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Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 UMA ANÁLISE DE CONTEÚDO SOBRE AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NOS LIVROS DE MÁTEMÁTICA DO ENSINO MÉDIO: COLEÇÃO MATEMÁTICA CONTEXTO E APLICAÇÃO Águila Priscilla Silva de Abreu1 Me. Acelmo de Jesus Brito 2 Drº. Márcio Urel Rodrigues3 Resumo Esse artigo apresenta excertos de uma pesquisa, resultado do Trabalho de Conclusão de curso de Licenciatura em Matemáticas. O objetivo desse trabalho é analisar as atividades que utilizam tecnologias digitais propostas nos livros didáticos de matemática, afim de encontrar respostas para a seguinte questão norteadora: Como as TD são abordadas nos Livros Didáticos de Matemática no Ensino Médio? Realizamos uma pesquisa qualitativa na modalidade de Estudo documental, sendo tais documentos livros didáticos da coleção Matemática: Contexto e Aplicação do autor Luiz Roberto Dante, aprovados no último Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), lançado em 2015 constituindo assim o Corpus da pesquisa. As nossas análises foram pautadas na Análise de Conteúdo de Bardin (1977). Os resultados da pesquisa indicaram que foram encontradas poucas abordagens tecnológicas digitais em relação à ênfase do PNLD quanto ao uso de TD’s. Palavras-chave: Tecnologias Digitais; Livros didáticos; Análise de conteúdo. 1. Introdução Este trabalho é produto de um Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Licenciatura em Matemática, defendido pela primeira autora, orientada pelo segundo autor, e ainda contou com contribuições dos demais autores. Na presente pesquisa objetivamos analisar as atividades que utilizam tecnologias digitais propostas nos livros didáticos de matemática, considerando as competências e habilidades do ensino médio, afim de encontrar respostas para a seguinte questão norteadora: Como as TD são abordadas nos Livros Didáticos de Matemática no Ensino Médio? 1 Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) – priscyllabreu@hotmail.com 2 Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) – acelmo@unemat.br 3 Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) – urelrodrigues@gmail.com Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 Para responder à questão foi realizado um estudo documental sobre as tecnologias digitais presentes nos livros didáticos de Matemática do Ensino Médio, utilizando a abordagem da pesquisa qualitativa pois pretende-se compreender de que maneira o uso de tecnologias digitais é inserido nos livros didáticos de Matemática. Os livros selecionados estavam enquadrados nas sugestões de coleções com base no Plano Nacional do Livro Didático (PNLD, 2015) e a coleção escolhida foi Matemática: Contexto e Aplicação do autor Luiz Roberto Dante. Para analisar os dados coletados, utilizamos a Análise de Conteúdo na perspectiva apresentada por Bardin, onde a mesmo cita que a análise de conteúdo se constitui de várias técnicas ou instrumentos metodológicos, onde se busca descrever e analisar qualitativamente, o conteúdo emitido no processo de comunicação, seja por meio de falas ou de textos (Bardin, 1977). 2. Livro didático de Matemática do Ensino Médio Sabemos que no meio educacional há uma grande diversidade de saberes, onde professores trazem consigo especificidades para o aprendizado. Essas particularidades podem tornar o processo de ensino complexo, pois surgem a necessidade de criar estratégias educacionais para cada ambiente de ensino. De acordo com Freitas, o processo de ensino e aprendizagem se constituem a partir de elementos que vão desde a postura do professor até os métodos empregados para promover o ensino e alcançar a aprendizagem. (2007, p.13). De acordo com Biehl e Bayer (2009) o livro didático tem função influente no cotidiano escolar, em todos os níveis de ensino, principalmente no estudo de matemática, visto que trata-se de um recurso de fácil acesso, disponibilizado para professores e alunos. Ele pode ser visto como um instrumento auxiliador no processo ensino-aprendizagem e não como fim do processo. Para isso, faz-se necessário que seja um livro que, além de respeitar o desenvolvimento cognitivo do aluno, não apresente