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PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (8º Semestre Psicologia 2020)

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Prévia do material em texto

PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES DE SAÚDE
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA (Módulo 0)
Organização do material:
Nesta disciplina, você terá a oportunidade de estudar e refletir 
sobre a manifestação do
sofrimento psíquico nos diversos contextos ocupados pelo 
sujeito: social, cultural,
familiar, do trabalho. Além disto, deverá estudar os 
procedimentos e as práticas
relativas à investigação científica para a elaboração de um 
projeto de pesquisa.
O material poderá ser utilizado como orientação para seu 
estudo e como complemento das
atividades realizadas nas aulas presenciais.
O programa da disciplina está distribuído em 8 módulos, que 
devem ser estudados ao longo do
semestre letivo.
Sugerimos que você siga a ordem abaixo apresentada, ao 
planejar seu estudo, uma vez que os
temas mantém entre si uma relação lógica.
Módulo1:
O que é pesquisa?
Pesquisa em psicologia
Módulo 2:
Tipo de pesquisas
Pesquisa qualitativa
Pesquisa quantitativa
Módulo 3:
Elaboração de um projeto de pesquisa
Aspectos éticos
Módulo 4:
Definição do problema
Formulação de hipóteses
Definição dos participantes
Módulo 5:
A entrevista em pesquisa
Módulo 6:
Tipos de entrevistas
Observação
Módulo 7:
Procedimentos de análise dos dados
Módulo 8:
Redação do Projeto de Pesquisa
Em cada um dos módulos, haverá uma breve apresentação do 
assunto, indicação de
material para leitura, atividades de estudo e exercícios de 
verificação da aprendizagem.
Lembre-se que a mera realização dos exercícios não permitirá 
a aprendizagem dos
temas. É imprescindível que você realize todas as atividades 
descritas em cada
módulo.
O presente conteúdo, por se tratar da apresentação do curso, 
não inclui exercícios.
Bibliografia:
A Bibliografia apresentada a seguir relaciona as obras 
consideradas importantes para o
estudo dos temas.
Bibliografia básica
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: 
Editora Atlas, 2006.
LUNA, V. S. Planejamento de pesquisa. São Paulo: EDUC, 
2002.
MINAYO, M. C. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa 
social. In: Pesquisa Social: teoria, método
e criatividade. Petrópolis – RJ, 2000.
Bibliografia complementar
BAPTISTA, M. N. e Campos, D. C. Metodologias de pesquisa 
em ciências: análises quantitativa e
qualitativa. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2007.
ECO, UMBERTO. Como se faz uma tese. São Paulo: Editora 
Perspectiva, 1998.
MOREIRA, D. A. O método fenomenológico de pesquisa. São 
Paulo: Pioneira, 2002.
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. São 
Paulo: Cortez Editora, 2000.
SILVERMAN, D. Interpretação de dados qualitativos – métodos 
para análise de entrevistas, textos e interações. Porto Alegre: 
Artmed, 2009.
Além destas referências, foram indicadas outras obras nos 
módulos para que você
possa se aprofundar em algum tópico específico do programa. 
É importante que, em
sua pesquisa, você recorra a fontes confiáveis. Indicamos a 
seguir alguns endereços
eletrônicos cuja consulta é recomendada:
BIBLIOTECA DIGITAL DE TESES E DISSERTAÇÕES (USP)
http://www.teses.usp.br/
PEPSIC – PERIÓDICOS ELETRÔNICOS EM PSICOLOGIA
http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php
BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE (BVS)
www.bvs-psi.org.br
PERIÓDICOS CAPES
www.periodicos.capes.gov.br
Se você necessitar de informações adicionais para ampliar 
seus conhecimentos,
solicite-as do professor, nas aulas presenciais.
Questionário
Procedimentos para coleta de dados
A entrevista
Módulo I 
 
O que é pesquisa? 
 
Leitura obrigatória: 
GIL, A. C. Como elaborar projetos de 
pesquisa. São Paulo: Editora Atlas, 2006. 
 
Leitura complementar: 
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa 
social. São Paulo: Editora Atlas, 2006. 
LUNA, V. S. Planejamento de pesquisa. São 
Paulo: EDUC, 2002. 
 
Há muitas formas de conhecer o mundo que nos 
rodeia. Há um conhecimento acumulado 
produzido, a partir da observação e experiência 
cotidiana e da reflexão sobre ela, que 
denominamos conhecimento do senso-comum. 
Há um conhecimento acumulado que atravessa 
as gerações e denominamos tradição cultural. 
Há ainda o conhecimento gerado pelas crenças 
religiosas. Enfim, a nossa relação com as coisas 
e o outro estão permeadas por explicações e 
compreensões geradas das mais diversas 
maneiras. 
 
Todos esses conhecimentos, no entanto, por 
mais úteis que sejam, não são considerados 
conhecimentos científicos. Alega-se que não 
são conhecimentos confiáveis e seguros; 
apresentam muitos equívocos e erros. O 
conhecimento, gerado no campo da ciência, 
apresenta novas leituras a respeito de novos 
objetos. O universo conceitual criado é produzido 
de maneira metódica, sistemática e rigorosa. 
Ainda assim, no âmbito das ciências, as 
discussões sobre o que seria considerado de 
fato um conhecimento científico não apresentam 
consenso. 
De qualquer forma, pode-se afirmar que um 
conhecimento científico apresenta uma 
linguagem própria e rigorosa na sua pretensão 
de explicar e compreender fenômenos. 
A produção de conhecimento científico 
pressupõe a figura do pesquisador. O que 
caracteriza um pesquisador é a sua condição de 
permanente questionamento sobre as coisas do 
mundo e da vida. Não um mero questionamento, 
mas um questionamento sistemático e rigoroso. 
Para dar respostas aos problemas que encontra, 
o pesquisador adota procedimentos específicos 
– racionais e sistemáticos. Ele elege de forma 
criteriosa métodos adequados de investigação. 
Dizemos que ele faz pesquisa, com o intuito de 
produzir um conhecimento que preencha lacunas 
existentes em determinado campo de 
conhecimento. 
 
Vale destacar que o conhecimento científico tem 
um reconhecimento social e ocupa um lugar 
privilegiado, desde o século XVII. 
 
 
Atividades complementares: 
1.Muitos dos conhecimentos científicos se 
transformam em senso comum e mudam o 
senso comum. Tente identificar um 
conhecimento gerado em uma ciência que se 
transformou em discurso do senso comum. 
Investigue como isto se deu. 
 
2. Leia com atenção o exercício abaixo e tente 
respondê-lo. 
 
Segundo Luna (2002), a pesquisa científica 
implica: 
 
a) O uso do método experimental. 
b) Um recorte da realidade. 
c) O uso de entrevistas. 
d) Demonstração da existência de relações 
entre fenômenos. 
e) Análise de relatos dos sujeitos. 
 
A resposta correta é a B. Para que seja possível 
realizar uma pesquisa científica é preciso que se 
faça um recorte da realidade para que se tenha 
um problema viável e passível de investigação. 
 
 
Pesquisa em psicologia 
 
Leitura obrigatória: 
REY, F. G. Pesquisa qualitativa e 
subjetividade – os processos de construção 
da informação. São Paulo: Pioneira Thomson 
Learning, 2005. 
Qual a melhor forma de estudar os fenômenos 
humanos? E os fenômenos psicológicos? 
A institucionalização da ciência se deu de uma 
determinada forma, como já vimos 
anteriormente. A herança positivista marcou e 
ainda marca as discussões permanentes sobre o 
que é de fato conhecimento científico. Nesse 
sentido, conhecimentos produzidos no campo 
das ciências sociais e humanas estão sob 
suspeita permanente. Especificamente, no 
âmbito da ciência psicológica, um dos seus 
principais objetos – a subjetividade – dada a sua 
natureza, fica eliminado sob o paradigma 
positivista. É preciso uma ruptura com esse 
modelo para que a inclusão dos conhecimentos 
psicológicos seja feita. 
 
Rey(2005) parte do princípio de que o 
conhecimento se produz; ele não é uma 
representação da realidade que se nos 
apresenta. Afirma que ao se aproximar dos 
fenômenos que pretende investigar, o acesso já 
está sempre comprometido com as práticas e as 
concepções do pesquisador. Ou seja, não há 
possibilidade de isenção diante do mundo 
externo; e este não tem uma existência 
independente das relações estabelecidas pelos 
sujeitos. Os sujeitos, e neste caso o pesquisador, 
são integrantes do mundo e contribuem para seu 
funcionamento. 
Os sentidos dados para as coisas e fenômenos 
do mundo são modos de interpretar. Neste 
sentido, não há categorias universais deconhecimento, mas construção de categorias 
que são sempre provisórias. 
Segundo Rey(2205), há “...espaços de 
inteligibilidade que se produzem na pesquisa 
científica e não esgotam a questão que 
significam, senão que pelo contrário, abrem a 
possibilidade de seguir aprofundando um campo 
de construção teórica.”(p.6) Nomeia de “zona de 
sentido” esses espaços. Essa formulação 
possibilita que o conhecimento psicológico 
gerado seja reconhecido; tenha valor. O 
conhecimento produzido se torna legítimo, não 
só porque produz novas compreensões sobre a 
multiplicidade de fenômenos, não só porque 
organiza de diferentes modos o empírico, mas 
também porque gera novas ações sobre a 
realidade. 
Questões como validade e generalização dos 
resultados passam por outros critérios; 
legitimam-se as singularidades e as 
peculiaridades como fonte de produção de 
conhecimento. A constituição de um objeto se 
dá no conjunto de idéias contextualizadas 
historicamente; ele depende da maneira como o 
sujeito o expressa e dos contextos de onde ele 
fala. 
 
