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J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 - 2 0 1 9 . 2 | 6 
 
EMBRIOLOGIA 
Fertilização
 A FERTILIZAÇÃO 
A fase de fertilização indica o momento em que 
ocorre a união do gameta feminino com o gameta 
masculino, formando o zigoto. 
 
 TRANSPORTE DO ÓVULO 
Antes da ovulação acontecer, a tuba uterina sofre 
mudanças, motivadas pela ação de hormônios, como o 
aumento de cílios em seu epitélio de revestimento e 
estimulo para atividade da musculatura lisa da tuba. 
Na ovulação, a ruptura do folículo resulta na 
liberação do ovócito secundário, envolto por uma 
camada de células chamada de corona radiata e por 
algumas remanescentes do cumulus oophorus. Ao 
mesmo tempo, as extremidades fimbriadas da tuba 
uterina se movimentam para perto do ovário. 
Essa extremidade é formada pelas fímbrias, que 
são expansões digitiformes da tuba, ela fazem um 
movimento semelhante ao de varrer, indo para frente e 
para trás sobre a superfície ovariana. 
 
A ação de varredura e da corrente ciliar, levam 
o ovócito secundário para o infundíbulo da tuba 
uterina. 
Já dentro da tuba, o ovócito é transportado em 
direção ao útero pela peristalse, que é o movimento 
de contração e relaxamento da musculatura lisa da 
parede da tuba, e pelos movimentos ciliares do 
epitélio. 
 
 
 
O transporte do ovócito pela tuba leva cerca de 3 
a 4 dias, ocorrendo fertilização ou não. 
 
 
 TRANSPORTE DO ESPERMATOZOIDE 
Os espermatozoides saem dos túbulos 
seminíferos, de forma passiva, para o epidídimo via 
líquido testicular. Lá eles sofrem o processo de 
maturação bioquímica, resultando em alterações 
morfológicas. 
Na ejaculação, os espermatozoides passam 
rapidamente através do duto deferente e se misturam 
às secreção líquidas das vesículas seminais e da 
próstata. É por elas que o espermatozoide recebe os 
nutrientes e a proteção para chegar até o ovócito 
dentro do trato genital feminino. 
O líquido seminal é depositado na parte superior 
da vagina, onde sua composição protege os 
espermatozoides do líquido ácido da vagina. 
Ocorre um efeito de tamponamento temporário, 
aumentando o pH da vagina de 4,3 para 7,2, 
proporcionando tempo para os espermatozoides se 
aproximarem do colo do útero em um ambiente de pH 
6 a 6,5, ideal para a motilidade. 
Alterações na pressão intravaginal e o 
movimento de natação, ajudam o espermatozoide 
passar pelo canal cervical, pois o muco cervical pode 
dificultar sua entrada devido sua composição e 
viscosidade. 
 
 
 
Após passar pelo canal cervical, o espermatozoide 
chega a região do útero e segue para o oviduto com o 
auxilio das contrações musculares do útero e do 
batimento dos flagelos. 
 
 
Os primeiros espermatozoides a chegarem na 
tuba uterina parecem não ter tanta efetividade na 
hora de fertilizar o ovócito, quanto aqueles que 
demoram mais para chegar lá. 
 
 
 
MUCO CERVICAL 
A composição e viscosidade desse muco varia 
de acordo com o ciclo menstrual. 
Ele é composto por mucina cervical, uma 
glicoproteína com alta quantidade de carboidratos, 
e componente solúveis. 
1. Próximo ao período da ovulação, seu conteúdo 
de água aumenta, tornando-o mais líquido, 
com o intuito de facilitar a passagem do 
espermatozoide. 
2. Após a ovulação, é produzido um muco 
pegajoso, com baixa quantidade de água. É 
quase completamente resiste à penetração do 
espermatozoide. 
 
 
 A ação ciliar na tuba uterina não é obrigatória 
para que ocorra o transporte do ovócito. Sendo 
assim, a peristalse é a ação responsável pela maior 
parte do transporte do ovócito. 
 
 
 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 - 2 0 1 9 . 2 | 7 
 
 CAPACITAÇÃO DO ESPERMATOZOIDE 
Os espermatozoides recentemente ejaculados são 
incapazes de fecundar ovócitos, para isso eles passam 
por um período de preparação ao entrar em contanto 
com substâncias uterinas e tubárias, chamado de 
capacitação. 
1. Consiste na remoção da camada de colesterol da 
superfície do acrossoma do espermatozoide. 
2. Remoção de muitas glicoproteínas depositadas 
na superfície do espermatozoide. 
Após esse período, o espermatozoide fica 
hiperativo, o que ajuda na passagem pelo muco 
ístmico, pela corona radiata e pela zona pelúcida. 
O término do período de capacitação permite que 
a reação acrossômica ocorra. 
Basicamente, ela consiste em uma resposta da 
interação do espermatozoide com a molécula ZP3 da 
zona pelúcida. 
Essa reação causa mudanças moleculares que 
resultam em perfurações no acrossoma e na fusão da 
membrana plasmática do espermatozoide com a 
membrana acrossômica externa, permitindo à 
liberação de enzimas essenciais, contidas no 
acrossomo, para que aconteça a fertilização. 
 
