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GEOGRAFIA GEOMORFOLOGIA APLICADA AO PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL Karina Capelato Pavan Marcelo de Souza Loureiro http://unar.info/ead2 Sumário UNIDADE 01 - CONCEITUAÇÃO DE GEOMORFOLOGIA E RELEVO – I ............................................ 1 UNIDADE 02 – CONCEITUAÇÃO DE GEOMORFOLOGIA E RELEVO – II .......................................... 5 UNIDADE 03 – FATORES ENDÓGENOS – I CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE .............. 9 UNIDADE 04 – FATORES ENDÓGENOS – II CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE ........... 13 UNIDADE 05 – FATORES ENDÓGENOS – III CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE .......... 16 UNIDADE 06 – FATORES EXÓGENOS ................................................................................................ 20 UNIDADE 07 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL E TERRESTRE – I ......................................................... 24 UNIDADE 08 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL E TERRESTRE – II ........................................................ 27 UNIDADE 09 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL E TERRESTRE – III ....................................................... 31 UNIDADE 10 – ATIVIDADES EROSIVAS NA CONSTITUIÇÃO DO RELEVO – I ................................ 35 UNIDADE 11 – ATIVIDADES EROSIVAS NA CONSTITUIÇÃO DO RELEVO – II ................................ 39 UNIDADE 12 – GEOMORFOLOGIA LITORÂNEA – I .......................................................................... 43 UNIDADE 13 – GEOMORFOLOGIA LITORÂNEA – II ......................................................................... 46 UNIDADE 14 – GEOMORFOLOGIA LITORÂNEA – III ........................................................................ 50 UNIDADE 15 – RELEVO SUBMARINO ................................................................................................. 54 UNIDADE 16 – RELEVO CÁRSTICO – I ................................................................................................ 58 UNIDADE 17 – RELEVO CÁRSTICO – II ................................................................................................. 3 UNIDADE 18 – ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL ......................................................................... 4 UNIDADE 19 – RELEVO BRASILEIRO – I ............................................................................................... 8 UNIDADE 20 – RELEVO BRASILEIRO – II ............................................................................................ 12 1 UNIDADE 01 - CONCEITUAÇÃO DE GEOMORFOLOGIA E RELEVO – I CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: compreender os princípios, bases e conceitos do estudo de Geomorfologia, bem como conhecer as principais formas de relevo. A Geomorfologia preocupa-se em classificar essas diferentes modelagens da paisagem terrestre, mas também procura explicar os diferentes processos de sua formação. ESTUDANDO E REFLETINDO Quem nunca viajou de carro, trem ou ônibus e não ficou deslumbrado com as diferentes formas que a superfície terrestre assume? São morros, montanhas, serras, depressões, planaltos, planícies, entre outras, que emolduram o solo e constiuem o que chamamos de relevo. Assim a geomorfologia é o estudo dessas inúmeras formas, que são bem especificadas, nas palavras de Christofoletti: “As formas representam a expressão espacial de uma superfície, compondo as diferentes configurações da paisagem morfológica. É o seu aspecto visível, a sua configuração, que caracteriza o modelado topográfico de uma área.” (CHRISTOFOLETTI, p. 1, 1997) Dessa forma, a Geomorfologia preocupa-se em classificar essas diferentes modelagens da paisagem terrestre, mas também procura explicar os diferentes processos de sua formação. Assim sendo, além do estudo das formas finais do relevo, a Geomorfologia objetiva também, o estudo da gênese estrutural do relevo. Sobre esse objetivo, Guerra e Cunha, posicionam-se da seguinte forma: “Disso resulta, na Geomorfologia, considerar, também, como integrantes de seu objeto de estudo, os processos responsáveis pelas ações capazes de criar ou destruir as formas de relevo, de fixá-las num local ou deslocá-las, de ampliar suas dimensões ou reduzi-lás, de modelá-las contínua ou descontinuamente, de mante-las preservadas ou modificá-las.” (GUERRA e CUNHA, p. 25, 1995). 2 A geomorfologia, segundo Cunha e Guerra, vai além de reconhecer as morfologias do relevo e compreender os processos a elas interligados, ela busca encontrar soluções para questões que explicam como os processos se articulam entre si, como evoluem os grandes conjuntos de relevo, qual o impacto do relevo no contexto ambiental, como interferir e controlar o funcionamento dos processos geomorfológicos, como conviver com os processos catastróficos, como projetar o comportamento dos processos e as formas de relevo resultantes. Todas essas questões só podem ser compreendidas quando se analisa um conjunto de fatores que se interagem gerando as diversas morfologias encontradas na superfície terrestre. Dessa forma o estudo da Geomorfologia passa a ser sistêmico. Assim sendo, para a formação, manutenção e modificação das diversas formas de relevo, vários processos se fazem presentes e constituem, juntos, um sistema. Sistema pode ser compreendido como o conjunto de todos os elementos envolvidos em um determinado processo, bem como as relações entre eles e suas consequências. Desse modo, a teoria dos sistemas tem sido extremamente útil ao estudo Geomorfológico, pois permite analisar de maneira integrada todos os elementos participantes do processo de constituição do relevo. Segundo Christofoletti, a teoria dos sistemas gerais (General Systems Theory) foi primeiramente utilizada no estudo geomorfológico em 1950, por Arthur N. Strahler e classificada dentro do Sistema Geomorfológico da seguinte forma: • Sistemas isolados: são aqueles que não fazem trocas de energia com os ambientes ao redor, ou seja, não ganham e nem perdem matéria. Assim sendo são facilmente previsto, uma vez que, sem trocas, fica mais fácil predizer o início, o desenvolvimento e o fim do processo de formação. • Sistemas não isolados: são os que estão sempre em contato com os demais, isto é, permutam energia. Esses sistemas subdividem-se em: Fechados: quando existe uma troca de energia, entretando sem existir uma troca de matéria. Como exemplo de um sistema não isolado fechado, Chistofoletti cita a Terra, que absorve energia solar 3 (“ganhando” energia da atmosfera) e devolve, em partes, essa energia para o espaço (“perdendo” energia para camadas extra-terrestres), mas não troca matéria com nenhum corpo celeste ou planeta do sistema solar. Abertos: entendidos pelos sistemas que permutam energia e matéria constantemente, ou seja, recebem e perdem matéria e energia com os demais sistemas ao seu redor, por exemplo, uma cidade, que está constantemente mantendo relações com as cidades vizinhas. Seguindo o conceito de sistemas, a Geomorfologia assume o estudo sistêmico para explicar a formação do relevo terrestre, pois para que a superfície adote uma determinada forma, vários fatores atuam em conjunto até a sua estruturação final. Assim podemos considerar que o sistema geomorfológico é formado pela integração dos seguintes sistemas: • Sistema climático: a partir da atuação conjunta da temperatuta, umidade e massas de ar, a superfície terrestre é formada e/ou modelada. • Sistema biogeográfico: a intensidade do processo de modificação do relevo pode ser aumentada ou amenizada através do sistema biogeográfico, formado pela flora (cobertura vegetal) e fauna (animais). • Sistema geológico: através da atuação litológica (rocha) a resistência às modificações e construções será maior ou menor. • Sistema antrópico: é o responsável pela maioria das modificações, pois é causado pela atuação humana de maneira direta, a qual modifica a distribuição de matériae energia dentro do sistema, destruindo o equilíbrio da formação da superfície terrestre. 4 BUSCANDO CONHECIMENTO O esquema a seguir resume a atuação do sistema geomorfológico na construção das diversas formas de relevo encontradas na superfície terrestre. Os sistemas controladores do sistema geomorfológico (Chistololetti, p.11, 1997). Clima Processos Formas Homem Geologia Biogeografia 5 UNIDADE 02 – CONCEITUAÇÃO DE GEOMORFOLOGIA E RELEVO – II CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: compreender os princípios, bases e conceitos do estudo de Geomorfologia, bem como conhecer as principais formas de relevo. A Geomorfologia preocupa-se em classificar essas diferentes modelagens da paisagem terrestre, mas também procura explicar os diferentes processos de sua formação. ESTUDANDO E REFLETINDO Da integração sistêmica entre os elementos do sistema geomorfológico obtêm- se as inúmeras formas de relevo que modelam a superfície terrestre. Dentre essas formas podemos destacar as seguintes morfologias: • Morros: pequenas elevações na superfície terrestre com altitudes centradas de 100 a 200 metros. Seus topos são bastante variados podendo ser planos ou convexos. Os morros podem apresentar-se em: • Mares de Morros: terreno todo ondulado, o qual, segundo Suertegaray (org.), são regiões onde predominam colinas dissecadas de forma côncavo-convexa (forma de meias- laranja). É um relevo típico de rochas cristalinas sob sistemas morfogenéticos tropicais úmidos, o mesmo encontrado na região litorânea do Sudeste brasileiro, principalmente na Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira. MARES DE MORRO - Fonte: Suertegaray (org.), p. 145, 2008 6 • Morro testemunho: constituem de um único morro, segundo Suertegaray (org.), recebem esse nome por ser testemunho da antiga posição da escarpa antes do recuo do front desta. Esses morros são encontrados na frente de escarpas de planaltos ou cuestas. MORRO TESTEMUNHO - Fonte: Suertegaray (org.), p. 128, 2008 • Montanhas: grandes elevações da superfície terrestre, com altitudes superiores a 300 metros. Suas origens estão atreladas a movimentos tectônicos ou a atividades vulcânicas. MONTANHA - Fonte: Suertegaray (org.), p. 146, 2008 Escarpa: vertente com significativa declividade em bordas de morros, etc. Front: vertente de maior inclinação em um relevo de cuestas. Cuesta: relevo assimétrico com camadas em mergulho num sentido único. 