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102 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Unidade III 5 INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE FUNÇÃO Para esta unidade, iremos apresentar um dos conceitos mais importantes da matemática e um dos mais difíceis de ser entendido: o conceito de função. Essa é a parte da matemática cuja aplicação é de extrema importância. Apresentaremos o significado de x como uma variável e suas aplicações cotidianas. Para o correto entendimento do conceito de função, é necessário que todos os itens que compõem sua definição sejam adequadamente definidos e entendidos. 5.1 Álgebra dos conjuntos 5.1.1 Conjuntos Os conjuntos são agrupamentos, classes, categorias de elementos que têm uma característica em comum. Essa característica em comum é que define o conjunto. Por exemplo: A = Conjunto dos alunos do primeiro ano do curso de matemática da UNIP. B = Conjunto dos guitarristas canhotos de rock. C = Conjunto dos dinossauros que vivem atualmente na América do Sul. Os conjuntos podem ser vazios, ou seja, nenhum elemento contém aquelas propriedades que definem o conjunto. O exemplo C é um modelo de conjunto vazio, e tem um símbolo especial para ele: ∅. Na matemática, os conjuntos são representados por letras maiúsculas. Se forem conjuntos conhecidos ou definidos, usam‑se as letras iniciais do alfabeto (A, B, C). Se forem conjuntos desconhecidos ou variáveis, usam‑se as letras finais (X, Y, Z). 5.1.2 Elementos Os elementos são as entidades que possuem a característica que define o conjunto. Não há ligação física entre um elemento e um conjunto, como também não há ligação entre os elementos de um mesmo conjunto. Elementos de um conjunto não formam grupos nem precisam estar geograficamente próximos. Apenas possuem uma característica comum. 103 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA Por exemplo: Conjunto A = {todos vocês} Conjunto B = {Jimi Hendrix, Eric Gales, Tony Iommi, Paul McCartney, Kurt Cobain, ...} Conjunto C = { } = ∅ Na matemática, os elementos são representados pelas letras minúsculas do alfabeto, e usam‑se também as iniciais para elementos conhecidos e as finais para as variáveis ou desconhecidos. A fim de indicar que um elemento possui a característica que define um conjunto, usa‑se o símbolo de pertinência ∈, e diz‑se que o elemento a pertence ao conjunto A, ou a ∈ A. Se um elemento não possui a característica, diz‑se que o elemento a não pertence ao conjunto A, ou a ∉ A. 5.1.3 Número de elementos O número de elementos de um conjunto (também chamado de cardinalidade do conjunto) é a quantidade de elementos que possuem a característica que define o conjunto, ou seja, o número de elementos que pertencem ao conjunto. Ele é simbolizado por n(A), que representa o número de elementos de um conjunto. Por exemplo: A = {1, 2, 3, 4} → n(A) = 4 B = {a, b, c, ..., x, y, z} → n(B) = 26 C = {x ∈ /x2 = 9} n(C) = 2; (C = {‑3, 3}) 5.1.4 Representações Os conjuntos com seus elementos admitem, principalmente, três tipos principais de representação: Enumeração (por extensão) É quando listamos todos os elementos de um conjunto, ou deixamos indicado, de forma clara, quais seriam eles. Por exemplo: Números naturais = N = {0, 1, 2, 3, ...} Ataque da seleção brasileira de 1970 = {Jairzinho, Gérson, Pelé, Tostão, Rivelino} Sobrinhos do Donald = {Huguinho, Zezinho, Luisinho} 104 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Lei de formação (por compreensão) Muitas vezes é conveniente citar a característica que define o conjunto, em vez dos seus elementos. A essa característica se dá o nome de lei de formação. Por exemplo: A = {seleções campeãs da copa do mundo} B = {letras do alfabeto grego} C = {x ∈ /x > 2} Diagrama de Venn‑Euler Em certos casos, principalmente nas análises genéricas ou estruturais das teorias dos conjuntos, não nos interessa saber quem são os elementos dos conjuntos, ou nem mesmo quem é o conjunto. Só queremos estudar o que acontece em certos casos com qualquer conjunto que seja. Nessas situações, fica mais fácil utilizar uma representação dos conjuntos na qual não seja necessário defini‑lo (lei de formação), nem listar seus elementos (enumeração). Para tanto, usamos os diagramas que representam conjuntos genéricos, conjuntos quaisquer. Exemplos: a) b) Figura 25 A representação por diagrama muitas vezes nos dá a ideia incorreta de que os elementos de um conjunto estão ligados a este, que estão fisicamente próximos ou mesmo “dentro” dos conjuntos. Como já vimos, nada disso é verdade. A única ligação é que o elemento possui a propriedade que define o conjunto. Pense, por exemplo, no conjunto das pessoas que têm olhos castanhos. Os elementos desse conjunto estão espalhados por quase todos os cantos do planeta e certamente não devem ter muita coisa em comum fora o fato de serem homo sapiens e terem genes para olhos castanhos. Mas mesmo assim, são um conjunto, no sentido matemático do termo, e poderiam ser representados pelos conjuntos A ou B anteriores. 105 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA 5.2 Operações com conjuntos 5.2.1 Operações Assim como estamos acostumados a fazer operações com números, existem também operações com conjuntos, que obedecem a regras e nos permitem resolver problemas. Como uma adição de dois inteiros nos dá outro inteiro, uma operação com conjuntos nos dá outro conjunto, ou seja, a adição entre 5 e 2 nos dá outro número, o 7, e dessa mesma forma uma operação entre dois conjuntos, A e B, nos dará um terceiro conjunto, por exemplo, C. Vamos conhecer essas operações. 5.2.2 União A união dos conjuntos A e B nos dá um conjunto C dos elementos que têm a característica do conjunto A ou a característica do conjunto B. Aqui a palavra‑chave é ou, o que inclui os elementos que têm somente a característica do conjunto A, ou somente a característica do conjunto B ou então as duas. Matematicamente, temos: { }A B C x | x A x B∪ = = ∈ ∨ ∈ Constam a seguir exemplos de conjuntos: 1. A = cachorros famosos = {Lassie, Rin Tin Tin, Scooby‑Doo, Snoopy, Pluto, Pateta} B = gatos famosos = {Garfield, Tom, Frajola} C = cachorros famosos ou gatos famosos Portanto, o conjunto C será: C = A U B C= {Lassie, Rin Tin Tin, Scooby‑Doo, Snoopy, Pluto, Pateta, Garfield, Tom, Frajola} 2. Sejam os conjuntos: E = {x ∈ / x > 2} F = {x ∈ / x < 10} O conjunto união G = E U F G = E U F = 106 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III 3. a) H b) I Figura 26 J = H ∪ I H I Figura 27 5.2.3 Intersecção A intersecção dos conjuntos A e B nos dá um conjunto C dos elementos que têm a característica do conjunto A e a característica do conjunto B. Aqui a palavra‑chave é e, o que inclui os elementos que têm a característica do conjunto A e também a característica do conjunto B. Quem possui somente uma das duas ou nenhuma delas está fora. Matematicamente, temos: { }A B C x A x B∩ = = ∈ ∧ ∈ A seguir apresentamos alguns exemplos de conjuntos de físicos: 1. A = físicos famosos do século XX = {Einstein, Rutherford, Bohr, Heisenberg, Planck} B = físicos alemães = {Einstein, Abbe, Bednorz, Planck, Hertz, Webber, Heisenberg} C = físicos alemães famosos do século XX = {Einstein, Planck, Heisenberg} 2. Sejam os conjuntos: E = {x ∈ / x > 2} F = {x ∈ / x < 10} G E F {x / 2 x 10}= ∩ = ∈ < < 107 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA 3. a) H b) I Figura 28 J = H ∩ I H I Figura 29 5.2.4 Diferença simétrica A diferença simétrica dos conjuntos A e B nos dá um conjunto C dos elementos que têm ou a característica doconjunto A ou a característica