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CONCRETO O Concreto é um material de construção resultante da mistura e aglomerante (cimento) com agregado miúdo (areia), agregado graúdo (brita) e água em proporções exatas e definidas. Por vezes adotam-se aditivos (produtos químicos) destinados a melhorar ou conferir propriedades especiais ao concreto. Suas propriedades mecânicas são: resistência à compressão, resistência à tração e módulo de elasticidade. Essas propriedades são determinadas a partir de ensaios executados em condições específicas, geralmente realizados para controle de qualidade e atendimento às especificações. O concreto recebido ou preparado em obra passa por etapas de caracterização de materiais componentes e um estudo de dosagem, ajuste e comprovação do traço, antes de ser usado nas estruturas – os chamados ensaios de concreto – tudo para assegurar a qualidade do material e, com isso, evitar patologias que possam comprometer a obra. Os ensaios não destrutivos (END). Eles permitem a coleta de informações como tamanho, profundidade, localização e estado da armadura, além de condições físicas e parâmetros que estão associados aos processos de deterioração ou risco de danos à estrutura – tudo isso causando pouco ou nenhum prejuízo ao elemento. A Prova de carga no ensaio não destrutivo, a estrutura, ou elemento estrutural, é carregado a níveis de serviço, sem atingir à ruptura, permitindo, nesse caso, que a estrutura possa ser colocada novamente em utilização, caso os resultados sejam aceitáveis. O corpo de prova • Esclerometria: Método empregado para determinação do valor aproximado da resistência à compressão superficial do concreto endurecido e de sua uniformidade. A realização do ensaio de esclerometria consiste em uma massa martelo que, impulsionada por mola, choca-se com a área a ser ensaiada. Quanto maior a dureza da superfície, menor a parcela da energia que se converte em deformação permanente, e maior deve ser o recuo ou a reflexão da massa martelo. O equipamento utilizado no ensaio é chamado de esclerômetro de reflexão. • Resistência à penetração: Esse tipo de ensaio usa um penetrômetro Windsor, equipamento que dispara um pino contra a superfície estudada. O comprimento desse elemento que fica exposto indica qual é a resistência à penetração do concreto. “Assim como o ensaio de esclerometria, esse é um teste de dureza, e seus inventores afirmam que a penetração da sonda reflete a força de compressão em uma área localizada”, explica Neris. O ensaio também pode ser realizado com disparos através da madeira. Com isso, é possível estimar a resistência da estrutura antes da retirada das fôrmas. • Medição da maturidade: Permite estimar a resistência do concreto a partir de seu histórico de tempo e temperatura. Antes de retirar as estruturas da fôrma, é necessário que o concreto tenha adquirido rigidez e resistência suficientes para evitar deformações ou trincas. A estimativa da resistência à compressão é obtida com a medição da maturidade, a partir da evolução da temperatura ao longo do tempo de cura do concreto. O ensaio mostra a importância das variações térmicas e suas influências sobre o desenvolvimento da resistência da estrutura. • Ultrassom: Os ensaios de ultrassom realizados no concreto para detectar descontinuidades variam entre 20 kHz e 150 kHz. O equipamento ultrassônico é composto de uma fonte, à qual se conectam dois transdutores, um transmissor e outro receptor. O transmissor emite para dentro da estrutura ondas acústicas com frequência ultrassônica, que são recebidas pelo receptor. • Termografia infravermelha: É baseada no princípio fundamental de que anomalias abaixo da superfície dos materiais afetam o fluxo de calor. Com esse método, é possível detectar grandes defeitos, vazios internos e de laminações dentro das estruturas de concreto. O ensaio pode ser realizado por meio da técnica passiva ou ativa. Na primeira, é analisada a energia térmica presente no material, já na segunda é realizado o aquecimento ou resfriamento artificial da estrutura. Com equipamentos que detectam infravermelho, são analisadas as alterações térmicas. A mudança de temperatura será mais demorada quanto maior for a profundidade do problema. Geralmente, quando estão abaixo de 10 cm de profundidade, só são perceptíveis passada mais de uma hora da alteração de temperatura. • Ensaio visual: A inspeção visual é o primeiro ensaio não destrutivo aplicado a qualquer tipo de peça. Pode ser executado de maneira direta ou indireta, ou seja, um profissional experiente simplesmente observando a estrutura de concreto pode tirar conclusões sobre suas condições. A análise também pode ser realizada com aproveitamento de instrumentos auxiliares, como espelhos, lupas, binóculos, câmeras ou fibras óticas que transmitem as imagens para monitores. A peça, a inspecionar, é iluminada com uma fonte de luz e, de seguida, examinada pelo inspetor. Trata-se de um ensaio, no