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Hermenêutica Jurídica 
Teoria e conceito
Vejamos, hermenêutica – do grego, provém do verbo hermeneuein(interpretar) e do substantivo hermeneia (interpretação).
 Alguns autores especam que a origem do termo advém da figura mitológica Hermes, filho de Zeus, responsável por interpretar e traduzir as mensagens do mundo dos Deuses, tornando-as acessíveis ao intelecto humano.
Podemos conceituar hermenêutica como conjunto de teorias voltada para interpretação de algo, não somente de um texto escrito mas de tudo que possa ter significado e sentido. 
Compreende-se, portanto, que hermenêutica é a ciência para a aplicação da interpretação.
No âmbito jurídico por meio da hermenêutica é possível interpretar normas e texto jurídico, no sentido valido e vendo seus alcances. 
 Temos que interpretar, significaria buscar a relação entre o texto abstrato, já que as leis positivas são formuladas em termos gerais, e o caso concreto, para tanto, seria necessário “descobrir e fixar o sentido verdadeiro da regra positiva; e, logo depois, o respectivo alcance, a sua extensão”.
“A hermenêutica se aproveita das conclusões da filosofia jurídica, criando novos processos de interpretação e organizando-os de forma sistemática. A interpretação é a aplicação da hermenêutica. A hermenêutica descobre e fixa os princípios que regem a interpretação.”
Com isso, percebe-se que o termo hermenêutica, refere-se à ciência da interpretação, enquanto interpretação significaria determinar o sentido e o alcance da norma jurídica.
Hermenêutica 
Interpretação
Pode ser considerada a arte de interpretar as leis, estabelecendo princípios e conceitos, que buscam  formar uma teoria adaptada ao ato de interpretar
Já a interpretação é de alcance mais prático, pois, pode-se dizer, que se presta exclusivamente a entender o real sentido e significado das expressões contidas nos textos da lei, e, para que isso seja possível, é necessária a utilização dos preceitos da hermenêutica. 
Qual a Importância?
A hermenêutica é de grande importância para o Direito, pois esse necessita de ser interpretado a todo o momento. O Direito não sobrevive sem um bom trabalho de interpretação, baseado numa teoria sólida como a hermenêutica, haja vista que nem sempre as leis são totalmente claras e precisas. 
Ademais, o legislador, por mais perfeccionista que seja, não consegue traduzir em palavras, de forma tão fiel, o espírito de uma lei, seus objetivos e finalidades. Também, muitas vezes, escapa ao alcance do legislador o dinamismo e a complexidade presente nas relações sociais, e dessa forma, a interpretação assume uma papel de extrema importância. 
Dessa forma há de existir intérpretes que, mediante bons princípios, consigam buscar a vontade do legislador. 
Também é importante que o bom intérprete esteja sempre atento às mudanças que se operam, com o passar dos tempos, tanto na sociedade, quanto no Direito. É necessário que esteja sempre apto a novas concepções, e não estar preso aos velhos institutos. 
Um bom intérprete, então, deve possuir várias características para exercer um bom trabalho, quais sejam:
Probidade
que se explica pela integridade de caráter e imparcialidade quanto aos interesses pessoais.
Serenidade
que se revela pela tranquilidade, necessária à atividade de interpretar.
Equilíbrio
que se materializa na firmeza e coerência da interpretação e;
Diligência 
que pode ser explicada pelo cuidado despendido na execução de determinada atividade, revelando assim a presteza na atividade de interpretar. 
HERMENÊUTICA CLÁSSICA 
A hermenêutica clássica teve origem na França – com a Escola da Exegese, juntamente com a Escola Dogmática, oriunda da Alemanha.
Na hermenêutica clássica temos como pensamento dominante que a interpretação e a aplicação do Direito são etapas distintas, esta precedendo aquela. Assim, extrai-se, primeiramente, o sentido da norma, para depois aplicá-la ao caso concreto. 
 Método Gramatical :consiste na busca do sentido literal ou textual da norma jurídica; 
 Método Sistemático :consiste na correlação de todos os dispositivos normativos de um texto jurídico. Hodiernamente, para o neoconstitucionalismo, tal técnica denomina-se Filtragem Hermenêutica;
Método Histórico :consiste na busca do passado para compreender o sentido atual da norma. Ou seja, trata-se da identificação de momentos e fatos históricos que interferiram na criação da norma jurídica;
 
Savigny, jurista alemão do século XIX, estabeleceu um sistema interpretativo, baseado em alguns métodos, quais sejam:
Método Sociológico :tal método se baseia na eficácia social, ou seja, analisa-se a norma de tal modo a não haver uma injustiça social; e
Método Teleológico ou Finalista: consiste na busca da finalidade da norma. Assim, supera-se a realidade escrita da norma, embasando-a por princípios.
