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Autor: MILTON CÉSAR TOLEDO DE SÁ Manual de Hidrologia Do Rio que tudo arrasta, se diz violento. Mas não se dizem violentas as margens que o oprimem. Bertold Brecht 1a edição 2005 – 11aedição 1a semestre/2018 2 Toledo, Milton César Toledo. Manual de Hidrologia: Estudo das Águas Superficiais e Subterrâneas na Terra. Milton César Toledo de Sá – Belo Horizonte: Produção Independente. 2005. 1. Engenharia – Hidrologia 2. Águas Superficiais. Autor: Milton César Toledo de Sá MANUAL DE HIDROLOGIA 11a Edição – 1a semestre/2018 Dados de Catalogação na Publicação Belo Horizonte, Minas Gerais. Brasil Site: www.aulasdeengenharia.com.br E-mail: contato@aulasdeengenharia.com.br http://www.aulasdeengenharia.com.br/ mailto:contato@aulasdeengenharia.com.br 3 OFERECIMENTO PLANETA ÁGUA (Guilherme Arantes) Água que nasce na fonte serena do mundo e que abre o profundo grotão. Água que faz inocente riacho e deságua na corrente do ribeirão. Águas escuras dos rios, que levam a fertilidade ao sertão. Águas que banham aldeias e matam a sede da população. Águas que caem das pedras, no véu das cascatas, ronco de trovão e depois dormem tranqüilas no leito dos lagos, no leito dos lagos... Água dos igarapés, onde Iara Mãe d’Água é misteriosa canção. Água que o sol evapora, pro céu vai embora, virar nuvens de algodão. Gotas de água da chuva, alegre arco-íris, sobre a plantação. Gotas de água da chuva, tão tristes, são lágrimas na inundação. Águas que movem moinhos são as mesmas águas que encharcam o chão e sempre voltam humildes, pro fundo da terra, pro fundo da terra... Terra, Planeta Água... Terra, Planeta Água... Terra, Planeta Água... 4 APRESENTAÇÃO Prezado Leitor (a) Bem-vindo ao Curso de Hidrologia. Esperamos que você tenha uma experiência construtiva durante toda a leitura deste livro. Este material tem o objetivo de facilitar o seu entendimento com o assunto. Para maiores esclarecimentos, envie-nos um E-mail. O texto é constituído por capítulos. E, no final de cada um procurou-se apresentar a interdisciplinaridade da Hidrologia com o curso. O capitulo 1 – Introdução a Hidrologia. O capitulo 2 – Bacia hidrográfica. O capitulo 3 – intensidade de chuva define os tipos de chuva, pluviometria. Equação de chuva IDF. O Capítulo 4 – Estudo Hidrológico para uso da água. Recursos Hídricos. O Capitulo 5 – Estudo Hidrológico para Drenagem. O capitulo 6 – Infiltração - trata da taxa de infiltração e do coeficiente de Run-off. Evaporação apresenta o poder evaporante da atmosfera. Apêndice – Manual da Legislação dos Recursos Hídricos. 5 BIOGRAFIA Autor: MILTON CÉSAR TOLÊDO DE SÁ. Graduado em Engenharia Civil. Pós- Graduado em Metodologia do Ensino Superior e Pós Graduado em Engenharia dos Materiais. Fundador da Empresa Bioterra - Avaliação de imóveis. Docente no ensino da Engenharia Civil desde 1981. Fundador do portal de cursos on-line: www.aulasdeengenharia.com.br Belo Horizonte, MG. E-mail: contato@aulasdeengenharia.com.br http://www.aulasdeengenharia.com.br/ mailto:contato@aulasdeengenharia.com.br 6 SUMÁRIO OFERECIMENTO APRESENTAÇÃO AUTOR ÍNDICE CAPÍTULO 1 Introdução à Hidrologia.....................................................................11 CAPITULO 02 Bacia hidrografia...............................................................................33 CAPÍTULO 03 Intensidade de chuva........................................................................51 