conceitos errados e não reduza a matemática a um conjunto de regras e definições sem ligação lógica entre si. Corroborando com as ideias de Bihel e Bayer, Brandão (2014) nos diz que antes de utilizar o livro didático como um material de apoio nas aulas, o professor precisa conhecê-lo previamente, ou seja, conhecer sua estrutura, é necessário analisá-lo Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 cuidadosamente. Acreditamos que as funções do livro didático no processo de ensino e aprendizagem dependem de como o professor irá utilizá-lo. O livro pode ser classificado como bom ou ruim, porém a prática do professor poderá mudar estas classificações e pode ser constituído como um material de apoio ao docente, contribuindo para a complementação do processo de ensino e aprendizagem, e tem por objetivo, auxiliar no contexto escolar, perpassando uma ideologia sobre como proceder diante da proposta dos conteúdos. Podemos atribuir outra função ao livro didático de e acordo com o Guia de Livros Didáticos de Matemática, onde o mesmo nos diz que “no processo de ensino e aprendizagem, o livro didático é um interlocutor que dialoga com o professor e com o aluno. Nesse diálogo, o livro é portador de uma perspectiva sobre o saber a ser estudado e sobre o modo mais eficaz de aprendê-lo. ” (PNLD Matemática 2014, p.12). Para escolher qual livro didático será utilizado nas escolas públicas do Brasil em um determinado período, têm-se o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que é o mais antigo dos programas voltados à distribuição de obras didáticas aos estudantes da rede pública de ensino brasileira. Atualmente, o PNLD é voltado à educação básica brasileira, ensino fundamental e médio, tendo como única exceção os alunos da educação infantil. Conforme o Decreto 7084, de 27 de janeiro de 2010, explicado de maneira sucinta por Silva, o programa funciona de acordo com as seguintes etapas: I - As escolas da rede pública que desejam participar do programa deverão manifestar este interesse mediante adesão formal, observados os prazos, normas, obrigações e procedimentos estabelecidos pelo Ministério da Educação e essa adesão deve ser atualizada sempre até o final do mês de maio do ano anterior àquele em que a entidade deseja ser atendida. II - São estabelecidos regulamentos, prazos e regras em editais para as inscrições dos livros didáticos no programa. Esses editais são publicados no Diário Oficial da União e também disponibilizados pela internet no Portal do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). III - Nos editais constam exigências técnicas e físicas que as obras inscritas devem seguir. É feita uma triagem dessas obras pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) para se constatar se as mesmas se enquadram nessas exigências, após os livros selecionados são encaminhados à Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), é a SEB que escolhe os especialistas para analisar as obras, conforme critérios divulgados no edital e estes elaboram as resenhas dos livros aprovados, que passam a compor o guia de livros didáticos. IV - O Guia do livro didático tem como objetivo orientar professores e Diretores na análise e escolha dos livros didáticos que serão utilizadas pelos Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 alunosem sua escola. O Guia é disponibilizado no portal do FNDE na internet e impresso nas escolas cadastradas no censo escolar. V - Após a escolha dos livros é feita a formalização via internet, por meio de senha previamente enviada pelo FNDE às escolas e assim é iniciado o processo de aquisição que é realizada por inexigibilidade de licitação, prevista na Lei 8.666/93. Concluído esse processo inicia-se a produção desses livros, que são supervisionados por técnicos do FNDE que analisam também sua qualidade física. (Silva, 2014). Nessa perspectiva, percebemos a importância que o livro didático assumiu com o passar dos anos pois o mesmo tem se constituído elemento estruturador das salas de aula. Com relação ao ensino de matemática, o livro didático para o ensino médio leva em conta algumas considerações para sua seleção, a começar pelos conteúdos. De acordo com o PNLD (2015): São muito numerosas as