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URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – AULA 1 – P1 Dr. Agostinho – 03/02/2020 – Resumo da aula Anderson Bastos - Lucas Ribeiro – Guilherme Neves 1 INTRODUÇÃO: “Sempre costumo dizer que primeiro precisamos engatinhar, depois caminhamos e subsequentemente corremos” ... nesse primeiro momento nós precisamos começar a engatinhar, e é o que faremos nessa primeira aula sobre “OXIGENAÇÃO E MANEJO BÁSICO DAS VIAS AÉREAS”. O manejar básico de vias aéreas é aquele em que qualquer profissional de saúde (enfermeiro, técnico de enfermagem, fisioterapeuta, médico) deve ter conhecimento para realizar. O que nós vemos muito, são médicos que se colocam em um patamar pensando que esse patamar básico não compete a ele, mas na verdade é uma forma de se esconder por não saber realizar adequadamente. A OXIGENAÇÃO TECIDUAL: Os Pulmões são ponto inicial do nosso circuito eles que vão carregar as hemoglobinas com oxigênio. Depois das hemoglobinas carregadas nossa vasculatura, chegando aos tecidos, onde o oxigênio vai ser descarregado. Nós vamos perceber nesse processo a interligação dos sistemas: respiratório, cardiovascular e hematopoiético. A importância do oxigênio é simples, ele é o aceptor final de elétrons, não existe vida sem oxigênio. No fim de todo o processo, nós temos como resultante o gás carbônico, que é transportado dos tecidos para os pulmões através do plasma. Então, o sistema respiratório vai interligar o sangue ao meio externo, porque é desse meio externo que precisamos captar o oxigênio. Uma vez captado, o oxigênio chega nos pulmões, é depositado na hemoglobina, para que ela carregue para os tecidos. A grande “locomotiva” de todo esse sistema é o coração, é ele quem vai atuar bombeando e fazendo com que o oxigênio atinja os tecidos. Isso vai resultar na formação de gás carbônico, que difundido no plasma retorna e é excretado pelos pulmões. O que nós precisamos entender, é que qualquer que seja o problema que venha a ocorrer dentro desse desenho esquemático, eu vou comprometer a oferta de oxigênio. Seja o problema no sistema respiratório, cardiovascular ou hematopoiético. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA “É a incapacidade do meu sistema respiratório em captar oxigênio e/ou remover gás carbônico do sangue e dos tecidos”. De uma forma didática, se imaginarmos uma corrente respiratória, qualquer elo dessa corrente que for quebrado pode resultar em insuficiência respiratória. Vamos ver e discutir sobre os elos dessa corrente: Para que a gente respire, é preciso que tenha um disparo que pode ser voluntário ou involuntário. Nós respiramos involuntariamente por ação da ponte e do bulbo, mas se quisermos respirar de maneira voluntária nós vamos usar o córtex e o tálamo. Então, é o disparo que vai fazer com que o impulso elétrico caminhe pelo sistema nervoso periférico. Nós devemos lembrar que para que esse impulso elétrico chegue até a musculatura que responde a respiração, ele passa pelo N. Frênico (que inerva o Diafragma – surge de C3 a C5) e os nervos intercostais (de T1 a T11). Esse impulso elétrico vai atingir a musculatura, se eu quero inspirar nós vamos ter atuação do músculo diafragma, dos músculos intercostais externos e a porção condral dos músculo intercostais internos. O diafragma se assemelha a duas montanhas, quando esse diafragma se contrai ele perde essa conformação, e tende a ficar retificado, quando ele se retifica o conteúdo abdominal desce e jogado para frente, nesse momento estamos URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – AULA 1 – P1 Dr. Agostinho – 03/02/2020 – Resumo da aula Anderson Bastos - Lucas Ribeiro – Guilherme Neves 2 inspirando, é quando aumentamos o diâmetro da nossa caixa torácica supero inferiormente. Associo a isso a contração dos intercostais externos e a porção condral dos intercostais internos, que vão auxiliar na abertura do gradil costal, aumentando o diâmetro latero lateralmente e antero posteriormente. Todo esse mecanismo faz com que seja gerada uma pressão negativa, o que desencadeia a entrada do ar pelas