-se de suma importância na II Guerra Mundial. 
Devido a maior complexidade das operações dos equipamentos, os pilotos sofriam com falta 
de ar em grandes altitudes, perda de consciência, dentre outros. Por se tratar de conhecimento 
 
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interdisciplinares, foram convocados estudiosos com o objetivo de elevar a eficácia 
combativa, a segurança e o conforto dos soldados, sendo trabalhos voltados a adaptação dos 
postos de trabalho (BATALHA, 2008). 
A ABERGO (2000), classifica os domínios de especialização da ergonomia da seguinte 
maneira: 
 Ergonomia Física: relacionado com às características da anatomia humana, 
antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade física. Os tópicos 
relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, 
movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos, dentre outros. 
 Ergonomia Cognitiva: refere-se aos processos mentais, tais como percepção, 
memoria e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e 
outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem carga mental de 
trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem 
computador, estresse. 
 Ergonomia organizacional: concerne à otimização dos sistemas sociotécnicos, 
incluindo suas estruturas organizacionais, políticase de processos. Os tópicos 
relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulação, projeto de 
trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo. 
2.3 Análise Ergonômica do Trabalho (AET) 
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET), visa aplicar os conhecimentos da ergonomia para 
analisar, diagnosticar e corrigir uma situação real de trabalho. Desenvolvida por 
pesquisadores franceses e se constitui como um exemplo de ergonomia de correção (IIDA, 
2005). 
Gualberto et al. (2014, apud PALUDO; BRAVIN 2015) define que AET tem por objetivo a 
real compreensão da situação de trabalho, o confronto de aptidões com limitações à luz da 
ergonomia, visando realizar o diagnóstico das situações críticas com a legislação oficial, além 
de estabelecer sugestões, alterações e recomendações de ajustes de processo, do produto, do 
 
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posto de trabalho e ambiente. Ele analisa todo o recinto com o intuito de compreender os 
problemas relacionados com a organização do trabalho e seus reflexos em prováveis 
ocorrências de lesões físicas e transtornos psicofisiológicos. 
Pavani (2007), demonstra que existe vários instrumentos para AET, principalmente 
relacionados a riscos posturais, que pode ser classificado como checklists, ferramentas 
semiquantitativas e quantitativas. Ferramentas semiquantitativas tem como base observações 
diretas ou indiretas, com base em perguntas podendo ser convertido em escala numéricas ou 
diagramas. 
Guérin et al. (2001, apud Iida 2005) desdobra o AET em 5 etapas, sendo elas: 
 Análise da demanda: como uma descrição do problema, que justifica a 
necessidade de uma ação ergonômica, podendo ter diversas origens, que pode ser por 
parte da organização da empresa, ou mesmo por parte dos próprios trabalhadores. Essa 
análise procura entender a origem e entender a dimensão dos problemas encontrados; 
 Análise da Tarefa: tarefa é o conjunto de objetivos prescritos que o trabalhador 
ceve cumprir. Corresponde a um planejamento do trabalho e pode estar contida em 
documentos formais, onde descreve os cargos. Essa etapa analisa aquilo que é descrito 
com o que realmente é executado; 
 Análise da atividade: refere-se ao comportamento do trabalhador, na realização 
de uma tarefa. Resumindo, a maneira que o trabalhador procede para alcançar seus 
objetivos que foram atribuídos; 
 Diagnostico: procura descobrir as causas que provocam problemas descritos na 
demanda. Descreve os fatores que podem ser relacionados a empresa que influem na 
atividade de trabalho; 
 Recomendações: as providências que deverão ser tomadas para resolver os 
problemas diagnosticados, sendo elas, claramente específicas e descrevendo todas as 
etapas necessárias para resolver o problema. 
 
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A AET é uma forma de orientar melhorias nas condições de trabalho sobre os pontos que são 
evidenciados pós-análise. Esta possibilita identificar e estimar as ações que podem interferir o 
trabalho na organização (FEITOSA; MOREIRA, 2005, apud CORRÊA et al 2015). 
3. Métodos de Pesquisa 
O trabalho aqui exposto trata-se de um estudo de caso, baseado em pesquisas qualitativas e 
exploratórias, com o objetivo de propor um projeto de readequação ergonômica de um 
laboratório de análises clínicas e diagnósticos por imagem. O qual elaborou-se baseado em 
pesquisas bibliográficas, na NR 17 e nos dados coletados por meio de questionário 
semiestruturado e observação in loco. O principal foco do estudo e na ergonomia 
organizacional, entretanto foram levados em consideração aspectos da ergonomia física e 
cognitiva também. 
A metodologia utilizada foi a AET (Análise Ergonômica do trabalho). A qual é composta por 
cinco etapas, três delas são referentes à coleta de dados: análise da demanda, análise da tarefa 
e da atividade. Na etapa seguinte gerou-se um diagnóstico das não conformidades encontradas 
na empresa, para finalmente elaborar-se um caderno com as recomendações ergonômicas 
necessárias à correção das falhas. As etapas sucederam-se conforme demonstrado na Figura 1. 
Figura 1. Fluxograma do processo de pesquisa 
 
