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10
32
FACULDADE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
BACHAREL EM DIREITO
Turma do 5º e 6º Semestre matutino
A ASSISTÊNCIA, A PREVIDÊNCIA E A DIGNIDADE HUMANA
São Paulo - SP
2017
FACULDADE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
BACHAREL EM DIREITO
A ASSISTÊNCIA, A PREVIDÊNCIA E A DIGNIDADE HUMANA
Trabalho desenvolvido pelas turmas do 5º e 6º semestre do curso de Bacharel em Direito, período matutino, campus Tatuapé, como parte integrante da grade curricular na disciplina de Trabalho Orientado Interdisciplinar (TIO).
Orientadora: Prof.ª M.ª Tais Cecília dos Santos Lima de Clares 
São Paulo - SP
2017
Alunos 5º e 6º Semestre
Alessandra Alves Campos Ra 44334 
 Rodrigo Micheletti - Ra 560028
Alex D. M. dos Santos Ra 54933 Romulo Dos Santos - Ra 555463 
Alex Ferreira Macedo Ra 45960
 Rui A. De Oliveira Junior - Ra 559594 
Alex Romão Soler - Ra 561709 Shirley Pedro Ferreira - Ra 561053
André Militão de Lima Ra 560530 Suzan Benoki Sakata Ra 560684 
Antônio C. M. de Oliveira - Ra 558292
 Urias X. das Chagas Ra 561431 
Antonio I. dos S. Junior Ra 31152
 Wesley Q.de Oliveira Ra 559598
Camila Gonsalez - Ra 561814 West A. De Oliveira Ra 559643 
Claudinei Brito Amaral - Ra 559857 
David B.F.dos S. da Silva - Ra 559625 
Edivandir E. dos Santos - Ra 557506 
Erika Archangelo Collis   Ra 560603 
 
Ester Lopes Da Silva - Ra 560091
Evila Regina Melo Silveira Ra 172001627
Fernando A. B. de Carvalho - Ra 548312
Fernando Paula Lopes Jr - Ra 561576
Fernando Henrique Pascui - Ra 561481
Francisco A. Juvino Da Silva - Ra 558487
Gilvan Paiva Bastos - Ra 558597
Grazziela Tappi Giannoccaro - Ra 561329
Kelly Rosane Gonçalves - Ra 561343
Kelvin Richard Froes - Ra 560242
Letícia Mitter Correia Da Silva - Ra 560192
Luiz Rodrigues Terra - Ra 558598
Maria Samara Campos Pinto - Ra 560206
Marlene Ramagnolli Mansi - Ra 558202
Monique C. de Oliveira dos Santos Ra 560331
Roberto da Silva Rosário Ra 561956
Rodolfo Paes Vasconcelos - Ra 561319
“Os que se encantam com a prática sem a ciência
 são como os timoneiros que entram no navio sem timão nem bússola,
nunca tendo certeza do seu destino”. (Leonardo da Vinci)
Trabalho Orientado Interdisciplinar apresentado pelos Alunos do Curso de Bacharel em Direito perante a banca examinadora composta por: 
Data de aprovação: São Paulo – SP, ____ de______ de _____
____________________________________________ 
Prof.ª M.ª Tais Cecília dos Santos Lima de Clares 
____________________________________________ 
Prof.ª M.ª Ana Maria Malaco
____________________________________________ 
Prof.ª M.ª 
RESUMO
Este trabalho interdisciplinar orientado tem como tema principal “a assistência, a previdência social e a dignidade da pessoa humana”. Questões como trabalho e a empresa, sua função social em face da sociedade e seu impacto nas famílias e até mesmo no meio ambiente. A presente pesquisa tem como objetivo abordar estas questões dentro das disciplinas de Direito de Família, Direito Empresarial, Direito do Trabalho e Direito Civil – execuções. 
Palavras-chave: Dignidade da pessoa humana, família, empresa, seguridade social, idoso.
ABSTRACT
This oriented interdisciplinary work has as main theme "the assistance, the social security and the dignity of the human person". Questions such as work and the company, its social function in the face of society and its impact on families and even on the environment. The present research aims to address these issues within the disciplines of Family Law, Business Law, Labor Law and Civil Law - executions.
Keywords: Dignity of the human person, family, company, social security, elderly.
SUMÁRIO
10INTRODUÇÃO
121 DIREITO DE FAMILIA
121.1 CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA
141.2 PRINCÍPIOS
141.2.1 Princípio do respeito à dignidade da pessoa humana (Art. 1º, III CF/88, Art. 226, §§§ 1,2,3,4,5,6,7,8 CF/88)
151.2.2 Princípio da igualdade jurídica dos cônjuges e dos companheiros (Art. 226, § 5º CF/88 e Art. 1567, § único Código Civil)
161.2.3 Princípio da igualdade jurídica de todos os filhos (Art. 227, § 6º CF/88 e Art. 1596 do Código Civil)
161.2.4 Princípio da paternidade responsável e planejamento familiar (Art. 226, § 7º da CF/88 e Art. 1565 do Código Civil – Lei nº 9.253/96)
171.2.5 Princípio da comunhão plena de vida baseada na afeição entre os cônjuges ou conviventes (Art. 1511 do Código Civil)
171.2.6 Princípio da liberdade de constituir uma comunhão a vida familiar (Casamento ou união estável, Art. 1513, 1565, 1642, 1643, 1634 e 1639 do Código Civil – União estável, Art. 226, § 3º CF/88)
181.2.7 Princípio da afetividade (CF/88 Art. s 226 §4º, 227, caput, § 5º e § 6º)
191.3 DIREITO DE FAMÍLIA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
201.4 CONCEITO HISTÓRICO DA FAMÍLIA – RELATIVA Á PROTEÇÃO DOS FILHOS..
211.4.1 Alienação Parental
231.4.2 Guarda
281.6 IDOSO
291.6.1 O idoso e o Direito civil
301.6.1.1 O idoso, do Direto à alimentos
311.6.3 O idoso e o Direito Previdenciário
322 DIREITO EMPRESARIAL
322.1 Aspectos jurídicos da empresa
332.2 Responsabilidade das empresas
332.2.1 Organização empresarial
342.2.2 Estabelecimento Empresarial
352.3 A função social da empresa
372.4 Fundamento sob a ótica constitucional
372.4.1 Evolução histórica constitucional relacionada ao Direito empresarial
392.4.2 Aspectos modernos da Constituição Federal na seara empresarial
392.5 O Direito Comercial e o advento do capitalismo
392.5.1 Concepções gerais entre Direito Comercial e o Capitalismo moderno
412.5.2 Ausência de transformação e conformidade em combate à corrupção
422.6 Ética empresarial: os fundamentos para a atuação das empresas
422.6.1 Conceito de ética empresarial
422.6.2 O impacto da ética em uma empresa
432.7 Dignidade humana e competividade empresarial
432.7.1 Aplicabilidade do princípio da dignidade humana na seara empresarial
442.7.1.1 Os Reflexos da globalização e o Poder Judiciário confrontando com os aspectos empresariais
463 DIREITO DO TRABALHO
463.1 A Distinção entre trabalho, assistência e previdência
463.1.1 Trabalho
463.1.2 Assistência
473.1.3 Previdência
473.2 A empresa e sua responsabilidade social em face da sociedade
483.3 Proteção Jurídica da Dignidade Humana ao Direito de Trabalho
503.3.1 A valorização do Trabalho Humano
513.4 Aspectos históricos
533.6 A responsabilidade do empregador
553.7 o poder empregatício e Direito da personalidade do trabalhador
564 DIREITO CIVIL – EXECUÇÃO
564.1 DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LIDE
564.1.1 Da relação angular, do exercício arbitrário das próprias razões
574.1.2 Do nascimento
584.1.3 Da delegação ao Estado
594.2 DA FUNÇÃO SOCIAL DA EXECUÇÃO
594.2.1 Das proteções
594.2.2 Dos limites, da impenhorabilidade
614.3 DOS PRESSUPOSTOS LEGAIS
614.3.1 Da certeza, da liquidez, da exigibilidade, do título executivo extrajudicial
644.3.2 Do inadimplemento
664.4 TIPOS DE EXECUÇÃO
684.5 PECULIARIDADES DA EXECUÇÃO
694.5.1 Inadimplemento Absoluto e Relativo
73CONCLUSÃO
75REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
Este trabalho interdisciplinar orientado tem como temática principal a dignidade da pessoa humana como princípio basilar da república federativa do Brasil (Art. 1, III da CF/88) e tem relação direta e deve ser aplicado aos diversos ramos do direito, sendo destacados entre eles aspectos do direito constitucional, direito empresarial, direito de família e processo civil - execução. 
Então, começaremos com a fundamentação constitucional e normas do código civil que qualificam características do conceito de família, evidenciando sua evolução histórica. 
Diversos princípios serão apresentados, tais como: de respeito à dignidade da pessoa humana (Art. 1, III da CF/88, c/c Art.226,§§§ 1 ao 8 da CF/88), da igualdade jurídica entre os cônjuges e dos companheiros (Art. 226, §5 da CF/88 e Art. 1567, § único do CC), da igualdade jurídica entre todos os filhos (Art. 227, §6 da CF/88 e Art. 1596 do CC), da paternidade responsável e planejamento familiar (Art. 226, §7 da CF/88 e Art. 1565 do CC – Lei 9.253/96), da comunhão plena de vida baseada na afeição entre os cônjuges ou conviventes (Art. 1511 do CC), da liberdade de constituir uma comunhão a vida familiar (casamento e união estável – CC e CF/88) e da afetividade ( Art. 226, §4 e Art. 227, caput, §§ 5 e 6 da CF/88). 