vias aéreas. Para que a musculatura trabalhe, é preciso ter um arcabouço integro (ossos íntegros). Devemos lembrar que as vias aéreas superiores são: epifaringe, mesofaringe e hipofaringe; E as inferiores são traqueia, brônquio, bronquíolos e alvéolos pulmonares. Logo, se algo ruim acontece a musculatura, com o arcabouço, com as pleuras, pode haver então insuficiência respiratória. => RESUMINDO: Então, ocorre o disparo nervoso, a musculatura contrai (arcabouço e pleuras íntegros), gera uma pressão negativa, o ar entra para os pulmões levando oxigênio (cerca de 21%), chega aos alvéolos pulmonares, e são os alvéolos que vão fazer com que esse oxigênio inspirado ganhe a corrente sanguínea, e a hemoglobina (presente nas hemácias) vai captar o oxigênio, o coração então bobeia o sangue e faz com que a hemoglobina leve o oxigênio para onde ele é necessário. -> logo, sempre que estivermos diante de um quadro de insuficiência respiratória temos que pensar qual elo da corrente que se fuderam. CLASSIFICAR A INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA (IR): Nós podemos classificar a insuficiência respiratória através do exame de gasometria arterial. Dentre todas as análises que a gasometria mostra, nós temos a pressão parcial de oxigênio arterial e a pressão parcial de gás carbônico arterial. Através da gasometria, podemos classificar a insuficiência respiratória em TIPO 1 ou HIPOXEMICA, que é quando nós temos uma pressão parcial de oxigênio arterial menor que 60. Podemos classificar em TIPO 2 ou HIPERCAPNICA, quando nós temos uma pressão parcial de gás carbônico arterial acima de 50 (desde que esse paciente não seja um retentor crônico – DPOC, PICKWICK [obeso]). E podemos ainda classificar em TIPO 3 ou MISTA, que é quando ocorre associação das duas anteriores. Nós podemos ainda classificar a insuficiência respiratória quanto a evolução, podendo ser aguda, crônica ou crônica-agudizada. CLÍNICA: Ao nos depararmos com um paciente que tem uma IR do Tipo 1, nós vamos notar como sinais clínicos: 1. Dispneia; 2. Taquidispneia; 3. Uso de musculatura acessória; 4. Tiragem intercostal, supra esternal e supra clavicular; 5. Batimento de aletos nasais; 6. Cianose; 7. Sinais de liberação adrenérgica, até mesmo sinais de HAS; 8. Taquicardia; 9. Sudorese; 10. Alteração do estado mental pela hipóxia (confuso, letárgico, agitado); Na Tipo 2, nós vamos ver um Torpor, que pode evoluir para narcose, ou seja, nós estamos retendo muito gás carbônico. Além disso, temos também outras características, então como sintomas da Tipo 2, podemos destacar: 1. Torpor; 2. Tremores de extremidade; 3. Vasodilatação cutânea; Normalmente a do Tipo 3 se inicia com uma do Tipo 2, e logo depois vai haver comprometimento a troca de oxigênio, evoluindo para o Tipo 3. URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – AULA 1 – P1 Dr. Agostinho – 03/02/2020 – Resumo da aula Anderson Bastos - Lucas Ribeiro – Guilherme Neves 3 Então, ao longo do caminhar do período, vão ser ensinadas normativas (sistematizações), para facilitar a abordagem de pacientes que mostram gravidade no pronto atendimento. Vamos imaginar que estamos na UPS de plantão na sala vermelha, e nesse momento chega um paciente se queixando de muita falta de ar. Nós temos logo que imaginar que “Falta de ar” denota alguma gravidade, pode ser que não seja nada, mas pode ser algo grave, nós só saberemos depois de examinar. Nosso primeiro passo assim que o paciente é colocado no leito é checar a segurança do nosso cenário (se ele for tuberculoso, se ele é vítima de trauma – tudo isso pode trazer riscos para a equipe e para que isso não aconteça é preciso ter um controle de cenário). Por isso, sempre iniciaremos qualquer abordagem controlandoo cenário, o que muitas vezes se resume apenas em EPI’S. Uma vez controlado o cenário, o próximo passo vai ser avaliar o nível de consciência. Nós vamos usar o princípio do AVDI: o “A” é de Alerta, o “V” é do paciente que só responde a estímulos Verbais, o “D” os que só respondem aos estímulos Dolorosos, e o “I” é o que não responde a nada, Inconsciente. Isso é importante pois