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1 . ETNIA SENA/ CHISENA Armando Domingos1 Elsa Maria Frederico Livo Ozobra2 1. INTRODUÇÃO O presente artigo aborda sobre Etnia Sena ou Chisena, pretende compreender a Etnia Sena ou Chisena, sendo assim, para alcance do objectivo acima definido, recorreu-se a metodologia de pesquisa bibliográfica que ajudou-nos na pesquisa de livros e artigos científicos renomados a Etnia Sena. É importante salientar que, o estudo da etnia Chisena sub ponto de vista histórico, é de maior interesse. Pois, foi com esta língua que os primeiros Portugueses que subiram pelo rio Zambeze se familiarizaram para introduzirem dentro da corte de Mwenemtapa. De uma maneira geral não são bons agricultores, mais são bons na pesca e na caça o que fazem com prazer e entusiamos, também nos artífices, com verdadeiro talento madeira-torneiros e os metais preciosos-ouriveis. O presente artigo obedece a seguinte estruturação com vista a facilitar a compreensão: primeiro capítulo é da introdução, segundo é da Revisão da Literatura e o terceiro capítulo é de conclusão e por fim temos as referências bibliográficas. __________________________________________ 1Armando Domingos, Licenciado em Ensino Básico com Habilitação em Administração e Gestão da Educação, UP-Beira, Docente da Universidade Licungo, Extensão da Beira. 2Elsa Maria Frederico Livo Ozobra, Mestrada em Psicologia Educacional pela UP-Beira doutoranda em Psicologia de Educação em Brasil. Publicado, Marco de 2020, Beira. 2 . 2. REVISÃO DA LITERATURA Esta secção, trata de abordagens do tema buscando subsídios inerentes aos conceitos e reflexões do ponto de vista de diferentes fontes a que foram consultadas. No entanto baseia-se nos pontos- chave que conduzem a compreensão e a importância do tema. 2.1. História do Povo Sena Segundo (MEQUES 1999:13): Os senas ocupam toda área compreendida pelas terras marginais do rio Zambeze, desde Tambara (Manica), circunscrição de Chemba (Sofala), ate ao delta do grande rio, concelho do Chinde (Tete e Zambézia), com excepção de uma pequena faixa correspondente a área do Posto Administrativo de Ancuaze, que é habitada por indígenas que se dizem pertencer ao grupo dos Maganjas e que tem características muito distintas na indone e nos hábitos. Os senas descendem de um grupo de indinas conhecidos por ba-sengas oriundo dos mucaranjas, que desceram do norte para o vale do Zambeze, onde se fixaram. (MARQUES apud MALUA, 2014) De uma maneira geral não são bons agricultores, mais são bons na pesca e na caça o que fazem com prazer e entusiamos, também nos artífices, com verdadeiro talento madeira-torneiros e os metais preciosos-ouriveis. E pacifico sendo pouco dando a crime de morte violenta. Intuição do comercio pelo desloca através do canais interior dos rios (idem) 2.2. Língua XiSena MEQUE (1999:2), diz que dois terço da população da companhia de Moçambique adoptou o chisena.. A palavra `Sena parece ser uma corrupção das palavras «Siona» ou «Chona». O chisena é uma língua banta, falada nas margens do Zambeze, desde o Chinde ate Tambara. O número total dos falantes é relativamente elevado, cerca de 30.000…. O futuro do chiSena esta em ser a língua franca do rio Zambeze. (Idem) 3 . De um ponto de vista histórico o estudo da língua Chissena é de maior interesse. Foi com esta língua que os primeiros portugueses que subiram pelo rio Zambeze se familiarizavam para se introduzirem depois na própria corte é Monomotapa. Uma pequena gramática da língua chisessena, do século XVII, foi encontrada nas bibliotecas da Lisboa, e foram publicadas em 1920. (Idem) O povo assena é um povo agrícola. Pela sua miscigenação com os portugueses originou-se uma raça mista entre eles. (ibidem) Segundo MALUA (2014:1): “Línguas bantus mais falada em Moçambique (antiga colonia portuguesa em Africa, pais localizado na parte Austral de Africa e faz fronteira com o Africa do Sul, Zimbabwe, Malawi, Tanzânia e Zâmbia). Das 11 províncias moçambicanas o XiSena é falado em 4 províncias nomeadamente Sofala, Zambeze, Manica e Tete. A língua sena é falada no Centro do país contemplando cerca de milhões de pessoas”. Grupos e subgrupos linguísticos Segundo PEREIRA apud AMADEU (2016), (1924:2), o Chisena é uma língua banto falada em ambas as margens do rio Zambeze, desde o Chinde até Tambara. Os dialectos de Chiphodzo nas florestas de Chupanga e Chigombe na margem do norte do rio zambeze é que representa uma mais antiga forma desta lingua. Segundo Simbe (2004), o Chisena apresenta as seguintes variantes: Sena Gombe (Chigombe), falado nos distritos de Caia, Mutarara, Chemba, parte do distrito de Tambara e parte do distrito de Morrumbala (vale do rio Chire). Sena Phodzo (Chiphodzo), falado nos distritos de Marromeu, Mopeia e parte do distrito de Chinde. Sena Rambara (Chirambara), falado em toda zona alta do distrito de Morrumbala, sem se confundir com Chilolo, uma língua ainda não escrita mas falada estritamente à volta da sede do distrito. 4 . Sena Bángwe (Chibángwe), falado nos distritos de Cheringoma, Muanza, Dondo, Nhamatanda e parte da Beira. Sena Tonga (Chitonga), falado nos distritos de Maríngwe, parte do Guro, Tambara e Gorongosa. 