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<p>TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO</p><p>E ORATÓRIA</p><p>PROFESSORES</p><p>Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque</p><p>Esp. Taís Luciana Rovina Miné</p><p>ACESSE AQUI</p><p>O SEU LIVRO</p><p>NA VERSÃO</p><p>DIGITAL!</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/2358</p><p>EXPEDIENTE</p><p>C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.</p><p>Núcleo de Educação a Distância. ALBUQUERQUE, Ricardo Aze-</p><p>nha Loureiro. MINÉ, Taís Luciana Rovina.</p><p>Técnicas de Comunicação e Oratória.</p><p>Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque, Taís Luciana Rovina</p><p>Miné.</p><p>Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. Reimpresso em 2024.</p><p>216 p.</p><p>“Graduação - EaD”.</p><p>1. Técnicas 2. Comunicação 3. Oratória. EaD. I. Título.</p><p>FICHA CATALOGRÁFICA</p><p>NEAD - Núcleo de Educação a Distância</p><p>Av. Guedner, 1610, Bloco 4Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná</p><p>www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360</p><p>Coordenador(a) de Conteúdo</p><p>Luciano Santana Pereira</p><p>Projeto Gráfico e Capa</p><p>Arthur Cantareli, Jhonny Coelho</p><p>e Thayla Guimarães</p><p>Editoração</p><p>Flávia Thaís Pedroso</p><p>Bruna Marconato</p><p>Design Educacional</p><p>Ivana Cunha Martins</p><p>Revisão Textual</p><p>Carla Cristina Farinha</p><p>Ilustração</p><p>Bruno Cesar Pardinho</p><p>Fotos</p><p>Shutterstock</p><p>CDD - 22 ed. 408</p><p>CIP - NBR 12899 - AACR/2</p><p>ISBN 978-65-5615-024-6</p><p>Impresso por:</p><p>Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679</p><p>Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de</p><p>Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de</p><p>EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi</p><p>DIREÇÃO UNICESUMAR</p><p>NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA</p><p>Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional</p><p>Débora Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo</p><p>Spaine Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Gerência de Processos Acadêmicos</p><p>Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas Gerência de Contra-</p><p>tos e Operações Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de</p><p>Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel</p><p>BOAS-VINDAS</p><p>Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra-</p><p>balhamos com princípios éticos e profissiona-</p><p>lismo, não somente para oferecer educação de</p><p>qualidade, como, acima de tudo, gerar a con-</p><p>versão integral das pessoas ao conhecimento.</p><p>Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profis-</p><p>sional, emocional e espiritual.</p><p>Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com</p><p>dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje,</p><p>temos mais de 100 mil estudantes espalhados</p><p>em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais</p><p>(Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e</p><p>em mais de 500 polos de educação a distância</p><p>espalhados por todos os estados do Brasil e,</p><p>também, no exterior, com dezenas de cursos</p><p>de graduação e pós-graduação. Por ano, pro-</p><p>duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos</p><p>mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe-</p><p>cidos pelo MEC como uma instituição de exce-</p><p>lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos</p><p>e estamos entre os 10 maiores grupos educa-</p><p>cionais do Brasil.</p><p>A rapidez do mundo moderno exige dos edu-</p><p>cadores soluções inteligentes para as neces-</p><p>sidades de todos. Para continuar relevante, a</p><p>instituição de educação precisa ter, pelo menos,</p><p>três virtudes: inovação, coragem e compromis-</p><p>so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos,</p><p>para os cursos de Engenharia, metodologias ati-</p><p>vas, as quais visam reunir o melhor do ensino</p><p>presencial e a distância.</p><p>Reitor</p><p>Wilson de Matos Silva</p><p>Tudo isso para honrarmos a nossa mis-</p><p>são, que é promover a educação de qua-</p><p>lidade nas diferentes áreas do conheci-</p><p>mento, formando profissionais cidadãos</p><p>que contribuam para o desenvolvimento</p><p>de uma sociedade justa e solidária.</p><p>P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A</p><p>Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque</p><p>Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina</p><p>(2002). Pós-Graduado em Dinâmica dos Grupos pela SBDG - Sociedade Brasileira da</p><p>Dinâmica dos grupos. Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade</p><p>Estadual de Maringá (1998). É avaliador do Ministério da Educação, desde 2002. Foi</p><p>professor do departamento de administração da Universidade Estadual de Maringá</p><p>nos anos de 2006 e 2007. Tem experiência na área de Administração, com ênfase</p><p>em Gestão de Negócios, atuando principalmente nos seguintes temas: Empreen-</p><p>dedorismo, Diagnóstico Organizacional, Planejamento Estratégico, Desenvolvimento</p><p>de Pessoas. Atualmente, é Assessor da coordenação dos cursos de Administração e</p><p>Gestão e professor do Departamento de Administração da UNICESUMAR dos cursos</p><p>presenciais e a distância (EAD). É ator de teatro com formação pelo Sindicato dos</p><p>Atores do Estado do Paraná.</p><p>http://lattes.cnpq.br/4578255535407075</p><p>Esp. Taís Luciana Rovina Miné</p><p>Possui especialização em Docência no Ensino Superior: Tecnologias Educacionais</p><p>e Inovação (2019); Especialização em Leitura e Produção Textual (2019); Especia-</p><p>lização em Gestão Educacional - Administração, Supervisão e Orientação (2012);</p><p>Graduação em Letras - Português e Inglês pelo Centro de Ensino Superior de Ma-</p><p>ringá (2016) e graduação em Secretariado Executivo Trilíngue pela Universidade</p><p>Estadual de Maringá (2006) - Cartão de Registro Profissional nº2383/PR. Atual-</p><p>mente, é professora mediadora no Centro de Ensino Superior de Maringá NEAD</p><p>(Núcleo de educação a distância). Além do trabalho docente, possui experiência</p><p>na produção de materiais didáticos, na elaboração de questões para atividades</p><p>de estudos e avaliações. Atua, também, em bancas de elaboração de questões</p><p>para concurso público.</p><p>http://lattes.cnpq.br/4571851513343822</p><p>A P R E S E N T A Ç Ã O D A D I S C I P L I N A</p><p>TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E ORATÓRIA</p><p>Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) ao livro de Técnicas de Comunicação e Oratória. A</p><p>professora Taís Luciana e eu, professor Ricardo Azenha, elaboramos este material com muito</p><p>carinho para você. Nosso intuito foi trazer um conhecimento bastante amplo a respeito de</p><p>comunicação e oratória para ajudar você a alcançar seus objetivos, tanto pessoais quanto</p><p>profissionais. Para isso, esse livro foi dividido em cinco unidades, com quatro aulas cada,</p><p>seguindo uma sequência lógica de modo que seu aprendizado possa ir acontecendo no seu</p><p>ritmo e respeitando o seu tempo.</p><p>Na primeira unidade, trataremos da comunicação no contexto organizacional. Aqui, abor-</p><p>daremos assuntos relacionados com os conceitos e a trajetória da comunicação em um</p><p>ambiente organizacional. Você aprenderá sobre o processo de comunicação, a comunicação</p><p>na sociedade de informação e a comunicação organizacional como ferramenta de gestão.</p><p>Na segunda unidade, traremos o conteúdo referente ao composto da comunicação empresa-</p><p>rial, para que você possa aprender a adequar suas estratégias, conforme o público e objetivos</p><p>pretendidos com a comunicação. Para isso, você estudará a comunicação institucional, a</p><p>comunicação administrativa, a comunicação interna e a comunicação mercadológica.</p><p>Na terceira unidade, estudaremos os gêneros textuais do contexto organizacional com viés</p><p>para a leitura e a escrita. Na sequência, estudaremos as características da linguagem e dos</p><p>gêneros empresariais, finalizando com a estrutura dos gêneros textuais empresariais.</p><p>Na quarta unidade deste livro, abordaremos os princípios da oratória. Aqui, você poderá de-</p><p>senvolver as habilidades necessárias para a oratória de forma que isso contribua para o seu</p><p>autoconhecimento, aprimoramento e desenvolvimento pessoal e profissional.</p><p>Para finalizar o livro, na quinta e última unidade, apresentaremos a oratória 360 graus, onde</p><p>você aprenderá como estruturar uma apresentação, utilizando-se de estratégias e recursos</p><p>da oratória para planejar e conduzir a fala, impactando e influenciando os espectadores. De-</p><p>sejamos que a sua jornada seja uma aventura inesquecível. Vamos juntos. Um grande</p><p>horizontal, ou seja, entre os funcionários.</p><p>Matos (2014, p. 114) explica que “nas estruturas organizacionais mais bu-</p><p>rocráticas e hierárquicas, pode-se identificar uma tendência para se manter a</p><p>informação como propriedade secreta de grupos de um mesmo nível funcional”.</p><p>Em contrapartida, organizações com características descentralizadas e flexíveis é</p><p>possível que a comunicação ocorra em um fluxo transversal no qual as pessoas</p><p>participam mais da gestão e estão bem integradas em todos os níveis organiza-</p><p>cionais. Nesse sentido, a comunicação flui em todas as direções, sem distinção de</p><p>níveis hierárquicos. Por fim, o fluxo de comunicação mais comum, utilizado nas</p><p>organizações de pequeno porte, é o fluxo circular. Com grande informalidade,</p><p>a comunicação, neste tipo de organização, ocorre entre todos os níveis de sua</p><p>estrutura funcional, sem nenhum tipo de formalidade.</p><p>FLUXOS DE COMUNICAÇÃO NA EMPRESA</p><p>1. Descendente: são as mensagens ou informações que saem do topo decisório e des-</p><p>cem até as bases.</p><p>2. Ascendente: é a comunicação que se processa das bases em direção aos níveis mais ele-</p><p>vados da hierarquia. Podem ser opiniões, críticas, elogios ou reclamações dos funcionários.</p><p>quadro-resumo</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>43</p><p>Comunicação externa</p><p>Como a comunicação institucional tem a preocupação de criar uma imagem</p><p>positiva da organização, seu relacionamento com o público externo, também, é</p><p>alvo do processo de comunicação. Sua preocupação deve ser a de manter a opi-</p><p>nião pública e os seus consumidores informados sobre as ações da organização.</p><p>Em um cenário onde as informações circulam com grande velocidade, a opinião</p><p>pública e os consumidores acessam, rapidamente, às informações de qualquer</p><p>organização. Em função disso, Ferreira e Malheiros (2016, p. 73) afirmam que a</p><p>comunicação externa “tem por objetivo criar um canal de diálogo entre a empresa</p><p>e a sociedade, de modo que seus atos e suas expectativas estejam amplamente</p><p>divulgados e sejam conhecidos e reconhecidos”. Dessa forma, a preocupação da</p><p>comunicação externa se resume em:</p><p>“ • Acompanhar as tendências sociais;</p><p>• Relacionar-se com seus stakeholders;</p><p>• Planejar lançamentos de produtos;</p><p>• Planejar eventos e projetos sociais;</p><p>• Consolidar a imagem da organização.</p><p>• Divulgar missão e visão da empresa;</p><p>• Apresentar uma imagem adequada da companhia;</p><p>• Enaltecer e reconhecer publicamente os sucessos da organização</p><p>(FERREIRA; MALHEIROS, 2016, p. 74).</p><p>3. Horizontal: é a comunicação realizada entre colegas de trabalho de um mesmo nível</p><p>hierárquico. Em organizações mais burocráticas, pode-se identificar uma tendência para</p><p>se manter a informação como segredo entre grupos de um mesmo nível funcional.</p><p>4. Transversal: nas organizações descentralizadas e flexíveis, com uma gestão mais</p><p>participativa e integrada, as pessoas interagem mais, o que permite um fluxo de co-</p><p>municações em todas as direções, sem a distinção de hierarquia.</p><p>5. Circular: fluxo de comunicação nas empresas de pequeno porte, extremamente in-</p><p>formais. As informações circulam entre todos os níveis da sua estrutura funcional.</p><p>Fonte: adaptado de Matos (2014, p. 111-114).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>44</p><p>Antes de estabelecer um canal de diálogo com a opinião pública, é necessário</p><p>que a organização elabore um planejamento das ações de comunicação. A estru-</p><p>tura desse planejamento deve incluir o público-alvo, que se procura alcançar, as</p><p>mensagens que se pretende transmitir, o tipo de canal de comunicação que será</p><p>utilizado, o momento no qual cada uma das mensagens deverá ser transmitida</p><p>e que tipo de resultado se espera alcançar. Todo esse planejamento deve ser ini-</p><p>ciado, primeiramente, por um diagnóstico que responda às seguintes questões:</p><p>“ • Qual o negócio da organização?</p><p>• Qual a sua missão?</p><p>• Qual a sua visão?</p><p>• Há mensagens importantes a veicular?</p><p>• Que mensagens são essas?</p><p>• Há alguma questão específica que possa ser apoiada pela comuni-</p><p>cação externa? (FERREIRA; MALHEIROS, 2016, p. 76).</p><p>Após a realização do diagnóstico, a organização deve definir como se dará o</p><p>processo de comunicação externa, para isso deverá:</p><p>“ • Definir as melhores soluções de comunicação;</p><p>• Mapear seus públicos;</p><p>• Descrever detalhadamente qual mensagem será veiculada para</p><p>cada público;</p><p>• Estruturar como essas mensagens serão transmitidas (FERREIRA;</p><p>MALHEIROS, 2016, p. 76).</p><p>Com as definições do processo de comunicação externa prontas, a organização</p><p>deve, então, realizar o plano de comunicação externa contendo:</p><p>“ a. Definição dos objetivos:</p><p>• O que se quer comunicar?</p><p>• Qual a relevância dessa comunicação?</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>45</p><p>b. Estratégias de comunicação:</p><p>• Quais meios de comunicação serão utilizados?</p><p>• Como esses meios de comunicação se relacionam entre si?</p><p>c. Segmentação do público:</p><p>• Qual será seu público-alvo (governo, imprensa, consumidor)?</p><p>• Quais as características de cada público?</p><p>• Quais os melhores meios para se comunicar com cada público?</p><p>d. Prazos:</p><p>• Quando as ações terão início?</p><p>• Serão ações duradouras ou há data específica para o término?</p><p>• Qual o cronograma das ações de comunicação?</p><p>e. Resultados esperados:</p><p>• O que se espera dessa ação?</p><p>• Como os resultados serão avaliados? (FERREIRA; MALHEIROS,</p><p>2016, p. 77-78).</p><p>Após a execução do plano de comunicação externa, a organização deverá avaliar</p><p>os resultados de maneira que tenha respostas para as seguintes perguntas:</p><p>“ 1. Seus objetivos foram atingidos?</p><p>2. O impacto dessas ações agregou positivamente às estratégias da</p><p>companhia?</p><p>3. Sua estratégia foi eficiente para todos os públicos?</p><p>4. O cronograma foi cumprido?</p><p>5. Os resultados foram os que você esperava? (FERREIRA; MA-</p><p>LHEIROS, 2016, p. 78).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>46</p><p>Independente de como a organização gerencie sua comunicação institucional, é</p><p>importante que todo o processo seja realizado com total transparência para que,</p><p>em nenhum momento, haja dúvidas a respeito da credibilidade da organização.</p><p>PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE COMUNICAÇÃO EXTERNA</p><p>1. Realizar um diagnóstico.</p><p>2. Definir ações que farão parte do plano de comunicação.</p><p>3. Montar o plano de comunicação.</p><p>4. Realizar a avaliação dos resultados obtidos com o plano de comunicação.</p><p>Fonte: adaptado de Ferreira e Malheiros (2016, p. 74-78).</p><p>quadro-resumo</p><p>2</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>ADMINISTRATIVA</p><p>No dia a dia de uma organização, muitas informações são trocadas entre os fun-</p><p>cionários. Esse fluxo de informação, referente à gestão diária de uma organização,</p><p>é caracterizado pela comunicação administrativa, independente dessa comunica-</p><p>ção ser formal ou informal. O principal objetivo da comunicação administrativa</p><p>é, justamente, coordenar esse fluxo de comunicação, orientando e atualizando as</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>47</p><p>informações que estejam sendo distribuídas de maneira que possam ser com-</p><p>partilhadas e entendidas por todos os envolvidos neste processo. Os diferentes</p><p>tipos de mensagens administrativas têm origem nos mais diversos setores da</p><p>empresa e cabe à comunicação administrativa alinhar essas informações, o que,</p><p>na maioria das vezes, é algo muito difícil de se fazer, em função da diferença de</p><p>personalidade das pessoas que as emitem. Lupetti (2009, p. 20) explica que é por</p><p>causa dessa dificuldade "que a comunicação administrativa é considerada um</p><p>dos maiores problemas da organização, uma vez que o gestor da comunicação</p><p>administrativa deve possuir amplo conhecimento do sistema organizacional e</p><p>do sistema de comunicação". Com esse conhecimento, é possível para o gestor</p><p>organizar os diferentes setores da empresa de maneira que as mensagens troca-</p><p>das pela organização sejam claras e objetivas. Essa dificuldade de comunicação</p><p>administrativa se dá, como aponta Kunsch (2009, p. 64), em função "do complexo</p><p>sistema de comunicações e interrelações existentes em um grupamento huma-</p><p>no". Isso acontece porque, em uma organização, cada integrante do grupo detém</p><p>parte das informações de maneira a "proporcionar igualmente, um conjunto de</p><p>expectações estáveis e abrangentes</p><p>quanto ao que os outros membros do grupo</p><p>estão fazendo" (KUNSCH, 2009, p. 64).