7 • Serras: superfície bastante irregular, pontuada por desníveis. Geralmente essas formas ligam-se umas as outras, formando verdadeiros conjuntos de superfícies irregulares, com altura variando entre 50 a 100 metros. • Depressões: são cavidades na superfície terrestre, ocasionadas por processos erosivos. Geralmente as depressões são cercadas por planaltos, ficando rebaixadas com relação ao relevo vizinho. DEPRESSÃO - Fonte: Suertegaray (org.), p. 124, 2008 • Planaltos: apresenta topografia irregular e variada, como por exemplo, conjunto de morros, colinas, e chapadas. Sua formação está associada a processos erosivos, o que pode gerar alguns relevos residuais. PLANALTO - Fonte: Suertegaray (org.), p. 124, 2008 SERRAS - Fonte: Suertegaray (org.), p. 143, 2008 8 • Planícies: superfície plana, geralmente formada por deposição de sedimentos provenientes do vento, de atividades fluviais ou glaciais. Encontram-se em altitudes extremamente baixas, como na zona costeira litorânea ou em bacias hidrográficas. PLANÍCIE - Fonte: Suertegaray (org.), p. 137, 2008 BUSCANDO CONHECIMENTO Colinas: pequena elevação arredondada, que não ultrapassam os 50 metros. As dobras são curvaturas causadas por esforços de natureza tectônicas, por intrusões magnéticas ou por efeitos atectônicos. Uma rocha antes de ser dobrada deve apresentar uma configuração planar. Para que se ocorra o dobramento de uma rocha um dos fatores limitantes é o tempo, sendo que a forca da ação mecânica sobre a rocha deve atuar demoradamente. Se a forca da ação mecânica for brusca ao invés de ocorrer o dobramento teremos a ruptura desta rocha. Chapadas: planalto sedimentar, com topos achatados e altitude acima de 600 metros. 9 UNIDADE 03 – FATORES ENDÓGENOS – I CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: conhecer os processos endógenos (internos) responsáveis pela formação morfológica e relacioná-los aos movimentos tectônicos e erupções vulcânicas. Resumindo, as forças endógenas estão presentes na atuação de vulcanismo, terremotos, dobramentos, falhas, orogênese, epirogênese, deriva continental e tectônica de placas. ESTUDANDO E REFLETINDO Como já analisamos inicialmente as diversas topografias do relevo são resultados da integração de vários processos, entre eles as forças geodinâmicas internas, ou seja, os fatores endógenos entendidos como as forças vindas do interior da Terra que resultam em modificações estruturais no exterior da mesma. A movimentação de matéria entre o interior e o exterior da Terra é constante, assim as forças endógenas, também chamadas de processos endogenéticos ou geodinâmicos internos podem ser examinados, segundo Guerra e Cunha, sob três aspectos: • Magmático: estuda o magma, sua formação e movimentação no interior e exterior da crosta; “São aqueles relacionados à gênese, evolução e solidificação do material em fusão, existente no interior da Terra e que dá origem às rochas ígneas, intrusivas ou plutônicas, quando o magma se consolida na crosta, e extrusiva ou vulcânica, quando o material em fusão extravasa na superfície.” (GUERRA e CUNHA, p. 58, 1995) A ascensão do magma na superfície terrestre pode dar-se tanto de maneira ativa, que forçam e deformam as rochas envolventes, como de maneira passiva, sem causar grandes modificações na superfície. Assim, a ação do magma pode causar formação ou deformação na morfologia. 10 • Metamórfico: trata das transformações mineralógicas e estruturais de rochas preexistentes, no interior da crosta; “Rochas metamórficas são formadas quando rochas ígneas, sedimentares ou mesmo metamórficas são recristalizadas a altas temperaturas e/ou pressão ou são deformadas pela movimentação de placas tectônicas” (GUERRA e CUNHA, p. 60, 1995). A modificação metamórfica nas rochas que compõem a superfície terrestre pode se dar por contato direto, através do calor, pode se dar de maneira dinâmica, através da pressão, ou então ser regional, onde condições ideais de calor e pressão vão gerar uma ampla variedade de rochas metamórficas. • Tectônico: preocupa-se com os diversos tipos de esforços internos, que as rochas são submetidas, ou seja, a deformação da crosta terrestre e resultados estruturais característicos, como por exemplo, as montanhas. “Como a dinâmica terrestre leva à incidência de tensões de diferentes tipose ordens de esforços sobre o material rochoso da litosfera, amplas deformações e movimentos são produzidos em larga escala, estabelecendo, dessa forma, a configuração arquitetônica do interior da Terra. Tais estudos denominam-se tectônica”. (GUERRA e CUNHA, p. 60, 1995) Sendo assim, as forças endógenas resumem-se na atuação de vulcanismo, terremotos, dobramentos, falhas, orogênese, epirogênese, deriva continental e tectônica de placas. Vulcanismos e sua atuação no relevo. A erupção vulcânica resume-se na liberação do calor da Terra acumulado por um tempo prolongado. Esse calor é um dos responsáveis pela criação e destruição de partes da crosta terrestre. A atuação do calor do interior terrestre sobre a formação e deformação do exterior da superfície se dá através de movimentos convectivos, assim, conforme Guerrae Cunha: 11 “Sendo o manto convectivo, o transporte de calor do interior para a superfície é feito através das correntes convectivas, que promovem os movimentos das placas litosféricas” (Guerra e Cunha, p. 57, 1995). Nesse processo convectivo existe a presença de plumas térmicas ou pontos quentes, conhecidos como hot-spots, ou seja, correntes quentes provenientes do interior da terra que exercem pressão sobre a superfície ocasionando erupções vulcânicas. Fonte: http://www.geomundo.com.br/meio-ambiente O vulcanismo concentra-se em rupturas da crosta com atividades sísmicas associadas, isto é, o processo de ocorrência de vulcões está interligado ao movimento de placas tectônicas. Havendo movimentação das placas, além de transferência de calor e matéria, também há esforços tensionais e arraste que geram falhas e dobramentos e consequentemente a formação de fossas oceânicas e montanhas. BUSCANDO CONHECIMENTO Resumidamente temos que o material rochoso em profundidade está submetido a pressões e temperaturas altas, quando a placa litosférica sofre uma ruptura, aquele material tende a escapar por ela, extravasando na superfície ou ficando retido em câmaras magmáticas dentro da crosta. O material que extravasa é constituído por gases, lavas e cinzas. A atividade vulcânica pode formar ilhas em meio aos oceanos e montanhas nos continentes, atuando assim de forma direta no relevo. 12 Como já foi dito o vulcanismo como agente modelador do relevo é responsável pelo surgimento das montanhas e também dos planaltos. Na formação de montanhas, a lava vai acumulando-se e sendo armazenada nas proximidades de onde sai todo o material magmático. Desse modo, após várias erupções magmáticas, a montanha é constituída. Já a formação dos planaltos a partir do fenômeno do vulcanismo ocorre a partir de lavas que são expelidas através de fendas dispostas na crosta e logo se dispersam ao longo da superfície. Ao se resfriar, a lava se transforma em rochas de origem magmática. 13 UNIDADE 04 – FATORES ENDÓGENOS – II CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: conhecer os processos endógenos (internos) responsáveis pela formação morfológica e relacioná-los aos movimentos tectônicos e erupções vulcânicas. Resumindo, as forças endógenas estão presentes na atuação de vulcanismo, terremotos, dobramentos, falhas, orogênese, epirogênese, deriva continental e tectônica de placas. ESTUDANDO E REFLETINDO Sobre o processo de formação dos relevos vulcânicos Guerra e Cunha, dizem que: “Estão diretamente relacionados com os próprios tipos vulcânicos. Sua filiação magmática e a estrutura do aparelho vulcânico são normalmente formadas por lava e material piroclástico”. (GUERRA e CUNHA, p. 80, 1995) Segundo esses mesmos autores, os principais tipos de relevo vulcânico são: • Escudo vulcânico: elevações de terra, com mais de 1 quilômetro de altura, construído a partir de várias camadas de lavas derramadas, formando escudos. A ilha do Havaí é composta por cinco vulcões do tipo escudo. • Estrato-vulcões: são as formas mais conhecidos de vulcões e as mais comuns, formada por grandes elevações vulcânicas. Através da expulsão e acúmulo do magma e do material piroclástico, o cone vulcânico vai edificando-se. • Cone de piroclástico: é um vulcão de proporção menor, composto quase inteiramente por cinzas acumulada ao redor do cone vulcânico. • Caldeiras: são grandes estruturas formadas pelo colapso do teto da câmara magmática que alimenta o vulcão. Formam depressões profundas como a encontrada na cidade de Poços de Caldas. 