2.3. Tradição do Povo Sena no Nascimento: Mabzuade Segundo MEQUE (1999,p,22) : “disse que tradicionalmente, quando uma criança nasce a mulher (akhapita madzuade). Antes de fazer esta cerimónia, ela era considerada mukho (tabu). A cerimónia consistia na lavagem de corpo dela num recipiente de barro. Depois de lavar-se, a pote com água suja era deitada num lugar especificado tornando-se mukho também”. Segundo MARQUES (1960,p,15), “a água suja é metida numa panela que assegura enterram perto duma árvore a qual ficava denominada madzuade”. Para MALUA (2014:1), diz que, podemos considerar que existe uma divergência na denominação do local em que se enterra a sujidade proveniente da mulher. Nesta cerimónia a mulher não podia receber outras visitas que não sejam as da mulher que já tenha concebido, o mesmo sucedendo o pai da criança. As mulheres senas para facilitar crescimento do pénis das crianças costumam fazer lhes massagens apos banho com um suco leitoso duma planta a quem dão nome de “delela” (MERQUES, Apud MALUA, 2014:1). Se esta cerimónia não era praticada, a criança podia ter anemia, ou, ate podia estar enxada. O marido também era obrigado de cumprir certas regras cuidadosamente. Durante este tempo depois do cumprimento da cerimónia, o povo acredita que a mulher já está limpa. MEQUE (1999:23). 2.3.1. Thati: 40 dias Depois de Nascimento Esta cerimónia se faz quando um bebé é tirado de casa pela primeira vez mais ou menos depois de nascimento, chamado thati. Suas mulheres dançam para ensinar anova Mãe para ensinar como cuidar do bebé. https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5980573819091844000 https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5980573819091844000 5 . 2.4. Ritos de Iniciação de Raparigas e Rapazes Segundo (MEQUES 1999:23): Quando uma menina atingir 14 anos, as jovens da mesma idade (já iniciada) dançam (maseseto) para ensinar a nova mulher. Os homens não estão admitidos para assistir a esta dança é para apenas mulher que tiram roupa para dança-la. Durante a tal dança batem palmas e usam os “makhacha”. A festa pode acabar uma semana ou mais dias, dependendo das condicoes económicas, ou comida disponível. Estas danças sevem de aulas iniciação e formação duma pessoa ou mulher bem-educada. As mulheres senas quando chegam à puberdade tatuam a parte superior das costas e baixo-ventre, parte superior do tronco, membros superiores e face, com o simples adornos, com cascas de manga, untura de cerva ou plantas queimadas. Usam ainda cintos de missangas com varias cores e enfeites com fins de estímulos eróticos os quais cai sobre baixo-ventre. (MARQUES apud MERQUES, Apud MALUA, 2014:1). Àsraparigas é reconhecida a sua capacidade procriadora no início das primeiras menstruações. A iniciação dos meninos faz-se numa maneira diferente de região para região, mas em Zambézia leva 2 ou 3 meses. Durante este tempo os meninos ficam no mato, ficam circuncidados, e aprendem como preparar um corpo morto, e tomar contas. Durante este período, não podem ficar em casa, mas “roubam’’ comida da casa a noite, esta cerimónia já não é muito praticada. (MEQUES, 1999:23). Na perspectiva de AMADEU (2016), quando se chega a puberdade, os rapazes assim como as raparigas senas escolhem um nome que mais lhe agradam, que duma maneira geral, é aquele que era conhecido seu avô paterno (para os rapazes) ou sua avó paterna (nas raparigas). O rapaz atinge a sua maior idade e capacidade para procriar, depois de um exame previamente feito pelo tio, mais velho, do tronco paterno, ao produto das suas seminações, necessárias a maturação para dar vida e gerar novos seres, reconhecendo este, pela cor que apresenta e pela consistência que oferecem. Este aconselha, então o sobrinho a procurar a mulher que mais lhe convenha e agrade para se unir pelo casamento.(idem) Os rapazes são insentivados neste período a procurarem “vhunguti”, um fruto da planta Nvunguti. Corta-se em pedaço este fruto, ainda fixo na árvore, ficando uma parte a https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5980573819091844000 6 . crescer na árvore enquanto que o outro pedaço é cortado e introduzido na garrafa com água e vai se tomando enquanto se controla o crescimento do outro pedaço que ficou na planta até ao tamanho que o rapaz deseje que o seu pénis tome. Daí corta-se este último pedaço para marcar paragem ao crescimento do pénis para não exagerar.(idem) Segundo AMADEU (2016), além desta árvore usam raizes de alguns arbustros de nome “Nhandhima” as quais mandam secar depois de trituradas e as outras são cortadas em pedaços e postas nas garrafas juntando com água para se tomar, este facto tem o nome de mizinha que é usado para dar potência sexual. Os senas geralmente não se tatuam, não são sujeitos a iniciação sexual nem a circuncisão, o que não quer dizer que não a façam, por vezes.(idem) As raparigas são reconhecidas as suas capacidades procriadoras no inicio das primeiras menstruações.(idem) Neste período o “phungo”, um grupo de parentes casados e que ja tenham concebido, é que lhes ensina os segredos da vida sexual, modo de se encontrarem com os futuros maridos, instruindo- as também sobre actos de purificação e higiene a manter na vida de mulheres casadas e futuras mães.(idem) As mulheres senas, quando chegam à puberdade tatuam a parte superior das coxas e baixo- ventre, parte superior do tronco, membros superiores e face, como simples adorno. Nao exageram as tatuagens, que são feitas por pequenas incisões que podem ser coloridas pelo uso da casca da manga, colhida em verde, ou preta, proviniente de uma untura de carvao ou plantas queimadas.