Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
C IÊ N C IA S H U M A N A S E SU A S TE C N O LO G IA S 46 - 47 - 48 - 49 - 50 - 51 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60 - 61 - 62 - 63 - 64 - 65 - 66 - 67 - 68 - 69 - 70 - 71 - 72 - 73 - 74 - 75 - 76 - 77 - 78 - 79 - 80 - 81 - 82 - 83 - 84 - 85 - 86 - 87 - 88 - 89 - 90 - SIMULADO ENEM 2020 - VOLUME 2 - PROVA I LI N G U A G EN S, C Ó D IG O S E SU A S TE C N O LO G IA S 01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 - 07 - 08 - 09 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 - 31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44 - 45 - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 As tirinhas da série Itchy Feet retratam, de forma cômica, situações vivenciadas por viajantes. Na tirinha anterior, o autor busca satirizar o(a) A. comportamento de turistas provenientes de nações desenvolvidas, os quais tendem a considerar exóticos os hábitos culturais de outros países. B. desinteresse de alguns viajantes pelas práticas religiosas dos países que visitam, optando por ignorar seus templos e outros locais de adoração. C. displicência típica de alguns turistas com seus objetos de valor, os quais são deixados sem supervisão, mesmo em países onde roubos são comuns. D. substituição paulatina das câmeras digitais, antes muito comuns entre viajantes, por celulares com câmera, que são menores e mais fáceis de carregar. E. diminuição gradual do entusiasmo de turistas que começam suas viagens registrando todos os detalhes, mas, eventualmente, perdem o interesse. ZLSJ ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa E Resolução: A) Não existem elementos textuais que indicam que o autor da tirinha tenha o objetivo de satirizar o comportamento de turistas provenientes de nações desenvolvidas. De fato, a personagem com a câmera mostra-se entusiasmada no primeiro quadrinho, fotografando tudo, o que sugere um certo encantamento com o novo e o exótico. Contudo, isso, por si só, não é suficiente para sustentar a afirmação contida no item. B) No segundo quadrinho, a personagem com a câmera recusa a sugestão de fotografar um templo. Contudo, a justificava dada por ela não é falta de interesse pelas práticas religiosas locais, mas sim o fato de já ter fotografado outros quinhentos templos idênticos, o que faz com que aquele já não seja mais tão especial: “Well, I’ve already got about 500 photos of other magnificent temples just like it”. Portanto, a alternativa está incorreta. C) No terceiro quadrinho, a personagem da direita afirma não saber onde está sua câmera. Isso, contudo, não é um indicador de que ele seja displicente, mas sim de que ele perdeu o interesse em tirar fotos. Por conseguinte, não é correto dizer que o autor busca satirizar, com a tirinha, a displicência típica de alguns turistas com seus objetos de valor. D) O fato de que uma das personagens está com uma câmera nos dois primeiros quadrinhos, mas não no terceiro, não indica uma substituição paulatina dessa ferramenta por celulares, muito menos uma sátira autoral desse fenômeno. Isso apenas ilustra a perda gradual do entusiasmo da personagem. Portanto, a alternativa está incorreta. E) No primeiro quadrinho, a personagem com a câmera deseja fotografar tudo, desde a grama até o banco local. No segundo, ela já se mostra menos animada, recusando-se a fotografar um templo. Por fim, no terceiro quadrinho, a personagem está com a câmera guardada, indicando que não deseja fotografar nada. Portanto, o que o autor satiriza é justamente a diminuição gradual do entusiasmo de alguns turistas. Logo, a alternativa E é a correta. QUESTÃO 02 Disponível em: <http://moviefone.tumblr.com/>. Acesso em: 16 abr. 2015. MH74 A publicidade tem como objetivo não só divulgar empresas, produtos ou serviços, mas também persuadir o público a aderir a uma ideia ou comportamento. Nessa campanha, o leitor é incentivado a A. dirigir conforme os limites de velocidade permitidos. B. telefonar para os parentes em caso de defeitos no veículo. C. respeitar a proibição do uso de telefone celular ao volante. D. utilizar o serviço de motorista do estabelecimento. E. evitar a combinação de bebida alcoólica e direção. Alternativa E Resolução: A) A expressão “go beyond your limit” não tem a ver com limite de velocidade, mas sim com a quantidade de álcool ingerida. Não há, portanto, nenhum elemento textual que sustente a afirmativa da alternativa A. B) A publicidade convoca o leitor a ligar para casa em caso de embriaguez, e não em caso de defeito no veículo. Logo, a alternativa está incorreta. C) Não existe nenhuma referência no texto à necessidade de se respeitar a proibição ao uso de celular ao volante. A expressão “Phone home” significa “Ligue para casa” e não tem nenhuma relação com a afirmação contida na alternativa. Portanto, a alternativa está incorreta. D) Não existe, nessa publicidade, a oferta de qualquer tipo de serviço de motorista. O que se sugere é que pessoas que tenham bebido demais liguem para casa em vez de voltar dirigindo. Portanto, a alternativa está incorreta. E) A alternativa está correta: a frase “If you go beyond your limit, please don’t drive” pode ser traduzida como: “Se passar do limite, por favor, não dirija”. Trata-se, portanto, de um pedido para que o leitor evite combinar álcool e direção, conforme propõe a alternativa E. QUESTÃO 03 Success is counted sweetest Success is counted sweetest By those who never succeed. To comprehend a nectar Requires sorest need. Not one of all the purple Host Who took the Flag today Can tell the definition So clear of Victory As he defeated – dying – On whose forbidden ear The distant strains of triumph Burst agonized and clear! DICKINSON, E. Disponível em: <http://www.poetryfoundation.org>. Acesso em: 18 mar. 2016. Emily Elizabeth Dickinson foi uma poetisa americana cujos poemas aparentam simplicidade, mas, na verdade, descrevem complicadas verdades psicológicas. No poema “Success is counted sweetest”, a autora afirma que as pessoas tendem a A. comemorar o sucesso alheio com mais entusiasmo. B. buscar o sentido da vida nos momentos de dificuldade. C. reclamar dos percalços que encontram em seu caminho. D. desejar de forma mais aguda aquilo que nunca possuíram. E. vangloriar-se de seus triunfos e envergonhar-se de seus fracassos. 4JGC LCT – PROVA I – PÁGINA 2 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa D Resolução: Para determinar a resposta à questão, podemos nos basear nos dois primeiros versos do poema: “Success is counted sweetest / By those who never succeed” (O sucesso é considerado mais doce / por aqueles que nunca foram bem-sucedidos), isto é, as pessoas valorizam mais aquilo que nunca possuíram. Com base nisso, é possível determinar que a alternativa correta é a D. A alternativa A está incorreta porque não se fala exatamente de comemorar o sucesso alheio, mas sim de saber dar a ele o devido valor, justamente por não o possuir. As alternativas B e C, por sua vez, não encontram respaldo no texto. Em nenhuma passagem do poema se faz qualquer referência à busca pelo sentido da vida ou às reclamações que as pessoas fazem contra os percalços em seu caminho. Logo, os itens estão incorretos. Por fim, a alternativa E está incorreta porque distorce aquilo que diz o texto. No poema, o eu lírico afirma que ninguém que faça parte de um exército (“Host”) vitorioso poderá dar uma definição tão clara da vitória quanto quem por ele foi derrotado. Portanto, não se trata de vangloriar-se dos próprios triunfos e envergonhar-se dos fracassos, mas sim de dar valor àquilo que não se tem, mas que se deseja. QUESTÃO 04 We teach girls to shrink themselves, to make themselvessmaller. We say to girls: You can have ambition, but not too much. You should aim to be successful but not too successful, otherwise you will threaten the man. If you are the breadwinner in your relationship with a man, pretend that you are not, especially in public, otherwise you will emasculate him. […] Because I am female, I’m expected to aspire to marriage. I am expected to make my life choices always keeping in mind that marriage is the most important. Marriage can be a good thing, a source of joy, love, and mutual support. But why do we teach girls to aspire to marriage, but we don’t teach boys to do the same? […] Our society teaches a woman at a certain age who is unmarried to see it as a deep personal failure. While a man at a certain age who is unmarried has not quite come around to making his pick. […] We raise girls to see each other as competitors – not for jobs or accomplishments, which in my opinion can be a good thing – but for the attention of men. ADICHIE, C. N. We should all be feminists. Nova Iorque: Vintage Books, 2014. [Fragmento] Chimamanda Ngozi Adichie é uma escritora nigeriana que explora, em suas obras, temas como feminismo, racismo, intolerância, religião e política, entre vários outros. Nesse excerto de seu discurso, a autora A. condena alguns hábitos culturais de seu país de origem com os quais não concorda. B. denuncia o modo díspar com que são tratados homens e mulheres na sociedade. C. declara sua oposição à imposição do casamento a meninas menores de idade. D. critica o espírito competitivo que as mulheres nutrem umas contra as outras. E. defende o direito da mulher de trabalhar fora e de ser a provedora do lar. CØ8X Alternativa B Resolução: A) Não existe nenhuma evidência textual que nos permita afirmar que a crítica feita por Adichie seja direcionada apenas à cultura nigeriana. Antes, trata-se de uma denúncia da condição da mulher no mundo. Portanto, a alternativa está incorreta. B) Esta alternativa está correta. Em todo o excerto, a autora compara exigências que são impostas às mulheres, mas não aos homens. Trechos que comprovam isso são: “But why do we teach girls to aspire to marriage, but we don’t teach boys to do the same?” e “Our society teaches a woman at a certain age who is unmarried to see it as a deep personal failure. While a man at a certain age who is unmarried has not quite come around to making his pick”. C) A autora não faz nenhuma menção à imposição do casamento a meninas menores de idade. O que ela de fato crítica é o fato de a sociedade impor o casamento como uma meta de vida para as mulheres, mas não para os homens, conforme se lê em: “But why do we teach girls to aspire to marriage, but we don’t teach boys to do the same?”