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Apostila - Contabilidade Empresarial

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Prévia do material em texto

Um novo conceito em Educação 
 
 1 
 INSTITUTO TOCANTINENSE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR 
E PESQUISA LTDA– FACULDADE ITOP 
“Construindo competências que agregam valor profissional” 
 
 
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM CONTABILIDADE, 
CONTROLADORIA E FINANÇAS 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo: Contabilidade Empresarial 
 
Profª.Doriane Braga Nunes Bilac 
 
 
 
 
 
 
 
GRADUAÇÃO: Ciências Contábeis, Direito, Administração e Processamento de Dados 
 
ESPECIALIZAÇÃO: Auditoria e Planejamento Educacional 
 
MESTRADO: Contabilidade Avançada 
MESTRADO: Educação (cursando) 
 
DOUTORADO: Sociologia 
 
Contato 
Cel. 981298866 zap. E-mail: doribilac@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
PALMAS – TO/2016. 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 2 
PLANO DA DISCIPLINA 
 
 
EMENTA: Cenário Contábil; Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade, Elementos das 
Demonstrações Contábeis; Avaliação de Desempenho e Internacionalização da Contabilidade Brasileira. 
 
OBJETIVO GERAL: 
A disciplina tem por objetivo tratar das questões conceituais no campo da Contabilidade Empresarial, 
propiciando ao aluno uma compreensão da integração conceitual e sistêmica das diversas teorias e suas 
aplicações para mensuração e avaliação das transações realizadas no ambiente organizacional. 
 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
 Apresentar a Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade adaptada às normas da lei 11.638/07 
 Capacitar os alunos a planejar, controlar e tomar decisões empresariais; 
 Demonstrar os modelos de avaliação de empresa no Brasil, mais efetivamente os modelos 
fundamentados em Finanças Corporativas e Valor; 
 
JUSTIFICATIVA: 
Com a internacionalização dos mercados e intensificação da competitividade empresarial, existe uma 
preocupação intensa por parte das empresas na permanência ou na inserção nesse mercado competitivo. 
Diante desse cenário, administrar bem um negócio é um fator primordial para garantir a sobrevivência da 
empresa. Para obter informações relevantes para gerenciar um negócio, empreendedores e gestores têm 
uma ferramenta poderosíssima a sua disposição a “CONTABILIDADE”. 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 
 Cenário Contábil 
 Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade 
 Avaliação de Empresas 
 Finanças Corporativas e Valor 
 Internacionalização da Contabilidade Brasileira 
 
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: O módulo será desenvolvido de maneira a privilegiar o 
processo de reflexão do acadêmico, através de aulas remotas com aplicação de exercícios de verificação 
de aprendizagem, pesquisas e leituras de textos, bem como a realização de trabalhos individuais. 
 
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: 
A avaliação será realizada da seguinte maneira: 
 Atividade online realizada pelo google formulários até o dia 23-8-2020 
BIBLIOGRAFIA: 
 
Básica: 
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Coorporativas e Valor. Ed. Atlas. SP. 
ASSAF NETO, Alexandre. Contribuição ao Estudo da Avaliação de Empresas no Brasil: Uma 
Aplicação Prática. 202 P. Tese de livre docência FEA-RP/USP, Ribeirão Preto-SP, 2003. 
DAMODARAN, Aswath. Finanças Coorporativas: teoria e prática. Ed. Bookman. SP. 
HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática. 4. ed. São Paulo. Atlas, 2003 
IUDICIBUS, Sergio de. Contabilidade gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998. 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 3 
LOPES, João do Carmo; Rossetti, José Paschoal. Economia monetária. São Paulo: Atlas, 1998. 
MARION, José Carlos. Análise dos demonstrativos contábeis: contabilidade empresarial. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2005. 
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6. ed. 
São Paulo: Atlas, 2003. 
PRONUNCIAMENTOS CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Acesso 06/2010. 
http://www.cpc.org.br 
SANVICENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1997. 
SECURATO, José Roberto. Cálculo Financeiro das Tesourarias. Ed. Saint Paul Institute. SP. 
SCHRICKEL, Wlfgang Kurt. Demonstrações financeiras: abrindo a caixa preta como interpretar 
balanços para concessor de empréstimos. São Paulo. Atlas, 1997. 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
Tema 1 – Contabilidade: noções gerais Pg. 4 
Tema 2 – Demonstrações contábeis Pg. 15 
Tema 3 – Análise financeira e econômica das demonstrações Pg. 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.cpc.org.br/
 
Um novo conceito em Educação 
 
 4 
Tema 1 – CONTABILIDADE: noções gerais 
 
 
Conceito 
Segundo Franco (1997, p.21), a Contabilidade é: 
 
“A ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o 
registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, 
com o fim de oferecer informações e orientação – necessárias à tomada de decisões – sobre a 
composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da 
riqueza patrimonial”. 
 
Campo de Aplicação e Objeto de Estudo 
Segundo Franco (1997, p.19), 
O objeto da contabilidade “é o patrimônio e seu campo de aplicação o das entidades 
econômico-administrativas, assim chamadas aquelas que para atingirem seu objetivo, 
utilizam bens patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo que pratica os atos de 
natureza econômica e financeira necessária a seus fins”. 
 
A Resolução 774, de 16 de dezembro de 1994, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC 2000, p.30) define o 
patrimônio como o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa física ou a um conjunto de pessoas, 
como ocorrem nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da 
sua finalidade, em seu aspecto estático (econômico e financeiro) e dinâmico (variações sofridas pela riqueza patrimonial) e 
nos seus aspectos qualitativos e quantitativos. 
Na verdade, o patrimônio é estudado em seus aspectos qualitativos e quantitativos, e a própria Resolução do CFC 
caracteriza que por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos elementos que o compõem, como 
dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias etc. 
Enquanto o atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores, o que demanda que a 
Contabilidade assuma posição sobre o que seja “valor”, porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente variados 
(CFC 2000:31). 
Genericamente, pode-se dizer que Entidade pode ser uma pessoa física (individual) ou jurídica (coletiva), isto é, 
entidade pode ser qualquer tipo de sociedade, instituição ou mesmo conjunto de pessoas, tais como: famílias, empresas, 
governos (nas diferentes esferas de poder), sociedades cooperativas, sociedades beneficentes (religiosas, culturais, 
esportivas, de lazer, técnicas) etc. 
 Pessoa Física é todo ser humano, sem qualquer exceção, ou seja, você, eu, seu colega etc. e Pessoa Jurídica é a 
união de indivíduos que, através de um contrato reconhecido por lei, formam uma nova pessoa, com personalidade distinta 
da de seus membros. As pessoas jurídicas podem ter fins lucrativos (empresas industriais, comerciais etc.) ou não 
(cooperativas, associações culturais, recreativas, asilos, creches, escolas públicas etc.). Normalmente, as pessoas jurídicas 
denominam-se empresas (MARION, 2004, p.28). 
 
 
 
Objetivo da Contabilidade 
Para Franco (1997, p.19), o objetivo da contabilidade é “fornecer informações, interpretações e orientações sobre 
a composição e as variações do patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores”. 
Função da Contabilidade 
. 
Para Franco (1997, p.19), 
 “A função é registrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que 
ocorrem no patrimônio das entidades, objetivando fornecer informações, interpretações e 
orientação sobre a composição e as variações do patrimônio, para a tomada de decisões de 
seus administradores”. 
 
Em Favero et Alli (1997, p.13), 
 
Um novo conceitoem Educação 
 
 5 
 
“Analisar, interpretar e registrar os fenômenos que ocorrem no patrimônio das pessoas físicas 
e jurídicas, buscando demonstrar a seus usuários, através de relatórios próprios 
(Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações de Patrimônio 
Líquido ou Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimonial, 
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e outros), as informações diversas sobre a 
empresa tais como: análises de estrutura, de evolução, de solvência, de garantia de capitais 
próprios e de terceiros, os bancos, as financeiras e aos clientes etc..” 
 
 
 
 
 
Contabilidade é um meio de expressar os planos e um instrumento para registrar e demonstrar os 
resultados das transações econômicas realizadas pelas entidades. Pelo registro de todos os fatos relacionados 
com a constituição, movimentação e variações do patrimônio, a contabilidade exerce seu controle, produzindo 
informações necessárias à ação dos gestores das entidades tais como: capacidade de pagamento das obrigações; 
nível de endividamento; retorno dos investimentos realizados; necessidade de buscar recursos; a evolução da 
entidade; os gastos realizados; onde os recursos foram aplicados etc. 
 
Conforme o exposto, fica evidente o estreito relacionamento da contabilidade com diversas áreas do 
conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: GODOY E ARAÚJO (2007) 
 
 
Usuários da Contabilidade 
Os usuários são as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam pela situação da empresa e buscam nos 
instrumentos contábeis as suas respostas. Podem ser divididos em: usuários internos e usuários externos. 
a) Usuários Internos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com a empresa e que têm facilidade de 
acesso às informações contábeis, tais como: 
Gerentes: para a tomada de decisões; 
Funcionários: com interesse em pleitear melhorias; 
Diretoria: para a execução de planejamentos organizacionais. 
b) Usuários Externos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade de acesso direto às informações, mas que 
as recebem de publicações das demonstrações pela entidade, tais como: 
Bancos: interessados nas demonstrações financeiras a fim de analisar a concessão de financiamentos e medir a 
capacidade de retorno do capital emprestado; 
Qual é a importância da Contabilidade para o planejamento e controle das entidades? 
 
 
 
CONTABIIDADE 
 
Estatística 
 
Filosofia 
 
Direito 
 
 
Informática 
 
 
Matemática 
 
Administração 
 
 
Economia 
Psicologia 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 6 
GERENCIAL 
Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa para poder 
atuar no mercado; 
Governo: que necessita obter informações sobre as receitas e as despesas para poder atuar sobre o resultado 
operacional no que concerne a sua parcela de tributação e planejamento macroeconômico; 
Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade para poder 
continuar ou não as transações comerciais com a entidade, além de medir a garantia de recebimento futuro; 
Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a garantia de que seu pedido será atendido nas suas 
especificações e no tempo acordado; 
Investidores: através dos relatórios contábeis, os investidores identificam a situação econômico-financeira da empresa 
para poder decidir sobre as melhores alternativas de investimentos. 
 
