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TCC Aline Vasconcelos Reis 03.12

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
FACULDADE DE TECNOLOGIA IPUC - FATIPUC 
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA 
 
 
Hipofracionamento no Câncer de Mama e Próstata 
 
 
Por 
 
 
Aline Do Nascimento Vasconcelos Reis 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso para Obtenção do Título de 
Tecnólogo em Radiologia 
 
 
Canoas, 03 de dezembro de 2019.
 i 
Hipofracionamento no câncer de Mama e Próstata 
 
Por 
 
Aline Do Nascimento Vasconcelos Reis 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Corpo Docente do Curso 
Superior de Tecnologia em Radiologia da Faculdade de Tecnologia IPUC, como parte dos 
requisitos necessários para a obtenção do Título de 
 
Tecnólogo em Radiologia 
 
Orientador: Prof.a Josiane Thomé 
 
Comissão de Avaliação: 
 Prof. 
 Prof. Josiane Thomé 
 
 Prof. Me. Anderson Araújo de Lima 
 Coordenador 
 
Canoas, 03 de dezembro de 2019. 
 i 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 Dedico este trabalho em memória de minha mãe, Gessi Do Nascimento, pela 
capacidade que tinha de acreditar em mim e nos meus sonhos, dando coragem e força para 
seguir em frente. Mãe seu carinho, zelo e dedicação me proporcionaram condições e me 
deram o impulso para chegar até aqui, sua força de vida me deram folego e inspiraram minha 
trajetória. E ao Cleber Vargas Reis por ter sido companheiro, e me dando condições de poder 
concluir meus estudos. 
 i 
AGRADECIMENTOS 
 A Deus, primeiramente por mesmo diante das dificuldades que enfrentei, ter me dado 
força e animo para continuar. 
 Aos meus professores, do Fatipuc, em especial a Josiane Thomé, pela orientação, 
ajuda e inspiração para escolha do meu tema. 
 A todos meus professores, pelo ensino, ao longo de todo meu período acadêmico, o 
que me fez ter certeza e amor pela profissão escolhida. 
 Aos Técnicos, Tecnólogos e Físicos do Hospital Santa Casa Complexo Santa Rita, 
onde me receberam e ensinaram sobre Radioterapia, em especial a Aline Furtado, a qual me 
ajudou muito, até na elaboração deste trabalho, e ao Físico Romulo, com seu hábil 
conhecimento. 
 Aos Técnicos e Tecnólogos do Hospital Moinhos De Vento, os quais tive a honra de 
aprender muito no meu primeiro estágio, em especial ao Professor Roberto Cirne, o qual 
sempre tive como referência. 
 Ao Colega Rodrigo Rodrigues, e ao Físico Wiliam Trinca, Do Cor, Mãe De Deus, pela 
oportunidade maravilhosa a qual tive me ofertaram de conhecer e acompanhar sua rotina e 
protocolos de tratamento que abordei neste trabalho, imensamente grata. 
 Aos colegas de faculdade, em especial Grazieli Assolini, Rodrigo Cadigune, pela ajuda 
e força dada, dos quais tive incentivo e apoio, desde o princípio da minha iniciação na 
Radiologia, uma jornada que pude percorrer com grandes colegas e amigos. 
 
 
 
 
 
 
 
 i 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Nada na vida deve ser temido, somente compreendido. 
Agora é hora de compreender mais para temer menos.” 
 Marie Curie 
 v 
RESUMO 
 Os avanços tecnológicos na área da radioterapia, trazem importante benefício ao setor 
da oncologia e ao paciente que recebe o tratamento, levando em consideração o âmbito 
psicológico que o câncer já envolve esse paciente. O hipofracionamento moderado ou 
ultrahipofracionamento, técnicas que vem aos poucos mudando o cenário dos tratamentos no 
campo radioterápico, trazendo novas perspectivas ao quadro destes pacientes. Técnica essa 
que diminui em dias de tratamento, com doses potencialmente mais altas na fração. 
Demonstrando através dessa inovadora técnica, que já vem sendo estudada e implantada em 
centros conceituados, novo protocolo a ser seguido, entregando um tratamento mais ágil e 
com mesma eficiência no resultado final. Este trabalho teve como embasamento teórico 
grandes e importantes estudos, que puderam conceituar o método, como o CHHIP e os 
START A e B, ensaios Canadense e Britânicos que nos propiciam a comprovação da 
funcionalidade do experimento proposto e conhecimento par entender a escolha da técnica, 
significativos para a razão de Hipofracionar a dose, e o quanto a mesma pode ser empregada 
atualmente. Foram também colhidas informações junto a equipe do Cor, Mãe De Deus, com 
a permissão do Físico, Willian Trinca, que mostrou na pratica como funciona o sistema 
adotado, onde já se aplica como rotina o protocolo do hipofracionamento. Os estudos 
randomizados aqui citados nos trouxeram resultados equivalentes no que diz respeito, a 
funcionalidade do tratamento e a toxicidade apresentada, que nos grupos hipofracionados se 
iguala, ou seja, não se encontrou níveis maiores de efeitos biológicos causados pelas altas 
doses. A questão e a equivalência. O hipofracionamento moderado ou ultrahipofracionamento, 
técnica que reduz o tratamento para até cinco dias, tem tudo para se tornar tratamento padrão 
ouro para a radioterapia, não apenas nas neoplasias de mama e próstata, mas existem 
estudos que tornam viáveis para outros tumores também, respeitando os pré-requisitos e 
atendendo as necessidades em que se enquadram, de acordo com a relação α / β do tumor, 
do nível e Estadiamento da doença, em conformidade aliado a técnicas modernas que 
proporcionem precisão e delimitação com segurança do tumor, Hipofracionar a dose pode ser 
um salto para um grande ganho terapêutico, promovendo agilidade sem perder a eficácia do 
tratamento. 
 
 
 v 
SUMÁRIO 
1.INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1 
1.1.Justificativa .................................................................................................................... 2 
1.2.Objetivo Geral ................................................................................................................ 3 
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................ 4 
2.1.Anatomia da Próstata .................................................................................................... 4 
2.2.Fisiologia da Próstata .................................................................................................... 7 
2.3.ANATOMIA DA MAMA ................................................................................................... 7 
2.3.1.Estrutura da Mama ................................................................................................. 8 
2.4.Fisiologia da Mama ........................................................................................................ 9 
3.PATOLOGIA ........................................................................................................................ 10 
3.1.Câncer De Próstata ...................................................................................................... 11 
3.1.1.Incidência na população ....................................................................................... 12 
3.1.2.Estadiamento ........................................................................................................ 14 
3.2.Câncer de mama ......................................................................................................... 19 
3.2.1.Incidências na população ..................................................................................... 19 
3.2.2.Estadiamento ........................................................................................................ 20 
4.RADIOTERAPIA ................................................................................................................. 24 
5.BREVE RELATO HISTÓRICO............................................................................................ 27 
6.Radioatividade .................................................................................................................... 30 
6.1.Interação da radiação com a matéria ..........................................................................32 
6.2.Efeitos Biológicos ........................................................................................................ 34 
6.3.Efeitos Biológicos da Radioterapia na Mama .............................................................. 36 
6.4.Efeitos Biológicos da Radioterapia na Próstata ........................................................... 36 
7.FÍSICA DA RADIOTERAPIA ............................................................................................... 37 
7.1.Curvas de isodose ....................................................................................................... 38 
7.1.1.Correção de heterogeneidade .............................................................................. 41 
7.2.Dosimetria .................................................................................................................... 42 
8.ACELERADOR LINEAR ..................................................................................................... 43 
8.1.Isocentro ...................................................................................................................... 46 
8.2.Colimador Multi lâminas (MLC) ................................................................................... 47 
8.2.1.Colimadores assimétricos ..................................................................................... 48 
8.2.2.Colimadores fixos ou primários ............................................................................. 48 
9.POSICIONAMENTO ........................................................................................................... 48 
9.1.Etapas do posicionamento do paciente ....................................................................... 49 
9.2.Posicionamento para mama ........................................................................................ 50 
9.3.Planejamento 2D ......................................................................................................... 51 
9.4.Planejamento 3D ......................................................................................................... 52 
9.5.Posicionamento para Próstata ..................................................................................... 54 
 v 
10.MODALIDADES DE TRATAMENTO ................................................................................ 57 
11.TÉCNICAS IMPORTANTES PARA O HIPOFRACIONAMENTO ...................................... 58 
11.1.Radioterapia Estereotática Fracionada Corpórea ou Extracraniana (SBRT) ............. 58 
11.2.Radioterapia Guiada por Imagem (IGRT) .................................................................. 59 
11.3.Radioterapia com Intensidade Modulada (IMRT) ...................................................... 60 
11.4.Radioterapia Conformada .......................................................................................... 62 
12.HIPROFRACIONAMENTO ............................................................................................... 65 
12.1.Indicações para Hipofracionamento de mama (segundo ASTRO) ............................ 66 
12.2.Contraindicações para Hipofracionamento na mama ................................................ 66 
12.3.Indicações para Hipofracionamento na Próstata ....................................................... 66 
12.4.Contraindicações para Hipofracionamento na Próstata ............................................ 66 
12.5.Estudos da Hipofracionamento .................................................................................. 67 
12.5.1.Tempo de acompanhamento durante e após o tratamento ................................ 68 
12.5.2.Toxicidades cutâneas apresentadas nos estudos .............................................. 68 
13.ESTUDO CHHIP ............................................................................................................... 70 
14.ESTUDO START A E START B: (ESTUDO BRITANICO) ................................................ 73 
15.RADIOBIOLOGIA ............................................................................................................. 74 
16.RELAÇÃO ALFABETA DO TUMOR.................................................................................. 78 
16.1.Princípios do hipofracionamento ............................................................................... 79 
17.HIPOFRACIONAR, POR QUE? ....................................................................................... 80 
18.ULTRA HIPOFRACIONAMENTO ..................................................................................... 81 
19.CONCLUSÃO ................................................................................................................... 82 
20.REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 84 
 
