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Amebas intestinais

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Profª Drª Thaís Dalzochio
Subfilo
Sarcodina
Classe
Lobosea
Espécies intestinais
Entamoeba histolytica
Entamoeba hartmanni
Entamoeba coli
Entamoeba polecki
Endolimax nana
Iodamoeba butschlii
Espécies extra-
intestinais
Entamoeba gingivalis
Naegleria fowleri
Espécies de Acanthamoeba
Balamuthia mandrillaris
 Filo: Sarcomastigophora
 Subfilo: Sarcodina
 Família: Entamoebidae
 A amebíase é uma infecção humana causada pela Entamoeba histolytica, com ou sem manifestações clínicas.
 É a única espécie patogênica
 Leva ao óbito anualmente cerca de 100.000 pessoas.
 Constitui a segunda causa de morte por protozoários.
 Entamoeba dispar: infecções assintomáticas atribuídas anteriormente à E. histolytica. Em infecções sintomáticas,
causa colite não disentérica.
 Praticamente todas as espécies do gênero Entamoeba vivem no intestino grosso do homem ou de animais.
 As espécies de amebas são classificadas de acordo com o número de núcleos do cisto maduro ou pela ausência
dos mesmos.
 Entamoeba gingivalis:não possui cistos (única que não vive no intestino grosso)
 Entamoeba coli: cistos contendo até 8 núcleos.
 Entamoeba histolytica, E. dispar, E. hartmanni: cistos com até 4 núcleos
 Endolimax nana: cistos com 4 núcleos
 Iodamoeba butschlii: cistos com 1 núcleo (possuem um vacúolo de glicogênio que se destaca)
MORFOLOGIA
 Há grande semelhança entre as espécies de amebas intestinais humanas, por isso a distinção é prejudicada,
principalmente com relação ao trofozoíto a fresco.
 Para um diagnóstico diferencial preciso, se faz necessário a análise de vários exemplares e várias estruturas.
Assim, são distintas de acordo com:
 Tamanho do cisto e do trofozoíto
 Estrutura e número de núcleos do cisto
 Número e forma das inclusões citoplasmáticas (vacúolos nos trofozoítos e corpos cromatoides nos cistos)
Trofozoítos: intestino, úlceras e fezes diarreicas
Cistos: imaturos ou maduros (binucleados ou tetranucleados): fezes
normais
MORFOLOGIA
Espécies/ 
Características
Entamoeba
histolytica
Entamoeba
coli
Entamoeba
hartmanni
Endolimax
nana
Iodamoeba
butschlii
Trofozoíto
Tamanho 20-60 μm 20-50 μm Até 10 μm 10-12μm 10-15μm
Citoplasma Ecto e endo Uniforme Variável Diferenciado Vacuolizado
Hemácias Às vezes 
presente
Ausente Ausente Ausente Ausente
Cromatina Grânulos 
delicados
Grânulos 
grosseiros
Crescente Sem cromatina 
periférica
Sem cromatina 
periférica
Cariossoma Pequeno e 
central
Grande e 
excêntrico
Pequeno e 
central
Grande e 
irregular
Grande e 
central
MORFOLOGIA
Espécies/ 
Características
Entamoeba
histolytica
Entamoeba
coli
Entamoeba
hartmanni
Endolimax
nana
Iodamoeba
butschlii
Cisto
Nº núcleos Até 4 (8-
20μm)
Até 8 (15-20μm) Até 4 (5-10μm) Até 4 (8-12μm) 1 núcleo e 1 
grande vacúolo 
de glicogênio 
(10-15μm)
Corpos 
cromatoides
bastonetes Feixes ou 
agulhas
Riziformes Pequenos e 
ovoides (às 
vezes)
-
Entamoeba histolytica/dispar: até 4 núcleos e corpos cromatoides em
forma de bastonetes. Cistos de E. histolytica podem conter hemácias
ingeridas.
Entamoeba coli até 8 núcleos e
corpos cromatoides em forma de
feixes.
Entamoeba hartmanni: até 4 núcleos e
corpos cromatoides riziformes.
Endolimax nana: até 4 núcleos e
corpos cromatoides pequenos e
ovoides.
Ioadamoeba butschlii: possui
apenas um núcleo e um
vacúolo grande de glicogênio.
BIOLOGIA
 Os trofozoítos são organismos anaeróbios, utilizam glicose (glicogênio) para o seu metabolismo, que é degradada
por enzimas, produzindo etanol, CO2 e ATP.
 Locomovem-se através de pseudópodes
 Se alimentam por fagocitose
 Multiplicam-se por divisão binária
CICLO BIOLÓGICO
 Trofozoíto → pré-cisto → cisto →metacisto
 Monoxênico
 O homem ingere os cistos maduros de E. histolytica, que desencistam no final do intestino delgado ou no início do
intestino grosso, liberando os metacistos, que irão dar origem a 8 trofozoítos. Estes irão colonizar o intestino
grosso, aderidos à mucosa.Vivem como comensais.