Técnicas Contábeis 
Para realizar o controle patrimonial, a contabilidade desenvolveu algumas técnicas: 
 Escrituração: é o registro das transações realizadas pelas empresas; 
 Demonstrações Contábeis: é a exposição ordenada do patrimônio registrado (balanço patrimonial, 
demonstração do resultado do exercício, demonstração do fluxo de caixa, demonstração do lucro e prejuízo 
acumulado, demonstração das mutações do patrimônio liquido, demonstração do valor adicionado). A Lei das S/As 
denomina os relatórios contábeis de Demonstrações Financeiras, enquanto que as outras normas os denomina de 
Demonstrações Contábeis. 
 Auditoria: consiste em verificar a veracidade da situação patrimonial; 
 Análise de Balanços: consiste em examinar as demonstrações para identificar os pontos positivos e negativos da 
gestão empresarial. 
 
 
Ramos da contabilidade 
De sua estrutura inicial voltada para as necessidades de registros dos fatos de comércio, a Contabilidade foi 
ampliando seu campo de atuação e se ramificando para registrar e controlar as finanças governamentais, os negócios das 
indústrias, dos bancos e entidades de financiamento, de seguros, da pecuária e da agricultura, de prestadores de serviços, 
de entidades sem fins lucrativos e de todo tipo de entidades que foram surgindo ao longo do tempo e que necessitam de 
controle patrimonial, econômico e financeiro (TEIXEIRA, 2006). 
As entidades realizam diversificadas e complexas atividades econômicas. E em todas elas aplicaremos a 
Contabilidade. Todavia, devido a esse leque de atividades desenvolvidas pelas entidades, surgiram várias especializações 
dentro da Contabilidade, tais como: 
o Contabilidade Comercial: Quando é utilizada pelas empresas comerciais (compra e venda de mercadorias, com o 
objetivo de lucros). 
o Contabilidade de Serviços: Quando é utilizada pelas empresas prestadoras de serviços. 
o Contabilidade Industrial: quando tem por objetivo o controle e a geração de 
informações sobre a produção e a comercialização dos bens fabricados. 
o Contabilidade Agrícola: criada para atender as empresas agrícolas, fazendas, granjas etc. 
o Contabilidade Bancária: usada pelas empresas ligadas ao sistema financeiro, segue padrões fixados pelo próprio 
governo, visando a unificação de dados de modo a agilizar as informações sobre as atividades das instituições bancárias, 
financeiras, corretoras etc. 
o Contabilidade Pública: controla os recursos empregados no desenvolvimento econômico e social. 
o Contabilidade Hospitalar: Quando aplicada as casas de saúde, hospitais, postos de saúde etc. 
o Contabilidade Securitária: Quando aplicada a empresas de seguros, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE 
COMERCIAL 
INDUSTRIAL 
PÚBLICA 
RURAL 
FINANCEIRA 
IMOBILIÁRIA 
SEGUROS E 
PREVIDÊNCIA 
PRIVADA 
SOCIEDADES 
POR AÇÕES 
HOTELARIA 
COOPERATIVAS 
CUSTOS 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 7 
 
 
 
 
PATRIMÔNIO 
Podemos definir Patrimônio como sendo o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa (entidade ou 
azienda). 
a) BENS: são coisas capazes de satisfazer as necessidades do ser humano e que são suscetíveis de avaliação econômica. 
Podem ser classificados em: 
Bens de Uso Bens de Consumo Bens de troca/venda 
Máquinas 
Móveis e utensílios 
Computador 
Material de limpeza 
Alimentos para os funcionários 
Material de escritório 
Mercadorias 
 
b) DIREITOS: são todos os valores que a empresa tem a receber de terceiros. Ao serem registrados, recebem o nome do 
documento acrescido da expressão a Receber (Duplicata a receber, Nota Promissória a Receber etc). 
c) OBRIGAÇÕES: conhecido como “obrigações exigíveis”, são todos os valores que a empresa deve pagar a terceiros. 
Ao serem registrados, recebem o nome do documento acrescido da expressão a Pagar (Duplicata a pagar, Nota 
Promissória a pagar, Imposto a pagar etc). 
 
Para que a Contabilidade alcance seu objetivo de fornecer informações sobre a situação patrimonial, ela precisa 
representar o Patrimônio de alguma forma. A maneira escolhida foi a representação em forma gráfica (forma de “T”), 
conforme o modelo a seguir: 
 
PATRIMÔNIO 
BENS 
DIREITOS 
OBRIGAÇÕES 
 
O lado esquerdo é denominado contabilmente de Ativo e o direito de Passivo. Veja seus significados: 
a) ATIVO: É o lado esquerdo do gráfico patrimonial. Recebe este nome porque é composto pelos Bens e pelos Direitos 
(contas A Receber), que formam o conjunto dos elementos positivos da empresa.b) PASSIVO: É o lado direito do gráfico patrimonial. Recebe este nome porque é composto pelas Obrigações (contas a 
Pagar), as quais formam o grupo dos elementos negativos da empresa. 
 
PATRIMÔNIO 
ATIVO PASSIVO 
BENS 
DIREITOS 
OBRIGAÇÕES 
 
O gráfico na forma da letra “T”, utilizado para representar o patrimônio das empresas, denomina-se Balanço 
Patrimonial. 
 Balanço lembra balança de dois pratos. Para que haja equilíbrio entre os dois pratos, o peso total do lado direito 
deve ser igual ao do lado esquerdo. 
 A empresa também precisa estar em equilíbrio. Sendo assim, para que o Balanço Patrimonial possa refletir 
adequadamente a situação financeira da empresa, o total do lado direito deverá ser igual ao total do lado esquerdo. 
Lado direito ou Lado das Aplicações de recursos = Lado esquerdo ou Lado das Origens de recursos 
Ativo = Passivo 
Bens + Direitos = Obrigações 
 
 Na prática, nem sempre a soma dos bens e direitos é igual à soma das obrigações. Para que essa igualdade seja 
concretizada aparecerá no gráfico um outro grupo de elementos patrimoniais que denominaremos de Patrimônio Líquido. 
Esse novo elemento será colocado no gráfico sempre no lado do Passivo. Podemos então representar o patrimônio da 
seguinte maneira: 
HOSPITALAR 
Lado Direito ou Lado das 
Origens de recursos 
Lado 
Esquerdo 
ou Lado das 
Aplicações 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 8 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens 
Direitos 
Obrigações 
Patrimônio Líquido 
 
 
 
Transcrevemos a seguir um balanço patrimonial, num modelo bem simplificado para que você possa perceber sua 
estrutura. 
 
 
 
EMPRESA BOM COMEÇO S/A 
BALANÇO PATRIMONIAL em 31/12/2009 
ATIVO = Aplicações de recursos PASSIVO = Origens de recursos 
BENS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS 
Caixa 100 Contas a Pagar 1.200 
Móveis 1.000 Títulos a Pagar 800 
Terrenos 5.000 Duplicatas a Pagar 1.700 
Veículos 6.000 Empréstimos 1.800 
Mercadorias 2.000 Salário a Pagar 900 
 Imposto a Pagar 200 
DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO - PL 
Conta a Receber 500 Capital Social 8.000 
Duplicar a Receber 600 Lucro 1.500 
Título a Receber 400 Prejuízo (500) 
TOTAL DO ATIVO 15.600 TOTAL DO PASSIVO 15.600 
 
 A equação fundamental do patrimônio é uma fórmula que evidencia o equilíbrio patrimonial. 
 
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
BENS + DIREITOS = OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
O passivo, neste momento, é entendido como o total das obrigações exigíveis. 
Patrimônio Líquido (PL): É a diferença entre o total do Ativo e o total das Obrigações exigíveis. Representa a 
riqueza que a empresa possui. Também é conhecido como situação líquida (SL). 
 
SL ou PL = Ativo - Passivo Ou SL ou PL = Bens + Direitos – Obrigações Exigíveis 
 
Para calcularmos a situação líquida devemos ter em nossas mãos o valor total do lado do ativo e o valor total das 
obrigações exigíveis. Ao subtrairmos esses montantes teremos o valor da situação líqüida ou patrimônio líquido. Veja no 
exemplo abaixo: 
BALANÇO PATRIMONIAL em 31/12/2004 
ATIVO PASSIVO 
BENS OBRIGAÇÕES EXIGIVEIS 
Caixa 100 Contas a Pagar 300 
DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQÜIDO 
Duplicar a Receber 600 ????? 
TOTAL DO ATIVO 700 TOTAL DO PASSIVO ????? 
 
Total do Ativo= Bens + Direitos = 100 + 600 = 700 
Total das Obrigações exigíveis = 300 
Situação Líquida = Ativo – obrigações exigiveis = 700 – 300 = 400 
 
Os elementos patrimoniais podem estar configurados com valores diversos. Com conseqüência, poderão gerar 
situações líquidas patrimoniais diferentes, tais como: positiva, negativa, nula, plena ou passivo a descoberto. 
 
Lado Direito ou Lado das Origens de 
recursos 
Lado 
Esquerdo 
ou Lado das 
Aplicações 
de recursos 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 9 
a) SITUAÇÃO LÍQÜIDA POSITIVA, ATIVA OU SUPERAVITÁRIA 
 
BALANÇO PATRIMONIAL Ativo > Obrigações 
A = O + PL 
O = A – PL 
PL = A – O 
Ativo > zero 
Obrigações > zero 
PL > zero 
ATIVO (A) PASSIVO (P) 
Bens (B) 100 
Direitos (D) 80 
 
Obrigações (O) 50 
Patrimônio Líqüido (PL)130 
 
TOTAL ATIVO 180 
 
TOTAL PASSIVO 180 
 
b) SITUAÇÃO LÍQÜIDA NEGATIVA, PASSIVA, DEFICITÁRIA, PASSIVO A DESCOBERTO 
BALANÇO PATRIMONIAL Ativo < Obrigações 
A = O - PL 
O = A + PL 
PL = O – A 
Ativo > zero 
Obrigações > zero 
PL < zero 
ATIVO (A) PASSIVO (P) 
Bens(B) 80 
Direitos(D) 20 
 
Obrigações (O) 150 
Patrimônio Líqüido (PL) ( 50) 
 
TOTAL ATIVO 100 
 
TOTAL PASSIVO 100 
 
c) SITUAÇÃO LÍQÜIDA NULA 
 
BALANÇO PATRIMONIAL Ativo = Obrigações 
A = O 
O = A 
PL = ZERO 
Ativo > zero 
Obrigações > zero 
PL = zero 
ATIVO (A) PASSIVO (P) 
Bens(B) 180 
Direitos(D) 20 
 
Obrigações (O) 200 
Patrimônio Líqüido (PL) 00 
 
TOTAL ATIVO 200 
 
TOTALPASSIVO 200 
 
 
 