Atividades complementares: 
 
1.Sugiro a leitura dos capítulos 1e 2 do livro do 
Rey (2005) acima citado. 
 
2.Procure um artigo científico em um dos sites 
citados na apresentação da disciplina e 
identifique quais foram os conhecimentos 
produzidos pela pesquisa. 
3. Leia com atenção o exercício abaixo e tente 
respondê-lo: 
Considerando os pressupostos acima 
apresentados, leia as afirmações abaixo: 
I.Tanto na ciência quanto na vida cotidiana, os 
fatos não falam por si, qualquer conhecimento 
está impregnado de teoria. 
II. A teoria proporciona uma estrutura para o 
entendimento de um fenômeno e uma base para 
considerar como pode ser organizado o que é 
desconhecido. 
III. Sem uma teoria não há nada a pesquisar. 
IV. Conceitos oferecem maneiras de se olhar o 
mundo que são essenciais na definição de um 
problema de pesquisa. 
V. Ao mudar a perspectiva teórica, o mundo que 
está sendo investigado também muda a sua 
forma. 
 
Considerando os pressupostos acima 
apresentados, leia as afirmações abaixo: 
 
I.Tanto na ciência quanto na vida cotidiana, os 
fatos não falam por si, qualquer conhecimento 
está impregnado de teoria. 
 
II. A teoria proporciona uma estrutura para o 
entendimento de um fenômeno e uma base para 
considerar como pode ser organizado o que é 
desconhecido. 
 
III. Sem uma teoria não há nada a pesquisar. 
 
IV. Conceitos oferecem maneiras de se olhar o 
mundo que são essenciais na definição de um 
problema de pesquisa. 
 
V. Ao mudar a perspectiva teórica, o mundo que 
está sendo investigado também muda a sua 
forma. 
 
Considerando as afirmações acima, assinale a 
alternativa correta: 
 
a)Todas as afirmações estão corretas. 
b)Apenas as afirmações I, III e V estão corretas. 
c) Apenas as afirmações II, IV e V estão 
corretas. 
d) Apenas as afirmações II, III e IV estão 
corretas. 
e) Apenas as afirmações I, II e III estão corretas. 
 
Todas as afirmações acima estão coerentes com 
as concepções apresentadas no texto acima, 
portanto a alternativa correta é a A. 
Módulo II 
Tipo de pesquisas 
Leitura obrigatória: 
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 
São Paulo: Editora Atlas, 2006. 
Leitura complementar: 
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa 
social. São Paulo: Editora Atlas, 2006. 
De acordo com Gil (2006), metodologia não é 
sinônimo de métodos e técnicas. Metodologia é 
uma disciplina a serviço da pesquisa; estuda os 
caminhos e os instrumentos usados para a 
produção do conhecimento científico. Trata-se de 
uma discussão e problematização teórica 
sobre os meios de se fazer ciência. 
Métodos é um conjunto de procedimentos 
técnicos usados na investigação que possibilita 
gerar um conhecimento rigoroso. Há vários tipos 
de métodos adotados pelas diferentes 
ciências. 
Gil (2006) divide-os em dois grupos: “o dos que 
proporcionam as bases lógicas da 
investigação científica e o dos que esclarecem 
acerca dos procedimentos técnicos que 
poderão ser utilizados.”(p.26 e 27) 
Referem-se ao primeiro grupo: método indutivo, 
dedutivo, hipotético, dialético e 
fenomenológico. 
Referem-se ao segundo grupo: método 
experimental, estatístico, clínico, comparativo, 
observacional, monográfico. 
Há vários tipos de pesquisas, que dependem dos 
critérios de classificação. Apresentaremos 
algumas delas, seguindo as divisões de 
Gil(2006). 
Uma primeira classificação diz respeito ao 
gênero da pesquisa: 
a) teórica que tem como objetivo estudar teorias 
e/ou conceitos, formular teorias etc; 
b) empírica que tem como objetivo descrever, 
explicar e/ou compreender fenômenos; 
c) metodológica que investiga os modos de se 
fazer ciência; 
d) prática que tem como objetivo intervir na 
realidade. 
Uma outra classificação se refere aos objetivos 
gerais: 
a)pesquisas exploratórias; 
b)pesquisas descritivas; 
c)pesquisas explicativas. 
Uma outra classificação se refere aos 
procedimentos adotados para a coleta de dados: 
a)pesquisa bibliográfica e documental; 
b)pesquisas, cujas fontes são pessoas: 
experimental, estudo de caso, levantamento, 
estudo 
de campo, entre outras. 
Atividades complementares: 
1.Para a compreensão dos vários tipos de 
métodos e pesquisa citados acima , leia os 
capítulos II, III e VI do livro “Métodos e técnicas 
de pesquisa social”, citado acima nas leituras 
obrigatórias. 
2. Leia com atenção o exercício abaixo e tente 
respondê-lo: 
O levantamento é um tipo de pesquisa que se 
caracteriza pela interrogação direta das 
pessoas cujo comportamento se quer conhecer. 
Em relação a este tipo de pesquisa, pode-se 
afirmar: 
a)Todos os integrantes da população estudada 
devem ser investigados, caso contrário não é 
possível estender os resultados para a totalidade 
do universo. 
b)É possível pesquisar uma parte da população 
estudada, desde que a amostra seja 
estabelecida através de procedimentos 
estatísticos. 
c)Os dados obtidos no levantamento devem ser 
categorizados e depois submetidos à análise 
de conteúdo. 
d)Mediante levantamentos, é possível, não 
apenas obter grande quantidade de informações 
a 
respeito dos sujeitos, como investigar 
profundamente esses fenômenos. 
e)As conclusões obtidas nos levantamentos 
nunca permitem projetá-las para a totalidade do 
universo da população estudada. 
A resposta correta é a B. Não há necessidade de 
se investigar todos os integrantes da 
população definida como sujeito. Há 
procedimentos estatísticos que definem a 
amostra 
necessária para que se possa obter certa 
generalização. 
Pesquisa qualitativa 
Leitura obrigatória: 
MINAYO, M. C. Pesquisa Social: teoria, método 
e criatividade. Petrópolis,RJ: Editora 
Vozes, 2007. 
A diferença entre a pesquisa qualitativa e a 
pesquisa quantitativa não está apenas nos 
métodos utilizados por uma e outra. Cada uma 
delas está assentada em pressupostos 
diferentes. 
A pesquisa qualitativa pressupõe que a realidade 
social é construída e os significados das 
coisas são atribuídos pelos sujeitos; o 
conhecimento é visto como campos de 
inteligibilidade 
construídos pelos sujeitos, portanto não há uma 
independência do objeto em relação ao 
sujeito e o conhecimento não é uma descoberta 
de uma verdade que emana do objeto. 
E qual seria o melhor método de pesquisa? Não 
há um método melhor. Há um método mais 
adequado à obtenção dos dados necessários 
para responder ao problema de pesquisa. Não 
se pode então, definir prematuramente um 
instrumento de pesquisa para a coleta de dados, 
por ex. o uso de questionário, sem que se tenha 
delineado e circunscrito o problema a ser 
pesquisado. E as questões formuladas estão 
vinculadas a perspectivas teóricas, ou seja, a 
um conjunto de conceitos que direciona o olhar 
sobre as coisas e os fenômenos. Essa 
formulação de perguntas, muito mais complexa 
do que revela à primeira vista, é que determinará 
o caminho a seguir. 
As técnicas e/ou instrumentos para a coleta de 
dados, bem como as formas de proceder à 
análise dosdados são escolhidas pela 
possibilidade de viabilizar a pesquisa. 
Segundo Minayo(2207), a pesquisa qualitativa 
abrange fenômenos humanos associados às 
representações, às intencionalidades e às 
relações; envolvem significados, crenças, 
valores, 
atitudes etc. A diferença da natureza dos 
fenômenos exige abordagens diferentes. Alguns 
exemplos de pesquisas qualitativas: estudo de 
caso, estudo etnográfico, pesquisa-ação, 
pesquisa participante etc. 
Atividades complementares: 
1.Procure resumos de artigos científicos em sites 
citados na apresentação da disciplina, leia 
atentamente os objetivos das pesquisas e, a 
partir deles, identifique se a pesquisa realizada 
foi uma pesquisa qualitativa ou quantitativa. 
2.Leia as afirmações abaixo e assinale a 
alternativa correta: 
a)Uma pesquisa qualitativa investiga o sentido e/
ou o significado de um determinado tema 
para um determinado grupo social. 
b) Uma pesquisa de campo é necessariamente 
uma pesquisa qualitativa. 
c) Uma pesquisa exploratória investiga novos 
aspectos de fenômenos já conhecidos. 
d) Quando se fala em pesquisa quantitativa, tem-
se duas variáveis relacionadas num campo 
de pesquisa. 
e) O uso de tabelas é incomum quando se faz 
uma pesquisa qualitativa. 
A resposta correta é a A. A pesquisa qualitativa 
tem dente os seus focos os significados e 
sentidos atribuídos pelos indivíduos. As demais 
afirmações não são específicas de uma ou 
outra pesquisa. 
Pesquisa quantitativa 
Leitura obrigatória: 
MINAYO, M. C. Pesquisa Social: teoria, método 
e criatividade. Petrópolis,RJ: Editora 
Vozes, 2007. 