possibilidades de classificação da Matemática atual em campos (ou em ramos) quando se consideram todos os níveis de complexidade desse saber científico, mas não cabe aqui discutir tais classificações. Além disso, no âmbito da formação básica, os conteúdos matemáticos têm sido organizados em um número reduzido de campos mais tradicionais como: aritmética, álgebra, geometria, estatística e probabilidade. (PNLD, 2015, p. 83). Ou seja, na classificação dos conteúdos organizados nos campos tradicionais temos que o campo dos números incluem conjuntos, conjuntos numéricos, números reais, números e grandezas, e números complexos. Em funções são considerados o conceito de função e suas propriedades, sequências, funções afins, funções quadráticas, funções exponencial e logarítmica e funções trigonométricas. Incluem também matemática financeira e o conceito de derivada. Em equações algébricas estão reunidos os tópicos: polinômios e equações polinomiais, matrizes, determinantes, e sistemas lineares. Em geometria analítica, incluem-se os tópicos: retas, circunferências e cônicas no plano cartesiano, e transformações geométricas. No campo da geometria, os tópicos são: geometria plana (incluindo trigonometria), geometria espacial de posição, poliedros, e as grandezas geométricas. Já em estatística e probabilidade estão contidos: o conceito clássico de probabilidade; probabilidade condicional e independência, coleta, organização, representação e interpretação de dados, medidas de posição e de dispersão de um conjunto de dados. Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 Para escolher os livros didáticos para o Ensino Médio, é importante que o professor identifique, nos textos das resenhas das obras, indicativos que se associem com os estabelecidos no Guia do Livro Didático, visando estabelecer uma aproximação o mais efetiva possível entre o livro didático e o projeto político-pedagógico da escola. Para seleção da coleção que estará vigente nos próximos três anos, há uma Resolução garantindo a autonomia dos professores no processo de escolha. Conforme a Resolução CD/FNDE 42/2012, compete às escolas e às secretarias garantir que o corpo docente da escola participe do processo de escolha. Para registrar a participação dos professores na escolha e dar transparência ao processo, sugerimos que a decisão sobre a escolha das coleções seja documentada por meio da Ata de Escolha de Livros Didáticos. (PNLD, 2015, p. 27). A escolha dos livros didáticos continua sob a responsabilidade dos professores das escolas. As cartas com senha são enviadas pelos correios para os participantes que aderiram até um certo prazo da abertura do sistema de escolha (no caso do PNLD 2015, o prazo limite foi o dia 08/07/2014). (PNLD, 2015, p. 24). 3. Tecnologias Digitais e o Livro Didático de Matemática Cada vez mais a tecnologia e o ensino determinam uma relação entre dois universos diferentes, mas não opostos, envolvendo uma tradição contemporânea entre os livros didáticos e as tecnologias digitais. Diversos autores e editoras buscam meios de dialogar com essas demandas e criar formas para seu público alvo migrar para essa nova realidade. Compactuando com as ideias de Ralejo (2015), através das editoras o diálogo entre a tecnologia e o ensino de matemática vêm sendo estabelecido. As TD’s desenvolvem um constante movimento de renovação através de uso de recursos diversificados, mas de acordo com Knauss (2009) não significa que haja também uma renovação curricular. De acordo com o autor, o uso desses recursos serve mais como uma tentativa de disfarçar a abordagem tradicional e linear dos conteúdos didáticos de matemática. Ou seja, apesar dos livros inovarem cada vez mais com design inovador, mais colorido e atrativo para o aluno, a abordagem dos conteúdos ainda se mantém tradicional e cronológica. Por enquanto, as características gerais dos livros didáticos de matemática permanecem. Em um primeiro momento, o que mudou foram as formas de apresentar as Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 informações as atividades didáticas, mostrando assim uma mudança nas concepções sobre professores e alunos. (COSTA & RALEJO, 2013). No processo de avaliação do PNLD das obras de