 
 
 
 
 
 
 v 
LISTA DE FIGURAS 
FIGURA 1: ANATOMIA DA PRÓSTATA .......................................................................................... 4 
FIGURA 2: LOCALIZAÇÃO DA PRÓSTATA. .................................................................................... 5 
FIGURA 3: VISTA ANTERIOR DA PRÓSTATA. ................................................................................ 6 
FIGURA 4: ANATOMIA DA MAMA. ................................................................................................ 7 
FIGURA 5: FISIOLOGIA DA MAMA ............................................................................................. 10 
FIGURA 6: ESQUEMA DO CÂNCER ........................................................................................... 11 
FIGURA 7: PRÓSTATA COM TUMOR X PRÓSTATA NORMAL ........................................................ 12 
FIGURA 8: IMAGEM TOMOGRÁFICA MOSTRANDO CÂNCER DE PRÓSTATA ................................... 14 
FIGURA 9: CÂNCER DE PRÓSTATA ........................................................................................... 16 
FIGURA 10: ESTÁDIOS DO CÂNCER DE PRÓSTATA ................................................................... 16 
FIGURA 11: QUEBRA DAS HÉLICES DO DNA PELA RADIAÇÃO .................................................... 27 
FIGURA 12: BRAQUITERAPIA COM TUBOS DE MATERIAL RADIOATIVO JUNTO AO TUMOR .............. 29 
FIGURA 13: ROENTGEN E A PRIMEIRA RADIOGRAFIA FEITA NA HISTÓRIA .................................... 32 
FIGURA 14: ENERGIA DO FÓTON ............................................................................................. 33 
FIGURA 15: GRÁFICO DE SOBREVIVÊNCIA CELULAR EM FUNÇÃO DA DOSE ................................. 34 
FIGURA 16: GRÁFICO DA SOBREVIVÊNCIA CELULAR EM FUNÇÃO DA DOSE FRACIONADA ............. 35 
FIGURA 17: GRÁFICO REPRESENTANDO CURVAS DE PROBABILIDADE DE CONTROLE TUMORAL 
(CURVA A), E A PROBABILIDADE DE OCORRER COMPLICAÇÃO (CURVA B) ................. 35 
FIGURA 18: CURVA DE ISODOSE PARA UM CAMPO DE RADIAÇÃO ............................................... 39 
FIGURA 19: CURVAS DE ISODOSE COMPOSTA POR DOIS CAMPOS DE RADIAÇÃO ........................ 40 
FIGURA 20: DIVERSAS COMPOSIÇÕES DE CAMPO PARA A DISTRIBUIÇÃO DA DOSE. .................... 40 
FIGURA 21: DEFINIÇÃO DE VOLUME DO ALVO ........................................................................... 42 
FIGURA 22: ACELERADOR LINEAR USADO NO HOSPITAL MÃE DE DEUS ..................................... 45 
FIGURA 23: ESQUEMA DE UM ACELERADOR LINEAR ................................................................. 45 
FIGURA 24: POSIÇÃO DOS LASERS NA SALA DE RADIOTERAPIA E O ISOCENTRO ......................... 46 
FIGURA 25: MLC .................................................................................................................... 47 
FIGURA 26: PACIENTE POSICIONADA PARA TRATAR MAMA ........................................................ 51 
FIGURA 27: PLANEJAMENTO DA FSC ....................................................................................... 52 
 i 
FIGURA 28: PLANEJAMENTODE MAMA NA TOMO PARA TRATAMENTO EM 3D ............................. 53 
FIGURA 29: TÉCNICA SSD ...................................................................................................... 54 
FIGURA 30: POSICIONAMENTO PARA TRATAMENTO DE PRÓSTATA ............................................ 55 
FIGURA 31: PLANEJAMENTO PARA PRÓSTATA.......................................................................... 56 
FIGURA 32: TRÊS MODALIDADES DE IMAGEM MAIS USADAS NA IGRT ........................................ 60 
FIGURA 33: TRATAMENTO EM IMRT ........................................................................................ 62 
FIGURA 34: PLANEJAMENTO EM 3D ......................................................................................... 64 
FIGURA 35: GRÁFICO DE RESULTADOS DO ESTUDO CHHIP ...................................................... 72 
FIGURA 36: GUIA GUIDELINE 2019 .......................................................................................... 72 
FIGURA 37: GRÁFICO MOSTRANDO ALTERAÇÃO NA APARÊNCIA DA MAMA .................................. 74 
FIGURA 38: RELAÇÃO DOS 5RS .............................................................................................. 77 
FIGURA 39: ESQUEMA DA RADIOBIOLOGIA NO HIPOFRACIONAMENTO ....................................... 79 
FIGURA 40: RESPOSTA MOLECULAR NO HIPOFRACIONAMENTO ................................................. 80 
 
 x 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 1: CLASSIFICAÇÃO TNM PARA CÂNCER DE PRÓSTATA ................................................. 17 
TABELA 2: CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM GRUPO DE RISCO DOS PACIENTES COM CAP ........ 18 
TABELA 3:OPÇÕES TERAPÊUTICAS PARA TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA ................... 18 
TABELA 4: TABELA DE DISTRIBUIÇÃO DOS DEZ TIPOS DE CÂNCER MAIS INCIDENTES ESTIMADOS 
PARA 2018 ........................................................................................................... 24 
TABELA 5: TIPOS DE PARTÍCULAS E SUAS CARACTERÍSTICAS.................................................... 31 
TABELA 6: TABELA DE LIMIAR DE TOLERÂNCIA DE DOSE ............................................................ 57
 1 
1. INTRODUÇÃO 
Uma nova técnica tem permitido reduzir o número de sessões de radioterapia 
significativamente, o hipofracionamento, onde se aplicam doses mais altas no tecido tumoral, 
em menos tempo, reduzindo assim o número de sessões. Hipofracionar é utilizar de forma 
segura e igualmente eficiente menos aplicações com frações mais altas de radiação por 
sessão comparada ao método convencional, onde conseguimos evidenciar importantes 
benefícios ao paciente com o uso da técnica inovadora. A radioterapia faz parte do tripé do 
tratamento oncológico. Modalidade essa de tratamento, que sendo associada a terapias 
sistêmicas e ou cirurgia, ou sendo exclusiva, visa empregar o uso de radiação para eliminar 
células tumorais. Tipo de tratamento indicado para curar, aliviar sintomas e melhorar qualidade 
de vida do paciente. 
Um benefício destacado aqui é a comodidade oferecida ao paciente submetido ao 
hipofracionamento, encurtando o número de sessões, e assim também o número de 
deslocamentos do paciente, bem como o seu afastamento, por vezes, de trabalho ou outras 
atividades e de seu próprio domicilio, diga-se por, deveras grande, o número de pacientes que 
optam por buscar tratamento em locais mais distantes. 
O hipofracionamento traz importante vantagem, reduzindo assim um maior desgaste 
e stress a um paciente que por vezes, já tem seu estado bem abalado físico e emocionalmente 
pela doença acometida e todo processo que a mesma já reproduz em sua rotina, para isso se 
vê uma enorme necessidade de proporcionar maior conforto sem trazer maiores riscos ao 
paciente, assegurando a eficácia de seu tratamento. 
O tratamento radioterápico é uma modalidade que traz a incorporação de novas 
tecnologias permitindo assim determinar com precisão o local do tumor, delimitando as 
estruturas da região a ser irradiada, isso devido aos avanços no recurso de imagem que se 
faz necessário e imprescindível para um resultado satisfatório no tratamento. 
Dentro desse campo e buscando a melhoria na qualidade da técnica que vem sendo 
utilizada se inicia mudanças na perspectiva, com dois estudos: Um Britânico de 2008 e outro 
 2 
Canadense de 2010, ambos pretendiam responder a seguinte questão: --Será que é 
igualmente eficaz e seguro, irradiar durante menos tempo, mas com doses mais altas o tecido 
tumoral? A intenção inicial era reduzir os incômodos deslocamentos diários dos pacientes, um 
dos grupos incentivadores desse estudo vem do Canadá, um país com enormes distancias e 
com centros de tratamento que ficam a centenas de quilômetros dos seus pacientes. 
E as vantagens não se limitam a reduzir viagens e evitar o incomodo de um tratamento 
mais demorado. 
Se mostra benéfico, de certo modo, a instituição como um todo, se poder realizar o 
tratamento encurtado ao invés do convencional, podendo significar uma ampliação no 
atendimento. Em detrimento de dois canceres que mais afetam a população e com maiores 
índices de incidência no Brasil, o câncer de mama nas mulheres e o câncer de próstata nos 
homens. Os estudos nos apresentam igualmente um ganho terapêutico com o paciente 
Hipofracionado. 
1.1. Justificativa 
Ao observar a importância da inovação da técnica empregada e o que ela representa 
no tratamento e o que traz ao ambiente, quanto a rotina do serviço de radioterapia, uma 
redução significativa em dias de tratamento e sem que isso traga impacto no quesito efeito 
biológico já esperados do tratamento em questão. 
Assim vemos a importância de se buscar e explorar mais o assunto através de 
pesquisas. Visando proporcionar a este paciente a eficácia e os mesmos resultados 
encontrados na radioterapia convencional, com o diferencial de se oferecer ao mesmo mais 
rapidez e conforto, o que pode nos levar ao caminho de um possível padrão ouro no 
atendimento ao paciente oncológico, colocando-se também a necessidade de se atentar para 
a tecnologia que se faz preciso a técnica ser realizada com o sucesso esperado 
O estudo tem por objetivo, nos mostrar como o método atua, e o que pode ou não 
proporcionar, quando executado e o que isso pode acarretar em mudanças e a técnica 
aplicada traz resultados positivos, e benefícios e a perspectiva do inovador que vem sendo 
empregado e já adotado como rotinas em algumas instituições. 
Com um incentivo a mais além do que já pode significar para o paciente tendo seu 
tratamento antes programado para um maior período de tempo, a técnica também pode trazer 
mudança significativa para instituição, de certa forma, num campo onde se vê cada vez mais 
necessária a atualização dos serviços para atingir a excelência, levando em conta o paciente, 
 3 
a doença com toda sua proporção e a população que pode ser alcançada e as mudanças que 
isso pode trazer com a técnica representada e a visão de um novo modelo e protocolo, 
almejando sempre entregar o melhor ao paciente durante seu planejamento de radioterapia, 
escolhido para obter um resultado satisfatório sem alavancar maiores prejuízos. 
 Por isso se faz necessário e de extrema importância o preparo adquirido para 
chegar à qualidade e para a evolução do tratamento ao paciente com a doença, que tem a 
incidência de impacto no nosso país. 
1.2. Objetivo Geral 
Demonstrar através de nova técnica que vem sendo utilizada, o Hipofracionamento, a 
diminuição no número de aplicações de radioterapia, bem como os benefícios e riscos ao 
paciente submetido a tal procedimento.
 4 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1. Anatomia da Próstata 
 É um órgão pélvico impar situado inferiormente a bexiga e atravessado em toda sua 
extensão, pela parte prostática da uretra. Consiste principalmente de musculatura lisa e tecido 
fibroso, mas contem também glândulas. A secreção destas junta-se a secreção dasvesículas 
seminais para constituir o volume do liquido seminal. A secreção das glândulas prostáticas faz 
parte do esperma e é lançada diretamente na porção prostática da uretra, através de ductulos 
prostáticos conferindo odor característico do sêmen. Na próstata descreve-se uma base 
superior e um ápice, anterior e inferior, além de lobos, direito, esquerdo e médio. Este último 
é a parte que se projeta internamente a partir a parte superior da face posterior do órgão. 
Estruturalmente, no entanto ele é inseparável dos lobos laterais. Na puberdade suas 
dimensões aumentam rapidamente e aos 25 anos tem 27mm no seu eixo vertical, 40mm no 
seu eixo máximo transversal e 35mm no seu eixo máximo sagital, pesando 25 g. no idoso é 
comum o aumento irregular patológico, causando dificuldade de esvaziamento da bexiga 
urinária. Em virtude de estar situada anteriormente ao reto, a próstata é palpável, in vivo, pelo 
toque retal, exame importante para diagnóstico de afecções da próstata [1]. 
 