Hermenêutica Contemporânea
 Vê o ponto de referência principal do processo hermenêutico na vontade da lei, mens legis, como ente dotado de vida própria, cabendo ao intérprete buscar a adaptação da lei à dinâmica social. Há um claro deslocamento do centro gravitacional do processo de interpretação do sujeito criador da norma (legislador), para a norma em si, cujo sentido será dado pelo contexto do momento da sua aplicação e não pelo da sua criação. O sentido objetivo da norma é dado pelo presente, e não pelo passado, devendo o processo de interpretação de o direito ser orientado pelas necessidades sociais da época em que a lei é aplicada e não pelas da época em que ela foi criada.
Método Tópico-problemático:criado por Viehweg – pensador alemão da segunda metade do século XX. Tal método inicia-se com a análise do caso concreto para depois buscar a melhor norma jurídica. Método contrário ao positivismo jurídico; 
Método Hermenêutico-concretizador: criado por Konrad Hesse – autor da obra A força Normativa da Constituição. Este método seria conduzido pelo que ele denomina de pré-compreensão – conjunto de valores, visões de mundo, crenças que o intérprete incorpora na sua própria consciência dentro de seu espaço interpretador, mergulhado numa cultura, num conjunto de valores num dado contexto histórico-cultural.;
Podemos exemplificar a hermenêutica contemporânea com o surgimento dos seguintes métodos interpretativos, quais sejam:
Método Científico-cultural: método criado por Rudolph Smend, busca apaziguar conflitos sociais por meio da conciliação. Assim, o interprete deve-se atentar às medidas conciliatórias para aplicar a melhor solução jurídica ao caso; e
Método Normativo-estruturante :criado por Müller, defende-se que o conceito de norma abarca uma dúplice perspectiva, a de norma constitucional como texto normativo e, a de norma constitucional com âmbito normativo. Assim, a norma jurídica deve ser, também, instrumento do cidadão para que este evite abusos do Poder Público.
Espécies de interpretação
Autêntico :quando emana do próprio poder que fez o ato cujo sentido e alcance ela declara. Há certos textos legais que, pela confusão que provocam no mundo jurídico, levam o próprio legislador a determinar melhor seu conteúdo.
Judicial ou Jurisprudencial: é a resultante das decisões prolatadas pela Justiça; vem a ser aquela que realizam os juízes ao sentenciar, encontrandose nas Sentenças, nos Acórdãos e nas Súmulas dos Tribunais (formando a sua jurisprudência).
 
Doutrinária :vem a ser a realizada cientificamente pelos doutrinadores e juristas em suas obras e pareceres. Há livros especializados de Direito, que comentam artigo por artigo de uma lei, código ou consolidação, dando o sentido do texto comentado, com base em critérios científicos. 
Administrativa :aquela cuja fonte elaboradora é a própria Administração Pública, por meio de seus órgãos e mediante pareceres, despachos, decisões, circulares, portarias etc. Essa interpretação vincula as autoridades administrativas que estiverem no âmbito das regras interpretadas, mas não impede que os particulares adoteminterpretações diversas.
Escola de Exegeses
No início do Século XIX, surgiu a Escola da Exegese em meio ao caos político e social da França revolucionária .Tal situação começou a mudar já com o despotismo esclarecido, que representou uma redução das fontes do direito, fortalecendo o direito real e limitando os direitos canônicos,romano e consuetudinário. Exemplos dessa tendência, "Lei da Boa Razão" portuguesa.Com a subida de Napoleão ao poder, é inaugurada a forma moderna de elaborar normas jurídicas com a promulgação do "Código Civil Francês", no qual é estabelecida não a hegemonia, mas o monopólio do direito estatal legislado (ou, simplesmente, da lei), isto é, passa a ser a lei a única fonte de direito admitida.
Primeira fase (1804 - 1830/1840) 
Segunda fase (1830/1840 - 1880)
Terceira fase (1880 - 1899)
Esta primeira fase é caracterizada pela transição, tendo a metodologia do ensino aos poucos se atualizado para responder a nova tarefa dos juristas.
Na segunda fase, a principal característica é a estabilidade dos pressupostos de completude e universalidade do Código, fundada sobre um discurso técnico-prático, em oposição ao discurso teórico-filosófico anterior. Nesta fase, o pensamento da Escola atinge o seu auge.