Fonte: autores 2016 
3.1 Caracterização da empresa 
O ambiente estudado limita-se à área de atendimento de um laboratório de análises clinicas e 
de diagnóstico por imagem, localizado na cidade de Marabá, sudeste do Pará. O qual é uma 
instituição de grande porte e é referência na região. O laboratório oferece exames nos 
 
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seguimentos de hematologia, bioquímica, imunologia, endocrinologia, microbiologia, 
micologia, urianálise, parasitologia, patologia e outros além de diagnósticos por imagem. 
 A empresa possui quinze postos de coleta, porém o estudo ergonômico foi realizado em 
apenas uma das unidades, onde possui uma localização estratégica e com um fluxo intenso de 
pacientes. 
3.2 Descrição da unidade produtiva 
O atendimento analisado é composto por cinco funcionários, os quais têm como competência: 
cadastrar cliente e seus exames, encaminha-los e orienta-los sobre os procedimentos de coleta 
e entregar resultados. O serviço de atendimento é composto por três setores: recepção, 
atendimento e pré-coleta. Cada funcionário possui seu posto de trabalho individual. Os quais 
são três guichês e dois balcões. 
Primeiramente o paciente é orientado na recepção e encaminhado ao atendimento que precisa, 
já que existem dois seguimentos de atendimento: análises clínicas e outro para diagnóstico por 
imagem. Aqueles que concluem o atendimento para diagnóstico por imagem imediatamente 
aguardam para fazer os exames. Já quem conclui o atendimento para análises clínicas segue 
para o próximo atendimento, pré-coleta, antes de coletar os materiais. 
3.2.1 Análise da demanda 
Para compreensão e definição do problema a ser estudado foram analisados os dados 
fornecidos pelas entrevistas e pela observação do processo de atendimento. Assim, concluiu-
se que os problemas se tratam de uma questão organizacional e gerencial, os quais têm suas 
evidencias perceptíveis no layout e na má definição dos cargos e funções. 
3.2.2 Análise da tarefa 
As condições ambientais foram relatadas nas entrevistas e perceptíveis durante a visita in 
loco. Para esta análise utilizou-se como base a NR 17. Assim foram relatadas e presenciadas 
não conformidades da organização do trabalho, como: função, falta de padrão nos 
procedimentos de coleta e falta de treinamento de funcionários. 
 
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Apenas pela observação do processo de atendimento foi observado que o circuito percorrido 
pelos clientes é incorreto, pois são induzidos pelo layout inadequado a iniciarem o 
atendimento de forma errônea. Geralmente os clientes se dirigem inicialmente ao cadastro (2º 
etapa) e à pré-coleta (3º etapa), porém deveriam iniciar pela recepção (1º etapa). As etapas e o 
fluxo estão ilustrados na Figura 2. 
 
Figura 2. Circulação pelo ambiente de atendimento pelos clientes 
Fonte: autores 20163.2.3 Análise da atividade 
Esta análise aborda individualmente cada posto de trabalho e suas respectivas atividades. Os 
dados utilizados foram coletados por meio de observação direta e entrevista semiestruturada 
com os colaboradores. Com isso foi possível identificar as dificuldades de movimentação, 
falta de conforto e fatores psicossociais que os funcionários são sujeitos. 
 
