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RESUMO MATÉRIA DA AULA 2 - AMEBIASE

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RESUMO AULA 2 – Parasitologia I
Data: 
Professor
Capítulo 8 – Bases da Parasitologia - Rey
Amebas são protozoários da ordem Amoebida. Muitas pertencem à família Endamoebidae e uma delas – Entamoeba histolytica - é responsável pela amebíase. 
Esta família compreende amebas parasitas do aparelho
digestivo ou dos tecidos de vertebrados, mas também formas coprozóicas, de vida livre. São amebas de pequenas dimensões, sem flagelos e desprovidas em geral de vacúolo pulsátil. Elas formam cistos uni ou plurinucleados. Três gêneros têm importância médica: Entamoeba, Endolimax e Jodamoeba. 
Gênero Entamoeba
Tem como característica um núcleo esférico, vesiculoso, uma membrana delgada é revestida, internamente, de grânulos cromáticos (cromatina periférica), enquanto um ou mais grânulos se reúnem no centro ou perto dele (cromatina central), formando uma estrutura denominada cariossomo. 
As espécies de Entamoeba podem ser distribuídas em vários grupos, de acordo com o número de núcleos que apresente sua forma cística madura: 
a) com cistos de até 8 núcleos: E. coli;
b) com cistos de até 4 núcleos: Entamoeba histolytica, E.dispare E. hartmanni;
c) com cistos de 1 núcleo: E. polecki (parasito do porco e eventualmente do homem);
d) sem cistos conhecidos: E. gingivalis (da cavidade bucal).
ENTAMOEBA HARTMANNI
É um parasito intestinal do homem, com distribuição mundial, mas prevalente nas regiões temperadas. Vive fagocitando bactérias e fungos, acaba sendo confundida com a E. histolytica. 
E. hartmanni move-se ativamente e permite ver claramente a distinção entre o citoplasma central , finamente granuloso (endoplasma) , e o citoplasma periférico e bialino (ectoplasma). O núcleo é pequeno, com cariossomo em geral punctiforme e excêntrico. 
No citoplasm, os vacúolos contêm bactérias e por vezes. leveduras , mas nunca hemácias. Os cistos são esféricos ou ligeiramente ovalados, com quatro núcleos quando maduros. 
>> A diferenciação com a E. histolytica se dá por estrutura nuclear, após coloração pela hematoxilina ou no aspecto e tamanho dos cistos. 
ENTAMOEBA COLI
As formas vegetativas (que medem 18 a 28 μ.m) têm um núcleo visível mesmo a fresco, percebendo-se o cariossomo excêntrico e um anel de grânulos periféricos. O endoplasma é bastante granuloso, cheio de vacúolos, onde se encontram bactérias fagocitadas em grande número, leveduras, algumas vezes cistos de outros protozoários e, muito raramente, hemácias. O ectoplasma escasso vê-se, de preferência, nos pseudópodes.
Os cistos são esféricos, ligeiramente ovoides ou, muito raramente,irregulares, medindo habitualmente 15 a 25 μ.m. A parede cística é espessa; o citoplasma, sem vacúolos, contém de l a 8 núcleos, segundo o grau de maturidade. Quando corados pela hematoxilina, os cistos uninucleados
mostram um núcleo semelhante ao das formas trofozoíticas. 
ENTAMOEBA GINGIVALIS
É espécie cosmopolita que vive na boca, principalmente na base dos dentes posteriores, sem causar lesões, se bem que
prolifere muito quando há processos inflamatórios causados por outros microrganismos. Requer meio redutor, pois é anaeróbia.
Os trofozoítos corados pela hematoxilina férrica apresentam um núcleo que se assemelha ao de E. histolytica. 
Gênero Endolimax: Endolimax nana
Vive nos segmentos eólicos do intestino humano, sem causar nenhum mal. O núcleo
é pequeno, vesicular, com membrana nuclear delicada e sem revestimento interno de grânulos de cromatina.
O cariossomo é grande, compacto e irregular, ligando-se,às vezes, à membrana por meio de filamentos delgados. Os cistos são elípticos ou ovoides. 
Gênero Iodamoeba: Iodamoeba bütschlii
As amebas deste gênero possuem núcleo limitado por espessa membrana, mas sem cromatina periférica O cariossomo ou
endossomo é grande, central e fica separado da membrana por uma fileira de grânulos acromáticos. Considerada parasito não patogênico. 
AMEBAS DE VIDA LIVRE
EVENTUALMENTE PATOGÊNICAS
As amebas que só esporadicamente parasitam o homem pertencem a duas famílias: Acanthamoebidae (da ordem Amoebida) e Schizopyrenidae (da ordem Schizopyrenida). Encontram-se elas por toda parte, habitando lagos e lagoas,piscinas, solos humíferos, esgotos e cursos de água que recebem efluentes industriais, em todos os continentes e todos os climas.
Familia Acanthamoebidae: Gênero
Acanthamoeba
São amebas pequenas, cujos trofozoítos uni ou multinucleados não apresentam fase flagelada. Produzem cistos, mesmo quando colonizando nos tecidos do hospedeiro que venham a parasitar. Amebas do gênero A. canthamoeba têm cistos uninucleados
com dupla parede, provida de poros (ostíolos) e com a camada externa irregular. O trofozoíto emite subpseudópodes de pontas finas, por vezes filiforrnes, que nascem de um pseudópode globoso
e hialino. Alguns estudos puderam estabelecer uma correlação significativa
entre a presença desses organismos nas fossas nasais e histórias pregressas de cefaleias, resfriados frequentes e sangramento do nariz. 
Acanthamoeba polyphaga foi isolada, nestes últimos anos, de vários pacientes com ulcerações da córnea, de caráter agudo ou crônico. Algumas estirpes desta espécie, encontradas no meio ambiente, mostraram -se patogênicas para camundongos, por via nasal.
Acantamebíase:
 Também denominada meningoencefalite amebiana ou encefalite granulomatosa amebiana, esta doença de
ocorrência rara é uma infecção crônica, causada por Acanthamoeba spp., que acomete indivíduos debilitados, algumas vezes recebendo medicação imunodepressora, e que não referem contato anterior com as coleções de água doce para banho ou natação.
Admite-se que a infecção se estabeleça pela invasão amebiana da pele, do aparelho respiratório ou das vias urinárias e posterior
disseminação hematogênica, que atingiria o encéfalo. 
CAPITULO 9 - AMEBÍASE 
A palavra amebíase costuma ser usada para designar a presença de E. histolytica no organismo de qualquer hospedeiro vertebrado com ou sem manifestações clínicas. Na maioria dos casos humanos,
o parasitismo por essa ameba não produz sintomatologia, sendo em geral devida a estirpes não-patogênicas do parasito.
Falamos, então, da amebíase intestinal não-invasiva, pois os parasitos não penetram na mucosa intestinal.
Os casos sintomáticos são os de amebíase intestinal invasiva, que apresenta grande variedade de quadros clínicos e de complicações, inclusive com localizações extra intestinais. Tais são,
por exemplo, a amebíase intestinal crônica, a colite amebiana fulminante, a apendicite amebiana, a amebíase hepática e o abscesso amebiano do fígado, o abscesso amebiano
pulmonar e a amebíase cutânea.

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