</p><p>A comunicação administrativa é composta por um emissor, que transmite</p><p>mensagens para um receptor, com a finalidade de influenciar o seu comporta-</p><p>mento. Kunsch (2002, p. 153) complementa essa definição, explicando que a co-</p><p>municação administrativa "altera, explora, cria ou mantém relações situacionais</p><p>entre funções-tarefas, pelas quais é responsável, ou entre sua subseção e qualquer</p><p>outra da organização". O processo de comunicação se dá pela: administração da</p><p>organização, que se caracteriza como sendo a fonte das mensagens que as cria;</p><p>levando em consideração o ambiente e o perfil do receptor; definindo o melhor</p><p>canal para sua transmissão; e controlando todo o processo de maneira a evitar</p><p>ruídos e alcançar os resultados esperados.</p><p>Ferramentas da comunicação administrativa</p><p>Como a comunicação administrativa ocorre de maneira formal ou informal,</p><p>existem ferramentas de comunicação específicas para cada uma dessas condições.</p><p>No caso de uma comunicação administrativa formal, os gestores devem utilizar</p><p>os seguintes instrumentos:</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>48</p><p>“ • Memorandos.</p><p>• Intranet/internet/e-mail.</p><p>• Jornal mural.</p><p>• Reuniões.</p><p>• Quadro de avisos.</p><p>• Portal/blog empresarial.</p><p>• Campanhas internas.</p><p>• Publicações (jornal, revistas, boletins) impressas e/ou eletrônicas.</p><p>• Eventos Z Folhetos, cartazes, faixas.</p><p>• Relatórios patrimonial e social anuais.</p><p>• Clipping (YANAZE, 2011, p. 453).</p><p>Quando a comunicação administrativa ocorrer de modo informal, ela acontecerá</p><p>durante bate-papos, nos momentos de happy hour, no café da manhã, pelo envio</p><p>de bilhetes, contatos telefônicos etc. Quando bem utilizada, Yanaze (2011, p. 454)</p><p>diz que "a comunicação informal pode ser muito eficaz, pois é capaz de alcançar</p><p>os seus objetivos sem as resistências que as ferramentas oficiais normalmente</p><p>criam entre os comunicadores". Em uma comunicação administrativa, os ges-</p><p>tores precisam tomar certo cuidado no caso da organização não se posicionar,</p><p>corretamente, a respeito de assuntos relacionados a seus funcionários ou, no caso</p><p>de demora, em liberar informações importantes que dizem respeito a toda a</p><p>organização. A consequência disso é permitir espaço para que surjam boatos.</p><p>Yanaze (2011, p. 454) define boato "como uma informação sem identificação</p><p>de fonte, veiculada por meios informais, geralmente com conteúdo distorcido". É</p><p>preciso muito cuidado com os boatos, pois, muitas vezes, são mensagens erradas</p><p>e maldosas que podem denegrir a imagem da organização. Uma solução para</p><p>evitar este tipo de problema é definir a estratégia da comunicação administrativa</p><p>de maneira que seja possível responder às seguintes questões:</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>49</p><p>“ • Qual o objetivo dessa comunicação?</p><p>• Para quem se destina?</p><p>• Qual a linguagem mais adequada?</p><p>• Que meios utilizar?</p><p>• Quando comunicar?</p><p>• Como obter o feedback (respostas) a essa comunicação? (YANA-</p><p>ZE, 2011, p. 454).</p><p>Uma maneira para de se construir uma boa estratégia de comunicação adminis-</p><p>trativa é elaborar uma tabela, como o exemplo a seguir:</p><p>Descrição da Imagem: Tabela dividida com quatorze colunas e quatorze linhas.</p><p>A primeira linha contém o título das colunas, e as linhas e colunas se relacionam sendo:</p><p>A primeira linha e a primeira coluna possuem o título “Objetivo da comunicação administrativa.</p><p>A segunda linha “Despertar consciência” está relacionada com as colunas: publicações, reuniões, intranet,</p><p>eventos, campanhas internas.</p><p>A terceira linha “Chamar a atenção” está relacionada com as colunas: internet/e-mail, jornal/mural,</p><p>quadro de avisos, eventos, portal.</p><p>A quarta linha “Criar interesse” está relacionada com as colunas: publicações, jornal/mural, relatório</p><p>anual, clipping, informativo gerencial, folhetos/cartazes.</p><p>A quinta linha “Dar conhecimento/informação mais consistente” está relacionada com as colunas: reu-</p><p>niões, relatório anual, informativo gerencial, folhetos/cartazes.</p><p>A sexta linha “Despertar expectativa” está relacionada com as colunas: internet/e-mail, intranet, clipping,</p><p>informativo gerencial, folhetos/cartazes.</p><p>A sétima linha “levar à discussão” está relacionada com as colunas: reuniões, jornal/mural, portal.</p><p>A oitava linha “Promover ação” está relacionada com as colunas: jornal/mural, quadro de avisos, cam-</p><p>panhas internas.</p><p>A nona linha “Orientar comportamento” está relacionada com as colunas: publicações, quadro de avisos,</p><p>informativo gerencial, campanhas internas.</p><p>A décima linha “Promover e manter satisfação” está relacionada com as colunas: eventos, campanhas</p><p>internas, portal.</p><p>A décima primeira linha “Criar interação” está relacionada com as colunas: internet/e-mail, intranet,</p><p>portal, folhetos/cartazes.</p><p>A décima segunda linha “Promover orgulho” está relacionada com as colunas: relatório anual, clipping.</p><p>A décima terceira linha “Levar à disseminação” está relacionada com as colunas: publicações internet/e-</p><p>-mail, intranet, quadro de avisos.</p><p>A décima quarta linha “Suscitar comentários” está relacionada com as colunas: reuniões, relatório anual,</p><p>clipping, eventos.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>50</p><p>A Tabela 1 apresenta instrumentos formais de comunicação administrativa lo-</p><p>calizados na parte superior e, na lateral, encontram-se os objetivos que se espera</p><p>alcançar com determinada mensagem a ser enviada. Assim, basta relacionar o</p><p>instrumento mais adequado para se alcançar o objetivo desejado, como mostrado</p><p>no exemplo (Tabela 1). É claro que a seleção vai depender de cada organização.</p><p>De qualquer forma, essa tabela é um excelente recurso para minimizar problemas</p><p>Tabela 1 - Modelo de elaboração de estratégia de comunicação / Fonte: Yanaze (2011, p. 454-455).</p><p>Objetivo da</p><p>comunicação</p><p>administrativa</p><p>Pu</p><p>bl</p><p>ic</p><p>aç</p><p>õe</p><p>s</p><p>Re</p><p>un</p><p>iõ</p><p>es</p><p>In</p><p>te</p><p>rn</p><p>et</p><p>/</p><p>e-</p><p>m</p><p>ai</p><p>l</p><p>In</p><p>tr</p><p>an</p><p>et</p><p>Jo</p><p>rn</p><p>al</p><p>/</p><p>m</p><p>ur</p><p>al</p><p>Q</p><p>ua</p><p>dr</p><p>o</p><p>de</p><p>av</p><p>is</p><p>os</p><p>Re</p><p>la</p><p>tó</p><p>ri</p><p>o</p><p>an</p><p>ua</p><p>l</p><p>Cl</p><p>ip</p><p>pi</p><p>ng</p><p>In</p><p>fo</p><p>rm</p><p>at</p><p>iv</p><p>o</p><p>ge</p><p>re</p><p>nc</p><p>ia</p><p>l</p><p>Ev</p><p>en</p><p>to</p><p>s</p><p>Ca</p><p>m</p><p>pa</p><p>nh</p><p>as</p><p>in</p><p>te</p><p>rn</p><p>as</p><p>Po</p><p>rt</p><p>al</p><p>Fo</p><p>lh</p><p>et</p><p>os</p><p>/</p><p>Ca</p><p>rt</p><p>az</p><p>es</p><p>Despertar</p><p>Consciência</p><p>X X X X X</p><p>Chamar atenção X X X X X</p><p>Criar interesse X X X X X X</p><p>Dar conhecimento/</p><p>informação mais</p><p>consistente</p><p>X X X X</p><p>Despertar</p><p>expectativa</p><p>X X X X X</p><p>Levar à discussão X X X</p><p>Promover ação X X X</p><p>Orientar</p><p>comportamento</p><p>X X X X</p><p>Promover e manter</p><p>satisfação</p><p>X X X</p><p>Criar interação X X X X</p><p>Promover orgulho X X</p><p>Levar à disseminação X X X X</p><p>Suscitar comentários X X X X</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>51</p><p>de comunicação administrativa deficiente, evitando possíveis ruídos. Estes po-</p><p>dem ocorrer no trajeto da mensagem entre emissor e receptor. Existem diversas</p><p>maneiras de se ocorrerem interferências nas mensagens, uma delas é a falta de</p><p>repertório que é definido por Teixeira Coelho (1999, p. 123-124 apud YANAZE,</p><p>2011, p. 455) como "uma espécie de vocabulário, de estoque de signos conhecidos</p><p>e utilizados por um indivíduo. [...] Se os dois repertórios forem exteriores total-</p><p>mente um ao outro, a informação não é transmitida ao receptor".</p><p>O meio de transmissão da informação é, também, muito importante para evitar</p><p>ruídos. Se o canal de transmissão, entre emissor e receptor, não for adequado, há</p><p>uma grande chance de a informação não ser transmitida de modo satisfatório e o</p><p>receptor não interpretar, corretamente, a mensagem. Outros fatores que compro-</p><p>metem a transmissão da informação são os momentos inadequados para se enviar</p><p>as mensagens, falta de habilidade de comunicação por parte do emissor, o receptor</p><p>estar em um estado emocional frágil, comportamentos alterados do emissor etc.</p><p>Torquato (2004, p. 36 apud YANAZE, 2011, p. 455) considera que os gerentes</p><p>têm grande responsabilidade por parte dos ruídos na comunicação, ao afirmar</p><p>que parcela "ponderável dos problemas de comunicação organizacional situa-se,</p><p>por exemplo, na esfera das fontes e não só no âmbito dos canais ou das lingua-</p><p>gens,</p><p>como costumeiramente se considera”. Essa informação é muito importante</p><p>uma vez que reforça a necessidade de os gestores desenvolverem, de maneira</p><p>competente, sua capacidade de comunicação para se tornarem profissionais di-</p><p>ferenciados no mercado.</p><p>Com mais de duzentos restaurantes por todo o Brasil, a Spoleto, tem, como um dos pon-</p><p>tos mais relevantes de sua gestão, a relação com o franqueado. No entanto a integração</p><p>entre suas franquias andava comprometida, uma vez que a comunicação entre elas era</p><p>realizada, apenas, por e-mails e por manuais de franquias, que não oferecem praticidade,</p><p>entre outros problemas. Somado a isso, a empresa encontrava problemas na centraliza-</p><p>ção dos dados sobre as franquias, como fichas técnicas, financeiras, histórico das lojas</p><p>etc. A solução encontrada foi investir na organização digital e criar o portal corporativo</p><p>"Spoleto", o qual apresenta uma abordagem metodológica baseada em três pilares: pes-</p><p>soas, processos e tecnologia [...]. O processo de desenvolvimento e implantação do pro-</p><p>jeto levou sete meses (entre 2007 e 2008). Como resultado, a ação agilizou e aprimorou a</p><p>comunicação entre franquias e o suporte aos franqueados [...], além de tornar a Spoleto</p><p>uma empresa organizada digitalmente.</p><p>Fonte: adaptado de Yanaze (2011, p. 456-457).</p><p>explorando Ideias</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>52</p><p>3</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>INTERNA</p><p>Como tem sido apresentado a você, caro(a) acadêmico(a), a comunicação or-</p><p>ganizacional é dividida em comunicação interna e externa no contexto onde, a</p><p>comunicação interna tem como foco a troca de mensagens entre os colaborado-</p><p>res e, a comunicação externa está preocupada em manter informada o público</p><p>externo à organização.</p><p>Neste momento surge um questionamento: e a comunicação administrati-</p><p>va? Essa é uma pergunta bastante pertinente em virtude de muitas pessoas se</p><p>confundirem. Entretanto, existe uma diferença entre a comunicação interna e a</p><p>comunicação administrativa. Yanaze (2011, p. 452) explica que a comunicação</p><p>administrativa “trata das estratégias de comunicação a serviço das atividades de</p><p>gestão das empresas, ou seja, planejamento, da organização, da coordenação e</p><p>do controle”. Este tipo de comunicação, como vimos anteriormente, “incluem</p><p>todos os fluxos contínuos de informação, que interligam os diferentes setores da</p><p>empresa” (YANAZE, 2011, p. 452). Já a comunicação interna “é a ferramenta que</p><p>vai permitir que a administração torne comuns mensagens destinadas a motivar,</p><p>estimular, considerar, diferenciar, promover, premiar e agrupar os integrantes de</p><p>uma organização” (MATOS, 2014, p. 131).</p><p>Diante dessas definições fica evidente a diferença entre esses dois tipos de</p><p>comunicação. A administrativa, é uma comunicação voltada para o dia a dia da</p><p>organização com foco na gestão da mesma, enquanto que a comunicação inter-</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>53</p><p>na, mesmo estando interligada junto da administração, atua junto do Recursos</p><p>Humanos preocupado em melhorar a gestão das pessoas na organização.</p><p>Assim, a comunicação interna deve atuar de maneira que seja possível tornar</p><p>viável um saudável ambiente de trabalho, incrementando qualidade, reforçando a</p><p>segurança e garantindo ganhos de produtividade (CHINEM, 2010). Seu principal</p><p>objetivo é o de "informar, gerando credibilidade e confiança; motivar, mostrando</p><p>claramente o foco dos negócios; e integrar os empregados, estimulando posturas</p><p>interativas, comprometimento e mobilização para as metas, pois ainda existe o</p><p>sentimento de equipe" (CHINEM, 2010, p. 33).</p><p>Um ponto muito importante que precisa ser levado em consideração é o fato</p><p>da comunicação interna ter uma relação direta com a cultura organizacional das</p><p>empresas. Isso implica na necessidade de trabalhar a comunicação interna respei-</p><p>tando todas as diferenças e utilizando-a como ferramenta estratégica de modo</p><p>a ser possível compatibilizar todos os interesses dos funcionários e da empresa,</p><p>fazendo o uso contínuo dos instrumentos de comunicação como jornais, murais,</p><p>intranet etc. Vale lembrar que a utilização correta da comunicação interna con-</p><p>tribui para que a organização seja mais dinâmica e eficiente contribuindo para:</p><p>“ • melhorar o relacionamento entre colegas, equipes e unidades;</p><p>• buscar mais facilmente a troca de opiniões e ideias para essas melhorias;</p><p>• transmitir com mais clareza decisões e mudanças;</p><p>• manter todos os colaboradores bem informados sobre o trabalho,</p><p>objetivos e resultados da companhia;</p><p>• identificar mais precisamente as necessidades do mercado e a sa-</p><p>tisfação dos clientes;</p><p>• estabelecer parcerias mais sólidas;</p><p>• tornar o produto mais bem conhecido;</p><p>• fortalecer a imagem da marca (CHINEM, 2010, p. 34).</p><p>Para que a organização consiga colocar em prática uma boa comunicação interna,</p><p>a utilização do endomarketing é uma ferramenta estratégica que deve ser levada</p><p>em consideração pelas empresas. Além disso, é necessário que seu processo de co-</p><p>municação seja estruturado e visto como uma ação estratégica para a organização.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>54</p><p>O processo de gestão da comunicação interna</p><p>Pensar a comunicação interna, sem a estruturação de um processo organizacio-</p><p>nal, pode ser um erro. Kunsch (2003, p. 267), explica que "a comunicação interna</p><p>é um setor planejado com seus objetivos bem definidos para viabilizar toda a</p><p>interação possível entre a organização e seus empregados". Portanto, para que</p><p>funcione de maneira efetiva, a comunicação interna deve ocorrer de forma que</p><p>todos os departamentos da organização sejam contemplados. A comunicação</p><p>interna, como nos explica Tavares (2010, p. 121), pode ser subdividida em:</p><p>“ • departamentos, órgãos, unidades.</p><p>• pessoas dos mesmos departamentos, órgãos unidades.</p><p>• entre chefias.</p><p>• entre funcionários e chefia direta, como supervisores e gerentes, e</p><p>chefia indireta, como diretores e presidentes.</p><p>Realizar o gerenciamento da comunicação interna é muito importante, tendo em</p><p>vista que essa ação ajuda a administrar as atitudes dos funcionários, à medida em</p><p>que estes, tendo mais informações a respeito do negócio da empresa, tendem a</p><p>ficar mais motivados e, com isso, a ser mais proativos nos processos organizacio-</p><p>nais. Resultado de uma boa comunicação interna, essa maior eficiência se dará,</p><p>como explica Argenti (2011, p. 172), em função de “uma sólida comunicação</p><p>interna - impulsionando a lealdade e a produtividade da força de trabalho - con-</p><p>tinuará a desempenhar um papel central na manutenção de funcionários e no</p><p>sucesso geral da empresa”.</p><p>Canais da comunicação interna</p><p>Utilizar os canais de comunicação, de maneira correta, é fundamental para a</p><p>eficiência da comunicação interna. Esses canais devem estar a serviço dos sub-</p><p>sistemas técnicos e funcionais da organização de maneira que possam promover</p><p>ações úteis que contribuam para reforçar e tornar mais eficiente os programas de</p><p>segurança e higiene, integração interna, relações trabalhistas, desenvolvimento</p><p>organizacional, aperfeiçoamento dos recursos humanos, relações públicas ex-</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>55</p><p>ternas, campanhas de produtividade, controle de qualidade, entre outros (TOR-</p><p>QUATO, 2004). O autor, ainda, explica que “os canais efetivos da comunicação</p><p>social são os jornais, revistas, boletins periódicos, programas de rádio e TV de</p><p>circuito interno” (TORQUATO, 2004, p. 57). Tavares (2010) considera como prin-</p><p>cipais técnicas e canais de comunicação:</p><p>“ • Publicações internas, como boletins, jornais e revistas.