de cara eu quero descartar a Inconsciência quando eu avalio a AVDI, pois a Inconsciência pode vir como uma parada cardiorrespiratória e com isso eu precisarei atuar de forma imediata. Para a aula de hoje, nós vamos descartar a inconsciência para o nosso paciente, vamos pensar que ele de certa forma ou está alerta, ou respondeu aos estímulos verbais ou aos dolorosos, ou seja, dizemos que ele se move. “Quem se move ganha MOVE” MOVE: M – MONITORIZAÇÃO O – OXIGENOTERAPIA V – VENÓCLIZE E – EXAME OBS.: quando o paciente está inconsciente devemos chamar por ajuda e, quando estamos no intra hospitalar, pedir o carrinho de parada. Caso estejamos no extra hospitalar, pedimos ajuda, pedimos o DEA, e ligamos 192 ou 193. MONITORIZAÇÃO: Através dessa monitorização nós podemos colher algumas informações importantes: • Saturação arterial (oximetria de pulso): o oxímetro vai no dedo, ele nos dá uma curva (pletismografica) em que cada elevação da onda condiz a um pulso e nos dá um valor absoluto em percentil. O valor de corte de saturação usado pelo ACLS é de 94%. • Traçado eletrocardiográfico: não serve para dar diagnóstico, para isso é preciso um ECG de 12 derivações, mas esse traçado serve para nos ajudar a interpretar se está bradcardico, taquicárdico, se é regular ou irregular. • Pressão arterial; • Temperatura; OBS.: é importante ficar atento aos valores de frequência cardíaca do oxímetro, para saber se está havendo um valor fidedigno, é importante se atentar a onda de pulso gerada pela leitura do oxímetro, e comparar a contagem de FC do oxímetro deve ser igual ou muito próxima a contagem do eletro. Logo, qualquer lugar em que for trabalhar tem pelo menos que ter um oxímetro, um esfigmomanômetro, algum aparelho (seja ele uma merda) que te dê algum traçado eletrocardiográfico ao monitor, e um termômetro para aferir a temperatura. URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – AULA 1 – P1 Dr. Agostinho – 03/02/2020 – Resumo da aula Anderson Bastos - Lucas Ribeiro – Guilherme Neves 4 OXIGENOTERAPIA: Nós vamos precisar ofertar oxigênio para nosso paciente, sempre que ele tiver um valor de saturação menor que 94%. Nós temos alguns dispositivos que nos auxiliam na oferta de oxigênio, vamos sempre lembrar de cada um deles: a) Copo Umidificador: nós precisamos umidificar o oxigênio que é ofertado, esse copo acoplado na fonte de oxigênio vai conter água destilada, e as bolhas formadas vão servir para umidificar o ar. b) Fluxometro: é onde o copo umidificador é acoplado, ele tem uma válvula e uma esfera que marca o valor em L/min de oxigênio ofertado ao paciente. c) Cateter Nasal Tipo Óculos: chamado de “seca meleca”, ele é conectado ao Fluxometro e levando a fonte de oxigênio ao paciente. Com esse cateter nasal é possível ofertar de 1 a 6 L/min e aí eu mudo em termos de percentis o quanto de oxigênio eu estou a ofertar, eu saio de 21% (ar ambiente) chegando de 25% a 45%. Não é possível ofertar mais pois esse é o limite do dispositivo, isso denota que eu não posso ofertar oxigênio em altas pressões para o meu paciente que está fudido com cateter nasal tipo óculos, nesses casos eu preciso pensar em outro dispositivo. É a interface mais usada quando se deseja aportar um baixo fluxo de O2. OBS.: então, a escolha do meu dispositivo depende primeiro da disponibilidade (se o seu fundo de quintal só tiver um tipo, você usa aquele), e também vai depender do contesto clínico do paciente, e a tolerância do paciente para com o dispositivo. d) Máscara Tipo Venture: essa máscara é muito interessante pois é possível ter uma fração inspirada de oxigênio muito fidedigna, e é ajustada de acordo com a cor do dispositivo que você escolhe para acoplar (existe um conjunto de cinco dispositivos, com 5 cores, para se acoplar à máscara – no próprio dispositivo, cada cor vem indicando com a FO2 e vem indicando a quantos L/min você deve colocar o Fluxometro). e) Máscara Facial Simples; f) Máscara Com Reservatório, Não Reinalante: a máscara que contém um reservatório eu consigo ofertar frações inspiradas maiores de oxigênio. A não reinalante significa que, quando eu expiro, ela