. D) A crítica de Adichie não é exatamente contra o espírito competitivo feminino, mas sim ao fato de que a sociedade direciona esse espírito à competição por homens. A autora chega até mesmo a dizer que seria bom se ensinássemos as garotas a competirem entre si por empregos ou outros feitos do tipo: “We raise girls to see each other as competitors – not for jobs or accomplishments, which in my opinion can be a good thing [...]”. Portanto, a alternativa está incorreta. E) Dado que o discurso da autora argumenta pela equidade entre homens e mulheres, pode-se dizer que ele é, indiretamente, favorável ao direito da mulher de trabalhar fora e de ser a provedora do lar. Contudo, a escritora não defende esse direito diretamente. O que ela faz é afirmar que a sociedade espera que uma mulher que sustenta o seu lar não declare isso em público, para não afligir a masculinidade de seu marido: “If you are the breadwinner in your relationship with a man, pretend that you are not, especially in public, otherwise you will emasculate him”. QUESTÃO 05 Formation My daddy Alabama My mama Louisiana You mix that negro with that Creole, make a Texas-bama I like my baby hair with baby hair and afros I like my negro nose with Jackson 5 nostrils I earned all this money but they never take the country out me I got hot sauce in my bag… swag Disponível em: <http://www.beyonce.com/track/>. Acesso em: 20 out. 2016. [Fragmento] 5BJO ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A música “Formation” foi lançada pela cantora Beyoncé no ano de 2016. Por meio do uso de termos e expressões como Creole, afros, negro nose e hot sauce, além da referência aos estados do Alabama e da Luisiana, a artista busca, nessa canção, A. refrear o ódio racial nos Estados Unidos. B. enaltecer as suas raízes afro-americanas. C. revisitar a história dos negros em seu país. D. mostrar a diversidade étnica estadunidense. E. reproduzir o discurso racista do qual foi vítima. Alternativa B Resolução: A) Os termos destacados no enunciado não evidenciam uma busca por refrear o embate racial nos EUA. Na verdade, a artista apropriou-se de palavras com forte carga racial como forma de subverter o discurso racista. Portanto, a alternativa está incorreta. B) A alternativa está correta. Na primeira estrofe do excerto, a busca da autora por evidenciar suas origens negras fica clara por meio dos substantivos daddy (papai) e mama (mamãe); da referência ao Alabama e à Luisiana, que são estados americanos majoritariamente compostos por negros; e das palavras negro e Creole (“crioulo”, termo usado para descrever os descendentes de colonos e escravos da Luisiana francófona). Na segunda estrofe, a autora ainda deixa claro o orgulho que tem dessas raízes: “I like my baby [...] with [...] afros / I like my negro nose [...] / [...] they never take the country out me”. C) Embora a cantora celebre suas raízes afro-americanas, não existem elementos textuais que sustentam a afirmação de que ela busca revisitar a história dos negros nos EUA. Trata-se de uma celebração dos traços físicos e da cultura, mas não necessariamente da história. Logo, a alternativa está incorreta. D) Beyoncé não menciona nenhuma outra etnia em sua música senão a negra. Portanto, não é possível afirmar que ela esteja mostrando a diversidade étnica de seu país. A alternativa está, assim, incorreta. E) A artista de fato reproduz algumas palavras que, quando utilizadas por não negros, podem ser ofensivas. Contudo, o que é necessário fazer é determinar com qual objetivo ela utiliza os termos destacados no enunciado. O objetivo não é reproduzir o discurso racista por si só, mas sim subvertê-lo, e, com isso, celebrar sua cultura e sua raça. Logo, a alternativa está incorreta. LCT – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 LINIERS, R. Disponível em: <http://www.porliniers.com>. Acesso em: 27 out. 2016. A tirinha do argentino Liniers faz uma crítica ao(à) A. ausência de tempo das pessoas que trabalham muito. B. uso das redes sociais para reencontrar os amigos distantes. C. falta de interesse das pessoas em buscar informação nas redes sociais. D. excesso de tempo que possuem as pessoas que não utilizam as redes sociais. E. sociedade contemporânea, que prioriza as relações virtuais em detrimento das pessoais. Alternativa E Resolução: A alternativa correta é a E, pois a tirinha critica o uso excessivo das redes sociais e o crescente desenvolvimento de relações virtuais em detrimento de relações reais, não virtuais. Isso pode ser percebido na tirinha por meio do estranhamento do primeiro personagem diante do amigo que não usa redes sociais. A alternativa A é incorreta porque, com base na tirinha, não se pode afirmar que o artista julga o excesso de trabalho e a falta de tempo das pessoas. A alternativa B é incorreta porque não há nenhuma ponderação sobre o uso das redes sociais para reencontrar amigos distantes. As alternativas C e D são incorretas, uma vez que, na tirinha, há uma críticaao uso excessivo das redes sociais e ao tempo desperdiçado nelas. QUESTÃO 02 Julieta Película: Julieta Dirección y guion: Pedro Almodóvar País: España Año: 2015 Duración: 95 min Género: Drama […] Calificación por edades: No recomendada para menores de 12 años Julieta vive en Madrid con su hija Antía. Las dos sufren en silencio la pérdida de Xoan, padre de Antía y marido de Julieta. Pero el dolor a veces no une a las personas sino que las separa. Cuando Antía cumple dieciocho años abandona a su madre, sin una palabra de explicación. Julieta la busca por todos los medios, pero lo único que descubre es lo poco que sabe de su hija. La película habla de la lucha de la madre para sobrevivir a la incertidumbre. Habla también del destino, del complejo de culpa y de ese misterio insondable que nos hace abandonar a las personas que amamos, borrándolas de nuestra vida como si nunca hubieran significado nada, como si no hubieran existido. Disponível em: <http://www.labutaca.net>. Acesso em: 27 out. 2016 (Adaptação). H7G1 BKEZ ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO De acordo com a sinopse, o filme do diretor espanhol Pedro Almodóvar A. aborda a questão das relações afetivas entre marido e mulher. B. procura mostrar a luta de mães que tiveram seus filhos desaparecidos. C. classifica-se como uma comédia, gênero bastante explorado pelo diretor. D. é recomendada para crianças e adolescentes por possuir classificação livre. E. trata do complexo de culpa e da obscuridade em torno do abandono de entes queridos. Alternativa E Resolução: A alternativa correta é a E. Um dos aspectos abordados pelo filme é o complexo de culpa diante do abandono das pessoas que amamos, como é possível verificar nas últimas linhas do texto-base. A alternativa A é incorreta porque o filme não aborda as relações conjugais, mas sim a relação entre mãe e filha. A alternativa B é incorreta porque a filha de Julieta não está desaparecida, e sim fugiu de casa. A alternativa C é incorreta porque, segundo o texto, o gênero do filme é drama, não comédia. A alternativa D é incorreta porque o filme não é recomendado para menores de 12 anos. QUESTÃO 03 Riñon, el órgano que más esperan los mexicanos para trasplante En el marco del Día Mundial del Donador de Órganos y Tejidos, la Secretaría de Salud dio a conocer que en México hay más de 20 mil personas en espera de recibir un trasplante y el riñon es el más solicitado. Esta conmemoración fue establecida por la Organización Mundial de la Salud (OMS) en Ginebra, Suiza, y tiene como objetivo difundir y promover la donación de órganos y tejidos para trasplantes, y sumar los esfuerzos de quienes trabajan en el mundo a favor de esta causa. Detalla que el Centro Nacional de Trasplantes y la Ley General de Salud ofrecen como alternativa para donar la firma de un documento oficial de la donación donde se manifiesta el consentimiento de las personas cuya voluntad, después de la vida, es ceder sus órganos o tejidos para que sean utilizados con fines terapéuticos. [...] Agrega que los órganos que pueden ser trasplantados son el corazón, riñones, hígado, páncreas y pulmón, mientras que entre los tejidos están la médula ósea, córneas, piel, hueso, válvulas cardíacas, cartílago, tendones, arterias y venas. Disponível em: <http://www.eluniversal.com.mx>. Acesso em: 27 out. 2016. [Fragmento] A respeito da doação de órgãos no México, a notícia informa que A. há mais de 20 mil pessoas na fila por um transplante de rim nesse país. B. há uma data exclusiva, estabelecida pela OMS, para realizar as doações de órgãos. 