</p><p>• Memorandos contendo: timbre, endereço (no caso de empresa</p><p>privada), número, data (abreviada ou por extenso), remetente (ori-</p><p>gem), destinatário (destino), assunto, texto, assinatura.</p><p>• Rádio interno quando o tamanho da empresa justifique esse investimento.</p><p>• Circular com objetivo de recomendar ou ordenar algo, com a se-</p><p>guinte estrutura: timbre, epígrafe, data, vocativo, contexto, fecho,</p><p>assinatura (nome e cargo do emissor) e anexo.</p><p>• Relatório que tenha como estrutura: título; relator(es); introdu-</p><p>ção: objetivo do relatório, quem solicitou, período, procedimentos</p><p>e meios utilizados para a coleta de dados etc.; corpo do relatório</p><p>(conteúdo): informações sobre o assunto determinado; conclusão;</p><p>cidade e data; assinatura do relator e cargo.</p><p>• Correio eletrônico (e-mail) em função de sua agilidade para enviar</p><p>informações urgentes, convocar reuniões e passar informações úteis</p><p>para os públicos de interesse etc.</p><p>• Newsletters, como boletins informativos, que podem ser disponibi-</p><p>lizados na página da Internet, da empresa ou ser enviados por e-mail.</p><p>• Murais que devem ser colocados em locais estratégicos da orga-</p><p>nização com alto fluxo de funcionários.</p><p>• Intranet da organização para agilizar a comunicação interna.</p><p>• Eventos, que podem ser culturais, esportivos ou sociais, com a</p><p>finalidade de melhorar o relacionamento entre os funcionários.</p><p>• Congressos para reunir profissionais da mesma área de atuação e</p><p>discutir temas específicos.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>56</p><p>• Palestras para auxiliar no desenvolvimento e reciclagem profissional.</p><p>• Reuniões para atingir objetivos específicos.</p><p>Além desses canais e técnicas, as mídias sociais, como Facebook, Instagram, Lin-</p><p>kedIn, e os aplicativos de comunicação para smartphones, como o WhatsApp,</p><p>são, também, ferramentas tecnológicas muito utilizadas pelas organizações. Por</p><p>serem dinâmicos, instantâneos e possuir um custo de utilização muito baixo, essas</p><p>ferramentas são, cada vez mais, utilizadas pelas organizações.</p><p>Para escolher o melhor canal de comunicação, a organização deve levar em con-</p><p>sideração suas características como dimensão espacial, quantidade de unidades</p><p>centrais e periféricas, o tipo de público que se pretende atingir e a periodicidade</p><p>das mensagens. Torquato (2004, p. 58) explica que "o planejamento estratégico da</p><p>comunicação deve levar em conta a realidade de todas as formas de comunicação</p><p>da organização". Em relação aos conteúdos das mensagens a serem transmitidas</p><p>internamente, estas devem utilizar conteúdos e materiais diversos, além de en-</p><p>volver todas as áreas que sejam de interesse da organização.</p><p>Importância da comunicação interna</p><p>Você já sabe que a comunicação interna tem uma importância como ferramenta</p><p>estratégica para a organização, uma vez que é ela que permite a compatibilização</p><p>dos interesses dos empregados e da empresa, por meio do estímulo do diálogo,</p><p>da troca de experiências e informações entre os funcionários bem como da par-</p><p>ticipação de todos os níveis organizacionais. Uma diretoria que tenha disposição</p><p>em ser transparente, ao divulgar informações para toda a organização, terá maior</p><p>chance de promover uma comunicação interna de maior qualidade. Por isso, agir</p><p>de maneira autêntica, tendo como princípio a verdade; ser rápido e competente</p><p>na divulgação de informações; ter respeito pelas diferenças individuais; incentivar</p><p>No link a seguir, você encontrará algumas outras dicas de canais de comunicação internos</p><p>que, também, podem ser utilizados pelas organizações.</p><p>https://endomarketing.tv/canais-de-comunicacao-interna/#.XjA8yWhKjIU</p><p>conecte-se</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>57</p><p>uma gestão participativa; e proporcionar oportunidades para o desenvolvimento</p><p>cultural, principalmente, no que diz respeito à organização, que busca uma comu-</p><p>nicação à utilização das novas tecnologias, são elementos essenciais e primordiais</p><p>que fazem a comunicação interna ser eficiente. Talvez, de tudo que você tenha</p><p>lido sobre comunicação interna, “contribuir para o desenvolvimento e a manu-</p><p>tenção de um clima positivo, propício ao cumprimento das metas estratégicas da</p><p>organização” (TORQUATO, 2004, p. 54), seja a principal missão desta.</p><p>Sendo assim, a importância da comunicação em se realizar de maneira eficaz,</p><p>levando em consideração os preceitos da ética e moralidade, deve ser o caminho</p><p>a ser buscado pelas organizações. E, utilizar o endomarketing pode ser de muita</p><p>ajuda para as organizações.</p><p>Para você, existe diferença entre comunicação e informação? Se sim, que diferenças são</p><p>essas?</p><p>pensando juntos</p><p>Endomarketing</p><p>Uma estratégia utilizada por muitas empresas é o endomarketing, que, para Matos</p><p>(2014, p. 127), é "um dos principais diferenciais competitivos que transforma os co-</p><p>laboradores e os funcionários da empresa nos principais criadores da imagem ins-</p><p>titucional de uma organização saudável e bem-sucedida". A palavra endomarketing</p><p>"é formada pelo prefixo ‘endo’ que tem origem no grego e significa posição ou ação</p><p>no interior, ou seja, ‘movimento para dentro’", ou seja, "são as ações de comunicação</p><p>que a empresa deve realizar para consolidar a sua boa imagem junto aos funcioná-</p><p>Hoje, mais do que simples departamento, a comunicação tem um papel fundamental</p><p>dentro das organizações. Ela desempenha uma atividade essencial que leva informação</p><p>às pessoas. Quer saber mais sobre a importância da comunicação interna nas organiza-</p><p>ções? Então, acesse:</p><p>http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2006/05/05/442402/mportncia-da-co-</p><p>municao-interna-nas-organizaes.html</p><p>conecte-se</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>58</p><p>rios e seus familiares" (MATOS, 2014, p. 127). É muito comum ocorrer uma certa</p><p>confusão entre comunicação interna, marketing interno e endomarketing.</p><p>Na verdade, conforme nos explica Tavares (2010, p. 18), "a comunicação inter-</p><p>na é uma ferramenta do endomarketing" que, também, não é marketing interno,</p><p>porque, segundo Rahme (2017, p. 83), endomarketing são "todas as ferramentas</p><p>de marketing e comunicação com foco no processo de gestão de pessoas, colocan-</p><p>do-as no centro do processo". Uma outra definição, explicada por Bekin (2004, p.</p><p>17 apud TAVARES, 2010, p. 18), é que o endomarketing “são ações de marketing</p><p>eticamente dirigidas aos funcionários das organizações e empresas focadas no</p><p>lucro, das organizações não lucrativas e governamentais e das do terceiro setor,</p><p>observando condutas de responsabilidade comunitária e ambiental”.</p><p>Por fim, é importante entender que o endomarketing são ações que devem ser</p><p>realizadas, em conjunto, entre os setores de marketing e recursos humanos das or-</p><p>ganizações, de modo que seja possível associar as estratégias de planejamento da</p><p>empresa com foco na geração de resultados organizacionais. Em outras palavras,</p><p>o endomarketing "é um programa estratégico da empresa, ligado diretamente à</p><p>geração de resultados" (RAHME, 2017, p. 84).</p><p>O papel que o endomarketing exerce, na empresa, vai além de um processo</p><p>de comunicação ou promoção interna. Rahme (2017, p. 85) aponta como foco</p><p>do endomarketing:</p><p>“ • A comunicação interna, provendo informações aos funcionários,</p><p>para que eles possam apoiar e direcionar esforços para a viabilização</p><p>dos objetivos da empresa;</p><p>• O desenvolvimento de melhoria contínua de processos e ações,</p><p>para a elevação da qualidade da oferta para clientes;</p><p>• A implantação de estratégias e planos de marketing da organiza-</p><p>ção, para a adesão dos funcionários;</p><p>• A criação de um processo contínuo de inovação.</p><p>Não importa qual seja o foco que você decida utilizar com o endomarketing, o</p><p>importante é que ele seja utilizado de maneira estratégica conforme as necessi-</p><p>dades que serão trabalhadas no mercado, promovendo, ainda, uma relação de</p><p>troca entre funcionários e empresa. Para facilitar o seu entendimento, observe a</p><p>Figura 1 que traz um modelo conceitual de endomarketing.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>59</p><p>Figura 1 - Modelo de Endomarketing / Fonte: Cobra e Brezzo (2010, p. 177).</p><p>Perceba, caro(a) acadêmico(a), na Figura 1, que a promoção de programas de</p><p>endomarketing pelas organizações traz muitos benefícios e, ainda, é possível citar</p><p>outros, conforme Rahme (2017):</p><p>■ Os funcionários se sentem parte da empresa.</p><p>■ Haverá uma maior contribuição dos funcionários com suas visões do</p><p>negócios, o que pode ser muito positivo, pois sempre o trabalho colabo-</p><p>rativo tende a ser melhor que o individual.</p><p>■ Há um aumento da compreensão pelos funcionários da dimensão dos</p><p>objetivos e o papel que podem exercer nos resultados da organização</p><p>Promovendo programas de endomarketing</p><p>Ao decidir por utilizar o endomarketing como ferramenta</p><p>de comunicação or-</p><p>ganizacional, a empresa deve estar atenta para aplicar alguns pontos essenciais,</p><p>conforme Tachizawa (2006):</p><p>Descrição da Imagem: Esquema formado por 5 quadrados conectados por setas, sendo: um quadrado</p><p>à direita com o título “Mistura Marketing interno”, com uma seta que se conecta a um quadrado ao meio</p><p>contendo: “Competências da organização”, Comportamento orientado para o mercado”, “Satisfação</p><p>do funcionário” e “Competências individuais e específicas”. Este quadrado ao meio está conectado ao</p><p>quadrado à direita contendo: “Desempenho da organização”. Entre o primeiro quadrado à direita e o</p><p>segundo quadrado à esquerda, temos outros dois quadrados; um superior contendo: “Marketing como</p><p>filosofia” e outro quadrado inferior contendo: “Ferramentas de marketing”, conectando-se a seta que</p><p>liga o primeiro quadrado à esquerda ao segundo quadrado à direita.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>60</p><p>■ Desconcentração da autoridade.</p><p>■ Revisão das estratégias de treinamento.</p><p>■ Processos de seleção.</p><p>■ Motivação e valorização dos colaboradores.</p><p>Assim, para colocar em prática um programa de endomarketing é necessário</p><p>que a organização execute 12 etapas, para um bom desenvolvimento, conforme</p><p>Rahme (2017):</p><p>1. Mapeamento do DNA da organização e seu nível de aderência, per-</p><p>meabilidade e prática no contexto atual.</p><p>Para realizar esse mapeamento é necessário que a organização faça:</p><p>1.1 Um levantamento da missão, visão, valores e crenças da organização.</p><p>1.2 Realize a identificação dos significados de cada valor para a equipe</p><p>de projeto.</p><p>1.3 Faça o mapeamento do significado de valores para os membros de</p><p>áreas selecionadas.</p><p>1.4 Consolide esses significados.</p><p>2. Mapeamento do perfil dos colaboradores e líderes da empresa re-</p><p>gistrado pelo RH.</p><p>Essa etapa consiste em:</p><p>2.1 Uma entrevista com os líderes.</p><p>2.2 Entrevistar os membros da equipe de RH.</p><p>2.3 Efetivar a consolidação do perfil de colaboradores e lideranças com</p><p>a identificação dos traços mais significativos.</p><p>3. Mapeamento da situação atual do clima organizacional.</p><p>Aqui é necessário que sejam realizados:</p><p>3.1 A validação dos resultados e incorporação de percepções individuais.</p><p>3.2 Uma definição de extratos para o desenvolvimento do projeto.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>61</p><p>4. Mapeamento da situação atual das necessidades de comunicação interna.</p><p>Para essa etapa devem ser realizados:</p><p>4.1 Um levantamento das principais ações de comunicação interna rea-</p><p>lizadas pela empresa e seus respectivos resultados.</p><p>4.2 A identificação das atuais necessidades de comunicação interna e</p><p>justificativa.</p><p>4.3 Uma confrontação do que já foi feito com as atuais necessidades.</p><p>4.4 A elaboração de parecer sobre a comunicação interna na empresa,</p><p>bem como demandas e oportunidades.</p><p>5. Mapeamento dos eventos significativos para o ano corrente.</p><p>Aqui, a organização deve:</p><p>5.1 Realizar o levantamento das necessidades institucionais.</p><p>5.2 Executar o levantamento dos eventos mercadológicos.</p><p>5.3 Elaborar a lista dos eventos relevantes no ano de referência do plano.</p><p>6. Mapeamento das demandas de marketing e recursos humanos.</p><p>Nesta etapa a empresa deve:</p><p>6.1 Elaborar a lista de necessidades de ações que deverão ser trabalhadas</p><p>no ano de referência.</p><p>7. Desenvolvimento das propostas de ações.</p><p>Para colocar em práticas as propostas de ações a organização precisa:</p><p>7.1 Mapear os vetores de construção das propostas.</p><p>7.2 Levantar as propostas elaboradas pela equipe do projeto.</p><p>7.3 Validar a aderência das propostas com as demandas identificadas.</p><p>7.4 Formalizar as propostas.</p><p>Por fim, a organização irá, então:</p><p>8. Elaborar o plano de endomarketing.</p><p>9. Detalhar todas as ações a serem executadas.</p><p>10. Elaborar o plano de investimentos.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>62</p><p>Figura 2 - Conceito de motivação / Fonte: Rahme (2017, p. 94).</p><p>11. Levar para aprovação da diretoria.</p><p>12. Implantar o programa de endomarketing na organização.</p><p>O endomarketing é, também, uma excelente ferramenta para promover a integra-</p><p>ção e a motivação dos funcionários. Para isso é preciso entender que a motivação</p><p>são os motivos que levam às pessoas a agirem. "É o fato que, como seres únicos,</p><p>[...] cada pessoa encontra fatores motivacionais particulares" (RAHME, 2017, p.</p><p>93). É aí que se tem início o desafio: como fazer com que indivíduos que têm moti-</p><p>vos diferentes, em função de crenças e valores particulares, possam ser motivados</p><p>pela organização? Para isso, Pink (2010 apud RAHME 2017) recomenda que a</p><p>empresa utilize a motivação 3.0, chamada assim pelo autor. Para você entender</p><p>melhor esse conceito, observe a Figura 2:</p><p>Descrição da Imagem: Uma caixa de texto separada com três colunas tendo, ao inferior, bonecos em</p><p>forma humana segurando balões com sorrisos. A primeira coluna tem como título “Motivação 1.0” e seu</p><p>conteúdo é: “Impulso biológico. Relacionada à pirâmide motivacional de Maslow como relativo às tarefas</p><p>necessárias à sobrevivência: comer, beber, abrigar-se, descansar”. A segunda coluna tem como título</p><p>“Motivação 2.0” e o seu conteúdo é: “Impulso por motivadores externos como: reagir às recompensas</p><p>e punições. Esquema ‘se x então y’ – ‘se você fizer a lição de casa, então pode brincar’; ‘se não cumprir</p><p>a meta, então não ganhará a comissão’ etc.”. A terceira coluna tem como título “Motivação 3.0” e o seu</p><p>conteúdo é: “Impulso por motivadores intrínsecos, como a paixão, a vontade própria de realizar algo,</p><p>independentemente de ser recompensado por fazê-lo ou punido por não fazê-lo. Envolve uma visão mais</p><p>dinâmica em que o indivíduo é mais ativo. Ele é agente e autor da própria história”.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>63</p><p>Rahme (2017) explica o conceito de motivação 3.0 como algo que pode contri-</p><p>buir, de maneira legítima e duradoura, para o processo motivacional dentro das</p><p>organizações. Para isso, é necessário que as empresas levem em consideração o</p><p>fato da motivação ser um processo intrínseco no qual cabe às organizações agi-</p><p>rem como intermediárias entre a motivação dos seus funcionários e os próprios</p><p>objetivos organizacionais. É, aqui, que entra o endomarketing, como sendo uma</p><p>ferramenta de intermediação. "Diante disso, em um ambiente organizacional,</p><p>programas de endomarketing, têm de trabalhar com a motivação humana, o que</p><p>significa fazer os funcionários darem o melhor de si, para que a empresa possa</p><p>ser competitiva" (RAHME, 2017, p. 95).</p><p>4</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>MERCADOLÓGICA</p><p>Fica muito difícil falar de marketing sem falar de comunicação, simplesmente,</p><p>porque todo o processo de marketing está envolvido, diretamente, com a comu-</p><p>nicação. Não dá para separar. Yanaze (2011) comenta o fato de o marketing não</p><p>ser uma função isolada dentro da empresa, pelo contrário, ele é, muito mais, um</p><p>princípio norteador de trabalho, voltado para impregnar todos os stakeholders</p><p>de uma cultura e consciência nos parâmetros que a organização deseja, como</p><p>mostra a Figura 3.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>64</p><p>Figura 3 - Stakeholders de uma organização / Fonte: Rocha e Trevisan (2018, p. 35).