A terceira e última fase, quando ocorreu o declínio da Escola da Exegese e a ascensão de um novo jusnaturalismo
Pensamento:
A primeira característica aparece na multiplicação dos códigos e das normas, visando a eliminar as lacunas. Os membros da Escola acreditavam que as lacunas eram meramente aparentes, acreditava-se, que tudo havia sido colocado nos códigos. Não era, portanto, necessário, e muito menos permitido, que se buscasse as soluções em outra fonte que não fosse a lei escrita. Dessa forma, os defensores dessa Escola não aceitavam a existência de lacunas na lei, pois por decorrer da razão, ela abrangeria todo o ordenamento jurídico. Se a interpretação da lei continuasse confusa, o jurista deveria continuar pesquisando a vontade do Legislador Neste momento, nos deparamos com uma dificuldade: como estabelecer a vontade do legislador?
Segundo Iara Menezes Lima (2008), a Escola da Exegese sustentava que o jurista deveria: tomar o texto legal como uma proposição e procurava desdobrá-lo em todas as suas implicações, obedecendo às regras da lógica. Eles se valeriam do emprego de regras e argumentos lógicos, tais como, os argumentos a contrario sensu, a pari (por igual razão por exemplo, "se este assunto é mau, os outros também são) entre outras. A interpretação deveria ser uma espécie de operação lógico-dedutiva, a mais mecânica o possível
Crítica:
A Escola da Exegese é muito criticada por várias de suas características. Dentre elas, podemos destacar: a idolatria da lei, a negação da existência de lacunas no Código Napoleônico, a redução do direito à lei e a visão do Estado como única fonte do direito. Maria Helena Diniz fala no livro: compêndio de introdução a ciência do Direito (o racionalismo buscava a simetria, construção logica perfeita, o que o levou a utopia. Foi essa mesma simetria que conduziu os franceses a idolatria do código de napoleão) O declínio da Escola da Exegese ocorreu por conta de seu processo interpretativo, apenas a letra da lei, já não era mais suficiente, e havia forte necessidade de se recorrer a outras fontes. Embora tenham existido críticas à Escola da Exegese, não há como negar que ela possuiu grande importância para o estudo da hermenêutica jurídica, pois, esta corrente científica tem características que permanecem até hoje, inclusive em nosso sistema jurídico brasileiro.
Escola da livre investigação científica
François Geny foi o grande representante da Escola da Livre Iniciação Científica, suas grandes obras são: Méthode d'interprétation et sources en droit privé positif e Science et technique em droit privé positif. O autor afirma que a lei não é obrigatoriamente a expressão de um princípio lógico-racional imposto pela força da razão e sim uma manifestação da vontade do legislador, que nem sempre expressa o que racionalmente deveria exprimir. Importante ressaltar que já havia se passado mais de cem anos da Revolução Francesa, diversas gerações de juristas já haviam passado e a França necessitava atualizar suas instituições jurídicas. Os juízes que estavam distante da capital começaram a proferir decisões fora do padrão da interpretação restrita do Código, e entre os renomados juristas que clamavam por reforma estava Gény. Para esta Escola nenhuma lei será suficiente para alcançar todo o campo das relações sociais jurídicas, e isto deve ser feito por um magistrado. [15] Assim como a Escola da Exegese, acredita-se que a lei é a fonte principal do Direito, mas quando esta for omissa, obscura, insuficiente o intérprete terá que recorrer para as fontes suplementares. A s fontes suplementares serias: o costume, a tradição, a autoridade e a livre investigação. A livre investigação significa que o magistrado não fica vinculado ao texto da lei, ele deve tentar compreender a vontade do legislador. Percebe-se que Gény não incluí a jurisprudência como fonte, pois naquela época os julgados não tinham ampla divulgação
Sobre a livre investigação científica ensina Maria Helena Diniz: "Essa investigação é livre porque não se submete a uma autoridade positiva e é científica, porque pode dar bases sólidas aos elementos objetivos descobertos pela ciência jurídica. A livre investigação científica deve basear-se em três princípios:
 a) o da autonomia da vontade;
 b) o da ordem e do interesse público; 
c) o do justo equilíbrio ou harmonização dos interesses privados opostos, pois o aplicador deve considerar a respectiva força desses interesses, pesando-se na balança da justiça, para saber a qual deles deve dar preponderância, levando em conta as convicções sociais vigentes, resolvendo de modo que se produza o devido equilíbrio." 