Leitura complementar: 
A pesquisa quantitativa é de natureza diferente. 
Seus pressupostos estão assentados nos 
princípios clássicos das ciências da natureza: há 
uma realidade independente do sujeito e há 
nela leis universais que precisam ser 
descobertas, a partir da utilização de métodos 
adequados. 
Pretende-se com a pesquisa quantitativa 
estabelecer as causas ou estabelecer 
correlações 
entre variáveis de fenômenos objetivos que não 
sofrem a interferência do pesquisador. A 
pesquisa permite uma generalização dos 
resultados, além da possibilidade de reprodução 
e 
verificação. A linguagem matemática – medidas, 
variáveis – e os procedimentos estatísticos 
são usualmente adotados. Alguns exemplos de 
pesquisas quantitativas: delineamento 
experimental, delineamento correlacional, survey 
etc. 
Por se inscreverem e compartilharem de um 
modelo reconhecido como científico, as 
pesquisas ganham mais facilmente a 
credibilidade e o status de cientificidade, 
enquanto as 
pesquisas qualitativas são caracterizadas como 
frágeis e, muitas vezes, suspeitas de não 
gerarem conhecimentos confiáveis. 
Apesar das controvérsias existentes e 
discussões sobre as pesquisas qualitativas e 
quantitativas, há movimentos de integração das 
duas abordagens ou de complementaridade. 
Minayo (2007) afirma que a oposição existente 
entre as duas perspectivas, quando bem 
trabalhadas pode ser uma estratégia rica e 
produtiva. 
Atividades complementares: 
1.Procure resumos de artigos científicos em sites 
citados na apresentação da disciplina, leia 
atentamente os objetivos das pesquisas e, a 
partir deles, identifique se a pesquisa realizada 
foi uma pesquisa qualitativa ou quantitativa. 
2.Leia com atenção o exercício abaixo e tente 
respondê-lo: 
Considere as afirmações abaixo: 
I.Um dos critérios usados na pesquisa 
quantitativa se refere ao grau de confiabilidade, 
ou 
seja, a probabilidade da replicação dos dados 
encontrados por outros pesquisadores futuros . 
II.Os instrumentos de coleta de dados em si não 
têm valor intrínseco. 
III. A entrevista aberta é bastante útil para se ter 
acesso às atitudes e aos valores dos 
indivíduos. 
IV. Pesquisadores quantitativos não usam 
entrevistas, porque não podem confiar e validar 
os 
dados obtidos, tendo em vista a impossibilidade 
de padronizar perguntas. 
V.Entrevistas nunca permitem acesso direto aos 
fatos e/ou experiências. 
Considerando as afirmações acima, assinale a 
alternativa correta: 
a) Apenas as afirmações I, II, IV e V estão 
corretas. 
b) Apenas as afirmações I, III, IV e V estão 
corretas. 
c) Apenas as afirmações II, III e IV estão 
corretas. 
d) Apenas as afirmações I, IV e V estão corretas. 
e) Apenas as afirmações I, II e III estão corretas. 
A resposta correta é E. Apenas as afirmações I, 
II e III estão corretas. Pesquisadores 
quantitativos se utilizam sim de entrevistas e 
esse tipo de instrumento pode acessar as 
experiências dos sujeitos. 
Módulo III 
Elaboração de um projeto de pesquisa 
Leitura obrigatória: 
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 
São Paulo: Editora Atlas, 2006. 
Qualquer investigação científica exige do 
pesquisador uma série de ações que serão 
desenvolvidas ao longo da sua efetivação. Essas 
ações sistemáticas demandam um 
planejamento. Planejar é o primeiro passo para a 
realização de uma pesquisa. O projeto de 
pesquisa é a concretização do planejamento. 
Trata-se de um documento que apresenta não 
só 
o que vai ser pesquisado, mas todas as ações 
que serão desenvolvidas em um determinado 
período de tempo. 
De acordo com Gil (2006), não há regras fixas 
quanto à formalização de um projeto, tendo em 
vista as peculiaridades de cada um, mas de uma 
maneira geral algumas informações 
necessariamente deverão constar. São elas: 
a)a formulação d e um problema; 
b)construção de hipóteses; 
c) especificação dos objetivos; 
c)identificação do tipo de pesquisa; 
d)seleção da amostra; 
e)definição e elaboração dos instrumentos de 
coleta de dados e definição das estratégias que 
serão usadas na coleta de dados; 
f)procedimentos para o tratamento das 
informações; 
g)procedimentos para a análise dos dados – uso 
de um referencial teórico para interpretação 
dos dados; 
h)o modo de apresentação dos resultados; 
i)cronograma de execução; 
j)definição de recursos humanos, materiais e 
financeiros. (p.20) 
De acordo com Gil (2006), “... um projeto de 
pesquisa só pode ser definitivamente elaborado 
quando se tem o problema claramente 
formulado, os objetivos bem determinados, 
assim como 
o plano de coleta e análise dos dados.” (p.21) 
Isto quer dizer que, dada a complexidade de 
uma 
pesquisa, a elaboração do projeto 
correspondente será um processo no qual o 
texto final terá 
sofrido muitas alterações antes de chegar à 
escrita definitiva. 
Atividades complementares: 
1. Leia com atenção o exercício abaixo e tente 
respondê-lo: 
Considere as afirmações abaixo: 
I.Logo após a definição de um tema de pesquisa, 
realiza-se um levantamento bibliográfico 
preliminar que facilita a formulação do problema. 
II. O levantamento bibliográfico preliminar pode 
ser entendido como um estudo exploratório, uma 
vez que tem como objetivo familiarizar o 
pesquisador com a área de estudo e delimitar a 
área de estudo, para que o problema possa ser 
definido. 
III.A formulação de um problema de pesquisa 
implica um recorte do tema, tendo em vista que 
um tema pode ser estudado de diferentes 
perspectivas. 
IV.A metodologia se refere à descrição dos 
procedimentos que serão seguidos para a 
realização da pesquisa. 
V.A análise dos dados se referem aos testes de 
hipóteses. 
A partir das afirmações, escolha a alternativa 
correta: 
a)Todas as afirmações estão corretas. 
b) Apenas as afirmações I, III, IV e V estão 
corretas. 
c)Apenas as afirmações I, II, III e IV estão 
corretas. 
d) Apenas as afirmações II, III, IV estão corretas. 
e) Apenas as afirmações II, III, IV e V estão 
corretas. 
A resposta correta é a B. O levantamento 
bibliográfico não se caracteriza como um estudo 
exploratório. Na pesquisa exploratória também 
há com um levantamento bibliográfico que 
ajuda a aumentar a familiaridade com o 
problema. 
Aspectos éticos 
Leituras obrigatórias: 
Resolução CNS 196/96 do Ministério da Saúde. 
Resolução CFP 016/2000 do Conselho Federal 
de Psicologia. 
Nem sempre a expansão do conhecimento 
científico trouxebenefícios à humanidade. O 
exemplo mais banal disto foi a construção da 
bomba de Hiroshima. Há outros infinitos 
exemplos que mostram os inúmeros efeitos 
colaterais dos nossos avanços científicos, 
apesar 
dos enormes progressos. Essas contradições 
merecem a nossa atenção. Está na ordem do 
dia a discussão sobre a ética nas pesquisas, 
principalmente, naquelas que usam seres 
humanos e animais. 
O Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da 
Saúde, instituiu em 1996, a Resolução 
196/96CNS, que regula e normatiza os aspectos 
éticos envolvidos nas pesquisas realizadas 
com seres humanos, no Brasil. 
A Resolução 196/96: 
“...incorpora, sob a ótica do indivíduo e das 
coletividades, os quatro referenciais básicos da 
bioética: autonomia, não maleficência, 
beneficência e justiça, entre outros, e visa 
assegurar os 
direitos e deveres que dizem respeito à 
comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa 
e ao 
Estado”. 
Estabelece ainda: 
“A eticidade da pesquisa implica em: 
a) consentimento livre e esclarecido dos 
indivíduos-alvo e a proteção a grupos 
vulneráveis e aos legalmente incapazes 
(autonomia). Neste sentido, a pesquisa 
envolvendo 
seres humanos deverá sempre tratá-los em sua 
dignidade, respeitá-los em sua autonomia e 
defendê-los em sua vulnerabilidade; 
b) ponderação entre riscos e benefícios, tanto 
atuais como potenciais, individuais ou 
coletivos (beneficência), comprometendo-se com 
o máximo de benefícios e o mínimo de 
danos e riscos; 
c) garantia de que danos previsíveis serão 
evitados (não maleficência); 
d) relevância social da pesquisa com vantagens 
significativas para os sujeitos da 
pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos 
vulneráveis, o que garante a igual 
consideração dos interesses envolvidos, não 
perdendo o sentido de sua destinação 
sóciohumanitária 
(justiça e eqüidade).” 
No campo das pesquisas psicológicas no Brasil, 
temos a Resolução CFP nº 016/2000. 
É importante destacar que ambas as resoluções 
prevêem que os protocolos de pesquisa 
sejam avaliados por um Comitê de Ética e que 
os participantes formalizem a participação na 
pesquisa assinando um termo de consentimento 
livre e esclarecido. Cabe salientar que não 
basta apenas informar ao participante quais são 
os objetivos da pesquisa e quais são os 
procedimentos que se submeterá, mas é preciso 
que ele compreenda inclusive quais são as 
possíveis conseqü.ncias da sua participação. 
Destaca-se ainda na Resolução CFP 016/2000: 
“A avaliação do risco na pesquisa com grupos 
vulneráveis ou em situação de risco (por 
exemplo, crianças e adolescentes em situação 
de rua, moradores de rua, habitantes de 
favelas e regiões periféricas das cidades, entre 
outros), deverá ser feita somente por 
pesquisadores e profissionais que conheçam 
bem a realidade dos participantes e tenham 