14 O relevo vulcânico está em constante modificação, pois fica exposto à ação do vento, da chuva, da temperatura e outros componentes externos que modificam o relevo, entretanto os indícios das atividades vulcânicas ficam registrados por muitas eras. Isso pode ser mais bem explicado nas palavras de Guerra e Cunha. “Os vulcões são feições morfológicas altamente susceptíveis à ação dos agentes geodinâmicos externos, e sua presença na paisagem, em geral, indica processos magmáticos relativamente recentes no tempo geológico. Entretanto, os indícios de atividades vulcânicas, explicitados particularmente pelo material expelido, como as lavas e materiais piroclásticos, podem permanecer registrados durante todo o tempo geológico, desde o Arqueano até o Quaternário” (GUERRA e CUNHA, p. 81, 1995). A figura a seguir mostra as principais formas de um relevo vulcânico. RELEVO VULCÂNICO Fonte: Suertegaray (org.), p. 112, 2008 BUSCANDO CONHECIMENTO Placas tectônicas e terremotos: suas implicações na morfologia. Outro fator endógeno responsável pela formação do relevo é a atuação dos terremotos, que tem sua gênese ligada à movimentação das placas tectônicas. Essa movimentação passou a ser analisada a partir do estudo da Teoria da Deriva Continental, proposta por Alfred Wegener, no início do século XX, ampliando os 15 estudos de Francis Bacon de 1620, que já analisavam fatores que conjecturavam a Deriva Continental. Wegener, na Teoria da Deriva Continental, procurou explicar o possível encaixe dos continentes imaginando que em tempos remotos eles estavam todos juntos. A esse supercontinente ele deu o nome de Pangeia. Pelo movimento das placas tectônicas, a Pangeia teria, depois de um tempo, se dividido em dois continentes, os quais Wegener chamou de Laurásia e Gondwana. A Teoria da Deriva Continental de Wegener ganhou novas proporções a partir dos anos 50, quando se constatou que as rochas do fundo oceânico são mais novas que as mais próximas do continente, permitindo propor que a Dorsal Meso-oceânica está constantemente sendo renovada pelas correntes de convecção, que geram um fundo novo a partir de constantes erupções fazendo com que o fundo já existente vá se afastando da dorsal e empurrando a crosta oceânica, gerando o deslocamento dos continentes. Assoalho Oceânico - Fonte: www.rc.unesp.br 16 UNIDADE 05 – FATORES ENDÓGENOS – III CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: conhecer os processos endógenos (internos) responsáveis pela formação morfológica e relacioná-los aos movimentos tectônicos e erupções vulcânicas. Resumindo, as forças endógenas estão presentes na atuação de vulcanismo, terremotos, dobramentos, falhas, orogênese, epirogênese, deriva continental e tectônica de placas. ESTUDANDO E REFLETINDO Interagindo o estudo da expansão do assoalho oceânico com a teoria da tectônica de placas constatou-se que a litosfera flutua sobre imensas placas, que deslizam no sentido horizontal arrastando os continentes. As principais placas litosféricas são: africana, americana, eurasiana, pacífica, indo-australiana, antártica e Nazca. (GUERRA e CUNHA, p.67, 1995) Sobre a formação das placas Guerra e Cunha retratam: “as placas são geradas junto às dorsais oceânicas, com a formação do assoalho oceânico basáltico, e são destruídas nas fossas oceânicas, ditas como zona de subducção, onde mergulham no manto. Nessas regiões, somente as partes oceânicas são digeridas, conquanto os continentes, mais leves, não são submergíveis” (GUERRA e CUNHA, p.67, 1995) 17 Com a movimentação das placas tectônicas em aproximadamente um centímetro por ano, tensões são acumuladas perto das zonas de atrito. Quando o limite de resistência da rocha é ultrapassado, essas tensões são liberadas e ocorre uma ruptura, a qual gera vibrações que se propagam em diferentes direções. Essas vibrações são chamadas de terremotos. O ponto onde se inicia a liberação de tensão é conhecido como hipocentro e o local onde é sentida as vibrações dessa ruptura é chamada de epicentro. A distância entre o hipocentro e o epicentro é conhecida como profundidade local. Essa tensão liberadaem forma de vibração é propagada através de ondas sísmicas, podemos entendê-las comparando essas vibrações a uma pedra jogada dentro de um lago. Quando a pedra afunda gera ao seu redor várias ondas que se propagam em frentes de ondas circulares por todas as direções do lago. Assim são as ondas sísmicas que a partir do momento da ruptura, no hipocentro, começam a se propagar e seus efeitos são sentidos no epicentro. As ondas sísmicas são medidas por sismógrafos. Os terremotos são a consequências da movimentação das placas tectônicas, ou seja, a liberação da energia acumulada no limite de placas. Assim, a influência desse processo sobre a formação e construção morfológica será resultado, segundo Guerra e Cunha, da atuação dos seguintes limites de placas: • Construtiva ou Divergentes: as placas afastam-se uma das outras em direção contrária, permitindo a formação de uma nova crosta terrestre. EX: formação de Dorsais Meso-oceânicas. • Destrutivas ou Convergentes: as placas chocam-se fazendo com que a mais densa seja encoberta pela outra gerando fusão parcial da placa que submergiu. EX: Placa do Pacífico. 18 • Conservativos ou transformante: as placas deslizam lateralmente sem que ocorram fusão nem formação de um novo fundo. EX: Falha de San Andreas na América do Norte. • Colisional ou sutura: as placas deslizam-se uma em direção a outra, porém nesse caso não há consumo de placa, por exemplo, a cadeia do Himalaia, formada pela colisão da placa indiana com a eurasiana. BUSCANDO CONHECIMENTO Da movimentação das placas surgem formas de relevo como as cadeias montanhosas, fato afirmado pelos autores a seguir: O relevo a partir de Falhas, Dobramentos, Orogênese e Epirogênese. Falha é uma fratura na crosta terrestre, que se movimenta através de deslizamento. Elas podem modificar o relevo através de suas movimentações. As falhas recebem várias classificações dependendo da direção do seu mergulho: • Falha normal ou de gravidade: deslizamento é vertical, formando vários declives na superfície por meio de forças tradicionais, como a gravidade. • Falha de empurrão ou inversa: deslizamento diagonal, ocasionado por forças compressivas. • Falha horizontal ou direcional: deslizamento horizontal, ocasionado por forças cisalhantes. Tipos de falhas. Fonte: Google imagens – acesso em 16/12/2014. 19 As falhas podem formar estruturas diferenciadas como Graben, Horst e Rift, que segundo Guerra e Cunha são sistemas de blocos falhados resultantes de perturbações tectônicas que afetam um local, produzindo nele vários falhamentos paralelos. As dobras são curvaturas feitas em rochas, no interior da crosta terrestre, causada devido a esforços de natureza tectônica. Para que se ocorra o dobramento de uma rocha um dos fatores limitantes é o tempo, sendo que a força da ação mecânica sobre a rocha deve atuar demoradamente. Se a força da ação mecânica for brusca ao invés de ocorrer o dobramento teremos a ruptura desta rocha. O dobramento de rocha ocorre no interior da crosta terrestre, mas quando essa rocha é aflorada, acaba por modificar o relevo, principalmente se a rocha apresentar-se em camadas com diferentes resistências a erosão. Os dobramentos são classificados em: antiformal; anticlinais e sinformal. A orogênese é um movimento horizontal brusco da superfície terrestre ocasionada por movimentos tectônicos. A orogenia é associada à formação de montanhas, tais como os Andes, os Alpes e o Himalaia. Nesse processo também estão envolvidos os dobramentos, os terremotos, erupções vulcânicas, metamorfismo, entre outros. Dentro do processo de orogênese encontramos também a faixa orogênica (orogenic belt), entendida por uma região da crosta alongada, estreita e intensamente dobrada e falhada. A faixa orogênica ocorre próxima à área de formação de montanhas. Outro fator endógeno de atuação no relevo é a epirogênese, entendido como o movimento vertical lento da superfície terrestre, sem abalar significativamente, a disposição e estrutura geológica das formações rochosas afetadas. A epirogênese pode produzir tanto soerguimentos da crosta, quanto o rebaixamento delas. O soerguimento origina as montanhas e morros e o rebaixamento provoca a bacia, ou seja, uma depressão preenchida por sedimentos. O movimento da orogênese e da epirogênese são resultados de variações térmicas ou de volume no manto. Graben: fossa tectônica Rift-valleys: são grabens existentes no vale de um rio. Horst: muralha ou pilar 20 UNIDADE 06 – FATORES EXÓGENOS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: conhecer e compreender os fatores exógenos (externos) que atuam na formação, modelagem e modificação da superfície terrestre. Esses fatores externos (exógenos) estão relacionados ao clima, vegetação, relevo e solo que influenciam na ação do intemperismo, que resultará na origem e evolução do solo. ESTUDANDO E REFLETINDO Os fatores exógenos são as atividades que acontecem na superfície terrestre e que podem trazer modificações à mesma. Os fatores exógenos estão relacionados ao clima do lugar, a cobertura vegetal, ao tipo de solo, entre outros fatores que vão determinar a ocorrência de intemperismo. O intemperismo é entendido por todas as interferências externas que a rocha da superfície terrestre pode sofrer. O intemperismo pode ser de origem química, ou seja, decomposição associado às reações químicas entre o solo e a água presente no local, ou de origem física, entendida pela desagregação da rocha ocasionada pelo regime hídrico, pela temperatura, pela força das raízes, cristalização de minerais e o bater do vento. “O intemperismo é o conjunto de modificações de ordem física (desagregação) e química (decomposição) que as rochas sofrem ao aflorar na superfície da Terra”. (Teixeira [et al] (orgs), 2001, p. 140) O intemperismo está diretamente relacionado ao clima, que impõe diferentes temperaturas e distribuição de chuvas, ao relevo, que determina o processo de drenagem e infiltração das águas da chuva, aos animais e vegetação, que oferecem matéria orgânica utilizada nas reações químicas e ao tempo, que vai determinar o grau do intemperismo numa dada região dependendo do tempo em que essa região ficou exposta a fatores exógenos. 