4. Resultados 
O estudo de caso foi elaborado em um laboratório de Análises Clinicas e Diagnósticos por 
Imagem, no qual teve-se o objetivo de analisar e avaliar os guichês de atendimento, espaço 
físico e organizacional dentro da empresa e os dispositivos informacionais, por meio de 
 
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observação direta aos postos de trabalho e aplicação de questionários semiestruturado aos 
colaboradores. 
4.1 Análise dos guichês de atendimento 
Os atendimentos são realizados conforme os pedidos (exames laboratoriais e/ou diagnósticos 
por imagem), procedimentos (pré-coleta) e recepcionar (entrega de resultados, informações e 
instruções). Para melhor compreensão das análises, descrevemos os problemas apresentados 
em cada tipo atendimento. 
Abaixo estão descritos as análises de acordo com cada posto de trabalho mencionado, seus 
problemas e possíveis causas que vão servir como base para as propostas de melhoria. 
4.1.1 Atendimento na recepção 
De acordo com o organograma da empresa, deveria ser o primeiro contato dos clientes com o 
laboratório. Nesse posto de trabalho, a funcionária é responsável em orientar os clientes com 
informações sobre exames, coletas e onde pode procede-las. A mesma também lhe cabe 
entregar sendo eles coletados no próprio laboratório ou em uma de suas unidades espalhadas 
pela cidade. 
Para o seguinte posto de trabalho foram coletados os seguintes problemas e suas descrições: 
 O balcão de recepção não fica em ponto estratégico, onde ao entrar, os pacientes vão 
direto ao atendimento sem informações, fazendo com que demore o atendimento ou até 
mesmo duvidas que deveriam ser sanadas pela recepcionista, provocando um atraso aos 
demais; 
 Baixa iluminação no posto de trabalho mencionado, o que não propicia um local 
adequado para postos que utilizam de computadores e papeis que precisam ser lidos; 
 Calor devido à proximidade das paredes de vidros expostas ao sol, sendo que esse 
desconforto térmico baixa a produtividade e provoca mal estar na recepcionista; 
 Assento não conforme ao posto e as medidas antropométricas da pessoa que a utiliza; 
 A bancada que fica os equipamentos, como computador e impressora, é baixa; 
 
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 Falta de espaço para as pernas, dificultando a mobilidade e o conforto; 
 Instalações elétricas inadequadas, com fios expostos; 
 Por não ter mobiliário adequando, a recepcionista reclama de dores ocupacionais, 
como dor na coluna, nos olhos, nos braços e pernas; 
 Com uma grande rotatividade de funcionários, falta capacitação e muitos em 
treinamentos ocupam o lugar, o que gera um conflito de informações tanto para o cliente 
como para a própria empresa; 
 Devido à localização, melhor visualizada na Figura 3, do balcão, os clientes acabam 
indo primeiramente ao atendimento, o que acaba gerando um tempo ocioso para a 
recepcionista, pois mesmo que não seja de competência da atendente, mais o cliente espera 
agilidade e cobra respostas de informações que a recepcionista poderia informar. 
4.1.2 Guichês de atendimento para exames laboratoriais e/ou diagnósticos por imagem 
Os guichês de atendimento deveriam ser o segundo contato que os pacientes tem quando 
chegam a unidade laboratorial, porém devido sua localização é o primeiro. Neles são 
recolhidos as guias onde são organizadas todos os exames a serem feitos e recolhido o devido 
pagamento pelo serviço. Portanto, é necessário funcionários bem treinados, receptivos e 
adequados para a função que desempenham. 
Porém, principalmente pela distribuição do espaço físico, os clientes as solicitam para dar 
informações, distribuir senhas, receber resultados, dentre outros, que não são de sua 
competência, ou seja, acabam sendo sobrecarregadas e o número de funcionários é 
insuficiente para atender a demanda, pois apesar da unidade ser nova, mais o laboratório é de 
grande prestigio na cidade por sua excelência. 
Dentre os problemas observados e mencionados pelos próprios funcionários deste posto de 
trabalho estão: 
 As atendentes apresentam dores ocupacionais, devido à má distribuição do mobiliário, 
dos equipamentos e falta de assentos adequados para a sua função; 
 