</p><p>Para falarmos de marketing, é legal lembrar que, de maneira geral, o marketing é</p><p>uma ferramenta utilizada para atender às necessidades do consumidor, levando em</p><p>consideração os objetivos financeiros da empresa. E uma maneira das organizações</p><p>conseguirem isso é utilizando a comunicação mercadológica. A comunicação de</p><p>marketing, ou comunicação integrada de marketing é uma das ferramentas do</p><p>marketing. Las Casas (2009, p. 386) explica que esse tipo de comunicação "é um sis-</p><p>tema de gerenciamento e integração dos elementos de comunicação de marketing,</p><p>publicidade, assessoria de imprensa, promoção de vendas, marketing de patrocínio</p><p>e comunicação no ponto de venda". Com tantas ações, utilizando canais de veicu-</p><p>lação diferente, é muito importante que todas tenham os mesmos elementos para</p><p>comunicar a mesma mensagem. É, por isso, que trabalhar com uma comunicação</p><p>integrada se faz necessário para que seja possível criar um efeito sinérgico para que</p><p>o público possa receber, sempre, a mesma mensagem, apesar dos diferentes canais</p><p>de comunicação</p><p>utilizados. Isso faz com que as chances dos clientes e consumidores</p><p>Descrição da Imagem: Um círculo central com a palavra “Públicos de interesse” sendo tangenciados ao</p><p>seu redor por outros dez círculos, lado a lado, cruzando-se entre si e cruzando o círculo central com os</p><p>dizeres, na sequência: Consumidores, Clientes, Fornecedores, Governo, Bancos, Sindicatos, Concorrentes,</p><p>Acionistas, Formadores de opinião, Empresas.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>65</p><p>aumentarem a possibilidade de memorizar e absorver a mensagem que está sendo</p><p>transmitida por diversas ferramentas. Portanto, as ferramentas que fazem parte da</p><p>comunicação integrada de marketing são:</p><p>“ • Propaganda - forma paga de divulgação que tenha como objetivo</p><p>apresentar e promover ideias, produtos ou serviços, de caráter não</p><p>pessoal, subsidiada por um patrocinador.</p><p>• Tipos de propaganda - há propaganda de produto, serviço, marca,</p><p>institucional, comparativa, corretiva, subliminar e documentário.</p><p>• Promoção de vendas - são estratégias de marketing, efetivadas dentro</p><p>e fora da mídia, em um período limitado, oferecendo suporte e incen-</p><p>tivo a ações de venda pessoal (utiliza ferramentas de merchandising).</p><p>• Tipos de promoção - amostragem, cupons de venda, brindes,</p><p>descontos, bonificações, reembolsos, concursos, sorteios, garantias,</p><p>promoção cruzada e material no ponto-de-venda.</p><p>• Relações públicas - variedade de esforços para criar e manter uma</p><p>imagem positiva da organização com seus diversos públicos (traba-</p><p>lha também com a geração de publicidade).</p><p>• Publicidade - comunicação gratuita de informações sobre a orga-</p><p>nização, produto ou serviço (muito utilizada nas pequenas empresas</p><p>que geram notícia e inovação).</p><p>• Venda pessoal - é a venda em si; busca a interação e o relaciona-</p><p>mento pessoal com o cliente, visando apresentar soluções com base</p><p>em benefícios percebidos e valores agregados.</p><p>• Marketing direto - sistema interativo de comunicação que usa um</p><p>ou mais meios de propaganda para obter uma resposta ou transação</p><p>mensurável sem o uso de intermediários.</p><p>• Categorias - propaganda ou promoção de resposta direta, telemar-</p><p>keting, venda direta e internet (KOTLER, 2000, p. 533).</p><p>São cinco as características da comunicação integrada de marketing: o comporta-</p><p>mento, o cliente ou prospecto, contato (público-alvo), sinergia e o relacionamento,</p><p>como é possível ver no Quadro 1:</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>66</p><p>Quadro 1 - Características do CIM / Fonte: adaptado de Shimp (2002).</p><p>Depois que você observou o Quadro 1, acredito que tenha percebido que a co-</p><p>municação integrada de marketing pode ser vista como uma filosofia de comu-</p><p>nicação que, segundo Yanaze (2011, p. 418), "procura aproximar as modalidades</p><p>da comunicação organizacional [...] visando melhorar a eficácia comunicacional,</p><p>minimizando e concentrando os esforços investidos neste setor".</p><p>A Comunicação de Marketing é um processo complexo tendo em vista a vasta quantida-</p><p>de de ferramentas que podem ser utilizadas para alcançar os objetivos organizacionais.</p><p>É, também, um processo contínuo, porque a comunicação precisa se manter constante,</p><p>inteligente e de alcance em massa se quiser ter sucesso.</p><p>Fonte: o autor.</p><p>conceituando</p><p>Comportamento</p><p>A aplicação bem-sucedida da CIM exige que os esforços</p><p>provoquem uma resposta comportamental, ou seja, que</p><p>leve as pessoas à ação.</p><p>Cliente ou prospecto</p><p>A comunicação se inicia com o cliente para determinar</p><p>os métodos de comunicação que melhor atendem às</p><p>necessidades de informação do cliente e o motivem a</p><p>comprar a marca.</p><p>Contato</p><p>Reflete a disposição de usar qualquer meio de</p><p>comunicação para alcançar o público-alvo, em lugar de</p><p>assumir um pré-comprometimento com um único veículo.</p><p>Sinergia</p><p>Todos os elementos de comunicação devem falar uma</p><p>linguagem única para se atingir uma imagem de marca</p><p>forte e para levar os consumidores à ação.</p><p>Relacionamentos É mais lucrativo construir e manter relacionamentos do</p><p>que buscar novos clientes.</p><p>Apesar do conceito de a comunicação integrada de marketing ser, relativamente,</p><p>simples, sua aplicação é algo complexo, pois depende de um processo unificado,</p><p>principalmente, no que diz respeito às diretrizes das mensagens. Observe a Figura</p><p>4 que apresenta o fluxograma do processo de comunicação integrada de marketing.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>67</p><p>Descrição da Imagem: Um grande retângulo no topo com o título “Macroambiente: tecnológico, eco-</p><p>nômico, sociocultural, político-legal, demográfico, físico/natural”. Três setas distantes uma das outras,</p><p>que saem debaixo desse grande retângulo com sentido de cima para baixo conectando-se a outros</p><p>quadrados. A primeira seta que sai de cima para baixo se conecta ao primeiro quadrado inferior com</p><p>o título “Atuação dos concorrentes e percepção do mercado”. Deste quadrado inferior sai uma seta</p><p>sentido esquerda para direita conectando-se ao quadro no centro da imagem com o título “Mensagem”.</p><p>Abaixo do primeiro quadrado inferior, temos o segundo quadrado com o título “Emissor/empresa, Plano</p><p>de marketing”. Deste quadrado sai uma seta sentido esquerda para direita conectando-se ao quadro no</p><p>centro da imagem com o título “Mensagem”. A terceira seta (com sentido de cima para baixo) que sai da</p><p>parte inferior do retângulo, que mencionamos na descrição da primeira seta, conecta-se a um quadrado</p><p>inferior, no canto direito da imagem, com o título “Receptor/públicos-alvo: interno sem contato externo,</p><p>com contato externo. Intermediário: distribuidores atacadistas varejistas. Comunidade: imprensa, go-</p><p>verno, ONGs, sindicatos, associações. Deste quadrado saem duas setas: a primeira, com nome de “Res-</p><p>posta”, sai da parte inferior do quadrado e conecta-se ao quadrado, em que a primeira seta que saiu do</p><p>retângulo foi conectada. A segunda seta, com nome de “Ruído”, tem sentido duplo (indo e voltando); ela</p><p>também, sai da parte inferior do quadrado e se conecta ao mesmo quadrado em que a primeira seta se</p><p>conectou. A segunda seta, que sai da parte inferior do retângulo, conecta-se ao quadrado inferior central;</p><p>este subdivide-se em três pequenos quadros dispostos verticalmente. O primeiro quadro possui o se-</p><p>guinte título: “Conteúdo” e a mensagem ligada a este é: “Objeto de natureza, Foco, Abordagem, Objetivo,</p><p>Conceito, Tema central” e ao lado dele tem uma mensagem “Conceito, Tema central”. O segundo quadro</p><p>possui o seguinte título: “Formas/Massa” e a mensagem que está ligada a ele é: Propaganda, Publicidade,</p><p>Patrocínio, Product Placement, Relações Públicas; ao lado, nesse mesmo quadro, tem o seguinte título:</p><p>“Seguimentada” e a mensagem que se liga a esse título é: “Promoção, Merchandising, Marketing direto,</p><p>Venda pessoa”. O terceiro quadro possui título nomeado de: “Meios” e possui a seguinte mensagem: “Tv,</p><p>Rádio, Jornal, Revista, Cinema, Outdoor, Internet, Painéis, Telefone, Demais espaços disponíveis”. Esse</p><p>quadrado central possui uma seta, à direita, que liga ao terceiro quadro, isto é, aquele que está ligado,</p><p>também, pela terceira seta do retângulo.</p><p>Figura 4 - Fluxograma do processo de comunicação integrada de marketing / Fonte: Ogden</p><p>e CrescitellI (2007, p. 19).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>68</p><p>Observe, na Figura 4, que todas as áreas, ali apresentadas, devem atuar de maneira</p><p>conjunta e integrada. "Em contrapartida, o mercado não sabe dessas dificuldades</p><p>nem se importa com elas, considerando apenas o que efetivamente lhe causa</p><p>impacto, sem levar em conta a fonte emissora" (OGDEN; CRESCITELLI, 2007,</p><p>p. 19). Assim, para as organizações agirem de modo a conseguir realizar uma</p><p>comunicação efetiva, é muito importante. Para isso, é necessário que a empresa</p><p>esteja atenta aos três pilares da comunicação integrada de marketing:</p><p>“ • Tema central: que é o elemento que agrega e integra a mensagem</p><p>às diferentes maneiras de comunicação praticadas.</p><p>• Formas de comunicação: onde o processo que envolve a comuni-</p><p>cação integrada de marketing, por definição, é a utilização de duas</p><p>ou mais formas de comunicação, pois, caso contrário, não teria sen-</p><p>tido se falar em integração.</p><p>• Públicos-alvo: O terceiro pilar que envolve todos os diferentes</p><p>públicos-alvo que fazem parte do processo de comercialização</p><p>(OGDEN; CRESCITELLI, 2007, p. 20).</p><p>É muito importante que as organizações integrem as diferentes formas de co-</p><p>municação de marketing, pois, ao não fazer isso, as empresas estarão perdendo</p><p>a oportunidade de melhorar sua eficácia, além de evitar possíveis confusões por</p><p>parte do público-alvo com mensagens fragmentadas.</p><p>Um exemplo de comunicação integrada de marketing seria uma campanha de comunica-</p><p>ção na qual se veicula um filme na TV. Desse filme, recorta-se uma cena para ser utilizada</p><p>em anúncios impressos para revistas e, ainda, é possível utilizar o áudio do mesmo filme</p><p>como propaganda para o rádio.</p><p>Fonte: o autor.</p><p>conceituando</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>69</p><p>Planejamento da comunicação integrada de marketing</p><p>Planejar a comunicação integrada de marketing é uma necessidade da organi-</p><p>zação para que ela possa definir o tipo de ação que a empresa pretende utilizar</p><p>com a melhor mensagem a ser direcionada a determinado público, em função dos</p><p>resultados que se pretende alcançar. Talvez, fique mais fácil para você entender</p><p>como funciona esse planejamento, ao observar a Figura 5.</p><p>Descrição da Imagem: Ao centro, possui quatro quadrados, um ao lado do outro, formando um qua-</p><p>drado maior. No canto esquerdo superior, o quadro tem o título "Mensagens". No canto direito superior,</p><p>o quadro tem o título "Público". No canto esquerdo inferior, o quadro tem o título "Empresa". No canto</p><p>direito inferior, o quadro tem o título "Feedback". Ao lado esquerdo desse quadrado maior que foi for-</p><p>mado, há cinco perguntas, dispostas em tópicos, uma abaixo da outra. Sendo assim, as perguntas que</p><p>se tem são: "Qual o melhor canal de comunicação para cada público? Qual a melhor forma de estrutu-</p><p>rar a mensagem de acordo com as características de cada canal? Qual a ação/reação que a empresa</p><p>deseja que cada público faça? Quais os recursos humanos e financeiros que temos disponíveis? Qual a</p><p>imagem e a reputação que a empresa precisa firmar?”. No lado oposto, lado direito do quadrado maior</p><p>que foi formado, há mais cinco perguntas que estão dispostas da mesma forma das que estão do lado</p><p>esquerdo. Sendo assim, as perguntas são: "Quais são os públicos com os quais a organização precisa</p><p>se comunicar? E em que momentos? Qual a atitude desses públicos com relação à organização? Qual</p><p>o resultado esperado de cada ferramenta e ação de comunicação? Qual a importância estratégica da</p><p>comunicação para a organização? Quais os resultados que a comunicação pode e deve trazer para que</p><p>os resultados organizacionais sejam alcançados?</p><p>Figura 5 - Planejamento da comunicação integrada de marketing / Fonte: Rocha e Trevisan</p><p>(2018, p. 38).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>70</p><p>Com todas essas informações determinadas pela empresa, o processo de plane-</p><p>jamento da comunicação de marketing deverá, então, ser realizado em três fases:</p><p>pré-plano, plano e pós-plano, como é possível ver na Figura 6.</p><p>Descrição da Imagem: Há três retângulos um ao lado do outro. O primeiro retângulo, com título "pré-</p><p>-plano" e subtítulo "Esforço consciente de compreender", possui cinco tópicos dispostos verticalmente,</p><p>sendo eles: 1º tópico: "Organizações, forças, fraquezas. 2º tópico: “Mercado, oportunidades e ameaças”.</p><p>3º tópico: “Públicos de interesse”. 4º tópico: “Consumidor/usuário”. 5º tópico: “Posicionamento e relação</p><p>de marca”. 6º tópico: “Objetivos organizacionais e mercadológicos”. O segundo retângulo, com título</p><p>"plano" e subtítulo "objetivos, estratégias e táticas de comunicação", possui quatro tópicos dispostos</p><p>verticalmente, sendo eles: 1º tópico: "Objetivos de comunicação, macro e de cada ferramenta”. 2º tópico:</p><p>“Ferramentas e coordenação dos esforços em um cronograma”. 3º tópico: “Objetivos de cada ação”. 6º</p><p>tópico: “Ação e responsabilidade”. O terceiro retângulo, com o título "pós-plano" e subtítulo "métricas",</p><p>possui três tópicos dispostos verticalmente, sendo eles: 1º tópico: "Definir as métricas de desempenho</p><p>de cada ferramenta/ação e a responsabilidade pela execução”. 2º tópico: “Mensurar, comparar, analisar”.</p><p>3º tópico: “Rever ações e planejamento”.</p><p>Figura 6 - Planejamento estratégico da comunicação integrada de Marketing / Fonte: Rocha</p><p>e Trevisan (2018, p. 39).</p><p>É, no planejamento estratégico da comunicação integrada de marketing, que, também,</p><p>será definido as ações de comunicação a serem realizadas; as mais utilizadas são:</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>71</p><p>“ • Propaganda (TV, rádio, mídia impressa, mídia externa, internet,</p><p>cinema etc.).</p><p>• Promoções de venda (equipe de vendas, canais de venda, cliente</p><p>final etc.).</p><p>• Merchandising/exibitécnica (design de produtos, embalagem, dis-</p><p>plays, cartazes de ponto de venda, vitrinismo, ergonomia de vendas etc.).</p><p>• Organização e/ou participação em eventos promocionais e de</p><p>negócio.</p><p>• Televendas.</p><p>• Venda pessoal.</p><p>• Product placement e propaganda tie-in.</p><p>• Comunicação digital (website, link patrocinado, blog, twitter,</p><p>e-business etc.) (YANAZE, 2011, p. 432).</p><p>A marca Kit Kat, chocolate da Nestlé do Japão, investiu em um novo canal de vendas: os</p><p>Correios. A ação de marketing pode ser resumida na criação de um cartão-postal comes-</p><p>tível, o Kit Kat Mail. Como no Japão a marca soa como “kitto katsu”, que significa “vai dar</p><p>certo”, a criação de um postal com o produto teve o intuito de estimular as pessoas a en-</p><p>viar um Kit Kat Mail, como incentivo para seus parentes ou amigos que estejam passando</p><p>por situações difíceis. A empresa fechou um acordo com o governo japonês e passou a</p><p>oferecer, nas 24 mil agências dos correios do Japão, uma mala direta com o chocolate</p><p>dentro, mas em formato de postal. A mídia espontânea, nacional e internacional, ao longo</p><p>do projeto, foi calculada em torno de US$ 11 milhões e mais de 260 mil Kit Kat Mail foram</p><p>entregues. Em virtude do sucesso da campanha, atualmente, o cartão-postal da Kit Kat</p><p>tornou-se um produto permanente.</p><p>Fonte: adaptado de Yanaze (2011).</p><p>explorando Ideias</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>72</p><p>Por fim, o processo de planejamento da comunicação integrada de marketing</p><p>deve medir os resultados alcançados de maneira que seja possível saber se as</p><p>mensagens publicadas surtiram o efeito desejado, trazendo retorno financeiro</p><p>para a organização. Para isso, é necessário a realização de pesquisas, antes e após</p><p>o plano de comunicação integrada de marketing, como pode ser visto na Figura 7.</p><p>Figura 7 - Pesquisas de comunicação integrada de Marketing / Fonte: Rocha e Trevisan (2018, p. 196).</p><p>De nada adianta realizar campanhas de marketing milionárias se a empresa não</p><p>medir seus resultados; por isso, realizar pesquisas, antes das campanhas e após de-</p><p>las, é muito importante para se ter uma ideia aproximada dos resultados obtidos.</p><p>Descrição da Imagem: Um quadro dividido em três colunas, com título "Pesquisas: pré e pós-plano". A</p><p>primeira coluna, com título "Mercado consumidor", possui cinco tópicos dispostos verticalmente, sendo</p><p>eles: 1º tópico: “Entrevista em profundidade”. 2º tópico: “Etnografia”. 3º tópico: “Observação participante”.</p><p>4º tópico: “Pesquisa de opinião”. 4º tópico: “Grupo focal”. A segunda coluna, com título "Colaboradores</p><p>públicos de interesse", possui dois tópicos dispostos verticalmente, sendo eles: 1º tópico: “Pesquisa de</p><p>cultura organizacional”. 