1T4B C. promover a doação de órgãos diminui os esforços dos que trabalham em favor da causa. D. assinar um documento oficial garante o consentimento de doação de órgãos após a morte. E. existe um estoque de órgãos como coração, rins, fígado e pulmão disponíveis para doação. Alternativa D Resolução: A alternativa correta é a D, pois o texto-base informa que é necessário assinar um documento oficial para consentir com a doação de órgãos e tecidos após a morte. A alternativa A é incorreta, pois há mais de 20 mil pessoas na fila por transplantes em geral, sendo o mais solicitado o de rim. A alternativa B é incorreta porque a OMS (Organização Mundial da Saúde) estabeleceu uma data comemorativa do Dia Mundial do Doador de Órgãos e Tecidos, mas as doações podem ser feitas a qualquer momento. A alternativa C é incorreta porque o texto afirma que promover a doação de órgãos soma esforços aos que trabalham por essa causa. A alternativa E é incorreta porque há mais de 20 mil pessoas aguardando na fila de transplante, o que torna incoerente a afirmação de que há um banco com órgãos disponíveis para doação. QUESTÃO 04 Novelas al dictado Álvaro Pombo ni escribe a mano ni aporrea un teclado. Él dicta. “Dicto todo lo que se me va ocurriendo y eso forma un bloque. Lo leo, lo corrijo, lo vuelvo a leer, me lo leen. Es un mundo de la viva voz. Yo cuento las cosas. Para una novela habitualmente dicto 300 páginas y después de esas se quitan 50 o las que sean. La gracia es quitar. Y el ordenador es más cómodo para quitar y poner. Los calcos ya son historia”. Siempre trabaja por las tardes. El autor de Contra natura o Donde las mujeres se levanta temprano. Emplea las mañanas en leer. “Leo los periódicos con gran atención y preparo un poco lo que voy a hacer por la tarde”. A mediodía se da un paseo. “La artrosis me ha martirizado y me ha inmovilizado mucho. Yo antes podía andar y andar. Ahora, que soy más lento y cojitranco, me siento más”. Está escribiendo un libro de poemas al que llama El barrio. “Yo soy muy de barrio, de este barrio (Argüelles). Se ha vuelto totalmente mestizo, se ha llenado de tailandeses y negros. Es estupendo”. Disponível em: <http://www.elmundo.es/>. Acesso em: 18 nov. 2015. Para o espanhol Álvaro Pombo, em seu ofício de escritor, o que mais lhe agrada é A. andar à tarde pelas ruas do bairro onde mora. B. retirar trechos dos romances ditados por ele. C. conviver com os mestiços do bairro onde vive. D. ler atenciosamente os jornais pelas manhãs. E. ditar as histórias para escrever um romance. Alternativa B Resolução: A alternativa correta é a B, como podemos verificar no trecho “La gracia es quitar”, no qual o autor afirma que sua parte favorita ao escrever um romance é retirar partes dele. As afirmações das demais alternativas dizem respeito às atividades realizadas pelo escritor, porém a que mais lhe agrada, segundo ele mesmo, é a citada na alternativa B. BWB9 LCT – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 05 Qué es Ni Una Menos Ni Una Menos es un grito colectivo contra la violencia machista. Surgió de la necesidad de decir “basta de femicidios”, porque en Argentina cada 30 horas asesinan a una mujer solo por ser mujer. La convocatoria nació de un grupo de periodistas, activistas, artistas, pero creció cuando la sociedad la hizo suya y la convirtió en una campaña colectiva. A Ni Una Menos se sumaron a miles de personas, cientos de organizaciones en todo el país, escuelas, militantes de todos los partidos políticos. Porque el pedido es urgente y el cambio es posible, Ni Una Menos se instaló en la agenda pública y política. El 03 de junio de 2015, en la Plaza del Congreso, en Buenos Aires y en cientos de plazas de toda Argentina una multitud de voces, identidades y banderas demostraron que Ni Una Menos no es el fin de nada sino el comienzo de un camino nuevo. Sumate. Disponível em: <http://niunamenos.com.ar>. Acesso em: 27 out. 2016. O texto informativo apresenta o movimento feminista Ni Una Menos. De acordo com o texto, A. o coletivo foi um reflexo de manifestações ocorridas na América Latina. B. a campanha representa um grito coletivo contra a violência de gênero. C. a convocatória nasceu da iniciativa de políticos do congressoargentino. D. as mulheres possuem direitos semelhantes aos dos homens na Argentina. E. os crimes contra a mulher ocorrem com pouca frequência no país rio-platense. Alternativa B Resolução: A alternativa correta é a B, como pode ser confirmado na primeira linha do texto: “Ni Una Menos es un grito colectivo contra la violencia machista.” As alternativas A e C são incorretas, pois o movimento surgiu de um grupo de jornalistas, ativistas e artistas em combate à violência de gênero na Argentina, conquistando grande adesão social. A alternativa D é incorreta porque o texto-base não discorre explicitamente sobre os direitos de homens e de mulheres na Argentina, tendo seu foco direcionado à apresentação do movimento Ni Una Menos. Por fim, a alternativa E é incorreta, porque, no texto, afirma-se que o movimento surgiu diante da necessidade urgente de combate ao feminicídio na Argentina, país onde, a cada 30 horas, uma mulher é assassinada por motivos machistas. 6WI1 ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 06 Disponível em: <http://creativelife.cz/>. Acesso em: 16 dez. 2016 (Adaptação). É comum, em publicidades ou propagandas, o uso de recursos verbo-visuais para gerar reflexão ou humor. A figura de linguagem identificada no anúncio anterior também é vista em: A. Disponível em : <http://adsoftheworld.com/>. Acesso em: 14 nov. 2016. B. Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/>. Acesso em: 31 out. 2016. C. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/>. Acesso em: 31 out. 2016. 884Y D. Disponível em: <https://revistavelha.wordpress.com/>. Acesso em: 06 dez. 2016. E. Disponível em: <http://antesqueanaturezamorra.blogspot.com.br/>. Acesso em: 31 out. 2016. Alternativa E Resolução: No texto-base, a figura de linguagem empregada é a metáfora, já que um peixe, animal conhecido por seu mau cheiro, toma o lugar da língua, indicando o mau hálito de pessoas que não mascam o chiclete anunciado, ou apenas que o chiclete resolve essa condição. A resposta correta a essa questão é a alternativa E, pois a metáfora é a figura de linguagem responsável pela construção de sentido da propaganda, pois é estabelecida uma comparação implícita, em que duas árvores representam os pulmões de uma pessoa, sendo essa simbologia complementada pelos dizeres: “Quer continuar a respirar? Comece a preservar.” A alternativa A está incorreta, pois, na propaganda, a figura responsável pela construção de sentido é a hipérbole, estabelecida por meio do exagero ao retratar um binóculo com capacidade de aproximação de imagem tão eficiente a ponto de fazer parecer que o animal visualizado – uma equidna – está preso à lente. A alternativa B está incorreta porque, na propaganda, a figura responsável pela construção de sentido é a elipse, construída a partir da supressão da expressão “é surpreendente”, a qual destaca o fato de o iogurte oferecido não possuir lactose. A alternativa C está incorreta, pois a figura de linguagem responsável pela atribuição de sentido na propaganda é a comparação, pois estabelece-se, de modo explícito linguisticamente – com o uso dos conectivos “tão / quanto” –, uma equiparação da bala com as brincadeiras de criança. A alternativa D está incorreta porque, na propaganda, a figura de linguagem responsável pela atribuição de sentido é a catacrese, identificada na expressão “boca da mata”. LCT – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 07 Roteiros e patrimônios tão incríveis que sua viagem também será histórica. Disponível em: <https://www.mg.gov.br/>. Acesso em: 07 dez. 2016. A palavra “que”, presente no texto publicitário do governo de Minas Gerais, está a serviço da coesão do texto. As ideias que essa conjunção traz combinadas são A. adição e comparação. B. conclusão e explicação. C. causa e adição. D. consequência e causa. E. explicação e adição. Alternativa D Resolução: A conjunção “que” usada após “tão” traz sentido de consequência. A ideia que se infere do texto, portanto, é que a consequência de os roteiros e patrimônios serem incríveis é a viagem ser histórica. Também pode-se depreender que o fato de os roteiros e patrimônios serem incríveis é a causa de a viagem ser histórica, como em “Sua viagem será histórica porque os roteiros e patrimônios são incríveis”. Nesse caso, a intenção é afirmar que a viagem será marcante, entrando para a história. A alternativa correta, dessa forma, é a D. As demais alternativas estão incorretas porque a conjunção “que” não soma duas ideias equivalentes (adição), não estabelece um paralelo (comparação) nem aponta o desfecho de um raciocínio (conclusão) ou o esclarece (explicação). QUESTÃO 08 A pátria de trompetes Nova Orleans, no estado americano da Louisiana, era no século XIX o que Paris só viria a ser mais de 100 anos depois: uma festa. [...] Dos antigos colonizadores, Nova Orleans herdara a tolerância católica a manifestações dos escravos – bem diferente do resto do país, protestante. Aos domingos, os escravos podiam exibir suas danças e cantos em Congo Square. Desde o século XVIII, ainda sob o domínio dos franceses, o carnaval, chamado de Mardi Gras, era tradicionalíssimo. Um jornal de 1838 revelava a nova mania de trompetes e cornetas que tomava conta da cidade. Nova Orleans tinha tanta fama de licenciosidade que um bairro foi criado em 1897, Storyville, para abrigar a zona de meretrício. [...] A musicalidade da cidade não se restringia aos trompetes e atingia as camadas mais miseráveis da população. Os escravos se esqueciam da expectativa de 36 anos entoando as chamadas canções de trabalho, as canções religiosas de fé ou de lamentação e um tipo de interação aprendido nas igrejas, o “chamado e resposta”, em que o pastor conclamava, e os fiéis respondiam. De