tem um mecanismo valvular que permite a saída do ar expirado com CO2 (impede que ele retorne), e quando eu inspiro a válvula se fecha e eu não inspiro o mesmo gás carbônico que eu inspirei. g) Máscara com Reservatório, com Reinalação Parcial: aqui a única diferença para a anterior é que não tem o mecanismo valvular. Muito usada no pré- hospitalar pelos bombeiros. h) OBS.: nas máscaras com reservatório nós não podemos utilizar baixos fluxos, porque o paciente vai ficar respirando o conteúdo do reservatório plástico, se eu não aportar uma quantidade suficiente de oxigênio – ou seja, se o paciente respirar mais do que está chegando – você vai sufocar o paciente. i) Máscara Tipo Tenda: essa é que normalmente nós vemos na terapia intensiva, na sala de emergência. Então, o importante é interpretar que os dispositivos como a máscara tipo tenda e a com reservatório permitem que eu oferte um quantitativo bacana de oxigênio para o paciente. Em contrapartida o cateter nasal tipo óculos, máscara tipo venture e a facial simples já não permitem um aporte grande de oxigênio. Por isso, eu preciso entender qual dispositivo eu preciso para aquele determinado paciente, por exemplo, não dá para colocar um seca meleca em um paciente grave. � Então, nós já monitorizamos, vamos optar por oxigeno terapia úmida suplementar (se necessário), utilizando-se o valor de corte URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – AULA 1 – P1 Dr. Agostinho – 03/02/2020 – Resumo da aula Anderson Bastos - Lucas Ribeiro – Guilherme Neves 5 de 94%. A forma mais simples de corrigir uma quebra nos elos da nossa corrente é ofertar mais oxigênio – se quebra um desses elos eu preciso aumentar a minha oferta de oxigênio (sair de 21% e chegar até 80% se for o caso). VENÓCLIZE: É um acesso venoso periférico. EXAME: Quando falamos em exame, não estamos falando de exames complementares, estamos falando da avaliação que o médico vai fazer. Essa avalição passa primeiro pela avaliação da patencia das vias aéreas, porque muitas vezes eu vou ter uma via aérea que não está pérvia. A principal causa de obstrução de vias aéreas em um paciente clínico é a queda de língua (ela acontece por exemplo no caso de um paciente hipoxemico que já chega comatoso e por isso desencadeia queda de língua – perde-se o tônus muscular e a língua cai tocando a parede posterior da faringe e o ar não passa), outras causas de obstrução vão ser: corpo estranho, trauma direto. Diante de uma situação em que eu tenho comprometimento da patencia das vias aéreas, eu preciso fazer com que aquela via aérea se torne novamente patente... porque se não, por mais que eu suplemente oxigênio, ele não vai chegar onde eu quero. Por isso, eu tenho que abrir mão de alguma coisa básica para tornar aquela via aérea pérvia – pode ser feita com as manobras manuais, a) Manobras Manuais: são manobras que visam retirar a língua da parede posterior da faringe. Uma delas á a inclinação da cabeça com elevação do queixo, ou temos a manobra de inclinação da cabeça com elevação e tração da mandíbula. Lembrar sempre que, quando eu suspeito de traumatismo raquimedular, ou já tenho ciência disso, eu não posso inclinar a cabeça,nesses casos eu só faço elevação do queixo ou elevo e traciono a mandíbula, sem inclinar a cabeça. A manobra é um trampolim para uma conduta mais especifica caso necessário. Existem também dispositivos básicos que eu posso usar para que, além de abrir, manter continuadamente aberta aquela via aérea, sem que eu precise de esforço (apenas a inserção do dispositivo). b) Cânula Orofaríngea: entra pela boca e se aloja na faringe. O certo é que o seu serviço te disponibilize um conjunto com todos os tamanhos, para que você possa medir qual se adequa ao tamanho do paciente. A gente faz a medida da seguinte forma, a distância entre a boca e o ângulo da mandíbula (ou também pode ser até o lobo da orelha), e eu vejo qual a cânula de tamanho ideal para o doente. A contraindicação para cânula orofaríngea é em pacientes que tem o reflexo nauseoso preservado, eles vão ter náuseas e até vomitar... injuria facial não é contraindicação, pode