2º tópico: “Auditoria de comunicação organizacional”. A terceira coluna, com</p><p>título "Institucional", possui quatro tópicos dispostos verticalmente, sendo eles: 1º tópico: “Análise de</p><p>conteúdo”. 2º tópico: “Análise do discurso”. 3º tópico: “Leitura e análise de imagem”. 4º tópico: “Auditoria</p><p>de imagem na mídia”.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>73</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Parabéns, caro(a) acadêmico(a)! Você chegou ao final desta unidade. Aqui, trou-</p><p>xemos diversos conceitos de comunicação para lhe ajudar no desenvolvimento</p><p>pessoal. No início da unidade, tratamos sobre a comunicação institucional, seus</p><p>processos de funcionamento e a comunicação externa. Você viu que</p><p>a comunica-</p><p>ção institucional deve ser utilizada como estratégia organizacional de maneira a</p><p>manter os funcionários a par da sua missão, visão e valores, de modo que seja pos-</p><p>sível fazer com que os funcionários ajudem a construir uma imagem positiva da</p><p>empresa. Já a comunicação externa, também, está preocupada com a construção</p><p>de uma imagem positiva, mas seu foco, aqui, é o público externo à organização.</p><p>Na sequência, trouxemos os conceitos da comunicação administrativa, que</p><p>trata de tudo aquilo que acontece diariamente na empresa. Apresentamos, tam-</p><p>bém, a comunicação interna, que nada mais é do que a comunicação oficial da</p><p>organização para deixar os funcionários a par dos processos, regras e políticas</p><p>organizacionais; essa comunicação busca uma melhor integração e maior moti-</p><p>vação dos colaboradores, dessa forma, para que isso aconteça, é necessário que os</p><p>processos de gestão da comunicação interna sejam realizados de acordo com as</p><p>necessidades da empresa, identificando o melhor canal de comunicação que deve</p><p>ser utilizado conforme os objetivos que se deseja alcançar. Discorremos, também,</p><p>sobre a importância da utilização da comunicação interna pela organização e a</p><p>forma que o endomarketing deve ser utilizado, como ferramenta da comunicação</p><p>interna, apresentando, inclusive, algumas maneiras de como promover programas</p><p>de endomarketing.</p><p>Para finalizar a unidade, tratamos da comunicação mercadológica, explican-</p><p>do que a sua utilização deve ocorrer de maneira integrada, conceituando, assim,</p><p>como comunicação integrada de marketing, ou seja, utilizar todos os canais de</p><p>comunicação para atingir, de maneira estruturada, os stakeholders da organiza-</p><p>ção. Esperamos que você tenha gostado. Sucesso!</p><p>74</p><p>na prática</p><p>1. Durante muito tempo, a comunicação empresarial foi vista por muitos empresários</p><p>e organizações sob uma ótica unilateral e simplista. Muitos gestores não acredita-</p><p>vam na força e no poder que a comunicação tinha (e tem) dentro das empresas. Os</p><p>anos passaram, a cultura em relação à comunicação mudou e evoluiu desta ótica de</p><p>processo simples para algo mais complexo. Com base nessa afirmação, assinale a</p><p>alternativa que corresponda à forma de segmentação e de atuação da comunicação</p><p>em seus primórdios:</p><p>a) Comunicação de marketing e comunicação institucional.</p><p>b) Comunicação interna e comunicação externa.</p><p>c) Comunicação institucional.</p><p>d) Comunicação jornalística.</p><p>e) Comunicação de marketing, comunicação institucional e comunicação interna.</p><p>2. Utilizar a comunicação como uma ferramenta estratégica é muito comum atualmen-</p><p>te, tendo em vista que esta é capaz de entregar bons resultados para a organização.</p><p>Isso reforça a afirmação de Kunsch (2009) quando este coloca o fato da utilização</p><p>da comunicação, de maneira integrada, pela organização ser essencial no êxito por</p><p>parte da empresa em suas ações estratégicas. Assim, com base na utilização estra-</p><p>tégica da comunicação, para que esta dê um bom resultado, faz-se necessário que</p><p>exista integração entre determinados setores da organização. Deste modo, marque</p><p>V para verdadeiro ou F para falso para os seguintes setores organizacionais:</p><p>( ) A área de relações públicas.</p><p>( ) A área de propaganda.</p><p>( ) A área de compras.</p><p>( ) A área de promoção de vendas.</p><p>( ) A área financeira.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) F, V, F, V, F.</p><p>b) F, F, F, V, V.</p><p>c) V, V, F, V, F.</p><p>d) V, V, V, F, F.</p><p>e) V, F, V, F, V.</p><p>75</p><p>na prática</p><p>3. Um ponto muito importante que precisa ser levado em consideração é o fato da</p><p>comunicação interna ter uma relação direta com a cultura organizacional das em-</p><p>presas. Isso implica na necessidade de trabalhar a comunicação interna respeitando</p><p>todas as diferenças e utilizando-a como ferramenta estratégica. Diante disso, ana-</p><p>lise as informações a seguir sobre as contribuições da comunicação interna para a</p><p>organização:</p><p>I - A melhora do relacionamento entre colegas, equipes e unidades é uma conse-</p><p>quência da aplicação correta da comunicação interna.</p><p>II - A comunicação interna, quando bem aplicada, proporciona para parte dos co-</p><p>laboradores a possibilidade de ficarem bem informados sobre o trabalho, os</p><p>objetivos e os resultados da companhia</p><p>III - A utilização do endomarketing é uma ferramenta que contribui com uma apli-</p><p>cação da comunicação interna.</p><p>IV - Manter parte dos colaboradores bem informados sobre o trabalho, objetivos e</p><p>resultados da companhia é resultado de uma comunicação interna bem utilizada.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I e II.</p><p>b) I e III.</p><p>c) I, II e IV.</p><p>d) I, III e IV.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>4. Uma das ferramentas de marketing, a comunicação integrada de marketing é um</p><p>sistema de gerenciamento e integração dos elementos de comunicação de marke-</p><p>ting, como vendas, patrocínio e comunicação no ponto de venda. Portanto, analise</p><p>as ferramentas que fazem parte da comunicação de marketing e associe-as com</p><p>suas definições corretas.</p><p>1 - Promoção de vendas</p><p>2 - Tipos de propaganda</p><p>3 - Tipos de promoção</p><p>4 - Relações públicas</p><p>76</p><p>na prática</p><p>( ) propaganda de produto, serviço, marca, institucional, comparativa, corretiva,</p><p>subliminar e documentário.</p><p>( ) amostragem, cupons de venda, brindes, descontos, bonificações, reembolsos,</p><p>concursos, sorteios, garantias etc.</p><p>( ) estratégias de marketing, efetivadas dentro e fora da mídia, em um período</p><p>limitado, oferecendo suporte e incentivo a ações de venda pessoal</p><p>( ) variedade de esforços para criar e manter uma imagem positiva da organização</p><p>Assinale a sequência com a relação correta:</p><p>a) 1, 2, 3, 4.</p><p>b) 4, 3, 2, 1.</p><p>c) 3, 4, 1, 2.</p><p>d) 2, 3, 1, 4.</p><p>e) 1, 3, 2, 4.</p><p>5. Planejar a comunicação integrada de marketing é uma necessidade da organização</p><p>para que ela possa definir o tipo de ação que a empresa pretende utilizar com a</p><p>melhor mensagem a ser direcionada a determinado público em função dos resulta-</p><p>dos que se pretende alcançar. Diante dessa informação, explique de que maneira a</p><p>organização deve estruturar o seu planejamento de comunicação integrada de mar-</p><p>keting, levando em consideração a Mensagem, o Público, o Feedback e a Empresa.</p><p>77</p><p>aprimore-se</p><p>LACTA</p><p>A marca Lacta é parte da Mondelez, que desde os anos 1990 é uma divisão do grupo</p><p>Kraft Foods. Ao final de 2011, em comemoração ao centenário da marca, foi de-</p><p>senvolvida uma estratégia de reposicionamento. Ao contrário do que sempre havia</p><p>sido feito nas campanhas da marca Lacta, [...] o reposicionamento da marca mudou</p><p>o foco para a emoção provocada pelo consumo de chocolate. Na época, a gerência</p><p>de marketing da organização, em conjunto com a agência de propaganda [...], de-</p><p>senvolveu uma série de pesquisas junto aos consumidores de chocolates buscando</p><p>compreender a relação do consumidor com a categoria: qual a verdadeira relação</p><p>que o consumidor estabelecia com a categoria? Como se daria o ritual de consumo</p><p>do produto? Por que as pessoas têm vontade de consumir chocolate? E muitas ou-</p><p>tras questões. Aliaram-se, no mercado brasileiro, pesquisas quantitativas e qualita-</p><p>tivas. Dentre elas, um grupo focal chegou a privar os consumidores pesquisados de</p><p>consumir chocolate durante três dias. A marca alcançou alguns entendimentos que</p><p>foram importantes na época: a categoria de chocolates concorre com prazeres sen-</p><p>soriais como dança, música, sexo, e não com a categoria de guloseimas. As pessoas</p><p>consomem chocolate como uma forma de quebrar a rotina, sair do comum. Além</p><p>disso, foi identificado que os consumidores consideram o consumo de chocolate um</p><p>prazer, mas a compra do produto não, pois era muito difícil identificar e selecionar</p><p>o produto no ponto de vendas devido à falta de arrumação e confusão de produtos</p><p>e marcas. Essas informações foram imprescindíveis para definir um conceito da co-</p><p>municação que embasou a estratégia de comunicação de longo prazo da marca [...].</p><p>A primeira fase da campanha durou de julho a dezembro de 2012, trazendo um</p><p>retorno satisfatório, segundo a empresa, nos diversos meios utilizados, como televi-</p><p>são aberta, televisão</p><p>fechada, cinema, internet e redes sociais. Uma das ações que</p><p>movimentou as redes sociais nessa fase foi a criação colaborativa de uma música</p><p>em parceria com a cantora Tiê e o Twitter. A música criada foi lançada no Rock in</p><p>Rio 2012 e, simultaneamente ao lançamento, no próprio evento, foram captadas</p><p>diversas imagens fotográficas registrando momentos de entrega do público, dispo-</p><p>nibilizadas na web e no lounge da marca situado na cidade do Rock.</p><p>78</p><p>aprimore-se</p><p>[...] Essa campanha de reposicionamento foi uma campanha de três anos (2012</p><p>a 2014) com a meta de estabelecer os valores de marca e sedimentar a personali-</p><p>dade de marca. No mesmo período, o ponto de vendas sofreu uma repaginação</p><p>para melhor dispor os produtos para o consumidor, objetivando tornar a compra</p><p>do produto tão prazerosa quanto o consumo. A partir de 2013, visando especial-</p><p>mente ao período de maior sazonalidade da marca (Páscoa), muitas campanhas</p><p>promocionais foram deflagradas. A promoção “curta o momento Lacta” (2013) foi</p><p>desenvolvida com foco na classe C e ofereceu vários prêmios de 100 mil reais. [...] O</p><p>plano de comunicação foi pensado de forma a que todos os pontos de contato com</p><p>o consumidor da marca fossem privilegiados: televisão, internet, pontos de vendas</p><p>e o digital. A técnica de storytelling, envolvendo os reais ganhadores dos prêmios, foi</p><p>explorada por meio das redes sociais. Durante dez semanas, tempo de duração da</p><p>campanha, as agências que atendiam a marca atuaram de forma integrada: [...] Se-</p><p>gundo a gerência de marketing, a integração alcançada pela campanha teve relação</p><p>direta com a integração das próprias agências, que proporcionaram ampla cobertu-</p><p>ra dos pontos de contato de forma criativa e divertida.</p><p>Em 2015, a marca focou no lançamento de novos produtos, como a campanha</p><p>“Bateu, mordeu”, para o produto Lacta 5Star, e “Coma antes, pergunte depois”, para</p><p>o Bubbly. Em 2016, a marca lançou uma campanha institucional especial de Páscoa</p><p>após 25 anos sem executar esse tipo de ação. O objetivo da campanha era resgatar</p><p>a atmosfera mágica da data e reforçar os valores e a tradição da marca. Integrando</p><p>os meios, a campanha adotou uma ação envolvendo realidade aumentada por meio</p><p>de aplicativo, visando à aproximação com o público-alvo, e inovou com uma ação</p><p>integrada com o Waze, indicando os pontos de venda dos produtos no aplicativo de</p><p>trânsito. [...] A preocupação com o ponto de venda retornou com a apresentação</p><p>de displays diferenciados que proporcionam melhor identificação da marca e loca-</p><p>lização do produto desejado pelo consumidor nos pontos de vendas. A campanha</p><p>do tipo comprou-achou-ganhou, cujo slogan foi “Alegria para todos os gostos”, dis-</p><p>tribuiu vale-brindes de 60 mil reais que deveriam ser divididos pelo ganhador com</p><p>mais seis amigos.</p><p>79</p><p>aprimore-se</p><p>Mais recentemente, para a Páscoa de 2017, a marca entrou no ar com a cam-</p><p>panha “A alegria tá aí! Dê uma mordida”. Apoiada na força e tradição da marca,</p><p>a retomada da comunicação tem foco institucional sob o guarda-chuva da marca</p><p>Lacta. [...] A campanha de 2017 pega carona no clima que se instalou no país após</p><p>2014, incentivando os consumidores a valorizarem os seus momentos de alegria e</p><p>não deixar a “peteca cair”. Mesmo com esse avanço, a essência de marca mantém</p><p>a conexão entre o consumo de chocolate e o prazer. [...] Todas as campanhas e slo-</p><p>gans que foram se modificando e que foram utilizados de 2012 até 2017 carregam</p><p>esta mensagem preferencial: chocolate é prazer, chocolate é alegria. Nos contextos,</p><p>filmes, ações, aplicativos e promoções, todos são permeados por essas mensagens</p><p>preferenciais que reforçam a essência da marca Lacta.</p><p>Fonte: Rocha e Trevisan (2018, p. 43-45).</p><p>80</p><p>eu recomendo!</p><p>Endomarketing de A a Z: Como alinhar o pensamento das</p><p>pessoas à estratégia da empresa</p><p>Autor: Analisa de Medeiros Brum</p><p>Editora: Integrare</p><p>Sinopse: em Endomarketing de A a Z, a publicitária, consultora</p><p>e palestrante Analisa de Medeiros Brum trata da importância do</p><p>Endomarketing na empresa em todos os seus aspectos, por meio</p><p>da defesa de conceitos e da apresentação de exemplos e cases reais. A autora,</p><p>apoiando-se em sua vasta experiência em projetos de comunicação interna em</p><p>grandes empresas, mostra-nos, também, a importância da comunicação líder/</p><p>equipe e as estratégias que podem ser adotadas para a sua implantação.</p><p>livro</p><p>Amor por Contrato (The Joneses)</p><p>Ano: 2010</p><p>Sinopse: a história segue a família Jones que só fingem ser paren-</p><p>tes e trabalham para uma empresa de marketing indireto cuja</p><p>especialidade é provocar o desejo de consumo nas pessoas à vol-</p><p>ta deles. A família Jones acabou de se mudar para um bairro de</p><p>condomínio fechado de classe média alta, seus novos vizinhos</p><p>não sabem, mas eles são pagos para exibir, nas festas e recep-</p><p>ções aos colegas de trabalho, amigos do colégio ou mulheres no salão de beleza,</p><p>os produtos que lhe foram designados a fazerem propaganda.</p><p>filme</p><p>Mensurar resultados é o que toda empresa busca. Criar estratégias, por meio de</p><p>um plano de comunicação, pode tornar sua empresa muito mais competitiva do</p><p>que você imagina.</p><p>https://www.santandernegocioseempresas.com.br/detalhe-noticia/use-a-comu-</p><p>nicacao-como-um-diferencial-competitivo.html</p><p>conecte-se</p><p>anotações</p><p>3</p><p>GÊNEROS TEXTUAIS</p><p>DO CONTEXTO</p><p>ORGANIZACIONAL:</p><p>leitura e escrita</p><p>PROFESSORA</p><p>Esp. Taís Luciana Rovina Miné</p><p>PLANO DE ESTUDO</p><p>A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Gêneros textuais – abordagens</p><p>iniciais • Características da linguagem dos gêneros empresariais • Leitura de gêneros textuais empre-</p><p>sariais • Estrutura dos gêneros textuais empresariais.</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>Compreender o conceito de gêneros textuais • Apresentar a linguagem dos gêneros empresariais •</p><p>Compreender os elementos que possibilitam a significação de textos • Entender a estrutura e as carac-</p><p>terísticas de alguns textos do contexto empresarial.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, acadêmico (a)! A presente unidade tem como finalidade apresentar</p><p>estudos a partir da sociolinguística, que é o ramo dos estudos linguísticos,</p><p>que busca o compreender a língua em seu contexto de uso, isto é, no con-</p><p>texto das interações sociais humanas.</p><p>Por esse caminho, aluno(a), para esse nosso estudo, traremos discus-</p><p>sões que abarcam a língua como um instrumento de interação social e</p><p>profissional, que caminha e evolui em conjunto com os falantes. Em geral,</p><p>os manuais de redação técnica não abarcam essa discussão, e a formação</p><p>acadêmica precisa amparar vocês, para que estejam habilitados a comuni-</p><p>car-se de forma assertiva no mercado de trabalho.</p><p>Neste capítulo, você conhecerá a teoria bakhtiniana dos gêneros dis-</p><p>cursivos e algumas das teorias que amparam a escrita e a leitura de textos.</p><p>Ao final do estudo, você, com dedicação, terá desenvolvidas as habilidades</p><p>linguísticas para a redação e leitura de textos empresariais, pois quanto</p><p>maior for o domínio das teorias que amparam a escrita assertiva, mais</p><p>facilidade você terá para empregá-las de forma coerente e adequada nas</p><p>situações comunicativas que vivenciar.</p><p>Assim, nesta unidade, estudaremos os conceitos de gêneros textuais, as</p><p>características da linguagem dos gêneros empresariais, a leitura de gêne-</p><p>ros textuais empresariais e a estrutura composicional dos gêneros textuais</p><p>empresariais. Bons estudos!