Figura 1: Anatomia da Próstata 
Fonte: hhtps//www.todamateria.com.br Acesso 28/10 
 5 
 
 
Com 3 cm de comprimento, a próstata está localizada logo abaixo da bexiga urinária 
e contém em seu interior a primeira parte da uretra. Sua base é fixada à base da bexiga, 
ficando a sua face arredondada logo atrás da sínfise púbica [2]. 
 
Figura 2: Localização da próstata. 
Fonte: Peter Abrahams, Atlas Descritivo do Corpo Humano, 2009 
 
Cápsula 
 A próstata é coberta por uma capsula resistente de denso tecido conjuntivo fibroso. Do 
lado de fora desta capsula, há mais uma camada de tecido conjuntivo fibroso conhecida como 
fáscia prostática. [2] 
Estrutura interna 
 A uretra, o trato de escoamento da bexiga, segue verticalmente através do centro da 
próstata, onde é conhecida como a parte prostática da uretra. O ducto ejaculatório abre-se na 
uretra prostática, em uma pequena região dilatada, o colículo seminal. A próstata possui dois 
lobos não tão distintos como em outros órgãos do corpo [2]. 
• Lobo anterior: localizado anteriormente a uretra, formado principalmente por tecido 
fibromuscular. 
 6 
 
• Lobo posterior: localizado posteriormente a uretra e debaixo do ducto ejaculatório. 
• Lobo lateral: estes dois lobos estão localizados em cada lado da uretra, formam a parte 
principal da glândula. 
• Lobo médio: localizado entre a uretra e o ducto ejaculatório [2]. 
 
Figura 3: Vista anterior da Próstata. 
Fonte: Peter Abrahams, Atlas descritivo do corpo humano, 2009 
 
2.2. Fisiologia da Próstata 
 A próstata forma uma parte vital do sistema reprodutor masculino, fornecendo 
um rico fluido enzimático e produzindo mais de um terço do volume total do liquido seminal. 
 A função da próstata está relacionada com a produção de um liquido prostático, 
uma secreção clara e fluida. Este liquido fornece os nutrientes necessários para os 
espermatozoides, que por sua vez são produzidos nos testículos e originam o sêmen. Ela 
produz o fluido que protege e nutre os espermatozoides no sêmen, os tornando mais 
liquido. O liquido prostático apresenta proteínas que correspondem a 1 % de sua 
composição, além de abranger enzimas proteolíticas e antígenos específicos, zinco, e 
fibrinosilina, que ajuda a dissolver o sêmen. Sua secreção que compõem 25% do sêmen, 
contribui para a coagulação do sêmen após ejaculação e subsequente decomposição. 
 7 
 
Além disso contem substancias que são usadas para produção de ATP e contribuem para 
motilidade e viabilidade dos espermatozoides [3]. 
2.3. ANATOMIA DA MAMA 
 
 
Figura 4: Anatomia da Mama. 
Fonte: Netter, 2000 
 
A mama é uma proeminência bilateral da parede anterior do tórax, formada por uma 
porção glandular, por tecido conjuntivo e por variável, mas em geral, abundante tecido adiposo. 
As mamas situam-se ventralmente a músculos da região peitoral (músculo peitoral maior, 
músculo serrátil anterior e músculo oblíquo externo), no estrato areolar da tela subcutânea. A 
mama direita está separada da esquerda pelo sulco Inter mamário. Na sua arquitetura, a 
mama é constituída de: parênquima, de tecido glandular ou glândula mamária, com 15 a 20 
lobos piramidais, cujos ápices estão voltados para superfície e as bases, para parte profunda 
da mama. Cada um dos lobos é formado por lóbulos e possuem ductos lactíferos que abrem 
na papila mamária. Ao conjunto desses lobos dá- se o nome de corpo da mama, que pode 
ser sentido pela palpação como uma região de consistência mais firme que a das áreas 
vizinhas; estroma, de tecido conjuntivo que envolve cada lobo e o corpo mamário como um 
todo. Predomina o tecido adiposo e este é sustentado por inúmeras trabéculas de tecido 
 8 
 
conjuntivo denso. O tamanho e a forma da mama estão diretamente relacionados com a 
quantidade de tecido adiposo do estroma, pele, dotada de glândulas sebáceas e sudoríparas, 
fina e onde se notam, por transparência, veias superficiais [1]. 
 A forma da mama é geralmente cônica, mas há variação, dependendo da quantidade 
de tecido adiposo, do estado funcional (gravidez, lactação) e da idade. As mamas iniciam seu 
desenvolvimento na puberdade, e com as gestações sucessivas ou avançar da idade torna-
se progressivamente penduladas, fato explicado pela perda de elasticidade das estruturas de 
sustentação do estroma [1]. 
 
2.3.1. Estrutura da Mama 
A base da mama tem um contorno aproximadamente circular e estende-se para baixo 
a partir do nível da segunda costela até acima da sexta costela. Além disso, pode haver uma 
extensão do tecido da mama em direção a axila, conhecida como cauda axilar [5]. 
O tamanho das mamas varia grandemente entre as mulheres, principalmente devido 
a quantidade de tecido adiposo acumulado, já que existe geralmente a mesma quantidade de 
tecido glandular. As glândulas mamárias consistem de 15 a 20 lóbulos, grupos de tecido que 
produz o leite. O leite é conduzido de cada lóbulo para a superfície da mama por um tubo 
conhecido como ducto, que tem sua abertura na papila mamária [5]. 
A papila mamária é uma estrutura protuberante circundada pela área pigmentada 
circular, chamada aréola. A pele da papila mamária é muito fina e delicada e não possui 
folículos pilosos ou glândulas sudoríparas. Pequenos vasos linfáticos originam-se em espaços 
teciduais e convergem para formar grandes vasos que conduzem a linfa (geralmente) limpa 
dos tecidos para o sistema venoso. A linfa drenada da papila, aréola e glândula mamária para 
uma rede de pequenos vasos linfáticos, o plexo linfático subareolar. Deste plexo a linfa pode 
ser conduzida em várias direções [5]. 
Cerca de 75% da linfa do plexo subareolar é drenado para os linfonodos da axila, na 
maior parte dos quadrantes laterais da mama. A linfa passa através de uma série de linfonodos, 
na região da axila, sendo drenada para o tronco subclavicular e finalmente para o ducto 
linfático direito, que retorna a linfa para as veias do coração. Grande parte da linfa que 
permanece, principalmente dos quadrantes mediais da mama, é conduzida para os linfonodos 
conhecidos como paraesternais, que se localizam anteriormente próximos da linha média do 
 9 
 
tórax. Uma pequena porcentagem de vasos linfáticos da mama segue uma outra rota, indo 
para os linfonodos intercostais [5]. 
2.4. Fisiologia da Mama 
As glândulas mamarias, que tem como principal função a secreção do leite, também 
secretam lipídeos, lactose, linfócitos, monócitos, anticorpos, sais minerais e vitaminas 
lipossolúveis para o recém-nascido, consistem num conjunto de 15 a 20 glândulas exócrinas 
túbulo- alveolares compostas. Cada glândula é formada por uma porção secretora e um ducto 
excretor próprio, chamado ducto lactífero e se abre na papila mamária (mamilo). Após o parto, 
a prolactina em conjunto com outros hormônios estimula a secreção do leite, a mama em 
lactação é composta quase totalmente por alvéolos distendidos de leite [6]. 
A célula secretora deleite tem retículos endoplasmáticos lisos e rugosos aumentados, 
número moderado de mitocôndrias, aparelho de golgi supra nuclear extenso e grandes 
gotículas de lipídeos e grânulos de secreção no citoplasma apical [6]. 
Ao final da amamentação, interrompendo o estimulo de sucção, as células secretoras 
destroem os grânulos de secreção remanescentes por autofagia, e dá início a involução das 
glândulas mamárias retornando ao estado de repouso [6]. 
As células alveolares secretoras de leite são removidas através do processo de 
apoptose, sendo rapidamente fagocitadas por macrófagos, sem haver resposta inflamatória. 
[6] 
 10 
 