O conceito de família possui proteção na constituição federal e traz relativa proteção aos filhos, definindo questões como a alienação parental, a guarda unilateral e a guarda compartilhada (Art. 1583, §1 do CC), a execução de alimentos, a origem da obrigação de alimentos, características da obrigação alimentar, requisitos da obrigação alimentar e seu valor. Finalizando será apresentado o estatuto do idoso, seus direitos e a obrigação da família quanto à assistência deste, questões previdenciárias como forma de garantir um mínimo de existência digna.
No segundo capítulo iniciaremos com a apresentação do direito empresarial e sua relação com a assistência e previdência social como forma de garantir a dignidade da pessoa humana. Serão apresentados os aspectos jurídicos da empresa, sua responsabilidade e função social. Quais as formas de organização e estabelecimento empresarial e seu ramo de atuação sempre com um fim social. 
Para apresentar os aspectos acima é importante apresentar os fundamentos constitucionais e a construção histórica do direito de empresa, a relação entre o direito comercial e o advento do capitalismo, concepções gerais entre ambos, as transformações e a conformidade no combate à corrupção como forma de garantir um fim social que não coloque em risco a dignidade da pessoa humana. Uma das maneiras de garantir essa finalidade se deve a forma de funcionamento do departamento jurídico dentro das empresas que devem observar questões de ética empresarial, o que acarreta um impacto na sua própria imagem.
A dignidade da pessoa humana deve ser observada diante da competitividade empresarial, deve ser aplicada no mundo empresarial e para tanto os reflexos da globalização devem ser observados atentamente, pois até mesmo o poder judiciário deve aplicar a lei no contexto empresarial.
No terceiro capítulo será abordado o Direito do trabalho e os principais pontos a serem expostos diante deste tema serão a diferenciação entre trabalho, assistência e previdência, valorização do trabalho humano e relação do empregador com o empregado para assim entender qual o conceito de dignidade humana dentro dessas relações de trabalho. 
Será apresentado no quarto capítulo o processo civil – execução, ligados a relação existente entre o Estado e a família, pois para garantir existência dentro de parâmetros mínimos para uma vida boa, deve o soberano propiciar a execução de direitos. 
Logo, será apresentada a evolução histórica da lide, sua relação angular e o exercício arbitrário das próprias razões, aspectos da delegação ao Estado e todo o funcionamento da máquina estatal através de seus agentes (oficiais, escreventes, magistrados, peritos, polícia judiciária, etc.). Também será destacada a função social da execução, as proteções e os limites da impenhorabilidade, desde os pressupostos legais, os tipos de execução e as peculiaridades da execução.
Enfim, este trabalho pretende apresentar uma multiplicidade de conceitos que passam pelo direito constitucional, de empresa, de família, previdenciário e civil, pois regulam a família e as pessoas nas suas mais diversas formas de efetivarem dignamente no mundo contemporâneo. 
1 DIREITO DE FAMILIA
1.1 CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Conceituar “família” não é uma tarefa fácil, principalmente tendo em conta a estreita relação que possui com a sociedade, está por sua vez, está em constante transformação, influenciando diretamente nas famílias e por vezes, alterando-a tanto em forma quanto em conceito.
Um dos conceitos de família que consegue ser atemporal e se enquadrar com maestria à todas as formas, lugares e espaço-temporal é o da Maria Berenice Dias:
[...] A família é uma construção cultural. Dispõe de uma estruturação psíquica, na qual todos ocupam um lugar, possuem uma função – lugar do pai, lugar da mãe, lugar dos filhos - sem, entretanto, estarem necessariamente ligados biologicamente. É essa estrutura familiar que interessa investigar e preservar como um LAR no seu aspecto mais significativo: Lugar de Afeto e Respeito. (DIAS, 2015, p. 29).
Nessa mesma linha, a CF/88, no seu Art. 226 estabelece que a família é “a base da sociedade” e por isso, para compreender o Direito de Família é fundamental entender o que é e como surgiu a família na forma como a vemos hoje. Muito embora seu começo ainda seja um ponto bastante controvertido, é unânime entre os doutrinadores a ideia de que não se pode dizer que existia apenas uma forma ou modelo de família e que se pode analisa-la baseando-se apenas em um lugar ou grupo.
Oportuno reproduzir: Das origens nebulosas faça-se, então, enorme salto para a Antiguidade, em que as incertezas no trato do assunto podem ser menores. Em Roma, é possível conhecer, pelos registros, o essencial - senão tudo - da família chefiada pelo cidadão romano. Note que a sociedade romana já era muito complexa naquele tempo para abrigar uma única forma de família. (COELHO, 2012, p. 25).
Tendo em conta esse rompimento temporal na história da família, faz-se necessário considerarmos os modelos de que mais se tem registro como por exemplo a família romana e analisar as mudanças sociais refletidas nela.
Sobre a Família Romana, tem-se registros que destacam a família como sendo uma autoridade em questões econômicas, religiosas e políticas e educacionais, onde em geral o ascendente em comum mais velho, acumulava funções de chefe político e jurisdicional bem como de líder religioso. Durante muito tempo, o “pater” exercia autoridade suprema sobre os demais, podia se quisesse, até mesmo vende-los como escravos ou até mata-los. Com a introdução do cristianismo na sociedade romana, por volta do século IV, esse “poder pater” foi sendo reduzido. A família deixou de ser a autoridade religiosa, as mulheres e os filhos passaram a ter mais autonomia e começou a ser introduzida a ideia de afetividade duradoura. 
Nesse sentido, correta a visão de Fábio Ulhoa Coelho:
Se adotarmos essa organização familiar da classe dominante romana como ponto de partida, a história da família é uma história de perdas. A medida que se torna mais complexa, a sociedade subtrai funções da família. A Difusão do cristianismo retirou da família a função religiosa. (COELHO, 2015, p. 29).
E as perdas mencionadas não pararam, a idade média trouxe para a sociedade, as cidades, os comércios, os bancos e juntamente com as Revoluções Industriais, acabaram por tirar da família o papel econômico. O educacional fica por conta da Igreja Católica que acabou por dar base para a criação das escolas, tirando da família, o papel educacional.
A família brasileira herdou muitos dos costumes da família romana, e o Direito de Família no Brasil foi inspirado no direito canônico e o Código Civil de 1916 refletia os costumes da superioridade masculina e dando a mulher papel de submissão. A mulher não tinha os mesmos direitos, não tinha sequer autonomia de vontade, dependendo de autorização do marido para os atos da vida civil.
Os canonistas a deduzem de uma conhecida passagem da Epístola de São Pedro aos Efésios: “as mulheres sejam sujeitas aos seus maridos como ao Senhor, pois o homem é a cabeça da mulher”. Esta passagem inspira toda a disciplina canônica sobre a chefia da sociedade conjugal, funda a autoridade do marido. (LUZ apud DANTAS, 2009, p.1).
Algumas intervenções legislativas acabaram restabelecer à mulher ao protagonismo na sociedade conjugal, entre elas podemos destacar o Estatuto da Mulher Casada (1962) quedeu à mulher o papel de colaboradora do homem com relação aos filhos e aos assuntos do casal. 
A maior mudança no papel da mulher no seio família foi trazida pela Constituição de 1988, que determinou que homem e mulher são iguais com relação aos direitos e deveres na relação conjugal (Art. 226, parágrafo 5º), o que refletiu positivamente no Código Civil de 2002, que estabeleceu a igualdade de direitos e deveres dos cônjuges (Art. 1.511).
Nesse contexto, podemos concluir que a evolução histórica da família e do Direito de família, fundada em um sistema de desigualdade e muitas vezes injustiças, fizeram aflorar os princípios que hoje regem o Direito de Família e regulam as diversas formas de família que o Direito reconhece e zela em nossos dias.
1.2 PRINCÍPIOS 
1.2.1 Princípio do respeito à dignidade da pessoa humana (Art. 1º, III CF/88, Art. 226, §§§ 1,2,3,4,5,6,7,8 CF/88)
A Constituição Federal de 1988 gerou uma transformação no ordenamento jurídico brasileiro. Os olhos dos legisladores ficaram focados para o ser humano priorizando a coletividade, garantindo aos cidadãos os direitos individuais, difusos e coletivos. A apreensão com os direitos humanos e a justiça social levou os legisladores a aplicar esse princípio como importância basilar para a ordem constitucional. É um princípio ecumênico, o Estado não tem apenas como base do mesmo o dever de deixar de práticas atos que sejam contra a dignidade humana, mas tem também o dever de promover essa dignidade.
O direito das famílias está diretamente ligado aos direitos humanos, que têm por base o princípio da dignidade da pessoa humana. Este princípio, versa sobre igual dignidade para todas as entidades familiares. Assim, é indigno dar tratamento diferenciado ás várias formas de filiação ou aos vários tipos de constituição de família, com o que se consegue visualizar a dimensão do espectro desse princípio que tem contornos cada vez mais amplos (DIAS, 2011, p. 64).
A felicidade é um direito do ser humano e não pode o Estado impedi-lo, sendo seu direito desfazer a família constituída quando ela impeça sua dignidade. Destaca-se que este princípio é formador de toda a base do Estado Democrático de Direito, tratado já no primeiro Art. de nossa Constituição, visa justamente a promoção dos direitos humanos e da justiça social.