CAPÍTULO 04 Estudo Hidrológico para uso da água..................................................71 CAPÍTULO 05 Estudo Hidrológico para Drenagem.....................................................87 CAPÍTULO 06 Infiltração e Evaporação..................................................................134 APÊNDICE Manual da Legislação dos Recursos hídricos............................160 a 179 7 CAPÍTULO I INTRODUÇÃO À HIDROLOGIA Apresentação do curso. Conceito de hidrologia. Campo de atuação da hidrologia. Principais órgãos fiscalizadores. Voltando ao passado. Onde a chuva cai? Distribuição da água no planeta. Hidrografia no mundo Hidrografia no Brasil, Hidrografia em Minas Gerais, Belo Horizonte. Imagens de topografia. 8 Apresentação do curso; Objetivos: Propiciar a apresentação de todos, e esclarecendo-os da importância e do funcionamento do curso. Abordagens: Apresentações dos participantes; Importância da assiduidade e pontualidade; Como funciona; Objetivos do curso; Educação - Avaliação; Fontes de pesquisa. Critério de avaliação; • Aulas expositivas • Aulas em campo • Resolução de exercícios • Realização de avaliações individuais. Objetivos do curso; • Identificação das principais bacias hidrográficas do Brasil/MG • Órgãos licenciadores pertinentes à hidrologia. • Equação do balanço hídrico. Divisores de água, traçado da bacia hidrográfica e seus elementos. • Equação de I.D.F., mapa para chuva, infiltração e declividade. • Estudo hidrológico para uso da água e Estudo hidrológico para Drenagem: principais formulas, mapas e softwere. • Desenvolvimento de projetos. • Estudo dos fenômenos: infiltração e evapotranspiração. 9 Fontes de pesquisa; Principal • PINTO, Nelson Souza. Hidrologia Básica. 2008. ED. Edgar Blucher Ltda. S.P., São Paulo • TUCCI, Carlos E.M. Hidrologia – Ciência e Aplicação.4o ed. Ed. ABRH – 2012. UFRGS. ISBN: 8570259247 Complementar • TOLEDO de SA, Milton César. Manual de Hidrologia, 11 ed. 1a semestre/ 2018. Belo Horizonte, MG. • Sites:www.ana.gov.br– www.igam.gov.br – www.semad.gov.br – www.ufv.br – www.siam.mg.gov.br • Blog do Tucci – www.blog.rhama.net • Revista eletrônica de recursos hídricos: www.abrh.org.br/informaçoes/rerh • Site recursos hídricos do Brasil: www.abrh.org.br Conteúdo programático; • INTRODUÇÃO À HIDROLOGIA: Generalidades. Aproveitamento e direcionamento correto da água. A Hidrologia e a Engenharia Civil. Órgãos licenciadores e regulamentadores no Brasil no estado de MG. Principais Bacias, Reservatórios e Rios no Brasil e no Mundo. • BACIA HIDROGRÁFICA: Ciclo Hidrológico. Roteiro para um Estudo Hidrológico. Balanço hídrico. Principais elementos da bacia: Área, Classificação, Divisores, Rios, Surgências, Coeficientes da bacia, Declividade. • INTENSIDADE DE CHUVA: Generalidades. Métodos para determinação de chuva: Medidores, Fórmulas empíricas, Softwere, Mapas, Série históricas. Tempo de retorno. Tempo de concentração. • VAZÃO HÍDRICA Generalidades. Métodos para determinar a hídrica: Fórmulas empíricas, medidores. Legislações pertinentes. Estudo de Caso: Captação de água superficial e outorga. • VAZÃO HIDROLÓGICA: Métodos para determinar vazão hidrológica. Softwere, mapas, série históricas, publicações-deflúvios superficiais no Estado de MG. Drenagem. • MEDIDORES DE VAZÃO-Revisão: Orifícios, vertedouros e canais. http://www.ana.gov.br/ http://www.igam.gov.br/ http://www.semad.gov.br/ http://www.ufv.br/ http://www.siam.mg.gov.br/ http://www.blog.rhama.net/ http://www.abrh.org.br/informaçoes/rerh http://www.abrh.org.br/informaçoes/rerh http://www.abrh.org.br/informaçoes/rerh http://www.abrh.org.br/informaçoes/rerh http://www.abrh.org.br/ 10 • INFILTRAÇÃO - Generalidades. Fatores que influenciam na Infiltração. Variáveis importantes na infiltração. Métodos para determinar e taxa de Infiltração. Coeficiente de Run-off. • EVAPOTRANSPIRAÇÃO: Generalidades. Fotossíntese. Credito de Carbono. MDL. Métodos para determinar o poder evaporante da atmosfera: Fórmulas empíricas e Medidores.11 CAPITULO 01 INTRODUÇÃO A HIDROLOGIA Conceito de hidrologia É a ciência que estuda as águas superficiais e subterrâneas e o seu aproveitamento (recursos hídricos) e destinação correta (drenagem). Trata das águas da terra, sua ocorrência, circulação, distribuição, suas propriedades físico-químicas e suas relações com os seres vivos. Por este motivo a hidrologia é uma geociência e se relaciona com as outras áreas de conhecimento, tais como climatologia, meteorologia, geologia, geomorfologia, sedimentologia, geografia e oceanografia, entre outras. Campos de atuação da hidrologia A hidrologia, além de propiciar a manutenção da vida na terra, a água se presta a inúmeras atividades humanas, entre as quais destacam-se: Agricultura, Geração de energia elétrica, Transporte e abastecimento industrial, entre outras. Isto faz com que a abundância ou escassez deste recurso seja um indicador do progresso econômico e da qualidade de vida. Tipos de intervenções Recursos hídricos Captação de água Irrigação Produção de energia Abastecimento de água Reuso da água, etc. Saneamento Drenagem urbana, rural e de estradas Métodos preventivos e controle de enchentes, etc. 12 Perguntas freqüente na prática da hidrologia Qual deve ser a vazão de enchente para o projeto de um vertedor de uma barragem? Para um Bueiro de uma estrada? Para a Drenagem Pluvial de uma cidade? Qual é o volume necessário para assegurar água para um projeto de irrigação? Ou para o abastecimento de uma cidade durante as estiagens? Que efeito terá os reservatórios, diques, e outras obras no controle das cheias de um rio? Estão dimensionados de forma a minimizar os riscos de catástrofes associadas a enchentes? Procurar responder a estas perguntas, é o objetivo principal do curso de hidrologia. 13 Imagens ilustrativas da prática da hidrologia. Intervenção: Drenagem de estradas Intervenção: Travessia em bueiro Intervenção: Usina hidrelétrica Fonte: UH Sto Antonio - Rio Madeira 14 Intervenção: Vertedouro triangular medidor de vazão Intervenção: Bueiro circular 15 Intervenção: Canal Intervenção: Ponte 16 Intervenção: Proteção de taludes. Intervenção: Irrigação Canaleta de crista de talude 17 Intervenção: desertificação com o rebaixo do lençol freático 18 Intervenção: rebaixamento de lençol freático Calha de telhado 19 Roteiro típico para um estudo hidrológico: • O início de qualquer projeto requer a anotação do local do empreendimento em uma carta topográfica planialtimétrica em escala conveniente. Fonte:www.ibge.gov.br • Estudo da área de drenagem: traçado da bacia, área, comprimento do talvegue principal, cotas do talvegue, declividade equivalente, tempo de concentração, etc. • Em função da área da bacia, escolha do método adequado, na determinação da vazão hidrológica. http://www.ibge.gov.br/ 20 Profissionais executores; Por técnicos devidamente habilitados. Engenheiros