do conjunto B, mas não as duas. Essa operação resulta num conjunto que inclui os elementos que têm somente a característica do conjunto A e também os elementos que têm somente a característica do conjunto B. Quem possui as duas características ou nenhuma delas está fora. Matematicamente, temos: { }A B C x | x A x B∆ = = ∈ ∨ ∈ A seguir exemplos de conjuntos de físicos: 1. A = alguns físicos famosos do século XX = {Einstein, Rutherford, Bohr, Heisenberg, Planck} B = alguns físicos alemães = {Einstein, Abbe, Bednorz, Planck, Hertz, Webber, Heisenberg} Assim, determina‑se o conjunto C: { }A B C x | x A x B∆ = = ∈ ∨ ∈ Portanto, C terá a forma: C = físicos famosos do século XX ou físicos alemães 108 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III C = {Rutherford, Bohr, Abbe, Bednorz, Hertz, Webber} 2. Sejam os conjuntos definidos a seguir: E = {x ∈ N/ x > 2} F = {x ∈ N/ x < 10} Determinar o conjunto: G = E∆F Portanto: G = E∆F = {x ∈ N/ x ≤ 2 v x ≥ 10} 3. Sejam os conjuntos definidos, segundo o diagrama de Venn, a seguir: a) H b) – I Figura 30 J = H∆I H I Figura 31 5.2.5 Complementar O complementar de um conjunto A é o conjunto A formado por todos os elementos que não apresentam a característica que define o conjunto A, ou seja, todos os elementos que estão no universo em estudo e não pertencem a A. Matematicamente, o complemento de A se denota: A = {x | x ∈ U ∧ x ∉ A} Observe que a definição de complemento depende do conjunto universo para estar bem‑definida. 109 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA Constam a seguir exemplos de conjuntos de cores: 1. A = cores primárias = {azul, amarelo, vermelho} A = cores não primárias = {verde, laranja, roxo, rosa, cinza, ocre, ...} 2. Seja o conjunto B definido a seguir: B = {x ∈ / x > 2} O complemento do conjunto B será: B = {x ∈ / x ≤ 2} 3. Sejam os conjuntos definidos, segundo os diagramas de Venn, a seguir: A A a) Conjunto A b) Conjunto complemento de A Figura 32 Observação Podemos também falar no complementar de um conjunto (A) em relação a outro conjunto (B), denotando assim: CBA. Esse complementar relativo nos dá todos os elementos de um conjunto que não fazem parte do outro. Matematicamente, podemos escrever: { }ABC x | x B x A= ∈ ∧ ∉ Portanto, o complementar de A relativo a B seria o conjunto B ‑ A, ou: { }ABC B A x | x B x A= − = ∈ ∧ ∉ Vejamos a seguir os seguintes exemplos: 1. Sejam os conjuntos definidos a seguir: 110 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III A = {matemática, engenharia, física} B = {matemática, engenharia, administração} Vamos determinar o complementar de A relativo a B: C AB = B ‑ A = {administração} 2. ( ) ( ){ }A B A B A B∆ = ∪ − ∩ 3. A = U ‑ A Onde: U = {conjunto universo} 5.3 Entendendo um diagrama de Venn‑Euler Suponha que queiramos representar graficamente os conjuntos dos alunos que gostam de matemática e os que gostam de português. Embora sejam apenas dois conjuntos, há quatro tipos de alunos que temos que representar. Existe o estudante que gosta somente de matemática, o que gosta somente de português e, claro, o que gosta dos dois. Mas existe, ainda, uma quarta classificação possível, aquele que não gosta de nenhuma das duas. Então, embora tenhamos somente dois conjuntos, há quatro possibilidades de combinação. Suponha que tenhamos feito uma pesquisa com 100 alunos e que o resultado tenha sido: • somente matemática: 35; • somente português: 18; • as duas disciplinas: 31; • nenhuma disciplina: 16. Representar esses dados num diagrama de Venn‑Euler é muito fácil. Vejamos a seguir: M 16 35 31 18 P Figura 33 111 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA 5.3.1 Representação simbólica Matemáticos geralmente são pessoas bastante lógicas e objetivas e sempre que possível usam representações mnemônicas para os diversos assuntos da matemática. Claro que essas representações, esquemas, gráficos, símbolos, palavras ou frases relacionados com o assunto que se pretende trabalhar têm a vantagem de tornar a matemática uma linguagem universal, pois não dependem do entendimento de nenhuma língua específica. Então, se na língua portuguesa entendemos perfeitamente bem o que significa “somente matemática”, essa expressão não diz muito em árabe ou ucraniano. Desse modo, os matemáticos criaram uma simbologia universal para cada uma das possibilidades anteriores. No conjunto dos que gostam somente de matemática, os elementos apresentam a característica de gostar de matemática e não gostar de português. São, portanto, os elementos x, tal que x ∈ M e x ∉ P, o conjunto P (complementar). Assim, o “somente matemática” é o conjunto dos que gostam de matemática (M) e não gostam de português (P). Escrevemos então que “somente matemática” é o conjunto M ∩ P, ou abreviadamente MP. Analogamente, podemos falar dos que gostam somente de Português (MP), dos que gostam dos dois (MP) e dos que não gostam de nenhum (MP). Assim, num diagrama genérico de dois conjuntos A e B, o diagrama de Venn‑Euler ficaria: A AB AB AB AB U B Figura 34 • Conjunto AB: os elementos que pertencem ao conjunto A e não ao B (somente A). • Conjunto AB: os elementos que pertencem aos dois conjuntos (A e B). • Conjunto AB: os elementos que não pertencem ao A, mas ao B (somente B). • Conjunto AB: os elementos que não pertencem a nenhum dos dois conjuntos (nem A nem B). 5.3.2 Resolvendo problemas concretos com conjuntos abstratos Os conjuntos não são apenas bonitos e graciosos, mas também muito úteis para estruturar o raciocínio e validar hipóteses, resolvendo problemas quantitativos de forma rápida e eficiente. Para o nosso curso, a representação mais conveniente é a do diagrama de Venn‑Euler, e é com ela que vamos trabalhar daqui por diante. 112 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Imaginemos a seguinte situação: você é o pesquisador de uma agência de publicidade e precisa definir qual mídia é mais interessante para a divulgação do produto de seu cliente, uma cerveja com nome de religião oriental. As mídias mais cogitadas são televisão e hebdomadários. Foi feita uma pesquisa de mercado com 1.000 consumidores de cerveja e o resultado foi que 868 assistem regularmente à televisão, 743 leem regularmente hebdomadários e 83 não fazem nem um nem outro. O custo para anunciar na televisão é de 500 mil reais, e para fazê‑lo num hebdomadário é de 200 mil. A pergunta é: vale a pena investir nas duas mídias? Para saber exatamente a distribuição dos consumidores em relação às duas mídias, vamos usar um diagrama. T TR TR TR TR U R Figura 35 Nesse diagrama, temos que T representa o conjunto dos consumidores que assistem regularmente à televisão, R o conjunto dos consumidores que leem comumente revistas semanais e U o conjunto total dos entrevistados. O que representa a intersecção de T e R? Os consumidores que veem TV e leem revistas. Se você somar os números dados, 868 + 743 + 83, teremos um total de 1.694, que ultrapassa em 694 o total de entrevistados. Quem são esses 694? Vamos pensar no consumidor que vê TV e lê revista. Se você perguntar a ele se ele vê TV, ele vai responder que sim, somando 1 no total dos que veem TV. Se você perguntar se ele lê revista, ele também dirá que sim, somando 1 também no total dos que leem revistas. Ou seja, 1 entrevistado foi contabilizado duas vezes, pois ele vê TV e também lê revista. Assim, o número de respostas ultrapassa o total de entrevistados. Então, quem são os 694? Justamente os consumidores que foram contabilizados duas vezes, os que responderam sim paraas duas perguntas, os que assistem à TV e leem revistas. E