21 Assim, de modo resumido, podemos dizer que fatores exógenos é a atuação do clima, da chuva, da fauna e flora, da pedologia e da morfologia do relevo. Várias características influenciam diretamente no intemperismo, ou seja, aceleram ou retardam, intensificam ou amenizam seus resultados. Essas características são: material parental; clima; topografia; biosfera e tempo. • Material parental: é o material de composição da rocha, que varia quanto a estrutura e textura, dessa forma uma rocha pode ser mais ou menos resistente ao intemperismo. • Clima: é o fator mais influente do intemperismo, determinando seu tipo e sua velocidade. Os dois mais importantes fatores climáticos, precipitação e temperatura regulam a ocorrência e intensidade de intemperismos físicos e químicos. • Topografia: é a responsável por determinar a velocidade do escoamento superficial das águas pluviais, sendo assim, controla a intensidade da água que infiltra no perfil, o que vai depender, também, da cobertura vegetal desse perfil. • Biosfera: a matéria orgânica decompõe-se no solo e libera grandes quantidades de CO2. Esse CO2 diminui o pH das águas de infiltração. Essa diminuição do pH vai facilitar a dissolução de alguns minerais das rochas e dificultar a dissolução de outros. • Tempo: O tempo é um fator determinante, pois quanto mais tempo a rocha estiver exposta a ações intempéricas, mais fragmentadas e decompostas elas ficarão. Entretanto o tempo depende dos outros fatores que controlam o intemperismo, pois em condições de intemperismo pouco agressivas é necessário um tempo de exposição maiorpara que ele possa ocorrer intensamente. BUSCANDO CONHECIMENTO O intemperismo é dividido em dois conjuntos de atuação na superfície: Intemperismo físico e intemperismo químico. Intemperismo Físico: o intemperismo físico é entendido pelos processos que causam desagregação das rochas, isto é, separação dos grãos minerais e fragmentação das 22 mesmas. Os principais fatores responsáveis pelo intemperismo físico são: variação de temperatura; atuação do gelo; cristalização de sais e atuação de raízes. • Variação de temperatura: os materiais expostos a temperaturas elevadas sofrem expansão e quando submetidos a temperaturas mais baixas ocorre a contração. Esse mesmo fator acontece com as rochas. Durante o dia, as temperaturas mais elevadas fazem com que as rochas se expandam e a noite, quando a temperatura se ameniza, as rochas se contraem. Esse movimento de expansão e contração das rochas, repetido por um longo tempo, gera fragmentação dessa rocha, rompendo a coesão que existia entre os grãos. • Atuação do gelo: as rochas possuem pequenas fissuras dispostas por todo seu material. Quando essas rochas são expostas à chuva a água pluvial preenche essas fissuras e lá permanecem. Quando há uma queda brusca na temperatura, a água presente nas fissuras congela, aumentando seu volume. Esse gelo acumulado nas fissuras exerce pressão nas paredes da rocha, causando esforços que geram a fragmentação da mesma. • Cristalização de sais: quando a água da chuva penetra nas rochas, seus sais minerais também são depositados nas fissuras presentes na rocha. Assim quanto mais tempo essa água permanecer dentro das fissuras, mais os minerais crescem e exercendo pressão nas paredes da rocha o que, consequentemente, leva a sua fragmentação. • Atuação de raízes: as raízes das plantas crescem e penetram nas fissuras da rocha. O crescimento das raízes gera uma pressão dentro dessas fissuras o que acaba por ocasionar a fragmentação das rochas. Todos os sedimentos de rochas originados da fragmentação do intemperismo físico são submetidas a ação de outros agentes que carregam essas partículas e a depositam em outro lugar. Isso é o que acontece com os ventos que carregam sedimentos originados do intemperismo e, quando perdem sua força, os depositam em outros lugares, criando dunas e construindo novas formas de relevo. 23 O fraturamento, que é o resultado do intemperismo físico, abre espaço para que a água entre com maior facilidade no interior das rochas, o que permite o início de processos químicos, desencadeados a partir da reação da água com os sais minerais presente nas rochas. Essa reação é a responsável pelo intemperismo químico. Intemperismo químico: o intemperismo químico deve ser entendido pelas diversas reações químicas que ocorrem entre as rochas e a água nelas presente. Essas reações ocasionam a decomposição das rochas gerando modificação na superfície terrestre. A água é o principal agente responsável pelo intemperismo químico, pois o O2, nela presente, reage com o CO2 da atmosfera e assume um caráter ácido, que é intensificado pela respiração das plantas e oxidação da matéria orgânica acumulada na superfície. Segundo Teixeira [et al] (orgs.), quando a degradação da matéria orgânica não é completa, diversos ácidos orgânicos são formados e incorporados as águas presentes nas fissuras das rochas tornando essa água mais ácida ainda, intensificando, assim, o intemperismo químico. O intemperismo químico é subdividido em: Reações de Dissolução; Reações de Oxidação e Reações de Hidrólise. • Reações de dissolução: Essa reação se dá pela dissolução intensa das rochas. Sua intensidade vai depender da quantidade de água que passa por ela. Assim na dissolução os minerais de alta solubilidade são completamente dissolvidos, como por exemplo, a calcita e a halita. A forte dissolução da rocha pode levar ao aparecimento de relevos cársticos, caracterizados por cavernas e dolinas. • Reações de oxidação: são reações com o oxigênio, que vai gerar óxidos e, quando envolver água, vai gerar hidróxidos. Essa reação é mais comum em minerais contendo íons polivalentes, como o ferro e o manganês. Geralmente a reação oxidante se dá em solos tropicais, devido a abundância de minerais e umidade. • Reações de hidrólise: os principais minerais formadores das rochas são os silicatos, que possuem ácido fraco e base forte. Quando os silicatos entram em contato com a água sofrem hidrólise, o que resulta numa solução alcalina. 24 UNIDADE 07 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL E TERRESTRE – I CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: entender os processos de formação da morfologia fluvial, bem como relacionar as atividades hídricas com a modificação do relevo terrestre. O ciclo hidrológico é de fundamental importância para o bom entendimento da geomorfologia fluvial, através do escoamento superficial e do processo de infiltração. ESTUDANDO E REFLETINDO A água tem um papel de destaque na formação e deformação do relevo terrestre. Além de agir como importante fator exógeno, ela também influencia a formação do relevo através da ação dos rios e mares em rochas e superfícies. A água também é responsável pela geomorfologia fluvial, ou seja, pela definição da forma que um rio irá assumir, pela sua capacidade de retirar e depositar sedimentos e pela profundidade do seu leito. Os rios são importantes formadores do relevo, uma vez que transportam sedimentos, cavam os seus leitos e levam os sedimentos para os oceanos. Podemos classificar os rios de acordo com vários critérios, a saber. Segundo a origem da água: • Pluvial: a água vem da chuva ou, indiretamente dela, pelas nascentes que brotam do solo. Exemplo: rio Tietê (esse também tem origem em esgoto -efluentes). • Nival: água oriunda do degelo da neve das altas montanhas ou de geleiras glaciares. Exemplo: rio Mackenzie no Canadá. • Misto: possui água de ambas as origens. Exemplo: rio Amazonas. Isso mesmo, o Amazonas possui nascentes nos Andes, que tem neve em seus cumes. Segundo ao regime da água: • Perenes: rios que nunca secam. Exemplo: mais uma vez o Tietê. • Intermitentes: secam durante longas estiagens. Exemplo: Vaza Barris (Nordeste). 25 • Efêmeros: surgem com chuvas fortes e depois somem como em ruas alagadas. Segundo o relevo: • De Planalto: bons para geração de energia, pois possuem quedas d’água que são aproveitadas para construir barragens e eclusas. Exemplo: rio Paraná. • De Planície: são bons para navegação, pois não possuem quedas d’água. Exemplo: rio Amazonas. Segundo o tipo de foz: • Delta: formação de ramificações em seu final de curso, típicas de áreas de contato entre o rio e o mar ou oceano. Exemplo: rio Nilo (na África). • Estuário: só possui uma desembocadura. Exemplo: os rios Grande e Paranaíba se unindo e formando o rio Paraná. Segundo a direção do curso: • Endorreico: se dirigem a outro rio. Exemplo: rio Tietê desaguando no Paraná. • Exorreico: terminam no mar ou oceano. Exemplo: rio São Francisco. Segundo a qualidade da água: Classes: 1 = rio límpido. Ocorrem em nascentes onde não possuem (ou pelo menos não deveriam possuir) poluentes e nem matéria orgânica e sedimentos em suspensão. 2 = rio com certa turbidez, ao longo do seu curso vai ganhando sedimentos e fica mais escuro. 3 = já com alguma carga de poluentes, mas que com tratamento se torna potável. 4 = alta carga de poluentes e contaminantes; rio com pouco oxigênio e, por consequência, de vida. 5 = rio “morto”, sem oxigenação da água. Exemplo: rio Pinheiros na capital paulista. Poluição no rio Pinheiros em São Paulo. Fonte: Google imagens – acesso em 30/9/2014. 