 Em outras circunstâncias, pouco conhecidas, podem se desprender e na luz do intestino grosso transformarem-se
em pré-cistos e posteriormente em cistos, que são eliminados com as fezes normais. Os cistos permanecem
viáveis durante 20 dias (ao abrigo de luz solar e em condições de umidade).
Ingestão de cistos (forma infectante)
Desencistamento no intestino delgado/grosso
com liberação de metacistos
Metacistos dão origem aos trofozoítos que
colonizam a mucosa
HABITAT E TRANSMISSÃO
 Habitat
 Amebas: intestino grosso do homem
 Transmissão
 Ingestão de cistos maduros através da água ou de alimentos contaminados.
 Os portadores assintomáticos são os principais responsáveis pela disseminação dos cistos.
PATOGENIA E VIRULÊNCIA
 O equilíbrio parasito-hospedeiro pode ser rompido, isso faz com que os trofozoítos invadam a submucosa
intestinal, multipliquem-se no interior das úlceras podendo atingir, através da circulação, outros órgãos como o
fígado, pulmões, rins, pele ou, raramente, o cérebro, causando a amebíase extraintestinal.
 Trofozoítos adquirem a forma invasiva ou virulenta → não formam cistos → são muito ativos e hematófagos.
 A infecção causada pela E. histolytica pode ser com ou sem manifestações clínicas. Há diferentes virulências e
grande variedade de potencial patogênico.A virulência está diretamente ligada a fatores do hospedeiro como:
 Resposta imune, idade, peso, resistência, estado nutricional, entre outros.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 Pacientes assintomáticos (quase 90% dos casos)
 Pacientes sintomáticos
 Amebíase intestinal: colite disentérica (diarreia sanguinolenta e
com muco), colites não disentéricas, amebomas (tumor),
apendicite amebiana.
 Complicações e sequelas da amebíase intestinal: perfurações, peritonite,
hemorragia, colites pós-disentéricas e estenoses.
 Amebíase extraintestinal
 Amebíase hepática: aguda não supurativa e abscesso hepático ou
necrose
 Amebíase cutânea
 Amebíase em outros órgãos: pulmão, cérebro, baço, rim, outros.
DIAGNÓSTICO
 Clínico
 Os sintomas são comuns a outros tipos de doenças, portanto é incerto.
 Na grande maioria dos casos, especialmente na fase aguda, a amebíase pode ser facilmente confundida com uma disenteria,
salmonelose, síndrome do cólon irritável ou esquistossomose.
 Laboratorial
 É mais preciso e tem o objetivo de encontrar cistos e/ou trofozoítos nas fezes através de exame a fresco, método de Faust
e fixação e coloração com hematoxilina férrica.
 Imunológico
 É frequentemente mais utilizado para o diagnóstico da amebíase extra-intestinal. Os métodos mais usados são: ELISA,
imunofluorescência indireta e hemaglutinação indireta.
EPIDEMIOLOGIA
 Cerca de 480 milhões de pessoas no mundo estão infectadas com E. histolytica, das quais 10% apresentam formas
invasoras, isto é, alterações intestinais ou extra-intestinais.
 A incidência da amebíase é bastante variável dentro de cada país, independentemente das condições climáticas.
 No Brasil, a doença apresenta grande diversidade quanto ao número de infectados e quanto à sintomatologia,
variando de região para região.
 Sul e Sudeste: a prevalência varia de 2,5 a 11%.
 Região amazônica: atinge até 19% e manifesta-se com mais gravidade
 Demais estados: atinge em torno de 10%.
 A incidência da amebíase varia muito de acordo com as condições sanitárias e socioeconômicas da população,
especialmente com relação às condições de habitação, presença de esgotos e água tratada.
 No Brasil, a amebíase não apresenta a gravidade e intensidade dos surtos verificados no México e em alguns
países da África e da Ásia.
TRATAMENTO
 Amebicidas que atuam diretamente na luz intestinal
 Tratamento da amebíase assintomática e como medida complementar nos casos de
colite disentérica ou de amebíase extraintestinal
 Teclosan e etofamina
 Amebicidas de ação tissular
 Atuam em outros tecidos – amebíase intestinal e extraintestinal
Metronidazol, tinidazol e secnidazol
PROFILAXIA
 Educação sanitária (melhora nos sistemas de água e esgoto)
 Realização de exames periódicos em “manipuladores de alimentos” para a detecção e
tratamento de possíveis portadores assintomáticos
 Combate aos insetos (moscas e baratas) que podem contaminar os alimentos
 Lavar bem frutas e verduras e, se possível, deixá-las mergulhadas por pelo menos 15-20
minutos em uma solução contendo 1 colher de chá de água sanitárias para cada litro de
água ou 3 gotas de iodo por litro de água. Em seguida, lavar novamente em água corrente
REFERÊNCIAS
 CIMERMAN, B.; CIMERMAN, S. Parasitologia humana. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2010.
 FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.
 REY, L. Bases da parasitologia médica. 3ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
 ZEIBIG, E. A. Parasitologia clínica: uma abordagem clínico-laboratorial. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 21

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