onde esse grupo deve ficar no diagrama? Na intersecção de T e R, no conjunto TR. 694 Figura 36 113 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA Vamos continuar porque agora está fácil. Se o total de entrevistados que disseram assistir à TV foi de 868, e desses, 694 também leem revistas, quantos assistem à TV e não leem revistas, ou seja, quantos estão em TR? 868 ‑ 694, o que nos dá um total de 174 consumidores que somente veem TV. E quantos somente leem revistas? Pelo mesmo raciocínio teremos 743 ‑ 694, que dá um total de 49. Com os 83 que não veem TV e não leem revistas (estão em TR), temos o diagrama completo: T 83 174 694 49 R U Figura 37 A pergunta inicial foi: Vale a pena investir nas duas mídias, sabendo que em TV gastaremos 500 mil e em revistas 200 mil? Bom, se gastaremos 500 mil para atingir os consumidores que veem TV, temos um custo de R$ 500.000,00 ÷ 868 ≈ R$ 576,00 por consumidor. Se anunciarmos também em revistas, gastaremos mais 200 mil para atingir os outros 49 consumidores não atingidos pela televisão, então teremos um custo aproximado de R$ 200.000,00 ÷ 49 ≈ R$ 4.080,00 por consumidor. Se você fosse o gerente de marketing, investiria nas duas mídias? Exemplo de aplicação Exemplo 1 Reconheça, nos diagramas a seguir, quem são os conjuntos destacados, utilizando‑se das operações ∪, ∩, ∆ e ‑: A B C Figura 38 – A 114 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Resolução Os conjuntos A, B e C, estando destacado parcialmente o conjunto A, sendo: A ∩ B (parcialmente destacado), A ∩ C (não destacado) e A ∩ B ∩ C (não destacado). Portanto, temos representado por cor A ‑ C. Analise o conjunto destacado: A B C Figura 39 – B Temos os conjuntos A, B e C, estando destacados parcialmente o conjunto B e C, sendo: B ∩ C (destacado parcialmente), A ∩ C (não destacado), A ∩ B (não destacado) e A ∩ B ∩ C (não destacado). Portanto, temos representado por cor os conjuntos B ∪ C menos o conjunto A. A B C Figura 40 – C Temos na figura os conjuntos A, B e C, porém não temos nenhum dos conjuntos destacados. Sendo a representação vazia. 115 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA A B C Figura 41 – D Temos na figura os conjuntos A, B e C, estando destacadas as intersecções entre eles, sendo: B ∩ C (destacado parcialmente), A ∩ C (destacado), A ∩ B (destacado) e A ∩ B ∩ C (destacado). Portanto, consta representado por cor a união da intersecção de todos os conjuntos. Exemplo 2 Em um determinado congresso com foco na área de SI (Sistema de Informação), no qual participaram 1.054 pessoas entre público e palestrantes, verificou‑se em uma pesquisa que: • 947 participantes atuam na área de TI; • 835 atuam na área de projetos; • 756 atuam em projetos de TI. Quantos participantes não atuam nas áreas em questão? Resolução Utilizaremos o diagrama de Venn‑Euler para resolver o problema. Para completar o diagrama, preencheremos primeiro os elementos que eles possuem em comum, ou seja, a intersecção: TI U 756 P Figura 42 116 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Ou seja, conforme informado no problema, 756 pessoas atuam na área de projetos de TI. Para descobrirmos quantas pessoas atuam só na área de TI, basta subtrair o número de elementos da intersecção da quantidade total de pessoas que são da área de TI, ou seja: 947 ‑ 756 = 191. TI U 756 P 191 Figura 43 Devemos proceder de forma análoga para descobrirmos o número de pessoas que atuam na área de projetos: 835 ‑ 756 = 79. TI U 756 P 191 79 Figura 44 Agora falta descobrirmos quantos foram os participantes que não eram de nenhuma das duas áreas. Para isso, basta somar a quantidade de pessoas que atuam somente em TI, somente em projetos e a intersecção entre eles: 191 + 79 + 756 = 1026. O enunciado do problema nos informou a quantidade total de participantes no congresso, portanto é só subtrair o total de participantes de TI, projetos e projetos de TI do total de participantes do congresso da seguinte maneira: 1054 ‑ 1026 = 28. TI U 756 P 191 79 28 Figura 45 117 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA Exemplo 3 Quantos participantes atuam apenas em TI? Resolução Devemos observar o preenchimento do diagrama de Venn, no qual consta a quantidade de pessoas que atuam somente em TI. TI U 756 P 191 79 28 Figura 46 Exemplo 4 Quantos participantes atuam em TI e P? Resolução Devemos observar o preenchimento no diagrama de Venn, no qual consta a quantidade de pessoas que atuam tanto em TI quanto em P ao mesmo tempo, ou seja, a intersecção entre os conjuntos, ou seja, 756 participantes: TI U 756 P 191 79 28 Figura 47 Exemplo 5 Quantos participantes atuam em TI ou P? 118 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Resolução Devemos observar o preenchimento do diagrama de Venn, no qual consta a quantidade de pessoas que atuam em TI, projetos e a intersecção entre eles, ou seja, somar a quantidade de elementos dessas três possibilidades, ou melhor, a união entre TI e P: TI ∪ P. TI U 756 P 191 79 28 Figura 48 Portanto, os participantes que atuam em TI ou projetos correspondem à união dos conjuntos, ou seja, exatamente a soma correspondente a 191+756+79 = 1026 participantes. Exemplo 6 Quantos participantes atuam ou em TI ou em P? Resolução Essa questão é um pouco diferente das anteriores, ou seja, ela pede os elementos ou que estão somente em TI ou que estão somente em P, mas não aqueles em comum, a intersecção. Essa situação é a diferença simétrica entre TI e P: TI∆P. Como queremos os participantes que atuam ou em TI ou em projetos. Devemos somar os participantes que pertencem somente ao conjunto TI e aqueles que pertencem somente ao conjunto P: TI U 756 P 191 79 28 Figura 49 Portanto, os elementos que são somente de TI unidos com aqueles que são apenas de projetos correspondem à soma 191+79 = 270 participantes. 119 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA 6 RELAÇÕES Estudar relações entre elementos de dois ou mais conjuntos é um dos ramos mais importantes da matemática. Esse estudo permite expandir aplicações além da área das ciências exatas, abrangendo muitas outras ciências também. É a partir do estudo das relações que obteremos o conceito de função. 6.1 Par ordenado Vimos anteriormente os conjuntos, suas propriedades, bem como suas operações. Vamos pensar da seguinte maneira: sejam dois conjuntos denominados H e M, ambos não vazios, chamamos de par ordenado dos elementos de H e M ao par (x, y), no qual x ∈ H e y ∈ H, exatamente nessa ordem. Por exemplo: Sejam H = {Daniel, Hélio, Marcos} e M = {Ana, Muiza, Marcela, Simone}, temos: (Daniel, Ana) → é par ordenado de H e M, pois Daniel ∈ H e Ana ∈ M (Ana, Daniel) → não é par ordenado de H e M, pois Ana ∉ M e Daniel ∉ M (Daniel, Marcela) → é par ordenado de H e M, pois Daniel ∈ H e Marcela ∈ M (Hélio, Marcos) → não é par ordenado de H e M, pois Hélio ∈ H, porém Marcos ∉ M (Ana, Marcela) → não é par ordenado de H e M, pois Ana ∉ M, embora Marcela ∈ M Lembrete Sejam os conjuntos A e B (não vazios), chamamos de par ordenado dos elementos de A e B o par (a, b) onde a ∈ A e b ∈ B, nessa ordem. Observação Dois pares (a, b) e (c, d) são iguais se, e somente se, a = c e b = d. 6.1.1 Produto cartesiano Chama‑se produto cartesiano de um conjunto A por um conjunto B o conjunto de todos ospares ordenados (a, b) com primeiro elemento em A e segundo elemento em B. Simbolicamente: A x B = {(a, b) | a ∈ A e b ∈ B} 120 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Se A = ∅ ou B = ∅, então A x B = ∅ Por exemplo, sejam A = {1, 2} e B = {2, 4, 6} A x B = {(1, 2); (1, 4); (1, 6); (2, 2); (2, 4); (2, 6)} e sua representação gráfica é dada por: 1 ‑1 1 2 3 4 5 6 2 3 x y Figura 50 – Diagrama cartesiano 1 2 6 4 2 BA Figura 51 – Diagrama de Venn‑Euler Sejam A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 2, 5, 6}, então A x B será representado pelo conjunto definido a seguir: A x B = {(1, 1), (1, 2), (1, 5), (1, 6), (2, 1), (2, 2), (2, 5), (2, 6), (3, 1), (3, 2), (3, 5), (3, 6), (4, 1), (4, 2), (4, 5), (4,6, )} Observação O conjunto resultante do produto cartesiano entre dois conjuntos corresponde a uma coleção de pares ordenados. 