Matemática, há critérios sobre o uso de tecnologias e diferentes mídias educacionais como processo de dinamização dos ambientes de aprendizagem e construção de novos saberes. Entendendo que o projeto político-pedagógico de cada unidade escolar deve materializar-se no processo de formação humana coletiva, o entrelaçamento entre trabalho, ciência e cultura realizar-se-á com os seguintes indicativos: [...] ofertar atividades de estudo com utilização de novas tecnologias de comunicação. (PNLD, 2015, p. 10-11). Com isso, podemos perceber um amparo na legislação quanto à abordagem de tecnologias nos livros didáticos. No processo de avaliação das obras de Matemática, o PNLD dita alguns princípios referidos que foram traduzidos no conjunto de requisitos seguintes, os quais devem obrigatoriamente ser cumpridos pelas coleções de livros didáticos dessa área do conhecimento. Tais princípios são: 1. incluir todos os campos da Matemática escolar, a saber, números, funções, equações algébricas, geometria analítica, geometria, estatística e probabilidade; 2. privilegiar a exploração dos conceitos matemáticos e de sua utilidade para resolver problemas; 3. apresentar os conceitos com encadeamento lógico, evitando: recorrer a conceitos ainda não definidos para introduzir outro conceito, utilizar-se de definições circulares, confundir tese com hipótese em demonstrações matemáticas, entre outros; 4. propiciar o desenvolvimento, pelo aluno, de competências cognitivas básicas, como: observação, compreensão, argumentação, organização, análise, síntese, comunicação de ideias matemáticas, memorização, entre outras. (PNLD, 2015, p. 13-14). As obras que não cumpriram esses requisitos específicos do componente curricular Matemática serão excluídas do PNLD 2015. 4. Aspectos Metodológicos A presente pesquisa aborda temas como Educação Matemática e Tecnologias, todavia, o foco foi direcionado ao tema Tecnologias Digitais existentes nos livros didáticos de Matemática do Ensino Médio. Para a investigação, fizemos uso do método da pesquisa qualitativa, onde Creswell (2007) a define como sendo “um meio para Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 explorar e para entender o significado que os indivíduos ou os grupos atribuem a um problema social ou humano”. Diante de uma abordagem qualitativa, essa pesquisa teve por finalidade compreender de que maneira o uso de tecnologias digitais estáinserido nos livros didáticos de Matemática considerando as competências e habilidades do Ensino Médio. Entre as diferentes modalidades da pesquisa qualitativa, definimos a nossa como pesquisa documental, caracterizada por ser uma pesquisa realizada a partir de documentos, contemporâneos ou retrospectivos, considerados cientificamente autênticos. Appolinário (2009, p. 85) defende que, “sempre que uma pesquisa se utiliza apenas de fontes documentais (livros, revistas, documentos legais, arquivos em mídia eletrônica), diz-se que a pesquisa possui estratégia documental”. Como procedimentos de análise de dados, utilizamos a Análise de Conteúdo na perspectiva qualitativa, pois “na análise qualitativa o que serve de informação é a presença ou a ausência de uma dada característica num determinado fragmento de mensagem que é tomado em consideração”. (BARDIN, 1977, p. 38). A autora ainda ressalta que fazer trabalhos através da Análise de Conteúdo, necessita de mais atenção por parte do pesquisador, devido ao fato das descrições e execuções de cada uma das fases da análise. Para essa investigação, será utilizado as três fases da Análise de Conteúdo citados em seu livro: pré-análise, exploração do material e o tratamento dos resultados. A primeira fase, pré-análise, é a fase de organização, onde ocorre a escolha dos documentos a serem submetidos à análise, bem como a formular as hipóteses para a elaboração dos indicadores para a interpretação final. Os documentos a serem analisados serão os livros didáticos de matemática do ensino médio da coleção Matemática: Contexto e Aplicação, aprovados pelo PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), a partir do ano de 2015. Na segunda fase, exploração do material, são escolhidas as unidades de codificação, adotando-se os seguintes