(idem) As meninas são ensinadas pelas madrinhas contratadas pelos seus pais, a usarem “Mpfuta”sementes de nfuta (rícino) para puxar os lábios da vagina.(idem) Na perspectiva de AMADEU (2016), as tatuagens da parte superior do tronco só algumas vezes tem relevo. No entanto, o mesmo nao sucede com as da parte inferior do abdomen que representa relevo, consideravel. Usam ainda cintos de missanga com várias cores e enfeites, com fins de estimulação erótica, o qual cai sobre o baixo-ventre. 7 . 2.5. Processos de Casamentos/Matrimónios: Macungudzo~ 2.5.1. Lobolo Segundo MARQUES, Apud MALUA (2014:2), o casamento tradicional do povo sena realiza-se da seguinte maneira: Chegado o tempo de escolher mulher para casar, o “ sena”, dirige-se a um amigo, o vulgo “Nhacuvunzira[3]” e encarrega-o de procurar a rapariga escolhida e de a informar sobre as suas pretensões. A escolha recai numa rapariga que seja da sua raça mas de família diferente-Mututo. Estes factos são ainda reminiscências do totemismo e a escolha endoganismo. Iniciando os primeiros passos, o noivo trata de arranjar o “m¢pepe ”- dinheiro para entregar os pais da noiva como prova dos seus intentos. Os pais da noiva fazem o mesmo, os de noivo. Feito isso, o noivo arranja uma galinha que mata e vai entregar a mulher que escolheu para madrinha,- para que dela faça presente aos futuros sogros e que significa pedir serviço -mulenga Tana” que consiste o noivo antes de casar, servir os sogros por alguns anos. Em continuação das negociações arranja-se “saguate”- dativa mais substancial e valiosa o dinheiro ou gado com significado de pedir a noiva em casamento. No sul do vale de Zambeze predomina o”levatia” - o noivo constrói a sua própria palhota com ajuda dos parentes, situado deste modo próximo da casa dos futuros sogros. Algum tempo depois findo acto sexual o marido sai da palhota, a tia e outra mulheres vão verifica se consumou o acto e a noiva estava ou não virgem. Apoderam-se do despojo e saem da palhota em algazarra, mostrando o pano que ela era pura. No dia seguinte, os noivos vão banhar-se devendo a madrinha dar banho o noivo e padrinho à noiva ou vice- versa. Esta cerimónia chama-se kussambiça. Do momento que engravidarem não deixa a mulher de manter relações sexuais que só já em estado avançado da gravidez o deixa de fazer. (MARQUES, Apud MALUA, 2014:2). 8 . Em relação ao casamento, os senas são virilocais. Além disso, os sena gozam de endogamismo, a regra de casamento que obriga o indivíduo a escolher seu cônjuge dentro do mesmo grupo (local de parentes, de status, etnia etc.) ou outro grupo a que pertença. Segundo Osório apud AMADEU (2016), nos senas “phodzo” distingue-se as seguintes fases de casamentos: Luphato – declaração; Mphete – confirmação do ajuste e entrega de importância acordada; Malimbico – transição do namoro para o noivado oficial; Maxungudzo – pedido formal apresenado pelos pais do noivo, com oferendas de dinheiro, bebidas, panos, etc.; Gogodo – lamento ritualizado da mãe da noiva, feito perante o noivo, com o fim de lhe solicitar presentes; Sembwene – pagamento honorários devido às anciãs que ministram a noiva os ensinamentos tradicionais. Na perspectiva de AMADEU (2016): Quando se chega o tempo de escolher mulher para casar, o jovem dirige-se a um amigo, o Nhacubuzira e encarrega-o de procurar a rapariga escolhida e de a informar sobre as suas pretenções. A escolha recai numa rapariga que seja da sua raça, mas da familia diferente. Estes factos são ainda reminiscências do totenismo e a escolha “endogamismo”. No caso de ser correspondido dirige-se então a uma mulher que possa ser sua madrinha ou encarregada das “demarches” junto dos pais da futura noiva. Uma vez aceite o genro, é submetido a uma cerimónia de “pedir serviço”, que é uma tradição que consiste em o noivo, servir os sogros por alguns anos. Hoje, a exigência dos pais da noiva compreende, duma maneira geral, a construção duma palhota, ou abertura de uma machamba.(idem) 9 . Para os sena, no dia de casamento, dia em que a noiva vai deixar a casa paterna, as amigas e parentes vem despedir-se, trazendo-lhe presentes, que são os mais variados e conforme as posses de cada um oferecendo a mão , por sua vez, alguns cestos de cereais. Organiza-se, o cortejo que conduz a futura esposa à casa do marido. Quando chegam despedem-se desejando-lhe muitas felicidades.