121 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA 6.1.2 Relação binária Chama‑se relação binária de um conjunto A em um conjunto B qualquer subconjunto de A x B. Notação: se R é uma relação de A em B, então R ⊂ A x B. Se a está relacionado com b, escrevemos aR(b) ou (a, b) ∈ R. Considere os conjuntos A = {1,2} e B = {2, 4, 6}. Seu produto cartesiano será então: A x B = {(1, 2); (1, 4); (1, 6); (2, 2); (2, 4); (2, 6)}. Assim, são relações binárias de A em B: R1 = {(1, 2)} R2 = {(1, 2), (1, 4), (2, 6)} R3 = ∅ Sejam A = {‑2, ‑1, 1, 2} e B = {1, 4}, definimos a relação binária de A em B da seguinte maneira: R = {(a, b) ∈ A x B| b = a2}. Logo, podemos escrever R, da forma: R = {(‑2, 4); (‑1, 1); (1, 1); (2, 4)} e sua representação gráfica é dada por: ‑5 ‑4 ‑3 ‑2 ‑1 1 2 3 4 5 1 2 3 4 y x Figura 52 Lembrete Chama‑se relação binária de um conjunto A em um conjunto B qualquer subconjunto de A x B. 6.1.3 Representação gráfica Para representarmos um par ordenado graficamente, utilizamos os chamados eixos cartesianos. Mas o que são eixos cartesianos? São duas retas perpendiculares. O ponto em que se cortam (0,0) recebe o nome de origem das coordenadas. 122 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Nessas retas, estabelece‑se uma série de convenções, conforme figura a seguir: 4 ‑1 3 ‑2 2 ‑3 1 ‑4 1‑3 2‑2 3‑1 4 x y ‑4 Figura 53 O eixo horizontal é positivo à direita da origem das coordenadas e negativo à sua esquerda. Recebe o nome de eixo das abscissas, do latim abscindere, que significa cortar. O eixo vertical é positivo acima da origem das coordenadas e negativo abaixo. Recebe o nome de eixo das ordenadas. 6.1.4 Representação gráfica dos pares ordenados Situemos o par ordenado (2, 3) no plano. O primeiro componente, 2, é representado sobre o eixo das abscissas e o segundo componente, 3, sobre o eixo das ordenadas. 4 ‑1 3 ‑2 2 ‑3 1 ‑4 1‑3 2‑2 3‑1 4 x y ‑4 Figura 54 123 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA Por exemplo, descreva os seguintes pontos no plano cartesiano: P (3, 5), Q (‑3, 5), R (‑3, ‑5) e S (3, ‑5). 4 5 6 ‑1 3 ‑2 2 ‑3 1 ‑4‑5‑6 1‑3 2‑2 3‑1 4 5 6 x y ‑4 ‑5 ‑6 Figura 55 6.1.5 Domínio, contradomínio e imagem de relações binárias Sejam os conjuntos A e B uma relação denotada por R que parte de A e chega em B, sendo R um subconjunto de AxB. Em linguagem matemática, escrevemos: R : A → B. Observação Definição matemática: ( ){ } { }D(R) x A | x,y R x A | xRy= ∈ ∈ = ∈ Chamamos de domínio da relação o conjunto de todos os elementos de A que estão na relação, ou seja, que tem seu respectivo par em B. O domínio de uma relação é denotado por D(R) ou Dom(R). Por exemplo, considere os conjuntos A = {1, 2, 5, 6} e B = {2, 4, 6, 8}, e a relação R1 definida por: R1 = {xRy / y = 2x}. Dessa forma, a relação R1 será: R1 = {(1, 2); (2, 4)}. Quem será, nesse caso, o domínio da relação R1? Considerando a definição que D(R) é o conjunto dos elementos do conjunto de partida (o conjunto A) que têm par na relação, em D(R) = {1, 2}, pois os elementos 5 e 6, embora pertençam ao conjunto A, não estão na relação, ou seja, não têm par. Assim, o conjunto de partida da relação é o conjunto A = {1, 2, 5, 6} e o domínio da relação é D(R) = {1, 2}. 124 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Já o contradomínio de uma relação é o conjunto de chegada, o conjunto que compõe o segundo elemento dos pares ordenados. É importante notar que o contradomínio é formado por todos os elementos do segundo conjunto, independentemente se eles estão na relação ou não. Denotamos o contradomínio da relação R por C(R) ou CD(R). Observação Definição matemática: CD(R) = {y|y ∈ B}. E ainda, considere os conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, e a relação R2 definida por: R2 = {xRy / y = x + 1}. Dessa forma, a relação R2 será: R2 = {(1, 2); (2, 3); (3, 4)}. Como vimos, o contradomínio de uma relação independe do conteúdo da própria relação. Então, nesse caso, o contradomínio de R2 é: CD(R2) = B = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Os elementos {1, 5, 6} não estão na relação, mas pertencem ao contradomínio da relação. As definições de domínio e contradomínio parecem desequilibradas, pois o domínio é constituído somente pelos elementos do primeiro conjunto que estão na relação, enquanto o contradomínio é formado por todos os elementos do segundo conjunto, não importando se estão na relação ou não. Então, o que seria a contrapartida do domínio, ou seja, o conjunto dos elementos do segundo conjunto que estão na relação? A esse conjunto se dá o nome de imagem de uma relação, e denotamos por I(R) ou Im(R). Observação Definição matemática: ( ){ } { }Im(R) y B | x,y R y B | xRy= ∈ ∈ = ∈ Temos outro exemplo ao considerar os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 3, 4, 5, 6, 7}, e a relação R3 definida por: R3 = {xRy / y = x + 2}. Dessa forma, a relação R3 será: R3 = {(1, 3); (2, 4); (3, 5); (4, 6)}. Como a imagem é formada pelos elementos do segundo conjunto que estão na relação, temos que a imagem de R3 será dada por Im(R3) = {3, 4, 5, 6}, pois os demais elementos de B, {2, 7}, não estão na relação R3. Exemplo de aplicação Exemplo 1 Considere os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5}, B = {1, 3, 5, 7, 9} e C = {0, 2, 4, 6, 8, 10}. Para cada uma das relações a seguir, descreva o conjunto de pares ordenados da relação e dê seu domínio, seu contradomínio e sua imagem. A) R1 = {(x, y)| y = x, x ∈ A, y ∈ B} 125 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA Resolução Relacionando os elementos segundo a lei de formação, temos: R1 = {(1,1), (3,3), (5,5)} Dom R1 = {1,3,5} CD R1 = {1,3,5,7,9} Im R1 = {1,3,5} B) R2 = {(x, y)| y = x 2, x ∈ A, y ∈ C} Relacionando os elementos segundo a lei de formação, temos: R2 = {(2,4)} Dom R2 = {2} CD R2 = {0,2,4,6,8,10} Im R2 = {4} C) R3 : A → C R3 = {(x, y)| y = 2x} Relacionando os elementos segundo a lei de formação, temos: R3 = {(1,2), (2,4), (3,6), (4,8), (5,10)} Dom R3 = {1,2,3,4,5} CD R3 = {0,2,4,6,8,10} Im R3 = {2,4,6,8,10} D) R4 : B → C R4 = {(x, y)| y = 2x ‑ 1} R4 = { } Dom R4 = { } 126 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III CD R4 = {0,2,4,6,8,10} Im R4 = { } A relação entre os conjuntos B e C é vazia, segundo a lei de formação dada, pois ela nos indica que a imagem da relação deveria ser um número ímpar do tipo 2x ‑ 1, porém o contradomínio só possui elementos pares. E) R5 : C → B R5 = {(x, y)| y = 2(x ‑ 1)} Relacionando os elementos segundo a lei de formação, temos: R5 = { } Dom R5 = { } CD R5 = {1,3,5,7,9} Im R5 = { } A relação entreos conjuntos B e C é vazia, segundo a lei de formação dada, pois ela nos indica que a imagem da relação deveria ser um número par do tipo 2(x ‑ 1) = 2x ‑ 2, porém o contradomínio só possui elementos ímpares. 