</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>84</p><p>1</p><p>GÊNEROS TEXTUAIS –</p><p>ABORDAGENS</p><p>iniciais</p><p>Olá, acadêmico(a)! Para iniciarmos nossos estudos da Unidade 3, consideremos,</p><p>desde já, que a linguagem é um mecanismo de interação humana. Neste processo,</p><p>por meio da utilização da língua e da linguagem, em situações comunicativas</p><p>contextualizadas, os membros de uma comunidade discursiva compartilham</p><p>conhecimentos, produzem registros históricos, documentos com valor jurídico e</p><p>uma infinidade de outros gêneros discursivos, com os quais, conforme Travaglia</p><p>(2003, p. 23), um indivíduo usa a língua</p><p>para além de</p><p>“ [...] somente traduzir e exteriorizar um pensamento, ou transmitir</p><p>informações a outrem, mas sim realizar ações, agir, atuar sobre o</p><p>interlocutor (ouvinte/leitor). A linguagem é, pois, um lugar de inte-</p><p>ração humana, de interação comunicativa pela produção de efeitos</p><p>de sentido entre interlocutores, em uma dada situação de comuni-</p><p>cação e em um contexto sócio-histórico e ideológico.</p><p>Assim, ao interagir com nossos interlocutores, produzirmos textos e planejamos</p><p>nosso discurso conforme a intencionalidade que motiva a interação com o outro.</p><p>Mas o que é entendido como texto? Todo e qualquer apanhado de palavras pode</p><p>ser considerado como texto? Para que tenhamos um texto é necessário que, por</p><p>meio dele, seja extraída uma mensagem. Koch e Elias (2018, p. 18) esclarecem que:</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>85</p><p>“ [...] texto é um fruto de um processo extremamente complexo de</p><p>linguagem e interação social, de construção social de sujeitos, de</p><p>conhecimentos de natureza diversa.</p><p>Entender o texto como uma “entidade multifacetada” só é possível</p><p>quando entendemos que linguagem é uma forma de interação. É o</p><p>princípio interacional que rege o uso da linguagem, oralmente ou</p><p>por escrito. Isso porque falamos ou escrevemos sempre para alguém</p><p>(ainda que esse alguém seja nós mesmos) e não o fazemos à toa, ou</p><p>de qualquer jeito (KOCH; ELIAS, 2018, p. 18).</p><p>Essas concepções, trazidas pelas autoras supracitadas, respaldam o que elas cha-</p><p>mam de princípio interacional dos textos. Koch e Elias (2018) trazem outros fato-</p><p>res que, junto com o princípio interacional, compõem os fatores de textualidade,</p><p>sendo eles: o princípio de intencionalidade, o qual, conforme as autoras, pode</p><p>ser, por exemplo, o de informar, ordenar, argumentar, anunciar etc., e é esperado</p><p>que o outro, quem lê o texto, reaja sobre ele, e essa reação está atrelada ao princí-</p><p>pio de aceitabilidade de um texto, que está relacionado ao fato do receptor do</p><p>texto aceitá-lo como coerente. Há, ainda, o princípio da situacionalidade, que</p><p>envolve avaliarmos a situação em que nos encontramos e em que se encontra o</p><p>outro com quem interagimos. Temos também, o princípio da intertextualidade,</p><p>que diz respeito aos pressupostos e conhecimentos de textos em comum, a relação</p><p>entre textos, “que se cruzam e se entrecruzam produzindo variadas combinações”</p><p>(KOCH; ELIAS, 2018, p.19); por fim, temos o princípio da informatividade, que</p><p>é a relação de uma proporção de informações que precisamos trazer nos textos.</p><p>Gêneros textuais ou discursivos</p><p>Há diversas linhas de pesquisa que abarcam os gêneros discursivos ou textuais</p><p>(orais e escritos) e que contemplam a importância da formação acadêmica para</p><p>o desenvolvimento de competências comunicativas que atendam às diversas</p><p>profissões. Para este estudo, acadêmico(a), é importante compreender que a co-</p><p>municação é estruturada, conforme Blikstein (2000), a partir de seis elementos: o</p><p>remetente, o destinatário, a mensagem, o código, o repertório e o veículo. Vejamos,</p><p>então, cada um desses elementos de forma contextualizada!</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>86</p><p>O remetente, conforme o autor explica, exerce a função de enviar ao seu</p><p>destinatário uma mensagem, a qual deve estimulá-lo a produzir uma resposta, e</p><p>esta precisa ser correta, no sentido de que o destinatário emita um feedback coe-</p><p>rente ao que lhe foi dito pelo remetente. A mensagem é construída a partir de um</p><p>código, que, segundo Blikstein (2000), é uma peça essencial no processo comu-</p><p>nicativo, uma vez que, ao emitir uma mensagem, o remetente deve se preocupar</p><p>com o destinatário, que tem repertório (bagagem cultural) diferente da sua e,</p><p>desta forma, está sujeito a emitir uma resposta “errada” ao estímulo comunicativo</p><p>recebido. Dentro da estrutura do ato comunicativo proposta por Blikstein (2000),</p><p>o veículo é o suporte que possibilitará que a mensagem chegue até o destinatário.</p><p>Assim, o autor registra uma diversidade de veículos disponíveis para o processo</p><p>comunicativo, por exemplo, o papel, a televisão, o telefone, o e-mail, entre outros</p><p>suportes. Nesse sentido, acadêmico(a), ser assertivo na escolha do melhor veículo</p><p>para que a comunicação seja eficaz, é uma tarefa importante!</p><p>Assim, os fatores que permeiam a motivação ou intencionalidade da comu-</p><p>nicação, tais como o conteúdo, as condições de emissão da mensagem, o objetivo</p><p>do remetente, a situação, o contexto comunicativo e as condições de recepção da</p><p>mensagem, precisam ser avaliados para que a comunicação seja eficaz. Sobre isso,</p><p>conforme Menegassi (2010, p. 79), o planejamento ou organização das ideias para</p><p>a comunicação acontece quando o autor “considera a finalidade, o interlocutor</p><p>eleito e o gênero textual escolhido para trabalhar sobre o tema, a organização</p><p>composicional e o estilo de língua na produção textual”. Acrescentamos, ainda,</p><p>a importância em ter esclarecida a diferença entre tipo textual e gênero textual.</p><p>A respeito da polarização entre a tipologia textual e os gêneros textuais, to-</p><p>mamos como direcionamento os estudos de Marcuschi (2002): a expressão “tipo</p><p>textual” se refere aos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, enfim, a partir</p><p>de uma sequência definida, teoricamente, pela natureza linguística. Nesse sentido,</p><p>os tipos textuais se dividem em: narração, argumentação, exposição, descrição e</p><p>injunção. Por outro lado, há a ideia estabelecida, por meio de estudos sacramenta-</p><p>dos, acerca dos gêneros textuais, como os estudos de Bakhtin (1992), os quais ca-</p><p>tegorizam estes como diversos textos materializados e encontrados nas inúmeras</p><p>situações de interação social, sejam elas em ambientes mais descontraídos, sejam</p><p>em situações que demanda formalidade. Por este viés teórico, inúmeros gêneros</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>87</p><p>textuais se fazem presentes nos diversos ambientes comunicativos e servem de</p><p>apoio para que os interlocutores se comuniquem. No ambiente dos negócios, por</p><p>exemplo, gêneros utilizados são: o e-mail, o ofício, o bilhete, a carta comercial,</p><p>entre muitos outros gêneros (orais e escritos).</p><p>Os estudos de Bakhtin (1992; 2003), filósofo russo, são bastante expressivos</p><p>para o estudo dos gêneros textuais devido a sua ênfase no dialogismo do processo</p><p>comunicativo. Para este estudioso, os gêneros são concebidos como esferas de</p><p>uso da linguagem, assim, os diversos textos com os quais temos contato diário</p><p>(orais, escritos, imagéticos), a partir da nossa atuação em sociedade, são passíveis</p><p>de estudo a partir da teoria bakhtiniana, a fim de que desenvolvamos uma comu-</p><p>nicação assertiva, em diferentes esferas comunicativas, dentre elas, os ambientes</p><p>empresariais, que, especialmente, interessa-nos nesse momento.</p><p>Com base na ideia de diferentes contextos de produção, Bakhtin (2003) pro-</p><p>põe, a partir de seus estudos, uma dicotomia entre os gêneros textuais, trazendo</p><p>estes em duas categorias de classificação: 1) o grupo dos gêneros primários (con-</p><p>siderados mais simples), que são materializados em circunstâncias interacionais</p><p>informais e de cunho cotidiano, por exemplo, em conversas via aplicativos, como</p><p>é o caso do diálogo verbal entre duas ou mais pessoas e a conversa em grupos</p><p>por meio do aplicativo WhatsApp; 2) o grupo dos gêneros secundários (con-</p><p>siderados de estrutura complexa), que são materializados em contextos formais</p><p>e, portanto, apresentam-se com maior complexidade linguística, como é o caso</p><p>de conferências e palestras em esferas acadêmicas, as teses científicas, as reporta-</p><p>gens jornalísticas, etc. O que diferencia, essencialmente, um gênero de natureza</p><p>primária do que se apresenta de natureza secundária é o nível de complexidade</p><p>ao qual estes são apresentados/materializados.</p><p>Os gêneros textuais, conforme Bakhtin (1992), são estudados considerando</p><p>três dimensões: o conteúdo temático (o assunto), a estrutura composicional (a</p><p>forma estrutural) e o estilo verbal (as escolhas linguísticas). A respeito do tema</p><p>ou conteúdo temático, o autor explica que há gêneros que atendem, de forma</p><p>específica, os temas de possível discussão,</p><p>abraço!</p><p>ÍCONES</p><p>Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-</p><p>mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.</p><p>conceituando</p><p>No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida</p><p>para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos.</p><p>quadro-resumo</p><p>Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco</p><p>mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos.</p><p>explorando ideias</p><p>Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e</p><p>transformar. Aproveite este momento!</p><p>pensando juntos</p><p>Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes</p><p>online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-</p><p>logia a seu favor.</p><p>conecte-se</p><p>Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar</p><p>Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo</p><p>está disponível nas plataformas: Google Play App Store</p><p>CONTEÚDO</p><p>PROGRAMÁTICO</p><p>UNIDADE 01 UNIDADE 02</p><p>UNIDADE 03</p><p>UNIDADE 05</p><p>UNIDADE 04</p><p>FECHAMENTO</p><p>A COMUNICAÇÃO</p><p>NO CONTEXTO</p><p>ORGANIZACIONAL</p><p>8</p><p>COMPOSTO DA</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>ORGANIZACIONAL</p><p>36</p><p>82</p><p>GÊNEROS TEXTUAIS</p><p>DO CONTEXTO</p><p>ORGANIZACIONAL:</p><p>LEITURA E ESCRITA</p><p>130</p><p>PRINCÍPIOS DA</p><p>ORATÓRIA</p><p>166</p><p>ORATÓRIA 360 GRAUS</p><p>207</p><p>CONCLUSÃO GERAL</p><p>1</p><p>A COMUNICAÇÃO</p><p>NO CONTEXTO</p><p>organizacional</p><p>PLANO DE ESTUDO</p><p>A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceitos e trajetória da comu-</p><p>nicação organizacional • O processo de comunicação • Comunicação na sociedade da informação •</p><p>Comunicação organizacional estratégica.</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>Apresentar os conceitos básicos da comunicação organizacional • Explicar o funcionamento do pro-</p><p>cesso de comunicação • Apresentar os conceitos atuais da comunicação na sociedade da informação</p><p>• Discutir a Comunicação organizacional estratégica.</p><p>PROFESSOR</p><p>Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, caro(a) acadêmico(a)! Ao longo desta unidade, você terá contato com</p><p>a evolução histórica da comunicação e com alguns pontos que envolvem a</p><p>sua trajetória no âmbito empresarial. Desde os primórdios da civilização</p><p>humana, na chamada Idade da Pedra, quando os primeiros seres humanos</p><p>começaram a viver em grupos para sobreviverem, a comunicação sempre</p><p>foi uma forma de colaboração ou mediadora de conflitos, dissensão, coo-</p><p>peração ou competição entre as pessoas.</p><p>Nesse sentido, para que possamos compreender a comunicação de</p><p>maneira abrangente, faz-se necessário que alguns contextos do passado</p><p>sejam resgatados, e, para isso, faremos uma análise da evolução histórica da</p><p>comunicação até os dias de hoje, entre a qual, será dedicado um breve relato</p><p>sobre a evolução da comunicação no Brasil. Na sequência, apresentaremos</p><p>os processos de comunicação e o seu funcionamento. É importante ter em</p><p>mente que a comunicação é um processo de começo, meio e fim, e, para</p><p>firmar esse entendimento, abordaremos, também, alguns conceitos teóricos</p><p>fundamentais. Fará parte dessa unidade, também, uma discussão a respeito</p><p>das barreiras na comunicação e dos tipos de problemas que são enfrenta-</p><p>dos ao se comunicar com outras pessoas. De fato, é muito importante estar</p><p>a par dessas barreiras para que sua comunicação possa ser precisa.</p><p>Conhecendo a importância da comunicação para os dias de hoje e</p><p>o seu processo, você será colocado(a) em contato com o funcionamento</p><p>da comunicação na sociedade da informação e, para isso, apresentaremos</p><p>alguns conceitos, cuja compreensão dos mesmos se faz necessária para o</p><p>entendimento sobre como funciona essa comunicação com a utilização</p><p>das mídias sociais.</p><p>Ao final desta unidade, discutiremos alguns itens importantes que fazem</p><p>parte da comunicação organizacional estratégica, sobre os quais abordare-</p><p>mos alguns estudos sobre os modelos e técnicas de comunicação empresarial</p><p>que existem e são, comumente, utilizadas. Esperamos que você aproveite o</p><p>máximo ao estudar esta unidade e desejamos sucesso no seu aprendizado!</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>1</p><p>10</p><p>1</p><p>CONCEITOS</p><p>E TRAJETÓRIA DA</p><p>comunicação organizacional</p><p>Caro(a) acadêmico(a), você já parou para pensar no significado de comunicação?</p><p>Deixamos, aqui, o convite para que olhe ao seu redor e perceba como todos os</p><p>seres vivos se comunicam, cada um à sua maneira. Nós, seres humanos, fazemos</p><p>uso de diversos meios para nos comunicar, e a fala é um exemplo dessas moda-</p><p>lidades. Embora diversos estudos já tenham demonstrado a comunicação entre</p><p>baleias, golfinhos, cães, insetos e, até mesmo, árvores.</p><p>Nosso foco, ao longo dessa unidade, será a comunicação entre humanos, que</p><p>tem como característica uma natureza interdisciplinar, da qual, importantes pes-</p><p>quisas relacionadas ao tema já foram realizadas pela sociologia, antropologia,</p><p>história, psicologia social e experimental, linguística e semiótica e, evidentemente,</p><p>da filosofia. Perez e Bairon (2002, p. 13) pontuam que a comunicação, “por ser um</p><p>termo tão popular, já se tornou sinônimo de expressões para explicar os proble-</p><p>mas das relações entre as pessoas nos vários locais de trabalho”.</p><p>Acreditamos, caro(a) acadêmico(a), que você concordará que a nossa comu-</p><p>nicação tem a capacidade de nos informar, emocionar, distrair, vender, construir</p><p>mitos, ter importância, denegrir, poder distorcer fatos, acabar com a reputação das</p><p>pessoas, ignorar verdades, criar mentiras, emocionar, produzir o silêncio, influenciar</p><p>comportamentos, fazer rir ou chorar, enganar, convencer, gerar dúvida, encorajar</p><p>os que necessitam de coragem e, também, é capaz de produzir o que chamamos de</p><p>“incomunicação”, o que reservamos para tratar em um outro momento.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>11</p><p>Diversos são os autores que apresentam conceitos sobre o termo comuni-</p><p>cação. Matos (2014, p. 2), por exemplo, explica que a palavra comunicação “tem</p><p>origem no termo latim communicare, ou seja, ‘tornar comum’, ‘partilhar’, ‘repar-</p><p>tir’, ‘associar’, ‘trocar opiniões’, ‘conferenciar’”. Por sua vez, Cordeiro (2017, p. 14)</p><p>complementa essa definição ao explicar que a palavra latina communicatione</p><p>“deriva de commune que significa ‘comum’, ou, tornar algo comum, como uma</p><p>informação, uma emoção ou uma experiência”. Isso, para a autora, é como ocorre</p><p>a comunicação.</p><p>Outros autores que corroboram com esses conceitos são Perez e Bairon (2002,</p><p>p. 14) que apontam, como origem da comunicação, a palavra latina cummunis, que</p><p>tem como significado a “ideia de comunhão, em outras palavras, comungar, com-</p><p>partilhar e transmitir, sendo esse, para eles, o sentido do que seja comunicação”. Por</p><p>fim, trazemos alguns conceitos de comunicação encontrados, segundo Priberam</p><p>([2020], on-line)1: “1. Informação; participação; aviso; 2. Transmissão; 3. Notícia; 4.</p><p>Passagem; 5. Ligação; 6. Convivência; 7. Relações; 8. Comunhão (de bens)”.</p><p>No contexto do cristianismo antigo, o isolamento era valorizado como um caminho para</p><p>encontrar Deus. Havia duas correntes, os anacoretas e os cenobitas, que lidavam com</p><p>essa questão de maneiras diferentes. O primeiro acreditava na importância da solidão</p><p>radical e vivia de forma individual. O segundo apostava na vida em comunidade, em con-</p><p>ventos ou mosteiros, conhecidos como cenóbios, palavra que significa “lugar onde se vive</p><p>em comum”. Neste local surgiu uma prática chamada de communicatio, ou seja, “tomar a</p><p>refeição da noite em comum”. Dessa forma, communicatio significava não simplesmente</p><p>ir jantar, mas sim o momento da quebra do isolamento, de juntar o grupo para fazer algo</p><p>em comum. Por isso, o sentido de communicatio era diferente da noção de comer de uma</p><p>comunidade primitiva.