 
Figura 5: Fisiologia da Mama 
Fonte: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/2018/page/27 Acesso:21/11 
 
 
 
3. PATOLOGIA 
O Câncer define-se quando as células do corpo começam e crescer fora de controle. 
Células em qualquer parte do corpo podem se tornar cancerígenas e espalhar-se para outras 
áreas do corpo [11]. 
A maioria das células tem um tempo de vida limitado: milhões de novas células são 
produzidas todos os dias para substituir aquelas perdidas pelo envelhecimento ou desgaste. 
[11] 
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/2018/page/27
 11 
 
Novas células são produzidas quando as existentes se dividem em duas, um processo 
conhecido como mitose. Os mecanismos de controle são complexos. A perda de controle 
pode levar a um excesso de células, resultando um tumor. É importante perceber que somente 
uma pequena parte dos tumores são cancerosos. A maioria dos tumores são acúmulos 
localizados de células normais ou razoavelmente normais e são benignos [11]. 
O desenvolvimento do câncer envolve uma mudança na qualidade das células assim 
como um aumento da quantidade: elas mudam tanto na aparência como no comportamento. 
Se tornam agressivas, destrutivas e independentes das células normais. Adquirem a 
habilidade de se infiltrar e invadir os tecidos vizinhos [11]. 
 
Figura 6: Esquema do Câncer 
Fonte: edpetress.blogspot.com\2011\10comonossoorganismosecomporta. Acesso 29\10\2019 
 
3.1. Câncer De Próstata 
O câncer de próstata é o resultado de uma multiplicação desordenada das células da 
próstata, que na presença de câncer, a glândula endurece. É considerado um câncer da 
terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Em 
sua fase inicial o câncer não tem sintomas, em 95% dos casos, eles aparecem em estágio 
avançado. Quase todos os cânceres de próstata são adenocarcinomas. Esses cânceres se 
 12 
 
desenvolvem a partir de a partir de das células glandulares. Outros tipos de câncer de próstata 
incluem: 
• Sarcomas; 
• Carcinomas de pequenas células; 
• Carcinomas de células transicionais (tipos mais raros) [4] 
 
Figura 7: Próstata com Tumor X Próstata normal 
Fonte: https://www.seropedicaoline.com Acesso: 28/10 
 
3.1.1. Incidência na população 
O câncer de próstata é o tumor mais comum em homens nos EUA. Cerca de 200.000 
novos casos são diagnosticados todo ano. A segunda principal causa de morte por câncer em 
homens, com mortalidade anual avaliada em 38.000 homens, tem um impacto devastador 
sobre a morbidade e a mortalidade na população masculina norte americana a partir da meia-
idade. De particular preocupação é a incidência mais alta de câncer de próstata em homens 
negros, com uma mortalidade mais alta correspondente documentada. Prevê-se que um em 
nove homens norte-americanos negros desenvolverá câncer de próstata, enquanto um em 11 
homens norte-americanos brancos apresentara a doença. No Brasil, o câncer de próstata é o 
segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma). Em 
valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o segundo tipo mais comum. A taxa de 
 13 
 
incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. 
[7] 
Para o Brasil estimam-se 68.220 casos novos de câncer de próstata para cada ano do 
biênio 2018-2019. Esses valores correspondem a um risco estimado de 66,12 casos novos a 
cada 100 homens. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata 
é o mais incidente entre os homens em todas as regiões do pais, com 96,85-100 mil na Região 
Sul, 69,83- 100 mil na Região Sudeste, 66,75-100 mil na Região Centro Oeste, 56,17-100 mil 
na Região Nordeste e 29,41-100 mil na Região Norte [7]. 
O câncer de próstata ocupa a segunda posição entre as neoplasias malignas que 
acometem os homens, em todo o mundo, atrás apenas do câncer de pulmão. A taxa de 
incidência global em 2012, foi de 31, 1- 100 mil sendo mais elevada para países desenvolvidos, 
podendo variar mais do que 25 vezes frente aos países em desenvolvimento. Isso pode ser 
atribuído, em parte, às estratégias de rastreamento, realização do teste antígeno prostático 
específico (PSA) e subsequente biópsia, uma vez que possibilita a identificação de pequenos 
tumores, latentes ou em fases iniciais de crescimento [10]. 
 A tendência da mortalidade por esse tipo de câncer se apresenta em declínio em quase 
todas as regiões do mundo sendo identificada queda de 3,4%, no período de 2010- 2014, nos 
Estados Unidos. Por se tratar de uma neoplasia com bom prognóstico, a probabilidade de 
sobrevida em cinco anos é encontrada acima de 80%, variando em função de fatores clínicos, 
genéticos, socioeconômicos e ambientais. No Brasil é o câncer com maior incidência entre os 
homens (desconsiderando o câncer de pele não melanoma) e as maiores taxas ocorrem nas 
regiões mais desenvolvidas: Sul e Sudeste [9]. Segundo Nota Técnica Conjunta n. º 001\2015 
sobre o posicionamento do Ministério Da Saúde acerca da integralidade da saúde dos homens, 
a recomendação é a organização dos serviços que compõem a rede de atenção do Sistema 
Único de Saúde (Sus) na área da oncologia, bem como intensificar ações para detecção 
precoce do câncer, reforçando a importância do envolvimento dos profissionais de saúde, 
conforme a Lei Nº. 13.045, de 26 de novembro de 2014, no sentido de oferecer atendimento 
adequado e humanizado para a população oferecendo orientações sobre os sinais e sintomas 
da doença e encaminhando para a realização de exames quando houver indicação clínica. 
Na questão do câncer de próstata, um dos propósitos do Ministério da Saúde é o de 
conscientizar e ampliar a adesão da população masculina aos serviços existentes, 
promovendo ações para esclarecimento sobre a doença, principalmente quanto aos riscos e 
benefícios que envolvem o rastreamento, sendo essencial que a população masculina seja 
 14 
 
orientada a reconhecer os sinais de alerta da doença para procurar o atendimento oportuno 
nos serviços de saúde[9]. 
 
Figura 8: Imagem Tomográfica mostrando câncer de Próstata 
Fonte:https:researchgate.net\adenocarcinoma-de-próstata-evoluindo-com-
suboclusão-metastase-subcutanea.com.br Acesso:02\11 
 
3.1.2. Estadiamento 
 A detecção precoce é realizada através do exame digital e do PSA, o diagnóstico 
definitivo é feito pelo estudo histopatológico de material colhido por biopsia prostática e outros 
métodos como RTU e cirurgia [12]. 
 O Estadiamento é realizado pelo sistema TNM, através do exame digital e da dosagem 
do PSA. A cintilografia óssea e classificação histopatológica Gleason também fazem parte do 
Estadiamento clinico [12]. 
 A classificação do câncer de próstata segue o sistema TNM de 2002. A forma mais 
utilizada para estadiar histologicamente o adenocarcinoma de próstata é o score de Gleason. 
O sistema é graduado de 2 a 10 de acordo com o grau de diferenciação celular, sendo 2 0 
menos agressivo e 10 o mais agressivo [12]. 
 O Estadiamento clinico do câncer de próstata, inicialmente, é realizado através do 
toque retal, dosagem do PSA e cintilografia óssea. Em situações especificas, a realização de 
um raio X de tórax e tomografia óssea ou pelve e abdome podem ser necessárias para a 
avaliação de possíveis metástases o Estadiamentoclinico é de fundamental importância para 
a melhor definição das possibilidades terapêuticas. Os pacientes então podem ser 
 15 
 
classificados em baixo, médio e alto risco de acordo com o valor do PSA e dados da biopsia, 
inclusive o valor da escala de Gleason [12]. 
 Categoria T: classifica a dimensão do crescimento do tumor. Dentro dessa categoria a 
escala para tumores malignos é de 1 a 4. Cada classificação tem subclassificação por letras. 
Não é atribuída subclassificação aos homens que não realizaram cirurgia. [13] 
 T1: o tumor não é palpável nem visualizável nos testes de imagem. São encontrados 
em amostras de tecido de biopsias ou de tratamentos cirúrgicos. [13] 
T1 a: significa que o cancro foi encontrado em 5% ou menos dos tecidos colhidos. [13] 
T1 b: significa que o cancro foi encontrado em mais de 5% dos tecidos colhidos. [13]. 
T1 c: o cancro é encontrado através de biopsia com agulha, realizada após a 
constatação de um PSA elevado [13]. 
 T2: o cancro é palpável pelo seu médico durante o toque retal. Também pode ser visto 
através de testes de imagem. Os cancros T2 não cresceram para fora da glândula da próstata. 
[13] 
T2 a: o cancro não cresceu para lá de um dos lóbulos. 
T2 b: o cancro cresceu para além da metade de um dos lóbulos, mas não no outro. 
 T2 c: os cancros cresceram em ambos os lóbulos. 
 T3: o cancro cresceu pela capsula prostática, tendo atingido os tecidos circuncidantes 
junto a próstata, vesículas seminais ou ambos, mas não atingiu outros órgãos. Este grupo 
subdivide-se em T3 a e T3 b [13]. 
T3a: o tumor não cresceu para as vesículas seminais. Está presente na parte inferior 
ou colo da bexiga [13]. 
T3 b: o tumor atingiu as vesículas seminais [13]. 
 T4: o tumor espalhou-se para os tecidos próximos, para além das vesículas seminais. 
Estes tecidos incluem o esfíncter externo, reto, bexiga, músculos elevatórios e parede pélvica. 
A biopsia ou exames de imagem podem demonstrar a fixação do tumor aos órgãos anexos 
[13]. 
 16 
 