 
 
d) SITUAÇÃO LÍQÜIDA DE INEXISTÊNCIA DE ATIVO 
BALANÇO PATRIMONIAL Ativo < Obrigações 
A = ZERO 
O = A + PL 
PL = A - O 
Ativo = zero 
Obrigações > zero 
PL < zero 
ATIVO (A) PASSIVO (P) 
Bens(B) 00 
Direitos(D) 00 
 
Obrigações (O) 40 
Patrimônio Líqüido (PL) (40) 
 
TOTAL ATIVO 00 
 
TOTAL PASSIVO 00 
 
 
 
 
e) SITUAÇÃO LÍQÜIDA PLENA ou INEXISTÊNCIA DE PASSIVO 
BALANÇO PATRIMONIAL Ativo > Obrigações 
A = O + PL 
O = A – PL 
PL = A – O 
Ativo > zero 
Obrigações = zero 
PL > zero 
ATIVO (A) PASSIVO (P) 
Bens (B) 30 
Direitos (D) 20 
 
Obrigações (O) 00 
Patrimônio Líqüido (PL) 50 
 
TOTAL ATIVO 50 
 
TOTAL PASSIVO 50 
 
 
Nessas três situações líqüidas, ou seja, positiva, negativa e 
nula o Ativo e o Passivo sempre foram maiores que ZERO. 
O encerramento de atividades é um dos 
raros momentos em que esta situação 
poderá acontecer. 
A constituição da empresa é um dos raros 
momentos em que esta situação poderá 
acontecer. 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 10 
 
 
 
 
Ao analisar as situações patrimoniais apresentadas, você deverá ter concluído que o Ativo e o Passivo somente 
poderão ser iguais ou maiores que zero, mas o Patrimônio Líquido (PL) poderá ser menor, igual ou maior que zero. 
Sendo assim, a única situação impossível de acontecer será aquela em que o Patrimônio Líqüido nunca poderá 
ser superior ao valor total do Ativo. 
 
 
 
O balanço Patrimonial é um dos relatórios que demonstra as origens e aplicações de recursos de uma entidade. 
Você então poderia perguntar: “Qual lado representa a origem e qual a aplicação de recursos?”. 
 Bem, vamos responder analisando o Balanço abaixo. 
 
 BALANÇO PATRIMONIAL em 31/12/2004 
ATIVO PASSIVO 
BENS OBRIGAÇÕES 
Caixa 100 Contas a Pagar 150 
Móveis 200 
DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQÜIDO 
Duplicar a Receber 600 Capital Social 750 
TOTAL DO ATIVO 900 TOTAL DO PASSIVO 900 
 
Analisando o Balanço, podemos identificar o total de recursos (R$ 900) que a empresa obteve e que está à sua 
disposição. O lado do Ativo mostra onde a empresa aplicou os recursos (Bens = R$ 300 e direitos = R$ 600); o lado do 
passivo, onde a empresa conseguiu esses recursos (Obrigações = R$ 150 e Patrimônio Líqüido = R$ 750). 
Veja melhor: 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
APLICAÇÕES DE RECURSOS 
Em Bens 
Em Direitos 
ORIGENS DE RECURSOS 
De terceiros (passivo exigível) 
Próprio (patrimônio líqüido) 
TOTAL DAS APLICAÇÕES TOTAL DAS ORIGENS 
 
a) Ativo: Aplicação de Recursos 
Os recursos que a empresa possui a sua disposição podem ser aplicados em: 
 Aplicações não circulantes - correspondem às aplicações realizadas em bens e direitos que serão utilizados pela 
empresa (imobilização técnica – veículos, móveis, marcas e patentes, despesas com a organização da empresa 
etc) e em bens e direitos que não serão utilizados pela empresa, mas que geram renda para a mesma 
(imobilizações financeiras – obras de arte, imóveis para alugar, ações de outrasempresas etc), assim como bens e 
direitos que serão convertidos em dinheiro e transformados ou consumidos após o final do próximo exercício 
social, tais como: duplicatas a receber de longo prazo. 
 Aplicações circulantes – correspondem às aplicações em bens e direitos que serão convertidos em dinheiro e 
transformados ou consumidos dentro do exercício social, tais como: caixa, banco, mercadorias, duplicatas a 
receber, despesas antecipadas, materiais de consumo, aplicações financeiras etc. 
 
 
 
 
Aplicações de 
Recursos 
 
Aplicação 
Permanente 
 
Imobilização técnica Bens de uso 
Direitos de uso 
Imobilização 
financeira 
Bens de renda 
Direitos de renda 
 
 
Bens numerários 
Bens de consumo ou de transformação 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 11 
Aplicação 
Circulante ou 
Corrente 
Bens de venda 
Direitos de funcionamento 
Direitos de financiamento 
Aplicações financeiras 
 
 
b) Passivo: Origem dos Recursos 
Os recursos totais que estão à disposição da empresa podem originar-se de duas fontes: 
 Recursos de Terceiros - correspondem às obrigações exigíveis, isto é, são recursos de terceiros que a empresa 
utiliza no seu giro normal. Esses recursos podem originar-se em conseqüência de dívidas contraídas para a 
empresa funcionar (fornecedores, obrigações fiscais, obrigações trabalhistas, obrigações previdenciárias etc) e de 
dívidas contraídas junto a instituições financeiras (empréstimos e financiamentos). 
 Recursos Próprios – correspondem às obrigações não exigíveis. Esses recursos podem originar-se em 
conseqüência do capital inicial investido pelo titular (capital social), sócio ou acionista na empresa, bem como 
pelos resultados calculados em decorrência da gestão normal da empresa (lucros e reservas) 
 
 
 
 
Origem de 
Recursos 
 
 
Capital Próprio 
(não exigível) 
Titular, Sócio, 
Acionista 
Formação do capital 
Reserva de capital 
 
Das Operações 
Reserva de lucro 
Lucro acumulado 
Resultado de Exercício 
Futuro 
 
Capital de Terceiros 
(exigível) 
Obrigações de funcionamento 
 
Obrigações de financiamento 
 
c) Passivo: Obrigações Exigíveis e Não Exigíveis 
As obrigações estão divididas em dois grupos: as obrigações exigíveis (ou capital de terceiros) e as obrigações 
não-exigíveis (ou capital próprio ou patrimônio líquido). 
 Exigíveis (capital de terceiros): São exigíveis por terem data certa de vencimento e, portanto, necessitam de 
liquidação presente e futura. Podemos citar como exemplos: duplicatas a pagar, financiamentos, salários a pagar, 
ICMS a recolher, IR a pagar, obrigações previdenciárias etc. 
 Não Exigíveis (capital próprio): São não exigíveis por não existir data certa para sua liquidação. Estão 
demonstradas no Patrimônio Líquido. Podemos citar como exemplo as contas: capital social (valor aplicado na 
empresa pelos sócios ou acionistas) lucro ou prejuízo (resultados obtido em conseqüência do funcionamento da 
empresa), reservas (valores retidos para destinações específicas). O capital Social é definido como obrigação 
porque a empresa está devendo este valor para seus proprietários e, por lei, estes não podem exigir seus recursos 
de volta, enquanto a empresa estiver em funcionamento. 
 
Termos técnicos envolvendo o Balanço Patrimonial 
BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA DE UMA PESSOA JURÍDICA 
ATIVO PASSIVO 
BENS 
Dinheiro no Banco........ R$ 100 
Poupança ................. R$ 3.000 
TV a cores ................ R$ 900 
Automóvel ............... R$ 10.000 
Imóveis ........ ........... R$ 35.000 
 R$ 49.000 
OBRIGAÇÕES 
Prestações dos Imóveis ........... R$ 20.000 
Prestações do automóvel ......... R$ 8.500 
Prestações da TV ..................... R$ 500 
 R$ 29.000 
PATRIMÔNIO LÍQÜIDO 
Capital social R$19.000 
Lucro R$ 2.000 
 R$ 21.000 
DIREITOS 
Valor a receber de José R$ 1.000 
TOTAL DO ATIVO R$ 50.000 TOTAL DO PASSIVO R$ 50.000 
 
Capital total = Recurso total = R$ 50.000 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 12 
Capital Nominal = Capital Social = Capital Inicial R$ 19.000 = Capital Subscrito 
Capital de Terceiros = Obrigações Exigíveis = R$ 29.000 
Capital Próprio =Obrigação não-exigível = Patrimônio Líqüido = R$ 21.000 
Patrimônio Bruto = R$ 50.000 = Total ativo = Total passivo 
Total das origens = Total do Passivo = R$ 50.000 
Total das Aplicações = Total do Ativo = R$ 50.000 
Situação Líquida = Patrimônio Líqüido = R$ 21.000 
 
 
 
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO 
 
 A contabilidade registra as transações realizadas pelos gestores nas contas patrimoniais (bens, direitos e 
obrigações) e nas contas de resultado (receitas e despesas). Após o registro para verificar se foram realizados de forma 
correta deve ser elaborado o Balancete de Verificação. 
 Em conformidade com a Resolução nº 85/90, do Conselho Federal de Contabilidade, o Balancete de 
Verificação, ou simplesmente Balancete, é um relatório contábil que relaciona todas as contas do Livro Razão com seus 
respectivos saldos devedores ou credores, dispostas na mesma ordem do Plano de Contas elaborado. Ele deve ser 
elaborado periodicamente ou de acordo com as necessidades da administração. Esse relatório serve para mostrar se o 
método das partidas dobradas (débito e crédito) foram realizados de acordo com as normas de contabilidade. 
 O balancete de verificação pode ter várias estruturas. Apresentamos a formatação composta de Seis colunas de 
valores monetários. Neste modelo, deve ser apresentado o saldo do período anterior, o movimento do período atual e o 
respectivo saldo final de cada conta. É conhecido como Balancete Complexo. Veja a seguir um modelo. 
 
EMPRESA SAPO LTDA 
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO ELABORADO EM 28/02/2005 
REFERENTE AO PERÍODO DE FEVEREIRO DE 2005 
CONTAS SALDO ANTERIOR MOVIMENTO SALDO FINAL 
Devedor Credor Devedor Credor Devedor Credor 
Caixa 1.000 2.000 1.200 1.800 
Mercadorias 5.000 1.000 2.000 4.000 
Fornecedores 2.000 200 1.800 
Capital 4.000 4.000 
TOTAIS 6.000 6.000 3.200 3.200 5.800 5.800 
 
Podemos observar no modelo acima que as somas dos valores lançados na coluna do movimento devem ser 
iguais entre si; o mesmo se aplica às somas dos valores lançados na coluna do saldo final e na coluna do saldo anterior. 
No entanto, os totais do saldo anterior, do movimento e do saldo podem ser diferentes. 
 
