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TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E ORATÓRIA PROFESSORES Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque Esp. Taís Luciana Rovina Miné ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/2358 EXPEDIENTE C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância. ALBUQUERQUE, Ricardo Aze- nha Loureiro. MINÉ, Taís Luciana Rovina. Técnicas de Comunicação e Oratória. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque, Taís Luciana Rovina Miné. Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. 216 p. “Graduação - EaD”. 1. Técnicas 2. Comunicação 3. Oratória. EaD. I. Título. FICHA CATALOGRÁFICA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Coordenador(a) de Conteúdo Luciano Santana Pereira Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli, Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Editoração Flávia Thaís Pedroso Bruna Marconato Design Educacional Ivana Cunha Martins Revisão Textual Carla Cristina Farinha Ilustração Bruno Cesar Pardinho Fotos Shutterstock CDD - 22 ed. 408 CIP - NBR 12899 - AACR/2 ISBN 978-65-5615-024-6 Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi DIREÇÃO UNICESUMAR NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas Gerência de Contra- tos e Operações Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel BOAS-VINDAS Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra- balhamos com princípios éticos e profissiona- lismo, não somente para oferecer educação de qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- versão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profis- sional, emocional e espiritual. Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais (Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e em mais de 500 polos de educação a distância espalhados por todos os estados do Brasil e, também, no exterior, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Por ano, pro- duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe- cidos pelo MEC como uma instituição de exce- lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos e estamos entre os 10 maiores grupos educa- cionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos edu- cadores soluções inteligentes para as neces- sidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter, pelo menos, três virtudes: inovação, coragem e compromis- so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ati- vas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Reitor Wilson de Matos Silva Tudo isso para honrarmos a nossa mis- são, que é promover a educação de qua- lidade nas diferentes áreas do conheci- mento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2002). Pós-Graduado em Dinâmica dos Grupos pela SBDG - Sociedade Brasileira da Dinâmica dos grupos. Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Maringá (1998). É avaliador do Ministério da Educação, desde 2002. Foi professor do departamento de administração da Universidade Estadual de Maringá nos anos de 2006 e 2007. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Gestão de Negócios, atuando principalmente nos seguintes temas: Empreen- dedorismo, Diagnóstico Organizacional, Planejamento Estratégico, Desenvolvimento de Pessoas. Atualmente, é Assessor da coordenação dos cursos de Administração e Gestão e professor do Departamento de Administração da UNICESUMAR dos cursos presenciais e a distância (EAD). É ator de teatro com formação pelo Sindicato dos Atores do Estado do Paraná. http://lattes.cnpq.br/4578255535407075 Esp. Taís Luciana Rovina Miné Possui especialização em Docência no Ensino Superior: Tecnologias Educacionais e Inovação (2019); Especialização em Leitura e Produção Textual (2019); Especia- lização em Gestão Educacional - Administração, Supervisão e Orientação (2012); Graduação em Letras - Português e Inglês pelo Centro de Ensino Superior de Ma- ringá (2016) e graduação em Secretariado Executivo Trilíngue pela Universidade Estadual de Maringá (2006) - Cartão de Registro Profissional nº2383/PR. Atual- mente, é professora mediadora no Centro de Ensino Superior de Maringá NEAD (Núcleo de educação a distância). Além do trabalho docente, possui experiência na produção de materiais didáticos, na elaboração de questões para atividades de estudos e avaliações. Atua, também, em bancas de elaboração de questões para concurso público. http://lattes.cnpq.br/4571851513343822 A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E ORATÓRIA Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) ao livro de Técnicas de Comunicação e Oratória. A professora Taís Luciana e eu, professor Ricardo Azenha, elaboramos este material com muito carinho para você. Nosso intuito foi trazer um conhecimento bastante amplo a respeito de comunicação e oratória para ajudar você a alcançar seus objetivos, tanto pessoais quanto profissionais. Para isso, esse livro foi dividido em cinco unidades, com quatro aulas cada, seguindo uma sequência lógica de modo que seu aprendizado possa ir acontecendo no seu ritmo e respeitando o seu tempo. Na primeira unidade, trataremos da comunicação no contexto organizacional. Aqui, abor- daremos assuntos relacionados com os conceitos e a trajetória da comunicação em um ambiente organizacional. Você aprenderá sobre o processo de comunicação, a comunicação na sociedade de informação e a comunicação organizacional como ferramenta de gestão. Na segunda unidade, traremos o conteúdo referente ao composto da comunicação empresa- rial, para que você possa aprender a adequar suas estratégias, conforme o público e objetivos pretendidos com a comunicação. Para isso, você estudará a comunicação institucional, a comunicação administrativa, a comunicação interna e a comunicação mercadológica. Na terceira unidade, estudaremos os gêneros textuais do contexto organizacional com viés para a leitura e a escrita. Na sequência, estudaremos as características da linguagem e dos gêneros empresariais, finalizando com a estrutura dos gêneros textuais empresariais. Na quarta unidade deste livro, abordaremos os princípios da oratória. Aqui, você poderá de- senvolver as habilidades necessárias para a oratória de forma que isso contribua para o seu autoconhecimento, aprimoramento e desenvolvimento pessoal e profissional. Para finalizar o livro, na quinta e última unidade, apresentaremos a oratória 360 graus, onde você aprenderá como estruturar uma apresentação, utilizando-se de estratégias e recursos da oratória para planejar e conduzir a fala, impactando e influenciando os espectadores. De- sejamos que a sua jornada seja uma aventura inesquecível. Vamos juntos. Um grande abraço! ÍCONES Sabeaquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele- mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples. conceituando No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. quadro-resumo Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. explorando ideias Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite este momento! pensando juntos Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno- logia a seu favor. conecte-se Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 05 UNIDADE 04 FECHAMENTO A COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL 8 COMPOSTO DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL 36 82 GÊNEROS TEXTUAIS DO CONTEXTO ORGANIZACIONAL: LEITURA E ESCRITA 130 PRINCÍPIOS DA ORATÓRIA 166 ORATÓRIA 360 GRAUS 207 CONCLUSÃO GERAL 1 A COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO organizacional PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceitos e trajetória da comu- nicação organizacional • O processo de comunicação • Comunicação na sociedade da informação • Comunicação organizacional estratégica. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Apresentar os conceitos básicos da comunicação organizacional • Explicar o funcionamento do pro- cesso de comunicação • Apresentar os conceitos atuais da comunicação na sociedade da informação • Discutir a Comunicação organizacional estratégica. PROFESSOR Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque INTRODUÇÃO Olá, caro(a) acadêmico(a)! Ao longo desta unidade, você terá contato com a evolução histórica da comunicação e com alguns pontos que envolvem a sua trajetória no âmbito empresarial. Desde os primórdios da civilização humana, na chamada Idade da Pedra, quando os primeiros seres humanos começaram a viver em grupos para sobreviverem, a comunicação sempre foi uma forma de colaboração ou mediadora de conflitos, dissensão, coo- peração ou competição entre as pessoas. Nesse sentido, para que possamos compreender a comunicação de maneira abrangente, faz-se necessário que alguns contextos do passado sejam resgatados, e, para isso, faremos uma análise da evolução histórica da comunicação até os dias de hoje, entre a qual, será dedicado um breve relato sobre a evolução da comunicação no Brasil. Na sequência, apresentaremos os processos de comunicação e o seu funcionamento. É importante ter em mente que a comunicação é um processo de começo, meio e fim, e, para firmar esse entendimento, abordaremos, também, alguns conceitos teóricos fundamentais. Fará parte dessa unidade, também, uma discussão a respeito das barreiras na comunicação e dos tipos de problemas que são enfrenta- dos ao se comunicar com outras pessoas. De fato, é muito importante estar a par dessas barreiras para que sua comunicação possa ser precisa. Conhecendo a importância da comunicação para os dias de hoje e o seu processo, você será colocado(a) em contato com o funcionamento da