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Gestão da Manutenção Prof.ª Sheila Fabiana sheilafmsouza@yahoo.com.br Conceitos • “ São todas as ações necessárias para que um item seja conservado ou restaurado, de modo a poder permanecer de acordo com uma condição especificada.” (ABNT) Introdução • Com a globalização da economia, a busca da qualidade total em serviços, produtos e gerenciamento ambiental passou a ser a meta de todas as empresas. Visões da manutenção Visão arcaica • O Que a equipe de produção tem a ver com este processo? • A manutenção existe para consertar os problemas que ocorrem na fabrica! (manutenção “consertativa!”) • A manutenção é um mal necessário. • A manutenção não agrega nada ao produto. • A manutenção é somente custo. • A manutenção é um problema do departamento (coordenação de manutenção) eu preciso me preocupar com meu equipamento/ processo! Visões da manutenção Visão moderna • O processo de manutenção faz parte do processo produtivo. • A manutenção bem gerida agrega qualidade ao produto final. • Com a boa gestão de manutenção é possível melhorar os custos operacionais. • A manutenção bem gerida melhora a disponibilidade do parque fabril/processo. Globalização • É a integração econômica e tecnológica entre os países dos cinco continentes. Globalização = Qualidade x Produtividade. – Maior número de concorrentes. – Máximo rendimento das máquinas. – Defeito zero. – Preço competitivo. – Manter os clientes e conquistar outros mercados. – Rigor nos prazos. • A manutenção, como todos os órgãos das empresas, assumiu cada vez mais o seu papel de manter cada vez mais o estado de máquinas e equipamentos e prevenir falhas e quebras evitando: – Diminuição ou interrupção da produção – Atrasos nas entregas – Perdas financeiras – Aumento de custos – Defeitos de fabricação – Insatisfação de clientes – Perda de mercado – Etc. • Entende-se por manutenção o conjunto de cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e permanente de máquinas, equipamentos, ferramentas e instalações. Envolvem a conservação, adequação e restauração. Organização da Manutenção • A manutenção nasceu da necessidade de se manter máquinas e equipamentos operando, uma vez que é óbvio, que todo sistema produtivo apresenta falhas e quebras, gerando perdas de diversas formas. • Inicialmente a manutenção era feita pelo próprio operador da máquina, sempre que apresentava falha ou quebra. Breve Histórico • A manutenção, embora despercebida, sempre existiu, mesmo nas épocas mais remotas. • Começou a ser conhecida com o nome de manutenção por volta do século XVI na Europa central, juntamente com o surgimento do relógio mecânico, quando surgiram os primeiros técnicos em montagem e assistência. • Tomou corpo ao longo da Revolução Industrial e firmou-se, como necessidade absoluta, na Segunda Guerra Mundial. • No princípio da reconstrução pós guerra, Inglaterra, Alemanha, Itália e principalmente o Japão alicerçaram seu desempenho industrial nas bases da engenharia e manutenção. • No início da década de 50 surgiu o conceito de Manutenção Preventiva, que é a busca de prevenir falhas e quebras para que elas não aconteçam. • Na década de 60 criou-se o conceito de manutenção sistêmica, onde as empresas eram vistas como um corpo, com os seus órgãos e entre eles a manutenção operando em conjunto, criando uma harmonia na produção final. • Na década de 80 criou-se o conceito de Qualidade Total levando à Manutenção Produtiva Global (TPM). A empresa, agora é vista como um órgão de um sistema muito maior que envolve a sociedade, o país e o mundo. • No Brasil essas fazes iniciais, salvo algumas exceções, chegaram com décadas de atraso visto nosso desenvolvimento industrial ter-se atrasado em relação ao chamado primeiro mundo. Retrospectiva e Evolução da Manutenção • A manutenção evoluiu nos últimos 30 anos se dividindo em três gerações (primeira, segunda e terceira). A Primeira Geração • Corresponde ao período antes da segunda guerra mundial quando a indústria era pouco mecanizada. • É neste período que surge a manutenção corretiva, e