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3ºAula Ética e sociedade Que bom tê-los aqui! Iremos dar continuidade aos assuntos abordados sobre Ética e Sociedade. Caso ao final desta aula vocês tenham alguma dúvida, poderão enviar seus questionamentos através das ferramentas “fórum” ou “quadro de aviso” e chat. Iremos inicialmente analisar os objetivos propostos e verificar as seções que serão estudadas no decorrer desta aula. Bom estudo!!! Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, o aluno será capaz de: • entender o universo da ética dentro da sociedade; • ampliar novos entendimentos sobre assuntos polêmicos da ética e política; • refletir sobre o papel da religião na educação ética do cidadão; • perceber a importância da ética na sociedade como um todo; • aprimorar os conhecimentos através da análise de valores. Ética Geral e Profi ssional 20 1 - Introdução 2 - Ética e Sociedade: Um breve histórico 3 - Ética e Política 4 - Ética e Religião 5 - Caso Prático Seções de estudo 1 - Introdução 2 - Ética e Sociedade: Um breve histórico 3 - Ética e política Desde o seu nascimento e ao longo de sua existência, o homem vive em sociedade; daí a afirmação axiomática de que: o homem é um animal social por natureza (FIPECAPI, 1997). Pensar a existência do homem e da sociedade é pensar a origem da ética não apenas como ordem racional, mas como ordem política e social. A dimensão ética, apesar de voltada para a individualidade, está dirigida para a vida pública dos homens (SENAC-DN, 2004). A premissa básica para que isso aconteça é responder e agir com coerência com a resposta à seguinte pergunta: O que eu estou disposto a fazer para que este grupo seja mais feliz? Ou qual é o meu compromisso para que a vida nessa empresa se torne mais saudável e benefi cie a todos? Parece utopia, coisa de santo? Pois é, parece. E, de fato, é, já que pessoas éticas são, antes de qualquer coisa, esperançosas, acreditam em utopia, sabem que o amanhã poderá ser melhor que o hoje, assume as suas escolhas e as conseqüências perante o que fazem (VIEIRA, 2006, p. 23). Na antiguidade, na Grécia antiga, onde se originaram as reflexões éticas, acentua o caráter público das questões relativas aos valores. Os gregos entendiam que os juízos sobre o bem, a verdade, a justiça eram ditados pela consciência moral (individual), mas decididos de maneira livre e racional em praça pública, na pólis. A pólis era, para os gregos, o lugar onde os homens, por meio de debate, do diálogo, pelo uso da palavra exercitavam sua cidadania, ou seja, decidiam sobre o destino comum: qual a melhor lei, a melhor forma de governo, se a cidade deve ir à guerra, qual a melhor forma de comércio, enfim, tudo o que diz respeito à coisa pública, ao bem comum. Na sociedade medieval, os princípios da ética antiga, mudaram significativamente. Com o poder exercido pela igreja, as normas de convivência passaram a ser reguladas pelo cristianismo, tendo como base a fé e a caridade, virtudes capitais. Dessa maneira, a ética já não se manifestava na ação, comportamento, no agir social, mas nas boas intenções e no desejo da busca pelo bem para atender à vontade divina. Já na sociedade moderna, com o surgimento de uma nova classe social, a burguesia, cresceu o fortalecimento de uma nova ordem de valores que passam a nortear o relacionamento do homem e seus interesses dessa nova classe. Dependentes do desenvolvimento e produção no comércio exigiam-se mão de obra livre e dedicação ao trabalho para aumentar a prosperidade dos negócios. O trabalho, na modernidade, começa a ser reconhecido como fator social determinante na própria humanização do homem. Anteriormente, o trabalho era visto de forma negativa em razão de sua origem que vem do latim tripalium, que significa um instrumento de tortura. Mesmo na bíblia, o trabalho foi proposto como castigo pela culpa de Adão e Eva (nos termos bíblicos, o homem é condenado a trabalhar e ganhar o pão com o suor do seu rosto, ficando a mulher condenada ao trabalho do parto). Então, a sociedade moderna, conclamou o trabalho como expressão de liberdade, uma vez que, por meio dele, o homem altera a natureza, inventa a técnica, inova a realidade, enfim, muda o curso dos acontecimentos, alterando a si próprio e a sociedade em que vive. O trabalho é identificado como fator econômico, salário, poder aquisitivo, mas também, como uma necessidade psicológica do homem, já que determina o status de uma pessoa, fazendo-a pertencer a um grupo, estabelecendo laços de solidariedade, permitindo sua realização pessoal e social. A sociedade moderna desenvolveu a ética do trabalho que consiste em atribuir a esta atividade o fator primordial à construção da realização pessoal, ao estabelecimento