experiência de pesquisa e trabalho com esses 
grupos...” 
Atividades complementares: 
1.Leia com atenção o exercício abaixo e tente 
respondê-lo. 
Em relação aos aspectos éticos relacionados a 
um projeto de pesquisa pode-se dizer que: 
I.Os aspectos éticos, embora definam os critérios 
para serem preservados participantes, 
pesquisadores e instituições envolvidos na 
pesquisa, não são suficientes para impedir a 
realização da pesquisa. 
II. posicionamento ético do pesquisador compõe 
as preocupações mais básicas no 
desenvolvimento de um projeto científico. 
III. Se um pesquisador desenvolve um 
procedimento de investigação que coloque em 
risco 
apenas os aspectos emocionais dos 
participantes e não a sua integridade física, isto 
não 
configura uma situação eticamente 
comprometida. 
Assinale a alternativa correta: 
a)Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
b)Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
d) Apenas afirmativa II está correta. 
e) Todas as afirmativas estão incorretas 
A resposta correta é a D. A afirmação I é 
incorreta, uma vez que os aspectos éticos 
podem 
sim impedir a realização de uma pesquisa. A 
afirmação III também está incorreta, 
principalmente quando se trata de pesquisas 
realizadas no campo da psicologia. 
2. Faça uma reflexão sobre aspectos éticos 
relacionados a seu projeto de pesquisa. Por 
exemplo: por que você está pesquisando esse 
tema? Você avalia que ele vai trazer algum 
benefício para os participantes ou outros 
indivíduos? 
Módulo IV 
Definição do problema 
Leitura obrigatória: 
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 
São Paulo: Editora Atlas, 2006. 
LUNA, V. S. Planejamento de pesquisa. São 
Paulo: EDUC, 2002. 
Toda pesquisa começa com algum tipo de 
questionamento. Esse questionamento pode ser 
um problema passível de investigação científica. 
Mas nem todas as indagações podem ser 
transformadas em problemas de pesquisa. Por 
ex. perguntas formuladas que demandam 
respostas referentes a julgamentos de valor não 
são passíveis de investigação científica. 
Exemplo: qual a melhor abordagem 
psicoterápica? 
De acordo com Gil (2206), para a formulação 
adequada de um problema de pesquisa, 
algumas ações facilitadoras devem ser 
acionadas: “imersão sistemática no objeto, 
estudo da 
literatura existente e discussão com pessoas que 
acumulam muita experiência prática no 
campo de estudo”. (p.26) 
A revisão da literatura referente ao problema de 
pesquisa é imprescindível. 
É fundamental que a formulação do problema 
seja clara e precisa. Isto implica uma 
delimitação do fenômeno a ser investigado 
(recorte da realidade), reduzindo-o a uma 
dimensão que permita ao pesquisador respondê-
lo. A simples definição de um tema de 
pesquisa não representa um problema. Por 
exemplo, o aluno, ao definir que vai realizar uma 
pesquisa sobre relacionamentos amorosos, não 
está formulando um problema viável. Apenas 
está escolhendo um tema. Mas, se o aluno 
definir: “quais são as modalidades dos 
relacionamentos amorosos dos adolescentes da 
cidade de São Paulo?” estará apresentando 
um problema de pesquisa. Claro que este 
problema pode ser um apenas problema 
preliminar 
e que ainda suscite maior precisão. Por ex. com 
a apresentação de uma definição de 
relacionamentos amorosos. Isto indica que o 
detalhamento da pergunta, tornando o problema 
claro e preciso, é um processo. E não é tarefa 
fácil. 
O levantamento bibliográfico sobre o tema, ou 
seja, a leitura de autores que já escreveram 
sobre o tema ajuda nas reformulações 
necessárias do problema. 
Conforme Luna(2002) e Gil (2206), a formulação 
detalhada e clara do problema já dá a 
direção que o pesquisador deve seguir. Ou seja, 
já facilita a formulação de hipóteses, já indica 
os instrumentos necessários para a coleta de 
dados e qual a literatura a ser selecionada para 
a análise dos dados. 
Atividades complementares: 
1.Tente formular um problema de pesquisa sobre 
os temas: agressividade, preconceito racial, 
escolha da profissão. 
2. Leia com atenção o exercício abaixo e tente 
respondê-lo: 
Considerando os aspectos relevantes para a 
formulação de um problema de pesquisa, avalie 
as perguntas abaixo: 
I.O que leva os jovens a consumirem drogas? 
II. As leituras de autores brasileiros são mais 
adequadas para alunos de escola pública? 
III. Quais foram os efeitos das alterações na 
conceituação de deficiência mental nos cuidados 
com os deficientes mentais? 
IV.Como jovens solteiros, adeptos das religiões 
X e Y, lidam com a proibição de manter 
relacionamentos sexuais antes do casamento? 
V.A redução da idade para efeito de 
responsabilidade penal diminuiria a prática de 
crimes 
praticados por adolescentes. 
São problemas de pesquisa: 
a)Apenas II, III e IV. 
b)Apenas I, II e V. 
c)Apenas III e IV. 
d)Apenas IV. 
e)Apenas I, III e IV. 
A resposta correta é C. A pergunta formulada na 
I é tão ampla que não haveria a 
possibilidade de respondê-la. A pergunta 
formulada na II exige um julgamento de valor, o 
que 
não caberia em uma pesquisa científica. No item 
V, temos uma afirmação e não uma 
pergunta. 
Formulação de hipótesesLeituras obrigatórias: 
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 
São Paulo: Editora Atlas, 2006. 
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa 
social. São Paulo: Editora Atlas, 2006. 
Hipótese, segundo o dicionário Aurélio, é uma 
conjetura, uma proposição. Do ponto de vista 
de uma pesquisa, uma hipótese é uma resposta 
possível ao problema apresentado, portanto 
provisória; é uma possibilidade de resultado. A 
hipótese deriva assim, do problema e orienta a 
investigação, tendo em vista que se pretende no 
final do estudo confirmá-las ou refutá-las. 
Há vários tipos de hipóteses. Gil(2006) 
apresenta a seguinte classificação: 
a)casuísticas; 
b)referentes à freqü.ncia do acontecimento; 
c)referentes a relações entre variáveis: causais, 
simétricas, assimétricas e recíprocas. 
A formulação das proposições hipotéticas deriva 
de várias fontes: de teorias ou de outras 
pesquisas sobre o tema, da observação 
realizada no cotidiano ou de simples intuições. 
Ainda segundo o autor, as hipóteses precisam 
ter qualidade, ou seja, precisam ter 
possibilidade de ser testadas. Exigem alguns 
requisitos: 
a)apresentar conceitos claros – definições 
operacionais; 
b)especificidade; 
c)empíricas; 
d)parcimoniosas; 
e)ajustadas às técnicas disponíveis; 
f)relacionada a uma teoria. 
Nem todos os projetos de pesquisa apresentam 
hipóteses. Algumas vezes, as hipóteses 
estão implícitas. Nas pesquisas descritivas que 
tem como objetivo apresentar um fenômeno, 
por exemplo, as hipóteses não se apresentam 
formuladas. 
Atividades complementares: 
1.Sugiro a leitura do cap. 5 do livro Métodos e 
técnicas de pesquisa social, para maior 
compreensão dos aspectos relativos à hipótese. 
2. Leia com atenção o exercício abaixo e tente 
respondê-lo. 
Sobre hipóteses: 
I. As hipóteses são levantadas, antes mesmo da 
colocação de um problema passível de 
investigação. 
II. As hipóteses podem ser construídas, a partir 
da observação, dos resultados de outras 
pesquisas, de teorias ou de simples intuições. 
III. Nem todas as hipóteses levantadas, 
inicialmente, são testáveis. 
IV.O levantamento de hipóteses é absolutamente 
necessário em qualquer pesquisa científica. 
V.Em estudo, que tem como objetivo descrever 
fenômenos, nem sempre as hipóteses estão 
formalmente enunciadas. 
Considerando as afirmações abaixo, assinale a 
alternativa correta: 
a) Apenas as afirmações II, III, IV e V estão 
corretas. 
b) Apenas as afirmações II. IV e V estão 
corretas. 
c) Apenas as afirmações I, II e III estão corretas. 
d) Apenas as afirmações III e V estão corretas. 
e) Apenas as afirmações II, III e V estão corretas. 
A resposta correta é a E. A afirmação contida no 
item I está incorreta. Não se formula 
hipótese antes de se ter um problema, tendo em 
vista que a hipótese seria uma possibilidade 
de resposta à pergunta formulada. Quanto a 
afirmação apresentada no item IV, também é 
incorreta. Apesar da maioria das pesquisas 
apresentarem hipóteses, elas não são 
absolutamente necessárias. 
Definição dos participantes 
Leitura obrigatória: 
MINAYO, M. C. Pesquisa Social: teoria, método 
e criatividade. Petrópolis,RJ: Editora 
Vozes, 2007. 
A definição dos participantes e a escolha do local 
para a realização da pesquisa são partes 
integrantes dos procedimentos metodológicos 
empregados. Essas definições já são 
direcionadas, na medida em que o problema é 
claramente formulado. Por exemplo, se o 
problema a ser investigado é: como jovens 
solteiros, adeptos das religiões X e Y, lidam com 
a 
proibição de manter relacionamentos sexuais 
antes do casamento?, os participantes já estão 
praticamente definidos. 
Restam ainda estabelecer alguns critérios de 
inclusão. Por ex.: serão investigados jovens do 
sexo feminino e masculino? Qual será a faixa 
etária? 
Além disto, é preciso estabelecer o número de 
jovens que fará parte do estudo. 
Essa definição é denominada de “seleção da 
amostra” ou “amostragem”. 
Segundo Minayo (2007), há dois tipos de 
amostras: probabilísticas e não – probabilísticas. 
A 
primeira define, a partir de cálculos estatísticos, 
a amostragem mais representativa de uma 