comunicação na sociedade da informação e, para isso, apresentaremos alguns conceitos, cuja compreensão dos mesmos se faz necessária para o entendimento sobre como funciona essa comunicação com a utilização das mídias sociais. Ao final desta unidade, discutiremos alguns itens importantes que fazem parte da comunicação organizacional estratégica, sobre os quais abordare- mos alguns estudos sobre os modelos e técnicas de comunicação empresarial que existem e são, comumente, utilizadas. Esperamos que você aproveite o máximo ao estudar esta unidade e desejamos sucesso no seu aprendizado! U N ID A D E 1 10 1 CONCEITOS E TRAJETÓRIA DA comunicação organizacional Caro(a) acadêmico(a), você já parou para pensar no significado de comunicação? Deixamos, aqui, o convite para que olhe ao seu redor e perceba como todos os seres vivos se comunicam, cada um à sua maneira. Nós, seres humanos, fazemos uso de diversos meios para nos comunicar, e a fala é um exemplo dessas moda- lidades. Embora diversos estudos já tenham demonstrado a comunicação entre baleias, golfinhos, cães, insetos e, até mesmo, árvores. Nosso foco, ao longo dessa unidade, será a comunicação entre humanos, que tem como característica uma natureza interdisciplinar, da qual, importantes pes- quisas relacionadas ao tema já foram realizadas pela sociologia, antropologia, história, psicologia social e experimental, linguística e semiótica e, evidentemente, da filosofia. Perez e Bairon (2002, p. 13) pontuam que a comunicação, “por ser um termo tão popular, já se tornou sinônimo de expressões para explicar os proble- mas das relações entre as pessoas nos vários locais de trabalho”. Acreditamos, caro(a) acadêmico(a), que você concordará que a nossa comu- nicação tem a capacidade de nos informar, emocionar, distrair, vender, construir mitos, ter importância, denegrir, poder distorcer fatos, acabar com a reputação das pessoas, ignorar verdades, criar mentiras, emocionar, produzir o silêncio, influenciar comportamentos, fazer rir ou chorar, enganar, convencer, gerar dúvida, encorajar os que necessitam de coragem e, também, é capaz de produzir o que chamamos de “incomunicação”, o que reservamos para tratar em um outro momento. U N IC ES U M A R 11 Diversos são os autores que apresentam conceitos sobre o termo comuni- cação. Matos (2014, p. 2), por exemplo, explica que a palavra comunicação “tem origem no termo latim communicare, ou seja, ‘tornar comum’, ‘partilhar’, ‘repar- tir’, ‘associar’, ‘trocar opiniões’, ‘conferenciar’”. Por sua vez, Cordeiro (2017, p. 14) complementa essa definição ao explicar que a palavra latina communicatione “deriva de commune que significa ‘comum’, ou, tornar algo comum, como uma informação, uma emoção ou uma experiência”. Isso, para a autora, é como ocorre a comunicação. Outros autores que corroboram com esses conceitos são Perez e Bairon (2002, p. 14) que apontam, como origem da comunicação, a palavra latina cummunis, que tem como significado a “ideia de comunhão, em outras palavras, comungar, com- partilhar e transmitir, sendo esse, para eles, o sentido do que seja comunicação”. Por fim, trazemos alguns conceitos de comunicação encontrados, segundo Priberam ([2020], on-line)1: “1. Informação; participação; aviso; 2. Transmissão; 3. Notícia; 4. Passagem; 5. Ligação; 6. Convivência; 7. Relações; 8. Comunhão (de bens)”. No contexto do cristianismo antigo, o isolamento era valorizado como um caminho para encontrar Deus. Havia duas correntes, os anacoretas e os cenobitas, que lidavam com essa questão de maneiras diferentes. O primeiro acreditava na importância da solidão radical e vivia de forma individual. O segundo apostava na vida em comunidade, em con- ventos ou mosteiros, conhecidos como cenóbios, palavra que significa “lugar onde se vive em comum”. Neste local surgiu uma prática chamada de communicatio, ou seja, “tomar a refeição da noite em comum”. Dessa forma, communicatio significava não simplesmente ir jantar, mas sim o momento da quebra do isolamento, de juntar o grupo para fazer algo em comum. Por isso, o sentido de communicatio era diferente da noção de comer de uma comunidade primitiva. Fonte: Matos (2014). explorando Ideias A intenção, até aqui, foi a de deixar claro que o conceito da palavra comunicação se refere ao fato de comunicar-se com outras pessoas, transmitir alguma infor- mação ou opinião. Enfim, comunicar é a capacidade de se expressar nos mais diversos contextos sociais. U N ID A D E 1 12 Evolução da comunicação A oralidade (ou uso da fala), além de ser a maneira mais simples, é, também, uma forma primitiva de se comunicar.No entanto, com o passar do tempo, o modo de se comunicar ganhou novas formas, acompanhando a evolução da humani- dade. Em um primeiro momento, as pessoas se reuniam para contar histórias e, assim, transmitiam seus conhecimentos. Logo depois, o ser humano começou a utilizar pinturas rupestres (desenhos pré-históricos em cavernas) para se comu- nicar. Conforme sua evolução acontecia, a linguagem foi se desenvolvendo e o ser humano passou a utilizar pedras, argilas, couro, papiro e papel para registrar, de maneira escrita, as suas ideias. Cordeiro (2017) diz que foram os sumérios que inventaram a escrita, há 3.500 anos antes de Cristo. Depois disso, ainda segundo o autor, foi a vez dos judeus e gregos a passarem a utilizar a escrita como forma de comunicação. Pimenta (2002) explica que, com a utilização da escrita, foi possível registrar as infor- mações e, dessa forma, transportá-las de um local para o outro. Esse registro, também, permitiu a viabilidade de se manter várias informações a respeito de diversas culturas e povos ao longo do tempo. A primeira grande transformação social, por meio da escrita, sem sombra de dúvidas, deu-se com a invenção da prensa de tipos móveis por Gutenberg. Segundo Thompson (2014), Gutenberg desenvolveu, em meados de 1440, um método de duplicar a fundição de letras de metal de modo que se tornou possí- vel produzir composições de textos extensos, criando, com isso, o conceito dos livros, além de dar força à imprensa, desenvolvendo-se a cultura de mídia com o surgimento de jornais e revistas por todo o mundo. Foi com a Revolução Industrial, como nos fala Felice (2008), que se teve o início da cultura de massa, caracterizada pela difusão de mensagens veiculadas a partir dos meios de comunicação eletrônica, coincidindo com o surgimento do cinema, do rádio e, mais tarde, da televisão, contribuindo para a propagação, em massa, de ideologias e movimentos culturais. Já parou para pensar na maneira como você se relaciona com as novas tecnologias da informação e comunicação? Será que você é um influenciador ou está sendo influenciado, principalmente, pelo que se vê e se divulga nas redes sociais? pensando juntos U N IC ES U M A R 13 No atual cenário, com o desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação, Felice (2008, p. 23) explica que “pela primeira vez na história da humanidade, a comunicação se torna um processo de fluxo em que as velhas dis- tinções entre emissor, meio e receptor se confundem e se trocam até estabelecer outras formas e outras dinâmicas de interação”. Isso se dá em função da conec- tividade de nossos computadores em rede, proporcionando uma comunicação em tempo real, o que torna possível estabelecer um diálogo constante entre as pessoas, em qualquer parte do planeta. Essa condição transformou a maneira de interação entre os povos e o modo do ser humano se comunicar. As tecnologias da informação e comunicação expandiram, significativamente, a capacidade de integração, interação e influência das pessoas em uma sociedade em rede. Evolução da comunicação no Brasil No Brasil, “a comunicação evoluiu em conjunto com o desenvolvimento econô- mico nacional, social e político das últimas décadas”, conforme aponta Torquato (2008, p. 1). Muito dessa evolução tem responsabilidade pela criação da Associa- ção Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresas (ABERJE), em 1967, na cidade de São Paulo, a qual, com o passar do tempo, tornou-se a Associação de Comunicação Empresarial, movida pela vontade de alguns profissionais em transformar a atividade do jornalismo empresarial em uma atividade profissional. Em termos cronológicos, temos a evolução da comunicação organizacional no Brasil, a partir da década de 50, como é possível ver a seguir: “ • 1950: o produto dá a ênfase na comunicação no mundo, deixando a imagem das organizações em segundo plano.