da ordem social, prevalecendo relações com dignidade, liberdade e igualdade entre os homens. Diz-se hoje que não há ética na política. No entanto, não podemos aceitar uma política sem ética. A ética é assunto que se tem comentado muito na política nacional. Lembramos que a “ética dos políticos” tem sido fato de preocupação no parlamento. Um exemplo utilizado acerca dessa questão foi o impeachment do Collor. Na política o poder é exercido em nome do povo, pelos políticos e pelos funcionários públicos. Para isso é importante a participação do cidadão na vida política, seja filiando-se a um partido, discutindo ou opinando assuntos de relevância para o crescimento de seu país. Vamos à leitura deste artigo sobre Ética e Política: Figura 7 - Ética na política Disponível em: <http://andrearrudaplacido. blogspot.com/2008/01/tica-na-poltica. html>. Acesso em: 01 jun. 2009. A crise política sem fim e sem precedentes sugere algumas reflexões sobre o problema da ética na política. Nenhuma profissão é mais nobre do que a política porque quem a exerce assume responsabilidades só compatíveis com grandes qualidades morais e de competência. A atividade política só se justifica se o político tiver espírito republicano, ou seja, se suas ações, além de buscarem a conquista do poder, forem dirigidas para o bem público, que não é fácil definir, mas que é preciso sempre buscar. Um bem público que variará de acordo SENAC.DN. Ética e trabalho. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2004, 80 p. II 21 4 - Ética e religião com a ideologia ou os valores de cada político, mas o qual se espera que ele busque com prudência e coragem. E nenhuma profissão é mais importante, porque o político, na sua capacidade de definir instituições e tomar decisões estratégicas na vida das nações, tem uma influência sobre a vida das pessoas maior do que a de qualquer outra profissão. A ética da política, porém, não é a mesma ética da vida pessoal. É claro que existem princípios gerais, como não matar ou não roubar, mas entre a ética pessoal e a ética política há uma diferença básica: na vida pessoal deve-se esperar que cada indivíduo aja de acordo com o que Max Weber chamou a ética da convicção, ou seja, a ética dos princípios morais aceitos em cada sociedade já na política prevalece a ética da responsabilidade. A ética da responsabilidade leva em consideração as conseqüências das decisões que o político adota. Em muitas ocasiões, o político é obrigado a tomar decisões que envolvem meios não muito nobres para alcançar os objetivos públicos. O político, por exemplo, não tem alternativa senão fazer compromissos para alcançar maiorias. ...Para o grande pensador Florentino, fundador do republicanismo moderno, o interesse público era o critério essencial, mas diferentemente do conceito de ética da responsabilidade, ele justificava praticamente qualquer meio desde que visasse o interesse público. Nessa contradição entre os fins públicos e os meios existe um problema de grau. É claro que o político deve ser fiel à sua visão do bem público, mas não pode ser radical tanto em relação aos fins nem aos meios. Não pode acreditar que detém o monopólio da definição desse bem: o político democrático erepublicano tem a sua visão do interesse comum, mas respeita a dos outros. Por outro lado, ainda que o uso de meios discutíveis possa ser justificado em certas circunstâncias, é evidente que não podem ser quaisquer os meios utilizados. É preciso aqui também ser razoável: alguns meios são absolutamente condenáveis e, portanto injustificáveis. Foi por isso que Weber, ao invés de ficar com a ética de Maquiavel, preferiu falar em ética da responsabilidade, para poder enfatizar o fator grau na escolha tanto dos fins quanto dos meios. O político deve agir de acordo com a ética da responsabilidade, porque essa é a única ética compatível com o espírito republicano. Um grande número de políticos, porém, não age de acordo com ela. Muitos agem imoralmente como temos visto nesta crise. Sugiro que, adotando os critérios anteriores, há três tipos de imoralidade na política: imoralidade quanto aos meios, quanto aos fins, e quanto aos meios e aos fins. A imoralidade quanto aos meios é aquela que resulta de os meios utilizados serem definitivamente condenáveis. A imoralidade quanto aos fins é aquela que se materializa quando falta ao político a noção de bem público: ainda que seu discurso possa afirmar valores, ele realmente busca apenas seu poder ou seu enriquecimento, ou ambos. Neste caso configura-se o político oportunista, que não tem outro critério senão seu próprio interesse. Há certos casos, em que a imoralidade é apenas em relação aos meios, outros, apenas quanto aos fins, mas geralmente é uma imoralidade