(idem) Para AMADEU (2016): lá, a tia do noivo é que conduz a rapariga à sua palhota e, ali, despe-a e deita-a numa esteira sobre um lençol ou pano branco, onde fica à espera do marido que permanece numa palhota próxima. Depois o noivo vai na palhota onde se encontra a noiva para realizar o primeiro acto sexual. Findo o acto sexual, o noivo sai da palhota e junta-se ao grupo que festeja as suas bodas. Entretanto, a tia e outras mulheres vão verificar se consumou o acto e a noivaestava ou não virgem. Apoderam-se do despejo e saem da palhota em grande algazarra, mostrando o pano , como a forma de comunicar a todos que ela era pura. Ficando a viver juntos, o marido que tratar a sua esposa com especial carinho podia ser obsequiado pelos sogros com oferta de uma segunda mulher geralmente irmã ou próxima parente da primeira. Este tipo de matrimónio, é designado por ximbire e é isento demphete. (idem) 2.5.2. Lei do Auto Conjugal: Mwambo Wa Kupitiswa MARQUES, Apud MALUA (2014:2), diz geralmente na família sena, a sogra é quem dá as ordens às noras naquela casa. Quando uma nora chega a casa ela pode cozinhar, mas não dividir a comida. As mulheres é que escolhem as partes melhores duma galinha para servir aos homens: a perna, as moelas, o pescoço, o peito, o rabo, o fígado. Ficam para mulheres somente as costelas, pés, asas e cabeça. Para servir nsomba (um peixe preto com barbas), ele divide-se em 4 partes: a cabeça vai na mesa dos homens, a barriga às mulheres, a primeira parte atrás da barriga aos homens, e a segunda às mulheres. Depois de jantar, os membros da família falam sobres os acontecimentos do dia, trocam anedotas, e contam estórias que ensinam as crianças. Estes contos chamam-se Pithakhano. (idem:2) https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5980573819091844000 10 . 2.5.3. Cerimónia de Ensinar Novo Casal (Manyalala) Para MARQUES, Apud MALUA ( 2014:2), salienta que, dentre as cerimónias de ensinar o novo casal destacam-se: Nyongolo e Maviniro a Nkwangwa: uma dança em que a noiva é ensinada para animara o marido, isto é agradecer ao marido pelas ofertas de roupas que vai comprar para ela durante a vida caseira. Kuphata Nfuta: acção de ungir com óleo, a mulher senta-se na cadeira especial denominada “m¢phando” em que esfrega no corpo em quanto o marido observa. É um tipo de teatro para animar o marido; Kupaswa Mafuwa: fazem esta cerimónia para dar instrução à noiva sobre a cozinha. É cerimónia de entregar à noiva as pedra para cozinhar (Kupaswa mafuwa). 2.5.4. A Gravidez: Makhurudzu De acordo com MARQUES, Apud MALUA (2014:3) explica que, quando uma mulher casada fica gravida três meses, ela faz uma dança para mostrar que ela chegou no outro nível da vida. A partir daí ela pode tirar o seio fora do vestidol (que é proibida até aquela altura). Na dança só participam as mulheres idosas e a principal jovem. Um partir desta dança é a verificação na parte da sogra que a nora é realmente gravida. Se a nora mentiu ela está sujeita a morte. 2.6. Cultura material 2.6.1. Roupa tradicional Segundo MEQUES (1999:40), a roupa tradicional do povo Sena foi muito influenciada pelos árabes que fizeram o primeiro negócio no rio Zambeze. Os utilizavam kaphndu, um lençol que passava entre os pernas e foi amarado, junto com uma camisa comprida. As mulheres ricas utilizam roupa comprida com mangas compridas. https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5980573819091844000 https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5980573819091844000 11 . Quando uma mulher veste-se desta maneira ninguém critica. É bem vestida. As meninas são obrigadas de manter os seios cobertos. Depois das cerimónias de gravidez (makhurudzu) a senhora já não tem esta obrigação. (idem) 2.6.2. A beleza da mulher: tatuagem Para MEQUES (1999:41), refere que, depois das cerimónias de iniciação das meninas havia tatuagem de vários tipos: necente, nas pernas, cikudzire, na coluna, n`sago, no braço; n`kwenyabwerera, nos ombros; pithatha, na barriga; e maborosa, nas costelas. Havia tatuagem na cara para identificar o povo sena, mas pequenas tatuagens, não muitas como faz o povo makonde. 2.7. Práticas agrícolas Segundo AMADEU (2016), as praticas agricolas para os senas tem haver com a localização deste grupo linguístico, onde os que se encontram mais proximo do rio Zambeze dedicam as culturas como arroz, milho, batata-doce e pequena hortaliça. Os que se localizam distante deste rio dedicam as culturas como mexoeira, murumbi, mapira (gonkho), e praticam agricultura de rendimento de algodão e um pouco de gergelim. (idem) Para Rita Ferreira na sua obra “Povos de Moçambique, Histórias e Culturas”, defende que o trabalho agrícola para os senas é da responsabilidade da mulher, cabendo aos homens apenas a derruba e a construção de defesas contra animais. Cultiva-se milho, mapira, mexoeira, batata-doce e diversos tipos de arroz e feijão.(idem) Nas regiões mais altas e de solos mais leve surge o amendoim e a mandioca. Entre as árvores frutiferas destaca-se a mangueira e sobretudo a bananeira. Juntamente com os antecedentes, as palmeiras e alguns citrinos, concedem direitos de propriedade sobre a terra ocupada.(idem) 2.7.1. Tipos de comida/alimentação Para MEQUES (1999:41), nome os tipos de comida seguinte: Bambaya – Batata-doce; Mbawala - Gazelamais alta Cimbamba - feijão 12 . Macuwere - milho pequeno Mafuta – óleo Mpunga - arroz Murumbi - milho muito pequeno Nkati - pão Nsima - farinha cozinhada Nsomba - carne ou peixe. Na perspectiva de AMADEU (2016), o tipo de alimentação tipica para os senas é a farina demexoeira, seguindo de gonko “mapira”, milho, e tuberculos como batata-doce, rizoma “mpama”. Em termo de frutos silvestres que os sena mais gostam são matondo, ndalala, nhongolo ndheme e massanica, malambe, mpfula, para além de outros. 2.8. A construção de casa Para MEQUES (1999:42), O povo sena tem dois tipos de casas tradicionais: nyumba ya ndzulu (tipo primeiro andar) e nyumba ya pantsi (construída no chão). O primeiro tipo constrói-se da seguinte maneira: Mante-se mphanda na terra. São as colunas que levantam a casa para cima. Depois metem-se vigas transversais chamadas miamba. As tábuas do chão chamam-se waliso ou waliro. Deixam- se as tábuas estender-se para fazer um tipo de varada mbidza.