procedimentos que compreende a escolha de unidades de registro e a escolha de categorias. O tratamento dos resultados é a terceira fase, que compreende na sintetização e no destaque das informações para análise, Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 culminando nas interpretações das suposições; é o momento da intuição, da análise reflexiva e crítica (BARDIN, 2006). As etapas do processo de coleta de dados estão descritas no fluxograma abaixo: Figura 1: Fluxograma de Etapas do Processo de Coleta de Dados Fonte: Elaborado pelos autores. Visitamos a escola 29 de Novembro, situada em Tangará da Serra, onde a mesma adotou para o triênio 2015-2017 a coleção Matemática: Contexto e Aplicações. Os livros foram analisados, levando em consideração os seguintes parâmetros: ano de publicação, série, atividades ou exemplos que abordava o uso de TD’s, conteúdo, tecnologia digital proposta e as competências e habilidades do ensino médio em que a atividade se enquadrar. Esses parâmetros foram organizados em uma planilha eletrônica conforme pode-se observar no quadro 1: ETAPAS DO PROCESSO DE COLETA DOS DADOS Primeira etapa: Visita a unidade escolar: Escola Estadual “29 de Novembro” Segunda etapa: Seleção das atividades que abordavam as TDs Terceira etapa: Tabulação dos dados obtidos em uma planilha eletrônica Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 Quadro 1: Atividades dos três volumes da coleção Matemática: Contexto e Aplicações ANÁLISE DOS LIVROS DE MATEMÁTICA DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE TANGARÁ DA SERRA COLEÇÃO AUTOR(ES) ANO DE PUBLICAÇÃO SÉRIE ATIVIDADE PROPOSTA CONTEÚDO TECNOLOGIA MATEMÁTICA Contexto e Aplicações Luiz Roberto Dante 2015 1º ANO Usar a calculadora para verificar afirmações (conjecturas) CONJUNTOS NÚMERICOS CALCULADORA Examinar a calculadora e utilizar as teclas de memória para determinar o valor de expressões complexas CALCULADORA Construir um gráfico de uma função afim utilizando um software FUNÇÃO AFIM Software LibreOffice Construir um gráfico de uma função quadrática utilizando um software FUNÇÃO QUADRÁTICA Software Geogebra Construir um gráfico de uma função exponencial utilizando um software FUNÇÃO EXPONENCIAL Software Geogebra Usar a calculadora para encontrar valores para logaritmos LOGARÍTMOS CALCULADORA Usar a calculadora para calcular logaritmos usando a mudança de base CALCULADORA Encontrar o pH de uma solução utilizando o logaritmo CALCULADORA Construir um gráfico de uma função logarítmica utilizando um software FUNÇÃO LOGARÍTMICA Software Geogebra Dividir termos de sequências utilizando a calculadora SEQUÊNCIAS CALCULADORA Utilizar a calculadora para calcular os ângulos não notáveis de figuras geométricas TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO CALCULADORA Utilizar a calculadora para calcular a distância entre dois pontos de uma figura geométrica CALCULADORA 2º ANO Uso de calculadora para determinar a distância entre dois vértices de um triângulo TRIGONOMETRIA - RESOLUÇÃO DE TRIÂNGULOS QUAISQUER CALCULADORA Uso de calculadora para encontrar a área de uma região triangular CALCULADORA Uso de calculadora para determinar valor de x no triângulo obtuso CALCULADORA Construção de funções trigonométricas e seus respectivos gráficos utilizando um software FUNÇÃO TRIGONOMÉTRICA Software Geogebra Determinar a área total de uma pirâmide regular hexagonal. POLIEDROS: PIRÂMIDES E PRISMAS CALCULADORA Determinar o volume de uma pirâmide CALCULADORA Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 Determinar a área total da superfície de um cone. CORPOS REDONDOS CALCULADORA Determinar o volume de um cone CALCULADORA 3º ANO Usar a calculadora para encontrar a melhor porcentagem de desconto MATEMÁTICA FINANCEIRA CALCULADORA Usar a calculadora para encontrar a taxa de juro usando a formula de juros simples CALCULADORA Usar a calculadora para encontrar a taxa de juro usando a formula de juros compostos CALCULADORA Elaborar uma planilha e construir um gráfico utilizando um software ESTATÍSTICA Software LibreOffice Construir um gráfico de parábolas e elipses utilizando um software GEOMETRIA ANALÍTICA: SECÇÕES CÔNICAS Software Geogebra Construir um gráfico de uma função