 
 
APURAÇÃO DO RESULTADO 
 
Após a elaboração do balancete de verificação pode ser iniciado o processo de avaliação do desempenho 
administrativo através da apuração do resultado. Apurar o resultado significa verificar, através das Contas de Resultado 
(receitas e despesas), se a movimentação do patrimônio da empresa apresentou Lucro ou Prejuízo no período. 
 
 
 
 
A legislação das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404, de 15/12/1976), estendida a todas as demais formas 
societárias, estabelece que a apuração do resultado deve ser realizada a cada exercício social. Exercício social tem a 
duração de um ano, mas não há necessidade de coincidir com o ano civil (01/01 a 31/12). A data de seu início e de seu 
término será fixada no contrato social. A legislação do imposto de renda, porém, estabelece que os balanços apresentados 
O lucro, nas empresas, ou o equilíbrio financeiro, nas entidades com 
fins sociais, é o elemento que demonstra os resultados econômicos 
da gestão econômica no período administrativo. 
 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 13 
como base para pagamento do imposto devem compreender o período de doze meses e encerrar-se em 31 de dezembro de 
cada ano, podendo esse período ser inferior a doze meses, quando a empresa for constituída no meio do exercício. 
O resultado é a avaliação da atividade administrativa, realizada em períodos de tempo que não poderá ultrapassar 
a 12 meses, pormeio da qual a Contabilidade identifica se a empresa apresentou lucro ou prejuízo. 
 
Despesa: é o gasto realizado para se obter um bem ou um serviço que foi consumido, quer os mesmos tenham sido pagos, 
quer permaneçam como obrigação a pagar. 
Receita: constituem a recuperação da despesa por parte da empresa através de venda à vista ou a prazo. 
Custo: constitui o valor pago ou a pagar pelas mercadorias, produtos ou serviços já vendidos. No comércio temos o CMV 
– custo da mercadoria vendida. Na indústria temos o CPV – custo dos produtos vendido e na prestadora de serviços temos 
o CSP – custo do serviço prestado. Sua fórmula é: 
 
 
FÓRMULA PARA CALCULAR O CMV 
CMV = Estoque Inicial + Compras líqüidas – Estoque Final 
 
 
FÓRMULA PARA CALCULAR AS COMPRAS LÍQUIDAS 
Compra Líqüida = compras – devoluções de compra - desconto incondicional obtido na 
compra – ICMS sobre a compra + frete na compra + seguro na compra 
 
 
Lucro ou Prejuízo: Quando o resultado for positivo, ou seja, o total da receita for maior que o total da despesa, a 
empresa estará obtendo Lucro. Quando for negativo, ou seja, o total da receita for menor que o total da despesa, a 
empresa estará sofrendo um Prejuízo. 
 
Lucro ou prejuízo na Venda de Mercadorias 
O resultado das transações realizadas com as mercadorias é conhecido como Resultado Bruto do Exercício ou, 
simplesmente, Lucro Bruto. Esse resultado poderá ser lucro ou prejuízo. A fórmula para calcular esse resultado é: 
FÓRMULA PARA CALCULAR O RESULTADO DA CONTA MERCADORIAS 
Lucro Bruto = Vendas Liquidas– Deduções com as vendas - CMV 
 Deduções com a venda: devolução, descontos concedidos e impostos sobre a venda 
 
 
VEJA NO MODELO ABAIXO COMO APURAR O RESULTADO 
 
 
1. Analise o balancete a seguir: 
CONTAS SALDO 
DEVEDOR CREDOR 
Caixa 1.000 
Duplicata a Receber 100 
Duplicata a Pagar 150 
Salário a Pagar 300 
Capital 1.000 
Vendas 450 
Juro Recebido 170 
Desconto Obtido na compra 20 
Compras de mercadorias 500 
Despesa com venda 100 
Despesa com Energia 30 
Despesa com Juros Pagos 50 
Desconto Concedido na venda 10 
Despesa com Salário 300 
TOTAIS 2.090 2.090 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 14 
 
 
2 – Calcule o CMV com os dados descritos acima, sabendo que o estoque final de mercadorias totalizava R$ 30. 
CMV = ESTOQUE INICIAL + COMPRAS LÍQUIDAS – ESTOQUE FINAL 
CMV = 0,00 + (500,00- 20,00) – 30,00 
CMV = 480,00 – 30,00 
Cmv = 450,00 
 
 3 – Calcule o lucro e elabore a DRE- Demonstração do Resultado do Exercício. 
 
VENDAS BRUTAS = 450,00 
(-) Deduções com a venda = 10,00 (desconto na venda, impostos na venda – devolução de venda) 
= VENDA LÍQUIDA = 440,00 
(-) CMV = 450,00 
= PREJUIZO BRUTO = (10,00) 
(-) DESPESAS = 100,00 + 30,00 + 50,00 + 300,00 = (480,00) 
+ OUTRAS RECEITAS = JURO RECEBIDO = 170,00 
= PREJUÍZO DO EXERCÍCIOS = (320,00) 
 
4 – Elabore o Balanço Patrimonial. 
ATIVO CIRCULANTE 
CAIXA 1.000,00 
Dp a receber 100,00 
Estoque final 30,00 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
 
Total ativo 1.130,00 
 
PASSIVO CIRCULANTE 
 Duplicatas a pagar 150,00 
 Salário a pagar 300,00 
 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
 
PL 
 CAPITAL SOCIAL 1.000,00 
 PREJUIZO DO EXERCÍCIO (320,00) 
 
TOTAL DO PASSIVO 1.130,00 
 
 
 
Referências 
BRASIL. Lei n. 6.404/76. Lei das sociedades por ações. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 29 
de set. de 2007. 
http://www.planalto.gov.br/
 
Um novo conceito em Educação 
 
 15 
 
 
Tema 2 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
Conceito 
 Demonstração contábil é um relatório resumido e ordenado dos dados colhidos pela Contabilidade que 
objetiva apresentar os principais fatos registrados pela contabilidade em determinado período. Também são 
conhecidos como Informes Contábeis, Demonstrações Contábeis ou ainda Demonstrações Financeiras. 
 
Finalidade 
 Mostrar com clareza o patrimônio e suas variações; 
 Prestar contas sobre a situação econômica e financeira de uma empresa; 
 Auxiliar no processo de tomada de decisões; 
 Avaliar o desempenho operacional; 
 Auxiliar no elaboração de planos e negócios futuros. 
 
Legislação 
 Dos inúmeros relatórios contábeis, destacamos aqueles que são obrigatórios de acordo com a Lei nº 6.404, de 
15/12/76. Esta lei, conhecida como Lei das Sociedades Anônimas (LSA) denomina os relatórios contábeis de 
demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras estão regulamentadas por esta lei, no capítulo XV, artigos 175 a 
205, na Lei nº 11.638 de 28 de dezembro de 2007 e na Medida Provisória n. 449/ 2008. O Novo Código Civil (NCC), 
Lei nº 10.406/02, que entrou em vigor em 11/01/2003, também regulamenta sobre as demonstrações financeiras em seus 
arts. 1.183, 1.184, 1.188, 1.189 e outros. 
O artigo 176 da Lei das S/A determina que ao final de cada exercício social a diretoria deverá elaborar, 
com base na escrituração mercantil as seguintes demonstrações: 
a) Balanço Patrimonial (BP); 
b) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), no NCC é denominada de Demonstração dos Resultados 
Econômicos ou Demonstração de Lucros e Perdas; 
c) Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) que substitui a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
(DOAR) em 2007; 
d) Demonstração do lucro ou prejuízo acumulado (DLPA); 
e) Demonstração das mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); 
f) Demonstração do Valor Adicionado (DVA). 
 
Entre esses demonstrativos o balanço patrimonial e a demonstração de resultado do exercício são 
considerados os mais importantes, pois representam o valor quantitativo do patrimônio empresarial e o 
resultado obtido no período, respectivamente. Os demais demonstrativos têm sua importância a partir do 
momento que buscam detalhar informações contidas dentro do balanço patrimonial e da demonstração do 
resultado do exercício. 
 
Elementos das Demonstrações Contábeis 
Cabeçalho Nele deve constar o título da demonstração, o nome da empresa, a data do encerramento do 
exercício e a expressão “em mil” ou “em milhões”, conforme a redução da quantidade de 
algarismos dos valores. Este artifício possibilita a redução de espaços, o que reverte em menores 
custos com a publicação e em melhor visualização da demonstração. 
Corpo Compõe-se da demonstração estruturalmente montada de acordo com suas características próprias, 
sendo os valores apresentados em duas colunas: uma do primeiro exercício e a outra do exercício 
atual. 
 
Período de apresentação das demonstrações 
O art. 176, da Lei 6.404/76 coloca quanto à periodicidade de publicação das Demonstrações, que “Ao 
fim de cada exercício social, a Diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil de companhia, as 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 16 
seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia 
e as mutações ocorridas no exercício...” 
 Já o artigo 175, da mesma lei, estabelece que “O exercício social terá duração de 1 (um) ano e 
a data do término será fixada no estatuto” . 
Os demonstrativos deverão ser divulgados com os seguintes elementos: 
 
 
Relatório da Diretoria 
A diretoria presta informações aos acionistas sobre diversos aspectos do desempenho e 
de perspectiva da sociedade quanto as estratégias de vendas, compras, produtos, 
expansão, efeitos conjunturais, legislação, política financeira, de recursos humanos, 
resultados alcançados, planos, previsões, de natureza social etc. 
É uma forma de manter os usuários a par do que se realiza na empresa. 
É um relatório em que se relata livremente o que julga mais importante. 
Notas explicativas, Quadros 
analíticos e demonstrações 
suplementares 
São informações e dados que complementam as demonstrações financeiras 
obrigatórias, como por exemplo: taxas de juros, vencimentos e garantias de obrigações 
a longo prazo, critérios contábeis adotados na avaliação do estoque, depreciação e 
demais provisões, garantias prestadas a terceiros,tipos de ações etc. 
 
 
Parecer dos auditores 
É obrigatório apenas para as Cia abertas, ou seja, aquelas que tem papéis negociáveis 
(ações ou debêntures) colocados junto ao público. 
São opiniões sobre a correção e veracidade das demonstrações financeiras. Os 
auditores verificam os controles internos, conferem lançamentos e conciliações 
contábeis, checam os saldos bancários, clientes e fornecedores, tudo por amostragem. 
As verificações por amostragem não necessariamente detectam todos os erros e 
fraudes. Por isso, fala-se em Parecer e não em Certificado. 
 