uma fusão dos elementos musicais africanos com o som de bandas militares e a tradição erudita europeia, ensinada a colonos e créoles (os filhos livres dos antigos colonos europeus com suas amantes negras), nasciam os embriões de um gênero musical que tornaria a vida dos negros de lá mais feliz. SEBBA, J. Aventuras na História. São Paulo, ano 6, n. 62, p. 37-38, set. 2008. [Fragmento] 47EX YB9Z De acordo com o texto, o que tornou possível o surgimento do jazz na cidade de Nova Orleans foi o A. comportamento tolerante dos ex-colonizadores, que permitiam aos escravos expressar sua cultura e credo. B. pioneirismo cultural dos habitantes, que influenciavam os hábitos até mesmo dos colonizadores vindos de Paris. C. medo de uma morte prematura por parte dos escravos, que almejavam ser lembrados por meio da arte. D. número elevado de zonas boêmias, que funcionavam como antro da prostituição, mas também da criação artística. E. Mardi Gras, que oferecia grandes oportunidades aos artistas locais de mostrar seus trabalhos. Alternativa A Resolução: Logo no início do segundo parágrafo, é afirmado que os antigos colonizadores de Nova Orleans toleravam a religião e as manifestações culturais dos escravos. Esse traço sociocultural se manteve, sendo a fagulha para o desenvolvimento do jazz, originário das comunidades afrodescendentes. Portanto, a alternativa correta é a A. Já a alternativa B está incorreta porque influenciar outras sociedades culturais não era um objetivo dos artistas, ou mesmo das pessoas que cantavam durante o trabalho ou nas igrejas da cidade, ainda que 100 anos depois isso tenha ocorrido, como mencionado no texto. A alternativa C está incorreta porque os escravos não tinham medo da morte prematura ou pretensão de ser lembrados no futuro; seu canto era parte de rituais religiosos ou funcionava como forma de distração durante as ostensivas horas de trabalho. A alternativa D está incorreta porque o texto-base não menciona manifestações artísticas em zonas licenciosas da cidade. A alternativa E também está incorreta porque o Mardi Gras não é citadocomo o evento em que floresciam talentos artísticos na cidade, ainda que fosse uma festa bastante tradicional. QUESTÃO 09 Como se não bastasse não entendermos as letras das receitas médicas, é possível ouvir palavras que nem sabemos de onde vieram durante uma consulta. E você não está sozinho nessa situação. Dependendo do médico, fica bem difícil entender tudo o que ele diz. Mas, em qualquer circunstância, na dúvida, pergunte! Nada de ficar com vergonha. É da sua saúde que estamos falando. [...] Por mais que essa ferramenta possa ser útil, nem sempre os dados encontrados se aplicam a seu caso específico. A ideia inicial das idas tanto ao pronto-socorro quanto em uma visita a um especialista é que você saia de lá com todas as questões sanadas. Afinal, todos os médicos são treinados para isso! Cláudia Vasconcellos, professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), conta que “esse processo se inicia com o estudante de Medicina entendendo o novo termo e, a partir daí, ele deve fazer uma tradução para que qualquer paciente possa compreendê-lo”. Cláudia lembra que essas traduções são também exploradas durante as aulas de semiologia – que é a parte da Medicina relacionada ao estudo de sinais e sintomas de patologias –, em que o futuro médico aprende a fazer a história com o paciente e examiná-lo. Disponível em: <http://revistavivasaude.uol.com.br>. Acesso em: 29 jul. 2016. [Fragmento] UCAH ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Baseando-se no texto, pode haver, na comunicação entre médico e paciente, um problema de compreensão relacionado à A. informatividade, pois o uso da linguagem médica faz com que o paciente não receba ideias inéditas durante a comunicação. B. aceitabilidade, visto que o paciente que não tem conhecimento de termos da área da saúde pode ter dificuldade de entender as informações. C. coerência, haja vista que é inadequado que os pacientes busquem uma consulta médica sem o conhecimento de determinadas palavras. D. intencionalidade, porque o médico que utiliza o “mediquês” tem o objetivo de poupar o paciente de notícias desagradáveis sobre a sua saúde. E. situacionalidade, já que, em uma consulta, é coerente utilizar o “mediquês” quando faltam palavras que substituam termos médicos. Alternativa B Resolução: O texto fala sobre a dificuldade de alguns pacientes compreenderem a linguagem utilizada pelos médicos e sobre a orientação recebida pelos estudantes de Medicina para evitarem a falta de comunicação entre médico e paciente. Deve-se então identificar qual fator textual contribui para essa falta de comunicabilidade. A alternativa B está correta, pois, a aceitabilidade indica que se espera do paciente a busca de conhecimentos prévios sobre o assunto para fazer as inferências necessárias à compreensão das informações. Assim, o paciente que não conhecer alguns termos médicos pode ter dificuldades para compreender a mensagem. Por isso, no texto é indicado que o paciente esclareça todas as dúvidas com o médico. A alternativa A está incorreta, pois o fator informatividade não é inerente ao texto, e sim definido de acordo com o conhecimento de mundo e nível de interesse do receptor. A alternativa C está incorreta, pois a falta de conhecimento de determinadas palavras não deve ser impedimento para que o paciente procure um médico. A alternativa D está incorreta, porque não há indícios no texto que mostrem que os médicos utilizam uma linguagem técnica com a intenção proposital de que o paciente não compreenda o que está sendo dito. A alternativa E está incorreta, pois a situacionalidade está relacionada à adequação do texto à situação de fala. Para isso, os médicos são treinados para falar de maneira que os pacientes compreendam. QUESTÃO 10 Consoada Quando a indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou caroável), Talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: – Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com seus sortilégios.) Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar. BANDEIRA, M. Consoada. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2009. IYTX No texto de Manuel Bandeira, a iminência da morte é encarada de forma debochada pelo eu lírico, no entanto eufemismos são empregados para se referir a ela. O uso dessa figura de linguagem no poema se justifica pelo(a) A. apelo estético do autor, que preferiu uma expressão mais longa para caracterizar a morte. B. convocatória por parte do autor para que os leitores reflitam sobre a efemeridade da vida. C. necessidade do autor de sensibilizar seu leitor ao tratar de tema tão controverso na literatura. D. desconforto do eu lírico pela morte, ainda que demonstre alguma proximidade dela em sua abordagem. E. comparação que o eu lírico faz entre a morte e a passagem do tempo, vista na dicotomia dia / noite. Alternativa D Resolução: Eufemismos são empregados para atenuar o uso de uma palavra ou expressão que possa, por qualquer motivo, causar um impacto no ouvinte além ou aquém do pretendido pelo enunciador. Sendo a morte um tema polêmico no dia a dia, causando medo em muitas pessoas, e também no eu lírico de Manuel Bandeira, o autor se refere a essa temática por meio de vocábulos que a suavizem, como “indesejada” e “iniludível”. O fato de a voz poética apresentar alguma proximidade e aceitação em relação à morte, porém, não a impede de usar um eufemismo, dado o temor natural dos seres humanos pelo fim da vida, como visto no terceiro verso do poema: “Talvez eu tenha medo.”. Portanto, a alternativa correta é a D. A alternativa A está incorreta porque o emprego do eufemismo não se deu pelo fato de o autor escolher um termo maior ou menor, já que a necessidade de suavizar a morte tem relação direta com a temática do texto. A alternativa B está incorreta porque não há convocatória por parte do eu lírico, apenas uma reflexão quanto ao tema. A alternativa C está incorreta porque o autor não busca sensibilizar seus leitores nem é a morte tema controverso na arte da literatura, sendo abordado por diferentes autores em todas as épocas. Sobre as alternativas de A a C também deve ser acrescentado que podem ser invalidadas porque relacionam o uso do eufemismo ao autor do texto, que deve ser separado do eu lírico no poema. Por fim, E está incorreta porque a dicotomia dia / noite presente no poema representa o início e o fim da vida, o nascimento e a morte, a juventude e a velhice, e não é expressa por eufemismos, mas por uma metáfora; além disso, a comparação é uma figura de linguagem usada com outro fim. QUESTÃO 11 Disponível em: <http://www.soportugues.com.br>. Acesso em: 01 nov. 2016. VEML LCT – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A placa apresenta erro de acentuação na palavra “proibido”. De acordo com a norma-padrão da língua, a inadequação justifica-se porque o(a) A. vocábulo classifica-se como proparoxítono. B. hiato nas vogais “o” e “i” não é tônico. C. vogal tônica no ditongo “proi” é o “o”. D. sílaba tônica dessa palavra é “-do”. E. acento diferencial não é necessário. Alternativa B Resolução: Na palavra “proibido”, há um hiato nas vogais “o” e “i”, no entanto, por não ser tônico, não deve acentuado, como é o caso de “proíbo”. Portanto, a alternativa correta é a B. A alternativa A está incorreta porque o vocábulo não é proparoxítono, mas paroxítono. C, porque não há ditongo em “proibido”. D, porque a sílaba tônica é “bi”, uma vez que a palavra é paroxítona, e não oxítona. Por fim, a alternativa E está incorreta porque não há um caso de acento diferencial. QUESTÃO 12 Todo azul do mar Daria pra beber todo azul do mar Foi quando mergulhei no azul do mar Onda que vem do azul, todo azul do mar VENTURINI, F.; BASTOS, R. Todo azul do mar. In: Flávio Venturini. Ao vivo. LP. Som Livre, 1991. [Fragmento] Umamesma palavra pode pertencer a classes gramaticais distintas, dependendo do contexto da frase em que está inserida. O trecho de música que apresenta o uso da palavra “azul” equivalente a seu uso na canção anterior é: A. Você pega o trem azul O sol na cabeça O sol pega o trem azul Você na cabeça O sol na cabeça Disponível em: <http://www.letras.com.br>. Acesso em: 12 dez. 2016. B. Mas quem sofre sempre tem que procurar Pelo menos vir a achar Razão para viver Ver na vida algum motivo pra sonhar Ter um sonho todo azul Azul da cor do mar Disponível em: <http://www.timmaia.com.br>. Acesso em: 12 dez. 2016. C. Se acaso anoitecer E o céu perder o azul Entre o mar e o entardecer Alga marinha, vá na maresia Buscar ali um cheiro de azul Disponível em: <http://www.djavan.com.br>. Acesso em: 12 dez. 2016. D. E esse amor é azul Como o mar azul Como no coração Uma doce ilusão Disponível em: <http://www.letras.com.br>. Acesso em: 12 dez. 2016. 