1.2.2 Princípio da igualdade jurídica dos cônjuges e dos companheiros (Art. 226, § 5º CF/88 e Art. 1567, § único Código Civil)
O princípio da igualdade jurídica entre homens e mulheres está previsto no Art. 5º, I, que prevê que homens e mulheres são iguais em obrigações e direitos e no Art. 226, § 5º que dispõe que os direitos e deveres na sociedade conjugal são exercidos em igualdade pelo homem e pela mulher; dessa forma, com essa igualdade de direitos foi extinto o modelo de família patriarcal, que perdurou por séculos no Brasil, na qual somente o marido era o chefe da família.
A Constituição Federal de 1988 traz no seu Art. 5º que todos são iguais perante a lei. Houve essa preocupação em deixar expresso que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, para pôr fim a discriminação que imperava, pois, o homem era visto como chefe da família estando à mulher submissa a ele. Ele veio para consagrar a igualdade entre homens e mulheres abandonando qualquer forma de distinção por causa do sexo da pessoa, e diz que os direitos e obrigações alusivos à sociedade matrimonial devem ser cumpridos igualmente pelos cônjuges ou companheiros, sem qualquer tipo de distinção ou discriminação.
A doutrinadora Maria Helena Diniz faz uma ressalta bem assertiva em relação a esse princípio: 
Com este princípio da igualdade jurídica dos cônjuges e companheiros, desaparece o poder marital, e a autocracia do chefe de família é substituída por um sistema em que as decisões devem ser tomadas de comum acordo entre conviventes ou entre marido e mulher, pois os tempos atuais requerem que marido e mulher tenham os mesmos direitos e deveres referentes à sociedade conjugal, o patriarcalismo não mais se coaduna com a época atual, nem atende aos anseios do povo brasileiro; por isso, juridicamente, o poder de família é substituído pela autoridade conjunta e indivisiva, não mais se justificando a submissão legal da mulher. Há uma equivalência de papéis, de modo que a responsabilidade pela família passa a ser dividida igualmente entre o casal. (DINIZ, 2015, p. 28).
1.2.3 Princípio da igualdade jurídica de todos os filhos (Art. 227, § 6º CF/88 e Art. 1596 do Código Civil)
Quando se trata deste princípio, devemos lembrar que em tempos passados os filhos concebidos fora do casamento não tinham os mesmos direitos dos filhos ‘ verdadeiros’; não havia isonomia entre eles; mas, com o advento da Constituição de 1988 e com a inclusão desse princípio essa falta de isonomia cessou.
Ele está previsto expressamente no Art. 227, § 6º e também no Código Civil no Art. 1.596 e ambos, sistematizam, que não pode haver discriminação entre filhos havidos ou não dentro do casamento e que eles terão os mesmo direitos e qualificações.
Maria Helena Diniz, na sua obra Curso de Direito Civil Brasileiro: Direito de Família, nos ensina que:
Com base nesse princípio da igualdade jurídica de todos os filhos, não se faz distinção entre filho matrimonial, não-matrimonial ou adotivo quanto ao poder familiar, nome e sucessão; permite – se o reconhecimento de filhos extramatrimonias e proíbe – se que se revele no assento de nascimento a ilegitimidade simples ou espuriedade. (DINIZ, 2015, p. 32).
1.2.4 Princípio da paternidade responsável e planejamento familiar (Art. 226, § 7º da CF/88 e Art. 1565 do Código Civil – Lei nº 9.253/96)
A Lei nº 9263/96 veio regulamentar o § 7º do Art. 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelecendo, em seu Art. 2º, planejamento familiar como “o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. ” Tem-se entendido que o princípio da paternidade responsável está implicitamente inserido no bojo dessa Lei.
O princípio da paternidade responsável está intimamente vinculado ao princípio da dignidade da pessoa humana.  Este constitui base da comunidade familiar, garantindo o pleno desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, principalmente da criança e do adolescente.
Tal princípio visa um planejamento familiar racional e independente, para que os seus membros possam se desenvolver naturalmente. Uma sociedade madura e consciente assume a questão do Planejamento Natural da Família como um projeto global de amor, de vida, de saúde e de justiça.
1.2.5 Princípio da comunhão plena de vida baseada na afeição entre os cônjuges ou conviventes (Art. 1511 do Código Civil)
Maria Helena Diniz (2015), em sua definição, também abre a possibilidade para a comunhão plena de vida como finalidade do casamento na medida em que evoca nesta finalidade o mútuo auxílio espiritual e a integração fisiopsíquica.
Ao conceituar a família como comunhão plena de vida, o legislador adotou a moderna concepção tendente a valorizar as relações intrínsecas, relativas aos papéis de estado de filho, de pai, de mãe etc., e não apenas as relações extrínsecas da família, esta vista apenas sob o enfoque de seu papel social de célula mãe da sociedade. Família é raiz e base de uma sociedade, historicamente este conceito foi se erigindo em todos os ordenamentos jurídicos existentes. Na ainda hoje o conceito família persiste no conceito de célula mãe e amplamente protegido pelo direito. 
1.2.6 Princípio da liberdade de constituir uma comunhão a vida familiar (Casamento ou união estável, Art. 1513, 1565, 1642, 1643, 1634 e 1639 do Código Civil – União estável, Art. 226, § 3º CF/88)
Este princípio está relacionado à liberdade de escolha do individuo sobre qual tipo de família é mais adequado para si. O termo casal tradicional nos leva a pensar a família tradicional formada pelo homem e pela mulher. Contudo, como visto nos princípios constitucionais do direitode família anteriores este conceito está para muito além do conceito antigo de família como célula manter da sociedade. Hoje o conceito de família também está ligado ao fator social, assim podemos entender que a família de hoje e sua liberdade de constituição se estende aos homoafetivos, mães e pais solteiros, etc.
O princípio da liberdade refere-se ao livre poder de formar comunhão de vida, a livre decisão do casal no planejamento familiar, a livre escolha do regime matrimonial de bens, a livre aquisição e administração do poder familiar, bem como a livre opção pelo modelo de formação educacional, cultural e religiosa da prole. (DINIZ, 2015, p. 37).
Essa liberdade de constituição poderia ter sido uma das grandes molas propulsoras dos processos de adoção por casais homossexuais adotados pela maioria dos magistrados aqui no Brasil e consequentemente ensejou na aceitação da jurisprudência o costume normativo que levou aos tribunais superiores o reconhecimento da união estável homoafetiva.
1.2.7 Princípio da afetividade (CF/88 Art. s 226 §4º, 227, caput, § 5º e § 6º)
O princípio da afetividade aborda, em seu sentido geral, a transformação do direito mostrando-se uma forma aprazível em diversos meios de expressão da família, abordados ou não pelo sistema jurídico codificado, possuindo em seu ponto de vista uma atual cultura jurídica, e dando enfoque no que diz respeito ao afeto atribuindo uma ênfase maior no que isto representa.
O princípio da afetividade está estampado na Constituição Federal de 1988, mais precisamente em seus Art.s 226 §4º, 227, caput, § 5º e § 6º, os quais preveem, respectivamente, o reconhecimento da comunidade composta pelos pais e seus ascendentes, incluindo-se aí os filhos adotivos, como sendo uma entidade familiar constitucionalmente protegida, da mesma forma que a família matrimonializada; o direito à convivência familiar como prioridade absoluta da criança e do adolescente; o instituto jurídico da adoção, como escolha afetiva, vedando qualquer tipo de discriminação a essa espécie de filiação; e a igualdade absoluta de direitos entre os filhos, independentemente de sua origem.
Este princípio aborda, em seu sentido geral, a transformação do direito mostrando-se uma forma aprazível em diversos meios de expressão da família, abordados ou não pelo sistema jurídico codificado, possuindo em seu ponto de vista uma atual cultura jurídica, permitindo o sistema de protecionismo estatal de todas as comunidades familiares, repersonalizando os sistemas sociais, e assim dando enfoque no que diz respeito ao afeto atribuindo uma ênfase maior no que isto representa. Decerto o princípio da afetividade, entendido este como o mandamento axiológico fundado no sentimento protetor da ternura, da dedicação tutorial e das paixões naturais, não possui previsão legal específica na legislação pátria. Sua extração é feita de diversos outros princípios, como o da proteção integral e o da dignidade da pessoa humana, este também fundamento da República Federativa do Brasil.
1.3 Direito de Família na Constituição Federal
A Constituição Federal de 1988, não distingue a família oriunda do casamento da família não-oriunda do casamento - Art. 226 CF/88/88 família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado, dizendo que o casamento é civil e gratuito a celebração, o casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei, para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 
Ainda no mesmo Art., entende-se também por entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes onde os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. 
A Constituição Federal afirma em seu Art. 227 que o dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010).
Já no seu Art. 228, a CF/88 afirma que são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. A fim de completar o mesmo artigo, segue o Art. 229 CF/88 onde os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice.
 Com o intuito de concluir essa parte do trabalho de pesquisa, segue o Art. 230 CF/88, onde a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
1.4 Conceito Histórico da Família – Relativa á Proteção dos Filhos
Desde os tempos mais remotos da história da humanidade, em especial no ramo do direito de família, temos a imposição de forma cultural de que a mulher fora criada para ser do lar, a dona da casa, zelar pelo bem-estar social dos filhos e da família, em contrapartida os homens têm o legado de serem os responsáveis pelo sustento, trabalho, e condições financeiras de manter a família exercendo assim o pátrio poder familiar, em outras palavras ser o chefe da família. 