 
Figura 9: Câncer de Próstata 
Fonte: https\\www.saudecuf.pt\oncologia\o-cancro\cancro-da-prostata\estadiamento 
Acesso:30\10 
 
Estadio I e II: correspondem as classificações T1 e T2 acima descritas. 
Estadio III: corresponde a classificação T3. 
Estadio IV: corresponde a classificação T4 ou doença que envolve os gânglios linfáticos ou 
órgãos a distância. [13] 
 
Figura 10: Estádios do Câncer de Próstata 
Fonte: https\\www.saudecuf.pt\oncologia\o-cancro\cancro-da-prostata\estadiamento Acesso:30\10 
 17 
 
 
 
 
Tabela 1: Classificação TNM para câncer de próstata 
Fonte: revista.hupe.uerj.br Acesso:29\10 
 
 Quando o paciente recebe o diagnóstico, ele é estadiado e as comorbidades são 
avaliadas. Existem várias opções para o tratamento do câncer de próstata, que devem visar 
não somente o controle oncológico como também a manutenção da qualidade de vida. Não 
só a presença de metástases, mas a distância quanto o risco aumentado de desenvolvê-las 
são pontos chave no tratamento do câncer [12]. 
 18 
 
 
 
Tabela 2: Classificação de acordo com grupo de risco dos pacientes com CAP 
Fonte: revista.hupe.uerj.br Acesso:29\10 
 
 
Tabela 3: Opções terapêuticas para tratamento do câncer de Próstata 
Fonte: revista.hupe.uerj.br Acesso:02\01 
 
• Estimativa de novos casos: 68.220 (2018- INCA) 
• Número de mortes: 14.484(2015- Atlas de Mortalidade por câncer) [7]. 
 19 
 
 
 
 
3.2. Câncer de mama 
 Causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera 
células anormais que se multiplicam formando o tumor. Há vários tipos de câncer de mama, 
por isso a doença evolui de diversas formas. Alguns tipos têm desenvolvimento mais lento, 
enquanto outros crescem mais rapidamente. Esses comportamentos distintos de devem a 
característica própria do tumor [7]. 
3.2.1. Incidências na população 
 O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil. O 
câncer de mama é o tipo da doença mais comum entre mulheres no mundo e no Brasil, depois 
do de pele não melanoma, correspondendo a cerca de 25% dos casos novos a cada ano. No 
Brasil esse percentual é de 29%. Para 2018, eram esperados 59.700 casos novos de câncer 
de mama no Brasil. Excluído o câncer de pele não melanoma, é o mais frequente nas 
mulheres das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. O câncer de mama também 
acomete homens, porém é raro representando 1% do total de casos da doença [7]. 
 Para o Brasil estimam- se 59.700 casos novos de câncer de mama, para cada ano do 
biênio 2018-2019, com um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres. Sem 
considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer também é o primeiro mais 
frequente nas mulheres das Regiões Sul (73,07\ 100 mil), Sudeste (69,50\100mil), Centro-
Oeste (51,96\100 mil) e Nordeste (40,36\100mil). Na Região Norte é o segundo tumor mais 
incidente (19,21\100mil) [8]. 
 Em termos globais, excluindo-se os canceres de pele não melanoma, o câncer de 
mama constitui-se no mais frequente e comum tumor maligno entre as mulheres, com uma 
estimativa, de 1,67 milhão de casos novo diagnosticados, o que corresponde a 25,2% de 
todos os tumores malignos femininos e a uma taxa de incidência de 43,3\100mil. Embora 
tenha uma taxa de mortalidade maior do que qualquer outro câncer (12\100mil), o câncer de 
mama tem letalidade relativamente baixa, dado que a taxa de mortalidade é menor que um 
terço da taxa de incidência. É também o mais prevalente, com aproximadamente 8, 7 milhões 
de sobreviventes previstos em 2012 [8]. A tendência da incidência tem aumentado na maioria 
das Regiões do mundo. Entretanto, nos países altamente desenvolvidos, a incidência atingiu 
 20 
 
uma estabilidade seguida de queda na última década. Ainda nesses países, as taxas de 
mortalidade apresentaram uma tendência de declínio desde o final da década de 1980 e início 
de 1990, refletindo uma combinação de melhoria na detecção precoce, por meio de 
rastreamento populacional, e intervenções terapêuticas mais eficazes [8]. Em 2015, no Brasil, 
ocorreram 15.403 óbitos por câncer de mama. Múltiplos fatores estão envolvidos na etiologia 
do câncer de mama; idade da primeira menstruação menor que 12 anos; menopausa após os 
55; mulheres que nunca engravidaram ou que nunca tiveram filhos (nuliparidade); primeira 
gravidez após os 30 anos; uso de alguns anticoncepcionais e TRH na menopausa; exposição 
à radiação ionizante; consumo de bebidas alcoólicas; dietas hipercalóricas; sedentarismo e 
predisposição genética[4]. 
 Nos países de baixa e média renda, o diagnóstico de câncer ocorre em estágios mais 
avançados da doença, aumentando a morbidade relacionada ao tratamento, comprometendo 
a qualidade de vida e reduzindo a sobrevida dos pacientes. No intuito de modificar esse 
cenário, o controle do câncer de mama tem sido uma das prioridades da agenda da Política 
Nacional de Saúde do Brasil. Assim o Ministério da Saúde, por meio da publicação ¨Diretrizes 
para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil, recomenda a identificação da doença 
em estágios iniciais por intermédio das estratégias de detecção precoce, pautadas nas ações 
de rastreamento e diagnóstico precoce. A mamografia bienal para as mulheres de 50 a 69 
anos é a estratégia do rastreio indicada, enquanto o diagnóstico precoce é formado pelo tripé 
população alerta para os sinais e sintomas suspeitos; profissionais de saúde capacitados para 
avaliar os casos suspeitos; e sistemas e serviços de saúde preparados para garantir a 
confirmação diagnóstica oportuna e com qualidade[9]. 
3.2.2. Estadiamento 
O sistema de Estadiamento usado para o câncer de mama é o TNM da American Joint 
Committee On Cancer. O sistema TNM utiliza três critérios para avaliar o estágio do câncer: 
o próprio tumor, os linfonodos regionais ao redor do tumor e se o tumor se disseminou para 
outras partes do corpo.TNM é abreviatura de tumor (T), linfonodo (N) e metástase (M) [4]. 
 T: indica o tamanho do tumor primário e se disseminou para outras áreas. 
 N: descreve se existe disseminação da doença para os linfonodos regionais ou se há 
evidencia de metástase em trânsito [4]. 
 M: indica se existe presença de metástase em outras partes do corpo [4]. 
 21 
 
Tumor: Pelo sistema TNM, o T acompanhado de um número (0 a 4) é usado para descrever 
o tumor primário, particularmente o seu tamanho. Pode também ser atribuída uma letra 
minúscula ‘’a’’, “b” ou “c” [4]. 
Linfonodo: O N no sistema representa os linfonodos regionais, e também é atribuído a ele um 
número (0 a 3), que indica se a doença disseminou para os gânglios linfáticos. Pode também 
ser atribuída uma letra minúscula “a”, “b” ou “c” [4]. 
Metástase: o M no sistema indica se a doença se disseminou para outras partes do corpo [4]. 
Tumor primário: 
 Tx: o tumor primário não pode ser avaliado. 
 T0: sem evidencias de tumor primário. 
 Tis: Carcinoma in situ. 
 T1: o tumor tem até 2 cm de diâmetro. 
 T2: o tumor tem entre 2 cm e 5 cm de diâmetro. 
 T4: o tumor tem qualquer tamanho e invadiu o tórax ou a pele [4]. 
Linfonodos regionais: 
 Nx: os linfonodos regionais não podem ser avaliados [4]. 
 N0: os linfonodos próximos estão livres [4]. 
 N0 (i +). As áreas de disseminação da doença contem menos de 200 células e é menor 
que 0,2 mm. A abreviatura “i+” significa que uma pequena porcentagem de células cancerosas, 
denominadas células tumorais isoladas, são observadas no exame imuno-histoquímico [4]. 
 N0(mol+): não são observadas células cancerígenas nos linfonodos axilares, mas 
foram diagnosticados vestígios de células cancerosas com o teste molecular TR-PCR, que 
permite detectar um número muito pequeno de células [4]. 
 N1: o tumor se disseminou para 1ou 3 linfonodos axilares e ou linfonodos mamários 
internos. 
 22 
 
 N1m1: micro metástases em 1 a 3 linfonodos sob o braço. As áreas de disseminação 
do tumor nos linfonodos são de 2 mm ou menos. 
 N1a: o tumor se disseminou para 1 a 3 linfonodos no braço com pelo menos uma área 
de doença disseminada com mais de 2 mm de diâmetro [4]. 
 N1b: o tumor se disseminou para os linfonodos mamários internos, mas essa 
disseminação só pode ser diagnosticada na biopsia do linfonodo sentinela. 
 N1c: se aplicam N1 e N1b. 
 N2: o tumor se disseminou para 4 ou 9 linfonodos axilares ou para os linfonodos 
mamários internos. 
 N2a: o tumor se disseminou para 4 a 9 linfonodos axilares, com pelo menos uma área 
maior que 2 mm. 
 N2b: o tumor se disseminou para um ou mais linfonodos mamários internos, 
aumentando seu tamanho. 
 N3: qualquer um dos seguintes: 
 N3a: o tumor se disseminou para 10 ou mais linfonodos axilares, com pelo menos uma 
área de câncer disseminada maior que 2mm; ou, o tumor s disseminou para os linfonodos 
infra claviculares com pelo menos uma área maior que 2mm [4]. 
 N3b: o tumor é encontrado em pelo menos um linfonodo axilar com pelo menos uma 
área de disseminação de câncer maior que 2 mm e aumentou os linfonodos mamários internos; 
ou, o tumor se disseminou para 4 ou mais linfonodos axilares c[om pelo menos uma área de 
disseminação maior que 2 mm e pequenas quantidades são encontradas nos linfonodos 
mamários internos na biópsia do linfonodo sentinela[4]. 
 N3c: o tumor se disseminou para os linfonodos claviculares, com pelo menos uma área 
maior do que 2mm [4]. 
 Metástase a distância: 
Mx: a disseminação não pode ser avaliada 
M0: ausência de metástase a distancia 
 23 
 