população total a ser investigada. A segunda, 
mais utilizada em pesquisas sociais, não define 
um número de participantes da pesquisa a priori. 
Ou seja, os indivíduos vão participando até 
que se evidencie uma regularidade nos sentidos, 
concepções, explicações etc dos sujeitos. 
Este é o critério de saturação. 
Definidos os participantes, praticamente se 
define o local da pesquisa. No exemplo acima, 
os 
participantes da pesquisa pertencem a 
instituições religiosas. Neste caso, também 
devem ser 
explicitados os critérios de escolhas das 
organizações (por ex. de determinados bairros 
da 
cidade de São Paulo). É preciso estar claro, 
porque determinadas unidades foram incluídas e 
outras não. Essas justificativas devem ser 
coerentes com os objetivos da pesquisa. 
Atividades complementares: 
1. Leia com atenção parte dos resultados de 
uma pesquisa. 
“ Inicialmente, serão apresentados os resultados 
dos questionamentos feitos aos participantes 
acerca da necessidade de formação 
extracurricular na área jurídica. É importante 
lembrar que 
apenas 16% da amostra cursou alguma 
disciplina relacionada à Psicologia jurídica 
durante a 
graduação. Assim sendo, restava saber quais 
cursos os participantes necessitaram buscar a 
fim de complementar sua formação para atuar 
nesse campo. 
Quando questionados sobre a necessidade de 
buscar conhecimentos através de cursos de 
extensão, aperfeiçoamento ou capacitação para 
exercer atividades relacionadas ao meio 
jurídico, em função de falhas na formação 
acadêmica, 80% dos respondentes afirmou ter 
sentido tal necessidade. A seguir estava à 
disposição dos participantes um espaço para 
elencar os três tipos de cursos mais importantes 
que foram buscados. Foi realizada uma 
análise das respostas, que foram agrupadas 
conforme as áreas. Os tópicos mais citados 
foram: avaliação psicológica e documentos 
(45,7%), abuso sexual e violência doméstica 
(17,1%) e Psicologia da família (11,4%). [...] 
Todos os participantes afirmaram conhecer o 
instituto da guarda compartilhada, sendo que 
80% tem experiência no assunto e 20% não teve 
até o momento nenhuma experiência 
profissional relacionada ao tema. Ao serem 
questionados sobre sua opinião, 64% mostrou-
se 
favorável à guarda compartilhada, 8% 
desfavorável, e 28% afirmou não ser possível 
emitir 
uma opinião sem analisar a situação concreta, 
devido à alta individualização dos casos. [...] 
Em relação à síndrome de alienação parental, 
77,5% dos participantes conhecia o termo, 
enquanto 22,5% o desconhecia. Dentre os que 
conheciam essa denominação, 73,7% tem 
experiência no assunto, 7,9% não tem 
experiência e 18,4% relaciona o assunto com 
falsas 
acusações de abuso sexuaL.[...]” (Lago, V. e 
Bandeira, D. A Psicologia e as demandas atuais 
do Direito 
de Família. Revista Psicologia Ciência e 
Profissão, n°2, ano 2009.) 
Considerando o texto acima, assinale a 
alternativa incorreta: 
a)A maioria dos participantes não teve a 
disciplina Psicologia Jurídica em seu curso de 
graduação. 
b)É preocupante que 18,4% dos psicólogos 
jurídicos não conheçam o termo síndrome de 
alienação parental. 
c) A maioria dos participantes conhece e tem 
experiência nas demandas questionadas. 
d) Provavelmente, a maioria dos sujeitos da 
pesquisa eram psicólogos que estavam 
vinculados ao Poder Judiciário. 
e) O instrumento utilizado para a coleta de dados 
foi um questionário. 
A resposta correta é a B. A afirmação contida na 
alternativa B é o único dado incorreto da 
pesquisa apresentada no texto acima. 
Módulo V 
Procedimentos para coleta de dados 
Leitura obrigatória: 
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 
São Paulo: Atlas, 2006 
Leitura complementar: 
MINAYO, M. C. Pesquisa Social: teoria, método 
e criatividade. Petrópolis – RJ: 
Editora Vozes, 2000. 
Seja qual for o referencial teórico utilizado em 
uma pesquisa,é imprescindível que se 
estabeleçam quais são as ações que gerarão as 
informações necessárias para responder às 
perguntas formuladas – problema de pesquisa, 
tendo em vista que um problema que 
demanda investigação científica não pode ser 
respondido diretamente. 
A definição dos instrumentos e/ou técnicas que 
serão utilizados para a coleta de dados está 
diretamente vinculada aos objetivos da pesquisa. 
O problema de pesquisa e as hipóteses 
formuladas dirigem o pesquisador na eleição de 
um (ou mais) instrumento e/ou técnica que 
sejam adequados à coleta dos dados. Sendo 
assim, o instrumento e/ou a técnica que serão 
adotados só serão definidos a posteriori, ou seja, 
após a definição dos objetivos geral e 
específicos da pesquisa. Trata-se muito mais de 
uma decorrência do que de uma escolha. 
Há vários instrumentos e técnicas utilizados em 
pesquisa para a coleta de informações: 
questionários, entrevistas, observações, 
documentos, testes, escalas etc. Cada um 
desses 
instrumentos tem as suas peculiaridades; 
apresentam vantagens e desvantagens. É 
preciso 
que o pesquisador os conheça para que possa 
selecionar aquele que melhor servirá aos 
propósitos da sua pesquisa. 
As entrevistas e observações são técnicas muito 
comuns em pesquisas qualitativas, assim 
como os questionários tem sido associados à 
pesquisa quantitativa. . Contudo, o uso desses 
instrumentos não define, por si só, o tipo de 
pesquisa. 
Atividades complementares: 
1.Formule dois problemas diferentes de pesquisa 
referentes ao seu tema e identifique qual 
seria o instrumento melhor para utilizar na coleta 
de dados de cada pesquisa. 
2.Considerando a formulação da questão 1., 
justifique porque seria melhor usar tal 
instrumento e não outro. 
3. Leia com atenção os trechos abaixo de um 
artigo científico e tente responder a questão 
apresentada. 
“Este artigo trata da análise da atividade 
desenvolvida por um grupo de mulheres, em 
uma 
cidade do interior da Região Nordeste do Brasil, 
que se dedicam a um artesanato denominado 
“labirinto”. Trata-se de um bordado trabalhoso, 
utilizado para produzir peças de decoração e 
vestuário. O objetivo do estudo é verificar a 
relação das condições e da organização do 
trabalho e a saúde das labirinteiras. Foram 
utilizados os aportes teóricos da ergonomia da 
atividade e da psicodinâmica do trabalho, por 
permitirem analisar o trabalho real e as 
vivências subjetivas de prazer e sofrimento 
ligadas ao trabalho. Como instrumentos 
metodológicos foram utilizados….” 
(Cunha, T.B. e Vieira, S.B. Entre bordado e 
renda: condições de trabalho e saúde das 
labirinteiras de 
Juarez Távora/Paraíba. Revista Ciência e 
Profissão, 2009, nº 2, p.259) 
Considerando o texto acima, complete a frase 
final, escolhendo a alternativa correta: 
a)questionários e entrevistas. 
b)observações e entrevistas. 
c)entrevistas individuais. 
d)testes ergonômicos e observações. 
e)observações e questionários. 
Sugiro que antes de tentar responder a questão 
e ler o gabarito, procure em um site (Google 
acadêmico, por exemplo) a palavra ergonomia e 
leia algum artigo que explique a que este 
conceito se refere. Se você já tem esse 
conhecimento, vá direto à questão. 
A reposta correta é B. O termo ergonomia já dá a 
dica de um instrumento utilizado 
necessariamente para a análise ergonômica do 
trabalho – observação da situação de trabalho 
- e a frase “analisar o trabalho real e as vivências 
subjetivas de prazer e sofrimento ligadas 
ao trabalho” confirma e completa a informação. 
A entrevista 
Leitura obrigatória: 
MACEDO, M. e CARRASCO, L.(org). 
(Con)textos de entrevista – olhares diversos 
sobre a 
interação humana. São Paulo: Casa do 
Psicólogo, 2005. 
Leitura complementar: 
VERGARA, S.C. Métodos de coleta de dados no 
campo. São Paulo: Atlas, 2009, Cap. I. 
A entrevista é um dos recursos mais utilizados 
nos diversos campos de atuação do psicólogo, 
ainda que comumente seja mais associada à 
prática clínica. De um modo geral, podemos 
caracterizar a entrevista como um espaço de 
conversação que se estabelece entre duas ou 
mais pessoas com o objetivo de se obter 
informações. 
Cabe ressaltar que não estamos referindo-nos a 
qualquer conversa ou diálogo social. Realizar 
uma entrevista no campo da Psicologia não 
significa apenas estabelecer uma conversa com 
o 
entrevistado. Nesse caso, toda entrevista tem 
um objetivo específico e está sustentada por 
uma teoria. Ou seja, a escuta do entrevistador é 
mediada pelo conjunto de conceitos que 
adota. Há sentidos e significados atribuídos 
àquilo que se fala. 
A entrevista é uma técnica privilegiada de 
investigação que possibilita, através da palavra, 
acessar a subjetividade do indivíduo. 
Particularidades do sujeito que não são captados 
em 
outros procedimentos podem vir à tona e serem 
percebidos pelo entrevistador. Daí a 
interdependência dos envolvidos no 
estabelecimento do diálogo. A entrevista , seja 
ela qual for, 
é um instrumento privilegiado de acesso ao 
outro. 
Apesar de ser uma técnica que pressupõe um 
campo estruturado – papéis e objetivos definidos 
- não se pode prever ou garantir o que 
acontecerá no decorrer de uma entrevista. Em 
se 
tratando de interação humana, muitos 
fenômenos podem ocorrer. 
No âmbito da psicologia, as informações obtidas, 
através de uma entrevista, podem ser 
necessárias para a realização de um 