(idem) Depois de erguer - se outra coluna, chamadas manjingo. A coluna principal no meio do chão que vai para o tecto chama-se mitanda a machiru, que significa “ onde ocorre o rato” Para fazer o tecto, estendem-se estacas principais chaadas miyendo e outras estacas chamada m`palopalo,. Se todas estacas vão para o centro (o tecto é quadrado). Se o tecto é rectângulo, a viga principal em cima do tecto chama-se khasa. O tecto faz de capim amarrado em molho, chamado phembo. 13 . Cobre-se a casa com o capim chamado nsanzi. As vezes fazem uma porta feita de caniço (mitete) chamada liseko.(idem:43) No segundo tipo de casa, nyumba ya pantsi, utilizam colunas macikua. As paredes são feitas de capim, chamado nfufu . As vezes fazem pequenos buracos (janelas) para espreitar fora chamado mampego. (idem) São sempre os homens que fazem a construção, mas as mulheres podem limpar o sítio antes de construir. E na construção de outras casas, os vizinhos ajudam a família construir, e a família prepara comida para o evento. 2.9. Danças culturas Para MEQUES (1999:43), As danças tradicionais que não tem nada a ver com os demónios, mas simplesmente fazem parte do património cultural do povo Sena. As danças do povo Sena distintivas e facilmente reconhecidas. Todos sabem que aquele estilo é Sena. Também comemora-se nos eventos e datas na história. Fazem lembrar o que passou. Sedo: uma dança que usa 9 batuques de várias alturas, dançando quando alguém morrer., depôs do enterro. Os participantes põe mascaras, como fosse carnaval e para animar e aliviaras pessoas. Use: uma dança de tristeza, com um só batuque. Dança-se durante funerais, antes do enterro. Djagadja: dança-se com máscaras (mas não com tantas máscaras) para alegrar pessoa depois de morrer. Usam três (3) batuques, e todos os homens e mulheres que sabem dançar podem participar. Manyalala: uma dança das mulheres dançada quando uma noiva casa-se. É educativo; as mulheres cantam para ensinar o casal que tem que ter respeito. Ngundula: uma Dança para todos, com três (3) batuque, para jovens em festas quaisquer. 14 . As danças podem ser substituída nas igrejas com coros ou conjuntos de musicais para jovens. Os jovens não praticam estas danças, mas podem utilizar os instrumentos musicais (como o mbango para cantar o senhor). (idem: 45) Na perspectiva de AMADEU (2016), para alem das dancas acima citadas, os senas tambem são notáveis os seguintes tipos de danças: Masesseto: quando uma menina atinge 14 anos, as jovens da mesma idade (já iniciadas) dançam para ensinar a nova companheira. Os homens não são admitidos para assistir a este tipo de dança. É simplesmente para as mulheres e todas tiram roupa no processo de dança. A festa desta natureza muita das vezes leva uma semana a se realizar; Makhurundzo: quando uma mulher casa e fica grávida de três meses, ela é submetida a este tipo de dança, para mostrar que verdadeiramente está naquele estado; Thati: é uma das cerimónias que se realiza depois de se tirar dentro da casa um bebé récem-nascido. Realizam esta dança para ensinar a nova mãe como tomar conta do bebé; Cikudzire: uma dança que se realiza em conjunto entre rapazes e raparigas. Usam três batuques e acompanham batendo palma, é para ocasiões especiais, só para alegria ou consolar um familiar depois dum falecimento; Likhuba: uma dança de rapazes com meninas, usam três batuques, com o mesmo significado do cikudzire; Valimba: uma dança com música de marimba, todos dançam em conjunto, por alegria para fazer festa a uma pessoa; Os senas praticam danças culturais que não têm nada a ver com os demónios, mas simplesmente fazem parte do património cultural. As danças são distintas e facilmente reconhecidas. Todos sabem que aquele estilo é sena. (Idem) 2.9.1. Pithankano: contos educativos De acordo com MEQUES (1999:46), explica que, o objectivo do conto educativo foi ensinar valores importantes as crianças. Este tipo de conto tem uma sessão em que aquela pessoa que conta a história canta uma pequena canção, com respostas antatas pelos ouvintes. 2.10. O Sistema jurídico Tradicional dos Senas Segundo AMADEU (2016): 15 . Os “senas” no seu governo tradicional há estados grandes onde reina um Nyakwawa (régulo), junto com um ajudante chamado Saphanda e uma assembleia de conselheiros Mathubo. Uma pequena povoação é governada por um pequeno chefe chamado Nfumu que é um termo usado para mostrar respeito para pessoa. Normalmente em casa do Nyakwawa e até mesmo Nfumu, tem tido um alpendre (Matchesa), onde se resolvem problemas da comunidade juntos com os seus Saphandas e Mathubo. (idem) O aviso da reunião tem sido por meio de toque de um batuque “nyanga”. Se o rei tiver uma maior porção de terra a governar, ele tem mandado os seus ajudantes para avisar todos os mafumos, onde cada um destes avisa o seu povo. No julgamento, as sanções são feitas por torturas às pessoas desprovidas de razão.