ser preditor de dificuldade para introdução da cânula, mas não de contraindicação. Nós temos duas técnicas para introdução da cânula, idealmente vamos hiperestender a cabeça (desde que não exista contra indicação – trauma raquimedular), pegar a extremidade distal da cânula, com a parte côncava voltada para o céu da boca, vamos abrir a boca (manobra de contar dinheiro) e explorar a cavidade oral, eu vejo que não tem nenhum corpo estranho e posso começar a introduzir o dispositivo, vou iniciar a introdução com a ponta voltada para o palato, vou passar sentindo o palato duro, e quando chegar e sentir o palato mole eu viro a cânula (agora a parte convexa está para o céu da boca), e aí é só acabar de descer. E uma outra forma é URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – AULA 1 – P1 Dr. Agostinho – 03/02/2020 – Resumo da aula Anderson Bastos - Lucas Ribeiro – Guilherme Neves 6 utilizando o abaixador de língua, como na maioria das vezes ninguém tem um abaixador de língua nós usamos o indicador, é uma técnica indicada para crianças com até 8 anos que não tem palato duro completamente formado, nesse caso você não roda a cânula, já entra com ela na posição. c) Cânula Nasofaríngea: ela entra pelo nariz e se aloja na faringe. O correto também é que o serviço tenha um conjunto que disponibilize vários tamanhos de cânula para que seja escolhido o ideal, a mensuração do tamanho vai da aleta nasal até o lobo da orelha. Ela é muito bem tolerada em pacientes lúcidos, logo ela é uma boa escolha quando o paciente tem reflexo nauseoso e você não consegue introduzir a cânula orofaríngea. A única contraindicação formal para esse dispositivo é a suspeição ou certeza de fratura de base de crânio. No momento de introduzir, vamos olhar se não há desvio de septo, e caso tenha desvio ou outro fator relevante vamos optar por escolher a narina melhor (mais viável para introdução), vamos introduzir fazendo movimento rotacional até introduzir por inteiro. É importante sempre lembrar de lubrificar a cânula Nasofaríngea (gel anestésico – lidocaína geleia, KY). Se eu não consigo na narina direita eu posso tentar na esquerda, é possível que sangre. d) E nós temos, para finalizar, o procedimento de ventilação com pressão positiva, as vezes nós temos um bacinete bradipneico, uma IR tipo 3 (hipoxemico e hipercapnico), eu não vou conseguir transportar esse paciente apenas com oxigenioterapia suplementar, eu preciso ventilar. A forma básica de se fazer isso é com o uso de um dispositivo bolsa-válvula-máscara (ambu). e) Dispositivo Bolsa-Válvula-Máscara: formado por uma bolsa, um reservatório, uma válvula e uma máscara. Sempre que eu utilizar esse dispositivo, ele deve ter um reservatório e eu devo enriquecê-lo com oxigênio umidificado. Eu não consigo ventilar esse paciente se a via aérea não estiver pérvia, por isso eu preciso sempre ter certeza de que esse fator está em ordem. E posso ventilar usado paralelamente uma manobra manual ou eu posso ventilar por um dispositivo básico (cânula oro ou naso), e se o paciente estiver entubado eu posso também utilizar o ambu acoplado no tubo (não tem máscara). Ela pode ser realizada tanto com um único socorrista ou com dois. A máscara lembra um triangulo e deve ser bem acoplada a anatomia do rosto, devemos segurar a máscara fazendo um “C” (com os dedos na maneira de segurar) acima da máscara e um “E” na parte inferior da máscara para firmar a máscara, ou seja, o “C” veda a máscara e o “E” vem por baixo do mento ajudando esse vedar e também fazendo hiperextensão da cabeça para que a via aérea fique pérvia. Não há necessidade de apertar a bolsa do ambu até o talo, pode ser feita uma ventilação a cada 5-6 segundas. Quando é feito com dois socorristas um fica lateral ao paciente e é ele que vai apertar o ambu, e o outro vai ficar atrás do paciente e vai fixar a máscara com as duas mãos (dois “C” e dois “E”), isso torna a ventilação mais fidedigna. É preciso sempre lembrar de verificar se a via aérea está pérvia, se tiver obstruído nós não vamos conseguir ventilar nunca.
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