CM0(i+): pequenas quantidades de células cancerígenas são encontradas no sangue ou na 
medula óssea ou pequenas áreas de disseminação do câncer (não maior que 2mm) são 
encontradas nos linfonodos [4]. 
 M1: metástases a distancia 
 Estadios do câncer: 
 Estadio 0: Tis, N0, M0 
 Estadio IA: T1, N0, M0 
 Estadio IB: T0 ou T1, N1mI, M0 
 Estadio IIA: T0 ou T1, N1 (mas não N1mI), M0, T2, N0, M0 
 Estagio IIB: T2, N1, M0, T3, N0, M0 
 Estadio IIIA: T0 a T2, N2, M0; T3, N1 ou N2, M0 
 Estadio IIIB: T4, N0 a N2, M0 
 Estadio IIIC: Qualquer T, N3, M0 
 Estadio IV: qualquer T, qualquer N, M1 [4] 
 Estatísticas: 
• Estimativa de novos casos: 59.700 (2018- Inca) 
• Número de mortes: 15.593, sendo 15.403 mulheres e 18 homens (2015- Atlas de 
Mortalidade por Câncer) [7]. 
 
 
 
 
 24 
 
 
Tabela 4: Tabela de distribuição dos dez tipos de câncer mais incidentes estimados para 2018 
Fonte: www.inca.gov Acesso: 28\10 
 
4. RADIOTERAPIA 
 
A Radioterapia é um tratamento no qual se utilizam radiações ionizantes para destruir 
ou impedir o crescimento das células de um tumor, controlar sangramentos e dores e reduzir 
tumores que estejam comprimindo outros órgãos [9]. Seu objetivo é destruir células tumorais 
com feixe de radiação ionizante. [18] A radiação é usada para tratamento de tumores por ter 
uma absorção seletiva dos raios, se comparada com os tecidos sadios. Em outras palavras: 
quando se irradia um tumor a absorção é maior nas células tumorais e menor nos tecidos 
sadios. Há um efeito imediato chamado efeito direto da radiação, ou seja, uma destruição na 
hélice do DNA que mata a célula maligna naquela hora, ou que deixa marcada para morrer. É 
um efeito tardio que ocorre no meio em que a célula está provocando uma série de alterações 
que vão provocar sua morte, fenômeno chamado apoptose. Se o tumor não tivesse a 
propriedade de absorção seletiva dos raios não poderíamos fazer radioterapia o tumor tem 
um tipo de sensibilidade a radiação e as células sadias outro. Quanto mais radiosensivel ele 
for e mais distante estiver da célula normal, maior a chance de cura [19]. 
http://www.inca.gov/
 25 
 
As formas de radiação ionizante mais usadas na pratica médica são as 
eletromagnéticas, como os raios X e os raios gama e também as de partículas ou 
corpusculares como elétrons, prótons e nêutrons. Dependendo da maneira como é aplicada, 
a radioterapia pode ser interna, conhecida como Braquiterapia, em que fontes de radiação 
são colocadas dentro do tumor ou ao seu redor, podendo assim permanecer temporária ou 
permanentemente; ou externa, a Teleterapia, quando a fonte produtora de radiação está 
distante do paciente [9]. 
As doses de radiação e o tempo de aplicação são calculados de acordo com o tipo e 
tamanho do tumor. Isso é feito de modo controlado para destruir as células doentes e 
preservar as sadias. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 
aproximadamente 70% dos pacientes com diagnóstico de câncer serão submetidos a 
radioterapia em alguma fase de se tratamento [9]. 
A radioterapia, ao lado da cirurgia e da terapia sistêmica, faz parte do tripé do 
tratamento oncológico. É uma modalidade que, com a incorporação de novas tecnologias que 
permitem determinar com precisão o local do tumor e a quantidade da dose de radiação, 
evoluiu muito nas últimas décadas. Entre as tecnologias que permitiram esse avanço estão 
recursos e imagem como tomografia, PET–CT, ultrassonografia e ressonância magnética [15]. 
A maioria das radioterapias é feito usando-se feixe de raio x de alta energia, mais 
poderosos do que usados para radiografias comuns. Os raios x usados em radioterapia 
também são administrados em episódios mais longos, esses feixes irradiam suas energias 
nas células dos tecidos através dos quais passam [11]. 
A radioterapia mira o DNA no núcleo da célula porque, se for suficientemente 
danificado, as células perderão sua habilidade de se replicar. Se as células do câncer que 
morrem naturalmente não estão sendo substituídas, não só o câncer para de crescer, como 
se tornara menor e eventualmente murchara e desaparecerá. Células normais também são, 
de afetadas, de certa forma pela radioterapia. Felizmente, elas têm maior habilidade de 
reparar o dano da radiação do que células cancerígenas. A terapia é feita de modo a assegurar 
que as células cancerosasrecebam a maior dose de radiação enquanto a quantidade que 
alcança as células normais vizinhas é minorada ao máximo. Isso pode ser feito usando feixes 
cruzados focalizados no tumor ou protegendo parte do tecido normal [11]. 
Uma dose pré calculada de radiação é aplicada em um determinado tempo a um 
volume de tecido que engloba todo o tumor, buscando erradicar as células tumorais, evitando 
danos maiores as células normais contiguas. Ela pode ter fins curativo, remissivo, profilático, 
 26 
 
paliativo e ablativo. Proporcionando melhora na qualidade de vida e um aumento da sobrevida, 
a um custo razoável. Essas técnicas constituem radioterapia clínica e se prestam para 
tratamento de lesões superficiais, semiprofanas ou profundas, dependendo da qualidade de 
radiação gerada pelo equipamento [18]. 
Os canceres variam consideravelmente em sua sensibilidade a radioterapia: algum tipo 
tem mais probabilidade de ser erradicados do que outros. A rapidez com que responderão ao 
tratamento também é variável. Alguns canceres continuarão a encolher lentamente e 
eventualmente desaparecerão muito depois que a série de radioterapia tenha terminado, 
possivelmente muitas semanas. Outros responderão muito mais rápido, particularmente 
aqueles nos quais as células dividiam-se rapidamente antes do tratamento. Em geral, 
canceres menores tem uma chance maior de ser completamente destruídos pela radioterapia 
do que os maiores. Isso se dá em parte por causa do volume de tecido envolvido, mas também 
porque tumores maiores tendem a crescer mais do que os vasos sanguíneos que lhes 
fornecem suprimento, resultando em um fornecimento reduzido de sangue e, portanto, menos 
oxigênio no seu centro. O oxigênio é muito importante no processo de dano do DNA causado 
pela radiação. O oxigênio é levado aos tecidos pelas hemácias, de modo que o tumor tenha 
um fornecimento pobre de sangue, ou se ocorre uma redução da concentração de hemácias, 
a radioterapia pode ser menos efetiva. Outra razão pela qual a radioterapia pode, às vezes, 
não alcançar a destruição completa do tumor é porque as células tumorais continuam a 
replicar rapidamente entre os tratamentos diários. A radioterapia pode destruir um câncer 
somente se for possível mirar os feixes para englobar todo o tumor. Pode ser usada para tratar 
poções razoavelmente maiores de tecido do que aquelas tratadas por cirurgia, sendo uma 
forma localizada de tratamento. Outro fator crucial é a “dose “de radioterapia. Alguns canceres 
responderão bem a doses relativamente baixas, enquanto outros necessitarão de doses muito 
altas se tiverem que ser destruídos [11]. 
 27 
 
 
Figura 11: Quebra das hélices do DNA pela radiação 
Fonte: hhtps\\drauziovarella.uol.com.br\entrevistas-2evolucao-da-radioterapia-entrevista 
Acesso:02\11 
 
5. BREVE RELATO HISTÓRICO 
 
Em 1895, o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen, durante estudos experimentais 
em seu laboratório, descobriu um tipo de radiação até então desconhecida, chamando-a de 
raios X. Não passou muito tempo até surgirem aplicações dessa misteriosa radiação. Em uma 
dessas aplicações Roentgen, fez uma demonstração pública, da capacidade que os Raios X 
tinham de fotografar o interior do corpo. Essa descoberta teve grande impacto na medicina, 
pois até então a única forma de examinar o interior do corpo humano era por cirurgia. Logo 
após se iniciava também a utilização dos raios X para tratamento de tumores de pele com 
 28 
 