Para esta Escola a norma jurídica possui dois ingredientes, e a atividade do jurista se realiza em um duplo campo de ação, são eles: o dado e o do construído.
 O dado é o conjunto de elementos que antecedem a norma jurídica, são a realidade social, moral, econômica, etc. São realidades existentes em toda sociedade humana por serem norteadoras do comportamento humano.
 Já o construído é um conjunto de normas criadas para atender as condições de segurança social de uma sociedade. A técnica jurídica visa construir meios para que se realizem os fins de direito e esses meios e artifícios é o que François Geny designa de construído. Lembrando que para este autor o direito não está nas leis promulgadas, mas na própria sociedade, ou seja, nos dados normativos existentes na sociedade. 
 A função social do Direito realiza-se além da lei (praeter legem) para suprir-lhe as lacunas, mas sem ser contrário à lei (contra legem). Seria uma justiça regida pelo equilíbrio das relações sociais. Nas palavras de Paulo Dourado de Gusmão: "O método de Gény só admite interpretação criadora no caso de lacuna (§139), deixando nos demais casos intocável a lei, aplicável na forma prescrita pelo legislador, mesmo quando injusta a sua aplicação [...]."[19] Ou seja, a Livre Investigação é possível quando há ausência de lei (lacunas). Quando se trata de casos de obscuridade o jurista deve fazer o uso do costume, da autoridade, tradição, etc. A livre interpretação é o último recurso de que pode se valer o intérprete.
Escola Sociológica do direito
A partir de 1882, no campo da sociologia jurídica, começaram a se destacar: ÉMILE DURKHEIM, LÉON DUGUIT e NORDI GRECO. 
Depois da II Guerra Mundial verificou-se uma ligação mais ativa e fecunda entre sociólogos e juristas. 
O homem é um ser social;
Não pode viver isolado; 
Obrigado a viver necessariamente ao lado uns dos outros, carecemos de regras de proceder, normas de disciplinamento da vida em coletividade.
O Direito é um fato social e tem a sua origem nas inter-relações sociais. É um fenômeno social decorrente do próprio convívio do homem em sociedade. 
Para aEscola Sociológica, o Direito não tem origem em DEUS, nem na razão, nem na consciência do povo, e nem ainda no Estado, mas sim na sociedade, mais especificamente nas inter-relações sociais. 
O Direito é para a Sociologia Jurídica uma ciência essencialmente social, oriunda da sociedade e para a sociedade. As normas do direito são regras de conduta para disciplinar o comportamento do indivíduo no grupo, as relações sociais; normas ditadas pelas próprias necessidades e conveniências sociais. 
Não são regras imutáveis e quase sagradas, mas sim variáveis e em constante mudanças como são os grupos onde se originam.
Escola do Direito Livre
Outra escola que integra o Sistema Moderno de Investigação é a Escola do Direito Livre, da Alemanha, cujo seu defensor mais conhecido era Hermann Kantorowicz, que em 1906 edita um manifesto intitulado "A luta pela ciência do direito". Para esta Escola o principal para o direito são as normas jurídicas que surgem dos grupos sociais de forma espontânea. Vejamos o que diz a doutrina: "O direito livre não é o direito estatal, contido nas leis, mas aquele que está constituído pelas convicções predominantes que regulam o comportamento, em um certo lugar e tempo, sobre aquilo que é justo. Para ele é inaceitável a construção do direito por meio de conceitos abstratos, porque não se funda em realidades concretas, sendo incompatível com a simples necessidade da existência. Logo, condena a elaboração do direito positivo por meio de uma jurisprudência de conceitos. O juiz deve ouvir o sentimento da comunidade, não podendo decidir, exclusivamente, no direito estatal ou com base em lei."[20] Toda a técnica jurídica gira em torno da vontade do juiz ou do intérprete da lei, para Kantorowicz a sentença é uma lex specialis. Se difere da Livre investigação científica de Gény, pois aqui se prega o afastamento do legalismo proposto por aquela escola. O magistrado busca a justiça e este é o seu compromisso frente à sociedade, ainda que para isso a lei seja ignorada. O juiz deve analisar cada caso concreto e levando em consideração o seu próprio senso de justiça tomar uma decisão, pois, o direito da sociedade deve prevalecer frente ao direito legislado.