psicodiagnóstico, de orientação, de coleta de 
dados para 
uma pesquisa etc. 
Atividades complementares: 
1.Identifique na prática clínica um tipo de 
entrevista com um roteiro de perguntas e 
apresente os seus objetivos. 
2. Identifique na prática clínica um outro tipo de 
entrevista em que não se tem um 
roteiro previamente definido e apresente os seus 
objetivos. 
3. Leia com atenção o exercício abaixo e tente 
respondê-lo. 
Considere as afirmações abaixo, a respeito de 
entrevistas: 
I.A entrevista clínica não possui qualquer roteiro 
porque no espaço clínico pretende-se que o 
sujeito se expresse livremente sobre o quer 
quiser. 
II.A diferença entre a entrevista clínica e a 
entrevista em pesquisa está nos objetivos de 
cada 
uma. 
III.Uma entrevista em pesquisa geralmente tem 
um roteiro definido, porque em qualquer 
pesquisa sempre há objetivos geral e específicos 
que devem ser atendidos. 
IV.A entrevista em psicodiagnóstico é semi-
dirigida, porque não se tem objetivo terapêutico 
nesse processo, mas apenas de se levantar as 
hipóteses diagnósticas. 
V. Na entrevista semi-dirigida em pesquisa, o 
pesquisador tem um roteiro prévio estabelecido 
que lhe serve de guia de modo a garantir que 
todos os temas relevantes sejam abordados. 
A partir das afirmações, escolha a alternativa 
correta: 
a)Apenas as alternativas I, II, IV e V estão 
corretas. 
b)Apenas as alternativas II, III e V estão corretas. 
c)Apenas as alternativas II, III, Iv e V estão 
corretas. 
d)Apenas as alternativas III e V estão corretas. 
e)Apenas as alternativas II e V estão corretas. 
A resposta correta é a E. Os objetivos do 
psicólogo definem o tipo de entrevista que será 
adotada e a maneira como será realizada e não 
a área de atuação em si. O roteiro de uma 
entrevista semi-dirigida em pesquisa tem esse 
propósito de estabelecer todos os temas que 
deverão ser abordados, para que se produzir os 
dados necessários que responderão ao 
problema formulado. 
A entrevista em pesquisa 
Leitura obrigatória: 
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 
São Paulo: Atlas, 2006, Cap. 11. 
Leituras complementares: 
SILVERMAN, D. Interpretação de dados 
qualitativos – métodos para análise de 
entrevistas, textos e interações. Porto Alegre: 
Artmed, 2009. 
VERGARA, S.C. Métodos de coleta de dados no 
campo. São Paulo: Atlas, 2009, Cap. I. 
A entrevista é uma técnica de coleta de dados. 
Através de perguntas, o entrevistador obtém 
as informações necessárias a sua investigação: 
sentimentos, intenções, opiniões, 
pensamentos etc do entrevistado. 
Segundo Gil (2006), Há vantagens e 
desvantagens dese utilizar a entrevista em uma 
pesquisa. Apresenta as seguintes vantagens: 
1. acessa várias informações sobre os mais 
diferentes aspectos da vida social; 
2. possibilita aprofundar o conhecimento sobre o 
comportamento humano; 
3. é possível transformar as informações em 
dados de pesquisa: classificar e quantificar; 
4. aplica-se a participantes sem qualquer grau de 
escolaridade; 
5. o número de informações obtidas é maior; 
6. permite uma flexibilidade maior do 
entrevistador que pode esclarecer melhor as 
perguntas e as respostas; 
7. possibilita ter outros conhecimentos sobre o 
participante, tendo em vista a sua presença: 
tonalidade de voz, modo de se expressar, 
postura corporal etc. 
As limitações da entrevista seriam: 
1. pouca motivação do participante; 
2. pouca compreensão do sentido das 
perguntas; 
3. dificuldades do participante em se expressar; 
4. o aspecto pessoal e as opiniões do 
entrevistador influenciarem as respostas do 
entrevistado; 
5. o custo maior com o treinamento e a 
realização das entrevistas. 
As entrevistas em pesquisa pressupõem um 
roteiro que seja pertinente à pesquisa que se 
realiza. Esse roteiro pode ser mais ou menos 
estruturado; e a estruturação do roteiro define o 
tipo de entrevista que será adotado na pesquisa. 
Atividades complementares: 
1.Apresente um problema de pesquisa a respeito 
de seu tema que requeira a realização de 
entrevistas para a coleta de dados. 
2. Elabore um roteiro de pesquisa para o 
problema acima. 
3. Leia com atenção o exercício abaixo e tente 
respondê-lo. 
Qual é a relação entre os relatos de um 
entrevistado e a realidade que ele descreve? 
Assinale a alternativa certa: 
a)Os relatos são sempre verdadeiros para o 
entrevistado, mas não necessariamente para o 
entrevistador. 
b)Os relatos não descrevem a realidade porque 
não se pode ter acesso à realidade em si. 
c)Os relatos de uma entrevista dão 
potencialmente acesso aos fatos, desde que 
alguns 
cuidados sejam tomados: perguntas testadas e 
padronizadas e seleção aleatória da amostra 
de entrevistados. 
d)Os relatos das entrevistas são sempre 
construções de significados e o que interessa ao 
entrevistador é como os significados são 
construídos. 
e)O modo como serão tratados os relatos dos 
entrevistados depende do modelo teórico 
adotado pelo entrevistado. 
A resposta correta é E. Os relatos das 
entrevistas poderão ser considerados como 
narrativas, 
como descrições da realidade etc, dependendo 
do modelo teórico do pesquisador e, portanto, 
dos pressupostos epistemológicos, ontológicos e 
antropológicos. 
Módulo VI 
Tipos de entrevistas 
Leitura obrigatória: 
VERGARA, S.C. Métodos de coleta de dados no 
campo. São Paulo: Editora Atlas, 2009. 
Leitura complementar: 
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 
São Paulo: Atlas, 2006. 
As entrevistas utilizadas em pesquisas de campo 
podem ser classificadas: quanto ao número 
de participantes, em individual ou coletiva; e 
quanto à estrutura da entrevista, em aberta, 
semiaberta ou semidirigida e fechada ou dirigida. 
A entrevista individual, como o próprio nome diz, 
é realizada com um único participante de 
cada vez. O número de entrevistados dependerá 
do problema de investigação e da 
representatividade dos participantes. 
Geralmente, não há um número fixo de 
entrevistas já 
definido no projeto de pesquisa; há uma 
estimativa. O número de entrevistados se define 
no 
campo, ou seja, no momento em que as 
informações obtidas começam a se repetir – 
nenhuma informação nova surge – cessam-se as 
entrevistas. A isto se denomina saturação. 
A entrevista coletiva é também chamada de 
grupo focal. O número exato de participantes 
também será definido, a partir do problema de 
pesquisa. No grupo focal, o entrevistador tem o 
papel de moderador. Ele lança um tema ou uma 
pergunta específica para discussão entre os 
participantes. 
A entrevista aberta ou não dirigida é 
caracterizada como espontânea. Ela se distingue 
da 
conversa espontânea apenas porque tem um 
objetivo específico – coletar dados para uma 
investigação. Pretende-se com esse tipo de 
entrevista que o participante apresente uma 
narrativa com as suas opiniões, percepções, 
representações, experiências vividas etc sobre 
um fato, um assunto, um fenômeno. Na 
entrevista aberta é importante que a questão 
inicial 
seja ampla o suficiente e permita ao participante 
falar livremente. 
A entrevista semiaberta ou semidirigida 
apresenta certa estruturação, tendo em vista que 
conta com um roteiro previamente formulado. 
Esse roteiro não é fechado; ele apenas serve 
de guia ao entrevistador para que não perca o 
foco. As questões são formuladas de modo a 
permitir que o entrevistado se expresse 
livremente e possibilita inclusões ou mudanças, 
a 
partir da fala do participante. 
A entrevista fechada ou estruturada apresenta 
um roteiro fixo de perguntas fechadas – que 
exigem uma única resposta do entrevistado - e 
ordenadas. Essa ordem de apresentação das 
perguntas não é variável e não há inclusão ou 
exclusão no roteiro. Esse tipo de entrevista 
geralmente é usado em levantamentos em que 
se exige a participação de muitos 
participantes; além disto, possibilita a análise 
estatística porque as respostas obtidas são 
padronizadas. 
Tanto na entrevista individual como na coletiva, é 
preciso que o pesquisador apresente e 
justifique claramente os critérios de seleção dos 
participantes, bem como a opção pelo tipo de 
entrevista que utilizou. 
Atividades complementares: 
1.Formule um problema de pesquisa que 
requeira a técnica de entrevista fechada como 
procedimento para coleta de dados. 
2.Elabore um roteiro de entrevista para o 
problema formulado. 
3. Leia com atenção o exercício abaixo e tente 
respondê-lo. 
“O Programa Saúde da Família (PSF), porta de 
entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), 
tem como um de seus pilares a formação de 
vínculos de compromisso e co-responsabilidade 
com o usuário, visando ao controle social do 
serviço. O presente artigo objetivou aprofundar 
as formas como esse usuário é posicionado 
pelos profissionais das equipes de saúde do 
PSF... Adotou-se para a análise a perspectiva 
discursiva, que se sustenta no reconhecimento 
da força constitutiva dos discursos e no seu 
papel no ordenamento da vida social e na 
provisão de posicionamentos de sujeitos. As 
construções discursivas foram organizadas pela 
temática evocada, e identificaram cinco tipos de 
discursos: 1)necessidades e problemas dos 
usuários; 2)desconfianças dos usuários em 
relação ao PSF; 3)insatisfações dos usuários 
com 
o serviço; 4)relações de conflito entre 
profissionais e Conselho Gestor e 5) falas de 