• 1960: inicia-se a chamada “era da imagem”, idealizada pelo pu- blicitário David Oglivy (um dos papas da publicidade moderna). • 1960: início das primeiras atividades da comunicação no Brasil. Forte industrialização no Sudeste. • 1967: ABERJE faz sua primeira convenção, sendo a comunicação interna o tema geral de todas as atividades. Iniciavam-se os primei- ros desenhos das “atividades do profissional de relações públicas”. U N ID A D E 1 14 • 1970: o mercado do jornalismo (impresso e via rádio) está em fase de saturação. Com a inserção da TV no Brasil, a comunicação assume a escala de posicionamento estratégico nas organizações. • 1980: a comunicação se torna mais interativa por meio das cam- panhas publicitárias. • 1990: com a popularização dos computadores, a comunicação ini- cia seu processo de evolução. A globalização é algo irreversível no âmbito dos negócios. • Anos 2000: tidos como a era tecnológica, fazendo com que a comuni- cação não pare de se transformar. As tecnologias da comunicação e in- formação fazem parte do cotidiano de cada cidadão brasileiro. A popu- laridade da internet impulsiona tal crescimento (ANDREI, 2016 p. 12). É a partir da década de 80 que a comunicação empresarial ganha força no Bra- sil, passando a ser vista pelas organizações como algo de grande importância, a ponto de atrair profissionais das mais diversas áreas para atuar neste campo de trabalho. Bueno (2009, p. 7) explica que “o jornalismo empresarial e as atividades afetas às relações públicas se profissionalizaram com a chegada dos egressos das faculdades-cursos de comunicação e, sobretudo, com a vigência do regime de- mocrático, que exigiu nova postura das organizações”. Ainda segundo o mesmo autor, a criação, nessa mesma época, da política de comunicação social no Brasil, por meio da Rhodia (empresa do grupo internacional do ramo químico indus- trial Solvey), teve importante influência na comunicação organizacional. Mas é a partir dos anos 1990, que o conceito de comunicação empresarial se aprimora, passando “a ser considerada estratégica nas e para as organizações, o que signi- fica, estritamente vinculada ao negócio” (Bueno, 2009, p. 8), atuando como um processo de relacionamento entre as organizações e seu público. Vivemos em um momento em que é, facilmente observável, o quanto a co- municação organizacional está em crescimento, no sentido de busca por con- solidação nesse ambiente, deixando de ser considerada uma simples atividade empresarial para se constituir como um processo de inteligência organizacional de extrema relevância do ponto de vista estratégico. Com um olhar voltado para o negócio, Bueno (2009, p. 46) explica que “os desafios que a ‘nova economia’ impõe às organizações - entidades, associações etc. - resvalam, sempre em questões afe- tas ao bom desempenho da comunicação”. Em outras palavras, faz-se necessário U N IC ES U M A R 15 2 O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO Caro(a) acadêmico(a), para que você entre em contato com uma breve história da Co- municação Empresarial no Brasil, acesse o endereço eletrônico: http://www.bocc.ubi.pt/pag/pessoa-sonia-comunicacao-empresarial-estrategica.html conecte-se profissionalismo, ética e transparência, além de valores constitutivos na moderna comunicação organizacional. Para melhor entendimento e compreensão do processo de comunicação, apresen- taremos, antes de tudo, a diferença entre comunicação e informação. Como nos explica Matos (2014, p. 24), “a comunicação é o fio condutor de todas as atividades e relacionamentos humanos [...] já a informação é quando um emissor passa para um receptor um conjunto de dados codificados”. Assim, deve ficar claro que a informação depende da figura de um emissor, no qual este envia uma mensagem U N ID A D E 1 16 Figura 1 - O processo de comunicação / Fonte: Ferreira e Malheiros (2016, p. 27). A Figura 1 apresenta um diálogo entre duas pessoas, no qual poderíamos supor que a personagem do emissor tenha dito ou feito um cumprimento com um simples “bom dia”, e, na sequência, a personagem do receptor tenha respondi-do, também, com um “bom dia”. Nesta situação, é possível dizer que ocorreu a comunicação, uma vez que a mensagem foi enviada e o retorno da mensagem, conhecido, também, como feedback, foi recebido. Ferreira e Malheiros (2016, p. 27) contribuem com essa afirmativa destacando que: “ O importante no processo de comunicação é que haja alguém (um emissor) que deseja passar algum conteúdo (uma mensagem) para outro alguém (um receptor). Para tal, utiliza-se um sistema estrutu- rado (código) que é transmitido através de um meio físico ou virtual (canal). Ao longo desse processo pode haver barreiras ou ruídos, que podem ser contornados por meio do feedback do receptor. para um receptor. Em contrapartida, a comunicação acontece quando esta men- sagem enviada, ao ser recebida pelo receptor, seja compreendida, interpretada e devolvida para o emissor. Nesse sentido, o retorno da informação deve ocorrer como em um diálogo, como podemos observar na Figura 1. Descrição da Imagem: Duas figu- ras de pessoas de corpo inteiro, lado a lado, conectadas por uma seta em semicírculo acima das pessoas e outra seta em semicír- culo abaixo das pessoas, dando a entender que se fecha um círculo. No topo da imagem, no centro do semicírculo superior, encontra-se a palavra “canal”. No semicírculo inferior, está a palavra “feedback”. Abaixo da pessoa da esquerda, está escrito a palavra “emissor” e, abai- xo da pessoa da direita, está escri- to a palavra “receptor”. No centro do círculo, entre as duas pessoas, está a palavra “mensagem” e, na sequência, a palavra “código”. Uma pessoa está dizendo “blá, blá, blá” para a outra pessoa e recebe essa mensagem com ruído. Leticia Destacar U N IC ES U M A R 17 Certamente, caro(a) acadêmico(a), você deve ter percebido que o processo de comunicação é formado por alguns elementos, os quais Matos (2014, p. 27) des- creve como: “ Fonte: nascente de mensagens e iniciadora do ciclo da comunica-ção. Sistema (pessoa, máquina, organização, instituição) de onde provém a mensagem, no processo comunicacional. Emissor: um dos protagonistas do ato da comunicação, aquele que, num dado momento, emite uma mensagem para um receptor ou destinatário. Receptor: um dos protagonistas do ato da comunicação; aquele a quem se dirige a mensagem, aquele que recebe a informação e a decodifica, isto é, transforma os impulsos físicos (sinais) em men- sagem recuperada. Mensagem: comunicação, notícia ou recado verbal ou escrito. Es- trutura organizada de sinais que serve de suporte à comunicação. Ruído: todo sinal considerado indesejável na transmissão de uma men- sagem por um canal. Tudo o que dificulta a comunicação, interfere na transmissão e perturba a recepção ou a compreensão da mensagem. Canal (meios de comunicação): todo suporte material que veicula uma mensagem de um emissor a um receptor, através do espaço e do tempo. Meio pelo qual a mensagem, já codificada pelo emissor, atinge o receptor, que a recebe (em código) e a interpreta (decodificada). Código: conjunto de signos relacionados de tal modo que estejam aptos para a formação e transmissão da mensagem. Por exemplo, a escrita é um código que permite transformar uma mensagem acús- tica em uma mensagem gráfica. Codificação: ato de transformar uma mensagem de acordo com regras predeterminadas, para convertê-la em linguagem. Decodificação: interpretação de uma mensagem, pelo receptor, de acordo com um código predeterminado. Signos: é uma convenção social e arbitrária, constituída pela com- binação de um conceito, denominado significado, e uma imagem acústica, ou forma física, denominada significante. Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar U N ID A D E 1 18 Linguagem: qualquer sistema de signos (não só vocais ou escritos, como também visuais, fisionômicos, sonoros, gestuais etc.) capaz de servir à comunicação entre os indivíduos. Língua: é o produto social da faculdade da linguagem de uma so- ciedade. É um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social, para permitir o exercício da linguagem. É possível simplificar esse processo de comunicação pelo modelo desenvolvido pelo cientista político Harold Lasswell, em 1948, o qual Matos (2014, p. 29) nos apresenta como modelo de Lasswell. Para o teórico, o estudo adequado dos atos de comunicação se dão a partir de cinco perguntas essenciais: “Quem? Emissor; Diz o que? Mensagem; Em que canal? meio utilizado; Para quem? Receptor; Com qual efeito? impacto produzido pela mensagem sobre o receptor (análise do efeito)”. Para Matos (2014, p.29), o modelo de Lasswell pode ser exemplifi- cado em um processo de comunicação no qual um transmissor: “Dirige uma mensagem; Através de alguma forma ou meio; Para um receptor; Com um de- terminado efeito”. Diante disso, percebe-se como o processo de comunicação é, relativamente, simples apesar de as pessoas, muitas vezes, complicarem, tornando essa comunicação algo um tanto mais difícil do que realmente é, especialmente, em função das relações sociais e empresariais que são estabelecidas. Logo, é fun- damental estar atento ao que pode causar possíveis barreiras na comunicação. Barreiras na comunicação Mas, se o processo de comunicação é simples, por que acontecem tantos proble- mas? Ferreira e Malheiros (2016, p. 28) explicam que esses problemas ocorrem devido às falhas, causadas por algumas barreiras, no processo de comunicação. Para os referidos autores, “essas barreiras também são conhecidas como ruídos, pois dificultam a compreensão da mensagem”. Ressaltam, ainda, que “esses ruídos não são necessariamente um som, eles podem ser de natureza física, fisiológica, psicológica ou mesmo semântica”, como veremos, a seguir, alguns tipos de bar- reiras na comunicação: Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar U N IC ES U M A R 19 Distração: fatores externos à mensagem que dificultam sua per- cepção. Por exemplo, durante uma conversa, você começa a receber mensagens no seu telefone celular. Pronto! Já houve uma distração da conversa principal, prejudicando sua compreensão e criando uma barreira comunicativa. Presunção: ocorre quando uma pessoa supõe que a outra já conhe- ce o conteúdo de sua mensagem. Confusão: quando os assuntos não seguem uma sequência lógica ou coerente, é, praticamente, impossível que o receptor consiga criar uma imagem mental daquilo que se está falando. Credibilidade: relaciona-se à confiança que temos na pessoa que está transmitindo a mensagem. Defensividade: acontece quando o receptor já tem uma imagem formada sobre o assunto em questão ou quando não simpatiza com o emissor. Linguagem apropriada: quando se utiliza linguagem apropriada ao local, aos ouvintes e à situação, há mais chances de que a mensagem seja compreendida tal como se deseja. Precisão: muitas vezes, precisão é confundida com excesso de zelo. Entretanto é melhor repetir a mensagem de diferentes formas e ga- rantir que ela seja compreendida adequadamente do que correr o risco de surgir um problema de entendimento. Canais múltiplos: todo nosso corpo fala. É importante que os ges- tos e as expressões apoiem a mensagem, já que diferentes canais de comunicação reforçam e garantem o entendimento. Escuta ativa: é a participação ativa do receptor. Se há dúvidas sobre o que está sendo dito, questione, pergunte, esclareça; evite que uma dúvida passe, pois ela pode prejudicar a compreensão da mensagem na íntegra. Emissor e receptor participam, juntos, do processo comu- nicativo, sempre em sintonia! Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar U N ID A D E 1 20 Empatia: colocar-se na situação do outro é, também, uma boa for- ma de compreender a mensagem. Por exemplo, se percebemos que alguémquer nos dizer algo, mas está nervoso ou ansioso, podemos tentar tranquilizar essa pessoa antes da conversa. Fonte: adaptado de Ferreira e Malheiros (2016, p. 29-31). Para diminuir o impacto dessas barreiras de comunicação, o feedback é funda- mental. Quando o receptor recebe uma mensagem e a interpreta, é importante que haja uma sintonia entre emissor e receptor para que seja mais fácil validar a mensagem. Por isso, em uma comunicação, é sempre importante que tanto emissor quanto receptor tenham certeza de que a mensagem foi interpretada da maneira correta, e a melhor forma de se fazer isso é perguntando se a pessoa entendeu o que se está procurando dizer. 3 COMUNICAÇÃO NA SOCIEDADE da informação Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar U N IC ES U M A R 21 Todo desenvolvimento da sociedade foi acompanhado por importantes mudanças tecnológicas, desde o período agrícola, passando pela era industrial, até chegar ao que é conhecido como sociedade da informação. Cada uma dessas mudanças, na tecnologia, foi responsável por profundas transformações sociais. Alguns autores, como Alvin Toffler, chamam essas mudanças tecnológicas de onda; a primeira onda é caracterizada pelas transformações na era agrícola; e a segunda, tendo início com a Revolução Industrial, no século XVIII, também, contribuiu para o surgimento da sociedade de consumo e pelos meios de comunicação de massa. Atualmente, estaríamos vivendo a terceira onda, que é consequência da criação e introdução do computador, a Internet e diversas invenções que impactaram, forte- mente, no desenvolvimento social, contribuindo para que nos tornássemos a socie- dade da informação. Essa evolução pode ser acompanhada no Quadro 1, a seguir: Características Chave Sociedade Agrícola Sociedade Industrial Sociedade da Informação 1. Período de tempo 10.000 anos 200 anos (Inglaterra - 1750) 1955 (Começou nos EUA) 2. Recurso Básico Alimentar Energia Informação 3. Mão de obra principal Fazendeiros Trabalhadores de fábricas Trabalhadores da Informação 4. Instituição social Fazenda Fábricas, siderúrgicas Pesquisa e Universidades 5. Tecnologia básica Trabalho Manual Máquinas a vapor Computação e eletrônica 6. Natureza da Comunicação Mídia impressa Rádio, Cinema e Televisão Mídia Interativa, redes sociais Quadro 1 - Comparação entre a sociedade agrícola, a sociedade industrial e a sociedade da informação / Fonte: Rogers (1986, p. 13). Leticia Destacar Leticia Destacar U N ID A D E 1 22 O fato de hoje vivermos em uma sociedade que tem como base a produção de va- lores informacionais, e não mais valores materiais, é o que caracteriza a expressão de sociedade da informação. Por isso, é possível perceber que tanto a informação quanto a comunicação se fazem tão importantes em nossa vida. Outro fator de suma importância que contribui para que vivamos na so- ciedade da informação é a conectividade que a Internet proporciona. O avanço dessa tecnologia permitiu uma verdadeira revolução na maneira como as pessoas se comunicam. Felice (2008, p. 23) consegue resumir bem essa situação quan- do explica que “diante dos nossos computadores ligados em rede, podemos nos comunicar somente se passarmos a interagir com as nossas interfaces em um diálogo constante, [...] no qual é excluído qualquer distinção entre o produtor e o receptor da mensagem”. Ao mesmo tempo que esse tipo de conexão é revolucionário, acaba sendo, também, perigoso. Ao se perder a noção de emissor e receptor das mensagens, uma característica do tipo de informação que se trafega em redes sociais, como o Facebook, por exemplo, as pessoas se perdem em um emaranhado de infor- mações que são comunicadas indefinidamente, dificultando ter conhecimento a respeito de sua veracidade. Considerando Bueno (2009, p.119), isso acontece porque "a Internet é mais do que multimídia, ela é hipermídia, uma vez que pos- sibilita a junção de todas as outras mídias com a conexão em rede". Castells (1999, p. 40 apud Bueno, 2009, p. 120) complementa essa fala ao pontuar que “as redes interativas de computadores estão crescendo exponencialmente, criando novas formas e canais de comunicação, moldando a vida e, ao mesmo tempo, sendo moldadas por ela”. O referido autor já previu, há mais de vinte anos, o impacto que a Internet viria causar na sociedade. Esse crescimento exponencial transformou as relações sociais, expandindo a capacidade dos indivíduos, antes anônimos, a se tornarem celebridades em virtude de uma hiperexposição só possível pela utilização da Internet e suas mídias sociais. As empresas, também, vêm se aproveitando desse novo canal de comunica- ção, fato que pode ser comprovado observando a preocupação que grande parte delas tem demonstrado em fazer parte de alguma rede social, como o Facebook, Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar U N IC ES U M A R 23 por exemplo, e em monitorar os comentários que são postados a respeito de seus produtos e serviços, tentando, assim, controlar e administrar as críticas o mais rápido possível, de modo a diminuir possíveis impactos negativos que possam aparecer. Além disso, as mídias sociais, também, permitem que a as empresas: “ Divulguem seus produtos; Realizem campanhas promocionais; Acompanhem sua imagem junto aos seus consumidores; Observem as tendências do mercado; Conheçam seus clientes; Fidelizem seus clientes; Envolva seu público-alvo de acordo com suas intenções (FERREIRA; MALHEIROS, 2016, p. 93). Pare para pensar como seria o seu mundo, hoje, sem as ferramentas do Google, como o Maps, ou sua rede social preferida, como Facebook ou Instagram. Seria um mundo mais fácil? Veja que estou falando de tecnologias que existem há menos de vinte anos. pensando juntos Outras ferramentas de comunicação, com grande impacto social, são os aplica- tivos de conversação como o WhatsApp, que trouxe grande prejuízo às compa- nhias telefônicas, obrigando-as a mudar seu modelo de negócio. A maioria das pessoas e das empresas, hoje, utilizam mensagens de texto ou envio de arquivos de áudio para se comunicarem. Tudo isso em função do baixíssimo custo e da praticidade. Sem contar, o uso de aplicativos, como o Uber ou Rappi, ou mesmo iFood, entre outros, que facilitaram, e muito, a contratação de serviços de entrega e de deslocamento. É engraçado pensar que a geração anterior aos anos 1990 nunca mais verá o mundo como o conheceu, ao mesmo tempo em que a geração a partir dos anos 1994 nunca conheceu um mundo sem a utilização da Internet e suas facilidades. Leticia Destacar Leticia Destacar U N ID A D E 1 24 4 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL estratégica Até aqui, vimos alguns aspectos da comunicação desde sua evolução até a sua importância para os dias atuais, além de termos tratado de seu funcionamento em termos de processo de comunicação. A partir de agora, caro(a) acadêmico(a), traremos abordagens a respeito da importância da comunicação organizacional. Nas palavras de Fleury (1996, p. 24), "a comunicação constitui um dos elementos essenciais no processo de criação, transmissão e cristalização do universo sim- bólico de uma organização". Vale lembrar, aqui, que, quando se fala em organi- zação, estamos nos referindo a todo e qualquer tipo de empresa, tendo em vista que a comunicação deve ser considerada como a base da existência para todas as organizações. Nessa linha de pensamento, Tavares (2010, p.11) afirma que “a comunicação pode existir de duas formas: ordenada e desordenada”, conforme é possível ver no Quadro 2: Ordenada Desordenada Organizações que valorizam a importância da comunicação como um todo e fazem uso da mesma forma planejada. Organizações que utilizam de forma intuitiva a comunicação sem o planejamento baseando-se no “achismo”. Quadro 2 - Formas de se trabalhar a comunicação / Fonte: adaptadode Tavares (2010). Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar U N IC ES U M A R 25 Certamente você, depois de tudo o que foi tratado até aqui, já tenha uma percep- ção do quão valiosa é a comunicação para as organizações. Ainda assim, poucas são as empresas que conseguem se comunicar de modo estratégico. Aliás, pode- mos afirmar que o sucesso ou o fracasso das empresas tem muita relação com a maneira pela qual elas se comunicam com o mercado. Martiniano (2007) explica que a má comunicação traz desgastes nas relações organizacionais, em função de agressões verbais, perda de tempo, retrabalho, mal-entendidos e muitas outras si- tuações ruins, frutos de problemas com a comunicação. Em outras palavras, para que as organizações utilizem, estrategicamente, a comunicação organizacional é importante que exista uma cultura de comunicação, de maneira que os recursos necessários sejam disponibilizados para tais atividades; caso contrário, a orga- nização pode ter maus resultados. Não existe comunicação organizacional em ambientes organizacionais em que essa perspectiva cultural seja ausente. Confor- me Bueno (2009, p. 59), "dificilmente se poderia surpreender uma comunicação organizacional estratégica numa organização que fosse avessa a um sistema de gestão comprometido com esse paradigma organizacional". É preciso lembrar que, em um mundo conectado, as organizações precisam oferecer muito mais do que apenas bons serviços ou produtos com preços com- petitivos. Não adianta, também, apresentar estruturas atrativas. As organizações precisam comunicar-se de maneira correta com o seu público. Perez e Bairon (2002, p. 33) afirmam ser "necessário cada vez mais comuni- car-se não só com clientes, mas também com clientes em potencial, fornecedores, colaboradores, entidades de classe, investidores e o público em geral". Percebe-se, então, que a comunicação organizacional, quando bem realizada, é condição que contribui para o lucro das empresas e, ainda, que uma boa comunicação é um diferencial entre as organizações. Seu objetivo é transmitir informações, criar e estreitar relacionamentos com o mercado, além de manter seus clientes internos e externos situados a respeito do que se passa com a organização. De modo geral, a comunicação organizacional é uma maneira de manter integrado todos os diversos processos pelos quais as organizações passam dia- riamente. Corroborando com esse pensamento, Kunsch (2009, p. 113), diz que “a importância da comunicação dentro das empresas pode contribuir signifi- cativamente em todas as áreas, inclusive, para a área financeira”. Um exemplo muito simples sobre a relevância da comunicação organizacional é a utilização do famoso "jornalzinho" da empresa, para divulgar os feitos entre seus funcionários. Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar U N ID A D E 1 26 Isso é o tipo de ação que, sem grandes investimentos, provoca uma melhora na moral dos colaboradores que, muitas vezes, pode contribuir com um aumento no rendimento organizacional. Uma estratégia simples, prática e de fácil aplicação, mas que a grande maioria das organizações não sabe como aplicar. Outra maneira de se utilizar a comunicação organizacional ocorre por meio de uma assessoria de imprensa e, como mostramos anteriormente, com a utilização das redes sociais. As atuais ferramentas de tecnologia e informação das quais as empresas dis- põem favorecem que se tenha acesso a praticamente todo o tipo de informação que possamos imaginar. Por meio dessas ferramentas, como os smartphones ou tablets, conectados à Internet, é possível que empresas e pessoas, de modo geral, conversem virtualmente nas mais diversas situações, independente das distân- cias. O ganho em interação que as organizações conseguem com esses meios é muito grande. A capacidade de melhorar a imagem das organizações, frente ao seu público, só com a utilização das redes sociais, além de ser muito eficiente, permite um estreitamento das relações com seus clientes antes nunca imaginado. As empresas que sabem utilizar, corretamente, essas ferramentas on-line de comunicação têm condição de transmitir uma imagem melhor para o seu público, além de demonstrarem preocupação com a opinião do mercado. No entanto Matos (2014, p. 96) chama atenção para o fato de que "de nada servem veículos e canais formais de comunicação interna e externa se não houver atitudes e comportamen- tos positivos que estimulem a livre interação de pensamentos, opiniões e ideias". Portanto, além de utilizar as ferramentas de comunicação organizacional, é necessário que elas sejam utilizadas de maneira correta. Estrategicamente, a uti- lização da comunicação organizacional deve ser implantada pelas organizações para alcançar determinados objetivos, sem eles, segundo Pimenta (2010): ■ Construção da imagem institucional da empresa. ■ Adequação dos trabalhadores ao aumento da competição no mercado. ■ Atender às exigências dos consumidores mais conscientes de seus direitos. ■ Defender interesses frente ao governo (lobby). ■ Encaminhar questões sindicais e relacionadas à preservação do meio ambiente. Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar U N IC ES U M A R 27 Construção da imagem institucional da empresa Fundamental para qualquer organização, sua imagem determina o conceito que as pessoas e o mercado em geral têm a respeito das empresas. Uma organização que esteja preocupada com questões de responsabilidade social e ambiental bem como age de maneira verdadeira, conforme o que divulga, terá uma grande chan- ce de construir uma imagem frente ao seu público, de uma organização séria e comprometida com o equilíbrio socioambiental. Será possível, também, perceber que existe uma tendência por parte dos consumidores em desenvolver imagens positivas de organizações que promovem ou estejam envolvidas com eventos culturais, esportivos ou de voluntariado. Como explica Pimenta (2010, p. 139), "a imagem do produto e da empresa (como instituição) formam seu maior patrimônio, que deve ser construído e preservado, tendo como base a ética, a organização e a competência”. Essa ima- gem institucional é construída pela imagem do produto em relação à qualidade, preço e durabilidade, e pela imagem da relação com o consumidor que leva em consideração o atendimento, a assistência técnica, etc. Adequação dos trabalhadores ao aumento da competição no mercado A participação dos funcionários, na construção da imagem organizacional, é muito importante. As organizações só conseguem construir imagens positivas frente à sociedade caso os seus funcionários conheçam e tenham efetiva partici- pação na construção dessa imagem. Para isso, é necessário algum investimento na melhora do desempenho dos funcionários, e a comunicação interna é uma excelente ferramenta para isso – como no exemplo dado anteriormente a respeito do "jornalzinho interno". Outra maneira de trabalhar essa melhora de desempe- nho, é desenvolver os valores e técnicas organizacionais junto aos funcionários. Para isso, a comunicação interna, segundo Pimenta (2010), pode ser utilizada, em termos de valores, para melhorar a responsabilidade, o compromisso, a coo- peração, a solidariedade e a dedicação dos funcionários. Em relação às melhorias técnicas, é possível utilizar formas de comunicação que possibilitem às equipes desenvolver novos procedimentos e métodos de trabalhos. Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar U N ID A D E 1 28 Atender às exigências dos consumidores mais conscientes de seus direitos O atendimento àsexigências do mercado, também, tem reflexo na imagem da organização; este deve ser realizado por meio de uma comunicação organizacio- nal bem estruturada, e disponibilizar para os consumidores, através dos meios de comunicação em geral e, principalmente, pela Internet, informações referentes à organização, que sejam suficientes para satisfazer estes que estão cada vez mais exigentes e conscientes de seus direitos. Defender interesses frente ao governo (lobby) Não só os consumidores têm maior conhecimento de seus direitos; as organi- zações, também, vêm buscando, por meio de associações e sindicatos, lutar por seus interesses frente ao governo. Para que isso se efetive, Pimenta (2010, p. 133) explica que é necessário as "organizações criarem representantes que estabeleçam contato com as entidades governamentais, para que posteriormente, estabeleçam vínculos que possibilitem a ampliação dos negócios". Encaminhar questões sindicais e relacionadas à preservação do meio ambiente Uma exigência cada vez maior, por parte dos consumidores, refere-se à manei- ra como as organizações vêm agindo, frente às suas responsabilidades sociais, econômicas e ambientais, quanto à sua atuação no mercado. Para o mercado, de forma geral, essa é uma tendência em crescimento e que não tem volta. Por isso, munir o mercado e seus consumidores com a maior quantidade de informações referente a esses assuntos é fundamental para tranquilizar seus consumidores. Além de buscar esses objetivos, uma estratégia de comunicação, também, deve pensar quais recursos estão disponíveis para se alcançar esses objetivos e o que precisa ser diagnosticado em termos de reputação da organização. U N IC ES U M A R 29 CONSIDERAÇÕES FINAIS Parabéns! Você chegou ao final da unidade. Esperamos que tenha aproveitado e gostado do que estudamos até aqui. Inicialmente, abordamos os conceitos e trajetórias da comunicação organizacional. Para isso, fizemos um breve relato de sua evolução desde os primórdios da humanidade até os dias de hoje, em um mundo conectado por mídias sociais. Aproveitamos para apresentar a evolução da comunicação no Brasil, desde os anos 1950 até a atualidade. Discorremos sobre o processo de comunicação, no qual existe um emissor, que envia uma mensagem para um receptor, que a codifica, interpreta e a de- volve. Vimos que esse processo, com começo, meio e fim, pode sofrer ruídos que impedem as pessoas de se comunicarem plenamente, devido às barreiras na comunicação. Dessa forma, mostramos algumas para que você as conheça e tome cuidado quando estiver se comunicando. Tratamos, também, da comunicação na sociedade da informação. Discutimos como a tecnologia da informação e comunicação tem impacto a humanidade na maneira de se comunicar, e como você deve agir em relação a isso. Na última aula, abordamos a comunicação organizacional estratégica, na qual mostramos a importância de as organizações utilizarem, de maneira estratégica, a comunicação. Explicamos, também, o que deve ser feito para construir uma ima- gem positiva da empresa e qual o papel dos funcionários nesta construção. Por fim, vimos que é muito importante as empresas agirem de maneira condizente com suas ações e valores em relação aos aspectos socioambientais, assunto esse que está muito em voga nos dias atuais e é uma tendência na comunicação das organizações. Empenhamo-nos ao máximo para que você tenha acesso ao melhor conteúdo e, consequentemente, um excelente aprendizado. Grande abraço. Sucesso! 