</p><p>Fonte: Matos (2014).</p><p>explorando Ideias</p><p>A intenção, até aqui, foi a de deixar claro que o conceito da palavra comunicação</p><p>se refere ao fato de comunicar-se com outras pessoas, transmitir alguma infor-</p><p>mação ou opinião. Enfim, comunicar é a capacidade de se expressar nos mais</p><p>diversos contextos sociais.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>1</p><p>12</p><p>Evolução da comunicação</p><p>A oralidade (ou uso da fala), além de ser a maneira mais simples, é, também, uma</p><p>forma</p><p>e a unidade de sentido do texto está</p><p>entrelaçada com os aspectos linguísticos, como os aspectos acerca do contexto</p><p>de produção. Assim, os estudos de Bakhtin (1992) explicam o fato de, em uma</p><p>conversa entre amigos, as escolhas lexicais dos falantes se apresentarem com uso</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>88</p><p>de variações linguísticas mais desembaraçadas, e, em uma assembleia de direto-</p><p>ria, as escolhas recaem sobre uma linguagem mais formal, utilizando variações</p><p>linguísticas de prestígio. Em relação à composição (estrutura composicional), os</p><p>gêneros apresentam uma estrutura organizacional definida, que foi estabelecida</p><p>pelo uso recorrente em sociedade. A título de exemplo, consideremos o memo-</p><p>rando, que segue padrões históricos e socialmente estabelecidos, os quais devem</p><p>ser seguidos, e, por isso, este é um dos gêneros que traremos sua estrutura mais</p><p>à frente, em outra seção deste capítulo.</p><p>O estilo verbal está relacionado às formas gramaticais, ou seja, ao vocabulário</p><p>específico para as situações comunicativas. Nesse sentido, para que uma comuni-</p><p>cação de qualidade conduza o receptor/interlocutor a emitir uma resposta coe-</p><p>rente, cabe ao autor fazer uma escolha acerca do gênero e do vocabulário de modo</p><p>adequado ao contexto de produção, ao interlocutor e à finalidade comunicativa.</p><p>Isso significa que o propósito comunicativo, dentro de um determinado contexto,</p><p>pautado na atuação ética, direcionará as escolhas do autor. Para que fique claro</p><p>para você, acadêmico(a), consideremos a título de ilustração que, ao redigir um</p><p>ofício para o representante de uma organização, não é coerente o autor trazer, no</p><p>texto, vocabulário coloquial, específico de situações informais de comunicação.</p><p>Ao contrário, o contexto demanda postura profissional e, portanto, pautada na</p><p>formalidade discursiva.</p><p>O que é um contexto de produção textual?</p><p>O contexto de produção de textos é compreendido como os fatores ou circunstâncias</p><p>que acompanham e, portanto, influenciam o autor durante a produção de textos (orais</p><p>ou escritos). São exemplos de aspectos que compõem um contexto de produção textual:</p><p>a finalidade da comunicação, a quem é destinado o texto, o momento sócio histórico, o</p><p>suporte, onde o texto será veiculado, entre outros aspectos físicos e psicossociais.</p><p>Fonte: a autora.</p><p>conceituando</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>89</p><p>2</p><p>CARACTERÍSTICAS</p><p>DA LINGUAGEM</p><p>dos gêneros empresariais</p><p>Depois de conhecermos um pouco acerca da teoria dos gêneros textuais, apren-</p><p>deremos, neste momento, sobre alguns fatores que são imprescindíveis para a</p><p>comunicação e para a escrita eficiente dos textos técnicos (termo este empregado</p><p>para identificação de grupo de textos pertencentes à Redação Técnica, ou Reda-</p><p>ção Oficial)! Vamos conhecê-los?!</p><p>Imagine, aluno(a), que o fechamento de um negócio pode ser atrapalhado por</p><p>uma situação de mal-entendido, ou por um texto que não foi claro o suficiente,</p><p>por exemplo. Que situação complicada, não?!</p><p>“ Um belo exemplo é o de uma grande empresa que precisava de aler-</p><p>tar os seus credenciados sobre várias mudanças – algumas funda-</p><p>mentais; outras, nem tanto. Na estruturação da carta, as informações</p><p>menos importantes obtiveram tanto destaque que os credenciados</p><p>não valorizaram as outras, as principais. Consequência: os proce-</p><p>dimentos adotados só atenderam em parte ao que foi solicitado,</p><p>fazendo com que houvesse posteriormente um gasto extraordinário</p><p>de tempo com telefonemas explicativos (GOLD, 2005, p. 5).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>90</p><p>Bem, a eficácia de um gênero textual, que tem como ambiente de circulação o</p><p>meio empresarial, apresenta relação intrínseca com a resposta emitida pelo recep-</p><p>tor, o qual, nesse caso, pode ser um cliente (interno ou externo) ou, ainda, pessoas</p><p>que mantém relação de parceria com a instituição. Isso significa que essa resposta</p><p>ou feedback serve, também, de termômetro para que o redator reflita sobre a sua</p><p>escrita e de que maneira esta pode melhorar. Observe, no exemplo ilustrado por</p><p>Gold (2005), anteriormente, que foi perdido muito tempo e dinheiro por ocasião</p><p>de uma carta comercial escrita de forma ineficaz.</p><p>A esse respeito, apresentaremos, nesta aula, algumas características peculiares</p><p>da linguagem dos gêneros empresariais, como a carta comercial, o ofício, o e-mail,</p><p>a ata, entre outros, as quais colaboram para a eficácia da produção desses gêne-</p><p>ros. Esse grupo de textos percorre o ambiente de negócios, e este meio social de</p><p>circulação dos gêneros requer um cumprimento de particularidades próprias, as</p><p>quais vão além da linguagem escrita polida, abarcando, também, características</p><p>específicas de expectativas do meio linguístico-social e o cuidado com os termos</p><p>a fim de que o texto seja, corretamente, compreendido.</p><p>Consideremos, então, o cenário contemporâneo, no qual a comunicação</p><p>comercial ocorre: é globalizado e marcado pelas transformações tecnológicas</p><p>que possibilitam rapidez de acesso a informações. Neste cenário, os textos que</p><p>permeiam o ambiente organizacional acompanham tais características, são mate-</p><p>rializados por meio de um suporte (meio físico ou virtual que servirá de suporte</p><p>para a existência do gênero textual), apresentam estilo de escrita próprio, marcado</p><p>pelo emprego de linguagem formal e pela clareza, visando interpretação única,</p><p>e devem ser redigidos sob forma preestabelecida e convencionalmente determi-</p><p>nada no meio social em que circulam.</p><p>A seguir, trabalharemos os itens – objetividade e clareza, polidez, coerência e</p><p>coesão, bem como persuasão e originalidade – que são características presentes</p><p>na linguagem dos gêneros textuais do contexto empresarial.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>91</p><p>Objetividade e clareza</p><p>Recomenda-se que os gêneros textuais empresariais sejam redigidos na voz ver-</p><p>bal ativa da língua portuguesa e com vocabulário acessível ao receptor. Esta voz</p><p>verbal marca, de forma categórica, o sujeito praticando a ação, assim traz clareza</p><p>aos documentos. Veja os seguintes exemplos:</p><p>1. Pedro emitiu o relatório e já o enviou para a diretoria.</p><p>2. O departamento de eventos está responsável pela contratação de um buffet.</p><p>3. A empresa “XXX” comunica, oficialmente, aos seus clientes que não tem</p><p>ligação com fraudes divulgadas na mídia.</p><p>A respeito da objetividade e da clareza dos textos é oportuno observar, também,</p><p>os estudos de Guimarães (2012), os quais recomendam a utilização de frases cur-</p><p>tas e objetivas a fim de contribuir para a compreensão do texto, todavia tomando</p><p>o devido cuidado de não utilizar frases demasiadamente curtas, pois podem ser</p><p>deixadas de lado as informações importantes para a compreensão completa da</p><p>mensagem a qual se pretende transmitir. Guimarães (2012) pontua, ainda, que os</p><p>parágrafos devem ter extensão harmônica, sendo de tamanho semelhante entre</p><p>si. Ainda, a fim de contribuir para que o texto fique claro e objetivo, é consenso</p><p>entre os estudiosos da linguagem ter o cuidado de:</p><p>■ Utilizar palavras com sentido único (código fechado).</p><p>■ Prezar pelo vocabulário formal, todavia evitando o excesso de linguagem</p><p>técnica.</p><p>■ Considerar o contexto de produção.</p><p>■ Considerar o receptor, visto que algumas palavras apresentam significa-</p><p>dos diferentes para diferentes receptores.</p><p>■ Cuidar da polidez dos textos para que expressões prolixas sejam evitadas,</p><p>pois elas deixam a comunicação cansativa e atrapalham a objetividade</p><p>do texto.</p><p>Acrescentamos, não menos importante, que é preciso buscar atualizar-se sempre!</p><p>É oportuno, também, cuidar para não exagerar no uso de palavras incomuns da</p><p>gramática, que pode tornar a leitura do texto pouco atraente pela dificuldade de</p><p>decodificação por parte do leitor. Todos os cuidados, aqui apresentados, auxiliam</p><p>a compreensão do texto, evitando contratempos.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>92</p><p>Polidez</p><p>Ninguém deseja ser lembrado de forma negativa, certo?! Neste tópico, trazemos</p><p>a polidez, que deve estar presente nas relações comerciais, assim como nas so-</p><p>ciais, e demanda das pessoas atitudes de cortesia e de gentileza, as quais podem</p><p>ser consideradas sinônimo</p><p>de polidez. Conforme Coulmas (2005), a polidez é</p><p>entendida como prática de organização de atos linguísticos de acordo com as</p><p>expectativas sociais para fins de manter a comunicação livre de problemas. Tal</p><p>prática minimiza conflitos nas interações interpessoais e contribui para a fide-</p><p>lização de clientes, quando consideramos o contexto dos negócios. Martino e</p><p>Marques (2018, p. 63) pontuam que:</p><p>“ as boas maneiras, com todos os seus rituais, procedimentos e re-</p><p>gras, podem ser entendidas com um complexo jogo de interações e</p><p>comunicação com base no qual nosso cotidiano é criado – e a po-</p><p>lidez é talvez a forma mais intensa da ética dessa relação. [...] o que</p><p>costumamos agrupar com nome de “educação”, “bons modos”, “boas</p><p>maneiras” e “etiqueta” constitui, a rigor, estratégias de comunicação</p><p>que utilizamos para facilitar o convívio com os outros. A ética da</p><p>comunicação com polidez está baseada na ideia de que, dentro de</p><p>uma sociedade, todas as pessoas compartilham alguns códigos de</p><p>interação que podem ser facilmente compreendidos e aplicados.</p><p>Quanto maior for o distanciamento social entre os interlocutores, maior será o grau</p><p>de polidez exigido pelo contexto de interação. Veja, em uma situação comunicativa,</p><p>um representante da imprensa entrevistando a presidência de uma organização</p><p>empresarial, o grau de formalidade será muito maior do que em uma situação de</p><p>happy hour entre colegas de trabalho. Outro exemplo, é o contexto de redação de</p><p>um ofício, no qual o uso de pronomes de tratamento, por exemplo, “Vossa Senhoria”;</p><p>“Senhor/Senhora” e “Ilustríssimo(a) Senhor(a)”, serão exigidos, assim como fechos</p><p>de cortesia, como “atenciosamente”, entre outros elementos que marquem a ética e</p><p>a postura cortês, uma vez que a situação comunicativa demanda do redator o uso</p><p>de cortesia e de escolhas lexicais mais formalizadas. A polidez, portanto, deve estar</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>93</p><p>Coerência e Coesão</p><p>Quando as palavras apresentam harmonia de conexão e de sentido dentro da</p><p>composição textual, formando um todo que tem início, meio e fim, podemos</p><p>dizer que há coerência textual. A coerência, então, está relacionada a uma relação</p><p>lógica dos sentidos produzidos na mente dos interlocutores (emissor e receptor)</p><p>a partir da leitura de um texto. Ela deve ser, portanto, construída a partir do texto</p><p>(KOCH, 2008). Para Koch e Travaglia (2011, p.14),</p><p>“ [...] a coerência é algo que se estabelece na interação [...] ela é o que</p><p>faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo ser vista,</p><p>pois, como um princípio de interpretabilidade do texto. Assim, ela</p><p>pode ser vista também como ligada à inteligibilidade do texto numa</p><p>situação de comunicação e à capacidade que o receptor do texto</p><p>(que o interpreta para conhecê-lo) tem para calcular o seu sentido.</p><p>A coerência textual apresenta relação com a harmonização das ideias presentes</p><p>no texto. Observe a Figura 1, a seguir, a qual traz um esquema bastante ilustrativo</p><p>acerca das características da coerência textual:</p><p>Fique atento: a ideia e regras de polidez variam de uma sociedade para outra e em cul-</p><p>turas diferentes, principalmente, se travamos relações comerciais com países diferentes.</p><p>Dessa forma, vale muito a pena estudar o cliente a fim de que você não cometa gafes no</p><p>contexto das suas relações comerciais.</p><p>Fonte: a autora.</p><p>pensando juntos</p><p>presente nas situações de interação profissional e pessoal, pois é uma qualidade</p><p>relacionada a mostrar preocupação com o interlocutor, de forma a procurar evitar,</p><p>ao máximo, constranger ou mesmo ofender o outro, no sentido de estabelecer um</p><p>contexto de respeito e harmonia nas relações interpessoais.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>94</p><p>Figura 1 – Características da Coerência / Fonte: Gold (2017, p.110).</p><p>A coesão textual é observada a partir de elementos coesivos presentes nos textos,</p><p>ou seja, elementos gramaticais que estão grafados nos textos, como, por exemplo,</p><p>os diversos conectivos (então, porém, a esse respeito, logo, por fim etc.) e os pro-</p><p>nomes, palavras que retomam ou se referem a nomes (ele, ela, esse, essa etc.), os</p><p>quais fazem ligações entre as partes escritas. É importante considerar que a coesão</p><p>contribui para a construção da coerência textual que é estabelecida na mente dos</p><p>interlocutores. O uso de elementos coesivos contribui para que as ideias sejam</p><p>transmitidas de forma clara. Koch (2008) explica duas grandes modalidades de</p><p>coesão: a coesão referencial (ou remissiva) e a coesão sequencial.</p><p>A coesão referencial, conforme Koch (2008, p. 31), é “aquela em que um</p><p>componente da superfície do texto faz remissão a outro(s) elemento(s) nela pre-</p><p>sentes ou inferíveis a partir do universo textual”. Quando temos a utilização de um</p><p>elemento que remete (faz remissão) a algo que vem antes, dentro do enunciado,</p><p>temos um caso de anáfora. Já, quando utilizamos um elemento que remete (faz</p><p>remissão) a algo que virá depois, dentro do texto, temos um caso de catáfora. Para</p><p>que fique claro para você, aluno(a), trazemos os seguintes exemplos:</p><p>“ O homenzinho subiu correndo os três lances de escadas. Lá em</p><p>cima, ele parou diante de uma porta e bateu furiosamente. (Anáfora)</p><p>Ele era tão bom, o meu marido! (Catáfora)</p><p>(KOCH, 2004, p. 31, grifo nosso).</p><p>Descrição da Imagem: É uma figura em formato de organograma. Na primeira linha temos o título:</p><p>Características da coerência. Na segunda linha três ramificações, sendo a primeira intitulada “Conexão</p><p>entre palavras”, a segunda intitulada “Conexão entre as orações” e a terceira ramificação intitulada “Co-</p><p>nexão entre os parágrafos”. As três conexões são as abrangências da coerência textual.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>95</p><p>Observe os termos que grifamos no texto de Koch (2004). No primeiro exemplo,</p><p>o pronome pessoal “ele” retoma “o homenzinho”, já mencionado, anteriormente,</p><p>no texto; temos, neste caso, a utilização de uma anáfora. Já no segundo exemplo,</p><p>“ele” é explicado ou definido na sequência do texto, quando a autora especifica</p><p>“o meu marido”, logo, temos um exemplo de coesão referencial por catáfora. Por</p><p>outro viés, a coesão sequencial, conforme Koch (2011), é baseada no uso de</p><p>conectivos (se, por isso, porque, ou, para, conforme, dessa forma etc.), marcando</p><p>uma progressão sequencial no texto. Conforme Guimarães (2012, p. 156), os</p><p>problemas coesivos observados nos textos, sobretudo de redatores iniciantes,</p><p>estão relacionados ao excesso de marcadores, e não à falta deles; dessa forma, é</p><p>recomendada uma leitura panorâmica ao final da produção do texto, a fim de</p><p>buscar lacunas e excessos nele presentes bem como trabalhar para eliminá-los no</p><p>texto quando for o caso. Para que fique clara a diferença básica entre os elementos</p><p>coesão e coerência, apresentaremos o seguinte texto:</p><p>“ [...] a coesão é a maneira como os constituintes da superfície textual</p><p>se encontram relacionados entre si, numa sequência, através de mar-</p><p>cas linguísticas; é a ligação entre os elementos superficiais do texto.</p><p>Já a coerência tem como funcionamento a continuidade de sentidos,</p><p>dizendo respeito ao modo como os componentes textuais, isto é, a</p><p>configuração dos conceitos e relações subjacentes à superfície do</p><p>texto, são mutuamente acessíveis ou relevantes (BEAUFRANDE;</p><p>DRESSLER, 1983 apud KOCH, 2011, p. 16)</p><p>Há um grande campo para o estudo sobre a coesão e a coerência textual, assim,</p><p>acadêmico(a), vale a pena você buscar pesquisas extras para aprofundamento</p><p>desse estudo, uma vez que o nosso objetivo se centra, nesse momento, em ofe-</p><p>recer-lhe subsídios para a sua formação acerca da produção de textos técnicos.