O código civil de 1916 determinava algumas condições legais em caso de desquite, como se observa neste caso, os filhos ficavam com o cônjuge inocente, sendo assim identificado o cônjuge culpado, os filhos eram entregues a parte inocente como uma forma de prêmio, e o culpado acabava sendo punido, pela separação com a perda da guarda e da prole. 
Na hipótese de ambos os pais serem culpados, a preferência de guarda, seria para a mãe no caso de filhos menores, observado pelo juiz, no caso de a mãe não acarretar prejuízo de ordem moral, mas se a única culpada fosse à mãe, esta não poderia exercer a guarda, independentemente da idade dos filhos.
Nota-se que a criança em questão deixava de ter o seu direito priorizado, embasado em normas de conservadorismo, no qual a criança que era a maior vítima, no desquite, não tinha direito de escolha, pois o que era avaliado referia-se a postura dos genitores, sendo uma intimidação em prol do casamento.
Com a formulação da Constituição Federal de 1988, temos um grande passo ao consagrar o princípio da igualdade e assegurar aos homens e mulheres os mesmo direitos e deveres, relativos à sociedade conjugal, conforme disposto no Art. 226, § 5º, com o objetivo de banir discriminações, produzindo reflexos positivos no poder familiar. Com o surgimento do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) transformou-se as crianças e os adolescentes em sujeitos de direitos, com uma nova concepção legal, trazendo os direitos fundamentais das pessoas de zero (0) a dezoito (18) anos.
1.4.1 Alienação Parental
SAP – Síndrome Alienação Parental, ou implantação de falsas memórias.
Decorre de quando um dos pais ou dos genitores tenta colocar um filho contra o seu pai, ou mãe, muitas vezes embasado em sentimentos negativos de raiva, ódio, mágoa, mediante a separação do casal, tentando implantar sentimentos negativos, a fim de vingança por motivos pessoais do casamento.
Com o fim do casamento, um dos cônjuges não consegue lidar com o luto da separação, motivado por sentimentos de traição, rejeição, dentre outrosdesencadeando o desejo de vingança, promovendo a desmoralização, destruição da ligação entre pais e filhos, contribuindo para o descrédito do parceiro. O alienador busca persuadir os filhos a acreditar em suas crenças e opiniões, muitas vezes, com alegações falsas. 
Podemos comparar a uma “lavagem cerebral” feita na criança, a fim de promover interesses próprios e particulares, obviamente a maior vítima de todo esse entrave é o próprio filho alienado. 
Do ponto de vista psicológico, as crianças ou adolescentes, subordinados a alienação mostram-se propensas a atitudes antissociais, violentas ou criminosas, depressão, até mesmo ao suicídio, e já na fase de maior maturidade quando atingida, pode apresentar remorso de ter sido alienado e desprezado o seu genitor, ou parente, assim padecendo de forma crônica de desvios comportamentais, moléstia mental, devido à ambivalência de afetos.
É comum, nas questões de alienação parental, o alienador usar da má-fé, inclusive para fazer falsas acusações contra o parceiro, como denúncia de ter havido abuso sexual, o filho é convencido da existência de determinados fatos e levado a repetir o que lhe é contado, como se os fatos realmente tivessem acontecido, a criança dificilmente tem o entendimento para discernir que está sendo manipulado e até acaba acreditando naquilo que lhe é dito, de forma insistente e repetitiva.
A Lei 12.318/10 define a alienação parental, em seu Art. 2o  “Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.”
Havendo indícios de alienação parental, a instauração de procedimento autônomo incidental, com tramitação prioritária, devendo o juiz adotar as medidas necessárias à preservação da integridade psicológica do filho”. Não só um dos pais ou algum parente que se sinta vítima da alienação parental pode intentar a ação. O juiz pode agir de ofício e o Ministério Público dispõe de legitimidade para a demanda. Na inicial da ação, ou quando o pedido ocorrer de forma incidental pode ser requerido à antecipação dos efeitos de tutela, conforme previsão legal no Art. 273 e 461, §3º no CPC. O foro competente para a propositura de ação que tenha criança e adolescente como parte é determinada pelo domicílio dos pais, no entanto nesse conflito, é normal os pais mudarem de domicílio com certa frequência a fim de evitar o contato com o parceiro para com o filho, e a fim de prejudicar o deslocamento da competência. (DIAS, 2015, p. 548).
Porém mediante tais fatos, a Lei da Alienação Parental elenca a constante e injustificada prática de mudança de domicílio para local distante, por exemplo, configurando como uma prática alienadora, admitindo assim a fixação cautelar do domicílio da criança ou do adolescente, seja de ofício ou a requerimento da parte interessada, com o intuito de inibir o distanciamento entre pai e filho, e consequentemente o deslocamento de competência.
Também assegura que, caracterizada a mudança abusiva de endereço o juiz pode inverter a obrigação de levar ou reiterar o filho da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar, a alteração do domicílio é irrelevante para a determinação da competência. (DIAS, 2015, p. 548).
Por fim, sendo determinada a realização de perícia psicológica ou biopsicossocial, o laudo deverá ser apresentado em 90 dias. Sendo caracterizada a prática de alienação parental ou alguma conduta que venha a dificultar a convivência do laço paterno ou materno-filial, sem prejuízo da responsabilidade civil, ou criminal por parte do alienador, o juiz poderá além de declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador, pode adotar medidas como: ampliar o regime de convivência familiar, estipular multa, determinar alteração da guarda para guarda compartilhada, ou a sua inversão, e até mesmo suspender a autoridade parental.
A lei nada prevê quanto a matéria recursal, devendo ser aplicada o regime do CPC.
1.4.2 Guarda
 Quando existem filhos, a dissolução dos vínculos afeitos dos pais, não se resolve simplesmente cada um seguindo seu caminho, é um processo bem mais complexo. Quando há a ruptura do casamento, isso não afeta nem os direitos e nem deveres de ambos em relação à prole, não podendo comprometer a continuidade dos vínculos parentais, pois o exercício do poder familiar em nada pode ser afetado, pois o estado de família é indisponível.
A unidade familiar persiste mesmo depois da separação de seus componentes, pois é um elo que se perpetua. 
 Mesmo quando há o litígio, é necessário definir a divisão do tempo de convívio com os filhos de forma equilibrada, mesmo que o divórcio seja consensual, é indispensável que conste o que foi acordado em relação à guarda e à visitação.
Ainda que a posse do filho não decorra da simples presença física no domicílio da mãe ou do pai, a definição de guarda identifica quem tem o filho em sua companhia, porém o fato do filho residir com um não significa que o outro tenha perdido a guarda.
A palavra guarda significa verdadeira ‘’ coisificação’’ do filho, colocando a criança na condição de objeto do que de sujeito de direito. Surgindo assim, a preferência pela expressão direito de convivência.
O critério norteador na definição de guarda é a vontade dos genitores, no entanto não fica exclusivamente na esfera familiar, a definição de quem permanecerá com os filhos em sua companhia, podendo a guarda ser deferida a outra pessoa, havendo preferência por membro da família que revele compatibilidade, que tenham afinidade e afetividade.
Conforme disposto no Art. 1.583 § 1º, diz que o juiz deve ter a recomendação para mostrar as vantagens da guarda compartilhada.
A definição da guarda e da visitação está a cargo dos pais, o que for acordado irá depender da chancela judicial, o que só ocorre após a manifestação do Ministério Público.
 Nas ações de divórcio é primordial que, tais questões mencionadas acima fiquem bem definidas, não apenas quando se tratar de divórcio consensual, mas também no litigioso, entretanto se o juiz reconhecer que o que foi acordado entre os pais ou seus genitores, não atender aos interesses dos filhos, que é a parte mais frágil dessa relação, poderá determinar a guarda compartilhada.
Existem duas formas de guarda em nosso ordenamento jurídico, no código civil, 2002, sendo: a guarda unilateral e a guarda compartilhada.
1.4.2.1 Guarda unilateral 
O código civil, no Art. 1.583, § 1º, define a guarda unilateral, “é atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua”.
A guarda a um só dos genitores, com a fixação de um regime de convívio, pode decorrer do consenso de ambas as partes. A guarda unilateral será atribuída a um dos genitores somente quando a outra parte, declarar em juízo, que não deseja a guarda do filho, a guarda unilateral obriga o não guardião a supervisionar os interesses dos filhos, para isso tem a legitimidade para solicitar as informações e até a prestação de contas, em situações que afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos.
1.4.2.2 Guarda compartilhada
A guarda compartilhada está definida na lei: “responsabilização e exercício conjunto de direitos e deveres concernentes ao poder familiar”, conforme o Art. 1.583, § 1º.
A guarda compartilhada proporciona maior aproximação física e imediata dos filhos com os pais, mesmo quando cessado o vínculo de conjugalidade.
A guarda compartilhada pode ser fixada por consenso ou por determinação judicial, quando ambas as partes forem aptas a exercer o poder familiar.
Os fundamentos da guarda compartilhada são de ordem constitucional e também psicológica, com o intuito de garantir o interesse da prole.
A guarda compartilhada tem o objetivo de proporcionar aos filhos, que ambos os pais estarão engajados no cumprimento dosdeveres e obrigações em relação a estes.