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 Ofuscamento da tela do computador em determinado horários do dia, provocando 
dificuldades de enxergar; 
 Sobrecarga de trabalho, devido à falta de qualificação dos demais funcionários; 
 Esgotamento mental, ocasionado pelo excesso de informações que recebe e passa ao 
longo do dia; 
 Esgotamento físico, devido à falta de instrumentos ao alcance das atendentes; 
 Desanimo e desestímulo, devido as ofensas recebidas de pacientes por causas diversas. 
4.1.3 Atendimento na Pré-coleta 
Após serem recolhida as guias e descritos os exames que os clientes devem fazer, a pré-coleta 
é o próximo estágio no atendimento. Como o nome do posto descreve é uma preparação dos 
paciente e recepção de materiais coletados, sendo eles coletados no laboratório ou fora dele. 
 Por ser um posto que organiza os clientes para a coleta e recepciona o material 
coletado, falta espaço na bancada para acondicionar o material e as guias, provocando uma 
desorganização devido à falta de espaço; 
 As atendentes apresentam dores ocupacionais devido a trabalharem o tempo todo em 
pé e não possuírem assento para descanso, não possuírem tempo para descanso e sempre ficar 
em movimento; 
 Sobrecarga de trabalho devido à grande carga de responsabilidade sobre seu domínio. 
4.2 Análise dos postos de trabalho / Espaço físico 
O laboratório conta com um amplo espaço para o atendimento, entretanto não está sendo 
usado da melhor maneira. As máquinas e instalações estão em locais inadequados. Para 
melhor compreensão estão descritos os problemas apresentados. 
 Porta extremamente pesada, não sendo ergonômica para os colaboradores e nem para 
os clientes que muitas vezes pensam que o local está fechado. Outro problema e a falta de 
indicação de “empurras/puxar” para a orientação dos clientes; 
 
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 Calor excessivo nos horários de maior insolação e aos horários de maior 
movimentação de pessoas; 
 Recepção em local inadequado, sendo que ela deveria ser o primeiro contato do cliente 
com a unidade; 
 Mobiliários e equipamentos em local inadequado; 
 Ausência de sinalização e instrução no painel de retirada de senha para o atendimentos 
de exames. 
Para melhor compreensão dos problemas citados, demostramos abaixo a Figura 3, planta 
baixa dos setores analisados no presente estudo. Como auxilio no desenho técnico, foi 
utilizado o softwareFloorplanner. Por meio da planta é possível uma análise minuciosa dos 
problemas mencionados até o momento, que foram coletados pelos elaboradores por meio de 
observações in-loco e aplicação de questionário semiestruturado aos colaboradores. Sendo 
assim, foi possível fazer o estudo de AET e propor melhorias, que dentre os problemas 
citados, vários serão solucionados pela mudança no layout. 
Figura 3. Planta Baixa do Setor de Atendimento do Laboratório 
 
Fonte: autores 2016 
 
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A primeira proposta de mudança é feita por meio do reajanjo do espaço físico disponível. Por 
consequências do novo arranjo físico é possível obter diversas melhorias. A Figura 4 é 
descrita como a planta baixa modificada, que foi obtida com auxílio do Floorplanner. 
Figura 4. Planta baixa modificada 
Fonte: autores 2016 
Concomitante ao rearranjo, onde as melhorias vão ser comentadas posteriormente, foi 
proposto a instalação de cortinas de ar, pois devido ao fluxo intenso de pessoas ajuda a 
temperatura do ambiente a ficar instável. Troca da porta, para ser mais ergonômica e acessível 
aos clientes até mesmo que tem dificuldades de locomoção. Sinalizar tanto a porta como os 
demais ambientes para ficar mais fácil a localização dos postos de trabalho, do guinche que 
retira senhas e dos ambientes os quais o clientes precisa interagir. 
4.3 Melhorias propostas 
Propostas de melhorias estão expostas posteriormente, a partir de analises diretas e entrevistas 
com os colaboradores, e de referenciais científicos em relação a ergonomia no posto de 
trabalho para proporcionar os colaboradores e cliente um ambiente mais ergonomicamente 
saudável/agradável. 
 
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4.3.1 Guichê de atendimento 
Por consequência das mudanças do lugar da recepção, os guichês de atendimento é possível 
obter melhorias no tempo de atendimento, que por consequência minimiza as ofensas dos 
atendentes por possíveis demoras no tempo de atendimento. 
Sendo assim, as atendentes não necessitam parar o atendimento a todo momento para dar 
informações a pessoas que cheguem ao local, como consequência as dores ocupacionais por 
levantar a todo momento serão solucionadas. 
Ao mesmo momento deverão fornecer apoio para os pés que ajustem as necessidade de cada 
atendente, o ofuscamento será solucionado pela ausência de janelas do novo local, fornece 
uma impressora para o atendimento que até então usavam a da recepção. São conjunto de 
medidas que propiciem conforto ao trabalhador e como consequência um aumento de 
produtividade. 
4.3.2 Pré-coleta 
Foram propostas modificações no balcão de atendimento, adquirindo um de acordo com as 
medidas das funcionárias do posto de trabalho. Uma maior distribuição para armazenamento 
dos materiais e organização dos papeis utilizados, diminuindo o estresse da atendente devido 
à falta de organização. 
Regulamentado pela NR 17 de ergonomia, é necessário adquirir um assento para descanso em 
tempos determinados, pois são longos tempos em pé que poderiam ser amenizados na 
presença de um assento adequando. 
4.3.3 Recepção 
A mudança de local do balcão, possibilita uma melhora na visualização por parte do cliente 
que entra ao recinto da unidade. Sendo assim, eles iram ao local correto em busca de 
informações, com um novo local iluminado e confortável para a colaboradora daquele devido 
posto. 
 