Civis e outros. A Hidrologia na expansão urbana e legislações pertinentes; - Constituição Brasileira de 1.988 . Agenda 21 - Plano Diretor - Lei de Uso e Ocupação do solo - Código de posturas. Principais órgãos fiscalizadores Profissional: CONFEA/CREAs ANA/IBAMA – Recursos hídricos e licenciamento ambientalNível Federal. SEMAD = Secretária de Estado de Meio Ambiente e desenvolvimento Sustentável. IEF – Inst. Estadual de Florestas – Atividades agrícolas, agropecuárias e florestais. FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente – Ambiental, atividades industriais, minerais e infra-estrutura (extração de areia) IGAM – Instituto de Gestão das Águas – relativo ao uso das águas – Outorgas para captação. mineradora, travessias, etc.) Para aprovação de Estudo, Projeto, Licenciamento e Outorgas no Estado de M.G, até a presente data, o processo deverá passar pelo: SEMAD: IEF – POLICIA MILITAR – FEAM – IGAM Site do governo do estado de M.G.: 21 SIAM: Sistema integrado do Meio Ambiente- www.siam.mg.gov.br SEMAD Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável CERH Conselho Estadual de Recursos Hídricos COPAM Conselho Estadual de Política Ambiental IGAMFEAMIEF SISTEMA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE 22 •Outorgas superficiais - 8607 •Outorgas subterrâneas - 6748 •Certidões de usos insignifcante - 2782 DEMANDA HÍDRICA POR FINALIDADE Outros 5% Irrigação 60% Abastecimento 25% Industrial 7%Aquicultura 3% Irrigação Abastecimento Industrial Aquicultura Outros PANORAMA DAS OUTORGAS NO ESTADO Uma volta ao passado da ciência 23 a) Até 1400 DC período da especulação: canal romano de 50 km, 20 aC. b) 1400 – 1600 período de observação: Leonardo da Vinci foi o primeiro a propor uma concepção pluvial do CICLO HIDROLÓGICO. c) 1600 – 1700 período de medição: o francês Pierre Perrault usou instrumentos rudimentares para obter uma série de 3 anos de observações de chuva e vazão no rio Sena. d) 1700 – 1800 período de experimentação: desenvolvimento da hidráulica dos escoamentos permanentes; Teorema de Bernoulli; Tubo Pitot, Vazão. e) 1800 – 1900 período da modernização: desenvolvimento da mecânica dos fluidos, Equação de Darcy – Percolação. f) 1900 – 1930 período do empirismo . fórmulas empíricas para explicar a variabilidade das precipitações. g) 1930 – 1950 período da racionalização: impulso a partir da construção de grandes barragens. h) Após 1950, período da teorização: desenvolvimentos de modelos matemáticos para transformar chuva em vazão. Uso de computadores. Onde a chuva cai? O local de entrada da chuva na superfície da Terra, no solo ou em espelho d!água, é de fundamental importância para sua utilização e determinam a variabilidade espacial, temporal e geográfica do aproveitamento e esgotamento da água no planeta. Convencionou chamar o local ONDE A CHUVA CAI de BACIA HIDROGRÁFICA. Portanto, a Bacia hidrográfica ou Bacia de drenagem é uma área definida topograficamente drenada por um curso de água ou sistema de rios descarregando através de uma simples saída ou output. Os limites de uma bacia contribuinte são definidos pelos divisores de água ou espigões que separam uma das outras bacias adjacentes. Distribuição da água no planeta água. 24 A água apresenta um importante ciclo na natureza, estando presente na atmosfera na forma de vapor, na superfície ou interior do subsolo na forma líquida, sendo que neste último promove a formação de lençóis freáticos. Volume de água doce por continente: Quase toda a água do planeta está concentrada nos oceanos. Apenas uma pequena fração (menos de 3%) está em terra e a maior parte desta está sob a forma de gelo e neve ou abaixo da superfície (água subterrânea). Só uma fração muito pequena (cerca de 1%) de toda a água terrestre está diretamente disponível ao homem e aos outros organismos, sob a forma de lagos e rios, ou como umidade presente no solo, na atmosfera e como componente dos mais diversos organismos. 