A interpretação jurídica segundo Kantorowicz deve seguir as seguintes diretrizes:
a)Se o texto da lei é homogêneo e não fere os sentimentos do povo, deve aplicá-lo;
b) Se o texto legal conduz a uma decisão injusta o juiz deve ignorar e sentenciar segundo sua convicção e pensando como o legislador ditaria se tivesse pensado no caso;
d) E por último, caso não consiga encontrar este sentimento, deverá decidir de forma discricionária.
 c)Se o magistrado não conseguir formar uma convicção sobre como o legislador resolveria o caso, deve então aplicar o direito livre de acordo com o sentimento da coletividade;
Pode-se dizer que esta Escola admite o julgamento contra a lei se o magistrado entender que vislumbrando o caso concreto o legislador também agiria de outra forma. Além disso, defende que o Direito é lacunoso desde sua criação e para suprir este problema o juiz deve decidir com liberdade.
Entre os diversos seguidores, um famoso exemplo histórico deste pensamento foi o juiz Magnaud (1889-1904), de Chateau-Thierry, que ficou conhecido como o "bom juiz", pois contrariava muitas vezes os textos legais, amparava mulheres, menores e desculpava pequenos furtos, vejamos as palavras de Carlos Maximiliano sobre o referido magistrado:
"imbuído de ideias humanitárias avançadas, o magistrado francês redigiu sentenças em estilo escorreito, lapidar, porém afastadas dos moldes comuns. Mostrava-se clemente e atencioso com os fracos e humildes, enérgico e severo com opulentos e poderosos. Nas suas mãos a lei variava segundo a classe, a mentalidade religiosa ou inclinações políticas das pessoas submetidas à sua jurisdição"[22]
Outra característica marcante desta Escola é a importância do fato social, pois a verdade jurídica está na sociedade e não nos códigos. O entendimento jurisdicional não deve se vincular ao Estado, precisa ser legitimado pela comunidade numa relação associação de tempo e espaço.
Em suma, Kantorowicz cria uma forma de interpretação voluntarista onde a direito é a vontade do juiz e este deve buscar o sentido de justiça e não apenas aplicar a letra fria da lei. O magistrado deve adir não apenas através da Ciência Jurídica, mas também pela sua convicção pessoal, com liberdade.
Escola Pandectista
A escola dos pandectistas surgiu na Alemanha no século XIX, formada por juristas que se dedicavam à pesquisa dos Pandectas ou Digesto de Justiniano, visando à elaboração de normas positivas, conceitos, doutrinas que influenciaram o mundo jurídico, especialmente na área do direito civil. Para os pandectistas o Direito se oferecia como corpo de regras, cujo modelo era dado pelo sistema do Direito Romano
Chamada pandectística ou ciência dos pandectas, desenvolveu-se na Alemanha, apoiada na tradição romanística, contribuindo relevantemente para a edificação da moderna dogmática jurídica.
Os doutos apelidaram Pandectologia a esse apego demasiado aos métodos romanos, à preferência pelos comentadores das compilações justinianas, em contraste com o abandono dos excelentes repositórios de direito moderno estrangeiro
Na Alemanha os pandectistas desenvolveram o movimento chamada jurisprudência conceitual, desenvolvido por Puchta (1798-1846) e outros. Orientavam-se como os franceses e ingleses, pois pra eles o Direito também era um corpo de regras e uniformes, e a lei, a fonte verdadeira e autêntica do Direito.
Os pandectistas consideravam o direito apenas como sistematização, deixando de considerar importantes elementos que devem participar na formação do direito.
Nesse sentido e em posição fortemente polêmica perante a jurisprudência conceitual, desenvolveu-se mais tarde a jurisprudência dos interesses encabeçada por Phillip Heck (1858-1943) e outros autores. De acordo com ela, o intérprete, ao aplicar a lei, deve ponderar os interesses em jogo conforme a valorações do próprio legislador, não, porém, numa atitude de submissão conceitual-literal a lei, mas de obediência esclarecida.
Daí resultou a Teoria Geral do Direito, formulada pelos pandectistas alemães, também conhecidos sob o nome comum de Escola dos Pandectistas.