26 Espumas tóxicas no rio Tietê em Santana do Parnaíba (SP). Fonte: Google imagens – acesso em30/9/2014. BUSCANDO CONHECIMENTO Vamos classificar o rio Tietê quanto aos critérios estudados até aqui. Segundo a origem da água: pluvial (e de efluentes - esgotos). Segundo ao regime da água: perene. Segundo o relevo: planáltico. Segundo o tipo de foz: estuário (no rio Paraná). Segundo a direção do curso: endorreico. Segundo a qualidade da água: classes 1 (na nascente), 4 em Guarulhos e 5 na capital; 4 em Santana do Parnaíba e 3 em Barra Bonita. 27 UNIDADE 08 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL E TERRESTRE – II CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: entender os processos de formação da morfologia fluvial, bem como relacionar as atividades hídricas com a modificação do relevo terrestre. O ciclo hidrológico é de fundamental importância para o bom entendimento da geomorfologia fluvial, através do escoamento superficial e do processo de infiltração. ESTUDANDO E REFLETINDO Uma das formas de influência do rio sobre a modelagem do relevo se dá no escoamento do fluxo de água presente no rio. Christofoletti explica o escoamento fluvial e as águas que dele fazem parte da seguinte forma: “O escoamento fluvial faz parte integrante do ciclo hidrológico e a sua alimentação se processa através das águas superficiais e das subterrâneas. O escoamento fluvial compreende, portanto, a quantidade total de água que alcança os cursos de água, incluindo o escoamento pluvial, que é imediato, e a parcela das águas precipitadas que só posteriormente, e de modo lento, vai se juntar a eles através da infiltração. Dessa maneira, da precipitação total, só a quantidade de água movimentada pela evapotranspiração é que não chega a participar do escoamento fluvial”. (CHRISTOFOLETTI, p. 65, 1980). Quanto maior for a vasão do escoamento, mais alterações no relvo a água pode inferir, pois quanto maior a velocidade da água, mais sedimentos serão por ela arrancados, transportados e depositados. Segundo Christofoletti a intensidade do fluxo de água pode ser: • Laminar: escoamento suave da água em canal reto, percorrendo baixa velocidade. • Turbulento: escoamento em alta velocidade, caracterizado por uma variedade de movimentos e agitações das águas. A velocidade de um rio pode ser afetada pela viscosidade e densidade do fluido, pela profundidade do rio e pela rugosidade do seu leito. O fluxo de água turbulento é subdividido em: Fluxo turbulento corrente: com velocidade alta, mas estável, o fluxo mais comum encontrado na maioria dos rios. 28 Fluxo turbulento encachoeirado: velocidade mais elevada, comumente encontrada nas cachoeiras. O escoamento das águas está diretamente relacionado com a formação e modelagem da superfície terrestre, principalmente dos fundos dos rios, isto é, do seu leito, pois através do transporte de sedimentos, erosão e deposição do material detrítico, a superfície vai sendo alterada e modelada. Durante a travessia das águas do rio, os sedimentos vão sendo retirados e transportados da seguinte maneira: • Solução: sedimentos dissolvidos nas águas através de substâncias nelas contida. Por estarem dissolvidos os sedimentos são transportados na mesma velocidade da vasão. A deposição das partículas em solução só irá ocorrer quando a saturação das mesmas acontecer. • Suspensão: sedimentos pequenos que flutuam pelas águas, geralmente pequenas partículas de silte e argila. Esses sedimentos ficam em suspensão enquanto o rio mantém sua velocidade, quando a velocidade for diminuindo essas partículas vão sendo depositadas. • Saltação: sedimentos maiores como areia e cascalho, que são transportados pelo leito do rio. Esses sedimentos vão rolando e saltando pelo leito enquanto as águas vão escoando. O transporte de saltação é o que causa mais modificação ao relevo terrestre. São os sedimentos maiores que determinam a carga e a capacidade do rio. A carga pode ser compreendida pela quantidade de partículas que o rio transporta. Ela move-se mais lentamente que o rio, porém acompanha suas águas sem se depositar. A capacidade de um rio é determinada pela carga máxima que ele pode carregar. Quando as partículas de um determinado rio não acompanham mais o movimento das águas, chega-se ao limite a capacidade desse rio. Outro fator hidrográfico importante que influencia o relevo da superfície terrestre é a erosão fluvial. O processo erosivo se dá através da: 29 • Corrosão: é a deformação causada por processos químicos, ocasionados pela reação entre as águas e as rochas. Na corrosão a carga do rio é composta por sedimentação fina e seu transporte se dá por solução. • Corrasão: é o desgaste ocasionado pela força de atrito entre as partículas transportadas e a superfície. A carga originada na corrasão são partículas de proporção maiores que as originadas na corrosão. • Cavitação: é a pressão nas paredes laterais do rio ocasionando fragmentação nas rochas. A cavitação é mais comum em rios com alta velocidade de vasão e o transporte das partículas originadas na cavitação é feito através da saltação. A erosão fluvial executa a retirada de sedimentos da superfície terrestre durante todo o trajeto do rio. A deposição desses sedimentos começa assim que a velocidade das águas diminui o que acontece devido à redução da declividade do rio ou pela diminuição do volume de água. BUSCANDO CONHECIMENTO Com a deposição fluvial, várias formas de relevo são construídas. Entre elas podemos citar: • Planícies de inundação: forma aplainada originada da deposição de sedimentos no canal fluvial e em seu redor “[...] as planícies de inundação, conhecidas como várzeas [...] nas enchentes toda essa área é inundada, tornando-se o leito do rio” (CHRISTOFOLETTI, p. 75, 1980). Conforme diz Christofoletti, os canais meândricos que possuem planícies de inundação têm sua morfologia diversificada e são considerados um dos mais importantes. Segundo o autor a imigração das curvas meândricas faz com que a topografia resulte da erosão e sedimentação e formem os meandros abandonados. Fora do canal da planície de inundação os processos sedimentares formam diques marginais e bacias de inundação. Diques: saliência alongada composta de sedimentos. Bacias de inundação: áreas planas localizadas nas partes mais baixas da planície. 30 PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO Guerra e Cunha, p. 83, 1995 31 UNIDADE 09 – GEOMORFOLOGIA FLUVIAL E TERRESTRE – III CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: entender os processos de formação da morfologia fluvial, bem como relacionar as atividades hídricas com a modificação do relevo terrestre. O ciclo hidrológico é de fundamental importância para o bom entendimento da geomorfologia fluvial, através do escoamento superficial e do processo de infiltração. ESTUDANDO E REFLETINDO Continuando. Com a deposição fluvial, várias formas de relevo são construídas. Entre elas podemos citar, além das planícies de inundação os: • Deltas: depósito de sedimentos, geralmente em forma de triangulo, localizado junto à foz dos rios. “Quando um rio escoa para o mar ou para um lago, depositando uma carga detrítica maior que a carregada pela erosão, ocorre a formação de deltas. A maneira pela qual os sedimentos se distribuem depende do caráter e quantidade de carga, das ondas e das corrente marinhas lacustres.” ((CHRISTOFOLETTI, p. 79, 1980) DELTA - Guerra e Cunha, p. 217, 1995. 32 Como demonstra a figura acima, os deltas podem assumir formas variadas, dependendo da quantidade de sedimentos que eles podem carregar, ou seja, dependendo da carga e da capacidade do rio. Segundo Christofoletti os deltas apresentam variedades quanto ao tamanho, forma, estrutura, composição e gênese. Essas variedades podem ser explicadas pelas diferentes condições ambientais em que os deltas estão expostos. Assimos principais fatores que influenciam as características dos deltas são: as condições climáticas, o quadro geológico e a origem dos sedimentos, a estabilidade tectônica, a declividade do rio e a amplitude das marés. BUSCANDO CONHECIMENTO Os canais fluviais também apresentam uma geomorfologia própria, ou seja, os rios também assumem formas diferentes com leitos morfologicamente variados. Podemos entender como o leito do rio, o canal pelo qual a água escoa. Os diferentes leitos de rios são classificados em: • Leito menor: é o espaço delimitado entre as duas margens do rio. Segundo Christofoletti, o canal do leito menor apresenta-se irregular com trechos mais fundos, conhecidos como depressões (mouille ou pools) e outros mais rasos, chamados de umbrais (seuils ou riffles). • Leito de vazante: espaço embutido no leito menor, geralmente acompanha o talvegue (linha de maior profundidade do rio). • Leito maior sazonal: é o espaço além das margens, que é ocupado pelas águas durante o período de cheias. • Leito maior excepcional: espaço localizado após o leito sazonal, que só é preenchido por água em períodos de enchentes. 33 Leitos dos rios: Christofoletti, p. 83, 1980. Os leitos dos rios seguem os canais, ou seja, os canais definem o padrão espacial que o leito vai assumir ao longo do percurso do rio. Os canais fluviais também demonstram morfologia variada: • Meândrico: os rios de meandro são aqueles que apresentam várias curvas ao longo do caminho. Curvas largas e perfeitas, quase semelhantes uma as outras. Segundo Christofoletti, os rios de meandro executam uma contínua escavação de sua margem côncava (ponto de maior velocidade da corrente) e uma deposição na margem convexa (ponto de menor velocidade). • Anastomosado: esse rio inicia-se em um único canal, porém como sua carga é maior que a capacidade do rio de transportá-las, esses sedimentos se depositam ao longo do percurso, fazendo com que o rio se ramifique em inúmeros canais, que voltam a ser único no término do rio. • Ramificado: esse rio acontece quando um braço de rio une-se novamente ao rio principal formando uma ilha. O rio ramificado mais conhecido do Brasil é o Araguaia, que sofre a junção de seu braço formando a ilha fluvial de Bananal. • Reticulado: os rios ramificados assemelham-se ao anastomosado, entretanto sua ramificação segue diferentes embocaduras e não voltam a ser um canal único. 