 
Classificação 
As demonstrações podem ser analíticas (quando descriminam um item do patrimônio. Exemplos: 
Inventário de estoque, inventário de DP a receber); sintética (discriminam todo o patrimônio. Exemplos: 
Balanço, DRE); dinâmica (demonstra as variações acontecidas com o patrimônio. Exemplos: DRE, DOAR); 
estática (mostra o patrimônio em uma determinada data. Exemplos: Balanço, Inventários). 
 
Balanço Patrimonial (BP) 
Olhando a estrutura abaixo dá para perceber que os fatos contábeis são classificados e 
agrupados de acordo com sua natureza e características. O objetivo desse agrupamento é facilitar o 
entendimento das informações contábeis por parte dos usuários e facilitar a análise e interpretação da 
situação financeira da empresa. Ao analisá-lo podemos obter as seguintes informações: total de capital 
de terceiros que a empresa está usando (endividamento= [P. circulante + P. Não Circulante] / Total do 
passivo); capacidade de pagamento das dívidas de curto e de longo prazo (liquidez); folga financeira 
da empresa (capital circulante líquido= A. circulante – P. circulante); total de recursos aplicados em 
itens permanentes (imobilização); pessoas que forneceram recursos para a empresa (sócio, governo, 
funcionários, fornecedores, instituições financeiras, atividade operacional etc); onde a empresa 
aplicou seus recursos (itens circulantes ou permanentes); situação líquida da empresa (patrimônio 
líquido) etc. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL: estrutura legal - EMPRESA TOCTOC LTDA 
ATIVO (aplicações) - 
art 178, &1º 
31-12-04 31-12-05 PASSIVO (origens) – art 
178, & 2º 
31-12-04 31-12-05 
1)Ativo Circulante (ou de 
curto prazo) 
 Disponível 
 Direitos 
 Estoques 
 Despesa Antecipada 
... 
... 
35.000 
145.000 
385.000 
000 
565.000 
 
... 
... 
5.000 
215.000 
415.000 
000 
635.000 
1)Passivo Circulante (ou de 
curto prazo ou capital de 
terceiro) 
 Fornecedor 
 Salário a pagar 
 Imposto a Pagar 
 Dividendo a Pagar 
... 
... 
... 
195.000 
25.000 
55.000 
45.000 
320.000 
... 
... 
... 
215.000 
35.000 
1.000 
9.000 
260.000 
2)Ativo não circulante 
Realizável a Longo Prazo 
 Empréstimo a Diretor 
... 
... 
... 
... 
... 
... 
2)Passivo Não circulante 
(Capital de terceiro ou longo 
prazo) 
... 
... 
... 
... 
... 
... 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 17 
45.000 35.000 Financiamento 95.000 145.000 
 Investimentos 
 Imobilizado 
 Intangível 
55.000 
85.000 
5.000 
145.000 
45.000 
75.000 
5.000 
125.000 
 
3)Patrimônio Líquido (Capital 
próprio) 
 Capital Social 
 Reservas de Capital 
 Ajuste patrimonial 
 Reserva de lucros 
 Prejuízos Acumulados 
 (-) Ações em tesouraria 
... 
... 
295.000 
000 
000 
45.000 
000 
000 
340.000 
... 
... 
335.000 
000 
000 
55.000 
000 
000 
390.000 
TOTAL 755.000 795.000 TOTAL 755.000 795.000 
 
 
 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
 
A Demonstração do Resultado do Exercício - DRE é um relatório vertical, pois os seus itens (receitas e 
despesas) são colocados um abaixo do outro, obedecendo a uma ordem de adição e subtração a serem 
realizadas para o cálculo do resultado final. Os valores entre parênteses devem ser subtraídos, os demais 
somados. Você deve seguir os sinais aritméticos - (+), (-) ou (=) - que estão à esquerda para somar, subtrair e 
apurar o resultado. Os dados desse demonstrativo permitem a análise e a interpretação da situação econômica 
da empresa tais como: percentual de cada despesa; tipos de receitas obtidas pela empresa; volume de vendas; 
valor do custo das mercadorias vendidas; lucratividade etc. 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - EMPRESA TOCTOC LTDA 
 31/12/2004 31/12/2005 
+Receita Operacional Bruta (venda Bruta) 
(-) Deduções com as vendas 
 Desconto, devolução, ICMS, PIS, COFINS 
= Receita Líquida (venda líquida) 
(-) CMV – custo mercadoria vendida 
=Lucro Bruto 
(-) Despesas Operacional 
 de vendas 
 administrativa 
 depreciação 
 financeira 
+ Receita Operacional 
 Receita financeira 
=Lucro Operacional 
(-) Despesa Não Operacional 
+ Receita não operacional 
= Lucro antes do imposto 
(-) Provisão para Contribuição Social 
(-) Provisão para o Imposto de Renda 
=Lucro Depois do Imposto 
(-) Participações 
 participações de debenturistas 
 participação de empregado e/ou administrador 
 participação de partes beneficiárias 
 participação de institutos de previdência 
= Lucro Líquido do exercício 
Lucro Líquido por Ações 
1.095.000 
... 
(000) 
1.095.000 
(850.000) 
245.000 
.... 
(60.000) 
(80.000) 
(10.000) 
(40.000) 
... 
10.000 
65.000 
(000) 
000 
65.000 
(21.000) 
(34.000) 
10.000 
... 
(000) 
(000) 
(000) 
(000) 
10.000 
... 
795.000 
... 
(000) 
795.000 
(645.000) 
150.000 
.... 
(45.000) 
(55.000) 
(10.000) 
(25.000) 
... 
5.000 
20.000 
(000) 
000 
20.000 
(200) 
(800) 
19.000 
... 
(000) 
(000) 
(000) 
(000) 
19.000 
... 
 
Demonstração do Lucro ou Prejuízo Acumulado (DLPA) 
O objetivo desta demonstração é facilitar o entendimento das informações contábeis por parte dos 
usuários e apresentar as causas e os efeitos, dos registros e do saldo, da conta Lucro ou Prejuízos Acumulados. 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 18 
Você pode utilizar os dados fornecidos pela DLPA para conhecer as destinações do lucro, as retenções de 
lucros, os ajustes de exercícios anteriores, os saldos ainda não destinados etc. 
DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO OU PREJUÍZO ACUMULADO – EMPRESA TOCTOC LTDA 
 31-12-2004 31-12-2005 
Lucro Acumulado do exercício anterior (saldo no início) 80.000 45.000 
(+ ou -) Ajuste de Exercícios anteriores (000) (000) 
= Saldo Ajustado 80.000 45.000 
(+ou -) Lucro ou Prejuízo do exercício atual 10.000 19.000 
(+) Reversão de Reservas 000 000 
=Saldo à disposição 90.000 64.000 
(-) Destinações do Lucro 
 Reserva legal (000) (000) 
 Reserva Estatutária (000) (000) 
 Reserva para aumento de capital (000) (000) 
 Dividendos a pagar (R$ por ação) (45.000) (9.000) 
= Lucro Acumulado do exercício atual (saldo no fim do período atual) 45.000 55.000 
 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
A DMPL informa toda a movimentação ocorrida com as contas integrantes do Patrimônio Líquido 
(capital social, reservas, lucro ou prejuízo acumulado). Os administradores utilizam-se dos dados fornecidos 
pela DMPL para conhecer as alterações nas contas de capital, reservas e lucro acumulado assim como as 
transferências ocorridas entre essas contas. O investidor usa essa informação para avaliar seus investimentos 
permanentes em coligadas ou controladas. 
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - EMPRESA TOCTOC LTDA 
 
Descrição 
 
Capital 
 
Reservas de 
Lucro 
Prejuízo 
Acumulado 
Total 
Subscrito A realizar realizado capital Reavaliação Lucros 
Saldo Inicial 295.000 45.000 340.000 
Ajustes 
Aumento de Capital 40.000 40.000 
Reversão de Reserva 
LucroLíquido 19.000 19.000 
Destino do Lucro 
 Reserva Legal 
 Reserva Estatutária 
 Outra reserva 
 
Dividendos (9.000) (9.000) 
Saldo Final 335.000 55.000 390.000 
 
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) 
É um relatório contábil auxiliar que procura evidenciar as origens e as fontes de recursos que 
contribuem para alterar a posição financeira da empresa, ou seja, o capital circulante líquido (CCL). Foi 
substituído pela DFC (Fluxo de Caixa) em 2007. 
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÃO DE RECUROS - EMPRESA TOCTOC LTDA 
 31-12-2006 
1 - ORIGEM (FONTES) DE RECURSOS 
a) Das Operações 
 Lucro líquido do exercício 
 (+) depreciação, amortização ou exaustão 
 (+) perda por equivalência patrimonial 
 (+) prejuízo na venda de bens e direitos do ativo permanente 
 (+) variações monetárias de empréstimos a longo prazo 
 (+) recebimento no período de resultado de exercício futuro 
 (-) ganhos por equivalência patrimonial 
... 
... 
19.000 
10.000 
... 
... 
... 
... 
... 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 19 
 (-) lucro na venda de bens e direitos do ativo permanente 
 (-) transferência de resultado de exercício futuro p/ resultado do exercício 
 (+) outras receitas e despesas que não afetam o CCL 
b) Dos Acionistas 
 (+) Integralização do capital 
 (+) Contribuições para reserva de capital 
c) De Terceiros 
 (+) redução de bens e direitos do ativo realizável a longo prazo 
 (+) vendas de bens ou direitos do ativo permanente investimento 
 (+) aumento do passivo exigível a longo prazo 
TOTAL DAS ORIGENS DE RECURSOS 
... 
... 
... 
... 
40.000 
... 
... 
10.000 
10.000 
50.000 
139.000 
2 – APLICAÇÕES (USOS) DE RECURSOS 
a) Dividendos distribuídos 
b) Aumento de bens ou direitos do ativo permanente 
c) Aumento do ativo realizável a longo prazo 
d) Redução do passivo exigível a longo prazo 
e) Transferência do passivo de longo prazo para o circulante 
TOTAL DAS APLICAÇÕES DE RECURSOS 
... 
(9.000) 
(000) 
(000) 
(000) 
(000) 
(9.000) 
3 - AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DO CCL (1 – 2) 130.000 
4 - VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO – CCL 
a) CCL inicial 2004 = AC inicial – PC inicial = 565.000 – 320.000 = 
b) CCL final 2005 = AC final – PC final = 635.000 – 260.000 = 
c) Variação aumentativa no CCL (b-a) 
... 
245.000 
375.000 
130.000 
 
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) 
É um relatório que demonstra a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa e a aplicação de todo o 
dinheiro que saiu do caixa em certo período e, ainda, o resultado do Fluxo Financeiro. 
 