6.2 Funções polinomiais: função de 1º grau Em muitas situações cotidianas, encontramos variáveis cujo valor depende de outra, sendo composta uma relação ou proporção entre essas duas variáveis. E, em geral, há uma regra que rege essa relação. A esse trio formado pelas duas variáveis que se relacionam e à regra que rege essa relação damos o nome de função. Observação Afirmar que uma grandeza é função de outra significa dizer que a primeira depende da segunda. A cada valor da segunda grandeza corresponde um único valor da primeira, e se há mudança da segunda, automaticamente ocorre modificação da primeira. Como exemplo, podemos citar: • o preço do prato em restaurantes por quilo (reais x gramas); • o valor a pagar pelo combustível (reais x litro); 127 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA • o tempo de viagem em relação à distância a percorrer (horas x quilômetros); • a numeração de roupas (número x tamanho); • o valor da corrida do táxi (reais x quilômetros). Embora, para efeito de compreensão, a ideia apresentada seja útil, a definição exata de função envolve mais alguns conceitos. Matematicamente falando, uma função é uma relação com duas características específicas: • o domínio da função é o primeiro conjunto: isso quer dizer que todos os elementos do conjunto de partida estão na relação, ou seja, tem par: (x ∈ A ⇒ (x, y) ∈ ); • cada elemento do domínio tem somente um par, ou seja, não há um mesmo x para dois y diferentes: (x1 = x2 ⇒ y1 = y2). Assim, toda relação que apresenta as duas características anteriores é também chamada de função, e uma função é o conceito fundamental de uma das três grandes áreas da matemática: o cálculo diferencial e integral. Enquanto para uma relação geralmente os elementos são denominados x e y, quando uma relação é também uma função, é muito comum utilizar o símbolo f(x) para representar o elemento do segundo conjunto, o y. O mais usual, embora não obrigatório, é utilizar a notação (x, y) quando formos tratar dos pares ordenados que compõem a função e usar a notação (x, f(x)) quando estamos nos referindo à lei de formação da função e seu respectivo tratamento algébrico. De qualquer forma, as duas notações são válidas para os pares ordenados de uma função, e as duas serão aqui utilizadas indistintamente. Embora a ideia de função seja natural e sempre tenha existido em estudos matemáticos, foi o suíço Leonhard Euler (1707‑1783) que desenvolveu o conceito matemático de função, inclusive com a adoção dos símbolos x e f(x). 6.2.1 Função linear Quando dois valores são proporcionais, a função do primeiro grau que as relaciona é chamada linear, pois seu traço em um gráfico é uma reta. Assim, podemos escrever que f(x) = ax, sendo a um valor constante a ∈ . No exemplo de um restaurante que cobrasse R$ 12,00 por quilo, poderíamos dizer que a função preço obedece à lei f(x) = 12x, com x em quilogramas e f(x) em reais. A composição da lei de formação da função obedece a um critério simples: chamamos de x a variável independente, aquela que, em teoria, pode variar livremente, e denominamos f(x) a variável que tem seu valor em função do valor da variável independente, ou seja, em função de x. No caso do restaurante por quilo, não é possível escolher quanto se quer pagar e sair pesando a comida. Deve‑se primeiro escolher o que comer e depois calcular quanto pagar, em função do peso total do prato. Desse modo, a variável independente é o peso, e o preço a pagar está em função do peso. 128 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Matematicamente falando, as duas variáveis são independentes, e a função é que estabelece a relação de dependência entre elas. Assim, tanto faz dizer que o preço é em função do peso ou que o peso está em função do preço. Mas em uma análise mais aplicada, é sempre bom decidir corretamente quem é a variável independente. 6.2.2 Função afim No exemplo da conta da corrida de táxi, a lei de formação f(x) = ax não expressaria corretamente o cálculo do valor da corrida em função da quilometragem rodada, pois há um valor fixo, a bandeirada, que deve ser adicionado ao valor total. Então, a lei que o representa fica: f(x) = ax + b, com a sendo o valor associado à variável independente (o valor do quilômetro rodado) e b um valor fixo, independente da variável (o valor da bandeirada). Esse tipo de função é chamada função afim. A definição matemática de função afim é: f: → , (f)x = ax + b, a ∈ , b ∈ , a ≠ 0, b ≠ 0 e expressa que a função vale para todos os números reais, definida por uma lei f(x) = ax + b, pela qual a e b devem ser valores reais e diferentes de zero. 6.2.3 Função constante Se utilizarmos o exemplo da mensalidade da faculdade, as leis de formação f(x) = ax e f(x) = ax + b não poderiam ser utilizadas para expressar corretamente, pois para a primeira lei precisaríamos de um valor que variasse de acordo com o número de dias e para a segunda lei precisaríamos, além de um valor que variasse de acordo com o número de dias, de um valor fixo. A lei que representa essa função é a lei: f(x) = b, pela qual b é um valor fixo e constante, independente da variável. Esse tipo de função é chamado de função constante. Observação Definição matemática: f: → x → c (c ∈ ) O gráfico da função constante é uma reta paralela ao eixo x passando pelo ponto (0, c). 129 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA 6.2.4 Gráfico O gráfico de uma função de 1º grau da forma: f: → , (f)x = ax + b, a ∈ , b ∈ , a ≠ 0, b ≠ 0 é uma reta e sua inclinação depende do valor de a, de fato, o valor de a é associado ao ângulo de inclinação da reta formado entre a reta da função e o eixo das abscissas (eixo dos “x”). Se o valor de b for 0, então a reta irá pela origem (ponto (0,0), a intersecção dos eixos). Se não, a reta passará pelo ponto (0,b), cortando o eixo das ordenadas no ponto b. Se a > 0, então a reta é crescente, pois quanto maior o valor de x maior será o valor de f(x). Se a < 0, então a reta é decrescente. E se a = 0, teremos uma reta horizontal, paralela ao eixo dos “x”, e a função é chamada constante, como vimos anteriormente. 5 4 3 2 1 ‑1 ‑1 2 4 6 8 x y ‑2 1 a>0 b=0 3 5 7 9 ‑2 Figura 56 – Função linear com a > 0 e b = 0 5 4 3 2 1 ‑1 ‑1 2 4 6 8 x y ‑2 1 a>0 3 5 7 9 ‑2 Figura 57 – Função afim crescente com a > 0 e b = 1 130 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III 5 4 3 2 1 ‑1 ‑1 2 4 6 8 x y ‑2 1 a<0 3 5 7 9 ‑2 Figura 58 – Função afim decrescente com a < 0 e b = 4 5 4 3 2 1 ‑1 ‑1 2 4 6 8 x y ‑2 1 a=0 3 5 7 9 ‑2 Figura 59 – Função constante com a = 0 e b = 3 5 4 3 2 1 ‑1 ‑1 2 4 6 8 x y ∆y f(x) = ax + b ∆x α ‑2 1 3 5 7 9 10 ‑2 Figura 60 – Função afim com a > 0 e b = ‑1 Exemplo de aplicação Exemplo 1 Um posto de combustível calcula sua lucratividade separadamente por bomba. Dessa forma, o custo de cada bomba é dado pelo rateio dos custos fixos do posto mais o custo do combustível vendido. 131 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA Certa bomba de gasolina tem um custo fixo de R$ 1.200,00, e a gasolina vendida nela custa, para o posto, R$ 2,20 o litro. O posto vende o combustível a R$ 2,40. Determine: A) A função custo da bomba. B) A função receita da bomba. C) A função lucro da bomba. D) A quantidade mínima de combustível para a bomba dar lucro. E) O gráficoda função lucro. Resolução A) Para determinar a função custo da bomba, devemos identificar qual é o custo fixo e qual é o custo variável. O problema nos informa que o custo fixo é R$ 1.200,00, ou seja, esse valor não varia. Já o custo variável, conforme nos informa, é R$ 2,20, pois varia de acordo com a quantidade de combustível comprada. A variável da questão é o combustível para x ≥ 0. Logo, temos que: C(x) = 2,20x + 1.200 Custo fixo Quantidade de combustível Custo variável Função: custo em função da quantidade de combustível Figura 61 B) Receita é a entrada de capital (dinheiro) na entidade. O problema nos informa que o litro do combustível é vendido no posto por R$ 2,40, ou seja, para que haja receita, é necessária a venda do combustível. 