polinomial utilizando um software POLINÔMIOS Software Geogebra Fonte: Elaborado pelos autores. A análise transcorreu-se, de forma minuciosa e sequencial, a partir de todos os capítulos contidos na obra. Estabelecemos o critério prévio que se algum conteúdo aparecesse mais de uma vez com a mesma tecnologia e semelhança nas atividades, registraríamos apenas uma vez para não sermos redundantes, pois o foco dessa pesquisa é verificar as abordagens tecnológicas digitais. Constituímos, com base nas atividades selecionadas, algumas Unidades de Registro provenientes das partes significativas das atividades propostas nos livros (Unidades de Contexto). Assim sendo, apresentamos, a seguir no Quadro 2, as inter- relações entre as Unidades de Contexto das atividades na íntegra e as Unidades de Registro elaboradas: Quadro 2: Inter-relações entre as Unidades de Contexto e as Unidades de Registro TECNOLOGIA UNIDADES DE CONTEXTO UNIDADES DE REGISTRO CALCULADORA Usar a calculadora para verificar afirmações (conjecturas) CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Examinar a calculadora e utilizar as teclas de memória para determinar o valor de expressões complexas CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Usar a calculadora para encontrar valores para logaritmos CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Usar a calculadora para calcular logaritmos usandoa mudança de base CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Encontrar o pH de uma solução utilizando o logaritmo CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Dividir termos de sequências utilizando a calculadora CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Utilizar a calculadora para calcular os ângulos não notáveis de figuras geométricas CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 Utilizar a calculadora para calcular a distância entre dois pontos de uma figura geométrica CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Uso de calculadora para determinar a distância entre dois vértices de um triângulo CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Uso de calculadora para encontrar a área de uma região triangular CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Uso de calculadora para determinar valor de x no triângulo obtuso CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Determinar a área total de uma pirâmide regular hexagonal. CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Determinar o volume de uma pirâmide CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Determinar a área total da superfície de um cone. CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Determinar o volume de um cone CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Usar a calculadora para encontrar a melhor porcentagem de desconto CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Usar a calculadora para encontrar a taxa de juro usando a formula de juros simples CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Usar a calculadora para encontrar a taxa de juro usando a formula de juros compostos CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Software LibreOffice Construir um gráfico de uma função afim utilizando o software LibreOffice SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO Elaborar uma planilha e construir um gráfico utilizando o software LibreOffice SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE PLANILHAS Software Geogebra Construir um gráfico de uma função quadrática utilizando o software Geogebra SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO Construir um gráfico de uma função exponencial utilizando o software Geogebra SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO Construir um gráfico de uma função logarítmica utilizando o software Geogebra SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO Construir um gráfico de parábolas e elipses utilizando o software Geogebra SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO Construir um gráfico de uma função polinomial utilizando o software Geogebra SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO Construção de funções trigonométricas e seus respectivos gráficos utilizando o software Geogebra SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO Fonte: Elaborado pelos autores. Através de observações do Quadro 2, apresentado anteriormente, elencamos na Tabela 1 a seguir, as recorrências das Unidades de Registro constituídas: Tabela 1: Recorrência das Unidades de Registro UNIDADES DE REGISTRO RECORRÊNCIAS SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO 7 CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES 18 SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE PLANILHAS 1 TOTAL 26 Fonte: Elaborada pelos autores. Com base na Tabela 1, apresentada anteriormente, o nosso próximo movimento da Análise de Conteúdo foi procurar articulações entre as Unidades de Registro para configurar as Categorias de Análise. Assim sendo, detalhamos esse movimento no Quadro 3, a seguir: Formatado: Fonte: 9 pt, Negrito Tabela formatada Formatado: Fonte: 9 pt, Negrito Formatado: Fonte: 9 pt Formatado: Centralizado, Espaço Depois de: 0 pt Formatado: Fonte: 9 pt Formatado: Centralizado, Espaço Depois de: 0 pt Formatado: Fonte: 9 pt Formatado: Fonte: 9 pt Formatado: Centralizado, Espaço Depois de: 0 pt Formatado: Fonte: 9 pt, Negrito Formatado: Centralizado, Espaço Depois de: 0 pt, Manter com o próximo Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 Quadro 3: Articulações entre as Unidades de Registro e as Categorias de Análise UNIDADES DE REGISTRO CATEGORIAS DE ANÁLISE CALCULADORA PARA CALCULOS E OPERAÇÕES Tecnologias Digitais para cálculos e operações SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE PLANILHAS Software para construção de planilha e gráficos SOFTWARE PARA CONSTRUÇÃO DE GRÁFICO Fonte: Elaborado pelos autores. De acordo com as duas Categorias de Análise constituídas, ressaltamos que o movimento dialógico envolverá os excertos das atividades selecionadas com a Matriz de Referência do Ensino Médio e ainda às nossas percepções. Assim sendo, a relação entre os dados obtidos e a fundamentação teórica é que dará sentido à nossa interpretação para cada uma das Categorias de Análise. 5. Análise Interpretativa dos Dados Nesse momento, apresentamos a descrição e análise interpretativa dos dados da pesquisa, por meio de um movimento dialógico – interlocução dos dados com as Competências e Habilidades do Ensino Médio –, para proporcionar compreensões do objeto investigado. Procuramos evidenciar alguns aspectos relacionados a primeira Categoria denominada Tecnologias Digitais para cálculos e operações, onde apresentaremos a imagem de uma atividade, expressa na figura 2, que se enquadra na categoria a ser analisada e sua respectiva Unidades de Registro. A mesma foi retirada do livro do primeiro ano do Ensino Médio da coleção Matemática: Contexto e Aplicação, escrito pelo autor Luiz Roberto Dante. Figura 2: Atividade pertencente ao livro da Coleção Matemática: Contexto e Aplicação Fonte: Dos autores. Formatado: Fonte: 9 pt, Negrito Tabela formatada Formatado: Fonte: 9 pt, Negrito Formatado: Fonte: 9 pt Formatado: Fonte: Negrito Formatado: Fonte: 9 pt, Negrito Formatado: Fonte: 9 pt Tabela formatada Formatado: Fonte: Negrito Formatado: Fonte: 9 pt Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 A Unidade de Registro que classifica essa imagem é Calculadora para cálculos e operações. Como podemos observar, a atividade propõe ao aluno fazer conjecturas com a calculadora e ainda traz o significado da palavra conjectura, permitindo ao aluno aprender e se familiarizar com algumas áreas da Matemática que até então podem ser desconhecidas. A atividade exibida na figura 2, possui características que a classifica na Competência M1, “Construir significados e ampliar os já existentes para os números naturais, inteiros, racionais e reais”, e na Habilidade H4, “Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas”, ambas do Eixo Cognitivo 5, “Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente”. Para a segunda e última categoria, Software para construção de planilhas e gráficos, temos a seguir outra atividade que a representa juntamente com suas Unidades de Registro correspondentes. A atividade, exibida na figura 3 tem por unidade de registro Software para construção de gráfico. Figura 3: Atividade pertencente ao livro da Coleção