 
 
 
 
 PROCESSO DE FERTILIZAÇÃO 
A fertilização do ovócito normalmente ocorre na 
ampola da tuba uterina e leva cerca de 24 horas. 
 
 
 
1. Para penetrar a corona radiata o acrossoma do 
espermatozoide libera a enzima hialuronidase 
para quebra do ácido hialurônico que a compõe. 
2. As moléculas na superfície da cabeça dos 
espermatozoides são locais de ligação específica 
para os receptores ZP3 encontrados na zona 
pelúcida. Após passarem pela reação acrossômica 
eles podem penetrar a zona pelúcida, com o 
auxilio do movimento de suas caudas e de enzimas 
que fazem a digestão dela, sendo a acrosina a 
mais importante. 
3. Já no espaço perivitelino (local entre a membrana 
plasmática do óvulo e a zona pelúcida), o 
espermatozoide pode fazer contato com o ovócito 
secundário. As moléculas da membrana plasmática 
dele chamadas fertilinas e ciritestina se ligam às 
moléclas de α6 integrina e da proteína CD9 na 
superfície do ovócito. Na fusão a cabeça, a peça 
intermediária e a cauda entram no ovócito 
enquanto que a membrana plasmática do 
espermatozoide é incorporada pela membrana 
plasmática do ovócito. 
4. A entrada do espermatozoide estimula uma via de 
introdução de Ca
2+
, que resulta na ativação dos 
bloqueios de polispermia e no aumento da 
atividade metabólica do ovócito. 
5. O núcleo do espermatozoide aumenta e a sua 
cromatina descondensada, formando o pró-
núcleo masculino, de acordo com que ele vai se 
aproximando do núcleo do ovócito. 
6. O ovócito secundário é estimulado a completar a 
última divisão meiótica, que estava parada na 
metáfase II e têm-se a formação do pró-núcleo 
feminino. 
7. Ocorre a replicação do DNA dos pró-núcleos 
haploides e eles se rompem ao contato entre eles, 
resultando na mistura dos cromossomos e na 
formação do zigoto (46,2n). 
 
 
 
 
 
As diferenças moleculares interespécies nas 
regiões de interação com espermatozoide da 
molécula de ZP3, podem servir como fator para a 
incapacidade dos espermatozoides de uma espécie 
diferente fertilizar um óvulo de outra espécie. 
 
 
As mitocôndrias localizadas no colo do 
espermatozoide entram no ovócito mas não 
contribuem para a parte funcional. 
 
 
Os espermatozoides capacitados são atraídos 
até a região que se encontra o ovócito por três 
fatores: 
 Reotaxia: Eles se movimentam na direção 
oposta ao fluxo dos líquidos liberados pela 
tuba uterina. 
 Termotaxia: Se direcionam para a região mais 
quente, que é a tuba. 
 Quimiotaxia: O cumulus do ovócito libera 
moléculas quimiotáticas, como a progesterona, 
as quais atraem o espermatozoide. 
 
 
Apenas alguns espermatozoides passam pelo 
processo de capacitação, sendo eles os únicos que 
podem participar do processo de fertilização. 
 
 
 Estima que o espermatozoide se mantém 
ativo, no trato reprodutivo feminino, por cerca de 
80 horas. 
 
 
 
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 FEITOS DA FERTILIZAÇÃO 
 Estimulao término da segunda divisão meiótica do 
ovócito. 
 Restaura no zigoto o número diploide normal de 
cromossomos (46 cromossomos). 
 Definição do sexo cromossômico do zigoto pelo 
cromossomo sexual masculino. 
 Resulta na variabilidade genética do zigoto pela 
mistura dos cromossomos femininos e masculinos. 
 Ativa o metabolismo do ovócito estimulando o 
prosseguimento de seu desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTROLE PARA EVITAR A POLISPERMIA 
A polispermia é quando ocorre a penetração 
de dois ou mais espermatozoides em um único 
óvulo, resultando em um zigoto poliploide e 
normalmente inviável. Por isso, o organismo tem 
mecanismos para evitar que essa situação ocorra: 
 Bloqueio rápido à polispermia: Causa a 
despolarização na membrana no ovócito, 
segundos após a entrada do espermatozoide, 
impedindo que outros espermatozoides se 
fundam a ela. Tem uma curta duração que é 
suficiente para que o bloqueio lento 
permanente seja ativado. 
 Reação zonal: Ocorre através da entrada de 
Ca
2+
, o qual provoca a fusão dos grânulos 
corticais, encontrados dentro do ovócito, com 
a membrana plasmática e a liberação do seu 
conteúdo no espaço perivitelino. Os 
polissacarídeos tornam-se hidratados e dilatam 
afastando a zona pelúcida e criando um 
envelope de fertilização. Além disso, as 
enzimas hidrolíticas agem hidrolisando as 
moléculas dos receptores de espermatozoide 
da zona pelúcida, alterando suas propriedades 
resultando no enrijecimento dela.

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