30 na prática 1. A comunicação pode sofrer algumas barreiras, durante o seu processo, que preci- sam ser evitadas. Essas barreiras, conhecidas como ruídos, podem causar problemas de comunicação. Portanto, é correto dizer que: a) Deve-se deixar de se preocupar com possíveis distrações recebidas. b) Deve-se manter na defensiva durante a comunicação. c) Quando alguém estiver lhe dirigindo a palavra, prestar muita atenção, não desviar o olhar ou realizar outra atividade ao mesmo tempo. d) Deve-se prestar atenção, apenas, no conteúdo emitido que seja confuso. e) Embasar decisões, apenas, na opinião que se tem do emissor, mesmo que este não tenha credibilidade. 2. A comunicação sempre existiu e existirá na história das organizações. Obviamente, o que irá diferenciá-la é a sua evolução. Hoje, a comunicação empresarial é uma ferramenta estratégica de planejamento usada com o objetivo de melhorar, por exemplo, a imagem da empresa. De acordo com o material de estudo, sobre a co- municação empresarial, podemos destacar que ela é uma atividade multidisciplinar que envolve métodos e técnicas das áreas de: I - Propaganda. II - Marketing. III - Área da Produção. IV - Relações Públicas. V - Engenharia. Assinale a alternativa correta: a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas II e III estão corretas. c) Apenas I está correta. d) Apenas I, II e IV estão corretas. e) Nenhuma das alternativas está correta. 3. Buscar a eficiência e eficácia na comunicação é, sem dúvida, o grande objetivo das corporações. Para que isso ocorra, não existem fórmulas mágicas que possam ser utilizadas. É necessário colocar, em prática, alguns passos pré-estabelecidos que poderão ser seguidos e levar a comunicação a se tornar mais eficaz. 31 na prática Com base nesta afirmação, preencha com (V) Verdadeiro ou (F) Falso as sequências a seguir. ( ) Identificar o público ou audiência-alvo. ( ) Determinar os objetivos da comunicação. ( ) Fazer grandes investimentos financeiros em software na área de comunicação. ( ) Selecionar, somente, um canal específico. ( ) Definir o composto comunicacional. Assinale a alternativa correta: a) F, V, V, F, F. b) V, V, F, F, V. c) V, F, V, F, V. d) F, F, F, V, V. e) F, V, F, V, F. 4. A comunicação é inerente ao ser humano, desde o seu primeiro dia de vida. Uma mamãe não precisa esperar seu bebê recém-nascido pedir o seu leite para sa- ber que ele está com fome. Basta escutá-lo chorar. Dessa forma, a comunicação é processada o todo tempo, independentemente da forma em que ocorre. De uma criança que chora pelo seu leite até um executivo que precisa convencer seu cliente a comprar seu produto, o sucesso de toda a atividade “profissional” passa por uma comunicação eficaz. Para se fazer uma comunicação de excelência, é necessário compreender seus elementos. Com base nesta afirmação, aponte quais são os ele- mentos do processo de comunicação. 5. Na comunicação organizacional, é importante que as empresas saibam utilizar, cor- retamente, suas ferramentas de comunicação de maneira que seja possível transmi- tir uma melhor imagem para o seu público, demonstrando, assim, certa preocupação com a opinião do mercado. No entanto é importante entender que não basta ter uma comunicação eficiente se as atitudes da organização não forem condizentes com o que ela diz. Portanto, cite quais são os objetivos a serem alcançados quando a organização utiliza, estrategicamente, a comunicação. 32 aprimore-se ESTUDO REVELA QUE PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO INTERNA INTER- FEREM NA PRODUTIVIDADE De acordo com os resultados do 8º Relatório Anual de Produtividade Proudfoot, as empresas brasileiras poderiam obter maiores ganhos em produtividade do que companhias de outros países, mas enfrentam vários entraves, como problemas de comunicação interna. Os gestores brasileiros acreditam que suas empresas pode- riam aumentar sua produtividade em 17,7% nos próximos dois anos, 4 pontos aci- ma da média global e o nível mais alto relatado na pesquisa, que incluiu 1272 execu- tivos de 12 países (Austrália, Canadá, Brasil, Rússia, Estados Unidos, China, França, Reino Unido, Alemanha, Índia, África do Sul e Espanha). Confirmando o otimismo dos executivos brasileiros, a pesquisa apontou que os gestores acreditam que suas empresas chegarão a atingir 85% destes ganhos potenciais de produtividade. Este otimismo poderia, contudo, mascarar a realidade, pois os trabalhadores brasileiros se mostram menos produtivos doque nos últimos anos. Uma análise realizada pela Proudfoot revelou que o tempo que os trabalhadores brasileiros gastam com atividades improdutivas subiu para 39,8% da semana de trabalho em 2007, o que equivale a dois dias inteiros de improdutividade semanais. Esta é uma alta de 8 pontos em relação aos índices de 2006. Apesar do aumento do tempo improdutivo dos funcionários, 94% dos gestores brasileiros pesquisados ava- liam que a produtividade de sua empresa está acima da média, os maiores índices de qualquer país listado na pesquisa. Os gestores no Brasil e nas outras economias do BRIC se mostram mais otimistas sobre a capacidade de suas empresas obterem ganhos potenciais de produtivida- de do que os outros países em economias mais maduras. “Houve um aumento de produtividade significativo nas empresas em todo o mundo nos últimos anos”, afir- mou Luiz Carvalho, CEO da Proudfoot, sediada em Atlanta. “Entretanto, o aspecto de maior destaque foi o desempenho de empresas nos mercados emergentes, inclusi- ve o Brasil”. “O Brasil está tendo uma oportunidade excepcional”, observou Carva- lho. “Se as empresas brasileiras conseguirem atingir estes ganhos potenciais de pro- 33 aprimore-se dutividade, haverá oportunidades extraordinárias para elas no Brasil, na América Latina e no mercado global. O fator decisivo para ter acesso a estas oportunidades é solucionar e superar as barreiras críticas para o aumento da produtividade”. Os gestores entrevistados em vários países citaram problemas com a mão de obra disponível e a falta de trabalhadores qualificados como o principal entrave a uma maior produtividade, seguidos por problemas de comunicação interna, barrei- ras legislativas e regulatórias, baixa moral dos funcionários, alta rotatividade de pes- soal e qualidade dos supervisores. Por outro lado, os gestores brasileiros citaram os problemas de comunicação interna como sendo a principal barreira para obter maior produtividade no mercado. Esta barreira foi mencionada por 47% dos gesto- res brasileiros, quase o dobro da média global. “Quando analisamos os problemas de comunicação interna no Brasil, descobrimos que o ponto central do problema está na comunicação de cima pra baixo e na comunicação entre departamentos”, explicou Carvalho. “30% dos gestores brasileiros afirmaram ter dificuldades para se comunicar entre departamentos, o terceiro maior nível de qualquer país pesquisa- do, e o maior entre os países do BRIC. Da mesma forma, o Brasil se classificou em segundo lugar nos países pesquisa- dos em relação a problemas com comunicação de cima para baixo”. A baixa moral dos funcionários e da motivação foi a segunda principal barreira aos ganhos de produtividade citada pelos gestores brasileiros. A seguir, vieram os problemas com as tecnologias de informação e de comunicação, a falta de vontade da gestão sênior em implementar programas de mudança, e a falta de alinhamento entre o desem- penho do funcionário e métricas de bônus e objetivos corporativos. “É essencial que as empresas alinhem corretamente suas métricas de desempenho e planos de incentivo aos objetivos corporativos”, explicou João Currito, presidente da unidade brasileira da Proudfoot. “Se as métricas e programas de incentivo estiverem mal alinhados, você incentiva funcionários e gestores a se dedicar a atividades que vão à direção oposta de seus objetivos de negócio. Isso é contraproducente, e prejudica a capacidade da empresa de aprimorar sua produtividade em áreas-chave”. 34 aprimore-se O estudo, também, revelou que os gestores brasileiros passam quase metade de seu tempo (49,5%) envolvidos em atividades administrativas, 7 pontos acima da norma global e o segundo maior índice entre os países pesquisados (a China ficou em primeiro lugar, com 50,5%). Em outras palavras, os gestores brasileiros passam quase 2,5 dias por semana envolvidos com tarefas administrativas. Quando indaga- dos como prefeririam distribuir seu tempo, os gestores brasileiros sugeriram alocar 36,6% de seu tempo com tarefas administrativas. A diferença de 13 pontos entre o índice atual e o ideal pode ser uma das principais soluções para aumentar a produti- vidade do funcionário. “Nossa análise apontou uma correlação entre a maneira que os gestores alocam seu tempo e a produtividade do funcionário”, explicou Carvalho. “Se houver um aumento de 10 pontos no tempo que um gestor passa em supervi- são ativa dos funcionários, ocorre um aumento de 2 pontos no tempo produtivo do trabalhador. No Brasil, esta diferença de 13 pontos poderia ser traduzida em um aumento de 2,6% em produtividade de funcionários”. Os gestores no mundo inteiro passam apenas 7% de seu tempo supervisionando, ativamente, seus funcionários. Fonte: adaptado de Melo (2008, on-line)2. 