tanto os meios quanto os fins: o político usa de quaisquer meios para atingir seus fins pessoais. Neste caso temos a imoralidade absoluta, o oportunismo, radical. Quando pensamos nos principais responsáveis pela atual crise moral, o que vemos é que poucos foram imorais apenas em relação aos meios, utilizando meios condenáveis como a corrupção e o suborno, mas se mantendo fiéis aos seus valores. A maioria é constituída de políticos que traíram todos os seus compromissos e passaram a adotar políticas econômicas que até o dia anterior criticavam acerbamente. Não agiram de acordo com a ética da responsabilidade ou mesmo com a ética de Maquiavel, mas de acordo apenas com seu interesse em se compor com os poderosos ou com os que pensam serem os poderosos aqui e no exterior. Seu único objetivo era e continua a ser sua permanência no poder. Um desses políticos acabou de perder o poder em um dos episódios mais lamentáveis de nossa história o outro continua a fazer campanha como se não fosse responsável por nada. Esse tipo de política, porém, tem vida curta nas democracias (BRESSER-PEREIRA, 2006). Para Glenn (1965 apud Nalini, 1999, p. 151): É necessário conceituar religião. De forma subjetiva, religião é a virtude moral que inclina a dar a Deus o que Lhe é devido. Tomada objetivamente, como coisa ou objeto, religião é a síntese de verdades e leis que estabelecem e regulam os deveres do homem para com Deus. A religião, considerada como disciplina dos deveres do homem em relação a Deus, é fato primitivo, universal e constante em toda a História humana. Não há religião sem moralidade e, para alguns, não há moralidade sem religião (PERELMAN apud NALINI, 1999, p. 152). No mundo ocidental é fácil observar os preceitos éticos contidos na vida cristã. A ética do cristianismo resume-se em “ama o próximo como a ti mesmo”. Esta síntese traz uma tradução feliz do mandamento ético de se não fazer ao outro aquilo que não se quer para si (NALINI, 1999). Afirma Estébanez (1980 apud Nalini, 1999, p. 154) “a religião integra a essência humana. Ela não é algo optativo, senão postulado necessário para alcançar o desenvolvimento integral da natureza humana”. A Importância da Religião e da Ética na Educação Este artigo mostra que a educação é um processo muito mais complexo do que muitas pessoas costumam imaginar. Não é apenas um aglomerado de conhecimento e teorias, essa trajetória envolve a palavra vida, abrange o ser como um todo. Para que o processo educativo de alguém seja pleno, é necessário o desenvolvimento das faculdades mentais, físicas e espirituais. É nesse raciocínio que a religião entra como peça fundamental no desenvolvimento do ser humano. A educação tem o objetivo de fazer com que o homem perceba o mal e também de restabelecer a relação harmônica entre Deus, o homem e a natureza. O ser humano não pode ser considerado como pequenas partes isoladas, deve ser visto como um ser integral, que necessita de assistência em todos os âmbitos de sua vida. O processo educativo não pode se reduzir apenas aos aspectos teóricos de conhecimento, o aluno também precisa estar preparado para enfrentar situações práticas de sua existência e principalmente estar amadurecido para perceber o importante OUTO, A. A Importância da Religião e da Ética na Educação. Disponível em: <http://www.webartigos. com/artigos/a-importancia- da-religiao-e-da-etica-na- educacao/4979/>. Acesso em: 25 out. 2011. Ética Geral e Profi ssional 22 papel que exerce na sociedade. A religião sempre esteve presente na sociedade. Durante a Idade Média, a filosofia esteve intrinsecamente ligada à Igreja (religião), ao final desse período esse conceito foi se modificando, e assim a filosofia foi tomando um caminho independente da religião, porém as duas correntes se desenvolveram individualmente, cada uma com suas peculiaridades. O que é interessante notar é que mesmo com essa divisão, a religião subsistiu a todos os períodos históricos, e na atualidade, ainda faz parte da construção da existência humana. No âmbito escolar e educacional, no que diz respeito à educação de filhos, a maioria dos pais tem procurado instituições que prezam por valores morais e éticos, e geralmente essas instituições estão ligadas a algum pensamento religioso. O educando que compreende a importância da ética e da moral, é um indivíduo que estará mais consciente do seu papel na sociedade. A ética e a moral têm um lugar muito importante no processo educacional. A moral é o modo como o homem se comporta representado em um conjunto de normas e regras, ou seja, o ato do ser humano. Segundo Vasquez (2005), a moral não é ciência, mas objeto da ciência; e, nesse sentido, é por ela estudada e investigada. O papel da moral é regular as relações