25 Distribuição da água no planeta - 97,2% águas dos oceanos e mares - 2,15% águas de geleiras e icebergs polares - 0,63% águas disponíveis para consumo (8,5 milhões km³) Da distribuição; - 0,63% águas para consumo - 1,5% rios, lagos e cursos d'água - 48% água subterrânea até 800m de profundidade - 49% água subterrânea abaixo de 800m de profundidade - 0,8% água contida no solo (umidade) - 0,7% vapor d'água na atmosfera E NO BRASIL? E A ÁGUA - 14% das águas doces do mundo - 40% da água consumida é desperdiçada - 10% do esgoto gerado é tratado - 23,8% não têm água encanada(36 milhões de brasileiros) - 51,8% de domicílios urbanos não têm esgoto (16,3 milhões) É o componente principal da matéria viva. Constitui de 50 a 90% da massa dos organismos vivos. Estamos todos num mesmo barco 26 O nosso planeta Terra é uma pequena e frágil bacia hidrográfica na visão macro do nosso sistema solar da via-láctea deste grande Universo. A água permanece praticamente a mesma no Planeta devido a gravidade da Terra, evapora e volta. Com o crescimento populacional e sua organização social, o ser humano foi criando domínio de regiões em que pudesse sentir-se seguro e ao mesmo tempo pudesse ser o dono delas. A superfície do planeta foi "dividida" em espaços para a sobrevivência da sua espécie- os paises e água pelo sua grande utilidade foi o marco para fixação do homem nas suas proximidades. O progresso de um povo depende diretamente da disponibilidade e fartura de água "pura" para o seu uso, vemos no Brasil um exemplo claro quando comparamos o Sul com o Nordeste. Cada pais, em termos de hidrológicos, foi dividido em grandes bacias e cada bacia em sub-bacias e assim por diante. No caso do Brasil - grandes nove bacias, como podemos ver adiante. Hidrografia no mundo Maiores bacias: Amazônica (7 milhões de km2), do Congo-Zaire(3,5 milhões de km2), Mississipi-EUA (3,3 milhões de km2). Maiores rios: Amazonas-Brasil (Extensão = 6800 km, foz = atlântico), Nilo-Egito (6600 km, foz = Mar mediterrâneo), Xi-Jiang/China (Extensão = 5800 km, foz = Mar da China) Maiores lagos de barragens: Itaipu/Brasil, Três gargantas/China, Guri/Venezuela Principais rios do mundo 27 • Londres-Tâmisa, • Paris-Sena, • Roma-Pó, • Lisboa-Tejo, • Nova Iorque-Hudson, • Buenos Aires-Prata, • São Paulo-Tietê, • Recife-Capibaribe/Beberibe, • Manaus-Negro, • Belém-Amazonas, • Teresina-Parnaíba, • Natal-Potengi, • Belo Horizonte-Rio das Velhas, etc. Hidrografia no Brasil 28 Bacias no Brasil Áreas das principais bacias hidrográficas do Brasil Bacias Hidrográficas Área de drenagem (Km2) Amazonas Total Em território brasileiro 6.112.000 3.900.000 Tocantins 757.000 Atlântico Norte/Nordeste 1.013.000 São Francisco 634.000 Atlântico Leste 545.000 Paraná (território brasileiro) 877.000 Paraguai (território brasileiro) 368.000 Uruguai (território brasileiro) 178.000 Atlântico sudeste 224.000 29 Hidrografia em Minas Gerais 30 Hidrografia do município de Belo Horizonte. 