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Mudanças no assento, apoios para os pés, ajuste de altura do computador e impressora são 
equipamentos que melhoram a ergonomia do local e proporciona um conforto para a 
atendente. 
Devido a rotação de funcionários, necessita-se um melhor treinamento e instrução das 
atendentes, para que possam solucionar problemas e proporcionar um melhor atendimento 
possível para os pacientes. 
 
5. Considerações Finais 
O presente trabalho teve como objetivo elaborar uma análise ergonômica do trabalho no setor 
de atendimento de um laboratório de análises clínicas e diagnóstico por imagem localizada na 
cidade de Marabá/PA. Realizado a análise, constatou-se que os colaboradores dos três setores 
que dividem a tarefa de atender o cliente estavam sendo exercidas em posturas incômodas, 
com vários fatores relacionados a ergonomia desfavoráveis a saúde ocupacional dos mesmos. 
É importante a empresa atentar-se ao objetivo do presente estudo, pois adicionar a cultura de 
prevenção, buscar o bem-estar e satisfação dos colaboradores e de suma importância para a 
organização e, de certa forma, o funcionário sente-se valorizado com o devido respeito e 
preocupação por parte do empregador. Faz-se necessário que o objetivo da ergonomia e que o 
posto de trabalho adeque-se ao trabalhador e o inverso não se aplica. 
Como resultados observou-se que dos vários problemas coletados, um remanejamento do 
arranjo físico do setor de atendimento da referida empresa sanava as principais causas de 
sobrecarga de trabalho de alguns funcionários e a didática do cliente ao adentrar o recinto de 
coletar informações nos locais corretos e serem redirecionados de acordo com suas 
necessidades, sem atrapalhar tanto o cliente que acabou de chegar quanto aquele que está 
sendo atendido. 
Com a realização deste estudo, foram feitos a quinta etapa do AET que é as recomendações, 
que subsidiará a empresa a realizar ações de melhoria para o conforto dos seus colaboradores, 
visando sempre o bem-estar e como consequência um aumento de produtividade. Então 
 
XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
 “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens 
avançadas de produção” 
Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 
 
 
 
 
 
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estudos como esse e possíveis modificações que vierem a ser feito não deve ser visto como 
despesa e sim como investimento pela gama de vantagens que traz para o ambiente de 
trabalho. 
Como sugestões de trabalhos futuros, sugere-se estudar as demais unidades de coleta da 
mesma empresa, com intuito de aplicar as ferramentas e métodos da ergonomia buscando 
adequar os demais postos existente na mesma organização. Lembrando que a empresa em 
questão possui outras 14 unidades espalhadas por Marabá e região e que o estudo foi feito em 
apenas uma. 
 
 
 
XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
 “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens 
avançadas de produção” 
Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017. 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
ABERGO, O que é Ergonomia, 2000. Disponível em < 
http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia > Acesso 10/08/2016 
BATALHA, M.O. Introdução à Engenharia de Produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008 
CORREA, V.M.; BOLETTI, R. R. Ergonomia: fundamentos e aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2015 
CORREA, A. P. S. T. et al. Análise Ergonômica do Posto de Trabalho do Cirurgião Dentista: ênfase nos 
aspectos posturais. XXII Simpósio de Engenharia de Produção, Bauru, 2015. 
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2º Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2005. 
PALUDO, V. BRAVIN, H. C. M. Análise Ergonômica do Trabalho (AET) aplicado no processode salga da 
carne de uma fábrica de charque. XXXV Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Fortaleza, 2015. 
PAVANI, R. A. Estudo Ergonômico aplicando o método Occupational Repetitive Actions (OCRA): uma 
contribuição da saúde do trabalho. Dissertação de Mestrado em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio 
Ambiente. São Paulo: SENAC, 2007. 
SEBRAE, Como Montar um laboratório de análises clínicas, 2013. Disponível em < 
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/como-montar-um-laboratorio-de-analises-
clinicas,2ce87a51b9105410VgnVCM1000003b74010aRCRD > Acesso 09/08/2016

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