coresponsabilidade. 
A análise discursiva evidencia as dificuldades de 
trabalhadores e gestores 
em construir relações horizontais e de diálogo 
com os usuários, em função das relações de 
poder vigentes no Sistema Único de Saúde 
(SUS), perpassado por grandes desigualdades 
sociais.” (Traverso-Yépez, M., Morais, A.S. e 
Cela, M. Construções discursivas acerca do 
usuário do 
Programa Saúde da Família (PSF). Revista 
Ciência e Profissão, 2009, nº 2, p.365) 
Considerando o resumo acima, escolha a 
alternativa correta: 
a)É muito provável que tenha sido utilizada 
entrevista fechada, nesta pesquisa. 
b)Com certeza foram realizadas entrevistas 
coletivas, nesta pesquisa. 
c)Com certeza foram realizadas entrevistas 
semidirigidas, nesta pesquisa. 
d)É muito provável que tenham sido realizadas 
observações, nesta pesquisa. 
e)Com certeza foram realizadas entrevistas 
individuais, nesta pesquisa. 
A resposta correta é E. Em se tratando de 
análise discursiva, entrevistas individuais foram 
feitas. É muito provável que tenha sido uma 
entrevista semidirigida, mas não podemos 
afirmar 
com certeza. 
Observação 
Leitura obrigatória: 
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 
São Paulo: Atlas, 2006. 
Leituras complementares: 
VERGARA, S.C. Métodos de coleta de dados no 
campo. São Paulo: Editora Atlas, 2009.Um procedimento importante para a coleta de 
dados em pesquisa é a observação. 
Caracteriza-se pela presença constante do 
pesquisador e percepção deste sem a 
intermediação de outros. Ou seja, os fatos ou 
fenômenos são diretamente percebidos e 
registrados. A desvantagem deste procedimento 
diz respeito à interferência que a presença 
do pesquisador produz naqueles que estão 
sendo observados. As pessoas observadas 
reagem de alguma maneira à presença de um 
terceiro. Com isto podem perder a 
espontaneidade, disfarçar ou ocultar alguns 
comportamentos, controlar outros etc. 
Gil (2006) classifica as observações em: simples, 
participante e sistemática. 
A observação simples é informal e espontânea; 
caracteriza-se pela presença do pesquisador 
apenas como um espectador. Ela ultrapassa a 
simples observação de fenômenos porque há 
um controle na obtenção dos dados e esses 
dados serão analisados e interpretados 
posteriormente. Segundo Gil(2006), esse tipo de 
observação é mais utilizado em pesquisas 
exploratórias, para a melhor definição do 
problema e construção de hipóteses. 
A observação participante caracteriza-se pela 
participação ativa do pesquisador na vida do 
grupo ou na situação observada. É bastante 
utilizada por pesquisadores antropólogos no 
estudo de comunidades e culturas específicas. 
Com essa técnica, o pesquisador adquire um 
conhecimento sobre o grupo a partir de sua 
integração a ele. 
A observação sistemática implica em um 
conhecimento prévio do pesquisador sobre o 
grupo 
ou situação a ser observada, para que ele possa 
planejar com antecedência a sua observação. 
Esse planejamento do registro e da organização 
dos dados está diretamente vinculado aos 
objetivos da pesquisa. De acordo com Gil(2006), 
a observação sistemática demanda o 
estabelecimento de categorias prévias para o 
registro dos comportamentos. 
Atividades complementares: 
1.Formule um problema de pesquisa cuja coleta 
de dados indicada seja a observação. 
2.Leia o capítulo 10 do livro indicado na leitura 
obrigatória. 
3. Leia com atenção o exercício abaixo e tente 
resolvê-lo. 
Silverman (2010, p.34), ao discutir sobre a 
pesquisa etnográfica (tipo de pesquisa que se 
utiliza da observação para a coleta de dados), 
apresenta o trecho de um romance Moon 
Palace, de Paul Auster que está reproduzido 
abaixo. 
“No momento em que saímos para a rua, Effing 
começava a sacudir a bengala no ar, 
perguntando em voz alta qual o objeto que 
estava apontando. Logo que eu lhe respondia, 
ele 
insistia que eu descrevesse o objeto para ele. 
Latas de lixo, janelas de loja, portas de entrada: 
ele insistia que eu lhe fizesse um relato preciso 
das coisas, e quando eu não conseguia 
elaborar as frases com a rapidez suficiente para 
satisfazê-lo, ele explodia em fúria. “Pô, 
rapaz”, ele diria, “usa esses olhos na sua 
cabeça! Eu não consigo ver coisa alguma, e 
você 
fica aí dizendo asneiras sobre ‘o poste mais 
comum’, ou ‘perfeita tampa comum de saída de 
esgoto’. Não existem duas coisas exatamente 
iguais, seu tolo, qualquer caipira sabe disso. Eu 
quero enxergar aquilo que estamos vendo, 
maldição, eu quero que você faça com que as 
coisas apareçam para mim!” (Auster, 1990:117) 
Considerando esse texto, podemos afirmar que a 
técnica de observação para coleta de dados 
em pesquisa etnográfica exige: 
a)Descrição detalhada e minuciosa apenas de 
detalhes notáveis, porque o comum todos 
tem acesso. 
b) Descrição detalhada e minuciosa de todos os 
detalhes, mesmo os mais comuns, 
apenas quando se trata de pesquisa de culturas 
desconhecidas. 
c) Descrição detalhada e minuciosa de todos 
detalhes observados, porque é na 
trivialidade do dia-a-dia que emergem as 
diferenças e as situações notáveis. 
d) Descrever de maneira genérica as situações 
corriqueiras e detalhar as situações 
bizarras. 
e) Descrever de maneira genérica as 
similaridades entre as coisas. 
A resposta correta é C. Segundo 
Silverman(2010), o etnógrafo deve ser capaz de 
identificar 
nas situações mais bizarras os aspectos triviais e 
em situações rotineiras, corriqueiras, os 
aspectos mais extraordinários. Além disto, como 
apresenta o texto, é preciso que fazer o leitor 
da observação “ver” o fenômeno descrito. 
Questionário 
Leitura obrigatória: 
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 
São Paulo: Atlas, 2006. 
Leituras complementares: 
VERGARA, S.C. Métodos de coleta de dados no 
campo. São Paulo: Editora Atlas, 2009. 
Outra técnica de coleta de dados bastante 
utilizada é o questionário. São usados para 
investigar opiniões, sentimentos, 
comportamentos, crenças, interesses, 
expectativas etc. Os 
questionários usados em investigação científica 
geralmente apresentam perguntas fechadas, 
abertas ou dependentes. As questões do 
questionário são fundamentais e deverão 
traduzir os 
objetivos da pesquisa, pois são as respostas às 
questões que fornecerão os dados 
necessários para a análise e resposta ao 
problema investigado. Assim, o cuidado na 
construção do questionário e uma aplicação 
prévia - pré-teste – são procedimentos 
importantes para garantir a precisão e validade 
do instrumento. 
Gil (2006) aponta alguns cuidados importantes 
na construção das questões: 
1.devem ser claras e precisas; 
2.não devem permitir interpretações diferentes; 
3.não devem sugerir respostas; 
4.cada uma deve tratar de uma única idéia; 
5. devem considerar os referenciais dos 
participantes. 
É importante avaliar a sequência das questões, 
de maneira a evitar que questões que tendem 
a suscitar resistência ou defesa do participante 
sejam evitadas. 
A principal vantagem do uso do questionário na 
coleta de dados é a possibilidade de se 
investigar um número grande de participantes. 
Geralmente, ele é auto-aplicado e este fato 
facilita a participação das pessoas de um lado, 
mas apresenta uma série de limitações, de 
outro. Dentre as limitações, o acesso as 
informações relativas à auto-aplicação é uma 
conseqü.ncia que se deve considerar, tendo em 
vista que não se terá conhecimento sobre a 
compreensão da questão pelo participante, as 
circunstâncias em que foi respondido e a forma 
como foi feito etc. 
Atividades complementares: 
1.Leia com atenção o capítulo 12 do livro 
indicado na leitura obrigatória. 
2.Formule um objetivo de pesquisa para o seu 
tema de pesquisa e, em seguida, formule 2 
questões claras e precisas que poderiam fazer 
parte de seu roteiro. 
3. Leia com atenção o exercício abaixo e tente 
resolvê-lo. 
“Este estudo teve como objetivo investigar a 
relação entre inclinações profissionais 
(referenciais de carreira) e atitudes em relação à 
carreira profissional em estudantes 
universitários no contexto de um mundo do 
trabalho em transformação. Os estudantes eram 
provenientes de vários cursos (N=493), de 
ambos os sexos, de uma universidade particular 
da cidade de São Paulo. Os referenciais de 
carreira foram avaliados por meio de inventário 
de 
inclinações profissionais, que informa sobre a 
inclinação ao empreendedorismo, à autonomia 
e liberdade, ao altruísmo e à estabilidade e à 
manutenção do estilo de vida, com precisão e 
validade fatorial. Utilizou-se também um 
questionário que informa os motivos para a 
escolha, 
satisfação, comprometimento e empreendimento 
de ações efetivas em relação à carreira 
profissional. Os resultados indicaram que as 
inclinações profissionais estão associadas a 
diferentes atitudes em relação à carreira, 
permitindo concluir que diferentes tipos de 
representações sobre o papel da profissão na 
vida influenciam diretamente no processo de 
formação da identidade profissional desses 
estudantes. (Lemos, C.G. et al. Referenciais de 
carreira e 
identidade profissional em estudantes 
universitários. Revista Ciência e Profissão, 2007, 
nº 2.) 
A partir do texto acima, analise as afirmativas 
abaixo: 
I.Uma questão referente aos níveis de satisfação 
com a carreira poderia apresentar as 