a manutenção ocupa um dos níveis mais baixos das organizações. • A manutenção corretiva se caracteriza pela intervenção no equipamento ou ativo da empresa na ocorrência de falha, restabelecendo sua função. A Segunda Geração • Inicia-se na segunda guerra mundial dando inicio à manutenção preventiva. • É nesta época que os investidores avaliam os custos de manutenção e começam a enxergar a manutenção com outros olhos, ocupando assim posição hierárquica compatível à produção. • É neste período que se cria a Engenharia de Manutenção que tem por finalidade assessorar a manutenção, e na década de 60 a manutenção passou a utilizar métodos de controle em decorrência do advento do computador. • A intervenção no equipamento, antecipando as causas prováveis de falhas através das ações determinadas em intervalos fixos de tempo se caracteriza pela manutenção preventiva. A Terceira Geração • Inicia-se a partir da década de 70, com a fundamentação dos conceitos da manutenção preventiva na performance e desempenho dos equipamentos, e por meios de técnicas que fornecem diagnósticos preliminares de falhas dos equipamentos surge a manutenção preditiva. • É neste período que as empresas iniciam o desenvolvimento tecnológico dos seus parques industriais, crescendo na automação e mecanização e iniciando a indicação da confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos. • Portanto, podemos definir a manutenção preditiva como sendo a manutenção preventiva fundamentada no desempenho dos equipamentos por meios de técnicas que fornecem diagnósticos preliminares de falhas Tendências da Manutenção 1940 1950 1960 1970 1980 1990 Primeira Geração Segunda Geração Terceira Geração . Reparar quando quebra . Maior Disponibilidade da Planta. . Maior vida dos Equipamentos . Custos Menores (ênfase na preventiva) . Maior Disponibilidade e Confiabilidade da Planta . Maior Segurança . Melhor qualidade do Produto . Preocupação com o Meio Ambiente. . Maior Vida Útil dos Equipamentos. . Maior efetividade dos Custos. ( TPM, MCC, Qualidade e Confiabilidade) Tendências da Manutenção • A figura mostra as técnicas de manutenção que têm sido aplicadas de 1950 para cá. 1940 1950 1960 1970 1980 1990 Primeira Geração Segunda Geração Terceira Geração . Reparar quando ocorre a Quebra. . Revisões Programadas . Sistemas complexos para programar e Controlar os Serviços. . Computadores Grandes e Lentos. (ênfase na preventiva) . Monitoramento sob Condição ( preditiva ) . Estudos de Risco . Análise de Modos de Falha e Defeitos. . Sistemas Especialistas. . Equipes Multi -Especia - lizadas . . Projetos voltados para a Confiabilidade e Manute - nibilidade . . Computadores Pequenos e Rápidos. ( TPM, Qualidade e Confia - bilidade ) • A manutenção envolve a realização de todas as atividades relacionadas com a conservação das instalações e dos equipamentos, em boas condições de operação e em fazer os reparos necessários quando as falhas ocorrem, para que o sistema possa ter o desempenho esperado. Visão atual “A manutenção existe para que não haja manutenção” • Existem uma série de razões para se querer manter o equipamento e as máquinas em boas condições de operação, como por exemplo: Evitar interrupções na produção Evitar que os custos de produção aumentem Manter a qualidade elevada Evitar perdas de prazos de entrega • Quando o equipamento falha, pode ocorrer uma série de conseqüências adversas: – Poderá ser necessário adiar ordens de produção, diante da diminuição na capacidade de produção; – Poderá ser necessário paralisar a produção, mas o “overhead”¹ continuará, o que irá provocar o aumento no custo unitário; – Poderão ocorrer problemasda qualidade, onde o produto poderá ter defeitos de fabricação; – Poderão ocorrer problemas de segurança, uma vez que os funcionários ou cliente poderão sofrer lesões Fatores para a Manutenção • Humano: Segurança, condições de trabalho e proteção do meio ambiente. • Técnico: Disponibilidade e durabilidade dos equipamentos • Econômico: Menor custo de exploração, menor custo de falha e economia energética Setores que praticam a