1.5 EXECUÇÃO DE ALIMENTOS
A Constituição Federal, em seu Art. 226, caput e parágrafos, reconhece a obrigação e relação entre pais e seus filhos menores, no que tange sua criação e educação. Nos Art.s 227 e 230 do mesmo ordenamento, a obrigação alimentar não deve ser promovida apenas pela família, mas também pelo Estado e a sociedade, conjuntamente, no sentido de assegurar à criança, ao adolescente e ao idoso o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, dentre outros. 
Podemos observar que estas formas de divisão de responsabilidade entre os entes mencionados são materializadas por meio do parentesco e o princípio da solidariedade que unem aqueles que fazem parte de um mesmo núcleo familiar. Para o doutrinador Klaus Günther (2000, p. 222), “requer-se uma adoção recíproca de postura em cada situação concreta, a fim de descobrir quais necessidades, interesses e expectativas são relevantes”.
Segundo Maria Berenice Dias, “o Estado é o primeiro obrigado a prestar alimentos aos seus cidadãos e aos entes da família”, mas o Estado não tem meios para suprir a todos e, neste sentido, delega a Família o dever do cumprimento de assegurar a subsistência pela relação de parentesco. 
1.5.1 Origem da Obrigação de Alimentos
A obrigação alimentar tem um fim precípuo de atender às necessidades da pessoa que não pode prover sua própria subsistência. Para Maria Berenice Dias (2015, p. 394), o nosso Código Civil não determina o que sejam alimentos, ficando esta lacuna, que pode ser interpretada ao invocar o Art. 1920 do mesmo código, que traz os termos: sustento, cura, vestuário e casa, além de educação, se o legatário for menor. 
No Art. 1694 do Código Civil traz que “Podem os parentes, cônjuges, ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender a necessidade de sua educação. ”
A lei traz a opção de pagar os alimentos através de pensão, que pode ser mensal, quinzenal ou conforme o acordado ou dar diretamente Art. 1701 através de hospedagem, alimentos e educação se necessário, aos cônjuges e companheiros não é cabível a referida lei. A forma prevista no código civil tem caráter legal, porem o autor Carlos Roberto Gonçalves ainda aborda as formas voluntárias e indenizatórias.
voluntários, que emanam de uma declaração de vontade inter vivos (obrigação assumida contratualmente por quem não tinha a obrigação legal de pagar alimentos — pertencem ao direito das obrigações e são chamados também de obrigacionais) ou causa mortis (manifestada em testamento, em geral sob a forma de legado de alimentos, e prevista no art. 1.920 — pertencem ao direito das sucessões e são também chamados de testamentários); e indenizatórios (ou ressarcitórios), resultantes da prática de um ato ilícito (constituem forma de indenização do dano ex delicto e também pertencem ao direito das obrigações, arts. 948, II, e 950). (GONÇALVES, 2012, p. 398).
Importante lembrar que ao direito de família somente a forma prevista no Art. 1694 do código Civil pode gerar a prisão Civil, permitida no Constituição Federal Art. 5º, LXVII. Outro fato importante de salientar é o que a autora Maria Berenice Dias distingue: o do dever de sustento da obrigação alimentar, o primeiro está vinculado ao poder familiar e se refere ao menor de idade Art. 1.566, III e 1568. Já a obrigação alimentar considera outros aspectos que serão abordados neste estudo.
1.5.2 Características da obrigação alimentar
O Art. 1.707 do Código Civil, versa que é vedado renunciar, aos direitos alimentares, porem o credor pode não exercer a obrigação. Além de irrenunciável o direito aos alimentos não pode ser objeto de cessão, penhora ou compensação. 
A obrigação alimentar tem natureza personalíssima. Por isso não pode ser transferido pelo alimentado a outrem, por negócio jurídico, ainda que mediante anuência do alimentante. Também pela mesma razão, não pode ser penhorado para satisfação de dívida do alimentado perante terceiros...para que o instituto cumpra suas finalidades assistenciais, o valor dos alimentos não poderá ser compensado, pelo alimentante, com dívida do alimentado. (COELHO, 2012, p. 434-435).
Os Art.s 1.694 a 1.698 do Código Civil tratam ainda que a obrigação é reciproca entre os cônjuges e parentes e devendo buscar alimentos em quem esteja mais próximo ao beneficiado (alimentando). A obrigação primaria é dos ascendentes e só após dos descendentes (Art.s 1.696 e 1.697). Há a possibilidade também segundo o Código Civil de divisibilidade da obrigação, (Art. 1.698), sendo várias pessoas obrigadas a prestar alimentos para cumprir a obrigação.
1.5.3 Requisitos para obrigação de alimentar e valor
1. Grau de parentesco entre alimentante e alimentado, casados ou união estável;
2. A necessidade do alimentado por não dispor de renda, recursos para viver de acordo com condição social,
3. Possibilidade da pessoa obrigada.
O artigo 1.694 e 1.695 estabelece que são necessários estes três requisitos para que nasça a obrigação de alimentos. 
Quanto ao valor, o Art. 1.694 assegura que será fixado de modo compatível com a condição social do alimentando, porem a doutrina descreve que deverão ser observadas as condições do alimentante para que seja fixado o valor da pensão.
Porém, se a situação de necessidade exultar de culpa do alimentando, diz a lei que o alimentando, faz juz apenas ao indispensável à sua subsistência (artigo 1694, §2º CC). Seja quem busque alimentos – filhos, parentes, cônjuge ou convivente, a eventual limitação de valores estaria condicionada à comprovação de que o estado de necessidade não surgiu por responsabilidade sua. (DIAS, 2008, p. 574).
1.6 IDOSO
A Terceira Idade de acordo com a lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso) em seu Art. 1º define que são pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
O Brasil, há tempos, foi considerado um país jovem, mas uma pesquisa divulgada em 2016 pelo IBGE mostra que, em 40 anos, a população idosa vai triplicar no Brasil e passará de 19,6 milhões (10% da população brasileira), em 2010, para 66,5 milhões de pessoas em 2050 (29,3%).  As estimativas são de que a mudança no perfil da população acontecerá em 2030, quando o número absoluto e o porcentual de brasileiros com 60 anos ou mais de idade vão ultrapassar o de crianças de 0 a 14 anos. Daqui a 14 anos, os idosos chegarão a 41,5 milhões (18% da população) e as crianças serão 39,2 milhões, ou 17,6%, segundo estimativas do IBGE. (IBGE,2017)
Com a mudança no perfil de nossa população houve a necessidade de criar políticas públicas para assegurar os direitos dos idosos e a primeira lei a ser criada foi a Política Nacional do Idoso (Lei nº 8.842/94) e a exigência mais importante foi que nos casos de desenvolvimento de programas de longa permanência, preservar os vínculos familiares de seus assistidos, atendê-los individualmente ou em pequenos grupos, sempre observando as garantias e direitos dos idosos.
Em 1º de Outubro de 2003 foi criada a Lei nº 10.741, que institui o Estatuto do Idoso e dispõe sobre papel da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público de assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
1.6.1 O idoso e o Direito civil
No antigo Código Civil de 1916, o Idoso era considerado praticamente como uma pessoa incapaz e durante sua vigência, cidadãos considerados idosos não podiam dispor de seus bens e nem contrair núpcias.
A Constituição Federal de 1988 em seu Art. 230, prevê o dever da família, da sociedade e do Estado de amparar as pessoas idosas e em seu parágrafo 1º prevê que os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares. 
Essa previsão em lei com relação ao papel da família na vida do idoso foi um avanço sem precedente e a respeito do regime de bens, no código civil de 1916,os homens maiores de 60 anos e as mulheres maiores de 50 anos, ao casarem-se, deveriam optar obrigatoriamente pelo regime de separação total de bens. Apesar de modificado tal preceito no Código Civil de 2002, a obrigatoriedade continua para aqueles maiores de 70 anos.
O Art. 11 do Estatuto do Idoso prevê que os alimentos serão prestados na forma da lei civil e pode-se falar em dois tipos de solicitação de alimentos, ou seja, pode-se falar no idoso como requerente e no idoso como requerido.
1.6.1.1 O idoso, do Direto à alimentos
O idoso poderá requerer alimentos de seus descendentes, quando o mesmo não tem condições financeiras para sua sobrevivência.
No Art. 12 do Estatuto do Idoso, prevê que a obrigação alimentar é solidária podendo o idoso optar por qualquer um dos prestadores e havendo mais de um prestador, o idoso requerente poderá propor ação contra todos, não somente contra aquele que possuir mais recursos e cada devedor deverá responder pela cota que lhe couber. 
O idoso pode aparecer como requerido, ou seja, nessa situação o idoso aparece como devedor dos alimentos e mais comum é a dos avós pensionando os netos, pois por muitas vezes os pais não podem prestar os alimentos na sua integralidade e tal fato pode ensejar o pedido de complementação da prestação alimentícia por parte dos avós.
A Lei 10.741/03 - Estatuto do Idoso, pode ser considerada como um excelente avanço para o Brasil e veio para equilibrar as relações sociais, aprimorar as ações governamentais, como promover e incentivar as ações nas áreas de cidadania, saúde, educação, transporte, habitação e urbanismo e justiça para todos aqueles que estejam com idade igual ou superior a 60 anos e garantir a previdência e assistência social, regulamentando os auxílios para aqueles que não fazem jus ao benefício, intercedendo de forma positiva nas relações familiares em que o idoso esteja à mercê da violência doméstica, seja ela física ou moral, sem estar interferindo nas relações privadas ou de foro íntimo.