34 A: Meândrico, B: Anastomosado, C: Ramificado, D: Reticulado CHRISTOFOLETTI, p.87, 1980 35 UNIDADE 10 – ATIVIDADES EROSIVAS NA CONSTITUIÇÃO DO RELEVO – I CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: conhecer as diversas atividades erosivas que influenciam a formação/deformação do relevo, bem como compreender suas formas de atuações. Os solos são de fundamental importância para o desenvolvimento da humanidade. Estudar os principais fatores de degradação se faz necessário para que possamos planejar a sua conservação. ESTUDANDO E REFLETINDO A erosão é um processo de deformação da superfície terrestre, isto é, o deslocamento de rocha ou terra encontrada sobre o regolito. A erosão estava mais associada a atividades agrícolas, uma vez que o solo era extremamente modificado para nele implantar o produto necessário. Contudo, na atualidade, a erosão também está se concretizando em áreas urbanas, devido à expansão dessas áreas e aos impactos causados pela população dessas regiões. Apesar da importância dos solos para o desenvolvimento da humanidade, não há uma devida preocupação com sua conservação. O uso de fertilizantes, pesticidas e irrigação irregular estão causando erosão aos solos, ou seja, estão degradando-o e, em alguns casos, essa degradação atinge estágios irrecuperáveis. A erosão dos solos pode se dar de maneira natural, ou na maioria dos casos, ocasionadas por ações antrópicas. O que geralmente acontece é que o homem intensifica a erosão natural, ou cria situações para que ela atue de maneira mais severa, como por exemplo, a retirada de vegetação nas encostas. A erosão provoca profundas modificações na superfície terrestre, já que causa o deslizamento de rochas e terras. Existem alguns fatores que determinam a intensidade dos processos erosivos e a intervenção antrópica nesses fatores, pode apressar ou retardar as atividades erosivas. Entre esses fatores destacamos: 36 • erosividade da chuva, • propriedades do solo, • cobertura vegetal e • característica das encostas. Erosividade da chuva. Pode ser entendido como a erosão causada pela água da chuva, o que vai depender da intensidade da água e do grau de impacto do pingo d’água sobre o solo. Segundo Guerra e Cunha, a erosividade da chuva é analisada pela intensidade, pelo momento e pela energia cinética. A intensidade da chuva tem um papel fundamental na determinação da quantidade de água infiltrada no solo, a infiltração apenas é freada quando o solo chega a sua capacidade máxima de absorção, ou seja, encharca. A partir do encharcamento do solo, a água passa a escoar, assim a intensidade da chuva também é responsável pela quantidade do escoamento superficial do solo. A água do escoamento superficial vai dar início a processos erosivos, pois o escoamento carrega a terra e a rocha encontrada na superfície do solo. A intensidade de erosão ocasionada pelo escoamento superficial da água da chuva vai estar atrelada com a existência de vegetação sobre o solo, pois a vegetação ameniza os impactos dos pingos d´água, além de frear a velocidade do escoamento, amenizando os danos da erosão. Momento é determinado pela relação entre o volume do pingo de água e a velocidade com que ele cai. O momento é responsável pela remoção de partículas do solo, devido à pressão exercida sobre ele na queda da água. De acordo com Hudson (1961) existe uma relação entre momento e erosão do solo, pelo fato de que a erosão é um processo que envolve o dispêndio de energia, e a principal fonte de energia é a chuva. Energia cinética é a energia atrelada ao movimento, assim podemos dizer que a energia cinética da chuva está relacionada com sua intensidade, pois é a energia do 37 número total de gotas. Quanto maior for a intensidade da chuva maior será o tamanho das gotas. Sobre a relação intensidade e energia cinética, Cunha e Guerra posicionam-se: “Como uma grande percentagem das gotas grandes (maior que 4 mm) pertence a intensidade entre 50 e 100 mm/h, as maiores energias são encontradas nessas intensidades. Levando-se em conta que a energia cinética está relacionada com a intensidade da chuva, ela é função de sua duração, massa e tamanho da gota e velocidade” (Cunha e Guerra, p. 153, 1995). BUSCANDO CONHECIMENTO Propriedades do solo. As propriedades do solo são determinantes nos processos erosivos, assim sendo, há solos com maior ou menor susceptibilidade à erosão, pois uns são mais fáceis de ser removido e transportado que outros. As principais propriedades do solo, que afetam na erosão são: textura, densidade aparente, porosidade, teor de matéria orgânica, teor e estabilidade dos agregados e o pH do solo. • Textura: compreendida pela granulosidade do solo. Tem influência sobre processos erosivos, pois algumas partículas são removidas mais facilmente que outras. Os solos mais susceptíveis a erosão, do ponto de vista textural, são solos arenosos, os compostos por silte e os argilosos. • Densidade aparente do solo: a densidade do solo é entendida pela propriedade de compactação. A densidade aparente do solo está atrelada à cobertura vegetal, pois em solos onde a vegetação foi retirada, diminui a matéria orgânica acumulada formando crostas sobre o solo e aumentando sua capacitação. A densidade também pode ser alterada em soloscom atividades agrícolas, devido a redução de matéria orgânica e pelo uso de máquinas agrícolas. • Porosidade: é a capacidade de infiltração no solo, considerada como o inverso da densidade aparente, pois à medida que a densidade aparente do solo aumenta a porosidade diminui e consequentemente a diminuição da infiltração. 38 • Teor de matéria orgânica: é material em decomposição acumulado sobre o solo, composto por vegetações e microorganismos. A matéria orgânica pode amenizar processos erosivos, uma vez que proporciona uma maior infiltração da água no solo, evitando o escoamento superficial e o consequente transporte de rochas e terras da superfície. • Teor e estabilidade dos agregados: é entendido como a capacidade dos agregados de permanecerem unidos, assim quanto maior for o teor de estabilidade dos agregados, menos fragmentação o solo terá e menos susceptível a erosão será. Segundo Cunho e Guerra a matéria orgânica é o melhor agente agregador do solo, aumentando a estabilidade dos agregados. • pH do solo: o pH do solo determina se um solo é ácido ou básico, o que vai interferir na intensidade da erosão, pois solos mais ácidos, ou seja, com pH baixo são menos resistentes a erosão. Quanto mais aumenta o pH do solo mais resistente a erosão ele fica. 39 UNIDADE 11 – ATIVIDADES EROSIVAS NA CONSTITUIÇÃO DO RELEVO – II CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: conhecer as diversas atividades erosivas que influenciam a formação/deformação do relevo, bem como compreender suas formas de atuações. Os solos são de fundamental importância para o desenvolvimento da humanidade. Estudar os principais fatores de degradação se faz necessário para que possamos planejar a sua conservação. ESTUDANDO E REFLETINDO Cobertura Vegetal. A cobertura vegetal é um importante aliado de defesa do solo contra os processos erosivos, pois pode evitar que a água chegue diretamente ao solo, carregando com ela os sedimentos, através do escoamento superficial. Três fatores são os responsáveis por diminuir, ou não, a erosão: densidade da cobertura vegetal, suporte aos efeitos da energia cinética da chuva e na formação de matéria orgânica. • Densidade da cobertura vegetal: quanto mais o solo estiver coberto pela vegetação, maior será sua proteção, pois a cobertura vegetal intercepta as gotas de chuva que caem no solo, diminuindo a erosão por splash além de reduzir o runoff evitando, assim, a perda de solo. • Suporte aos efeitos da energia cinética: a cobertura vegetal diminui a velocidade da chuva que chega ao solo, amenizando os impactos das gotas, reduzindo a erosão. • Formação de matéria orgânica: a vegetação tem papel direto na formação de matéria orgânica, o que contribui para a maior agregação das partículas do solo, deixando-o mais resistente aos processos erosivos, além disso, as raízes podem contribuir na maior agregação do material do solo. Splash: erosão provocada pelo impacto da gota de chuva no chão. Runoff: escoamento superficial da água. 40 De modo geral podemos dizer que a cobertura vegetal tem papel de destaque na proteção do solo contra a erosão e o runoff, sobre esse papel, Brandt, citado por Guerra e Cunha posiciona-se: “A cobertura vegetal em uma floresta pode atuar de duas maneiras: primeiro reduzindo o volume de água que chega ao solo, através da interceptação e, segundo, alterando a distribuição do tamanho das gotas, com isso, a energia cinética das chuvas” (BRANDT, 1986, in GERRA e CUNHA, p. 163, 1995) Características das encostas. O último fator que interfere na erosão do solo e, consequentemente, na alteração morfológica é a encosta. As encostas podem causar maior erosão quando associadas a fatores como a declividade, o comprimento e suas formas. A declividade aumenta a velocidade dos runoff, ou seja, do escoamento superficial do solo, entretanto