132 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Logo, para x ≥ 0, a função deve ser modelada por: Quantidade de combustível Preço de venda do combustível Função: receita em função da quantidade de combustível vendida R(x) = 2,40x Figura 62 C) Lucro é a diferença entre o quanto se fatura (vendeu) e o quanto foi gasto (custo). Logo, para x ≥ 0, a função lucro pode ser modelada por: L(x) = R(x) ‑ C(x) L(x) = 2,40x ‑ (2,20x + 1.200) L(x) = 2,40x ‑ 2,20x ‑ 1.200 L(x) = 0,20x ‑ 1.200 Observação Para obter lucro, é necessário vender o suficiente para cobrir o custo fixo. D) Descobrindo a quantidade de combustível utilizando a função lucro, temos: 0,20x 1.200 0 0,20x 1.200 1.200 x 0,20 x 6.000 − = = = = O custo fixo dessa quantidade encontrada (6.000 litros) seria coberto pelo dono do posto de gasolina. Para obter lucro, ele teria que vender x > 6.000 litros de gasolina. 133 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA E) Vamos analisar a função no gráfico, com x ≥ 0, temos: 2800 2600 2400 2200 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 ‑2800 ‑2600 ‑2400 ‑2200 ‑2000 ‑1800 ‑1600 ‑1400 ‑1200 ‑1000 ‑800 ‑600 ‑400 ‑200 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 x y y = 0.20x ‑ 1200 Figura 63 Analisando o gráfico, temos uma função linear crescente, ou seja, quanto mais combustível for vendido, maior será o lucro do dono do posto. No eixo x estamos representando a quantidade de combustível, enquanto no eixo y estamos representando o valor em reais lucrado pelo dono do posto. Conforme a função lucro encontrada anteriormente: L(x) = 0,20 ‑ 1.200, podemos verificar no gráfico que a função intercepta o eixo y no valor ‑1.200, que é o montante do custo fixo que o dono do posto precisa recuperar, assim como a função intercepta o eixo do x na quantidade de combustível igual a 6.000 litros, volume com o qual ele consegue cobrir suas despesas, porém, ainda sem lucro. Exemplo 2 Um motorista de táxi cobra R$ 3,20 de bandeirada mais R$ 0,80 por quilômetro rodado. Determine: A) A lei da função que representa essa situação; B) Quanto custa uma corrida de 8 km; C) Quanto poderia rodar um passageiro com R$ 20,00; D) O gráfico da função. 134 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Resolução A) Para determinar a função para x ≥ 0, custo de uma corrida de táxi, primeiramente devemos identificar o custo fixo e o custo por quilômetro rodado (custo variável). Conforme o problema, temos: C(x) = 0,80+3,20 Custo fixo Quantidade de quilômetros Custo variável Função: custo em função da quantidade de quilômetros rodados Figura 64 B) Conforme a questão anterior, para x ≥ 0, temos que a função custo do táxi é: C(x) = 0,80x + 3,20 Para saber o valor a ser pago se utilizar o táxi por uma distância de 8 km, basta substituir x por 8: C(x) = 0,80x + 3,20 C(8) = 0,80 x 8 + 3,20 C(8) = 6,40 + 3,20 C(8) = 9,60 C) Para sabermos quanto poderia rodar um passageiro com R$ 20,00, teremos que substituir C(x) por 20, pois essa é a função que representa o total em dinheiro gasto com o táxi, assim: C(x) = 0,80x + 3,20 20,00 = 0,80x + 3,20 ‑0,80x = 3,20 ‑ 20,00 ‑0,80x = ‑16,80 135 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA C(x) 0,80x 3,20 20,00 0,80x 3,20 0,80x 3,20 20,00 0,80x 16,80 16,80 x 0,80 x 21 = + = + − = − − = − − = − = D) O gráfico da função para 0 ≤ x ≤ 22 é: 20.8 y = 0 . 80x + 3 . 20; 0.0 <= x <= 22 18.4 16.0 13.6 11.2 8.8 6.4 4.0 20.0 17.6 15.2 12.8 10.4 8.0 5.6 3.2 1.6 ‑0.8 1 4 7 10 13 16 19 222 5 8 11 14 17 20 233 6 9 12 15 18 21 24 25 x 19.2 16.8 14.4 12.0 9.6 7.2 4.8 2.4 0.8 ‑1.6 Figura 65 Analisando o gráfico, podemos verificar que, para entrar no táxi, deve ser paga a quantia de R$ 3,20, ou seja, onde a função intercepta o eixo do y. A cada quilômetro rodado, acrescentam‑se R$ 0,80 no preço a ser pago. Exemplo 3 Construa o gráfico da função f(x) = x ‑2 e responda: A) Qual é o valor de x para que f(x) seja positivo? B) Qual é o valor de x para que f(x) seja igual a zero? C) Qual é o valor de x para que f(x) seja negativo? Resolução Para x ≥ 0: 136 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III ‑5 ‑4 1 5‑3 2 6‑2 3 7‑1 4 x y ‑1.0 ‑2.0 ‑3.0 4.0 y = x ‑2 ‑4.0 3.0 ‑5.0 2.0 ‑6.0 1.0 Figura 66 A) Observando o gráfico, podemos ver que f(x) é positivo quando o valor da variável x é maior que 2 (x > 2). B) Observando o gráfico, podemos ver que f(x) é igual a zero quando o valor da variável x é igual a 2 (x = 2). C) Observando o gráfico, podemos ver que f(x) é negativo quando o valor da variável x é menor que 2 (x < 2). 6.3 Função polinomiais: função de 2º grau Nas funções lineares, a relação de dependência constituía‑se em uma “regra de três”. Em certos casos, essa relação é mais complexa e, em muitas vezes, ela pode ser definida como uma função polinomial. Como já vimos no estudo das funções lineares, funções são “leis” matemáticas que expressam a relação existente entre duas variáveis; uma variável independente, que chamamos costumeiramente de x, e uma variável que depende da primeira, a qual chamamos de f(x) (para os cálculos algébricos) e por vezes de y (quando pensamos em gráficos). Funções polinomiais são aquelas nas quais se desenvolve um polinômio em x. São funções do tipo: n n 1 n n 1 1 0a x a x ... a x a − −+ + + + , a ∈ 6.3.1 Função quadrática Denominam‑se funções quadráticas as funções polinomiais nas quais o maior grau do expoente da variável é 2. A função do 1º grau podia ser expressa como f(x) = ax + b, com o expoente do x sendo 1. Assim, as funções quadráticas podem ser expressas na forma geral, sendo do tipo f(x) = ax2 + bx + c, com a ≠ 0 (caso contrário, teríamos uma função do 1º grau). As funções quadráticas são muito utilizadas 137 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA na física, em particular no estudo da cinemática, em que temos a função horária do movimento uniformemente variado (MUV). A expressão geral do MUV é 2 0 0 at s s v t 2 = + + . Se considerarmos s = f(x) e t = x, e sabendo que s0, v0 e a são constantes (respectivamente c, b e 2a da forma geral da função quadrática), veremos que a função horária do MUV é exatamente uma função de 2º grau, e tudo o que for visto aqui serve para uso na física, e vice‑versa. Como exemplos de funções de 2º grau (ou quadráticas), temos: • f(x) = x2 ‑ 6x + 5 • f(x) = x2 ‑ 9 • f(x) = 3x2 ‑ 2x + 1 • f(x) = 3x2 ‑ 3x • f(x) = ‑ 2x2 ‑ 3x + 4 • f(x) = x2 6.3.2 Valor da função Como em qualquer função, se quisermos saber o valor que corresponde a x, basta substituir o valor de x na expressão. Assim, na função f(x) = 3x2 ‑ 2x + 1, o valor para x = 1 é dado ao substituir esse valor na função: f(x) = 3 . 12 + 2 . 1 + 1 = 6 Na função f(x)= x2 ‑ 9, o valor para x= 3 é dado, ao substituir o valor de x = 3, na função: f(x) = 32 ‑ 9 = 9 ‑ 9 = 0. 6.3.3 Raízes da função Chamamos de raízes da função, ou zeros da função, os valores de x para os quais f(x) = 0, ou seja, aqueles montantes de x para os quais a função se anula. Quando igualamos uma função a um número, dizemos que temos uma equação, e a solução de uma equação de 2º grau é a conhecida fórmula de Bhaskara: b x 2a − ± ∆ = , onde ∆ = b2 ‑ 4ac Como observado, essas fórmulas nos darão nenhum, um ou até mesmo dois valores distintos de x. Vamos, então, utilizar a fórmula de Bhaskara para achar as raízes de uma função quadrática. 