resultados animadores. Na mesma época, Antoine Henri Becquerel, descobrira que alguns 
compostos de uranio emitiam algum tipo de radiação invisível que era capaz de impressionar 
emulsões fotográficas. Este fenômeno foi posteriormente chamado de radioatividade pelo 
casal Marie e Pierre Curie, que inspirados pelas recentes descobertas, descobriram outros 
materiais radioativos semelhantes aos compostos de uranio. Entre esses materiais, destaca-
se o elemento radio, que em 1900 foi o primeiro material radioativo utilizado com fins 
terapêuticos. Em 1903 Alexander Graham Bell, propôs a inserção de pequenas quantidades 
de Rádio, dentro de um tumor maligno com objetivo e eliminar as células doente. Nascia assim 
a Braquiterapia. Neste período vários estudos sobre os efeitos biológicos das radiações 
promoveram o desenvolvimento de protocolos de tratamento com radiação e de proteção aos 
seus efeitos indesejáveis. [21]. Descobrir que a radiação danifica o material genético da célula 
maligna foi o passo definitivo para surgimento da radioterapia, uma especialidade médica 
reconhecida em 1922, pelo Congresso Mundial de Oncologia de Paris [19]. 
Nos anos 1930, a física, Irene Curie, junto com seu marido, Frédéric Joliot, descobriu 
que alguns materiais não radioativos, quando irradiados por materiais radioativos naturais, 
passavam também a emitir radiação. Este fenômeno foi batizado, posteriormente de 
radioatividade artificial. Começava então a era da produção artificial de material radiativo em 
laboratório para pesquisa e aplicações na medicina [21]. 
 Dez anos mais tarde, avanços tecnológicos aliados ao desenvolvimento clinico da 
radioterapia contribuíram para o desenvolvimento de técnicas mais eficientes de tratamento. 
A invenção de reatores nucleares tornou possível a produção de novos elementos radioativos 
com aplicações na medicina, dentre eles, o Cobalto 60(Co- 60) e o Césio 137(CS- 137). Estes 
elementos foram muito usados em radioterapia com o advento da construção de 
equipamentos de tratamento que o utilizavam como fontes encapsuladas. Os tratamentos 
eram feitos com equipamentos de Raios X superficiais e de ortovoltagem. Os Raios X 
superficiais (30 kV a 100 Kv), por serem de energia mais baixa, foram utilizados somente para 
o tratamento de lesões superficiais, como tumores de pele. Para tumores mais profundos, 
utilizavam –se raios X de ortovoltagem (100 kV a 300 kV). A necessidade de tratar tumores 
mais profundos com uma dose mais baixa na superfície da pele fez com que fossem 
desenvolvidos os primeiros equipamentos com elementos radioativos que emitiam fótons mais 
energéticos. A invenção de equipamentos de Teleterapia com fontes de Cs-137 e Co- 60 
possibilitou tratamento de tumores mais profundos. Entretanto os equipamentos que 
utilizavam Co-60 foram os que prevaleceram porque suas características físicas eram mais 
eficientes para o tratamento. Os equipamentos com fótons de Cs-137 apresentavam uma 
 29 
 
penumbra muito grande na definição do tamanho do campo, o que inviabilizava a qualidade 
dos tratamentos, por isso seu uso foi descontinuado [21]. 
 
Figura 12: Braquiterapia com tubos de material radioativo junto ao tumor 
Fonte: hhtps\\drauziovarella.uol.com.br\entrevistas-2evolucao-da-radioterapia-entrevista Acesso: 
02\11 
 A primeira forma de se utilizar radiação foi através de Braquiterapia, isótopos 
colocados em contato com o tumor. Quando foram criados os equipamentos de Co-60, já 
existiam alguns aceleradores de partículas com aplicações em radioterapia, os Betatrons, que 
eram aceleradores de elétrons também usados para o tratamento de tumores superficiais. A 
Radiação era gerada por pastilhas (cobalto e césio), colocadas num cabeçote e cercadas de 
enorme proteção. Das pastilhas de cobalto ou de césio emana um feixe de radiação ionizante, 
que por meio de processos aritméticos e geométricos, é direcionado para incidir na região do 
tumor, respeitando considerável margem de segurança. Entretanto com o tempo essas 
pastilhas vão perdendo a força e precisam ser substituídas e descartadas. Elas se tornaram 
raras e esse tipo de procedimento é de risco e essencialmente trabalho. Como esse tipo de 
radiação natural pode causar uma serie de contratempos, surgiram os aceleradores lineares. 
[19] 
 Eles logo foram substituídos por aceleradores lineares com feixe de fótons, que 
possibilitaram a irradiação dos pacientes com campos maiores em um tempo menor. O 
primeiroacelerador linear para uso clinico foi instalado em 1952, no Hamersmith Hospital, em 
Londres. Os primeiros aceleradores lineares só forneciam feixes de fótons. Somente no final 
da década de 1950, a indústria disponibilizou aceleradores lineares com feixes de fótons e 
elétrons. A concorrência dos equipamentos de Co-60 com os recém inventados aceleradores 
lineares de uso clinico trouxe para radioterapia os grandes avanços que estabeleceram a 
 30 
 
radioterapia moderna. Um desses avanços foi a criação de equipamentos com montagens 
isocêntricas, tornando os tratamentos mais rápidos e práticos em sua execução [21]. 
 Nessa época também começava a utilização de simuladores de tratamento, que são 
equipamentos providos de tubo de raio x de baixa energia que permitem maior praticidade e 
precisão na localização dos tumores e na definição dos campos de tratamento [21]. 
 Nos últimos 25 anos, com a evolução da informática, a invenção de novas técnicas de 
aquisição de imagem e a criação de acessórios novos para equipamentos de Teleterapia, 
iniciou-se uma nova era tecnológica na radioterapia. Apareceram os tomógrafos por 
ressonância magnética e por raio X. O desenvolvimento de softwares específicos para 
radioterapia tornou possível utilizar as imagens tomográficas, para desenhar o tumor e os 
tecidos sadios em três dimensões. Sofisticados métodos computacionais de cálculo de dose 
proporcionaram um conhecimento mais preciso da dose que cada tecido irradiado recebe, 
possibilitando assim o desenvolvimento de novos protocolos clínicos de tratamento, que 
oferecem um maior índice de cura com menor índice de complicações [21]. 
6. RADIOATIVIDADE 
 
Fenômeno que ocorre devido à instabilidade de elementos químicos, resultando na 
emissão de energia por átomos, como consequências temos mutações ou a produção da 
fluorescência. Esse fenômeno pode ser natural ou artificial. O núcleo instável pode emitir 
radiações até sua estabilização. Como a radioatividade funciona: 
Núcleo Atômico (Instável) → Núcleo Atômico (Estável) 
 ↓ 
 Emissões de Radiações 
 31 
 
 Durante esse processo, pode inclusive, formar novos elementos. 
 Emissões do processo radioativo: 
• Partículas alfa; 
• Partículas beta; 
• Radiação gama [48]. 
 
Tabela 5: Tipos de Partículas e suas características 
Fonte:https://www.stoodi.com.br/blog/2016/10/28/quimica-4-pontos-da-radioatividade-que-voce-
precisa-conhecer/ Acesso: 04/11 
 
Meia vida, T1/2: tempo necessário para que se espera para metade da massa decair, 
chamada também de constante de desintegração, podendo ser definida pela formula: 
Mf = mi/2x 
Mf: Massa final 
Mi: massa inicial 
X: número de meias-vidas transcorridas. 
Nunca sabemos quando um determinado radionuclídeo irá emitir radiação. Porem se 
tivermos uma amostra com um número muito grande de radionuclídeo, sabemos que depois 
de um intervalo de tempo chamado meia-vida, metade dela terá se desintegrado, e após outra 
meia-vida, a metade do que restou, se desintegrara, e assim por diante [22]. 
https://www.stoodi.com.br/blog/2016/10/28/quimica-4-pontos-da-radioatividade-que-voce-precisa-conhecer/
https://www.stoodi.com.br/blog/2016/10/28/quimica-4-pontos-da-radioatividade-que-voce-precisa-conhecer/
 32 
 
 
Figura 13: Roentgen e a primeira radiografia feita na história 
Fonte: hhtps\\drauziovarella.uol.com.br\entrevistas-2evolucao-da-radioterapia-entrevista Acesso: 02\11 
6.1. Interação da radiação com a matéria 
Radiação é uma forma de propagação da energia pelo espaço, se acompanhada de 
matéria chama- se de radiação corpuscular, quando apenas energia radiação eletromagnética. 
Há muitas radiações diferentes e apenas algumas delas são de interesse na Radioterapia. As 
partículas beta e os prótons são radiações corpusculares, possuem massa e carga elétrica. 
Os Raios X e os raios Gama possuem fótons, que podem ser entendidos como pequenos 
pacotes de energia, sem massa nem carga elétrica. Sempre que a radiação tem a capacidade 
de arrancar elétrons de um átomo ela pode ser chamada de radiação ionizante. Raios X e 
Gama, partículas Beta e prótons são radiações ionizantes. A interação da radiação com a 
matéria não é constante e uniforme. Ela depende de alguns fatores que fazem com que a 
interação tenha maior ou menor probabilidade de ocorrer. Além disso ao ocorrer, pode haver 
maior ou menor troca de energia entre a radiação e a matéria. As interações mais importantes 
para a Radioterapia são o efeito fotoelétrico, Compton e produção de pares [20]. 
Efeito fotoelétrico ou absorção ocorre quando um fóton incide em elétron orbital 
fortemente ligado ao núcleo atômico, nesse caso a energia será absorvida pelo elétron e o 
fóton deixará de existir, o elétron é ejetado do átomo, provocando a ionização, esse tipo de 
interação depende muito do número atômico do material. Para que essa interação ocorra o 
fóton deve ter energia maior do que a energia de ligação do elétron [20]. 
Efeito Compton, ou espalhamento, ocorre quando um fóton interage com um elétron 
fracamente ligado ao núcleo do átomo, nesse caso o fóton perde uma fração de sua energia 
e muda sua trajetória original. O elétron é ejetado do átomo ao adquirir energia. Neste caso 
também ocorre uma ionização. A quantidade de elétrons fracamente ligados não depende 
muito do número atômico do material, portanto a probabilidade de ocorre uma interação 
 33 
 