(idem) Para MEQUES (1999:35), explicaque, no governo tradicional havia estádios grandes onde reinava o mambo (rei), juntos com ajudante dele (saphanda). Uma assembleia de conselheiros (mathubo) também servia o rei. O nhandal avisava o rei de acordo com o espirito territorial da região. Atras de cada Governo que controlava as decisões do rei. O chefe chama se mweni. (idem:35) Para MEQUES (1999:41), diz que, falando do sistema jurídico, refere-se a normas oficiais interdependentes que, portanto, reunidas segundo um princípio unificador e tem como finalidade de dar disciplina a convivência social e preceituar a conduta dos indivíduos. Sendo assim, falando e tocando a parte particular e peculiar da cultura ou do grupo etnolinguístico a/ou dos Senas, importa fazer uma menção de que a tal cultura, tem sua maneira de julgar, para manterem a sua convivência em ordem. (idem) Na cultura referida, há uma presença do Nhänkwawa (traduzindo: Regulo ou Líder), que portanto, tem o poder de julgar. 2.10.1. Formas de poder, eleição, sucessão e herança Na perspectiva de AMADEU (2016), o governo tradicional dos senas, em todos reinados existe alguém que avisa o rei de acordo com a vontade do espírito territorial da região. Este é chamado“Nhandalo”. A terra é propriedade do régulo, cujo este, divide para diversos agregados familiares. (idem) 16 . Normalmente o rei ou régulo aponta um filho que lhe concede hábil para tomar a herança do pai. Geralmente tem sido o filho primogénio, mas no caso de morrer antes de apontar o filho, os saphandas e mathubo reunem-se para escolher o filho do rei capaz de lhe suceder. (idem) No dia de empossamento ocorrem cerimónias acompanhadas de muita festa, onde não falta bebidas como sura, cabanga e nipa.(idem) 2.10.2. O tribunal de Mwavi Segundo MEQUES (1999:16), para o decorrer do julgamento, os Senas, tem sua casa que serve de julgamento, a chamada “Tribunal de Mwavi”, entretanto, é o Nkumbasa que faz o Tribunal de Mwavi. Também é chamado de Saphenda, porque ferve a palha numa caixinha chamada, portanto, phenda. Se por acaso numa área (a dos senas) entrar um leão, o mambo convoca a participação de todos para se reunir, este, porem, dizia: ` mulheres têm que fazer uma viagem chamada likwekwe. 2.11. Organização Social e Politica 2.11.1. Parentesco Na perspectiva de AMADEU (2016), uma pessoa sena pode identificar a sua geneologia a três coisas: dzindza dele (sena), nthupo e o nkhondo. Dentro do ndzindza há vários mithupos. O nthupo e o nome do louvor do clã, e o nome do tabu associado com o clã. Pode identificar familiares distantes com a pergunta: nthupo anu ndimwe ani. Com a resposta, ndife nthambo. 2.11.2. Religião tradicional: A vida depois da morte Para MEQUES (1999:4), refere que, quando alguém morrer, não é o fim da vida, o povo sena acredita na existência da Deus por natureza. Os antepassados são mediterrânios e os levam a Deus, quando eles rezão têm que por farinha no chão, para todos os escravos mortos, outra farinha para os dos senhores, importantes mortos, e depois outra farinha que represente Deus. Depois da morte a alma das pessoas boas estão com Deus, e também acreditam que ficam perto para serem contactadospelos vivos. (Idem: 4) 17 . 2.11.3. Nomes de seres espirituais Para MEQUES (1999:41), os nomes de seres espirituais sao seguintes: Deus verdadeiro: Mulengi é o criador de tudo. (Kulenga, significa criasr). Antigamente o povo sena não conhecia o deus verdadeiro, eles adoravam Mulungo que é muzimo (antepassado) de um grande homem. Muya: o termo significa vento para os senas, e foi introduzido pelos missionários para referir ao espirito de Deus (muyawa mulungo, ou muyawamulegi) (Idem p.5) Nzimo: são espirito dos antepassados mortos. São revinvenciados entre os poucos Sena e são considerados santos. Os muzimo protegem as pessoas vivas, e servem como medicamento entre elas. O povo sena não adora ídolos, apenas constroem casinhas para os muzimo, mas nunca fizeram ídolos (Idem) 2.11.4. Nome de demónios Madzoka: denomina a demónio ou +pessoa endemoniada, é o poder utilizado pelos curandeiros. Cikwangwali: são demónios muito terríveis, cheios de maldade. O povo tem muito medo deles, eles possuem pessoas sem serem convidados e são muito poderosos.(idem) NtumwiwaMulengi em sena Snifica foi enviado, e sérvio para os missionários para denominar anjos. (Idem p7) 2.11.5. O Nyandalo: um profeta tradicional Para MEQUES (1999:7), entre o povo sena existe um homem chamado Nyandalo, este não bebe não fuma, não provoca a ninguém, não é curandeiro nem feiticeiro, ele tem a função de um profeta, onde avisa a população em caso de perigo, e da algumas soluções para os problema que se avizinham. 2.12. Médicos tradicionais (Manganga) Segundo MEQUES (1999:41), entre os povos cena existem dois tipos de curandeiros: aquele que cura, somente com ervas e raízes naturais, ele só conhecemedicamentos. E aquele que fica endemoniado que sonha, fazadvinhas. 18 . 2.13. A morte entre os povos sena Na perspectiva de MEQUES (1999:41), diz que esta etnia a morte é concebida como algo assaz mente temeraria, fautora de profundas dores e constelações no amago dos perdedores de um dos membros da família (a pessoa mais amada). Segundo o nosso entrevistado João Caetano líder do Bairro Consito distrito do dondo, ele concebe a morte como o desaparecimento físico de uma pessoa (atendendo e considerando que estamos na perspectiva antropológica).(idem) Mas, por mais que seja dorida como for esta morte, eles estão a qualquer momento consciencializado que pode aparecer a morte a qualquer altura para qualquer um, ficando por este motivo preparados para encara-la, por ser algo natural.