138 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Seja a função f(x) = x2 ‑ 6x + 5, se quisermos achar suas raízes, temos que verificar em que ponto a função se anula, ou seja, para qual valor de x a função se iguala a zero. Então, fazemos x2 ‑ 6x + 5 = 0 e temos uma equação de 2º grau a partir da qual podemos aplicar a fórmula de Bhaskara. Nessa equação, temos os valores a = 1, b = ‑ 6 e c = 5; substituindo na fórmula, teremos: ∆ = b2 ‑ 4ac ∆ = (‑6)2 ‑ 4 . 1 . 5 ∆ = 36 ‑ 20 ∆ = 16 b x 2a ( 6) 16 x 2.1 6 4 x 2 − ± ∆ = − − ± = ± = 6 4 x ' 5 2 + = = 6 4 x '' 1 2 − = = Como podemos ver, a função f(x) = x2 ‑ 6x + 5 tem duas raízes, dois valores de x que zeram a função. De fato, se fizermos x = 1, teremos 12 ‑ 6.1 + 5 = 1 ‑ 6 + 5 = 0 e, se fizermos x = 5, teremos 52 ‑ 6.5 + 5 = 25 ‑30 + 5 = 0. Pode parecer um pouco limitado conhecer somente quais os valores de x que anulam a função. Mas se pensar bem, isso resolve qualquer outro problema proposto. Caso deseje saber para quais valores de x a função f(x) = ‑3x2 ‑ 2x + 1 dá exatamente ‑3, basta avaliar f(x): f(x) = ‑ 3 ‑3x2 ‑ 2x + 1 = ‑3 139 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA ‑3x2 ‑ 2x + 1 + 3 = 0 ‑3x2 ‑ 2x + 4 = 0 E, dessa forma, achar a solução da nova equação, que nos dará o valor onde f(x) = ‑ 3. Há na nova equação que a = ‑3, b = ‑2 e c = 4 e, substituindo na fórmula, teremos: ∆ = b2 ‑ 4ac ∆ = (‑2)2 ‑ (4 . ‑3 . 4) ∆ = 4 + 48 ∆ = 52 x b a x x 2 2 52 2 3 2 7 21 6 . , x x ’ , , , " , , , 2 7 21 6 9 21 6 153 2 7 21 6 5 21 6 0 86 Observação Em relação ao discriminante ∆: ∆ > 0 se o valor de ∆ for maior que zero, a equação possui duas raízes reais. ∆ = 0 se o valor de ∆ for igual a zero, a equação possui somente uma raiz real. ∆ < 0 se o valor de ∆ for menor que zero, a equação não possui raízes no conjunto dos números reais. 140 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III 6.3.4 Gráfico da função quadrática O gráfico de uma função quadrática é uma parábola, veremos algumas de suas características no exemplo a seguir. Valor de C 7 6 5 4 ‑1 ‑1 1 2 3 4 5 6 7 7 7 3 ‑2 2 ‑3 1 ‑4 Raiz 1 Vértice da parábola Eixo de simetria Raiz 2 Figura 67 – Gráfico da função: f(x) = x2 ‑ 6x + 5 Podemos ver no gráfico alguns elementos importantes do gráfico da função quadrática. • Valor de c da parábola corta o eixo Y. • Raízes são onde a parábola corta o eixo X. • Vértice é o ponto máximo ou mínimo, conforme a concavidade da função. • Eixo de simetria é a reta vertical que divide a parábola em duas metades simétricas. Saiba mais Para informações adicionais sobre funções, leia: FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A: funções, limite, derivação, integração. São Paulo: Makron Books, 1992. 141 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA 6.3.5 Construção do gráfico Já sabemos que o gráfico da função quadrática é uma parábola. Sendo assim, para esboçá‑lo alguns pontos são importantes. Quadro 6 Concavidade A parábola terá concavidade para cima quando a > 0 e concavidade para baixo quando a < 0. Vértice O vértice da parábola será dado pelo ponto b , 2a 4a − −∆ . Eixo de simetria A reta que nos dá o eixo de simetria é definida pela média aritmética das raízes x ' x ''x 2 + = . Também podemos calculá‑la pelo x do vértice b x 2a − = . Raízes A parábola cortará o eixo x nos pontos definidos pelas raízes, quando houver. Eixo A parábola cortará o eixo y no ponto (0,c). 6.3.6 Modelos gráficos Os gráficos da função quadrática, de modo genérico, dependem principalmente de dois itens: quantidade de raízes (o,∆) e concavidade. Assim, são seis os tipos básicos de gráficos: 1º caso a > 0 (concavidade para cima) ∆ > 0 (duas raízes) Figura 68 142 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III 2º caso a > 0 (concavidade para cima) ∆ = 0 (uma raiz) Figura 69 3º caso a > 0 (concavidade para cima) ∆ < 0 (nenhuma raiz) Figura 70 143 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA 4º caso a < 0 (concavidade para baixo) ∆ > 0 (duas raízes) Figura 71 5º caso a < 0 (concavidade para baixo) ∆ = 0 (uma raiz) Figura 72 144 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III 6º caso a < 0 (concavidade para baixo) ∆ < 0 (nenhuma raiz) Figura 73 Observação Assim como para encontrar as raízes de uma equação usamos a regra da soma e produto, podemos usá‑la para encontrar a resolução de uma equação de 2º grau. x x b a x x c a ’ " ’ . " Exemplo de aplicação Exemplo 1 Para a função de 2º grau a seguir: f(x) = x2 ‑ x + 2, determine: A) A concavidade. B) O discriminante. C) As raízes (se houver). 145 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA D) O vértice. E) O esboço do gráfico. Resolução A) Verificamos a concavidade de uma função no valor do parâmetro a, ou seja, o coeficiente ou valor que está multiplicando a variável x2, que nesse caso, é o coeficiente 1. Logo, a > 0, com concavidade para cima. B) Para calcularmos o discriminante, utilizaremos a fórmula: ∆ = b2 ‑ 4ac, onde: a = 1, b = ‑1 e c = 2 Substituindo e valorando, temos: ∆ = b2 ‑ 4ac ∆ = (‑1)2 ‑ 4 . 1. 2 ∆ = 1 ‑ 8 ∆ = ‑ 7 C) Como o valor do discriminante é menor que zero, não existem raízes reais para essa função, ou seja, a função não cortará o eixo X. D) Para calcularmos o ponto de vértice de uma função de 2º grau, utilizaremos a fórmula: V b a a 2 4 , Substituindo e valorando, a abscissa do vértice é: b ( 1) 1 0,5 2a 2 1 2 − − − = = = × Substituindo e valorando, a ordenada do vértice é: ( 7) 7 1,75 4a 4 1 4 −∆ − − = = = × 146 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III E) Esboço do gráfico: 4.0 3.0 2.0 1.0 ‑4 ‑2 1 3‑3 ‑1 2 4 x V P y Figura 74 Observando o gráfico, podemos verificar, como mencionamos anteriormente, que a função analisada não intercepta o eixo X, pois não possui raízes no conjunto dos números reais. O vértice V da função é dado pelos pontos (0,5; 1,75), ou seja, o ponto de mínimo da função. E a função intercepta o eixo Y no ponto P(0, 2), como mostra o gráfico. Exemplo 2 Para a função de 2º grau a seguir f(x) = ‑ x2 + 5x ‑ 6, determine: A) A concavidade. B) O discriminante. C) As raízes (se houver). D) O vértice. E) O esboço do gráfico. Resolução A) Verificamos a concavidade de uma função no valor do parâmetro a, ou seja, o coeficiente que está multiplicando a variável x2. Nesse caso, o coeficiente é ‑1. Logo, a<0 indica concavidade para baixo. 147 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r -D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA B) Para calcularmos o discriminante, utilizaremos novamente a expressão: ∆ = b2 ‑ 4ac, onde: a = ‑1, b = 5 e c = ‑6 Substituindo e valorando, o discriminante será: ∆ = b2 ‑ 4ac ∆ = 52 ‑ 4 . ‑1 . ‑6 ∆ = 25 ‑ 24 ∆ = 1 C) Como o valor do discriminante é maior que zero, ou seja, ∆ = 1, temos duas raízes reais que iremos achar utilizando a fórmula de Bhaskara. Substituindo, temos: b x 2a 5 1 x 2 1 5 1 x 2 − ± ∆ = − ± = × − − ± = − 5 1 4 x ' 2 2 2 − + − = = = − − 5 1 6 x '' 3 2 1 − − − = = = − − D) Para calcularmos o ponto do vértice de uma função de 2º grau, utilizaremos a fórmula: V b a a 2 4 , Substituindo e valorando, a abscissa do vértice é: b 5 5 2,5 2a 2 ( 1) 2 − − − = = = × − − 148 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Substituindo e valorando, a ordenada do vértice é: 1 1 0,25 4a 4 ( 1) 4 −∆ − − = = = × − − E) Esboço do gráfico: ‑1.0 1.0 2.0 3.0 4.0 ‑1 7 x y V P ‑2 6 13‑3 5 12‑4 4 11‑5 3 10‑6 2 9‑7 1 8 ‑2.0 ‑3.0 ‑4.0 ‑5.0 ‑6.0 Figura 75 Observando o gráfico, podemos verificar que a função dada intercepta o eixo X nos pontos (2, 0) e (3, 0). O vértice da função é dado pelo ponto V=(2,5 ; 0,25), ou seja, o ponto máximo da função. A função intercepta o eixo Y no ponto P=(0, ‑6). Exemplo 3 Num parque de diversões A, quando o preço de ingresso é R$ 10,00, verifica‑se que 200 frequentadores comparecem por dia; quando o preço é R$ 15,00. Comparecem 180 frequentadores por dia. A) Admitindo‑se que o número de frequentadores por dia f relaciona‑se com o preço (p) por meio de uma função do 1º grau, obtenha a função f(p)? B) Qual a receita máxima? C) Qual o preço do ingresso quando a receita é máxima? 