manutenção Hospitais; Supermercados; Imprensa; Rádio, TV; Laboratórios; Pedreiras, minas; Empresas de Serviço; Municípios; Bombeiros; Transportes: – Rodoviário; – Ferroviário; – Marítmo; – Aeronáutico. Refinarias; Centrais Nucleares; etc … Objetivo • De um modo geral a manutenção em uma empresa tem como objetivo: – Manter equipamentos e máquinas em condição de pleno funcionamento, para garantir a produção normal e a qualidade dos produtos. – Prevenir prováveis falhas ou quebras dos elementos de máquinas. Objetivo da Empresa x Manutenção • Alcançar esses objetivos requer manutenção diária em serviços de rotina e de reparos periódicos programados. Serviços de rotina e Serviços periódicos • Os serviços de rotina constam de inspeção e verificação das condições técnicas das unidades das máquinas. • A detecção e a identificação de pequenos defeitos dos elementos das máquinas, a verificação dos sistemas de lubrificação e a constatação de falhas de ajustes são exemplos dos serviços da manutenção de rotina. • A responsabilidade pelos serviços de rotina não é somente do pessoal da manutenção, mas também de todos os operadores de máquinas. • Os serviços periódicos de manutenção consistem de vários procedimentos que visam manter a máquina e equipamentos em perfeito estado de funcionamento. • Esses procedimentos envolvem várias operações: – monitorar as partes da máquina sujeitas a maiores desgastes; – ajustar ou trocar componentes em períodos predeterminados; – exame dos componentes antes do término de suas garantias; – replanejar, se necessário, o programa de • Os serviços periódicos de manutenção podem ser feitos durante paradas longas das máquinas por motivos de quebra de peças (o que deve ser evitado) ou outras falhas, ou durante o planejamento de novo serviço ou, ainda, no horário de mudança de turnos. • Reparos não programados também ocorrem e estão inseridos na categoria conhecida pelo nome de manutenção corretiva manutenção corretiva. • O acompanhamento e o registro do estado da máquina, bem como dos reparos feitos, são fatores importantes em qualquer programa de manutenção. • Os tomadores de decisão têm duas opções básicas com relação a manutenção: a primeira delas é de natureza reativa e a segunda é de natureza proativa. • As decisões de natureza reativa consistem em lidar com a falhas ou outros problemas quando eles ocorrem. – Este tipo de ação é conhecida como manutenção corretiva. • As decisões de natureza proativa consistem em reduzir as falhas através de uma programação que abrange desde o momento em que o equipamento chega à organização, quando são realizados os procedimentos de inserção no rol do patrimônio da organização, até as ações propriamente ditas de manutenção, tais como: lubrificação, ajuste, limpeza, inspeção e substituição de peças desgastadas. – Este tipo de ação é conhecida como manutenção preventiva Planejamento, programação e controle • Nas instalações industriais, as paradas para manutenção constituem uma preocupação constante para a programação da produção. Se as paradas não forem previstas, ocorrem vários problemas, tais como: – atrasos no cronograma de fabricação, – indisponibilidade da máquina, – elevação dos custos etc. • Para evitar esses problemas, as empresas introduziram, em termos administrativos, o planejamento e a programação da manutenção. • Um plano de manutenção deve responder às seguintes perguntas: – Como? – O quê? – Em quanto tempo? – Quem? – Quando? – Quanto? Planejamento Programação • O plano de execução deve ser controlado para se obter informações que orientem a tomada de decisões quanto a equipamentos e equipes de manutenção. • O controle é feito por meio de coleta e tabulação de dados, seguidos de interpretação. Qualidade em Manutenção (QCAMS) Tipos de Manutenção • Existem dois tipos básicos de manutenção: – Manutenção não planejada – Manutenção planejada. Manutenção Não Planejada • Ocorre quando não há uma programação de data e hora; pode ocorrer a qualquer momento. Por isso é conhecida como CORRETIVA, já que visa corrigir problemas. Divide-se em: – Inesperada: Tem o objetivo de localizar e reparar defeitos repentinos em equipamentos que operam em regime de trabalho contínuo. – Ocasional: Consiste em fazer consertos de falhas que não páram a máquina. Ocorrem quando há parada de máquina, por outro motivo que não defeito, como por exemplo, no caso de atraso na entrega de matéria-prima. Manutenção Planejada • Ocorre com um planejamento e programação prévios. Classifica-se em três categorias: – PREVENTIVA: Consiste no conjunto de procedimentos e ações antecipadas que visam manter a máquina em funcionamento. – PREDITIVA: É um tipo de ação preventiva baseada no conhecimento das condições de cada um dos componentes das máquinas e equipamentos. Esses dados são obtidos por meio de um acompanhamento do desgaste de peças vitais de conjuntos de máquinas e de equipamentos. Testes periódicos são efetuados para determinar a época adequada para substituições ou reparos de peças. Exemplos: análise de vibrações e monitoramento de mancais. – Detectiva: É a manutenção preditiva dos sistemas de proteção dos equipamentos, como painéis de controle por exemplo. Busca falhas ocultas destes sistemas, evitando que os mesmos não operem quando necessário, como um sistema de desligamento automático em caso de super- aquecimento. • Engenharia de Manutenção: É o nível mais elevado de investimento em manutenção. Consiste em buscar as causas da manutenção já no projeto do equipamento, modificando situações permanentes de mau desempenho, problemas crônicos, e desenvolvendo a manutenibilidade. Manutenção Produtiva Total (TPM) • Não é um tipo de manutenção, mas um sistema de gerenciamento completo, envolvendo todos os tipos de manutenção. Foi desenvolvido no Japão e tem uma visão holística, isto é, o operador de uma máquina é responsável mais do que por sua simples operação. Evolução dos Tipos de Manutenção • A manutenção, assim, é considerada estratégica para as organizações, pois ela garante a disponibilidade dos equipamentos e instalações com confiabilidade, segurança e dentro de custos adequados. Qualidade e Planejamento em Manutenção • Para se obter qualidade em manutenção deve- se ter: 1. Qualidade na MÃO DE OBRA 2. Qualidade do SERVIÇO 3. AUDITORIA da Qualidade 4. Programa de AÇÃO CORRETIVA Qualidade e Planejamento em Manutenção (cont.) • 1) Qualidade na MÃO DE OBRA: Há necessidade de termos funcionários selecionados, competentes, proativos, aptos e treinados. A Divisão de RH juntamente com o responsável pelo setor de manutenção exercem papel determinante na escolha e capacitação de bons funcionários; • 2) Qualidade do SERVIÇO (Administração estratégica de serviços): A qualidade de serviço é bastante identificada pelo Cliente. Na prestação de serviços os principais adversários são os próprios membros, deve-se ter consciência da importância e da consequência de seus atos, da competitividade e que o sucesso vem da satisfação dos clientes e o compromisso da alta administração; Qualidade e Planejamento em Manutenção (cont.) • 3) AUDITORIA da Qualidade: Possibilitam a identificação de pequenas falhas do sistema de controle da qualidade e farão sugestões de programas alternativos para ação corretiva; • 4) Programa de AÇÃO CORRETIVA: Recebe o “feed-back” da auditorias realizadas e faz a remoçãodas causas de erros na manutenção através de abertura e acompanhamento de ações corretivas e preventivas; A questão manutenção tem como fator preponderante a redução de custos . Deveria ser tratada como investimento e não como despesa, pois, além de manter determinado bem em funcionamento, mantém também o processo produtivo - razão de existir da organização. Qual a manutenção ideal? • A manutenção ideal de uma máquina é a que permite alta disponibilidade para a produção durante todo o tempo em que ela estiver em serviço e a um custo adequado. (...) “a manutenção tem mudado sua configuração nas estruturas organizacionais, deixando de ser vista como Área geradora de custos e evoluindo para uma área que deve agregar valor aos processos de trabalho e ao negócio”.
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