qual a preparação do inspetor que o realiza é essencial para que os resultados obtidos sejam fiáveis. Sem dúvida, trata-se de um ensaio não destrutivo que deverá preceder qualquer outro, na medida em que, assim, se permitirá tirar e verificar dúvidas de interpretação de resultados. • Pacometria: um ensaio realizado para determinar a localização ou condição das armaduras no concreto. Por meio desse método, também é possível verificar o diâmetro e o comprimento do elemento metálico. A medição acontece com o estudo da perturbação que o aço tem sobre um campo magnético criado por um sistema de bobinas. “A pacometria ainda auxilia na avaliação dos resultados do ultrassom e do ensaio de esclerometria”. Os ensaios destrutivos (ED). Os ensaios destrutivos para concreto são aqueles nos quais são feitas extração de testemunhos/amostras do concreto de certos elementos da estrutura para avaliação laboratorial. No ensaio destrutivo a prova de carga é empregado quando o objetivo é avaliar o comportamento da estrutura até a ruína, em situação última de carregamento. Também pode se considerar ensaio destrutivo quando o método do ensaio realizado em laboratório resulta na alteração ou inutilização do material ou corpo de prova produzido, como é o caso dos corpos de prova utilizados para os ensaios de resistência à compressão, à tração e descritos abaixo: • Resistência à compressão: realizado seguindo as diretrizes da ABNT NBR 5739:2007 – Concreto – Ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos, utilizando corpos de prova cilíndricos preparados conforme descreve o procedimento da ABNT NBR 5738:2015 – Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova e curados por 3, 7 e 28 dia. O ensaio consiste da ruptura de corpos de prova em prensa específica, em que é aplicado um carregamento a uma taxa de 0,5 MPa por segundo. Com a obtenção da tensão máxima, ou tensão de ruptura, é calculada a resistência do concreto à compressão. • Resistência à tração: Nesse tipo de ensaio, a resistência à tração pode ser determinada em três ensaios destrutivos diferentes: o ensaio de tração axial: neste ensaio pode-se encontrar a resistência à tração, porém não possui normalização no Brasil. Nele o corpo de prova possui uma área central menor do que nas bordas. o ensaio de tração por compressão diametral: mais usual a realização do ensaio de tração por compressão diametral devido à facilidade e à rapidez de execução e pelo uso do mesmo corpo de prova cilíndrico e equipamento usado (prensa) para a obtenção da resistência à compressão do concreto. Realizado seguindo as diretrizes da ABNT NBR 7222:2011 – Concreto e argamassa — Determinação da resistência à tração por compressão diametral de corpos de prova cilíndricos, utilizando corpos de prova preparados conforme descreve o procedimento da ABNT NBR 5738:2015 – Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova e curados por 3, 7 e 28 dias. O ensaio determina,indiretamente, a resistência à tração do concreto por meio da aplicação, ao longo do corpo de prova de ensaio de compressão, de duas forças distribuídas linearmente opostas à sua seção transversal, gerando tensões de tração uniformes perpendiculares ao diâmetro”, ressalta a representante do IPT. o ensaio de tração na flexão: realizado seguindo as diretrizes da ABNT NBR 12142:2010 – Concreto — Determinação da resistência à tração na flexão de corpos de prova prismáticos, o qual também define o preparo dos corpos de prova prismáticos. Seguem abaixo normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT que orientam a execução de testes: • ABNT NBR 5738:2015 – Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova; • ABNT NBR 5739:2007 – Concreto – Ensaios de compressão de corpos- de-prova cilíndricos; • ABNT NBR 6118:2014 – Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento; • ABNT NBR 7212:2012 – Execução de Concreto dosado em central – Procedimento e ABNT NBR 14931/2004 – Execução de Estruturas de Concreto – Procedimento. • ABNT NBR 7222:2011 – Concreto e argamassa — Determinação da resistência à tração por compressão diametral de corpos de prova cilíndricos; • ABNT NBR 7584:2012 – Concreto endurecido – Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão – Método de ensaio; • ABNT NBR 8522:2017 – Concreto – Determinação dos módulos estáticos de elasticidade e de deformação à compressão; • ABNT NBR 9778:2009 – Argamassa e Concreto Endurecidos - Determinação Da Absorção de Água Por Imersão - Índice de Vazios e Massa Especifica • ABNT NBR 9833:2009 - Concreto fresco - Determinação da massa específica, do rendimento e do teor de ar pelo método gravimétrico • ABNT NBR 10786:2013 - Concreto endurecido — Determinação do coeficiente de permeabilidade à água • ABNT NBR 12142:2010 – Concreto — Determinação da resistência à tração na flexão de corpos de prova prismáticos. • ABNT NBR 12655/2015 – Concreto de Cimento Portland – Preparo, Controle e Recebimento – Procedimento.