entre os indivíduos e sociedade. A ética é a teoria ou a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade (VASQUEZ, 2005), ou seja, a avaliação do ato do ser humano. Seu papel é a abordagem dos problemas morais com o rigor da ciência. As características dos valores morais estão relacionadas com o comportamento das pessoas, por atitudes de dever e não dever, pela importância atribuída aos valores e consequentemente pelos sentimentos de existência e manifestações de respeito. Todos esses conceitos devem permear a construção do caráter de um indivíduo. O ser humano que cresce sem essas orientações terá sérios problemas para conviver bem e harmoniosamente em sociedade. A ética e a moral são peças fundamentais na formação do homem e ainda assim, Kierkegaard por Geisler (2003) afirma que o individual religioso está mais alto do que o universal ético. O ético é uma exigência prévia para aquilo que é religioso, e o ético permanece intacto, mesmo quando é transcendido pelo religioso. Nota-se que a ética e a religião podem caminhar em harmonia e ambas contribuindo para a formação dos indivíduos. O grande desafio da educação é fazer com que os estudantes desenvolvam habilidades e raciocínios mais elevados, preparando-os para o sucesso numa sociedade complexa e contraditória, e preconizar o valor da capacidade humana em agir e pensar a serviço da restauração do ser humano. Só através da educação plena (física, mental e espiritual), os indivíduos podem desenvolver melhor os aspectos intelectuais, físicos e espirituais, dessa forma, poderão contribuir positivamente com a sociedade em que vivem. A educação e areligião devem caminhar juntas, interligadas, pois o ser humano não é composto de partes isoladas, é um ser como um todo, se uma das partes não for bem trabalhada, o processo educativo não será eficiente. 5 - Caso prático Os valores na empresa familiar Minha família administra uma empresa no mercado há mais de 42 anos. Com a morte do meu avô, a empresa entrou em crise e o modelo de administração de meu tio e minha mãe, baseado na honestidade e na integridade, está sendo questionado por toda família, inclusive por eles. Porém, estou convencida de que a principal crise foi a descrença nascida entre meus próprios familiares acerca de sua capacidade de gestão. Minha família é dividida entre os filhos da primeira e os da segunda esposa de meu avô falecido. O modelo administrativo da segunda família é famoso pela desonestidade e é muito bem sucedido, inclusive pelos méritos inegáveis de sua gestão. Pressionados pelos seus irmãos, minha mãe e meu tio são “acusados” de serem honestos, o que seria incompatível com a profissão de empresário. Eu não sou empresária. Sou professora de direito e diretora de uma associação de defesa do consumidor. Na minha perspectiva, os consumidores têm buscado um perfil cada vez mais diferenciado do fornecedor. Infelizmente temos que enfrentar fornecedores, clientes, concorrentes e outros profissionais destituídos de escrúpulos. Para marcarmos a nova fase administrativa que inauguraremos, estou propondo que nossas virtudes sejam assumidas por nós mesmos como nossa maior marca. Eu tenho afirmado que eles devem apostar nos seus valores e que o modelo de administração sem ética e desumana está em baixa. Gostaria de elementos que pudessem ajudá-los a ver que não estão errados como todos afirmam. Disponível em: <http://www.eticaempresarial.com.br/>. Acesso em: 15 jun. 2011. 1 – Introdução Pensar a existência do homem e da sociedade é pensar a origem da ética não apenas como ordem racional, mas como ordem política e social. A dimensão ética, apesar de voltada para a individualidade, está dirigida para a vida pública dos homens. A premissa básica para que isso aconteça é responder e agir com coerência com a resposta à seguinte pergunta: O que eu estou disposto a fazer para que este grupo seja mais feliz? Ou qual é o meu compromisso para que a vida nessa empresa se torne mais saudável e beneficie a todos? Parece utopia, coisa de santo? Pois é, parece. E, de fato, é, já que pessoas éticas são, antes de qualquer coisa, esperançosas, acreditam em utopia, sabem que o amanhã poderá ser melhor que o hoje, assume as suas escolhas e as conseqüências perante o que fazem (VIEIRA, 2006, p. 23). 2 – Ética e Sociedade: Um breve histórico Retomando a aula Vamos relembrar o que estudamos até o momento? 