149 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA Resolução A) Vamos primeiro montar uma tabela com os dados fornecidos pelo problema. Chamaremos de x o valor do preço do ingresso e de y a quantidade de frequentadores do parque. Assim, o problema nos informa que: Tabela 1 x (Preço do ingresso) y (nº de frequentadores) R$ 10,00 200 R$ 15,00 180 Podemos utilizar a fórmula do coeficiente angular para encontrar o valor do parâmetro a de uma função de 1º grau. a y final y inicial x final x inicial Substituindo e valorando, temos: a 180 200 15 10 20 5 4 Utilizaremos f(x) para representar a ordenada y. Sabemos que uma função de 1º grau tem a forma f(x)= ax + b, e temos o valor de f(x), x e a, falta determinar o valor do parâmetro b. Substituindo: Para efetuar a substituição, temos que escolher os valores que se relacionam entre si. Por exemplo, escolhemos o valor do ingresso a R$ 10,00, onde comparecem 200 frequentadores, mas poderíamos ter escolhido o de R$ 15,00, onde comparecem 180 frequentadores. O uso independente destas variáveis não altera o resultado, vejamos a seguir: f(x) = ax + b f(x) = ax + b 200 = ‑4(10) + b 180 = ‑4(15) + b 200 = ‑ 40 + b 180 = ‑60 + b b = 240 b = 240 150 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Logo, a função pode ser modelada por: f(p)= ‑4p + 240 Outra maneira de resolver esse problema é montando um sistema de equações lineares, duas equações e duas incógnitas. Assim, podemos utilizar o método da adição para resolvê‑lo, conforme segue demonstrado a seguir: 10a + b = 200 equação I 15a + b = 180 equação II Para eliminarmos uma das incógnitas, precisamos fazer alguns ajustes no sistema. Nesse caso, vamos multiplicar a equação II por (‑1): 10a + b = 200 15a + b = 180 / . (‑1) ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ 10a + b = 200 ‑15a ‑ b = 180 ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ Somando membro a membro, temos: 10a b 200 15a b 180 5a 0b 20 20 a 4 5 + = − − = − − + = = = − − Agora que encontramos o valor de a, basta substituir em qualquer uma das equações do sistema para encontrar o valor correspondente a b. Substituindo na equação I, temos: 10a + b = 200 10 x (‑4) + b = 200 ‑40 + b = 200 b = 240 151 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA Finalmente, como esperado, usando sistemas de equações chegamos ao mesmo resultado: f(p)=‑4p +240 B) Para modelarmos a função receita, precisamos utilizar a função f(p)=‑4p +240. Como sabemos que receita é a entrada de capital (dinheiro), necessitamos multiplicar a função por p, pois, para haver receita, precisamos da entrada de dinheiro, que, no caso, é o preço do ingresso. Assim, temos: r(p) = (‑4p + 240) x p r(p) = 4p2 + 240p Agora que achamos a função receita, podemos calcular o valor da receita máxima, que significa saber o ponto máximo da função de 2º grau, ou seja, o ponto que representa o vértice da função. Para isso, primeiro calcularemos o discriminante: onde a=‑4, b=240 e c=0. ∆ = b2 ‑ 4ac ∆ = 2402 ‑ 4 . (‑4) . 0 ∆ = 57600 ‑ 0 ∆ = 57600 Como encontramos o valor do discriminante, podemos encontrar o ponto correspondente ao vértice da função utilizando a fórmula referida anteriormente: V b a a 2 4 , Observação Quando estamos trabalhando com receita em função do preço, a função receita será representada no eixo das ordenadas (Y), e o preço será representado no eixo das abscissas (X). A fórmula do vértice da função a seguir representa o par ordenado (x,y) nessa ordem. V b a a 2 4 , 152 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Substituindo no ponto da ordenada, temos: 57600 57600 y 3600 4a 4 ( 4) 16 −∆ − − = = = = × − − A receita máxima é R$ 3.600,00. C) Para descobrirmos o preço quando a receita é máxima, basta encontrarmos o ponto x, abscissas, do vértice, substituindo na fórmula: b 240 240 x 30 2a 2 ( 4) 8 − − − = = = = × − − O preço, quando a receita é máxima, é de R$ 30,00. Saiba mais Para obter mais informações sobre o conteúdo estudado, leia: MORETTIN, P. A.; HAZZAN, S. B. Cálculo: funções de uma e várias variáveis. São Paulo: Saraiva, 2003. Resumo Iniciou‑se a unidade com o conceito de conjunto. Em seguida, foi exposta a definição de elementos de um conjunto e algumas operações possíveis entre eles. Foram propostos problemas cotidianos cuja resolução pode ser feita por meio de conjuntos abstratos. Foi introduzido o conceito de relação e suas propriedades, que serviram de base para o estudo de função. Vimos também que uma função é um caso específico de uma relação. E, por fim, foram exploradas algumas funções polinomiais (1º e 2º graus), seus modelos, suas propriedades, bem como o estudo de suas representações gráficas. 153 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA Exercícios Questão 1. (Enem 2010) Nos processos industriais, como na indústria de cerâmica, é necessário o uso de fornos capazes de produzir elevadas temperaturas e, em muitas situações, o tempo de elevação dessa temperatura deve ser controlado, para garantir a qualidade do produto final e a economia no processo. Em uma indústria de cerâmica, o forno é programado para elevar a temperatura ao longo do tempo de acordo com a função T t t para t t t para t 7 5 20 0 100 2 125 16 5 320 1002 , , em que T é o valor da temperatura atingida pelo forno, em graus Celsius, e t é o tempo, em minutos, decorrido desde o instante em que o forno é ligado. Uma peça deve ser colocada nesse forno quando a temperatura for 48 °C e retirada quando a temperatura for 200 °C. O tempo de permanência dessa peça no forno é, em minutos, igual a: A) 100. B) 108. C) 128. D) 130. E) 150. Resposta correta: alternativaD. Análise da questão Passo 1) Para T1= 48 °C, temos t= t1: 1 1 1 7 48 t 20 5 7 t 28 t 20 min 5 = + = ⇒ = 154 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 Unidade III Passo 2) Para T2= 200 °C, temos t= t2: 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 16 200 t t 320 125 5 2t 16 t 120 0 125 5 2t 25.16t 125.120 0 t 200t 7500 0 = − + − + = − + = − + = A soma das raízes da equação vale 200, e o produto entre elas vale 7500. Portanto: t’2 = 150 min t”2 = 50 min Como T= 200 °C, devemos descartar a possibilidade, para tempo igual a 50 minutos. Assim devemos ter t2>100 minutos e, portanto, t2= 150 minutos cumpre as condições propostas. Finalmente, o tempo de permanência ∆t é dado por: ∆t = t2 ‑ t1 = 150 ‑ 20 = 130 ∆t = 130 min Questão 2. (Enade 2008) Em um jogo de futebol, um jogador irá bater uma falta diretamente para o gol. A falta é batida do ponto P, localizado a 12 metros da barreira. Suponha que a trajetória da bola seja uma parábola, com ponto máximo em Q, exatamente acima da barreira, a 3 metros do chão, como ilustra a figura a seguir. 8 12 3 Q O y x PR Gol Barreira Parábola Posição da falta Sabendo‑se que o gol está a 8 metros da barreira, a que altura está a bola ao atingir o gol? 155 Re vi sã o: M ar ci lia /K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on /M ár ci o - 01 /1 0/ 18 MATEMÁTICA A) 3/2 m. B) 4/3 m. C) 1 m. D) 2 m. E) 5/3 m. Resolução desta questão na plataforma.
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