seguintes alternativas: insatisfeito, pouco 
satisfeito, razoavelmente satisfeito,satisfeito, 
muito 
satisfeito. 
II.Em se tratando de pesquisa qualitativa, não 
houve necessidade de se utilizar cálculos 
estatísticos. 
III.O adoção do questionário como instrumento 
de coleta de dados foi adequado ao número 
elevado de participantes na pesquisa. 
IV.As questões constantes do questionário 
provavelmente se referiam a satisfação, ao 
comprometimento com a carreira, motivos para a 
escolha do curso, empreendimento de 
ações efetivas sobre a carreira. 
V.Provavelmente, os questionários foram 
aplicados individualmente, para garantir que 
todas 
as questões fossem respondidas. 
Considerando as afirmações acima, escolha a 
resposta correta: 
a)Estão corretas apenas as afirmativas I, II, IV e 
V. 
b) Estão corretas apenas as afirmativas II, III e 
IV. 
c) Estão corretas apenas as afirmativas I e III. 
d) Estão corretas apenas as afirmativas I, III e IV. 
e) Estão corretas apenas as afirmativas II, IV e 
V. 
A resposta correta é a D. 
Módulo VII 
Procedimentos de análise dos dados 
Leitura obrigatória: 
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 
São Paulo: Editora Atlas, 2006. 
LUNA, V. S. Planejamento de pesquisa. São 
Paulo: EDUC, 2002. 
As informações obtidas pelos instrumentos e/ou 
técnicas utilizados – transcrições de 
entrevistas, registros de observação, protocolos 
de escalas atc - não respondem diretamente 
ao problema de pesquisa. Essas informações 
geradas por procedimentos específicos 
precisam receber um tratamento para serem 
transformadas em dados passíveis de análise e 
assim, produzir conhecimento. 
A transformação das informações em dados de 
uma investigação vai ser definida a partir de 
alguns fatores. Dentre eles, destacamos: a 
abordagem teórica adotada como 
fundamentação 
da pesquisa e consequentemente seus 
pressupostos; o instrumento utilizado na coleta 
de 
dados e a natureza dos dados coletados. 
Uma pesquisa de campo pode exigir tanto uma 
análise estatística de dados quanto uma 
categorização. 
Se a pesquisa realizada foi uma pesquisa 
quantitativa, com amostragem grande, e foram 
utilizados, por exemplo, questionários com 
perguntas fechadas, a transformação das 
informações demanda uma tabulação inicial das 
respostas. É possível, nesses casos, que os 
dados exijam a aplicação de modelos de 
tratamentos estatísticos antes de serem 
interpretados. 
Por outro lado, se a pesquisa realizada foi uma 
pesquisa qualitativa e foram selecionados 
poucos sujeitos para a realização de entrevistas, 
com questões abertas, que produziram uma 
variedade grande de informações, a 
transformação dessas informações em dados 
demanda 
uma série de tratamentos. Por ex., estabelecer 
categorias de análise. 
Muitas vezes, pesquisadores iniciantes, por não 
terem clareza dos objetivos da pesquisa que 
realizam ou por não terem uma fundamentação 
teórica sustentando a investigação, acabam 
gerando uma diversidade enorme de 
informações que não conseguem transformá-las 
em 
dados úteis. Isto dificulta muito o trabalho do 
pesquisador iniciante que tem em suas mãos 
uma imensa quantidade de material para 
interpretar, correndo assim sérios riscos de 
produzir 
várias ambigüidades. 
Atividades complementares: 
1.Leia o exercício abaixo e tente resolvê-lo. 
Segundo Freud, a busca de prazer através do 
corpo e as construções de teorias sobre a 
origem e nascimento das crianças fazem parte 
da infância. Para ele, uma criança bem dotada 
intelectualmente se preocupa com os problemas 
sexuais, isto é, faz parte do desenvolvimento 
“normal” de qualquer pessoa investigar sobre a 
sexualidade. Freud atribui à postura do adulto, 
perante as manifestações da sexualidade na 
infância, fundamental importância para que a 
criança continue ou não motivada em suas 
investigações. Em sua obra, Freud contribuiu 
para 
que pensássemos sobre a importância da 
postura do educador na condução de questões 
relacionadas à sexualidade, de maneira a 
permitir à criança uma postura investigativa. 
(texto 
baseado no artigo de Banzato e Grant, em 
Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, V.17, n. 
1, p. 5-14, jan/abril 2000). 
Com esta preocupação, um grupo de psicólogos 
resolveu pesquisar sobre as representações 
da sexualidade em professores de pré-escola 
presentes nos discursos sobre suas práticas 
educativas. 
A partir do enunciado acima, assinale a 
alternativa correta: 
a)Como o objeto de investigação desta pesquisa 
são as representações da sexualidade dos 
professores da pré-escola, caberia realizar 
observações em sala de aula para verificar de 
que 
maneira eles lidam com as curiosidades sexuais 
das crianças. 
b) Dada a importância das questões ligadas à 
sexualidade para o desenvolvimento psíquico 
infantil, caberia eleger como sujeitos não apenas 
os professores, mas também os pais das 
crianças da pré-escola. 
c)Em se tratando de uma pesquisa qualitativa, 
porque tem como objeto de estudo aspectos 
subjetivos dos sujeitos, o método mais adequado 
seria o fenomenológico. 
d)É necessário estabelecer um número de 
sujeitos suficientes para que a amostra seja 
considerada significativa e a pesquisa seja 
considerada válida. 
e)Esta pesquisa deve fundamentar a sua 
interpretação na análise do discurso dos 
professores, 
uma vez que, de acordo com o referencial 
psicanalítico, o discurso representa o sujeito 
psíquico e tem significados diferentes do que se 
encontram enunciados, podendo revelar assim 
as imagens que os professores construíram da 
própria sexualidade. 
A resposta correta é E. 
Módulo VIII 
Redação do projeto de pesquisa 
Leitura obrigatória: 
MINAYO, M. C. Ciência, técnica e arte: o desafio 
da pesquisa social. In: Pesquisa Social: 
teoria, método e criatividade. Petrópolis – RJ, 
2000. 
Leitura complementar: 
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho 
Científico. São Paulo: Cortez Editora, 2000. 
Segundo Minayo(2007, p.38,39), um projeto de 
pesquisa se constitui de respostas às 
seguintes formulações: 
“- O que pesquisar? (Definição do problema, 
hipóteses, base teórica e conceitual.) 
- Para que pesquisar? (Propósitos do estudo, 
seus objetivos.) 
- Por que pesquisar? (Justificativa da escolha do 
problema.) 
- Como pesquisar? (Metodologia) 
- Por quanto tempo pesquisar? (Cronograma de 
execução.) 
- Com que recursos? (Orçamento) 
- A partir de quais fontes? (Referências)” 
Esses elementos devem estar presentes na 
redação de um projeto de pesquisa. Apesar de 
não haver uma forma única e correta de 
apresentá-los, nesse curso, adota-se o seguinte 
roteiro, constante no “Manual para Elaboração 
de Projetos e Relatórios de Pesquisa”, do 
CEPPE: 
1) Elementos de Identificação 
a) Capa 
b) Folha de Rosto 
2) Sumário 
3) Lista de Figuras 
4) Introdução 
a) Apresentação (não obrigatório) 
b) Tema/Levantamento bibliográfico 
c) Objetivos (Geral e Específico) 
d) Hipóteses 
e) Justificativa 
5) Métodos 
a) Sujeitos 
b) Instrumentos 
c) Aparatos de pesquisa 
d) Procedimentos 
6) Referências Bibliográficas 
7) Anexos 
Nos módulos anteriores, foram apresentados e 
discutidos cada um desses elementos. O que 
cabe agora, portanto, é destacar a escrita 
propriamente dita do projeto. O projeto de 
pesquisa 
é escrito em etapas, como já vimos, e é reescrito 
diversas vezes, até que se chegue a sua 
versão final. E, nesse caso, versão final, porque 
o tempo previsto para finalizá-lo e para 
encaminhá-lo para aprovação já terminou. O que 
significa que se houvesse mais tempo, o 
processo de reescrever continuaria. 
Durante o processo de elaboração das várias 
partes do projeto de pesquisa, não se pode 
perder de vista o leitor do texto. O pesquisador 
não escreve para si mesmo, mas para leitores. 
Essa preocupação mantém o pesquisador atento 
a alguns procedimentos que deverá adotar. 
De um modo geral: 
1.É preciso não perder de vista que o leitor não 
acompanhou a elaboração do projeto, 
portanto, o leitor precisa ler um texto que mostre 
como o problema de pesquisa foi construído. 
2. Não se deve colocar no texto tudo que foi lido, 
mas apenas aquilo queserá útil, que servirá 
efetivamente para a discussão que se pretende 
fazer. 
3. O texto deverá apresentar uma unidade 
inteligível. O texto deve ser claro; apresentar a 
definição dos conceitos que serão utilizados; os 
argumentos devem ser bem fundamentados. 
4. Deve-se manter um diálogo com os autores 
escolhidos e não apenas expor seus 
pensamentos. Isto vai evidenciar que o 
pesquisador leu, compreendeu, refletiu e 
raciocinou 
para elaborar seus argumentos. 
5.Para apresentar seus argumentos (construção 
do problema de pesquisa), o pesquisador 
deve ter uma linha de progressão lógica, em que 
os parágrafos se encadeiem uns aos outros. 
6.Na Introdução, deve-se partir do geral para o 
específico, ou seja, o texto deve afunilar até 
apresentar o problema de pesquisa. 
Chegar ao término do projeto não significa ter 
um texto completo e finalizado. Todo texto (bom 
texto) implica incompletude; tem um caráter 
provisório; está sujeito a revisões e a críticas. 
Atividades complementares: 
1.Releia o seu projeto de pesquisa e reescreva-
o, pensando em um leitor da sua banca.

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