31 IMAGENS DE TOPOGRAFIA; Figura: aerofotogrametria Figura: medidas verticais 32 Figura: curvas de nível Figura: desenho de perfil vertical a partir das curvas de nível. 33 CAPITULO 02 Bacia hidrográfica O ciclo hidrológico Balanço hídrico Divisores de água Área da bacia Classificação quanto ao tamanho da bacia Principais elementos da bacia Classificação dos rios Coeficientes da bacia Declividades Figura: bacia hidrográfica típica - Fonte: www.ana.gov.br http://www.ana.gov.br/ 34 Figura: bacia hidrográfica típica 1. Ciclo Hidrológico; É o nome dado ao fenômeno global de circulação contínua e distribuição da água sobre a superfície terrestre, subsolo, atmosfera e oceanos. Existem cinco processos básicos no ciclo hidrológico: condensação, precipitação, infiltração, escoamento superficial e evapotranspiração. Estes processos são governados basicamente pela radiação solar e pela gravidade No ciclo hidrológico a água sempre é a mesma. A Terra possui aproximadamente 70% de sua superfície coberta pelos oceanos. 35 - O ciclo hidrológico - 2. Equação do Balanço hídrico; Es = P – I – Evt (+–) Vs Onde, Es = Escoamento superficial ou deflúvio P = Precipitação I = Infiltração Evt = Evaporação e transpiração Vs= Volume superficial utilizado ou desviado da bacia Ou Q = (A.H)/T Equação da vazão, em m3/s Onde, A = área da bacia, H = precipitação, em altura, T = tempo 36 3. DIVISORES DA BACIA – Individualização das bacias A Bacia hidrográfica é necessariamente contornada por um divisor de águas ou espigão, assim designado por ser linha de separação que divide as precipitações que caem em bacias vizinhas e que encaminham o escoamento superficial para um outro sistema pluvial. O divisor une os pontos de máxima cota entre as bacias. 37 Divisores de água de sub bacias 4. ÁREA DA BACIA A bacia hidrográfica é caracterizada tipograficamente através do relevo e das depressões existentes. O reconhecimento deste relevo é feito utilizando as cartas topográficas ou fotografias aéreas (aerofotogramétricas) em escalas apropriadas para o projeto em elaboração. Para a cidade de Belo Horizonte, além de outros órgãos, esta vista aérea pode ser capturada através do site: www.belohorizonte.com.br. http://www.belohorizote.com.br/ 38 Hidrografia típica Mapa hidrográfico típico 39 A área da bacia pode ser determinada através da planta aerofotogramétrica utilizando o método das quadrículas, que subdividindo a superfície total em N quadrículas menores e procede ao cálculo destas áreas de depois somados ou pelo método de eliminação de áreas de figuras geométricas conhecidas, para assim achar a área que sobra. Planilha para determinação da área da bacia No de Ordem (N) Quadrículas 1 2 3 5 6 7 das áreas: Determinar a área da sub-bacia hidrográfica experimental do córrego do Visconde do rio branco. Utilizar a planta aerofotogramétrica do local. 40 Parque das Mangabeiras – Poligonal da bacia. Imagem meramente ilustrativa Parque das Mangabeiras – traçado das quadriculas para o cálculo da área da mesma – imagem meramente ilustrativa. 