Compton não é muito dependente do número atômico do material em que incide a radiação. 
Em relação a energia, como qualquer fóton usado em Radioterapia tem energia relativamente 
alta, a probabilidade de interação também não depende muito da energia do fóton incidente. 
[20] 
 Produção de pares ocorre quando um fóton se aproxima bastante do núcleo atômico. 
Ao interagir com o campo nuclear, ocorrera uma grande mudança que “transforma” a energia 
do fóton em massa pela famosa relação E=mc². Quando o fóton sofre esse tipo de interação, 
aparecem duas partículas em seu lugar e ele desaparece. Essas partículas são um elétron de 
carga elétrica negativa um elétron de carga elétrica positiva. Esse elétron de carga positiva se 
chama pósitron. Portanto, na interação por produção de pares o fóton desaparece e em seu 
lugar aparece um elétron e um pósitron. A massa de um elétron é equivalente a 511 keV. 
 Como o pósitron é igual a um elétron, a exceção de sua carga elétrica, a energia 
necessária para produzir um par elétron-pósitron é igual a 1022 keV. Quanto maior a energia 
do fóton, maior a probabilidade de ocorrer esse tipo de interação. A energia excedente ao 
valor necessário para produzir as partículas será sua energia cinética após a interação. Como 
a interação depende do campo nuclear, quanto maior o número atômico, maior a 
probabilidade de interação [20]. 
Para energias baixas predomina o efeito fotoelétrico, especialmente se o número 
atômico do material for alto. Conforme a energia do fóton aumenta, o efeito fotoelétrico passa 
a ser cada vez menos importante, especialmente para número atômico baixo. Começa assim 
a ser importante o efeito Compton, já que a produção de pares ainda é impossível. A produção 
de pares começa a ser importante a partir de 5 MeV, principalmente se o número atômico for 
alto [20] 
 
Figura 14: Energia do Fóton 
Fonte:https://rle.dainf.ct.utfpr.edu.br/hipermidia\index.php/radioterapia/radiacao-e-sua-
interacao-com-a-materia Acesso: 04/11 
 34 
 
 
6.2. Efeitos Biológicos 
 A incidência da radiação pode provocar ionizações. Estas ionizações podem causar 
quebras químicas, modificando a estrutura molecular de um meio material. Se essa mudança 
de estrutura molecular ocorrer em qualquer tecido ou célula poderá haver mudança biológica 
nesse meio [20]. 
 Nem toda mudança biológica será um dano, muito menos irreversível. Porem alguns 
desses danos poderão inviabilizar a divisãocelular ou levar a célula a morte. Os danos as 
células são classificadas em letais ou sub-letais. Os danos letais são irreversíveis, não podem 
ser reparados e levam a célula a morte. Os danos sub-letais podem ser reparados em algumas 
horas, fazendo com que a célula se recupere totalmente. Porem se outros danos sub-letais 
forem acrescentados ao dano já instalado, essa soma de danos poderá gerar um dano letal, 
levando a célula a morte [20]. 
A quantidade de células que sobrevivem a uma determinada quantidade de radiação é 
dada por um gráfico. 
 
Figura 15: Gráfico de sobrevivência celular em função da dose 
Fonte: Princípios físicos da radioterapia, Homero Lavieri Martins, 2006 
 
Nele podemos ver que inicialmente a quantidade sobrevivente sofre uma variação 
pequena até que a dose atinja o “ombro” da curva. Daí em diante, o aumento da dose faz com 
que a sobrevivência de células diminua mais rápido [20]. 
Cada tipo de célula tem o “ombro” da curva em posição diferente em relação à dose, 
além de ter uma inclinação diferente. Em geral, as células tumorais têm o ombro em doses 
 35 
 
menores e uma inclinação mais pronunciada. Se a dose for administrada de forma fracionada, 
as células tumorais terão menor chance de sobrevivência em comparação com as células 
sadias, cuja curva tem uma inclinação menor no seu início [20]. 
O gráfico abaixo mostra a curva de sobrevivência celular para a administração de dose de 
forma fracionada, enfatizando a vantagem das células normais sobre as células tumorais. 
 
Figura 16: Gráfico da sobrevivência celular em função da dose fracionada 
Fonte: Princípios físicos da radioterapia, Homero Lavieri Martins, 2006 
Se a dose for insuficiente, células tumorais sobreviverão. Se a dose for excessiva, as 
células normais também morrerão. Existe uma faixa de dose para a qual a sobrevivência de 
células tumorais é pequena se comparada ao número de células normais. É nesse intervalo 
de dose que está o melhor tratamento [20]. 
 
Figura 17: Gráfico representando curvas de probabilidade de controle tumoral (curva A), e a 
probabilidade de ocorrer complicação (curva B) 
Fonte: Princípios físicos da radioterapia, Homero Lavieri Martins, 2006 
 36 
 
 
 Os efeitos causados pela radiação ionizante podem ser tardios ou imediatos. O efeito 
imediato se dá, pela exposição a altos níveis de radiação e se classifica em dois períodos: o 
prodrômico, que apresenta sinais clínicos agudos que ocorrem em horas e continuam por dias 
ou semanas; e o latente, que pode ocorrer após o encerramento do período prodrômico, no 
qual não apresenta efeitos visíveis. O efeito tardio acontece quando há exposição a baixo 
nível de radiação por um longo período e os principais efeitos relacionados são a malignidade 
e os efeitos genéticos radio induzidos. Os tipos de efeitos biológicos causados pela 
radioterapia são classificados em reação tecidual e reação estocástica, sendo que os ditos, 
da reação tecidual, podem ser designados como imediatos e tardios [27]. 
Unidade de dose: Gray (Gy) = J x Kg-¹ 
1 Gy= 100 cGy 
 
6.3. Efeitos Biológicos da Radioterapia na Mama 
 Os principais efeitos a curto prazo são inchaço e sensação de peso na mama, 
alterações na pele na área irradiada e fadiga. As alterações na pele variam de vermelhidão a 
bolhas e descamação. Pode também provocar efeitos a longo prazo: algumas mulheres 
podem sentir que a mama se torna menor e mais firme, a radioterapia pode danificar alguns 
nervos da região do braço, chamado de plexo patia braquial, nos linfonodos axilares pode 
provocar linfedema. Uma complicação rara da radioterapia na mama é o desenvolvimento do 
angios sarcoma [46]. 
 
6.4. Efeitos Biológicos da Radioterapia na Próstata 
Pode provocar o reto, causando uma proctite, a maioria desses problemas desaparece ao 
longo do tempo, casos raros a função intestinal não volta ao normal. Pode ocorrer cistite, 
alguns homens desenvolvem incontinência urinaria, fadiga até meses após o tratamento, 
linfedema, caso os linfonodos próximos da próstata forem danificados pela radiação, a linfa 
pode drenar nas pernas, ou região genital provocando inchaço e dor [47]. 
 
 37 
 
7. FÍSICA DA RADIOTERAPIA 
 
Raios X são produzidos toda vez que uma substancia é bombardeada com elétrons 
de grande velocidade. 
Todos os tubos de raios x consistem em um catodo e um anodo, colocados dentro de 
uma ampola de vidro na qual é feito vácuo. O catodo consiste em um filamento helicoidal de 
tungstênio (W), que tem alto ponto de fusão (acima de 3.300ºC) [16]. 
Quando o filamento é aquecido, elétrons são liberados termoionicamente e acelerados 
em direção ao anodo por meio de uma diferença de potencial entre o filamento e o anodo, 
constituindo uma corrente eletrônica. Estes elétrons acelerados, ao colidirem com o anodo, 
que também é chamado de alvo, tem parte da sua energia convertida em raios X. Estes raios 
x são emitidos do alvo em todas as direções. Devido a esse fato, uma carapaça metálica 
envolve a ampola, blindando está radiação, deixando passar apenas uma parte que será 
utilizada nos tratamentos radioterápicos, chamado de “feixe útil”. Este, obtido por meio de um 
diafragma, essencialmente um buraco em uma placa metálica por onde passa a radiação. 
 Essa placa com o diafragma é o chamado “colimador primário” do feixe. Para uma 
dada distância e uma dada abertura do diafragma teremos um campo de dimensões máximas. 
Por meio de cones ou diafragmas secundários moveis pode se variar o tamanho deste campo, 
de acordo com as necessidades clinicas, sempre em valores inferiores ao máximo. 
Normalmente, um feixe de luz simula o feixe de raios x por meio de uma lâmpada e espelho. 
Este aparato fornece um chamado “campo luminoso”, com o qual fazemos as localizações no 
paciente. Este campo também mostra o eixo central do feixe, por meio da sombra de retículos 
em cruz [16]. 
As radiações ionizantes são corpusculares ou eletromagnéticas e carregam energia. 
Interagem com os tecidos e dão origem a elétrons rápidos que ionizam o meio e criam efeitos 
químicos como a hidrólise da agua. A morte celular pode ocorrer então por variados 
mecanismos, desde a inativação de sistemas vitais para a célula até sua incapacidade de 
reprodução. Sua velocidade de regressão tumoral é variável com a sensibilidade do tumor a 
radiação, sua localização, origem celular e oxigenação, a qualidade, a quantidade da radiação 
e o tempo total em que ela é administrada [18]. 
Muitos equipamentos, principalmente os de mega voltagem, tem também uma escala 
luminosa indicando a distância foco superfície. No tubo é feito vácuo, tanto quanto possível, 
 38 
 
para que os elétrons, em seu caminho do filamento ao alvo, praticamente não percam energia 
em colisões com elétrons do gás (ar). A energia desses elétrons é fornecida pelo produto da 
sua carga pela voltagem aplicada. (E=e. V) [16]. 
A voltagem aplicada é da ordem de quilovolt e a corrente de elétrons no tubo é da 
ordem de milampere. Para o intervalo de voltagens usada em radioterapia com os 
equipamentos convencionais, cerca de 1% da energia dos elétrons é convertida em raios x e 
99% em calor. O alvo é constituído por material que tenha alto ponto de fusão, tungstênio é o 
material de preferência. Quanto a área focal, menor ela seja, maior será a quantidade de calor 
por unidade de área no alvo [16]. 
Nos aparelhos de radioterapia, seu tamanho é relativamente grande (5 a 8 mm) em 
relação aos aparelhos de diagnóstico, pois no segundo caso temos necessidade de obter 
imagens bem detalhadas sem penumbras nem distorções. Devido a esse fato, a angulação 
do foco das ampolas de raio x diagnóstico é aproximadamente 12º, enquanto nos de 
radioterapia varia ao redor dos 30º. As dimensões da área focal são feitas de tal forma que 
resulte um foco aparente aproximado a um quadrado. Nos tubos de radioterapia varia de 5mm 
x 5mm a 7mm x 7mm. A intensidade do feixe

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