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Contabilidade Rural 5º Aula Contabilidade da pecuária Obrigado ao homem do campo O estudante e o professor A quem fecunda o solo cansado Recuperando o antigo valor. Dom e Ravel Prezados(as) alunos(as), Até aqui já vimos sobre as atividades agropecuárias, os Armazéns Gerais e a contabilização na agricultura de culturas temporárias e culturas permanentes. Nesta aula, dando prosseguimento aos nossos estudos, refletiremos a respeito de aspectos da contabilização na pecuária, conheceremos os tipos de atividade pecuária e respectivos casos de exaustão, as taxas de depreciação referentes a pastagens e como se opera o cálculo dos custos de rebanho em formação. Vamos lá! Boa aula! Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, o aluno será capaz de: • diferenciar os tipos e identificar os casos de exaustão de atividade pecuária; • avaliar as taxas de depreciação referentes a pastagens e calcular os custos de rebanho em formação. 21 Seções de estudo 2 - Taxas de depreciação 1 - Tipos de atividade pecuária 1 - Tipos de atividade pecuária 1.1 Gado bovino 1.2 Casos de exaustão 2 - Taxas de depreciação 2.1 Rebanho em formação Existem três fases distintas na atividade pecuária de corte, pelas quais passa o animal que se destina ao abate: • Cria: a atividade básica é a produção de bezerros que só serão vendidos após o desmame. Normalmente, a matriz (de boa fertilidade) produz um bezerro por ano. • Recria: a atividade básica é a partir do bezerro adquirido, a produção e a venda do novilho magro para a engorda. • Engorda: a atividade básica é, a partir do novilho magro adquirido, a produção e a venda do novilho gordo. Há empresas que, pelo processo de combinação das várias fases, obtém até seis alternativas de produção (especializações): → Cria; → Recria; → Cria-recria; → Cria-recria-engorda; → Recria-engorda; → Engorda. 1.1 - Gado bovino Disponível em: <http://www.escritorioruralmt.com.br/portal/>. Acesso em: 02 maio 2012. O gado que será comercializado pela empresa, em forma de bezerro, novilho magro ou novilho gordo, deverá ser classificado no estoque. O gado destinado à procriação ou ao trabalho, que não será vendido (reprodutor-touro ou matriz-vaca) será classificado o Ativo Permanente Imobilizado. No caso de gados reprodutores (touros e vacas), animais de trabalho e outros animais constantes do Ativo Permanente as deduções dos valores são também denominadas Depreciação. Nesse caso, trata-se de ativo tangível de vida útil limitada, pois com o passar dos anos há uma perda da capacidade normal de trabalho – no caso de animais de trabalho – assemelhando- se nesse aspecto a perda da capacidade de produção de uma máquina ou equipamento qualquer. No período de crescimento do gado destinado à reprodução, não haverá evidentemente, depreciação, será contada a partir do momento em que estiver em condições de reprodução. → gado reprodutor mestiço: cinco anos; → gado matriz mestiça: sete anos; → gado reprodutor puro: oito anos; → gado matriz pura: dez anos. Ressalto, todavia, que o veterinário é a pessoa mais indicada para terminar a vida útil do gado reprodutor. Outro aspecto importante na determinação da depreciação do gado de reprodução é que se deveria considerar o valor residual correspondente ao seu peso multiplicado pelo preço por arroba que se conseguiria no frigorífico, por ocasião de sua venda, após castrado e engordado para abate, o que acontece sempre que não é mais utilizado como reprodutor. 