41 5. CLASSIFICAÇÃO DAS BACIAS As bacias pequenas, o efeito das precipitações intensas e de pequena duração será muito mais representativo do que nas bacias grandes. Por outro lado às bacias grandes só terão efeito das precipitações de grande duração. Assim se torna necessário fazer uma classificação em função de sua área. Bacias pequenas: área ate 4 Km2 Bacias médias: áreas de 4 Km2 a 10 Km2 Bacias grandes: áreas maiores que 10 Km2 Sabe-se que numa bacia grande uma chuva intensa não abrange toda área, pois normalmente as chuvas intensas são de pequena duração e nas bacias pequenas uma chuva intensa pode cobrir toda a área podendo provocar enchentes. Por esta razão o critério de calculo das vazões máximas é por faixa de áreas. 42 6. PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA BACIA E = espigão ou divisor de águas A = área da bacia (há ou Km2) L = comprimento do talvegue principal (Km) H = diferença de nível do talvegue principal (m) d = dec. = Declividade do talvegue principal (m/m). tc = tempo de concentração (h) C = coeficiente de RUN OFF ou coeficiente de escoamento superficial, depende do tipo de vegetação, tipo de solo, topografia (plana ou montanhosa). Figura: Talvegue 7. CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS Cursos de água da bacia hidrográfica. a. Perenes: Contém água durante todo o tempo. b. Intermitentes: Escoam durante o período da chuva. c. Efêmeros: Existem durante ou imediatamente após a chuva. 43 44 8. COEFICIENTES DA BACIA São coeficientes utilizados para comparação entre uma bacia e outra. Coeficiente de compacidade (kc) É uma medida do grau de irregularidade da bacia, quando comparado com o círculo. Kc = 0,28 x (P / A) Onde: P = perímetro em Km A = área em Km2 Obs: Bacia circular terá o coeficiente, Kc = 1 Coeficiente de forma (Kf) É a relação entre a largura média e o comprimento axial da Bacia (ou do rio). É dado pela seguinte fórmula:Kf = A / L 2 Onde: A = área da bacia, em Km2 L = comprimento do rio, em km Quando Kf for baixo, menos sujeito a enchentes, isto é, deve ao fator de que quanto mais longa (L) e estreita, menor a possibilidade de ocorrência de chuvas intensas. Densidade de drenagem (Dd) É a maior ou menor densidade de cursos de água existentes na bacia. Dd = Lt / A Onde: Lt = comprimento total dos cursos de água (Km) A = área (Km2) Valores próximos de 1,0 = densidade pobre. 45 Sinuosidade do rio S = L / Ltalv. Onde: L = comprimento do rio principal, em Km Ltalv. = comprimento do talvegue (Km). Obs: Próxima de 1,0 = pouca sinuosidade do rio. 46 9. DECLIVIDADE DA BACIA: ESTIMADA, MÉDIA E EQUIVALENTE Controla a velocidade do escoamento superficial que irá influenciar em: - Menor Declividade, menor picos de enchentes. - Maior ou menor oportunidade de infiltração. - Erosão dos solos. Método estatístico para obtenção da declividade estimada (Ie) é o método das quadrículas associadas a vetores normais as curvas de nível, num maior número possível de quadrículas (amostragem). Ie. = ΔH/L Ie= Declividade estimada. Planilha para planta aerofotogrametrica da sub-bacia experimental. N.º ordem Cotas desnível L (m) Dec.(m/m) Exemplo 830 – 815 15 180 0,083 1 2 3 4 5 6 7 8 Dec. = De = (Dec./ N) x 100% 47 Perfil longitudinal do talvegue principal do parque das Mangabeiras. Imagem meramente ilustrativa. ESTUDO DA DECLIVIDADE DO TALVEGUE DO RIBEIRÃO DA SERRA - PARQUE DAS MANGABEIRAS PLANILHA DE DADOS DO TALVEGUE Ponto do talvegue Altitude(m) Distância do divisor "M" L(km)Desnível do trecho, (m)Extensão do trecho,Ln(km)Declividade do trecho,jn (m/km) Divisor "M" 1300 0 0 0 Curva 1 Nascente 1205 0,4 95 0,4 237,5 Curva 2 1200 0,5 5 0,1 50 Curva 3 1180 0,61 20 0,11 181,8181818 Curva 4 1160 0,81 20 0,2 100 Curva 5 1140 1,19 20 0,38 52,63157895 Curva 6 1120 1,39 20 0,2 100 Curva 7 