1.6.2 O idoso e o Direito do Trabalho
O estatuto do idoso, no Art. 26, assegura o direito ao exercício de atividade profissional desde que respeitadas as condições físicas, intelectuais e psíquicas daquele trabalhador. 
A discriminação e a fixação de limite máximo de idade para fins de admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego é proibida.
O trabalho do idoso é essencial para sua integração, independência e autorrealização, portanto jamais poderá ser impedido de trabalhar.
1.6.3 O idoso e o Direito Previdenciário 
O Estatuto do Idoso prevê claramente os direitos previdenciários em seu texto e quando falamos em Previdência, logo nos remete a ideia de aposentadoria.
A aposentadoria pode ser por tempo de contribuição (tempo de serviço) de acordo com o Art. 52 da Lei 8.213/91 e aposentadoria por idade, de acordo com o Art.48 da mesma Lei.
Na Constituição Federal de 1988 no Art. 203, inciso V, prevê que a garantia de um salário mínimo para o idoso que não possui meios de prover a sua própria manutenção e nem tê-la provida por sua família, mas ainda assim era necessário uma lei que organizasse a assistência social e no ano de 1993 cria - se a Lei 8.742 que dispõe sobre a organização da Assistência Social – LOAS.
O idoso poderá requerer o LOAS se a renda per capita da família não for superior a 25% ou 1/4 do salário mínimo (atualmente R$ 234,25) e o idoso estrangeiro também fará jus a esse benefício desde que naturalizado e domiciliado no Brasil. (Diário Oficial da República Federativa do Brasil)
A concessão do benefício será feito diretamente ao beneficiário ou a seu procurador, tutor ou curador, devendo a procuração ser renovada a cada 12 meses e preferencialmente ser lavrada em Cartório.
É responsabilidade do procurador, tutor ou curador comunicar qualquer evento que possa tornar nulo a procuração, tutela ou curatela, principalmente em casos de morte do beneficiário outorgante, sob pena de incorrer nas sanções criminais cabíveis.
Cabe ressaltar que esse benefício social é pessoal tendo, portanto, caráter intransferível, não gerando direitos sucessórios.
A cada dois anos, haverá recadastramento de seus beneficiários. Caso a situação econômica do idoso mudar, esse benefício poderá ser suspenso
O benefício de prestação continuada(LOAS) é concedido e pago pelo Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS e não é cumulativo com qualquer outro benefício 
2 DIREITO EMPRESARIAL
2.1 Aspectos jurídicos da empresa 
Aludido a Lei nº 10.406, promulgada em 10 de janeiro de 2002, dentre as questões houve mudanças significativas no ordenamento jurídico nos respectivos atos civis. Como parte legal e batizada, foi declarada "Do Direito da Empresa", considerando-se normas refletivas ao comércio. As bases do Direito Empresarial começavam a decorrer em vários pontos a partir de 2003, sendo que anteriormente os pontos mais tratados eram comerciais de forma restrita, havia muito falatório e pouca aplicabilidade, ou quando era aplicável não continha eficácia no caso concreto jurídico. O modo operante principal dentro de uma empresa é organizar sua atividade, principalmente estabelecendo ordens capitais e controle administrativo, a organização não é requisito conceitual da empresa para uma obtenção de mercado, porém ela é um dos elementos das empresas importante para o cenário jurídico econômico, principalmente na produção e circulação de bens ou serviços. 
Conjunto de normas jurídicas (direito privado) que disciplinam as atividades das empresas e dos empresários comerciais (atividade econômica daqueles que atuam na circulação ou produção de bens e a prestação de serviços), bem como os atos considerados comerciais, ainda que não diretamente relacionados às atividades das empresas, (MAMEDE, 2007, p. 370).
Desta forma, sucintamente, o Direito de Empresa fundamenta-se pela codificação civil na Parte Especial do Livro II - art. 966 a 1.122, inclusive o Direito empresarial a partir do momento da contemplação extraordinária dentro do Código Civil, levou-se em consideração a organização plena e eficiência da atividade econômica. 
A ideia do Direito empresarial estritamente contém aspirações relevantes do Direito comercial, muda-se apenas o nome, mas as criações e desenvolvimentos são semelhantes, as práticas são inerentes até os dias de hoje. Destaque maior dessa noção jurídica foi desempenhado nas trilhas de progressões da sociedade, enquanto a sociedade evoluía, as instituições, termos e ações começavam as suas evoluções que influenciavam nas mudanças correspondentes aos elementos sociais e universais. Inadmissível obter aspectos pragmáticos no âmbito jurídico sendo que o mundo tende as mudanças constantes, principalmente na área empresarial que envolve questões tecnológicas e econômicas, uma delas são as conceituações empresariais, as empresas atuais precisam de conceitos modernos para uma adequação eficiente, as empresas precisam de uma estrutura moderna para desenvolvimentos inovadores e também funções novas. 
Conclusivamente, de forma sucinta, o Direito Empresarial juntamente com a denominação comercial, visa constatações claras em termos normativos, principalmente elencados na parte geral do Código Civil, uma vez que, a lei civil, patrocinada e influenciada pelo Direito Italiano, demonstrou um instrumento excepcional de uniforme em relação às questões empresariais, inclusive, as questões antigas comerciais, hoje denominadas na ala empresarial. No entanto, não há categoricamente um conceito do que é empresa jurídica, há um conceito na área de administração, dito isso, quando relacionamos assuntos pertinentes na esfera empresarial jurídica, a tendência maior seria mencionarmos as questões administrativas e econômicas. 
2.2 Responsabilidade das empresas 
2.2.1 Organização empresarial 
O primeiro ponto que se põe à análise da consideração da responsabilidade das empresas seria justamente o extraordinário avanço tecnológico e principalmente econômico, além da produção em massa de produtos e prestação de serviços, passando a rigidez maiornas atividades empresariais. 
Por sua vez, a França foi um dos precursores fundamentais no marco referencial da responsabilidade das empresas. A conceituação máxima de responsabilidade social empresarial, embora não haja uma padronização exata da conceituação, é possível levar em conta a questão da seriedade da ética e a transparências nas relações, isto é, um comprometimento dos empresários que adotam esse tipo de conduta no desenvolvimento jurídico. O dispositivo legítimo fundamenta-se no art. 1.142 do Código Civil que estabelece a questão empresarial o complexo de bens organizado, para o exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária. 
2.2.2 Estabelecimento Empresarial 
Numa reflexão jurídica, a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, denominada no Código Civil, alcançou avanços excepcionais no instituto jurídico da espécie do estabelecimento empresarial, o tratamento legal atribui, conferindo no Título III, denominado "Do Estabelecimento", em um Capítulo Único que apresenta disposições gerais referentes ao instituto nos art. 1142 a 1149. 
O empresário, a empresa e o estabelecimento são relações que correspondem uma união e ao mesmo tempo um separatismo, pois cada um tem uma adaptação e função para ser atribuída. Enquanto o empresário em termos jurídicos previstos no art. 966 do Código Civil exerce profissionalmente atividade econômica organizada, a empresa corresponde à atividade econômica organizada na qual é exercida pelo empresário, por sua vez, o estabelecimento não é empresário e também não necessariamente é a localidade da empresa, mas sim conjuntos de bens organizados. 
O estabelecimento empresarial constitui elemento de responsabilidade típica e essencial para o desenvolvimento de qualquer atividade jurídica. O modo operante é legítimo na atribuição para assegurar a melhor maneira jurídica necessária para as questões obrigacionais da exploração da empresa. Por fim, mister se faz ressalva na questão do estabelecimento empresarial, na qual, o empresário não é estabelecimento empresarial, uma vez que empresário adere aspecto de personalidade jurídica, e o estabelecimento empresarial não é uma pessoa jurídica. Porém o estabelecimento empresarial não se confunde com a localidade, neste caso, o estabelecimento empresarial constrói definição abrangente na exploração da atividade exercida, a localidade por si só é apenas um dos elementos, porém não é uma definição categórica de estabelecimento empresarial, uma vez que, a ideia de local onde a empresa exerce suas atividades correspondem às outras esferas, tais como um conjunto ou complexo de bens. 
2.3 A função social da empresa 
Inicialmente, onde há sociedade, há o Direito, isto é, função social, a função social não adere aspecto socialista, a função social não adere requisito capitalista, a função social não é um sistema categórico, apesar da sua funcionalidade, a função social simplesmente é uma determinação funcional correspondente a uma finalidade seja primária ou secundária. Diante do mundo que vivemos a gradativa de valores universais e princípios éticos começam a ecoar aos poucos nas relações humanas com uma visão holística. 
Muito estranho mencionarmos função social empresarial ou da empresa, sendo que o objetivo das empresas é a obtenção de lucros, uma vez que as empresas não têm objetivos categóricos de prestar auxílios, exceção ONGs e empresas que aderem campanhas sociais. Todavia, a Constituição Federal de 1988, assegura a função social, porém, não assegura categoricamente a "função social da empresa", no entanto, o princípio da função social da propriedade privada corresponde de forma sucinta às questões empresariais em suas funcionalidades, sendo que a propriedade dos bens de produção é a realização da função social da propriedade, o empresário, tem como objetivo a atividade empresarial, porém, de forma decorrente da lógica jurídica faz presente a função social da empresa. Diante dessa função, a exigência diz respeito pelo comprometimento na busca da realização de objetivos institucionais imediatos e mediatos. Tal função encontra-se expressamente prevista no art. 471 da Lei nº 11.101/2005, Lei de Falências e Recuperação Judicial. Aduz que se deve levar em consideração o princípio da função social na interpretação das normas relativas à empresa, a despeito da falta de referência expressa. 