(idem) 2.13.1. Funeral Para MEQUES (1999:41), Obteve os seguintes resultados: quando alguém numa dada sociedade morre, consideram que a família do malogrado encarrou sofrimento, portanto, vão na casa desta família enlutada outros familiares, amigos, inclusive toda comunidade com intuito de comungar a mesma dor e dirimindo a assaz dor da família enlutada, tendo-se aglomerado todos na casa do falecido, a família juntamente com os outros de sentimentos profundos, procuram organizar materiais fúnebres como caixão pode ser tradicional, usam enxada, pá, picareta, catana, as vezes machado para abertura de uma tumba. Depois de preparação da tumba, levam o corpo para o caixão e de seguida procedem para o cemitério local onde será depositado o corpo do malogrado, acompanhando com cânticos fúnebres, podem ser também de carácter religiosos. No cemitério, eles cantam e fazem orações de despedida do malogrado, e vão assim sepultando o corpo.(idem) 19 . Depois do enterro, todos voltam para casa do falecido, para se despedirem com a família em profundas tristezas, sensibilizando-ma desejando a paz e a felicidade. Dai, vão só esperando a cerimónia do sétimo dia, que é a cerimónia de purificação.(idem) Na perspectiva de AMADEU (2016), se o defunto era um homem casado, a viúva é herdada pelo cunhado, que tem por obrigação olhar pela familia do defunto. Se a viúva, porém, passado alguns meses preferir casar com outro homem, nada a impede de a fazer, findo aquele tempo considerado tabu. Os filhos do morto são pertença do tio mais velho. 2.13.2. Cerimónias de purificação Para MEQUES (1999:8), diz que, No tocante a cerimónias de purificação a sra. Ginoveva, uma outra entrevistada, residente do mesmo bairro, e mesmo distrito, sustenta que as cerimónias de purificação actos ou cerimónias praticadas para depurar maus espíritos que talvez provocaram ou terão ficado depois de algo sinistrorso (acidental) ter ocorrido numa casa. Eles consideram que cada fenómeno negativo, de (caracter acidental), tem sua cerimónia específica de purificação. Entretanto são tantas cerimónias, outras são: Segundo CABRAL apud AMADEU (2016), nos senas, quando há morte, tem que se praticar a cerimónia de pita kufa. Quando não se pratica, outras pessoas também podem adoecer e tossir sangue e até mesmo morrer. Para cumprir a cerimónia, matam uma galinha ou mais que representa a pessoa morta. Comem todos juntos. Assim comunicam comunhão, e ficam purificados. Guardam os ossos e quando outros vem de longe mais tarde, estes pegam os ossos, para mostrar comunhão com a familia. Se leva um ano ou muito tempo para chegar, a familia que vier de longe tem que tomar tabaco junto ou fumar do mesmo cigarro.(idem) Antes de se completar a cerimónia de pita kufa, ninguém da família pode ter qualquer acto sexual e toda aldeia mantém o mesmo cuidado, principalmente os que participaram directamente. Se alguém não 20 . cumprir esta regra , deve ir ao dono da cerimónia para confessar para não sofrer as consequências pelo incumprimento.(idem) Segundo MEQUES (1999:8), -Pita-kufa, Cerimónia de purificação feita através de relações sexuais sem proteção que envolve a viúva que recentemente perdeu seu marido e um homem purificador. Este purificador em normas deve ser irmão do falecido, só na falta do irmão, pode se recorrer a outro qualquer homem de fora habilitado pra tal. Pita-kufa, não pode ser realizado por impotente sexual, porque o não cumprimento de meta, provoca problemas para própria pessoa que arisca e inclusive a própria família enlutada., como doenças constantes, azares e outras mortes. Pita-kufa é realizada em três dias e no mínimo três vezes de actos sexuais por dia.(idem:8) Na perspectiva de AMADEU (2016), para além de pita kufa, os senas são submetidos a outros tipos de cerimonias, como: pita mazwade, pita mphepo, pita moto entre outras. A cerimónia de pita mazwadue, consiste nas cerimonias pós-parto, para retirar o bébé dentro da casa, onde os progenitores da ciança são submetidos a esta cerimónia. A cerimónia de pita mphepo, é feita quando há um aborto, ou quando a criança perde a vida em menos de uma semana, que para a sua purificação são obrigados por tradição os familiares em especial os de cumprir com o mandamento da tradição. A cerimónia de pita moto, é feita quando há um incêndio, que na explicação tradicional para o facto não venha a ocorrer de outras vezes, os proprietários da casa, em especial os pais são obrigados a ter relações sexuais como forma de purificar a casa. Para MEQUES (1999:41), Pita-moto são cerimónias realizadas também por actos sexuais quando houver incêndios em casa. Ela é realizada por um casal de casa a fim de esconjurar maus espirito que provocaram o sinistro. Também o não cumprimento do mesmo pode provocar azares e casos congéneres a estes. 21 . -Pita-panhumba, cerimonia realizada por família no caso de haver o desaparecimento físico do marido ou da mulher sendo chefe da família, esta cerimonia, é para purificar a casa e também para substituição do viúvo ou da viúva, para tomar o lugar do malogrado.