1100 1,67 20 0,28 71,42857143 Curva 8 1080 1,95 20 0,28 71,42857143 Curva 9 1060 2,25 20 0,3 66,66666667 Curva 10 1040 2,55 20 0,3 66,66666667 Curva 11 1020 2,83 20 0,28 71,42857143 Curva 12 - Intervençao 980 3,08 40 0,25 160 Difereça de nível 320 Soma 1229,568808 Declividade estimada 103,8961039 Média 102,4640674 max 237,5 min 50 declividade média = 102,46 m/km ou 10,24% declividade estimada = 103,89 m/km ou 10,39 % declividade equivalente = fórmula apropriada 48 Exercícios propostos; Ex. 1) Converter as seguintes unidades. a. 1 ano em segundos b. 1 Km2 em m2 c. 1 Litro em m3 Ex. 2) Considere a bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Dados da bacia; A = 600.000 km2 Pa = 1000 mm/ano EVTa= 800 mm/ano Pede-se: Qano = ? ( em mm e m 3/s) Resp.: 200 mm e 3.805,2 m3/s. Ex. 3) Você foi chamado para fazer um anteprojeto de uma barragem que irá abastecer uma cidade de 100.000 hab. E, uma área a ser irrigada de 5000 hectares. Verifique através do balanço hídrico se a barragem terá condições para atender a demanda total com base nos seguintes dados: Abacia = 300 km 2 Aespelho = 18 km 2 Pa = 1300 mm Evt = 1000 mm Ev = 1500 mm Demanda do abastecimento = 150 L/hab/dia Demanda anual da irrigação = 9.000 m3/hectare Ex. 4 – Num determinado ano, os seguintes dados foram observados em uma bacia de drenagem: P = 850 mm (Precipitação) Evt = 420 mm (Evapotranspiração) D = 225 mm (Deflúvio ou escoamento superficial) Pede-se: a altura correspondente em mm da infiltração (I) 49 Ex. 5– Se o deflúvio médio anual de uma bacia de drenagem de 100 km2, medida através da saída, é de 1,52 m3\s. Determine o valor correspondente em mm. (R= 478 mm) (Q = volume\tempo; Q = A.h\T) Ex. 6 – Qual o volume de água precipitada (em km3) sobre uma bacia de 435 km2 com uma chuva de 18 mm. Ex. 7 – Se ocorrer uma chuva de 30 mm durante 90 min sobre uma superfície impermeável de 3 km2 , qual será o respectivo deflúvio médio no período em m3/s. Resp.: 16,67 m3/s Ex. 8 – A evaporação anual de um lago de 15 km2 é de 1500 mm. Determine a variação do nível do lago durante um ano, se a precipitação foi 950 mm e a contribuição dos tributários foi de 10 m3\s. Sabe-se que também naquele ano foi retirada do lago uma vazão media de 5 m3\s para irrigação, alem de uma captação de 165 106 m3 para a industria. ( R = o nível baixou de - 1,05 m) Ex. 9 - Neste exercício, serão medidos e calculados os dados referentes à Bacia do Rio Salitre (bacia fantasia). Na Planta Topográfica (Planialtimétrica) fornecida, localize o ponto que define a saída da bacia hidrográfica. Destaque os rios (utilize uma coloração) e identifique o rio principal. Siga o esquema abaixo: a - Delimitação topográfica da Bacia do Rio Salitre: com base nas curvas de nível, traçar uma linha que englobe os pontos mais altos, separando a bacia estudada. b - Área de drenagem (A): medir a superfície da bacia, usando papel milimetrado ou método das quadrículas. c - Perímetro (P): medir o comprimento da linha de contorno da bacia com auxílio de fios ou escalímetro. d - Comprimento do curso principal (L). e – Comprimento total dos cursos d’água da bacia (Lt): também recorrendo aos recursos listados no item anterior - medir o curso 50 principal. O comprimento total inclui o comprimento do rio principal. f - Cotas do curso principal: nascente (h1) e foz(h2) da saída do rio na bacia. g – Calcular as declividades.
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