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CLARO ENIGMA (1951) CARLOS DRUMMOND ATENÇÃO: na obra “Claro Enigma”, Drummond coloca o RIGOR FORMAL e a MITOLOGIA da tradição CLÁSSICA a serviço do NIILISMO IRÔNICO e PROSAICO da poesia MODERNA ENTRE LOBO E CÃO poesia FILOSÓFICA e PROBLEMATIZANTE obs: o CARÁTER REFLEXIVO leva o enunciador a constatar a complexidade e a falta de sentido da vida, afastando-o da possibilidade de solução ou ao menos de entendimento dos problemas denúncia do ABSURDO da condição humana (sobretudo, do homem MODERNO) problematização do lugar do POETA no mundo MODERNO ATENÇÃO: minimizando o niilismo da 1ª parte (“Entre lobo e cão”), Drummond admite, nos poemas “Contemplação no banco”, “Sonho de um sonho” e “Cantiga de enganar”, a possibilidade de FUGA por meio da construção IMAGINÁRIA de um mundo IDEAL II. NOTÍCIAS AMOROSAS Drummond INVESTIGA o fenômeno amoroso, que é mantido na esfera do mistério (do “enigma”), embora pareça “socializar” o ser humano III. O MENINO E OS HOMENS Menos niilista, Drummond homenageia (numa sequência de 4 poemas) o neto e os amigos MANUEL BANDEIRA, MÁRIO QUINTANA e MÁRIO DE ANDRADE, enfatizando a ideia de que, mesmo sozinho, o ser humano cumpre um destino de FRATERNIDADE IV. SELO DE MINAS Drummond revisita, em tom amargo, o PASSADO de Minas Gerais e nega as próprias origens familiares, no longo e agressivo “Os bens e o sangue” V. OS LÁBIOS CERRADOS Drummond lamenta as coisas que se perderam no tempo e promove uma espécie de reconciliação com o passado da família (sobretudo, com o PAI) VI. A MÁQUINA DO MUNDO Ao recuperar o NIILISMO da 1ª parte, Drummond recusa a “total explicação da vida”, aceitando o enigma definitivo que é o ser humano e abandonando-se à dor e à solidão ATENÇÃO: o gesto de negar a “máquina do mundo” (no belíssimo poema homônimo, cuja intertextualidade nos remete à obra “Os Lusíadas”, do Camões) confirma o procedimento central do livro “Claro Enigma”: Drummond parte da tradição CLÁSSICA para NEGÁ-LA, sugerindo, assim, que a modernidade (o tempo que nos coube viver) não admite mais o “heroísmo” e o “conhecimento totalizante” que a tradição clássica sempre cultivou
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