Matemática: Contexto e Aplicação Fonte: Dos autores. O exercício aborda o uso de um Software intitulado Geogebra para construção de gráficos de funções quadráticas e também possui uma característica de “tutorial”, onde Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 explica passo a passo a construção dos gráficos no referido software. Analisando a Matriz de Referência, podemos observar que a atividade não se enquadra em nenhuma Competência e Habilidade, pois suas características não condizem com as opções apresentadas pela Matriz. Em ambas atividades vemos que há uma abordagem quanto ao uso de tecnologias digitais construçãode planilhas e gráficos e visualizamos também que apenas uma das atividades foi classificada na Matriz de Referência do Ensino Médio, sem levar em consideração à tecnologia utilizada. Entretanto as categorias de análise que ambas possuem não possui nenhuma Competência e Habilidade que atendam às suas características principais, que é o uso de TD’s para cálculos e operações e para construção de gráficos e planilhas. 6. Considerações Finais A análise dos resultados possibilitou-nos responder, de uma forma mais rigorosa, a questão que objetivou essa pesquisa, ‘Como as TD são abordadas nos Livros Didáticos de Matemática no Ensino Médio? ’, onde concluímos que as tecnologias digitais estão em um processo lento de inserção nos livros didáticos, visto que desde 2012 o PNLD já vem se mostrando flexível quanto as mudanças tecnológicas que estão acontecendo no meio educacional e no mundo. Porém, podemos constatar que ainda há falhas na estruturação da Matriz de Referência do Ensino Médio, pois não há nenhuma Competência e Habilidade que consiga abranger as tecnologias digitais, uma vez que podem servir como um suporte às aulas, podendo tornar o aprendizado mais dinâmico, proporcionando uma maior interação entre todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem de matemática. Constatamos também que não houve muita variabilidade quanto às tecnologias digitais abordadas pois, na maioria das atividades inseridas nas obras, o autor sugeria o uso de calculadora para resolução de cálculos matemáticos, e em sua minoria, abordavam planilhas eletrônicas e softwares para elaboração de gráficos. Entendemos que pode haver mais abordagens tecnológicas digitais nas outras coleções sugeridas pelo PNLD (BRASIL, 2015), que utilizamos como principal fonte para selecionar a coleção à ser analisada, visto que o mesmo propôs seis coleções para serem escolhidas pelos professores em serviço da rede estadual. Temática: Ensino de Matemática na Educação Básica: potencialidades das Abordagens Metodológicas Tangará da Serra/MT - 10 à 12 Junho de 2018 7. Referências APPOLINÁRIO, F. Dicionário de metodologia científica: um guia para a produção do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2009. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977 BIEHL, J. V.; BAYER, A. A escolha do Livro Didático de Matemática. X Encontro Gaúcho Matemática, 2009. BRANDÃO, J. D. P. O papel e a importância do livro didático no processo de ensino aprendizagem. Congresso Nacional de Educação. Paraíba, 2014. Disponível em: <http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2017. BRASIL. Guia de livros didáticos - PNLD 2014: Matemática Ensino fundamental anos finais. Brasília- DF: Ministério da Educação, Secretária de Educação Básica, 2013. BRASIL. Guia de livros didáticos - PNLD 2015: Apresentação: Ensino médio. – Brasília – DF. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2014. BRASIL. Guia de livros didáticos - PNLD 2015: Matemática: Ensino médio. Brasília - DF. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2014. COSTA, M.A.F.; RALEJO, A.S. Pensando a interface entre os livros didáticos de História e as demandas tecnológicas: negociações possíveis. In: Anais do VII Seminário Internacional As Redes Educativas e as Tecnologias: transformações e subversões na atualidade, Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2013. CRESWELL. J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Tradução Luciana de Oliveira da Rocha. Artmed, 2ª edição. Porto Alegre, 2007. DANTE, L. R. 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