em encosta muito íngremes a velocidade pode até diminuir devido a redução de material disponível no solo para ser carregado. O comprimento das encostas interfere na erosão, na medida em que quanto maior for seu comprimento maior será a velocidade dos runoff e a proporção da erosão. Foto Hélder H. J. Gasperoto. A forma das encostas pode intensificar ou amenizar a erosão, pois pode acumular mais água ou favorecer sua infiltração ou escoamento, assim segundo Guerra e Cunha 41 “Encostas convexas, em especial, onde o topo das elevações é plano e a água pode ser armazenada, podem gerar a formação de ravinas e voçorocas quando a água é liberada” (GUERRA e CUNHA, p.165, 1995). Segundo, Guerra e Cunha, os processos erosivos acontecem em três fases: a primeira quando as partículas do solo são removidas, a segunda etapa é o transporte dessas partículas, concretizando a erosão e a terceira etapa acontece quando a velocidade do escoamento superficial diminui e as partículas retiradas da superfície terrestre vão ser depositadas em outros lugares. De maneira resumida podemos entender que a erosão vai interferir na morfologia terrestre, a partir do momento em que ocorrer chuva. Vale lembrar, como já visto antes, que outros fatores como textura, cobertura vegetal, encosta, entre outros podem barrar ou reduzir consideravelmente os processos erosivos. Após a chuva, parte da água é infiltrada no solo, outra parte é interceptada pelas copas das árvores, outra retorna a atmosfera através da evaporação e outra parte inicia o runoff, sempre que a absorção da água pelo solo chegar ao limite. Esse escoamento superficial transporta com ele partículas de solo, iniciando o processo erosivo. A quantidade de perda do solo vai depender da velocidade do escoamento, que pode ser maior, quando não houver vegetação para freá-lo. O escoamento de água também pode ser subsuperficial, ou seja, fluxo de água movimentando-se em camadas superiores do solo, logo abaixo da superfície. Essa água subsuperficial movimenta-se através de poros existentes nos solos e podem ocasionar erosões mais graves ou deformações consideráveis na superfície terrestre, como os dutos e as voçorocas. BUSCANDO CONHECIMENTO Os pipes, ou seja - os dutos, são canais abertos logo abaixo da superfície chegando a atingir vários metros de diâmetro. Sua formação está relacionada ao intemperismo químico que ocorre nos escoamentos subsuperficiais. Os dutos carregam grande quantidade de materiais, o que pode causar o surgimento de voçorocas, ou 42 seja, erosão gravemente intensificada formando verdadeiros buracos no solo, que tendem a aumentar cada vez mais. Voçoroca localizada na nascente do rio Araguaia Fonte: www.eroaraguai.br 43 UNIDADE 12 – GEOMORFOLOGIA LITORÂNEA – I CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: compreender os processos de formação do relevo litorâneo, bem como conhecer as principais morfologias que o compõe. Já sabemos o que o estudo da Geomorfologia Litorânea é importante, mas é necessário conhecer as suas características, o que faremos nesta unidade. ESTUDANDO E REFLETINDO Na geomorfologia litorânea a preocupação está em estudar as formas resultantes da morfogênese marinha, compreendida entre o continente e o oceano. Contudo, a geomorfologia litorânea não está restrita apenas as formas localizadas no continente, resultantes da ação do mar, mas também da morfologia submersa, que foi sendo esculpida nas eras geológicas passadas. O perfil litorâneo é composto por: • Linha do litoral (shoreline): é a linha imaginária que delimita a água e a terra. Essa linha varia nos intervalos entre a maré alta e a maré baixa. • Zona Sublitorânea interna (nearshore): é o espaço compreendido entre a linha do litoral e o ponto onde ocorre a arrebentação das ondas. • Zona Sublitorânea externa (offshore): área contida entre a linha dearrebentação e as águas mais profundas. • Zona intertidal (shore): é a área compreendida entre o início da praia, onde ocorre a maré baixa e a área onde há a ação das ondas, localizada na maré alta. A zona intertidal é subdividada em: • Zona intertidal menor (foreshore): submersa durante a maré alta e exposta na maré baixa. • Zona intertidal maior (backshore): área localizada acima da maré alta, podendo eventualmente ser encoberta por ondas extremamente altas, ocorridas nas tempestades ou em marés excepcionalmente mais altas. 44 • Costa: definida pelo conjunto das formas que modelam a paisagem localizada na área de contato onde ocorrem as influências marinhas. • Linha de costa (coastline): considerada como o limite terrestre da zona intertidal maior. É independente da oscilação da maré. A zona intertidal maior também pode ser designada como pós-praia (backshore), assim como a zona intertidal menor também é conhecida como estirâncio (foreshore) e a zona sublitorânea externa pode ser chamada de ante-praia (offshore). Ante-Praia (Offshore) - Fonte: Suertegaray (org.), p. 200, 2008. Pós-Praia (backshore) - Fonte: Suertegaray (org.), p. 201, 2008. O tamanho exato e a largura de cada um dos perfis litorâneos é muito difícil de definir, pois se submetem a ação das marés que variam muito ao longo do dia. 45 Perfil Litorâneo - Christofoletti, p.128,1980. BUSCANDO CONHECIMENTO Fiorde é uma grande entrada de mar entre altas montanhas rochosas. Os fiordes situam-se principalmente na costa oeste da península escandinava (Noruega, Suécia, Dinamarca, Islândia) onde é um dos elementos geológicos mais emblemáticos da paisagem, e têm origem na erosão das montanhas devido ao gelo. Os fiordes formaram-se, originalmente, devido à ação de imensas massas de gelo, chamadas glaciares (ou geleiras), que se movimentam rumo ao mar como se fossem grandes rios congelados. Os fiordes modernos só existem em regiões costeiras montanhosas onde o clima é, ou foi, suficientemente frio para permitir a formação de glaciares abaixo do nível atual do mar. A sua origem remonta a aproximadamente 12 mil anos, quando o mar ocupou os espaços que os glaciares escavaram na costa atlântica durante a última Era Glacial. Essas enormes entradas de relevo podem chegar a centenas de quilômetros, da costa para o interior. São circundadas por falésias. Alguns glaciares, como os existentes na Suíça, são elevados e estão no interior do país, desta forma, não conseguem encontrar saída para o mar, por isso não formam fiordes. Fonte: Google Imagens – acesso em 12/11/2014. 46 UNIDADE 13 – GEOMORFOLOGIA LITORÂNEA – II CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: compreender os processos de formação do relevo litorâneo, bem como conhecer as principais morfologias que o compõe. Já sabemos o que o estudo da Geomorfologia Litorânea é importante, mas é necessário conhecer as suas características, o que faremos nesta unidade. ESTUDANDO E REFLETINDO A morfologia nas costas continentais é esculpida por vários fatores, tais como o geológico, o climático, o biótico e os fatores oceanográficos. • Fator Geológico: atividades vulcânicas, dobras e falhas são fenômenos geológicos encontrados na morfologia litorânea. Tais fenômenos constroem a estrutura do relevo dependendo da sua litologia. Nos lugares onde a costa apresenta-se inclinada com relação ao litoral, a ação geológica será mais acentuada e a costa apresentar-se-á toda recortada, diferente das áreas retas, onde a ação geológica será menor. As estruturas menores também podem oferecer resistência ao ataque da meteorização e das ondas. Sobre isso Christofoletti, explica: “as falésias talhadas em quartzito compacto, com poucas diáclases ou juntas, oferecem elevada resistência ao ataque da meteorização e das ondas; por outro lado, uma rocha dura, mas com muitas diáclases e linhas de fraqueza, é atacado com maior facilidade” (CHISTOFOLETTI, p. 129, 1980) As ondas também são agentes modificadores do relevo, pois através da sua atuação hidráulica, em linhas de menor resistência, pode dar origem a formas como cavernas e arcos. As áreas de deposição também são influenciadas por fatores geológicos, pois esses fatores vão determinar a fonte dos sedimentos, as áreas da bacia de drenagem e o fundo dos mares. 47 • Fator Climático: tem sua importância atrelada a determinação do intemperismo das rochas, que dependendo do clima sofrerão mudanças físicas, químicas e biológicas, dependendo da proximidade com o mar. Através da meteorização das rochas, elas são decompostas ou fragmentadas e serão a sedimentação oferecida ao remanejamento marinho. Dessa forma em cada zona climática a meteorização ou intemperismo terá um determinado grau e intensidade, fato que pode ser compreendido nas palavras de Christofoletti: “As variações regionais do clima são assinaladas por maneiras diferentes nos processos de evolução. Nos trópicos úmidos, a rápida meteorização química resulta na profunda decomposição de quase todas as formações rochosas, propiciando o abastecimento de sedimentos de granulometria fina e escassez de fragmentos grosseiros, quer no ataque direto das falésias quer pela carga dentrítica trasnportada pelos rios. Nas regiões frias, ao contrário, a ativa gelivação favorece a presença de fragmentos grosseiros, dominantes nas formas oriundas da acumulação.” (CHRISTOFOLETTI, p. 130, 1980). Dentre as características impostas pelo clima na morfologia litorânea podemos destacar, também, a atuação do vento, o qual traz importante contribuição na formação do relevo através da construção de dunas e por determinar a altura e impacto das ondas e correntes marinhas. As dunas podem ser de barcanas, com suas pontas voltadas para a direção do vento, dunas longitudinais, alinhadas paralelamente a direção dos ventos, dunas parabólicas, apresentando-se no sentido oposto ao das barcanas e dunas transversais, alinhadas sob a forma de ondas e separadas entre si por corredores. 