Escola Jusnaturalista
Na idade média a teoria Jusnaturalista apresentava conteúdo teológico, pois os fundamentos do direito e da sociedade eram baseados na vontade divina e no credo religioso. Para Norberto Bobbio, o Jusnaturalismo como corrente do Direito tem a convicção de que "uma lei para ser lei deve ser conforme a justiça" e ainda a teoria do direito natural é aquela que considera poder estabelecer o que é justo de modo universalmente válido.[2] 
Na obra de Paulo Nader ele aponta que jusnaturalismo é a corrente de pensamento que reúne todas as ideias que surgiram, no decorrer da história, em torno do Direito Natural e conceitua:
"O raciocínio que nos conduz à ideia do Direito Natural parte do pressuposto de que todo o ser é dotado de uma natureza e de um fim. A natureza, ou seja, as propriedades que compõem o ser define o fim a que este tende a realizar. Para que as potências ativas do homem se transformem em ato e com isto ele desenvolva. Com inteligência, o seu papel na ordem geral das coisas, é indispensável que a sociedade se organize com mecanismos de proteção à natureza.“
Esta Escola tem como ideia principal a existência de uma lei natural, eterna e imutável. E segundo a obra de Bobbio esta corrente se divide em três fases: jusnaturalismo clássico, jusnaturalismo no pensamento medieval e jusnaturalismo moderno, vejamos: O clássico é aquele desenvolvido a partir das ideias dos filósofos Gregos (Platão e Aristóteles) e que buscam uma justiça universal baseada na razão natural, eles afirmam que o direito natural está em toda a parte e trata-se de um direito justo e universal. [4] No pensamento medieval é desenvolvido um jusnaturalismo fundado nas questões religiosas e que pregava o Direitouniversal e a busca por uma justiça dentro dos ditames da Igreja. 
Já o jusnaturalismo moderno ou racional é aquele que busca através de uma razão (justa) atingir ideais de moral e justiça respeitando a natureza racional do homem. Apresentam as seguintes características: 
Racionalista no método, subjetivista no critério, anti-histórica nas exigências e humanitária no conteúdo e a grande virtude da escola foi a de considerar a natureza humana como a grande fonte do direito. Esta última fase mais racionalista, vigente entre os séculos XVI e XVIII, teve como principais pensadores Hugo Grócio, Hobbes, Spinoza, Puffendorf, Wolf, Rousseau e Kant. Ressalta-se que para esta Escola não é necessário um sistema codificado de leis para regrar as condutas da sociedade, pois a ideia central é a existência de uma lei natural baseada em uma ordem pré-existente e de origem divina.
Escola Teológica
Esta escola teve como precursor Rudolph Von Ihering, que partiu do pressuposto que o direito se forma sob a determinação de fins precisos e objetivos. Nas palavras da professora Dra. Maria Helena Diniz: 
"Em sua obra, há uma crítica à jurisprudência conceitual, rechaçando o abstracionismo dos conceitos jurídicos e o emprego do método dedutivo silogístico na aplicação do direito, salientando o caráter finalístico das normas jurídicas. A concepção do direito é prática, resulta da vida social e da luta contínua que é o meio de realização do direito; sua finalidade é a paz. Tem uma concepção essencialmente teleológica do mundo jurídico. Logo, para ele, a ciência jurídica deve interpretar normas de acordo com os fins por elas visados. A letra da lei é importante, porém não tem o condão de fundamentar interpretação contrária aos fins visados pela norma." 
Para Ihering deve-se interpretar a norma levando em conta seus fins. A lei só atinge sua destinação quando está a serviço de objetivos sociais e políticos. 
Ou seja, esta Escola possui um caráter político, e o intérprete deve ajustar suas necessidades, desejos e interesses. Ressalta-se que a norma não é um fim em si mesma, mas sim um meio a serviço de uma finalidade, que é a existência da sociedade. Sendo que as leis de determinada época ou de certo local devem ser interpretadas com o conhecimento efetivo das condições sociais de tal povo e de tal época, afinal o real sentido da norma depende destas circunstâncias sociais dentro das quais foi elaborada.
Nome dos Alunos e Matrículas:
Ana Alice da Silva :201802249818 
Ana Paula Figueiredo : 201803342544
Angela Louzada : 201803530103
Daniel Santana : 201803328703
Darlan B. dos Santos: 201801268649
Erik dos Santos Leal : 201804168084
Gabriel Delfino : 201803008661
Marina Ramalho : 201801158126
Rita S.Muniz :201803522291
Estéfanny Moura : 201804081191
Referências:
https://simoesstagliano.jusbrasil.com.br/artigos/335787147/hermeneutica-conceitos-e-caracteristicas
https://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=6388
http://www.tex.pro.br/index.php/artigos/341-artigos-set-2016/7760-principais-escolas-da-interpretacao-juridica-com-enfoque-no-sistema-moderno-de-investigacao-e-sua-utilizacao-na-justica-do-trabalho
https://www.recantodasletras.com.br/textosjuridicos/5128850

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