Recuperação Judicial é um instituto jurídico, fundado na ética da solidariedade, que visa sanear o estado de crise econômico-financeira do empresário e da sociedade empresária com a finalidade de preservar os negócios sociais e estimular a atividade empresarial, garantir a continuidade do emprego e fomentar o trabalho humano, assegurar a satisfação, ainda que parcial e em diferentes condições, dos direitos e interesses dos credores e impulsionar a economia creditícia. (LOBO, 2006, 104-105).
Na intenção da função social, o modo exemplar da recuperação judicial assegura um teor fundamental para buscar realizações imediatas e mediatas, o próprio dispositivo conduz uma segurança jurídica para um dos exemplos de função social.
O art. 47 deste dispositivo sobre a Recuperação Judicial: 
A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 
Isto é, a recuperação judicial atribuída ao exercício de uma função social, que atende não só interesses dos empresários, mas também da coletividade, atrelando a noção de função social à atividade econômica face à sua importância. 
Para Eduardo Tomasevicius Filho:
A função social da empresa constitui o poder-dever de o empresário e os administradores da empresa harmonizarem as atividades da empresa, segundo o interesse da sociedade, mediante a obediência de determinados deveres, positivos e negativos (2003, p. 40).
Evidente que a função social não corresponde aspecto de caridade e nem assistencial, uma vez que a função social em nenhum momento poderá ocupar a função lucrativa da empresa, neste caso, as empresas entram em 'óbito' e deixam de funcionar. 
Fábio Ulhoa Coelho conceitua como função social da empresa o seguinte:
Cumpre sua função social a empresa que gera empregos, tributos e riqueza, contribui para o desenvolvimento econômico, social e cultural da comunidade em que atua de sua região ou do país, adota práticas empresariais sustentáveis visando à proteção do meio ambiente e ao respeito aos direitos dos consumidores. Se sua atuação é consentânea com estes objetivos, e se desenvolve com estrita obediência às leis a que se encontra sujeita, a empresa está cumprindo sua função social; isto é, os bens de produção reunidos pelo empresário na organização do estabelecimento empresarial estão tendo o emprego determinado pela Constituição Federal. (COELHO, 2012, p. 81).
Evidente, que o modo da atividade empresarial abarca todas essas situações, porém não é o teor principal da função social da empresa, pois isso se chama responsabilidade. Tais cumprimento mencionados acima são designados na esfera trabalhista, tributária e na esfera do direito do consumidor, ou seja, a naturalidade dessas questões é de cunho social de forma benevolente, porém não caracteriza o teor principal da função social. 
Sendo assim, a função social da empresa contempla os reflexos mediante na sociedade, seja nas transformações sociais, políticas e econômicas que incumbe ao sistema empresarial a buscar e realizar as funções que contribuem para sociedade. Todavia, há um outro caminho resultante na tratativa da responsabilidade, preconiza-se através da chamada previdência e das contribuições sociais, uma vez que, a previdência e assistência não conduz um relação crucial no âmbito empresarial e comercial, os dois termos são sufocados nas questões empresariais, sendo que, de forma sucinta, o fato de realizar um aconselhamento empresarial e umacompanhamento em processos já condiz na questão de previdência num modo atípico, porém não há muito que relatar nessa temática para uma possível explanação.
2.4 Fundamento sob a ótica constitucional 
2.4.1 Evolução histórica constitucional relacionada ao Direito empresarial 
O paradigma norteador Constitucional do Direito Empresarial contemporâneo está nos Arts 22, I, e 170 CF/88. Dentro do ordenamento jurídico encontramos as fontes do Direto Comercial, que são: Fontes diretas ou materiais, são as leis propriamente ditas. Fontes indiretas ou mediatas, são os costumes comerciais, a jurisprudência, a analogia e os princípios gerais de direito. A Constituição Federal de 1988 é a base de todo o ordenamento jurídico brasileiro, embora que alguns órgãos estão começando a virar as costas para Constituição Federal, dito isso, a Constituição Federal continua sendo a base de todo o ordenamento jurídico. 
Tecnicamente o Direito comercial incentivou um caminho amplo para o Direito Empresarial de uma maneira inovadora e com tentativas novas em suas praticidades, cujo o objetivo era o aperfeiçoamento do comércio. Todavia, O comércio é mais antigo que o Direito Comercial, a existência do comércio começara desde Idade Antiga, a partir da Idade Média começavam os avanços primordiais entre o comércio e o aspecto jurídico chamado Direito Comercial. O posicionamento histórico comercial contém controvérsias e questões emblemáticas, há de considerar categoricamente que o surgimento foi postulado na Idade Média, porém, há quem digam que a originalidade foi devida as normas do Código de Manu, na Índia. Entretanto, a maioria das instituições ou termos principalmente relacionado no âmbito jurídico são relatadas pelo Sistema Romano, ora, ou as questões são originárias da Roma, ou as instituições, termos e ações são passadas pela Roma de forma contundente. A propriedade em si era o grande centro fundado e estrutural nessa época, desta forma, o Direito Comercial caminhou-se lentamente para uma grandeza extraordinária nos respectivos adeptos jurídicos e sociais. 
A primeira grande obra doutrinária de sistematização do direito comercial foi: “Tratactus de Mercara sexo Mercator é” de Benvenutto Stracca publicada em 1.553, que influenciará leis mercantis futuras. Em 1.804 a 1.808 foram editados na França, o Código Civil e o Código Comercial. A codificação napoleônica, Código Civil de 1.804 e o Código Comercial de 1.808, divide o direito privado em Direito Civil e na outra parte o Direito Comercial. Em 1.850 tivemos nosso primeiro Código Comercial Brasileiro, antes disso é relevante relembrar que o Brasil viveu por longo tempo a vigência das Ordenações Portuguesas, Filipinas, Manuelinas e Afonsinas. 
Após isso, enfim, nosso Código Comercial Brasileiro foi promulgado em 1850 e ainda foi regulamentada pela Lei 737/1.850, e conjuntamente com o art. 57 do Decreto 2.044 de 1.908, regulavam letras de câmbio, notas promissórias e operações por sociedades anônimas conforme o Art. 2º, §1 da Lei 6.404/1.976. Em 1.942, o Código Civil Italiano trouxe novos aspectos jurídicos comerciais com teoria da empresa. Mas com fascismo em seu conteúdo. O Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/1.990. Coibir o abuso do poder econômico no Brasil, Lei 4.137/1.962 em seu Art. 6º. Na sequência histórica e finalmente temos o Código Civil de 2.002. Lei de falência e recuperação de empresas, Decreto Lei 7.661/1.945 substituído pela Lei 11.101/2.005. 
2.4.2 Aspectos modernos da Constituição Federal na seara empresarial 
Não há que se falar em contemporaneidade empresarial do Art. 966 do Código civil, sem ter passado pelo comércio mercantil. Com Estado Democrático de Direito brasileiro, marcado pela Constituição Federal de 1.988, as atividades empresariais, sociais, econômicas e ambientais estão intrinsecamente ligadas, devido aos direitos fundamentais e a empresa com sua responsabilidade social. 
Não há como falar de aspectos modernos empresariais sem citar os princípios constitucionais, porém o princípio norteador e fundamental é o princípio da dignidade da pessoa humana, o sistema empresarial necessita da funcionalidade partindo de valores existenciais, uma delas é a dignidade da pessoa humana, uma contemplação dos valores sociais. 
Sintetizando constitucionalmente, uma empresa não pode somente visar lucros, ela tem que cumprir todos os ritos constitucionais anteriormente citados, e são eles basicamente; gerar empregos, tributar, movimentar moedas e mercadorias, bem como contribuir com o bem social coletivo visando à dignidade da pessoa humana, porém, são tratamentos e cumprimentos obrigacionais. 
2.5 O Direito Comercial e o advento do capitalismo 
2.5.1 Concepções gerais entre Direito Comercial e o Capitalismo moderno
Aduz, em suma, o Direito comercial devido ao seu crescimento avassalador nos últimos tempos começou suas tratativas com novas maneiras de enxergar o Direito Comercial, desenvolvendo e determinando as limitações de atos comerciais e buscando a empresa como um todo. Numa visão holística, os atos comerciais rapidamente incentivaram o declínio do sistema feudalismo, embora que havia comércios de maneira gritante no feudalismo, porém, agricultura e a pecuária não eram caracterizados de forma típica no sistema comercial, desde então aparecimento do capitalismo iniciou na sociedade O capitalismo tornou-se um olhar mais amplo entre o comércio e as empresas. A Itália foi um dos precursores atuantes no advento do sistema empresarial, o nascedouro do Direito Empresarial aconteceu em 1942, entretanto, não houve óbito do Direito Comercial, pelo ao contrário, o sistema comercial e o sistema empresarial começavam a caminhar juntos colaborando nas questões de extrema importância ao desenvolvimento econômico, administrativo, jurídico e tecnológico. 