9ØN5 E. Eu não sei Se vem de Deus Do céu ficar azul Ou virá Dos olhos teus Essa cor Que azuleja o dia... Disponível em: <https://www.vagalume.com.br>. Acesso em: 12 dez. 2016. Alternativa C Resolução: A questão traz o trecho da música “Todo azul do mar”. Nela, a palavra “azul” exerce a função de substantivo em todas as ocorrências, pois, no contexto em que está inserida, ela é tratada como um ser, e não como a cor que caracteriza algum objeto (adjetivo). Deve-se, então, identificar qual das alternativas apresenta o uso da palavra “azul” equivalente ao trecho de Venturini, ou seja, em qual das músicas a palavra é usada como substantivo. A alternativa correta é a C, pois “azul” não está caracterizando substantivos. No verso “E o céu perder o azul”, a palavra “azul” é acompanhada por um artigo, característica dos substantivos. No verso “Buscar ali um cheiro de azul”, o cheiro é de alguma coisa. “De azul”, embora seja uma locução adjetiva, apresenta a palavra “azul” com significado equivalente ao emprego na música de Venturini, já que essa expressão é formada pela junção de uma preposição (de) e de um substantivo (azul). A alternativa A está incorreta, pois “azul” está caracterizando o substantivo “trem”, portanto a palavra é um adjetivo. A alternativa B também traz a palavra “azul” como adjetivo nas duas ocorrências, pois, na música, o sonho é azul, e “azul da cor do mar” é a reiteração dessa cor. A alternativa D está incorreta porque “azul” caracteriza o amor e o mar. Por fim, a alternativa E está incorreta porque “azul” caracteriza o céu. QUESTÃO 13 Meu povo preste atenção O que agora vou contar De um homem muito valente Que morava num lugar – Até o próprio governo Tinha medo de o cercar O seu nome era Vilela Do Sertão pernambucano, E ele desde pequenino Que tinha o gênio tirano: Só com dez anos de idade Vilela mata o seu mano Os dois estavam brincando Na véspera de São João. Vilela mais o seu mano Tiveram uma discussão – Só por causa de um cachimbo Vilela mata o seu irmão. ATHAYDE, J. M. História do Valente Vilela. Ceará: José Bernardo da Silva, 1975. [Fragmento] NDVV ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO O texto de João Martins Athayde é um exemplar da literatura de cordel, tipicamente nordestina. Uma característica desse gênero identificada no texto é a A. banalização da violência para retratar a difícil realidade dos sertanejos. B. incorporação da literatura como meio para alertar os leitores sobre um criminoso. C. caracterização de Vilela num texto que tem como fim biografar figuras importantes. D. reação de protesto do cordelista contra o governo, que nada faz para prender Vilela. E. apresentação da personagem Vilela como um temido herói do Sertão pernambucano. Alternativa E Resolução: No texto do cordelista João Martins Athayde, infere-se que Vilela é um homem temido por todos por causa de seu comportamento violento, no entanto, ainda assim ele não é descrito pelo eu lírico como um bandido ou vilão, como indicado por sua principal característica, a valentia. É comum na literatura de cordel a presença de figuras ambíguas, regidas pelo temor causado por crimes cometidos e pela admiração popular ao combater as injustiças da vida sertaneja, como Lampião, Maria Bonita e Antônio Conselheiro. Nesse sentido, a alternativa E descreve bem o gênero. A alternativa A está incorreta porque a violência não é tratada no texto de forma corriqueira, mas sim com temor pelas personagens, que condenam Vilela e desejam que ele seja preso. B, porque não é intenção do cordelista alertar a população sobre um criminoso, mas apenas recontar uma história de caráter fantasioso, em que não se pode atestar a veracidade dos fatos. C, porque não é objetivo da literatura de cordel biografar figuras da sociedade, mas sim recontar relatos orais em que as personagens enfrentam dilemas na resolução de problemáticas; além disso, a caracterização de personagens está presente em diversos – senão em todos – gêneros literários. D, porque o cordelista, como narrador do relato, não se pronuncia quanto ao fato de o governo não conseguir prender Vilela, assumindo uma postura neutra. QUESTÃO 14 O projeto Viva Rugby, que visa divulgar o esporte e apresentar os valores da modalidade, esteve nessa sexta-feira, 14, na Satc. O atleta Daniel Xavier, da Seleção Brasileira, conversou com os estudantes sobre a prática que vem crescendo no Brasil. O jogador falou com os estudantes durante palestra onde apresentou o esporte e a trajetória do rúgbi como esporte olímpico. “Nossa intenção com o projeto é tornar a modalidade conhecida, já que está se popularizando país afora. Além disso, queremos propagar valores importantes como respeito, amor ao próximo e disciplina”, destacou o atleta. Além de visitar a Satc, o projeto desenvolvido pelo Criciúma Rugby Clube esteve no bairro da Juventude. Os treinos da equipe criciumense ocorrem nos campos da Satc. Disponível em: <http://www.portalsatc.com>. Acesso em: 28 out. 2016. 3ZEZ Embora sua história no Brasil date do século XIX, somente nas últimas décadas o rúgbi tem se disseminado pelo país, conquistando adeptos de todas as idades. O projeto desenvolvido na cidade catarinense de Criciúma busca difundir a prática do rúgbi, mas também tem a finalidade de A. incorporar esse esporte como uma prática de prestígio perante a sociedade. B. aperfeiçoar as táticas empregadas pela equipe local durante os treinamentos. C. associar esse esporte a uma manifestação corporal necessária a um grupo social. D. levar às pessoas que praticam atividades físicas uma nova opção de lazer. E. conquistar a mesma estima associada ao futebol como esporte olímpico. Alternativa C Resolução: Na fala do jogador Daniel Xavier, estão expostos os objetivos do projeto Viva Rugby: “Nossa intenção com o projeto é tornar a modalidade conhecida, já que está se popularizando país afora. Além disso, queremos propagar valores importantes como respeito, amor ao próximo e disciplina”. Partindo daí, infere-se que o rúgbi é entendido pelos membros do projeto como uma manifestação corporal necessária a um grupo social por causa de seus princípios éticos comunitários. Portando, a alternativa C é a correta. As alternativas A e E estão incorretas porque não se fala no texto sobre elevar o prestígio desse esporte no país, mas sobre popularizá-lo. A alternativa B está incorreta porque não é objetivo do projeto treinar o time da cidade de Criciúma; da mesma forma, o projeto também não visa oferecer apenas uma nova opção de lazer aos cidadãos, mas sim difundir e profissionalizar o rúgbi, o que invalida a alternativa D. QUESTÃO 15 Capítulo III Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço,e assim se explica este par de figuras que aqui está na sala: um Mefistófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja, – primor de argentaria, execução fina e acabada. O criado esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que estava acostumado aos seus crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, que ele queria pôr na sala, como um pedaço da província, nem o pôde deixar na cozinha, onde reinava um francês, Jean; foi degradado a outros serviços. ASSIS, M. Quincas Borba. In: Obra completa. V.1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993. [Fragmento] Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor e da literatura brasileira. No fragmento apresentado, a peculiaridade do texto que garante a universalização de sua abordagem reside K43W LCT – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A. no conflito entre o passado pobre e o presente rico, que simboliza o triunfo da aparência sobre a essência. B. no sentimento de nostalgia do passado devido à substituição da mão de obra escrava pela dos imigrantes. C. na referência a Fausto e Mefistófeles, que representam o desejo de eternização de Rubião. D. na admiração dos metais por parte de Rubião, que metaforicamente representam a durabilidade dos bens produzidos pelo trabalho. E. na resistência de Rubião aos criados estrangeiros, que reproduz o sentimento de xenofobia. Alternativa A Resolução: A relutância de Pedro Rubião em aceitar as sugestões de seu amigo Cristiano Palha mostra o conflito que vive o protagonista do romance de Machado de Assis. Rubião sente-se incomodado por ter de tomar atitudes para aparentar ser alguém importante e que siga as tendências comportamentais da alta sociedade. Como consequência, pensa estar deixando de ser quem era quando levava uma vida humilde em Minas Gerais. Esse conflito entre o passado comedido e o presente próspero do protagonista universalizam Quincas Borba, já que é um sentimento comum a pessoas de muitos lugares e épocas, causando aproximação em leitores de diferentes perfis. A alternativa correta, então, é a A. As demais alternativas tratam temas incomuns a toda a humanidade ou apontam sentimentos que não podem ser inferidos do texto, por isso estão incorretas. QUESTÃO 16 Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus. ANDRADE, C. D. Antologia poética. 12. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978. Para retratar a paisagem de uma cidade, o autor utiliza elementos que reforçam as características interioranas encontradas nesse lugar. Entre esses recursos, destaca-se a A. repetição do advérbio “devagar”, que dá a ideia de mesmice, rotina comum de quem vive no interior. B. representação da paisagem natural, única imagem presente nos ambientes desse tipo de cidade. C. enumeração de substantivos, que representam os pacatos habitantes de uma cidade do interior. D. reiteração do uso do artigo, que indica a quantidade reduzida de habitantes de pequenas cidades. TL7W E. reprodução da fala de um morador da cidade do interior, indicada pela marca de regionalismo. Alternativa A Resolução: O poema de Drummond “Cidadezinha qualquer” apresenta um retrato da vida em uma pequena cidade. O autor utiliza elementos que ajudam a construir a atmosfera de tranquilidade característica desses locais. No texto, a repetição do advérbio “devagar” transmite a ideia de calmaria, da monotonia do dia a dia de uma cidade do interior, onde a rotina se desenvolve de maneira lenta e repetitiva. A alternativa correta, portanto, é a A. A alternativa B está incorreta, pois a paisagem natural apresentada não é única nas cidades pequenas do interior, que podem apresentar também paisagens urbanas, como visto nas imagens da casa, da janela. A alternativa C está incorreta, pois o uso dos substantivos não se limita à apresentação dos habitantes da cidade. A alternativa D está incorreta, pois o artigo “um” não tem a função de quantificar os habitantes da cidade, mas sim a de indefinir quem são eles. A alternativa E também está incorreta, pois embora a variante regional seja um elemento marcante nas cidades do interior, o verso final do poema não retrata a paisagem, visto que o regionalismo não faz parte da paisagem visualizada pelo eu lírico. QUESTÃO 17 “Se a minha vida não vale, que produzam sem mim.” A frase no cartaz de uma manifestante nas ruas de Buenos Aires, em 19 de outubro [2016], expressa um ponto de inflexão nos protestos contra a violência sofrida pelas mulheres. Não são apenas mulheres no lado de dentro das ruas, mas mulheres fora da produção. Ao relacionar corpos violados com corpos que se recusam a produzir, pela declaração de greve geral, o potencial de questionamento e de rebelião amplia-se. Não é uma fagulha, mas um incêndio. Este não é um outubro qualquer no campo dos feminismos. BRUM, E. Disponível em: <http://brasil.elpais.com>. Acesso em: 08 nov. 2016. [Fragmento] O texto debate as manifestações de mulheres ao redor do mundo, em especial na Argentina. Sobre o excerto, depreende-se que explicita, principalmente, A. a crítica à precária situação das mulheres empregadas. B. o menosprezo governamental às mulheres que reivindicam. C. o incentivo à greve pelo aumento da violência contra mulheres. D. a ampliação dos motes e das reivindicações de protestos feministas. E. o aprofundamento da crise social das mulheres que não produzem. Alternativa D Resolução: O texto mostra que as reivindicações feministas estão indo além do protesto contra a violência que as mulheres sofrem. Um dos motes das manifestantes em Buenos Aires era o fato de as mulheres serem importantes para economia do país, já que também produzem por meio de seu trabalho, constituindo-se assim novo argumento para o tratamento igualitário na sociedade. MQ32 ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Portanto, vê-se a ampliação das questões feministas, o que torna correta a alternativa D. A alternativa A está incorreta porque o trecho não critica a situação vivenciada por mulheres que estão empregadas, mas mostra que uma greve geral de mulheres afetaria substancialmente a economia. A alternativa B está incorreta porque a autora mostra a insatisfação das mulheres com o posicionamento de toda a sociedade, não somente do governo; além disso, nada no texto denota um menosprezo governamental tangível. A alternativa C está incorreta porque a autora não conclama seus leitores a protestar nem demonstra apoio às reivindicações; ela mostra um novo ponto insurgente no feminismo, buscando apontar sua pertinência. A alternativa E está incorreta porque o texto não indica a existência de crise de mulheres desempregadas, mas mostra que, se as mulheres empregadas se rebelassem e parassem de produzir, então surgiria uma crise. QUESTÃO 18 TEXTO I Books de cachorros resgatados fazem o número de adoções aumentar Uma iniciativa simples impulsionou a adoção de cachorros resgatados pela Prefeitura de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. O setor de comunicação da administração municipal se mobilizou para fazer uma campanha diferente: alguns dos cães ganharam um ensaio fotográfico. Os dois books foram postados na página da prefeitura no Facebook e repercutiram rapidamente. O primeiro, divulgado em fevereiro, teve quase dez mil compartilhamentos e quatro mil curtidas, além de centenas de comentários, mais de 500. O interesse pela adoção foi tão grande que a administração municipal decidiu fazer uma campanha de adoção logo depois do lançamento do ensaiofotográfico na rede social. KANIAK, T. Disponível em: <http://g1.globo.com/>. Acesso em: 31 out. 2016. [Fragmento adaptado] TEXTO II Campanha realizada pelo shopping Golden Square, em São Bernardo do Campo. Disponível em: <http://www.abcdoabc.com.br/>. Acesso em: 31 out. 2016. VTGV A notícia e o cartaz tratam da adoção de cachorros. Quanto à abordagem, o texto II apresenta um posicionamento que A. invalida o texto I, pois, se aumentam as adoções, as campanhas tornam-se desnecessárias. B. desvirtua o texto I, pois é uma campanha de iniciativa privada, visando, portanto, ao lucro. C. reforça o texto I, pois, bem como a notícia, o cartaz tem o objetivo de promover mais adoções. D. completa o texto I, pois o fato noticiado somente se legitima pela exposição do cartaz. E. apoia o texto I, pois a adoção de animais tende a aumentar por meio de campanhas. Alternativa E Resolução: A relação existente entre ambos os textos é de apoio, visto que o cartaz promove uma feira de adoção a ser realizada, enquanto a notícia informa a respeito de uma campanha bem-sucedida realizada pela Prefeitura de Piraquara, no Paraná. Assim, infere-se que, havendo campanhas, o ato de adotar animais também se tornará frequente, portanto a alternativa correta é a E. A alternativa A está incorreta porque o cartaz não invalida a notícia, já que as adoções aumentaram na cidade de Piraquara, ao passo que a campanha visa atingir os habitantes de São Bernardo do Campo, em São Paulo; além disso, o aumento das adoções não dispensa a existência de campanhas com esse objetivo, sendo estas o principal meio de divulgação para as pessoas encontrarem um animal de estimação para adotar. A alternativa B está incorreta porque a campanha promovida pelo shopping não busca lucro, mas sim que as pessoas adquiram um animal sem ter de comprá-lo. A alternativa C está incorreta porque nenhum dos textos tem o objetivo de promover mais adoções: a notícia tem caráter informativo e relata um acontecimento; o cartaz divulga uma campanha que se realizará num shopping de São Bernardo do Campo. A alternativa D está incorreta porque os acontecimentos por trás dos textos (o aumento da adoção em Piraquara, no texto I; e a campanha promovida pelo shopping, no texto II) não se relacionam diretamente, sendo, portanto, independentes. QUESTÃO 19 Fora da ordem Em 1588, o engenheiro militar italiano Agostinho Romelli publicou Le Diverse er Artficiose Machine, no qual descrevia uma máquina de ler livros. Montada para girar verticalmente, como uma roda de hamster, a invenção permitia que o leitor fosse de um texto ao outro sem se levantar de sua cadeira. Hoje podemos alternar entre documentos com muito mais facilidade – um clique no mouse é suficiente para acessarmos imagens, textos, vídeos e sons instantaneamente. Para isso, usamos o computador, e principalmente a Internet – tecnologias que não estavam disponíveis no Renascimento, época em que Romelli viveu. BERCITTO, D. Revista Língua Portuguesa, ano II, n. 14. O inventor italiano antecipou, no século XVI, um dos princípios definidores do hipertexto: a quebra de linearidade na leitura e a possibilidade de acesso ao texto conforme o interesse do leitor. Além de ser característica essencial da Internet, do ponto de vista da produção do texto, a hipertextualidade se manifesta também em textos impressos, como 2IU1 LCT – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A. dicionários, pois a forma do texto dá liberdade de acesso à informação. B. documentários, pois o autor faz uma seleção dos fatos e das imagens. C. relatos pessoais, pois o narrador apresenta sua percepção dos fatos. D. editoriais, pois o editorialista faz uma abordagem detalhada dos fatos. E. romances românticos, pois os eventos ocorrem em diversos cenários. Alternativa A Resolução: Entre os gêneros textuais mencionados nas alternativas, somente o dicionário atende aos pré-requisitos do hipertexto, já que os leitores