35 eu recomendo! Comunicação Organizacional - Vol. 1 - Histórico, Fundamen- tos e Processos Autor: Margarida Maria Krohling Kunsch Editora: Saraiva Sinopse: este livro retrata o quanto já avançamos na produção acadêmico-científica sobre essa área no Brasil. Os textos partem de um resgate da evolução da comunicação organizacional no país, passam por seus fundamentos teóricos e aplicados bem como alcançam os impactos exercidos sobre ela pelas novas tecnologias da informação. A obra traz uma contribuição muito significativa para o ensino e a pesquisa da comunicação organizacional nas escolas de comunicação e de administração. livro Nos dias atuais, comunicar-se bem não é mais algo que, somente, os professores, palestrantes ou bons negociadores devem dominar. A boa comunicação, hoje, é uma obrigatoriedade para todos. http://www.infoescola.com/administracao_/comunicacao-empresarial/ conecte-se Obrigado por fumar (Thank you for smoking) Ano: 2005 Sinopse: Nick é o principal porta-voz das grandes empresas de cigarros, ganhando a vida defendendo os direitos dos fumantes nos Estados Unidos. Desafiado pelos vigilantes da saúde e, tam- bém, por um senador oportunista, que deseja colocar rótulos de veneno nos maços de cigarros, Nick passa a manipular informa- ções de forma a diminuir os riscos do cigarro em programas de TV. Além disso, Nick conta com a ajuda de Jeff, um poderoso agente de Hollywood, para fazer com que o cigarro seja promovido nos filmes. filme 2 COMPOSTO DA COMUNICAÇÃO organizacional PROFESSOR Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Comunicação institucional • Co- municação administrativa • Comunicação interna • Comunicação mercadológica (marketing) OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Explicar a Comunicação institucional • Discutir sobre a Comunicação administrativa • Apresentar os conceitos sobre Comunicação interna • Definir a Comunicação mercadológica. INTRODUÇÃO Olá, caro(a) acadêmico(a)! Ao longo desta unidade, trataremos do compos- to da comunicação organizacional. Essa parte tão importante para a empre- sa é constituída pela comunicação institucional, administrativa, interna e mercadológica. Apresentaremos cada uma dessas comunicações, buscando abranger o máximo de informação a respeito de seus conceitos, processos de funcionamento e importância para a organização como um todo. Inicialmente, abordaremos a comunicação institucional, apresentando o funcionamento do seu processo de comunicação, e o conceito de comu- nicação externa. Na sequência, apresentaremos a comunicação interna, mostrando como deve ser realizado o seu processo de comunicação, os seus canais de comunicação interna e sua importância para a organiza- ção. Aproveitaremos para apresentar uma ferramenta muito importante e bastante utilizada pelas organizações, o endomarketing. Após explicar sua definição e apresentar sua importância para a comunicação organizacional, mostraremos como promover programas de endomarketing. Para finalizar a unidade, apresentaremos os conceitos da comunicação mercadológica, explicaremos o porquê devemostratá-la como comuni- cação integrada de marketing e, só então, mostraremos como realizar o planejamento da referida comunicação integrada de marketing. Esperamos que você possa aproveitar esta unidade, e que ela ajude você a alcançar seus objetivos pessoais e profissionais. Sucesso! U N ID A D E 2 38 1 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL Em um mundo onde a imagem tem uma importância significativa, saber a me- lhor maneira de se comunicar com o seu público é um diferencial para qualquer organização. Este é o objetivo da comunicação institucional, interagir de maneira que seja possível construir uma imagem positiva junto de seus públicos, interno e externo. Para isso, a organização deve utilizar de seus canais de comunicação e redes de relacionamento de maneira que possa conquistar a confiança, a credi- bilidade e a simpatia dos stakeholders. Atualmente, a comunicação institucional utiliza-se do conhecimento com- partilhado e das relações humanas. Ela “deve ser vista como uma estratégia funda- mental nas organizações” (RIVELARO; BOLINA, 2020, p. 13). Ainda, segundo os mesmos autores, cada vez mais, as organizações têm consciência da importância do fator humano para o sucesso do negócio e, “uma comunicação organizacional integrada e bem planejada é um quesito estratégico fundamental” (CRIVELARO; BOLINA, 2020, p. 13). Um outro autor que traz uma importante definição de co- municação institucional é Lupetti (2009), que a define como a comunicação que procura estabelecer um conceito público para a organização, de maneira que sua filosofia seja difundida, além de comunicar para o seu público sua missão, visão e valores que fazem parte de suas práticas e políticas organizacionais. Kunsch (2016, p.102) explica que a comunicação institucional “incumbe-se da construção da imagem e da identidade da companhia”, ou seja, a organização precisa utilizar Leticia Destacar U N IC ES U M A R 39 das ferramentas de relações públicas para empregar ações que possam dar à orga- nização um posicionamento coerente com a sua missão, visão, valores e políticas organizacionais. Assim, percebe-se que Lupetti (2009) e Kunsch (2016) trazem, praticamente, o mesmo conceito para comunicação institucional. Em suma, a comunicação institucional nada mais é do que a forma como a organização comunica sua imagem institucional perante o seu público. A comuni- cação institucional é formada pela comunicação interna e externa que se integram na construção da imagem Institucional da organização. Trabalhar com a imagem institucional da organização é uma maneira de pensar, estrategicamente, sua comu- nicação empresarial, para, nas palavras de Matos (2014, p. 91), “solidificar a cultura (crença e valores), as filosofias e as estratégias de ação da organização”, o que signi- fica, formatar sua imagem institucional como seu maior patrimônio. Para que você, caro(a) acadêmico(a), entenda esse conceito de imagem insti- tucional como patrimônio organizacional, definiremos o conceito de organização. É possível definir uma organização, nas palavras de Kunsch (2016, p. 62), “como um sistema social e histórico, formal, que obrigatoriamente se comunica e se re- laciona, de forma endógena, como os seus integrantes e, de forma exógena, com outros sistemas sociais e com a sociedade”. Ou seja, as organizações são entidades constituídas de pessoas que atuam em busca de um mesmo objetivo e possui as seguintes características, segundo Kunsch (2016): ■ Serem sistemas sociais constituídos por relacionamentos entre pessoas. ■ Serem complexas e aplicarem a divisão de trabalho. ■ Terem história e memória. ■ Precisarem enfrentar o desafio das mudanças. ■ Terem identidade. ■ Quererem resultados. Acesse o link a seguir e saiba um pouco mais a respeito da comunicação institucional. https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/comunicacao-insti- tucional/33186 conecte-se Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar U N ID A D E 2 40 Por causa dessas características, é preciso que você entenda que, apesar de uma aparência simples, as organizações, devido às relações humanas existentes, tor- nam-se ambientes complexos e, por isso, precisam que seus aspectos formais se- jam moldados por regulamentos, normas e procedimentos, missão, visão, valores, direitos e deveres. Tudo isso deve ser comunicado de maneira formal para que integre as relações humanas com as necessidades da organização. Processo de comunicação institucional A comunicação institucional é um processo relacional entre indivíduos, departa- mentos, unidades e organizações; ela se divide em: comunicação interna, externa e assessoria de imprensa, onde: “ Comunicação interna: direcionada a funcionários e colaboradores diretamente vinculados à empresa.Comunicação externa: relacionada a clientes, fornecedores, acio- nistas, empresas concorrentes, mídia, governo, órgãos públicos, es- colas, sindicatos e à sociedade de um modo geral (opinião pública). Assessoria de imprensa: funciona integrada ao processo de comu- nicação externa da empresa e cuida do fluxo de notícias e informa- ções da empresa para a mídia (jornal, revista, televisão, rádio e inter- net) e o seu relacionamento com jornalistas e públicos formadores de opiniões ligados à comunicação social (MATOS, 2014, p. 111). O processo de comunicação institucional independe do tipo de organização e de seus modelos administrativos, ou qualquer outro atributo que lhe diferen- cie de outras organizações. É um processo complexo que integra suas políticas, seus planejamentos e suas ações. É constituído dos elementos básicos da teoria da comunicação: fonte, codificador, canal, mensagem, decodificador e receptor. Kunsch (2009) explica que esse processo de comunicação tem como fonte a ad- ministração que irá, de acordo com o ambiente e o perfil do receptor, criar as mensagens e selecionar os melhores canais de comunicação que sejam os mais adequados, para transmitir suas mensagens sempre procurando controlar todo o processo para evitar ruídos e alcançar os resultados desejados. É preciso enten- Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar U N IC ES U M A R 41 der que a comunicação institucional é um processo que