O capitalismo não acabou com o feudalismo, o capitalismo tornou-se uma plena ação contínua do feudalismo, nitidamente as mudanças são atribuídas no sentido atípico, no entanto, capitalismo aos poucos incorporou as suas formas e as suas características. Tratando-se do capitalismo, a forma cautelosa é fundamental para mantermos o diálogo, são inúmeras questões teóricas e práticas, não há uma forma consensual e unânime quanto tratamos desse assunto peculiar, são fatos e condições que contribuem para o desenvolvimento do capitalismo. Isto é, o mercado sistemático que trocam suas mercadorias e serviços, estruturado mediante a definição de preço e valor dos bens negociados, ou seja, o capitalismo é uma luz fluente da lei da oferta e da procura. 
O filósofo francês André Comte Sponville (2005, p. 85). em sua obra O Capitalismo é moral? A pergunta foi o ponto central de uma série de conferências que o filósofo francês André Comte-Sponville realizou pela Europa, uma das afirmações que: “De um posto de vista funcional, proponho-lhes a seguinte definição: o capitalismo é um sistema econômico que serve para produzir, com riqueza, mais riqueza”. Isto é, a partir do momento que tenho a minha riqueza, ora não necessariamente condiz que sou capitalista, porém, se tenho ações de investimentos, ou pequenas ações, neste caso sou condicionado ao sistema capitalista, porque o capitalismo não é um movimento descritivo e nem construtivo, ela é funcional, produtiva e útil. Portanto, o capitalismo está arraigado em nosso sistema, e quando falamos dessas matérias tais como direito empresarial e direito comercial, o capitalismo é o mais próximo dessa realidade ou por si só as questões empresariais e comerciais envolve todos os posicionamentos capitalistas de forma automática. 
2.5.2 Ausência de transformação e conformidade em combate à corrupção 
Passar o sistema político brasileiro a limpo, ainda que isso exija o sacrifício de todos. Mas não podemos ficar desacreditados com as instituições brasileiras, a grande questão não é a instituição, mas sim o sistema. Não podemos ficar cético em relação à Justiça, não podemos ficar desacreditado com a Política, política é arte de governo e não uma "desarte" de governo que estamosconvivendo, diante disso, estamos em momentos de combate à corrupção e com isso há duas vertentes principais para uma tomada inicial diante desse paradigma dentro da sociedade, a primeira é a tentativa de fortalecer as leis e a segunda é diminuir a tolerância da corrupção que está arraigada dentro da sociedade. 
Diante disso, à corrupção fortemente ganhou visibilidade nas empresas e instituições financeiras. Rapidamente, as ações governamentais prestaram atenciosamente às praticidades de combate aos crimes corruptíveis no sistema empresarial, comercial e financeiro. Umas das grandes iniciativas começaram internacionalmente, especificamente nos EUA e no Reino Unido, usufruindo de programa de compliance. Compliance é um termo designado na língua inglesa, na qual significa "agir de acordo com uma regra, ou comando interno, tal como objetivo auxilia na Lei Anticorrupção 12.846/13, cujo o seu teor principal seria responsabilizar civilmente e administrativamente das pessoas jurídicas envolvidas em atos de corrupção contra administração pública nacional ou estrangeira. 
As questões empresariais têm sido comumente na atualidade devido ausência da transparência nas empresas implicando a facilidade de atos de corrupção, desta forma, a transparência e a conformidade acabam sendo excluídas ao termo combate à corrupção, isto é, a falta de transparência. 
2.6 Ética empresarial: os fundamentos para a atuação das empresas 
 2.6.1 Conceito de ética empresarial 
Trata-se de estudar certas questões da natureza moral que se encontram no mundo dos negócios, é um valor de empresa que segue princípios morais e regras éticas, para que assim assegure sua reputação, com isso, mantendo os seus resultados positivos. É a base para a permanência de qualquer empresa no mercado em alto nível, isso faz com que a imagem da empresa seja positiva perante os clientes. 
Esse núcleo fundamental da ética descritiva é a análise da experiência moral - consciência moral, dever, responsabilidade, decisão, são os tipos de ações que representam aos diversos valores particulares, por exemplo, temos: ética do trabalho, da intenção, da responsabilidade, do êxito e etc. 
 2.6.2 O impacto da ética em uma empresa 
Ética empresarial diz respeito a regras, padrões e princípios morais sendo certo ou errado em situações específicas, o impacto da ética em uma empresa não importa o tamanho da empresa, sendo grande ou mesmo pequena, será necessário desenvolver uma política de ética empresarial, tendo em vista que os funcionários sejam eles operacionais, táticos ou estrategistas, para que não sofram riscos de fraude ou algo parecido. A empresa que se preocupa em seguir as regulamentações impostas por alguns órgãos, que se preocupa em andar na linha e agir corretamente, quer evitar correr riscos relacionados a fraudes e escândalos, acaba ganhando certa credibilidade com seus clientes e principalmente com o mercado e concorrência. A ética empresarial melhora o clima interno da empresa, logo a produtividade, a Ética melhora a imagem da empresa, logo as vendas. A Ética melhora a qualidade da produção ou do serviço, logo de novo, as vendas, a ética é eficiente, porém não é a salvação da pátria para melhorias contundentes, principalmente jurídicos, ora, a ética nos diz à reflexão do tipo: Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero. 
2.7 Dignidade humana e competividade empresarial 
2.7.1 Aplicabilidade do princípio da dignidade humana na seara empresarial 
O trabalho humano foi apresentado de diferentes formas no decorrer da história. Ao longo do tempo, os trabalhadores eram submetidos a condições precárias, sem nenhum tipo de segurança fosse física ou mesmo garantia de emprego certo. Isto fez com que o Estado fosse obrigado a tutelar a classe. 
O ser humano não pode ser desvalorizado a ponto de se tornar insignificante diante dos objetivos empresariais. Partindo dessa premissa, é simples entender que a atividade empresarial deve sim buscar o lucro, porém, em harmonia com o bem comum, a fim de assegurar a todos uma existência digna. 
Desta forma fica clara a possibilidade de aplicação do Princípio da Dignidade da Pessoa humana na seara empresarial uma vez que além de ser um dos fundamentos da organização de um Estado Democrático de Direito, pode ser considerado um princípio do qual emanam os outros direitos fundamentais, individuais e coletivos. Em obediência a esse princípio, a atividade empresarial, diante da ordem econômica e social – conforme a Constituição de 1988 – deve conferir a cada pessoa uma respeitabilidade, um direito a um respeito inerente à qualidade de ser humano. 
Seres humanos não podem ser tratados como objetos, como se pudessem ser trocados pois são sujeitos de direito e estão no centro do ordenamento jurídico. Além disso o princípio da dignidade da pessoa humana deve ser observado tanto pelo direito público, quanto pelo direito privado conforme preceitua Eros Grau ao afirmar que: 
A dignidade da pessoa humana assume a mais pronunciada relevância, visto comprometer todo o exercício da atividade econômica, em sentido amplo – e em especial, o exercício da atividade econômica em sentido estrito – com o programa de promoção da existência digna, de que, repito, todos devem gozar. Daí porque se encontram constitucionalmente empenhados na realização desse programa – dessa política pública maior – tanto o setor público quanto o setor privado. Logo, o exercício de qualquer parcela da atividade econômica de modo não adequado àquela promoção expressará violação do princípio duplamente contemplado na Constituição.“ (GRAU, 2008, p. 198).
Entretanto, não é rara a adoção de métodos de trabalho que afrontam diretamente à dignidade da pessoa humana cujos prejuízos decorrentes de tais métodos atingem diretamente o trabalhador de forma tanto psíquica quanto fisicamente. A partir desses métodos é que se tem a origem do assédio moral dentro das empresas. 
2.7.1.1 Os Reflexos da globalização e o Poder Judiciário confrontando com os aspectos empresariais 
A globalização é um fenômeno incontestável nos dias atuais. A sua conceituação é objeto de intenso debate acadêmico. A globalização estreitou os laços entre os países do globo, o que de antemão afetou os aspectos empresariais uma vez que não existem mais fronteiras para a circulação de bens, mercadorias e inclusive trabalhadores. 
Segundo definição no próprio dicionário Michaelis (2008, p. 419) da língua portuguesa, globalização é o ato ou efeito de globalizar. Fenômeno que consiste na maior integração entre os mercados produtores e consumidores (mercadorias, serviços, difusão de informações etc.).
Seguindo este raciocínio, Dante Martinelli complementa o conceito de globalização afirmando que,
É um conjunto de mudanças político-econômicas que a humanidade vem atravessando. O fenômeno é decorrente de um processo antigo e longo, que se vem acentuando cada vez mais neste início de milênio. (DANTE, 2004, p. 15). 
Por conta da concorrência cada vez maior e da dificuldade em se destacar no mercado que por si só é competitivo, as empresas têm efetuado gastos exorbitantes como forma de investimento em tecnologia a fim de aumentar a capacidade de produção e redução de custos, ocasionando inevitavelmente, a substituição do trabalho humano pela máquina. 
Deste modo, é possível enxergar com clareza a preocupação das empresas em investimentos tecnológicos, aumento de produtividade e redução de custos, tornando seus ambientes internos passivos de disputas acirradas entre trabalhadores por uma vaga de emprego. 
Visto o contexto e as dificuldades do mundo atual de feição globalizada, cabe ressaltar a importância da função jurisdicional no sentido de efetivar os direitos sociais promovendo o bem-estar e o desenvolvimento. 
No cenário de aldeia global, as empresas multinacionais ou transnacionais têm papel de destaque. Ocorre que a globalização trouxe inegáveis avanços tecnológicos, mas também trouxe seu viés negativo uma vez que se têm inúmeros registros

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