1.2 - Casos de exaustão Pastagens - É o lugar onde o gado pasta (come erva não ceifada). É uma das partes mais importantes do planejamento agropecuário, uma vez que a boa pastagem contribui, em conjunto, para melhoria da qualidade do gado, para o alto rendimento do projeto. Basicamente, há dois tipos de pastagens: a natural e a artificial. Disponível em: <http://www.jangadeiroonline.com.br/tag/pecuaria/>. Acesso em: 25 maio 2012. Pastagem Natural - É também denominada pasto nativo e constituída de áreas não cultivadas, utilizadas para pastagem, das quais se aproveita o potencial natural (campos, cerrados, capins naturais etc.). Geralmente, são áreas de boa cobertura vegetal e que não apresentam grandes problemas de erosão. Esse tipo de pasto sofre melhoramentos esporádicos. Pastagem Artificial - É aquela formada por pastos cultivados. Em geral, exige preparo do solo, através de destocamento, de arações, adubações, gradagem e plantação ou semeadura. As principais forrageiras utilizadas nos pastos são: • gramíneas: capim-colonião, capim-gordura, capim- jaraguá, capim-pangola, outros capins e cereais; • leguminosas: alfafa, soja perene, siratro, carrapicho, beiço-de-boi etc; • cactáceas: palma, mandacaru, xiquexique etc.; • outras: mandioca, batata-doce etc. (como alimentação suplementar). As pastagens vêm sofrer exaustão (entendimento também de alguns engenheiros agrônomos), porque, mesmo que o tipo de capim seja permanente, a fertilidade da terra tem capacidade limitada. É recomendado estimar o período de tempo e de vida útil das pastagens com base em estudos agrícolas ou estudo do próprio engenheiro agrônomo da empresa. Contabilidade Rural 22 O próprio Imposto de Renda, possivelmente considerando essas variáveis, não defi ne taxas. Ressalto, todavia, que o Imposto de Renda assegura à empresa o direito de computar a quota efetivamente adequada às condições de depreciação de seus bens, desde que faça a prova da vida útil do bem determinado. O agrônomo, veterinário, os técnicos agropecuários, são as pessoas mais indicadas para prever a vida útil dos itens que compõem o Ativo permanente de uma fazenda, considerando-se o clima, o solo, o tipo de manejo, a raça (no caso da pecuária) etc., que varia de região para região. Disponível em: <http://www. cursoseconsultoria.com.br/ contabilidaderural.htm>. Acesso em: 02 maio 2012 2.1 - Rebanho em formação Para a propriedade rural é importante saber o custo da formação de um bezerro, tanto pela necessidade própria e avaliação do valor para sua venda, e mesmo para determinar se é melhor criar ou comprar bezerros para recria. Diferentemente da apuração do custo e da contabilização dos animais prontos, para determinação do custo do bezerro nascido, é preciso considerar que os custos dos animais reprodutores serão alocados ao rebanho em formação. Assim, quando um plantel de animais reprodutores é formado e separado para a reprodução, a partir deste momento inicia-se o processo de produção, sendo que a conta contábil será denominada “Rebanho em formação”. A conta rebanho em formação receberá todos os custos dos animais reprodutores (medicamentos, sal mineral, vacinas, depreciação dos pastos e dos próprios animais reprodutores), até o nascimento dos bezerros. Por ocasião do nascimento dos bezerros inicia-se a segregação das contas, sendo Bezerros Machos e Bezerros Fêmeas, cada conta com o valor dos animais nascidos a partir da formação. Daí por diante, cada conta recebe os seus custos próprios de manejo desse gado, sendo classificados no ativo circulante como estoque. O gado para fins de classificação no estoque será separado por idade, em alguns locais chamam de “era”. Cada “era” significa um ano. Assim, teremos no plano de contas: • Machos de 0 a 12 meses; • Fêmeas de 0 a 12 meses; • Machos de 12 a 24 meses; • Fêmeas de 12 a 24 meses; • Machos de 24 a 36 meses; • Fêmeas de 24 a 36 meses; • Machos mais de 36 meses • Fêmeas mais de 36 meses. Modelo de Cálculo de Custos de Rebanho em Formação Custo de Nascimentos e Plantel Reprod. 