envolve relações sociais e, apesar do cuidado com os ruídos, “quando um emissor é intimidado por seu receptor durante o processo de envio de uma mensagem, a própria mensagem e a interpretação dela serão afetadas” (HALL, 1984, p. 133 apud KUNSCH, 2002). A comunicação institucional ocorre em um nível intrapessoal, interpessoal e interfuncional sendo: “ Intrapessoal: a comunicação ocorre em um nível fundamental, do qual nem sempre nos lembramos, é o da comunicação consi-go mesmo. Corresponde ao diálogo interior em que debatemos e questionamos os nossos pensamentos, dúvidas, certezas, opiniões, decisões e escolhas. Interpessoal: realiza-se por meio da comunicação direta com uma ou mais pessoas. É o nível de comunicação em que os papéis de emissor (fonte) e de receptor (destino) são exercidos de modo re- cíproco por duas ou mais pessoas. Interfuncional: realiza-se quando uma área, divisão, unidade ou departamento relaciona-se com outro para a transmissão de dados ou troca de informações (MATOS, 2014, p. 111-112). Além dos níveis de comunicação, a organização deve, também, decidir por quais canais de comunicação utilizar. Estes canais podem ser formais ou informais: “ Canal Formal: engloba todas as fontes e meios de comunicação e de transmissão de informações oficialmente existentes na estru-tura da empresa. Na esfera administrativa, por exemplo, os canais formais são representados pelas reuniões, memorandos, ofícios, comunicados, atas de reuniões, relatórios funcionais etc. Canal Informal: todo meio ou suporte que efetiva a comunicação, ou a transmissão de informações, fora dos canais formalmente au- torizados ou reconhecidos como fontes fidedignas. O bate-papo no corredor,o encontro para tomar um cafezinho e a “cervejinha depois do expediente” são canais informais que consolidam a interpretação das iniciativas formais (MATOS, 2014, p. 112). Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar U N ID A D E 2 42 Apesar desses dois canais de comunicação que a organização pode utilizar, é muito importante que seja dado prioridade para a utilização do canal formal. Se- gundo Matos (2014, p. 113), “quando as vias formais de comunicação da empresa não atendem a demanda por informações do seu público interno, surge a versão extraoficial do ‘ouvi dizer’, também chamada de ‘rádio corredor’”. No processo de comunicação institucional, existem alguns fluxos que a comu- nicação pode seguir. Quando ela ocorre, no sentido topo decisório e descem até as bases da organização, têm-se um fluxo de comunicação descendente, ou seja, de cima para baixo. Essa é a comunicação oficial que pode ser falada, impressa ou eletrônica. Esse tipo de comunicação tem como função transmitir normas, procedimentos, instruções, estratégias, planos, metas etc. Quando o fluxo de co- municação ocorre de baixo para cima, ou seja, quando é um fluxo ascendente, há a comunicação de características formais ou informais, tendo em vista ser dos funcionários da base em sentido aos níveis mais elevados da organização. Normalmente, esse tipo de comunicação se caracteriza por opiniões, críticas, elogios ou reclamações. A comunicação, também, pode ser realizada em um fluxo horizontal, ou seja, entre os funcionários. Matos (2014, p. 114) explica que “nas estruturas organizacionais mais bu- rocráticas e hierárquicas, pode-se identificar uma tendência para se manter a informação como propriedade secreta de grupos de um mesmo nível funcional”. Em contrapartida, organizações com características descentralizadas e flexíveis é possível que a comunicação ocorra em um fluxo transversal no qual as pessoas participam mais da gestão e estão bem integradas em todos os níveis organiza- cionais. Nesse sentido, a comunicação flui em todas as direções, sem distinção de níveis hierárquicos. Por fim, o fluxo de comunicação mais comum, utilizado nas organizações de pequeno porte, é o fluxo circular. Com grande informalidade, a comunicação, neste tipo de organização, ocorre entre todos os níveis de sua estrutura funcional, sem nenhum tipo de formalidade. FLUXOS DE COMUNICAÇÃO NA EMPRESA 1. Descendente: são as mensagens ou informações que saem do topo decisório e des- cem até as bases. 2. Ascendente: é a comunicação que se processa das bases em direção aos níveis mais ele- vados da hierarquia. Podem ser opiniões, críticas, elogios ou reclamações dos funcionários. quadro-resumo U N IC ES U M A R 43 Comunicação externa Como a comunicação institucional tem a preocupação de criar uma imagem positiva da organização, seu relacionamento com o público externo, também, é alvo do processo de comunicação. Sua preocupação deve ser a de manter a opi- nião pública e os seus consumidores informados sobre as ações da organização. Em um cenário onde as informações circulam com grande velocidade, a opinião pública e os consumidores acessam, rapidamente, às informações de qualquer organização. Em função disso, Ferreira e Malheiros (2016, p. 73) afirmam que a comunicação externa “tem por objetivo criar um canal de diálogo entre a empresa e a sociedade, de modo que seus atos e suas expectativas estejam amplamente divulgados e sejam conhecidos e reconhecidos”. Dessa forma, a preocupação da comunicação externa se resume em: “ • Acompanhar as tendências sociais;• Relacionar-se com seus stakeholders; • Planejar lançamentos de produtos; • Planejar eventos e projetos sociais; • Consolidar a imagem da organização. • Divulgar missão e visão da empresa; • Apresentar uma imagem adequada da companhia; • Enaltecer e reconhecer publicamente os sucessos da organização (FERREIRA; MALHEIROS, 2016, p. 74). 3. Horizontal: é a comunicação realizada entre colegas de trabalho de um mesmo nível hierárquico. Em organizações mais burocráticas, pode-se identificar uma tendência para se manter a informação como segredo entre grupos de um mesmo nível funcional. 4. Transversal: nas organizações descentralizadas e flexíveis, com uma gestão mais participativa e integrada, as pessoas interagem mais, o que permite um fluxo de co- municações em todas as direções, sem a distinção de hierarquia. 5. Circular: fluxo de comunicação nas empresas de pequeno porte, extremamente in- formais. As informações circulam entre todos os níveis da sua estrutura funcional. Fonte: adaptado de Matos (2014, p. 111-114). Leticia Destacar U N ID A D E 2 44 Antes de estabelecer um canal de diálogo com a opinião pública, é necessário que a organização elabore um planejamento das ações de comunicação. A estru- tura desse planejamento deve incluir o público-alvo, que se procura alcançar, as mensagens que se pretende transmitir, o tipo de canal de comunicação que será utilizado, o momento no qual cada uma das mensagens deverá ser transmitida e que tipo de resultado se espera alcançar. Todo esse planejamento deve ser ini- ciado, primeiramente, por um diagnóstico que responda às seguintes questões: “ • Qual o negócio da organização?• Qual a sua missão? • Qual a sua visão? • Há mensagens importantes a veicular? • Que mensagens são essas? • Há alguma questão específica que possa ser apoiada pela comuni- cação externa? (FERREIRA; MALHEIROS, 2016, p. 76). Após a realização do diagnóstico, a organização deve definir como se dará o processo de comunicação externa, para isso deverá: “ • Definir as melhores soluções de comunicação;• Mapear seus públicos; • Descrever detalhadamente qual mensagem será veiculada para cada público; • Estruturar como essas mensagens serão transmitidas (FERREIRA; MALHEIROS, 2016, p. 76). Com as definições do processo de comunicação externa prontas, a organização deve, então, realizar o plano de comunicação externa contendo: “ a. Definição dos objetivos:• O que se quer comunicar? • Qual a relevância dessa comunicação? Leticia Destacar Leticia Destacar Leticia Destacar U N IC ES U M A R 45 b. Estratégias de comunicação: • Quais meios de comunicação serão utilizados? • Como esses meios de comunicação se relacionam entre si? c. Segmentação do público: • Qual será seu público-alvo (governo, imprensa, consumidor)? • Quais as características de cada público? • Quais os melhores meios para se comunicar com cada público? d. Prazos: • Quando as ações terão início? • Serão ações duradouras ou há data específica para o término? • Qual o cronograma das ações de comunicação? e. Resultados esperados: • O que se espera dessa ação? • Como os resultados serão avaliados? (FERREIRA; MALHEIROS, 2016, p. 77-78). Após a execução do plano de comunicação externa, a organização deverá avaliar os resultados de maneira que tenha respostas para as seguintes perguntas: “ 1. Seus objetivos foram atingidos?2. O impacto dessas ações agregou positivamente às estratégias da companhia? 3. Sua estratégia foi eficiente para todos os públicos? 4. O cronograma foi cumprido? 5. Os resultados foram os que você esperava? (FERREIRA; MA- LHEIROS, 2016, p. 78). Leticia Destacar Leticia Destacar U N ID A D E 2 46 Independente de como a organização gerencie sua comunicação institucional, é importante que todo o processo seja realizado com total transparência para que, em nenhum momento, haja dúvidas a respeito da credibilidade da organização. PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE COMUNICAÇÃO EXTERNA 1. Realizar um diagnóstico. 2. Definir ações que farão parte do plano de comunicação. 3. Montar o plano de comunicação. 4. Realizar a avaliação dos resultados obtidos com o plano de comunicação. Fonte: adaptado de Ferreira e Malheiros (2016, p. 74-78). quadro-resumo 2 COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA No dia a
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