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - EMPRESA TOCTOC LTDA 
 31-12-2005 
1) + SALDO INICIAL EM 2004 35.000 
2) + ENTRADAS (fontes) 
Recebimento de vendas 
Recebimento de Receita Financeira 
Recebimento do Empréstimo do Diretor 
Venda de Investimento 
Novo Financiamento recebido 
Integralização do capital 
TOTAL DAS ENTRADAS 
O 
725.000 
 5.000 
 10.000 
 10.000 
 50.000 
 40.000 
840.000 
3) (-) SAÍDAS (aplicações) 
Compras de mercadorias pagas 
Despesas de vendas pagas 
Despesas administrativas pagas 
Despesas financeiras pagas 
Dividendos pagos 
Impostos pagos 
TOTAL DAS SAÌDAS 
0 
(655.000) 
(45.000) 
(45.000) 
(25.000) 
(45.000) 
(55.000) 
870.000 
= SALDO FINAL EM 2005 (1 + 2 – 3) 5.000 
Diminuição no caixa = entradas – saídas = 840.000 – 879.000 = 30.000 
 
 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
Valor Adicionado ou Valor Agregado representa a riqueza criada por uma entidade num determinado período 
de tempo, geralmente demonstrada por um período de um ano, coincidindo com as demais informações 
financeiras geradas pelas empresas. A demonstração do Valor Adicionado evidencia o valor das riquezas 
criadas, bem como sua efetiva distribuição 
 
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA 
DESCRIÇÃO MIL $ 
1 – RECEITAS 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 20 
1.1 Vendas de mercadoria, produtos e serviços 
1.2 Provisão p/devedores duvidosos – reversão/constituição 
1.3 Não operacionais 
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (Inclui ICMS, IPI, PIS e Cofins) 
2.1 Matérias-primas consumidas 
2.2 Custos das mercadorias e serviços vendidos 
2.3 Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 
2.4 Perda/Recuperação de valores ativos 
3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1 – 2) 
4 – RETENÇOES 
4.1 Depreciação, amortização e exaustão 
5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 
6.1 Resultado de equivalência patrimonial 
6.2 Receitas financeiras 
7 – VALOR ADICIONALDO TOTAL A DISTRIBUIR (5 + 6) 
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 
8.1 Pessoal e encargos 
8.2 Impostos, taxas e contribuições 
8.3 Juros e alugueis 0 
8.4 Juros sobre capital próprio e dividendos 
8.5 Lucro retidos/prejuízos do exercício (*) 
(*) O total do item 8 deve ser igual ao total do item 7. 
Fonte: Iudícibus, Geblcke e Martins.(2008, p. 501 e 502). 
 
Relação das demonstrações contábeis com os princípios e as normas contábeis 
Segunda a Resolução n. 750/93 do CFC os princípios fundamentais de contabilidade “representam a 
essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da contabilidade, consoante o entendimento predominante 
nos universos científicos e profissional de nosso País”. 
Já as normas brasileiras de contabilidade “estabelecem regras de conduta profissional e procedimentos 
técnicos a serem observados quando da realização dos trabalhos previstos na Resolução CFC n. 560/83, em 
consonância com os princípios fundamentais de contabilidade”. 
São sete os princípios contábeis geralmente aceitos: da entidade, da continuidade, da oportunidade, do 
registro pelo valor original, da atualização monetária, da competência e da prudência. 
 
Principio da 
entidade 
O principio da entidade determina que não se confunde, em hipótese ou momento 
algum capitais de empresas e o particulares dos seus sócios ou investidores, ou seja, nas 
demonstrações contábeis o patrimônio a ser expresso é o da empresa sem valores que 
possam confundi-lo com outro. 
Principio da 
continuidade 
A vida da entidade em toda sua extensão deve ser considerada quando da classificação 
e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas – principio da 
continuidade, nos demonstrativos contábeis devem apresentar o valor da perspectiva 
passada, presente e futura da entidade em toda a sua dimensão seja ela quantitativa ou 
qualitativa. 
Principio da 
oportunidade 
O principio da oportunidade reza que os registros patrimoniais e suas mutações 
devem ser efetuados imediatamente e com a extensão correta, independentemente das 
causas que as originaram, ou seja, nos demonstrativos contábeis devem apresentar 
todos as variações patrimoniais. 
Principio do 
registro pelo 
valor original 
Todos os componentes patrimoniais devem ser registrados pelos valores originais das 
transações, expressos em valor presente e corrente da moeda – principio do registro 
pelo valor original, assim nos demonstrativos contábeis todos os valores devem ser 
apresentados pelo valor de aquisição ou pagamento. 
Principio da 
atualização 
monetária 
Os efeitos do poder aquisitivo da moeda devem ser reconhecidos nos registros 
contábeis, através de ajustes – principio da atualização monetária, assim há a 
necessidade de se efetuar ajustes monetários nos valores contábeis dos períodos 
anteriores. 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 21 
Principio da 
competência 
todas as receitas, ganhos, custos e despesas devem ser reconhecidos e incluídos no 
período de apuração do resultado – principio da competência, assim os 
demonstrativos contábeis apresentam os resultados auferidos com a produção e 
desenvolvimento da atividade empresaria. 
Principio da 
prudência 
o principio da prudência determina a adoção do menorvalor para os componentes do 
ativo e o menor valor para os componentes do passivo, e a obediência a este principio 
reflete nos demonstrativos contábeis como forma de se apresentar a situação 
patrimonial mais quantificada inclusive de sua mutações. 
 
Referências 
BRASIL. Lei n. 6.404/76. Lei das sociedades por ações. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 29 
de set. de 2007. 
Conselho Federal de Contabilidade. Princípios fundamentais de contabilidade e normas brasileira de 
contabilidade. Brasília: CFC, 2006. 
MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
 
http://www.planalto.gov.br/
 
Um novo conceito em Educação 
 
 22 
Tema 3 – Análise das Demonstrações Contábeis pelos índices 
econômico-financeiros 
 
Introdução 
 Você está olhando cinco estruturas patrimoniais que foram divulgadas no Jornal Informe Contábil. 
Balanço 1 Balanço 2 Balanço 3 Balanço 4 Balanço 5 
AC PC+PnC AC PC+PnC AC PC AC PC+PnC AC PC 
 
PL 
AnC PL PnC 
AnC 
PnC 
AnC PL AnC 
AnC PL PL 
AC=Ativo Circulante; AnC=Ativo Nao Circulante; PC=Passivo Circulante; PL=Patrimônio Líquido 
PnC= Passivo Não Circulante. 
Como você pode identificar qual é a melhor dentre elas? Antes de iniciar sua análise deve lembrar que a 
composição de cada estrutura varia de acordo com o total de recursos obtidos e aplicados nas atividades 
operacionais. Assim, podemos ter diversas configurações em função da forma de distribuição e registro desses 
recursos entre os diversos componentes patrimoniais. Posteriormente, você deve saber e conhecer o significado 
de cada conta que é registrada em cada subdivisão (AC, AP, PC, PELP, PL) para poder aplicar as técnicas 
administrativas, financeiras, econômicas, ambientais, contábeis e jurídicas com o fim de entender, explicar, 
planejar, controlar e avaliar como as transações realizadas ou a realizar podem alterar o patrimônio e, ao 
mesmo tempo avaliar a rentabilidade que proporcionarão para a empresa. Nesse sentido, o analista financeiro 
diversas análises e usa indicadores com os dados evidenciados nas Demonstrações Contábeis para ter uma 
visão/análise global da empresa em estudo. Nesse sentido, podemos de forma gráfica resumir o processo 
contábil e de análise como demonstrado a seguir: 
 
 
PPRROOCCEESSSSOO CCOONNTTÁÁBBIILL 
FATOS 
Compras, Vendas, Pagamentos, Recebimentos. 
 
ESCRITURAÇÃO 
Diário, Razão, Caixa, Conta Corrente. 
 
APURAÇÃO DO RESULTADO 
Lucro Prejuízo. 
 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
Balanço Patrimonial (BP) 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
Demonstração do Lucro/Prejuízo Acumulado (DLPA) 
 
AANNÁÁLLIISSEE DDAASS DDEEMMOONNSSTTRRAAÇÇÕÕEESS CCOONNTTÁÁBBEEIISS 
 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
Balanço Patrimonial (BP) 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
Demonstração do Lucro/Prejuízo Acumulado (DLPA) 
 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 23 
COLETA DE DADOS 
Ativo circulante Passivo circulante Contas de Resultado 
Ativo realizável a longo prazo Passivo exigível a longo prazo Origem e Aplicação de Recurso 
Ativo permanente Patrimônio líquido etc 
 
 
CÁLCULOS 
Coeficiente Quocientes Índices Padrões 
 
ANÁLISE DOS ÍNDICES, HORIZONTAL, VERTICAL, COMPARAÇÃO COM OS PADRÕES E 
INTERPRETAÇÃO 
Análise e interpretação dos dados (isolados ou/em conjunto) 
 
CONCLUSÕES 
Elaboração de relatórios inteligíveis para leigos (usuários diversos) 
 
 As demonstrações contábeis fornecem uma séria de dados sobre a empresa. A análise transforma esses 
dados em informações. Assim, podemos dizer que o objetivo da análise é produzir informações sobre a posição 
econômica e financeira da empresa, as causas que determinam a evolução apresentada e as tendências futuras. 
Ou seja, pela análise têm-se informações sobre a posição passada, presente e futura da empresa. 
 
escrituração análise 
 
Metodologia da análise (etapas da análise) 
 A análise baseia-se no raciocínio científico. O processo obedece a seguinte sequência: 
a) Exame e padronização das demonstrações 
b) Coleta de dados: extração de valores das demonstrações 
c) Cálculo dos indicadores 
d) Interpretação dos quocientes de forma isolada e conjunta 
e) Análise horizontal e vertical 
f) Comparação com os padrões 
g) Emissão do relatório 
 
Condições para realizar uma boa análise 
a) conhecer os princípios contábeis que determinam como foram realizados os registros e como foram 
levantados os demonstrativos contábeis; 
b) estar atento ao desempenho financeiro, tendência e rentabilidade dos concorrentes através de dados 
publicados nos meios de comunicação para que você possa situar sua empresa no mercado; 
c) estar informado sobre as mudanças de comportamento dos gostos dos consumidores; 
d) atentar para as mudanças externas que possam vir a atingir a empresa; 
e) estar consciente do significado de cada demonstrativo, suas contas, conteúdos, significado, origem e 
limitações; 
f) conhecer bem a entidade a ser analisada, como sua história, métodos de trabalho, objetivos e metas. 
 