400 80% Bezerros 100 20% 500 Valor Imobilizado Vacas Matr 80.000,00 Touros Repr. 30.000,00 Cercas 60.000,00 Currais 20.000,00 Galpões 60.000,00 Pastos 30.000,00 Depreciação 20% 16.000,00 20% 6.000,00 10% 6.000,00 10% 2.000,00 5% 3.000,00 20% 6.000,00 Gastos Vacinas 15.000,00 Marcas Bezerros 1.000,00 Manutenção 8.000,00 Mão de obra 16.000,00 Medicamentos 2.000,00 Outros gastos1.500,00 Histórico Nascimentos Bezerros Valor Inicial Plantel - 10.000,00 Vacinas 12.000,00 3.000,00 Medicamentos 1.600,00 400,00 Marcas Bezerros - 1.000,00 Manutenção 6.400,00 1.600,00 Mão de Obra 12.800,00 3.200,00 Outros Gastos 1.200,00 300,00 Deprec Matriz 16.000,00 - Depre Couros 6.000,00 - Deprec. Cercas 4.800,00 1.200,00 Deprec. Currais 1.600,00 400,00 Deprec. Galpões 2.400,00 600,00 Deprec. Pastos 4.800,00 1.200,00 Total dos Custos 69.600,00 22.900,00 Chegamos, assim, ao final de nossa aula. E, então, entenderam sobre todos esses aspectos da contabilização pecuária?! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “Fórum” ou “Quadro de Avisos”. Agora, vamos rever resumidamente o que estudamos em cada seção. Confiram também as sugestões disponibilizadas a fim de aprofundar os conhecimentos. Espero vocês na próxima aula! Retomando a aula Vamos, então, recordar as principais abordagens da Aula 05: 23 1 - Tipos de atividade pecuária Nesta seção, vimos que há três fases distintas na atividade pecuária de corte: cria, recria e engorda. Em relação ao gado bovino, observamos como se dá os aspectos contábeis do gado que pode ser comercializado pela empresa, do gado destinado à procriação ou ao trabalho, e dos gados reprodutores (touros e vacas). Nos casos de exaustão, verificamos que as pastagens são os lugares onde o gado pasta (come erva não ceifada), e podem ser: natural ou artificial. A pastagem, considerada uma das partes mais importantes do planejamento agropecuário, contribui conjuntamente para a melhoria da qualidade do gado e para o alto rendimento do projeto pecuário. 2 - Taxas de depreciação O Imposto de Renda assegura à empresa o direito de computar a quota efetivamente adequada às condições de depreciação de seus bens, desde que faça a prova da vida útil do bem determinado. Para determinação do custo do bezerro nascido, é preciso considerar os custos dos animais reprodutores que precisam ser alocados ao rebanho em formação (medicamentos, sal mineral, vacinas, depreciação dos pastos e dos próprios animais reprodutores), até o nascimento dos bezerros. MARION, José Carlos; SEGATTI, Sonia. Contabilidade da Pecuária: Atualizada pelas Leis 11.638/2007 e 11.941/2009. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. SANTOS, Gilberto J.; MARION, J. C.; SEGATTI, Sonia. Administração de Custos na Agropecuária. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. VASCONCELLOS, Paulo Mário B. Guia Prático para o Confinador. São Paulo: Nobel, 2010. Vale a pena Vale a pena ler Contabilidade Pecuária – Matriz Planilha de Custos. Disponível em: <http://www.marion.pro.br/portal/modules/ wfdownloads/viewcat.php?cid=13>. Acesso em: 20 abr. 2012. Revista Brasileira de Contabilidade - CFC. Disponível em: <www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=9>. Acesso em: 10 mar. 2012. SEGATTI, Sonia. Contabilidade Rural – Técnicas Contábeis. Disponível em: <http://www.marion. p r o. b r / p o r t a l / m o d u l e s / w f d o w n l o a d s / v i s i t . php?cid=15&lid=139>. Acesso em: 10 abr. 2012. Vale a pena acessar Minhas anotações
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