23 Na antiguidade, na Grécia antiga, onde se originaram as reflexões éticas, acentua o caráter público das questões relativas aos valores. Os gregos entendiam que os juízos sobre o bem, a verdade, a justiça eram ditados pela consciência moral (individual), mas decididos de maneira livre e racional em praça pública, na pólis. A pólis era, para os gregos, o lugar onde os homens, por meio de debate, do diálogo, pelo uso da palavra exercitavam sua cidadania, ou seja, decidiam sobre o destino comum: qual a melhor lei, a melhor forma de governo, se a cidade deve ir à guerra, qual a melhor forma de comércio, enfim, tudo o que diz respeito à coisa pública, ao bem comum. Na sociedade medieval os princípios da ética antiga mudaram significativamente. Com o poder exercido pela igreja, as normas de convivência passaram a ser reguladas pelo cristianismo, tendo como base a fé e a caridade, virtudes capitais. Dessa maneira, a ética já não se manifestava na ação, comportamento, no agir social, mas nas boas intenções e no desejo da busca pelo bem para atender à vontade divina. Já na sociedade moderna, com o surgimento de uma nova classe social, a burguesia, houve o fortalecimento de uma nova ordem de valores que passam a nortear o relacionamento do homem e seus interesses dessa nova classe. A sociedade moderna desenvolveu a ética do trabalho que consiste em atribuir a esta atividade o fator primordial à construção da realização pessoal, ao estabelecimento da ordem social, prevalecendo relações com dignidade, liberdade e igualdade entre os homens. 3 – Ética e Política Diz-se hoje que não há ética na política. No entanto, não podemos aceitar uma política sem ética. A ética é assunto que se tem comentado muito na política nacional. Lembramos que a “ética dos políticos” tem sido fato de preocupação no parlamento. Um exemplo disto utilizado foi o impeachment do Collor. A ética da política, porém, não é a mesma ética da vida pessoal. É claro que existem princípios gerais, como não matar ou não roubar, mas entre a ética pessoal e a ética política há uma diferença básica: na vida pessoal deve-se esperar que cada indivíduo aja de acordo com o que Max Weber chamou a ética da convicção, ou seja, a ética dos princípios morais aceitos em cada sociedade já na política prevalece a ética da responsabilidade. Quanto mais esclarecido for o eleitor, melhor condição terá para escolher seu candidato. Não podemos permitir que a mídia pré-selecione os candidatos para nós e nos tornemos cidadãos de um dia apenas. O detentor de cargo público é remunerado com o nosso dinheiro, através de pagamento de impostos. Nós temos direito, além de dever, cobrar de nossos representantes uma postura ética na política. 4 – Ética e Religião No mundo ocidental é fácil observar os preceitos éticos contidos na vida cristã. A ética do cristianismo resume-se em “ama o próximo como a ti mesmo”. Esta síntese traz uma tradução feliz do mandamento ético de se não fazer ao outro aquilo que não se quer para si (NALINI, 1999). A religião sempre esteve presente na sociedade. Durante a Idade Média, a filosofia esteve intrinsecamente ligada Ser ético no Brasil. “Será que no Brasil é possível ser ético, sem o famoso ‘jeitinho brasileiro”? Recomendo a leitura deste livro”. ZAJDSZNAJDER, L. Ser ético no Brasil. Rio de Janeiro: Gryphus, 2001. Ético - Disponível em: <http://www.sejaetico.com.br/>. Vale a pena Vale a pena ler Vale a pena acessar “Os intocáveis” The Untouchables (1987). Vale a pena assistir à Igreja (religião), ao final desse período esse conceito foi se modificando, e assim a filosofia foi tomando um caminho independente da religião, porém as duas correntes se desenvolveram individualmente, cada uma com suas peculiaridades. O que é interessante notar é que mesmo com essa divisão, a religião subsistiu a todos os períodos históricos, e na atualidade, ainda faz parte da construção da existência humana. Todos esses conceitos devem permear a construção do caráter de um indivíduo. O ser humano que cresce sem essas orientações, terá sérios problemas para conviver bem e harmoniosamente em sociedade. A ética e a moral são peças fundamentais na formação do homem e ainda assim, Kierkegaard por Geisler (2003) afirma que o individual religioso está mais alto do que o universal ético. O ético é uma exigência prévia para aquilo que é religioso, e o ético permanece intacto, mesmo quando é transcendido pelo religioso. Nota-se que a ética e a religião podem caminhar em harmonia e ambas contribuindo para a formação dos indivíduos. 5 – Caso Prático A principal crise foi a descrença nascida entre meus próprios familiares acerca de sua capacidade de gestão. A família é dividida entre os filhos da primeira e os da segunda esposa do avô falecido. O modelo administrativo da segunda família é famoso pela desonestidade e é muito bem sucedido, inclusive pelos méritos inegáveis de sua gestão. Pressionados pelos seus irmãos, mãe e meu tio são “acusados” de serem honestos, o que seria incompatível com a profissão de empresário.
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