(idem:8) Em geral, para os senas cada algo maligno ou bom que acontece por exemplo na compra de qualquer algo de valor, para garantir o bom funcionamento deste, tem que praticar uma cerimónia. (idem) 2.13.3. Morte: Kufa Segundo MEQUES (1999:4 ), diz que: Se alguém morrer, tem que se praticar a cerimónia de Kufa. Quando não se pratica, outras pessoas também podem morrer. Para cumprir a cerimónia, matam uma galinha (ou mais) que representa a pessoa morta. Todos comem juntos, guardam os ossos, e quando outros veem de longe mais tarde, estes pegam os ossos, parra mostrar comunhão com a família, e a que veem de longe tem que tomar tabaco juntos ou fumar do mesmo cigarro isto ocorre depois de muito tempo. Até esta completa a cerimónia da galinha, ninguém pode ter qualquer contacto sexual, e se alguém não cumprir esta regra tem que ir ao dono da Kufa[4], e confessar, “não consegui cumprir a vossa Kufa” se não, vai tossir sangue e morrer. Antes do enterro, uma dança de tristeza (chamada use) é dançada usando um só batuque (uma lata). Depois de enterro, dança-se cedo, usando 9 batuques de várias altura. (Idem:4) 2.13.4. Nomes de Seres Espirituais De acordo com MEQUES (1999,pp, 4 à 7), menciona e explica os nomes de seres espirituais seguintes: Nomes de Deuses: deus verdadeiro (mulungu) e o criador de tudo (kulenga). O povo sena adoram mulungu, que e o nzimu (antepassado) de um grande homem. Os primeiros missionários aceitaram mulungu parra o nome de deus. https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5980573819091844000#_ftn4 https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5980573819091844000 22 . Muya: o termo significa “vento” ou “ar” mas foi introduzido por mansionários para espirito de deus (muya wa mulungu ou muya wa mulungu). Assim acreditam que o ser humano tem três partes: corpo (manungo), alma (ntimaque significa “coração”) e o espirito (muya). Minzimu: são os espíritos dos antepassados mortos e considerado porpovo sena como muito santos. As pessoas convidam os mizimus para viver com eles, dão lhes comida e comunicam com eles. Os mizimus protegem as pessoas vivas e servem como mediador entre deus criador. 2.13.5. Nomes de Demónios Segundo MEQUES (1999,pp, 4 à 7), menciona e explica os nomes de Demónios seguintes: Madzoka: demónios ou pessoas endemoninhadas. É o poder utilizada por curandeiros. Cristo expulsou Madzoka na bíblia são os demónios que veem a uma pessoa que dizem que são mizimus assim a pessoa torna-se curandeiro. Cikwambo: Demónio forte, como Cikwangwali. Cikwangwali: são demónios muito terríveis cheios de maldades. O povo tem muito medo deles que possuem pessoas sem serem convidados, e são muito poderosos. Ninguém convidada este espirito para viver com eles. Os anyansolos (profeta tradicional) têm dificuldades em expulsar estes demónios das pessoas. Uma maneira em meter a pessoas endemoninhada numa cabana e ascender a casinha com fogo. A pessoa é retirada no último momento da cabana a arder assim pode ficar de Cikwangwali. Nzunzu: o Cikwangwali do rio ou mar, um tipo territorial que vive na água. 2.14. Médicos Tradicionais (Maganga) do Povo Sena Ng¢anga Wa Kunziwa Mitombwe: este é o primeiro, que cura somente com ervas e raízes naturais, “ curandeiro que só conhece medicamentos, e não tem nada ver com demónio, (MEQUES, 1999: 14) https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5980573819091844000 23 . Nyansolo: o nome refere-se “ aquele que tem que sonhar”, para curar identificar a origem duma ou da morte de alguém usa o poder do diabo (os Madzoka), e tem que ficar possuído por um espirito para fazer o teu trabalho.( Idem:14) Nyankhundo: especialista na descoberta de feiticeiros este é muito temido pelo mfiti “feiticeiro”, porque sempres consegue descobri-lo. Toca o batuque, depois sobe no telhado da casa já endemoninhado assim começa falar sozinho e persegue até apanhar. Bate o feiticeiro com a cauda dum animal o caso é levado ao régulo ou mambo para ser julgado. Muitas vezes o feiticeiro é morto. (Idem: 15) 3. CONCLUSÃO Concluímos que, é preciso compreender a cada etnia antes de julgarmos, visto que, sociedades diferentes tem etnias diferenciadas numa determinada nação, o que se traduz na diferente concepção sobre a educação e todos prestígios da cultura. Importa referir que, as senas ocupam toda área compreendida pelas terras marginais do rio Zambeze, desde Tambara (Manica), circunscrição de Chemba (Sofala), ate ao delta do grande rio, concelho do Chinde (Tete e Zambézia), com excepção de uma pequena faixa correspondente a área do Posto Administrativo de Ancuaze, que é habitada por indígenas que se dizem pertencer ao grupo dos Maganjas e que tem características muito distintas na indone e nos hábitos. Com este estudo, possibilitou abrir o nosso horizonte no campo educacional, quando exatamente, referimos de conhecimento da realidade que é umas das etapas de planificação educacional, onde fazemos diagnostico e coleta de conhecimentos, experiências, culturas ou etnia dos estudantes para conduzirmos melhor o processo de ensino e aprendizagem no alcance dos objetivos almejados. 24 . Referências Bibliográficas AMADEU, Abel, Habitos e Cultura do Povo Sena, 2016. MALUA, Rajabo, Sena Manhungue e Chuabo, Beira, 2014. MEQUE, J. Domingos. Apontamentos da Cultura do Povo Sena, IDLC, Beira, 1999. SIMBE, Dionísio, Dicionário Chisena-Português, editora RM, Maputo, Moçambique 2004.
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