Usuários da Análise 
a) Bancos: para conhecer o endividamento e a liquidez de seus clientes; 
b) Fornecedor: para conhecer a capacidade de pagamento e liquidez de seus clientes; 
c) Administrador: para conhecer o desempenho, a liquidez, o endividamento, a rentabilidade etc; 
d) Investidor: para conhecer a rentabilidade e a valorização das ações; 
e) Sindicatos: para estabelecer padrões que serão guias no processo decisorial; 
f) Governo: para auxiliar nas concorrências públicas (melhor financeiramente); acompanhar o 
desempenho da empresa vencedora na licitação; rentabilidade das empresas públicas, saber como está 
cada setor etc; 
g) Cliente: para verificar se o fornecedor pode cumprir com o contrato firmado. 
Fatos 
contábeis 
Demonstrações 
contábeis 
(dados) 
Informações para 
tomar decisões 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 24 
 
Técnicas de análise 
Método de Análise Vertical 
(AV) ou análise dos 
coeficientes 
 Mede percentualmente cada componente em relação ao todo do qual faz parte e 
faz comparações caso existam dois ou mais períodos. 
 É utilizado para estudar as tendências 
 É a análise da estrutura patrimonial. 
 Exemplo: 
Ativo circulante 400 400/1000 x 100 = 40% 
Ativo permanente 600 600/1000 x 100 = 60% 
Total ativo 1.000 100% 
Método da Análise Horizontal 
(AH) ou números índices 
 Avalia o aumento ou a diminuição dos valores que expressam os elementos 
patrimoniais numa determinada série histórica de exercícios (vários anos). 
 É utilizado para estudar as tendências. 
 Exemplo: 
 Ano 1 AH Ano 2 AH 
Ativo circulante 400 100% 800 200% 
Ativo permanente 600 100% 1.800 300% 
Total do ativo 1.000 100% 2.600 500% 
 
Análise por quocientes 
(popularmente conhecido 
como índices) 
 É determinada em função da relação existente entre dois elementos indicando 
quantas vezes um contém o outro, ou a proporção de um em relação ao outro. 
 Assim é necessário ter duas quantidades, uma vai no numerador (dividendo) e a 
outra no denominador (divisor). 
 É chamado de quociente porque indica quantas vezes o divisor está contido no 
dividendo. 
 É o método mais utilizado devido a profundidade atingida e a minimização de 
distorções devido a inflação. 
 Exemplo: 
Liquidez corrente = Ativo circulante / passivo circulante 
 LC = 600,00/ 300,00 LC = R$ 2,00 
 Significado: para cada R$1,00 de dívida temos R$ 2,00 p/ pagar. 
Índices Padrões  É calculado utilizando a estatística. 
 Deve ser usado em empresas que tem a mesma atividade e atua no mesmo ramo. 
 
 
Importância da análise 
 No mundo competitivo saber analisar as demonstrações contábeis é essencial para qualquer entidade. 
Por meio dessa técnica podemos avaliar os efeitos de algumas transações na situação financeira (por exemplo: 
qual o efeito financeiro da aquisição de um financiamento para a automação da produção); determinar os 
pontos positivos e negativos e a solução para os mesmos; identificar a política administrativa dos concorrentes 
(por exemplo: ganhar mercado, mesmo com capital de terceiros); estimar o futuro, limitações e potencialidades 
da empresa (por exemplo: empresa pode manter sua rentabilidade?) etc. Entretanto, destacamos que cada 
usuário pode analisar uma empresa considerando o aspecto que mais lhe interessar. 
 
Limitações da análise 
a) como as demonstrações são registradas pelo valor histórico, isso significa que há um afastamento entre 
o valor contábil e o valor de mercado; 
b) os princípios e os critérios adotados devem ser informados e utilizados de forma conveniente, caso 
contrário o analista fará julgamento incorreto. 
 
Roteiro para avaliar a credibilidade e a qualidade das demonstrações 
 
Demonstrações 
contábeis ideais para se 
fazer a análise 
 demonstrações que foram publicadas em jornais e com todos os requisitos legais (Lei 
das S/A) solicitados; 
 demonstrações que estão assinadas por contador e acompanhadas com o relatório da 
diretoria e notas explicativas completas; 
 demonstrações que contém o parecer de auditoria de pessoa jurídica que não tenha 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 25 
empresa cliente que representa mais de 2% do seu faturamento e que não esteja 
auditando a empresa analisada por mais de quatro anos. 
Demonstrações 
contábeis que requer 
cuidado 
 demonstrações que tem relatório da diretoria muito suscinto e notas explicativas 
incompletas; 
 demonstrações que foram publicadas e que tem parecer de auditoria em desacordo com 
os requisitos legais. 
Demonstrações 
contábeis que requer 
profundos cuidados 
 demonstrações não publicadas em jornais; 
 demonstrações sem o parecer de auditoria ou tem um parecer com ressalva; 
 demonstrações que não atendem parte dos requisitos legais. 
Demonstrações 
contábeis que não se 
deveria fazer a análise 
 empresas que não apresentam as demonstrações sendo obrigadas a tal procedimento; 
 quando há contradições nas demonstrações ou exageros facilmente detectáveis; 
 demonstrações que não refletem a realidade ou quando a empresa não valoriza a 
contabilidade. 
Fonte: Marion (2002, p. 23). 
 
Análise Horizontal (AH) e Vertical (AV): exemplo em % 
BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA TOCTOC LTDA 
ATIVO 2004 AV AH 2005 AV AH PASSIVO 2004 AV AH 2005 AV AH 
CIRCULANTE 
 Disponível 
 Direitos 
 Estoques 
 Despesa Ant 
 
REALIZÁVEL 
LONGO PRAZO 
 Empréstimo 
 
 Investimentos 
 Imobilizado 
 Intangível 
 
... 
35.000 
145.000 
385.000 
000 
565.000 
... 
... 
45.000 
.. 
55.000 
85.000 
5.000 
145.000 
... 
 4,6 
19,2 
51,0 
 0,0 
74,8 
... 
... 
 5,9 
... 
 7,3 
11,3 
 0,7 
19,3 
... 
100 
100 
100 
100 
100 
... 
... 
100 
... 
100 
100 
100 
100 
... 
5.000 
215.000 
415.000 
000 
635.000 
... 
... 
35.000 
... 
45.000 
75.000 
5.000 
125.000 
... 
 0,7 
27,0 
52,2 
 0,0 
79,9 
... 
... 
 4,4 
... 
 5,6 
 9,4 
 0,7 
15,8 
... 
14,3 
148 
108 
000 
112 
... 
... 
77,7 
... 
81,8 
88,2 
100 
86,2 
CIRCULANTE 
 Fornecedor 
 Salário pagar 
 Imposto pagar 
 Dividendos 
 
NÃO 
CIRCULANTE 
 Financiamento 
PAT. LÍQUIDO 
 Capital 
 Reservas 
 Lucro 
... 
195.000 
25.000 
55.000 
45.000 
320.000 
... 
... 
95.000 
... 
295.000 
000 
45.000 
340.000 
... 
25,8 
 3,3 
 7,3 
 5,9 
42,3 
... 
... 
12,7 
... 
39,1 
00,0 
 5,9 
45,0 
... 
100 
100 
100 
100 
100 
... 
... 
100 
... 
100 
100 
100 
100 
... 
215.000 
35.000 
1.000 
9.000 
260.000 
... 
... 
145.000 
... 
335.000 
000 
55.000 
390.000 
... 
27,0 
 4,4 
 0,2 
 1,1 
32,7 
... 
... 
18,3 
... 
42,1 
00,0 
 6,9 
49,0 
... 
110,0 
140,0 
 1,8 
 20,0 
 81,2 
... 
... 
152,6 
... 
113,6 
000,0 
122,2 
114,7 
TOTAL 755.000 100 100 795.000 100 105 755.000 100 100 795.000 100 105 
Análise Horizontal e Vertical do Balanço: O ativo total cresceu 5% de 2004 para 2005 em termos reais. Esse crescimento aconteceu devido 
principalmente ao ativo circulante que teve expansão de 12% devido ao aumento dos direitos e dos estoques. Dessa forma, não houve 
alteração na estrutura do ativo. Em 2004, 74,8% dos recursos estavam investidos no ativo circulante, percentual esse que aumentou para 79,9 
em 2005. Esse crescimento foi financiado com capital de terceiros e capital próprio. O patrimônio líquido aumentou enquanto o passivo 
circulante diminuiu de um ano para outro. O ativo circulante cresceu mais que o passivo circulante. A principal fonte de capital de terceiros é 
o fornecedor que representa uma fonte estável de recursos mais barata que o financiamento. Em resumo, podemos dizer que a situação 
financeira não ficou sacrificada com os investimentos realizados no ativo circulante. 
 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 26 
 
DRE DA EMPRESA TOCTOC LTDA 
 31/12/2004 AV% AH% 31/12/2005 AV % AH% 
+Receita Operacional Bruta (venda Bruta) 
(-) Deduções com as vendas 
 Desconto, devolução, ICMS, PIS, COFINS 
= Receita Líquida (venda líquida) 
(-) CMV – custo mercadoria vendida 
=Lucro Bruto 
(-) Despesas Operacional 
 de vendas 
 administrativa 
 depreciação 
 financeira 
+ Receita Operacional 
 Receita financeira 
=Lucro Operacional 
(-) Despesa Não Operacional 
+ Receita não operacional 
= Lucro antes do imposto 
(-) Provisão para Contribuição Social 
(-) Provisão para o Imposto de Renda 
=Lucro Depois do Imposto 
(-) Participações 
 participações de debenturistas 
 participação de empregado e/ou administrador 
 participação de partes beneficiária 
 participação de institutos de previdência 
= Lucro Líquido do exercício 
Lucro Líquido por Ações 
1.095.000 
... 
(000) 
1.095.000 
(850.000) 
245.000 
.... 
(60.000) 
(80.000) 
(10.000) 
(40.000) 
... 
10.000 
65.000 
(000) 
000 
65.000 
(21.000) 
(34.000) 
10.000 
... 
(000) 
(000) 
(000) 
(000) 
10.000 
... 
100,0 
... 
000,0 
100,0 
77,6 
22,4 
... 
5,5 
7,3 
0,9 
3,6 
... 
0,9 
5,9 
0,0 
0,0 
5,9 
1,9 
3,1 
0,9 
... 
0,0 
0,0 
0,0 
0,0 
0,9 
... 
100 
... 
100 
100 
100 
100 
... 
100 
100 
100 
100 
... 
100 
100 
100 
100 
100 
100 
100 
100 
... 
100 
100 
100 
100 
100 
... 
795.000 
... 
(000) 
795.000 
(645.000) 
150.000 
.... 
(45.000) 
(55.000) 
(10.000) 
(25.000) 
... 
5.000 
20.000 
(000) 
000 
20.000 
(200) 
(800) 
19.000 
... 
(000) 
(000) 
(000) 
(000) 
19.000 
... 
100,00 
... 
000,00 
100,00 
 81,13 
 18,87 
... 
 5,66 
 6,92 
 1,26 
 3,14 
... 
 0,63 
 2,52 
 0,00 
 0,00 
 2,52 
 0,02 
 0,1 
 2,39 
... 
 0,00 
 0,00 
 0,00 
 0,00 
 2,39 
... 
72,6 
... 
00,0 
72,6 
75,8 
61,2 
... 
75,0 
68,7 
100,0 
62,5 
... 
50,0 
30,8 
00,0 
00,0 
30,8 
0,95 
2,3 
190,0 
... 
0,0 
0,0 
0,0 
0,0 
190,0 
... 
Análise Horizontal e Vertical da DRE: O que está reduzindo a margem de lucro da empresa é o valor significativo que deve 
pagar pelo custo das mercadoriasvendidas. As despesas operacionais estão em níveis aceitáveis. 
 