podem ler a definição dos verbetes que quiserem, quando quiserem e na ordem que quiserem. Portanto, a alternativa correta é a A. As demais alternativas apresentam gêneros cuja construção se dá somente por parte de seus autores, o que impede os leitores de romperem a linearidade da leitura e de acessarem o texto de acordo com seu interesse. QUESTÃO 20 Vambora Entre por essa porta agora e diga que me adora Você tem meia hora pra mudar a minha vida Vem vambora que o que você demora é o que o tempo leva Ainda tem o seu perfume pela casa ainda tem você na sala porque meu coração dispara quando tem o seu cheiro dentro de um livro Dentro da noite veloz CALCANHOTO, A. Vambora. In: Adriana Calcanhoto. Maritmo. CD. Sony Music, 1998. [Fragmento] Em textos literários, é recorrente o uso de figuras de linguagem para a expressão de ideias. Na letra da canção, a autora emprega a figura de linguagem A. metonímia, em “você tem meia hora”. B. antítese, em “Vem vambora”. C. sinestesia, em “Ainda tem o seu perfume pela casa”. D. metáfora, em “porque meu coração dispara”. E. prosopopeia, em “Dentro da noite veloz”. Alternativa D Resolução: Entre as alternativas propostas, a correta é a D, já que em “porque meu coração dispara” vê-se o verbo “disparar” empregado num contexto diferente de seu sentido denotativo, expandindo seu significado. Na acepção da letra, por meio de uma metáfora, é indicado que o coração do eu lírico bate muito rápido por causa das exaltações amorosas, diferentemente de “correr ou pôr-se a correr”, o sentido denotativo desse verbo. A alternativa A está incorreta porque não há metonímia em “você tem meia hora”, já que os termos são usados em seu contexto semântico regular. 21T3 A alternativa B está incorreta porque as ideias de vir para depois ir embora não são contrastantes; “vem” é usado como forma para se chamar o interlocutor. A alternativa C está incorreta porque não há fusão de sensações em “Ainda tem o seu perfume pela casa”, apenas a indicação de que o cheiro da pessoa permanece no recinto. A alternativa E está incorreta porque a menção ao livro Dentro da noite veloz, do poeta Ferreira Gullar, não apresenta prosopopeia ou personificação; a atribuição da característica “veloz” ao substantivo “noite” denota a rápida passagem do tempo. QUESTÃO 21 Alguns episódios que reforçam a sina de agosto, o mês do cachorro louco A história brasileira deu sua contribuição para reforçar a crendice em torno do “mês do desgosto”, mas sua origem vem, como boa parte das coisas boas e ruins da pátria, de Portugal. Segundo o folclorista Mário Souto Maior, as mulheres portuguesas não casavam em agosto porque este era o mês preferido para os navios deixarem o país em busca de novos territórios para o reino. Como casar neste mês significava ficar sem lua de mel ou mesmo viúva logo após o matrimônio, cunhou-se a expressão: “Casar em agosto traz desgosto”. A superstição veio para a colônia e persiste em várias regiões do país (os destemidos que ousam contrariá-la podem, inclusive, conseguir bons descontos). Em seu Dicionário do Folclore Brasileiro, Câmara Cascudo define agosto como “o mês das desgraças e das infelicidades” nos países latinos. VISEU, R. Disponível em: <http://ahistoriacomoelafoi.blogfolha.uol. com.br>. Acesso em: 27 out. 2016. [Fragmento] Ao longo do texto, que trata do misticismo que cerca o mês de agosto, muitos substantivos que carregam conotações negativas são usados para traçar a origem da crença de que esse período do ano é cercado de maus agouros. No entanto, outros vocábulos são empregados com acepção positiva no texto, como é o caso de A. “sina”. B. “cachorro”. C. “contribuição”. D. “pátria”. E. “territórios”. Alternativa C Resolução: Das palavras mencionadas nas alternativas, apenas “contribuição” carrega sentido positivo, conforme a definição do Dicionário Caldas Aulete: “Participação colaborativa numa atividade,na fundação, elaboração, construção ou resolução de algo etc.” Dessa forma, a alternativa correta é a C, já que, de acordo com o texto, a história brasileira ajudou a reforçar a crendice do mês de agosto. Entre as demais alternativas, “sina” carrega valor negativo (de acordo com o mesmo dicionário: “Fatalidade ou predestinação a que qualquer pessoa está supostamente sujeita.”); “cachorro” vem acompanhada do adjetivo “louco”; e “pátria” e “territórios” foram empregados de forma neutra, não carregando juízo de valor algum do autor. Ø3NB ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 22 A curiosidade de um ouvinte belo-horizontino foi despertada após escutar o slogan de uma estação de rádio de sua cidade natal. Ele pensou, então, que haveria duas possibilidades de escrita, grafadas a seguir: I. Alvorada, 94,9 FM. Você sabe por que ouve. II. Alvorada, 94,9 FM. Você sabe, porque ouve. A diferença na escrita das palavras em destaque implica à interpretação dos slogans A. duplicidade de sentidos, pois o texto I exprime a ideia de “razão”, e o II a de explicação. B. ideia de consequência de um fato no texto I, e noção de causa no texto II. C. incoerência, posto que os pronomes relativos nos textos I e II estão mal-empregados. D. redundância, já que existe certeza do informado nos dois textos. E. semelhança de sentido, mas classificações morfológicas diferentes. Alternativa A Resolução: A frase ouvida no rádio pode ser interpretada de duas maneiras diferentes, dependendo de como transcrita. Em “Você sabe por que ouve”, o “por que” é equivalente a “motivo pelo qual”, impondo uma razão para a ação de ouvir, ou seja, os ouvintes sabem o motivo de ouvir à rádio. Já em “Você sabe, porque ouve”, o “porque” é uma conjunção coordenativa explicativa, equivalendo-se a “pois”, ou seja, a explicação de o ouvinte saber das coisas do mundo é o fato de ele ouvir à rádio. A alternativa A, portanto, está correta. A alternativa B está incorreta porque interpreta erroneamente os “porquês” em ambas as frases. C, porque sequer foram empregados pronomes relativos; na primeira frase o “que” é um pronome indefinido, e na segunda o “porque” é uma conjunção. D e E estão incorretas, porque, como exposto, os sentidos das frases são diferentes, além disso, pode-se afirmar que há redundância apenas na primeira frase, em que o ouvinte já saberia de antemão a razão de ouvir à rádio. QUESTÃO 23 Múmia de 3 mil anos passa por tomografia Como estudar uma múmia de quase 3 mil anos dentro de um sarcófago, quando só o fato de abrir o invólucro, colocando-a em contato com o ar, pode transformar em pó os restos conservados por milênios? Aliando a tecnologia médica com estudos arqueológicos, o Museu Oriental da Universidade de Chicago conseguiu obter uma imagem tridimensional da múmia Meresamun sem violar seu sarcófago. Pesquisadores supõem que Meresamun foi sacerdotisa de um templo de Tebas em 800 a.C. Sua urna funerária é decorada com elaboradas pinturas e está em ótimo estado de conservação. Por isso, depois de descoberta, passou 80 anos lacrada. Segundo os cientistas da universidade, com as informações obtidas no exame será possível estudar como Meresamun vivia, e continuar deixando-a descansar em paz dentro de seu sarcófago. BETING, G. História viva. São Paulo, ano 6, n. 66, p. 13, abril. 2009. 5FZN VUHC O texto anterior é informativo, por isso sua abordagem é objetiva, estruturada em relatos hierarquizados pelo nível de importância dentro do contexto. Com base nisso, a autora privilegia a informação de que o A. estudo das múmias deve ser feito por especialistas para que elas não se deteriorem. B. museu usou recursos tecnológicos atuais para estudar uma múmia sem degradá-la. C. sarcófago encontrado pertenceu a uma personagem de relativo destaque na sociedade egípcia. D. contato do ar com achados arqueológicos pode desgastar ou até destruir relíquias milenares. E. tempo por que ficou lacrada a urna funerária depois de descoberta denota sua conservação. Alternativa B Resolução: O título da notícia aponta qual é a informação mais importante que o texto carrega. Dessa forma, a tecnologia usada pelo museu para estudar a múmia é o foco no texto. Portanto, a alternativa correta é a B. As demais alternativas são factíveis e estão de acordo com o texto, no entanto nenhuma delas traz a principal informação que a autora leva aos leitores da revista, por isso estão incorretas. QUESTÃO 24 Guardar Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. Em cofre não se guarda coisa alguma. Em cofre perde-se a coisa à vista. Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela ou ser por ela. Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro Do que um pássaro sem voos. Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se declara e declama um poema: Para guardá-lo: Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: Guarde o que quer que guarda um poema: Por isso o lance do poema: Por guardar-se o que se quer guardar. MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. A memória é um importante recurso do patrimônio cultural de uma nação. Ela está presente nas lembranças do passado e no acervo cultural de um povo. Ao tratar o fazer poético como uma das maneiras de se guardar o que se quer, o texto A. ressalta a importância dos estudos históricos para a construção da memória social de um povo. B. valoriza as lembranças individuais em detrimento das narrativas populares ou coletivas. C. reforça a capacidade da literatura em promover a subjetividade e os valores humanos. LDNC LCT – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO D. destaca a importância de reservar o texto literário àqueles que possuem maior repertório cultural. E. revela a superioridade da escrita poética como forma ideal de preservação da memória cultural. Alternativa C Resolução: No texto, os versos “Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por / isso se declara e declama um poema: / Para guardá-lo: / Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:” comprovam o valor da literatura de promover, exaltar a subjetividade e os valores humanos. Isso significa dizer que, de acordo com o eu lírico, um poema é a melhor forma de se guardar uma sensação, uma lembrança, um momento, pois as palavras usadas ali preservam o mesmo sentimento experienciado no ato da escrita. A alternativa correta, portanto, é a C. As alternativas A e E estão incorretas porque o texto não fala do ato de guardar os eventos históricos de um povo ou sua memória cultural, mas sim as memórias individuais, os momentos especiais para cada uma das pessoas. Na alternativa B, a incorreção está em afirmar que o fazer poético sobrepõe-se às narrativas populares ou coletivas, já que isso não pode ser inferido do texto, que se limita a mostrar o impacto que causa um poema. Finalmente, a alternativa D está incorreta porque o poema não permite a interpretação de que o texto literário deve ser reservado à elite cultural; ao contrário, ele deve ser produzido por qualquer pessoa que queira “guardar o que quer que guarda um poema:”. QUESTÃO 25 Pacutiguibê Iaô Pacutiguibê macumba Iaê! Pacutiguibê macumba Iaô! Hoje tem festa no terreiro De Maria Cotia Pois hoje é dois de fevereiro Para felicidade minha Hoje eu vou me mandar É pra lá Já levo atabaque Afinado enfeitado inteiro Já levo zamba minha nêga Um batuque pro sinhô Já levo a fita rubro-negra Pra ofertar pra Iaô Iaô chegou pra comemorar Iaô entrou na roda de zambar bonito Iaô chegou do mar RIBAS, M. Pacutiguibê Iaô. In: Marku Ribas. Underground. LP. Copacabana,1973. [Fragmento] Uma nação é formada por aspectos sociais, econômicos e políticos, que estão diretamente relacionados às formas de expressão e à língua. A canção de Marku Ribas trata da cultura afrodescendente, empregando versos que destacam a A. dificuldade do negro de se inserir social e culturalmente hoje no Brasil. 7V7U B. oposição da crença e fé europeias em relação à religiosidade africana. C. festividade de origem negra, envolvendo dança e instrumentos musicais. D. diversidade dos idiomas africanos em relação àqueles falados na Europa. E. participação de negros em rituais conhecidos como de origem portuguesa. Alternativa C Resolução: Na letra, versos como “Hoje tem festa no terreiro”, “Já levo atabaque” e “Iaô entrou na roda de zambar bonito” empregam termos que retomam a cultura africana num ambiente festivo de dança e música, portanto a alternativa correta é a C. A alternativa A está incorreta porque a letra fala da festividade africana manifestada no Brasil, o que se opõe à dificuldade de inserção do negro social e culturalmente no país; ainda que os obstáculos enfrentados sejam reais, não é esse o tema de “Pacutiguibê Iaô”. A alternativa B está incorreta porque a letra não descreve europeus com atitude de enfrentamento à religiosidade africana. A alternativa D está incorreta porque há o enaltecimento da cultura e dos idiomas africanos sem oposição às línguas europeias. E a alternativa E está incorreta porque os rituais a que o autor se refere não são de origem europeia. QUESTÃO 26 DAHMER, André. Disponível em: <http://www.malvados.com.br/>. Acesso em: 10 dez. 2014. A tirinha aborda uma prática recorrente na contemporaneidade: a utilização das redes sociais virtuais. A fala do terceiro quadrinho contém uma crítica à(ao) A. democratização dos aparatos virtuais na contemporaneidade. B. existência da escravidão em tempos remotos. C. possibilidade de escravos terem acesso às redes sociais. D. tempo disponibilizado na utilização das redes virtuais. E. tempo gasto pelos escravos na construção das pirâmides. Alternativa D Resolução: A personagem da tirinha infere que se existisse Internet no tempo da construção das pirâmides, elas nunca terminariam de ser construídas pelos escravos, que trabalhariam pouco por acessar muito o Facebook. Para a interpretação correta do texto, é necessário contextualizar o conteúdo da tirinha com o fato de que, atualmente, muitas pessoas apresentam baixo nível de concentração ou dedicação em suas atividades diárias, como estudo e trabalho, por causa do acesso exacerbado à Internet e às redes sociais. Portanto, a alternativa correta é a D. EE8M ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A alternativa A está incorreta porque a crítica do autor não se volta para o fato de todas as camadas da população de hoje terem acesso à Internet, mas sim ao fato de como pessoas de todas as camadas a utilizam de forma exagerada; para aproximar o Egito Antigo ao leitor, ele faz uma analogia, em que os trabalhadores são os escravos. B, porque o autor problematiza o uso da Internet, não lançando olhar crítico à existência da escravidão no Egito Antigo. C, porque, como explicado, o autor não critica a inclusão digital, mas o comportamento inadequado de muitos usuários das redes sociais. Por fim, a alternativa E está incorreta porque o autor critica o tempo que supostamente os escravos despenderiam no celular, acarretando atraso na construção das pirâmides; ainda que haja relação de causa e consequência entre esses eventos, deve-se perceber que a crítica não foca o tempo de construção das pirâmides, mas aquele gasto nas redes sociais. QUESTÃO 27 GALHARDO. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 14 nov. 2016. Com frequência, as tirinhas servem-se de poucos elementos composicionais para despertar reflexões sobre a vida humana. Nesse sentido, os recursos verbo-visuais no texto anterior apontam, simbolicamente, a A. condição das pessoas com deficiência. B. dúvida existencial de muitas pessoas. C. complexidade de questionamentos abstratos. D. hipocrisia nos julgamentos dos indivíduos. E. ignorância do sujeito sobre sua condição. Alternativa D Resolução: A tirinha começa lançando uma pergunta aos leitores: “Afinal, o que é um pescoçudo?”. Do segundo ao quarto quadrinho, três personagens surgem para respondê-la, no entanto nenhum deles sabe a resposta (e um deles diz ter medo), ainda que tenham como característica física o pescoço alongado. Pela atitude arredia das personagens, que afirmam não saber o que é um pescoçudo, mesmo o sendo, infere-se que o autor da tirinha faz uma crítica à hipocrisia que muitas pessoas demonstram ao julgar o próximo, embora apresentem a mesma característica ou comportamento. Pode-se chegar a essa interpretação mesmo que não se conheça o termo “pescoçudo”, pois a relação entre textos visuais e verbais na tirinha induzem os leitores a isso. A alternativa correta, portanto, é a D. A alternativa A está incorreta porque o texto não leva o leitor a refletir sobre a condição de pessoas deficientes, já que, no universo criado pelo autor, ter o pescoço demasiadamente longo não é deficiência. A alternativa B está incorreta porque a indagação no primeiro quadrinho não corresponde a uma dúvida existencial, mas a um questionamento simbolicamente respondido pelo próprio autor do texto. QDWF A alternativa C está incorreta porque o fato de as personagens não responderem à pergunta não aponta a complexidade de se encontrar respostas para questões subjetivas, ainda que a dificuldade em respondê-las seja real para muitas pessoas. Além disso, a tirinha não trata de assuntos intangíveis ao conhecimento. A alternativa E está incorreta porque o comportamento das personagens denota antes hipocrisia que ignorância: elas giram o pescoço, fazendo, simbolicamente, rodeios para responder à pergunta; e, no último quadrinho, o rapaz afirma ter medo, mesmo sem saber do que se trata. QUESTÃO 28 BROWNE, D. Disponível em: <http://planetatirinhas.wordpress.com>. Acesso em: 22 dez. 2016. Na tirinha, as personagens dialogam, até que, no último quadrinho, algo inesperado acontece. A atitude da personagem principal revela, supostamente, sua intenção de demonstrar a A. sabedoria dos anciãos. B. esperteza dos adultos. C. negligência dos jovens. D. humildade das crianças. E. determinação dos pais. Alternativa B Resolução: De acordo com a definição do Dicionário Michaelis para os termos empregados nas alternativas, vê-se que “esperteza” pode denotar “habilidade maliciosa”. Como Hagar é um adulto e visa ensinar a Hamlet, seu filho, a suposta malícia necessária para se encarar a vida, a resposta correta é a B. A alternativa A está incorreta porque a personagem de Hagar não representa um ancião; além disso, ainda que um dos significados de “sabedoria” seja “habilidade de enganar ou dissimular”, quando associada a pessoas mais velhas, denota “acúmulo de conhecimentos sobre assuntos diversos”. A alternativa C está incorreta porque Hamlet não se comporta com “falta de vigilância; descuido, desídia, desleixo”, mesmo que essas possam ser características atribuídas aos jovens pelo senso comum; ele foi antes ingênuo que negligente. A alternativa D está incorreta porque Hamlet não apresenta “demonstração de respeito, de submissão aos superiores”; além do mais, Hagar busca apontar uma característica de si mesmo, não de seu filho. Por fim, a atitude de Hagar não mostra a Hamlet “qualidade do que é inabalável; ânimo, firmeza, denodo”, já que se vê um pai, numa brincadeira, enganando o filho, por isso a alternativa E está incorreta. 7NØK LCT – PROVA I – PÁGINA 18 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 29 O mundo se tornava fascista. Num mundo assim, que futuro nos reservariam? Provavelmente não havia lugar para nós, éramos fantasmas, rolaríamos
Compartilhar