48 Dunas - Fonte: Suertegaray (org.), p. 166, 2008. • Fator biológico: está associado ao fator climático, que determina a presença, ou não, de determinados organismos, como o aparecimento de corais, em zonas intertropicais e de pântanos e estuários, em zonas de baixa latitude. Os organismos podem causar a desagregação dos minerais das rochas, facilitando a erosão, ou podem auxiliar na compactação desses sedimentos, amenizando os processos erosivos. • Fator oceanográfico: esse fator refere-se à salinidade da água do mar, onde a água mais salgada oferece maior poder de corrosão, atuando como processo de meteorização das rochas. Além disso, as diferentes composições de salinização vão proporcionar ambientes ecológicos distintos, onde a fauna e a flora marítima contribuirão para diferentes processos de transporte e deposição de sedimentos por toda a faixa litorânea. 49 BUSCANDO CONHECIMENTO O relevo litorâneo tem sua maior parte impresso por três forças responsáveis pela construção da morfologia, são elas: ondas, marés e correntes. Essas forças são as principais atuantes no litoral. As ondas são resultado da ação dos ventos. Sua estrutura é composta pela crista, depressão, altura e comprimento. Quanto maior a velocidade dos ventos maior será a onda e consequentemente maior será seu impacto sobre o relevo litorâneo. As ondas formadas no fundo do mar vão modificando-se a medida que se aproximam da zona costeira. Quando a profundidade vai diminuindo, o movimento orbital, assumido na formação da onda, vai modificando-se para movimento linear de vai e vem, assim os sedimentos trazidos pela onda também assumem esse movimento. Essa onda vem em direção à praia arremessando a saca, ou seja, fluxo de água arremessado logo após a arrebentação, Quandoessa saca atinge uma falésia ou um penhasco a força da água chega a pressões elevadíssimas, intensificada pelos fragmentos rochosos carregados por ela, gerando assim uma abrasão marinha, ou seja, erosão provocada pelo mar. A influencia da maré sobre o relevo se dá de forma indireta, pois determina apenas a variação do nível do mar, o que vai trazer maior implicação nas ondas, que poderão ser maiores, quando a maré estiver alta trazendo modificações mais significativas ao relevo litorâneo, como poderão ser menores, amenizando as implicações no relevo. A maré também pode ocasionar as correntes, que resultam da diferença de nível entre dois pontos, e torna-se veloz nos canais mais estreitos que unem bacias com períodos diferentes de maré. 50 UNIDADE 14 – GEOMORFOLOGIA LITORÂNEA – III CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: compreender os processos de formação do relevo litorâneo, bem como conhecer as principais morfologias que o compõe. Já sabemos o que o estudo da Geomorfologia Litorânea é importante, mas é necessário conhecer as suas características, o que faremos nesta unidade. ESTUDANDO E REFLETINDO As formas de relevo litorâneo são originadas tanto da ação erosiva como da deposição. As falésias são resultantes dos processos erosivos e as escarpas e costas baixas ou planas resultam dos processos de deposição. Entendemos por falésia uma declividade sem vegetação com alturas variadas, localizada no limite entre a terra e o mar. À medida que a falésia vai recuando para o continente, aumenta a superfície de erosão provocada pelas ondas. A essa área dá-se o nome de terraço de abrasão. Os sedimentos retirados das falésias são levados pelas ondas e depositado no fundo dos mares, formando o que chamamos de terraços de construção marinha, além dele inicia-se a formação do terraço de abrasão, onde predomina a ação das sacas e da deriva litorânea. FALÉSIA - Fonte: Suertegaray (org.), p. 185, 2008. 51 Entre o relevo originado pela deposição estão as praias, formadas por vários sedimentos trazidos pelas águas. Nas praias os sedimentos predominantes são as areias, contudo existem praias formadas por cascalhos e seixos, com granulação maior. PRAIA - Fonte: Suertegaray (org.), p. 188, 2008. Outra forma de relevo destacada no litoral é a restinga, entendida por uma faixa arenosa localizada paralela a praia. Esses paredões estão acima do nível do mar e das marés mais altas à medida que se estendem pelo litoral vão separando do mar parcelas de água que se transformam em lagoas litorâneas. A formação das restingas pode ser originada por dois processos, um a partir da deposição das areias transportadas pelas ondas, através de águas rasas e a segunda forma também é pela deposição das areias, por transportadas pelas correntes longitudinais. As restingas podem modificar-se pela presença de esporões, entendidos por um cordão alongado e curvado em direção das lagunas. Segundo Christofoletti, os esporões são pontais secundários que se desenvolvem em função do fluxo causado pelas ondas, nos locais onde se encontram ondas vindas de diferentes direções. 52 RESTINGA - Fonte: Suertegaray (org.), p. 189, 2008. Como relevo de deposição podemos ainda destacar a canaleta, a crista e o tômbolo. Essas formas de relevo são originadas da deposição de sedimentos arrancados das rochas e carregados pelas águas. Sobre o relevo litorâneo de deposição, posicionam-se: “O traçado espacial de todas as formas de acumulação é muito simples, e as costas formadas por elas caracterizam-se por grandes trechos retilíneos ou arcos com grande raio de curvatura, cujas concavidades são voltadas para o mar, separados por trechos protuberantes, que representam as saliências litorâneas, oriundos de afloramento rochosos ou das avançadas depositadas nas desembocaduras fluviais.” (CHRISTOFOLETTI, p. 136, 1980). BUSCANDO CONHECIMENTO Segundo Christofoletti, várias tentativas de classificar as costas litorâneas foram feitas ao longo do tempo. Em 1952, H. Valentin apresentou uma classificação dos tipos de paisagens litorâneas baseada na diferenciação entre o avanço do litoral, resultado da deposição, e o recuo do mesmo, originado a partir de atividades erosivas. Essa classificação ficou assim determinada: a. Costas que estão avançando i- devido à emersão: costas com soalho marinho emerso; 53 ii- devido à deposição orgânica: fitogênica (formada pela vegetação), como manguezais; zoogênicas (formada pela fauna), como as costas com corais. iii- devido a deposição inorgânica: deposição marinha onde as marés são fracas; deposição marinha onde as marés são fortes; deposição fluvial, como as costas deltaicas. b. Costas que estão recuando i- devido à submersão de paisagens glaciárias: confinadas à erosão glacial; não confinadas à erosão glacial; deposição glaciária. ii- devido à submersão de paisagens de esculturação fluvial: sobre jovens estruturas dobradas; sobre velhas estruturas dobradas; sobre estruturas horizontais. iii- devido a erosão marinha: costas escarpadas. Descrição da classificação das costas litorâneas - Christofoletti, p. 147, 1980. 54 UNIDADE 15 – RELEVO SUBMARINO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: compreender as formas estruturais do relevo submarino e suas relações com agentes formadores e modeladores. ESTUDANDO E REFLETINDO Conceito. O relevo submarino é aquele que está localizado abaixo dos oceanos e mares, ou seja, está coberto por águas. Os oceanos e mares, assim como o continente, possuem relevo, ou seja, irregularidades na superfície. O estudo sobre o relevo submarino teve início somente em meados do século XIX. No entanto, o conhecimento com melhores resultados ocorreu apenas após a década de 1940, quando passamos a dispor de mais tecnologias e técnicas para uma melhor compreensão das informações coletadas. Características principais do relevo submarino. • Sofre grande ação das águas dos mares e oceanos. • Não é homogêneo, apresentando formas diversas (depressões, fossas, áreas planas e regiões mais elevadas). • Em algumas áreas, apresenta bacias sedimentares com presença de petróleo, gás natural e outros minerais. • Em algumas áreas, assim como na superfície, existem atividades vulcânicas. O fundo do mar, assim como o relevo da superfície terrestre, não é homogêneo, apresentando formas diversas. Os compartimentos principais do relevo marinho e suas características são: Plataforma ou Planalto Continental. • Corresponde a uma zona de transição entre a massa continental e o fundo dos oceanos; • Formada principalmente por rochas sedimentares; • É a continuação geológica do relevo continental; 55 • É basicamente plana, havendo um declive leve em direção ao talude continental; • Há grande presença de vida marinha (plantas e animais), pois há incidência de luz solar; • Possui profundidade média ao redor de 200 metros; • É na plataforma continental que ocorrem duas importantes atividades econômicas: a pesca e a exploração de petróleo. Talude Continental. • É a parte final da plataforma continental. Portanto, fica entre a plataforma continental e a margem continental; • É um declive muito acentuado (desnível), podendo chegar a dois mil metros; • Na base do talude encontramos as crostas continental e oceânica. Bacia Oceânica. • Área sedimentar que se encontra em regiões profundas do oceano com profundidade que oscila entre 2.000 a 5.000 metros e possui relevo suave. Fossas Abissais ou Marinhas. • É a região da crosta oceânica; • Encontramos várias formas de relevo como, por exemplo, depressões, montanhas de origem tectônica, dorsais oceânicas (compostas por cordilheiras) e fossas oceânicas (áreas mais profundas dos oceanos). Cadeias Oceânicas. As maiores cadeias de montanhas
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