 
 
Análise através dos índices ou quocientes 
 As contas ou grupos de contas que compõe as fórmulas dos índices são extraídos dos demonstrativos 
contábeis, principalmente do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Para 
fazer a análise você deverá: 
a) escolher os índices com que irá trabalhar; 
b) pegar os dados nos demonstrativos e calcular os índices; 
c) definir qual o comportamento do índices (Maior , melhor ou Menor, melhor); 
d) tabular os resultados para poder comparar com os diferentes anos; 
e) fazer a avaliação isolada; 
f) fazer a avaliação conjunta; 
g) fazer a avaliação com os padrões; 
h) emitir um relatório. 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 27 
 
Classificação Nome das Fórmulas Fórmulas 
Índices de 
Estrutura de 
Capital ou 
Endividamento 
a) capital de terceiros em relação aos recursos totais 
b) Imobilização do PL 
 
(PC + PNC) / Passivo Total 
Investe+Imob+Intang/PL 
 
 
Mostram a 
Situação 
financeira 
Índices de 
liquidez 
 
a) Liquidez geral (LG) 
b) Liquidez corrente (LC) 
c) Liquidez Seca (LS) 
d) Liquidez Imediata (LI) 
(AC + ARLP)/(PC + PNC) 
AC/PC 
(AC-Estoque)/PC 
Disponível/PC 
Índices de 
rentabilidade 
 
a) Giro do Ativo 
b) Margem líquida 
c) Rentabilidade do ativo (rentabilidade da empresa) 
d) Rentabilidade do PL (rentabilidade do sócio) 
Venda Líquida/Ativo 
Lucro Líquido/Venda Líquida 
Lucro Líquido/Ativo 
Lucro Líquido/PL 
 
Mostram a 
Situação 
econômica 
Índices de 
Atividade ou 
Prazos Médios 
a) Prazo médio de renovação do estoques – PMRE 
b) Prazo médio de pagamento das compras – PMPC 
c) Prazo médio de recebimento das vendas – PMRV 
(DP receber/vendas)x360 
(Fornecedor/compras)x360 
(Estoque/CMV)x360 
Mostram os 
Prazos pactuados 
Fonte: Matarazzo (1997, p. 158-341). 
 
AC – Ativo Circulante; ARLP – Ativo de Longo Prazo; PNC – Passivo Não Circulante; DP - Duplicata 
PC – Passivo Circulante; PL – Patrimônio Líquido 
 
I) Índices de liquidez: o que mostram? 
Os índices de liquidez mostram se a empresa tem uma base financeira sólida ao comparar os bens e direitos 
realizáveis com as obrigações exigíveis. A liquidez pode ser calculada por meio de quatro índices: liquidez 
corrente (LC), liquidez geral (LG), liquidez seca (LS) e liquidez imediata (LI). Quando o valor da liquidez for 
superior a R$ 1,00 indica situação favorável, mas não podemos afirmar que a empresa está pagando suas 
dívidas em dia. Se o valor for inferior a R$ 1,00 indica que a empresa necessita gerar recursos para pagar suas 
dívidas. Para conhecer sua capacidade de gerar recursos você deverá fazer uma análise bem detalhada da 
DOAR e da DFC. Para exemplificarmos o cálculo e a análise dos índices de liquidez, iremos usar os valores 
contidos nos demonstrativos da empresa TOC TOC Ltda., apresentados a você no TEMA 1 deste caderno. 
 
a) Liquidez Geral (LG) 
Veja, na tabela a seguir, a fórmula e o significado do índice de liquidez geral. 
Índice Símbolo Fórmula O que indica? Interpretação 
Liquidez geral LG AC+ARLP/PC+PnC 
 
Mostra quanto a empresa tem 
de recursos totais para cada R$ 
1,00 de dívida total. 
Quanto maior, 
melhor para a 
empresa. 
Veja, na tabela a seguir, os cálculos realizados com os valores extraídos das demonstrações contábeis 
da empresa TOC TOC Ltda. 
Fórmula Período 2007 Período 2008 Conclusão 
AC + ARLP 
PC + PnC 
565.000 + 45.000 = 
320.000 + 95.000 
= 1,47 
635.000 + 35.000 = 
 260.000 + 145.000 
= 1,65 
Nos dois períodos, os 
investimentos são 
suficientes para pagar as 
dívidas totais. Conclui-se, 
nesse caso, que a situação 
financeira tende a ser 
satisfatória porque não 
depende de geração futura 
de recursos para liquidar 
suas dívidas. 
O que indica? Para cada R$ 1,00 de 
dívida, a empresa tem R$ 
1,47 de recursos. Portanto 
consegue pagar as dívidas 
e ainda tem folga de 47%. 
Essa folga vem do capital 
circulante próprio de R$ 
150,00 (PL - AP- ARLP). 
Para cada R$ 1,00 de 
dívida, a empresa tem R$ 
1,65 de recursos. Portanto 
consegue pagar as dívidas 
e ainda tem folga de 65%. 
Essa folga vem do capital 
circulante próprio de R$ 
230,00 (PL - AP- ARLP). 
 
AC = Ativo Circulante; ARLP = Ativo Realizável a Longo Prazo; PC = Passivo Circulante; PnC = Passivo Não Circulante (Longo 
Prazo) 
 
Saiba mais 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 28 
Capital circulante próprio (CCP) é a quantidade de recursos do patrimônio líquido que está aplicado no 
ativo circulante. Para obter seu valor, você deve aplicar a seguinte fórmula: CCP = PL – AnC. 
 
b) Liquidez corrente (LC) 
Veja, na tabela a seguir, a fórmula e o significado do índice de liquidez corrente. 
Índice Símbolo Fórmula O que indica? Interpretação 
Liquidez 
corrente 
LC AC/PC 
 
Mostra quanto a empresa tem de 
recursos circulantes para cada R$ 1,00 
de dívida circulante. 
Quanto maior, 
melhor para a 
empresa. 
 
Veja, na tabela a seguir, os cálculos realizados com os valores extraídos das demonstrações contábeis 
da empresa TOC TOC Ltda. 
 
 
Fórmula Período 2007 Período 2008 Conclusão 
AC 
PC 
565.000 = 1,76 
320.000 
635.000 = 2,44 
 260.000 
Nos dois períodos, os 
investimentos circulantes 
são suficientes para pagar 
as dívidas de curto prazo. 
Assim a situação 
financeira tende a ser 
satisfatória porque não 
depende de geração futura 
de recursos para liquidar 
suas dívidas. 
O que indica? Para cada R$ 1,00 de 
dívida, a empresa tem R$ 
1,76 de recursos. Portanto 
consegue pagar as dívidas 
e ainda tem folga de 76%. 
Essa folga vem do capital 
circulante líquido de R$ 
245,00 (AC - PC). 
Para cada R$ 1,00 de 
dívida, a empresa tem R$ 
2,44 de recursos. Portanto 
consegue pagar as dívidas 
e ainda tem folga de 
144%. Essa folga vem do 
capital circulante líquido 
de R$ 375,00 (AC - PC). 
 
AC = Ativo Circulante; PC = Passivo Circulante. 
Saiba mais 
Capital circulante líquido (CCL) é a quantidade de recursos do patrimônio líquido e do passivo exigível 
de longo prazo que está aplicado no ativo circulante e que não serão cobrados a curto prazo. Para obter seu 
valor, você deve aplicar a seguinte fórmula: CCL = AC - PC. 
 
c) Liquidez seca (LS) 
Veja, na tabela a seguir, a fórmula e o significado do índice de liquidez seca. 
 
Índice Símbolo Fórmula O que indica? Interpretação 
Liquidez 
seca 
LS AC – Estoque / 
PC 
 
Mostra quanto a empresa tem de 
recursos circulantes, excluindo os 
estoques para cada R$ 1,00 de dívida 
circulante. 
Quanto maior, 
melhor para a 
empresa. 
 
Veja, na tabela a seguir, os cálculos realizados com os valores extraídos das demonstrações contábeis 
da empresa TOC TOC Ltda. 
 
Fórmula Período 2007 Período 2008 Conclusão 
AC-Estoque 
PC 
565.000-385.000= 0,56 
320.000 
635.000-415.000=0,84 
260.000 
 
Nos dois períodos, os 
investimentos circulantes 
são insuficientes para 
pagar as dívidas de curto 
 
Um novo conceito em Educação 
 
 29 
O que indica? Para cada R$ 1,00 de 
dívida, a empresa tem R$ 
0,56 de recursos. Portanto 
não consegue pagar as 
dívidas sem o estoque. 
Para cada R$ 1,00 de 
dívida, a empresa tem R$ 
0,84 de recursos. Portanto 
não consegue pagar as 
dívidas sem o estoque. 
prazo, apesar de ter 
melhorado de um ano 
para outro. Assim a 
situação financeira tende 
a ser deficitária porque 
depende da venda dos 
estoques para gerar 
recursos para liquidar 
suas dívidas. 
 
AC = Ativo Circulante; PC = Passivo Circulante. 
 
Você agora poderia perguntar: por que excluir o valor dos estoques? Porque esse é o elemento de maior 
risco do ativo circulante, porque pode ser roubado, deteriorado, ficar obsoleto e de não ser vendido e, assim, 
não ser transformado em dinheiro. Esses riscos dependem da empresa, do mercado e da conjuntura econômica 
(MATARAZZO, 1997, p.

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