</p><p>Persuasão</p><p>Conforme pontua Abreu (2001), ao se contextualizarem, as palavras deixam de</p><p>ser neutras e passam a exprimir valores, conceitos, pré-conceitos. No caso do dis-</p><p>curso persuasivo, os redatores procuram utilizar o léxico de forma que consigam</p><p>transmitir ideologias, formar opiniões, reformular opiniões, sempre trabalhando</p><p>com a finalidade de convencimento do receptor.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>96</p><p>A esse respeito, Citelli (2004) registra que a preocupação</p><p>de trabalhar as estra-</p><p>tégias argumentativas, em um discurso, vem desde a Grécia clássica, período em</p><p>que já havia preocupação em convencer o público-alvo, considerando a cultura</p><p>da época, visto que o domínio da expressão verbal, em sua vertente oratória, era</p><p>importantíssimo para os gregos.</p><p>Abreu (2001) afirma que a persuasão está ligada ao irracional de uma pes-</p><p>soa, o objetivo; segundo o autor, é trabalhar com o emocional, é fazer com que o</p><p>destinatário, além de compreender, saiba avaliar os argumentos a ele apresenta-</p><p>dos, havendo, assim, um confronto de opiniões, onde os argumentos podem ser</p><p>aceitos ou rejeitados pelo receptor.</p><p>Dessa forma, no contexto das organizações empresariais e do mundo globa-</p><p>lizado, a todo momento presenciamos argumentar para angariar novos clientes,</p><p>manter os clientes já conquistados, interagir com o público-alvo de diferentes for-</p><p>mas, responder às diversas solicitações recebidas, reforçar no público-alvo uma</p><p>ideologia etc. Essa linha de raciocínio nos permite considerar que a persuasão é</p><p>uma das características presentes nos textos empresariais (orais e escritos), e os</p><p>redatores precisam ter esse entendimento.</p><p>A seguir, temos alguns conectivos que contribuem para a coerência e coesão</p><p>textual bem como para a introdução de argumentos persuasivos:</p><p>Descrição da Imagem: Tabela intitulada: “Os principais conectivos e seus significados”.</p><p>Ela está dividida em três colunas e catorze linhas.</p><p>Na primeira linha, há o título das colunas (as linhas e colunas se relacionam), assim sendo: a primeira</p><p>coluna tem o título “Ideias”; a segunda coluna tem o título “Conectivos simples”; e a terceira coluna tem</p><p>o título “Conectivos compostos”.</p><p>Na segunda linha, da primeira coluna, há a palavra“Causa”, marcando a ideia que emerge deste grupo de</p><p>conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, há os conectivos simples que são ligados à ideia</p><p>dessa causa, sendo eles: porque, pois, por, porquanto, dado, visto, como; na terceira coluna, na mesma</p><p>linha, temos os conectivos compostos que são ligados à ideia dessa causa, sendo eles: por causa de,</p><p>devido a, em vista de, em virtude de, em face de, em razão de, já que, visto que, uma vez que, dado que.</p><p>Na terceira linha, da primeira coluna, há as palavras “Consequência imprevista”, marcando a ideia que</p><p>emerge deste grupo de conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, há os conectivos simples</p><p>que são ligados à ideia dessa consequência imprevista, sendo eles: tão... que, tal... que, tamanho... que,</p><p>tanto... que; na terceira coluna, na mesma linha, temos os conectivos compostos que são ligados à ideia</p><p>de consequência, sendo eles: de modo que, de forma que, de maneira que, de sorte que, tanto que.</p><p>Na quarta linha, da primeira coluna, há as palavras “Consequência lógica”, marcando a ideia que emerge</p><p>deste grupo de conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, há os conectivos simples que</p><p>são ligados à ideia dessa consequência lógica, sendo eles: logo, assim, portanto, pois; na terceira coluna,</p><p>na mesma linha, temos os conectivos compostos que são ligados à ideia de consequência lógica, sendo</p><p>eles: assim sendo, por conseguinte</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>97</p><p>Na quinta linha, da primeira coluna, há a palavra “Finalidade”, marcando a ideia que emerge deste grupo</p><p>de conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, há os conectivos simples que são ligados à</p><p>ideia dessa finalidade, sendo eles: para, porque; na terceira coluna, na mesma linha, temos os conectivos</p><p>compostos que são ligados à ideia dessa finalidade, sendo eles: para que, a fim de que, com o propósito</p><p>de, com a intenção de, com o fito de, com o intuito de.</p><p>Na sexta linha, da primeira coluna, há a palavra “Condição”, marcando a ideia que emerge deste grupo</p><p>de conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, há os conectivos simples que são ligados</p><p>à ideia dessa condição, sendo eles: se, caso, mediante, sem, salvo; na terceira coluna, na mesma linha,</p><p>temos os conectivos compostos que são ligados à ideia dessa condição, sendo eles: contato que, a não</p><p>ser que, a menos que, exceto se.</p><p>Na sétima linha, da primeira coluna, há as palavras “Oposição suave”, marcando a ideia que emerge</p><p>deste grupo de conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, há os conectivos simples que</p><p>são ligados à ideia dessa oposição suave, sendo eles: mas, porém, contudo, todavia, entretanto; na ter-</p><p>ceira coluna, na mesma linha, temos o conectivo composto que é ligado à ideia dessa oposição suave,</p><p>sendo ele: No entanto</p><p>Na oitava linha, da primeira coluna, há a palavra “Oposição”, marcando a ideia que emerge deste grupo</p><p>de conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, há os conectivos simples que são ligados</p><p>à ideia dessa oposição, sendo eles: embora, conquanto, muito embora; na terceira coluna, na mesma</p><p>linha, temos os conectivos compostos que são ligados à ideia dessa oposição, sendo eles: apresar de, a</p><p>despeito de, não obstante, malgrado a, sem embargo de, se bem que, mesmo que, ainda que, em que</p><p>pese, posto que, por mais que, por muito que.</p><p>Na nona linha, da primeira coluna, há a palavra “Comparação”, marcando a ideia que emerge deste</p><p>grupo de conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, há os conectivos simples que são</p><p>ligados à ideia dessa comparação, sendo eles: como, qual; na terceira coluna, na mesma linha, temos</p><p>os conectivos compostos que são ligados à ideia dessa comparação, sendo eles: do mesmo modo que,</p><p>como se, assim como, tal como.</p><p>Na décima linha, da primeira coluna, há a palavra “Tempo”, marcando a ideia que emerge deste grupo</p><p>de conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, há os conectivos simples que são ligados à</p><p>ideia desse tempo, sendo eles: quando, enquanto, apenas, ao, mal; na terceira coluna, na mesma linha,</p><p>temos os conectivos compostos que são ligados à ideia desse tempo, sendo eles: logo que, antes que,</p><p>depois que, desde que, cada vez que, todas as vezes que, sempre que, assim que.</p><p>Na décima primeira linha, da primeira coluna, há a palavra “Proporção”, marcando a ideia que emerge</p><p>deste grupo de conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, não há nada, pois só existem</p><p>conectivos compostos ligados à proporção. Sendo assim, na terceira coluna, na mesma linha, temos</p><p>esses conectivos compostos, sendo eles: à proporção que, à medida que.</p><p>Na décima segunda linha, da primeira coluna, há a palavra “Conformidade”, marcando a ideia que emerge</p><p>deste grupo de conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, há os conectivos simples que</p><p>são ligados à ideia dessa conformidade, sendo eles: conforme, segundo, consoante, como; na terceira</p><p>coluna, na mesma linha, temos os conectivos compostos que são ligados à ideia dessa conformidade,</p><p>sendo eles: de acordo com, em conformidade com.</p><p>Na décima terceira linha, da primeira coluna, há a palavra “Alternância”, marcando a ideia que emerge</p><p>deste grupo de conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, há o conectivo simples que é</p><p>ligado à ideia dessa alternância, sendo ele: ou; na terceira coluna, na mesma linha, temos os conectivos</p><p>compostos que são ligados à ideia dessa alternância, sendo eles: nem...nem, ou...ou, ora...ora, quer...</p><p>quer, seja…seja.</p><p>Na décima quarta linha, da primeira coluna, há a palavra “Adição”, marcando a ideia que emerge deste</p><p>grupo de conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, há os conectivos simples que são</p><p>ligados à ideia dessa adição, sendo eles: e, nem; na terceira coluna, na mesma linha, temos os conectivos</p><p>compostos que são ligados à ideia dessa adição, sendo eles: não só, mas também, tanto...como, não</p><p>apenas...como.</p><p>Na última linha da tabela, ou seja, na décima quinta linha, da primeira coluna, há a palavra “Restrição”,</p><p>marcando a ideia que emerge deste grupo de conectivos, ao lado, na mesma linha, na segunda coluna, há</p><p>o conectivo simples que é ligado à ideia dessa restrição, sendo ele: que; na terceira coluna, na mesma linha,</p><p>que seriam os conectivos compostos,</p><p>não há nada, pois só existem conectivos simples ligados à restrição.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>98</p><p>Os principais conectivos e seus significados</p><p>Ideias Conectivos simples Conectivos compostos</p><p>Causa</p><p>Porque, pois, por,</p><p>porquanto, dado,</p><p>visto, como</p><p>Por causa de, devido a, em vista de, em</p><p>virtude de, em face de, em razão de, já</p><p>que, visto que, uma vez que, dado que</p><p>Consequência</p><p>imprevista</p><p>Tão... que, tal... que,</p><p>tamanho... que,</p><p>tanto... que</p><p>De modo que, de forma que, de</p><p>maneira que, de sorte que, tanto que</p><p>Consequência</p><p>lógica</p><p>Logo, assim,</p><p>portanto, pois</p><p>Assim sendo, por conseguinte</p><p>Finalidade Para, porque</p><p>Para que, a fim de que, com o propósito</p><p>de, com a intenção de, com o fito de,</p><p>com o intuito de</p><p>Condição</p><p>Se, caso, mediante,</p><p>sem, salvo</p><p>Contato que, a não ser que, a menos</p><p>que, exceto se</p><p>Oposição suave</p><p>Mas, porém, contudo,</p><p>todavia, entretanto</p><p>No entanto</p><p>Oposição</p><p>Embora, conquanto,</p><p>muito embora</p><p>Apresar de, a despeito de, não</p><p>obstante, malgrado a, sem embargo de,</p><p>se bem que, mesmo que, ainda que,</p><p>em que pese, posto que, por mais que,</p><p>por muito que</p><p>Comparação Como, qual</p><p>Do mesmo modo que, como se, assim</p><p>como, tal como</p><p>Tempo</p><p>Quando, enquanto,</p><p>apenas, ao mal</p><p>Logo que, antes que, depois que, desde</p><p>que, cada vez que, todas as vezes que,</p><p>sempre que, assim que</p><p>Proporção À proporção que, à medida que</p><p>Conformidade</p><p>Conforme, segundo,</p><p>consoante, como</p><p>De acordo com, em conformidade com</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>99</p><p>Tabela 1 - Conectivos / Fonte: Gold (2017, p. 113).</p><p>Originalidade</p><p>A escrita de textos precisa seguir etapas, que vão desde a concepção da ideia,</p><p>perpassa a escrita inicial, segue com uma leitura minuciosa para a correção e</p><p>adequações, quando necessárias, e, então, chega-se à versão final de um texto. Se-</p><p>gundo Gold (2005), o objetivo motivador da escrita orientará o que será redigido</p><p>sobre determinado assunto, bem como a forma como serão disponibilizadas as</p><p>ideias em um texto. Assim, o contexto de produção não só influencia a escrita, mas</p><p>também confere aos textos técnicos certo grau de originalidade, de singularida-</p><p>de. A escrita de um comunicado, por exemplo, tem o objetivo de tornar comum</p><p>determinado assunto ou esclarecimento, neste sentido, a partir dessa motivação,</p><p>será pensado sobre a melhor forma de tornar comum informações, qual linha de</p><p>raciocínio deve ser seguida para o tema determinado.</p><p>Assim, não é de bom tom, por exemplo, copiar textos prontos encontrados</p><p>em meio eletrônico, pois cada instituição apresenta particularidades que a torna</p><p>única, e seus assuntos precisam acompanhar essa característica, além disso, tenha</p><p>em mente que a cópia de ideias ou textos na íntegra, sem dar o crédito ao autor</p><p>ou à instituição que se responsabiliza pelo texto, configura o crime de plágio.</p><p>Sob esta linha de originalidade, deve-se ter, também, a preocupação de seguir a</p><p>norma gramatical vigente, buscando, sempre, evitar desvios da norma gramatical</p><p>padrão, uma vez que os textos técnicos carregam a imagem da empresa e do seu</p><p>executivo, que assina estes documentos.</p><p>Os principais conectivos e seus significados</p><p>Ideias Conectivos simples Conectivos compostos</p><p>Alternância Ou</p><p>Nem...nem, ou...ou, ora...ora, quer...</p><p>quer, seja...seja</p><p>Adição E, nem</p><p>Não só, mas também, tanto...como, não</p><p>apenas...como</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>100</p><p>Vozes verbais (Voz ativa e Voz passiva)</p><p>Na construção de enunciados, o sujeito pode ser agente do acontecimento [voz ativa] ou</p><p>objeto do acontecido [voz passiva].</p><p>Observe os exemplos:</p><p>1. Maria redigiu a nota de esclarecimento e a enviou à imprensa. [voz ativa]</p><p>2. A nota de esclarecimento foi redigida e enviada à imprensa por Maria. [voz passiva]</p><p>Fonte: a autora.</p><p>conceituando</p><p>Caro acadêmico(a), o mundo globalizado, por um lado, facilita muito a circu-</p><p>lação de bens, de tecnologias e de informações. Mas, por outro lado, exige da</p><p>população mundial capacidade de leitura e interpretação de múltiplos gêneros</p><p>discursivos, pois uma das consequências de vivenciarmos o desenvolvimento</p><p>tecnológico é a demanda de leitores competentes. A competência em leitura é</p><p>3</p><p>LEITURA</p><p>DE GÊNEROS</p><p>textuais empresariais</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>101</p><p>um instrumento que traz aos indivíduos capacidade de construção de saberes</p><p>diversos, os quais auxiliam, inclusive, o desenvolvimento de nossas habilidades</p><p>comunicativas; assim sendo, a leitura precisa fazer parte das nossas ações diárias.</p><p>Você, muito provavelmente, já ouviu que, quanto maior for a frequência prática</p><p>da leitura, mais repertório você terá para interpretar e escrever textos, não é? Pois,</p><p>bem, leitura é vida! O leitor considerado competente é aquele que reconhece, de</p><p>forma autônoma, o conjunto da estrutura textual e, também, consegue decodifi-</p><p>car, corretamente, a mensagem trazida nos textos lidos; além disso, utiliza o seu</p><p>conhecimento prévio e faz relações entre textos que trazem o mesmo assunto e</p><p>entre os textos e o contexto em que estes estão inseridos. Conforme bem pontua</p><p>Koch (2018, p. 19):</p><p>“ Falar em texto é falar em sentido, ou melhor, de sentidos. Ainda</p><p>mais quando levamos em conta que esse sentido é construído na</p><p>relação que se estabelece entre o autor, o texto e o leitor. Isso significa</p><p>dizer que, para essa atividade, concorre uma série de conhecimentos</p><p>provenientes de uma intrincada relação envolvendo aqueles três</p><p>elementos.</p><p>O hábito de ler contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional, uma</p><p>vez que amplia o repertório de conhecimento dos indivíduos. Observe que uma</p><p>leitura precede um objetivo motivador, que pode ser uma busca de informações</p><p>ou mesmo uma leitura por prazer. Outro aspecto a ser observado é que a leitura de</p><p>diferentes gêneros demanda do leitor diferentes posturas e estratégias, a exemplo,</p><p>convidamos você a observar que a leitura de uma charge jornalística demanda</p><p>ações comuns e outras diferentes das empregadas na leitura de um comunicado</p><p>oficial. Para que você desenvolva as suas habilidades para realização de leitura</p><p>proficiente, trabalharemos na sequência com estratégias que irão auxiliá-lo(a).</p><p>Estratégias de leitura</p><p>Sendo uma habilidade que, portanto, pode ser desenvolvida, a leitura pode ser</p><p>pensada de forma estratégica, no sentido de que podemos traçar caminhos plane-</p><p>jados para a compreensão de textos. Segundo Menegassi (2005), o leitor utiliza, de</p><p>forma consciente ou inconsciente, alguns procedimentos que o auxilia a resolver</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>102</p><p>possíveis problemas enfrentados durante a leitura, para que possa decodificar,</p><p>interpretar e compreender o texto. Esse mesmo autor apresenta quatro habili-</p><p>dades que servem de estratégias para o leitor competente: seleção, antecipação,</p><p>inferência e verificação. Façamos, então, uma reflexão acerca de cada uma delas,</p><p>apreciando os estudos de Menegassi (2005).</p><p>Seleção</p><p>Diante do vasto acervo de textos que encontramos acessíveis nos diversos meios,</p><p>como bibliotecas físicas e ciberespaço, podemos dizer que é quase impossível</p><p>ler todos os textos que tratam de um determinado assunto. Neste sentido, con-</p><p>siderando a necessidade e o motivo que direciona uma leitura, é oportuno fazer</p><p>uma seleção de materiais, buscando priorizar os que apresentam procedência e</p><p>confiabilidade de informações. Também, conforme o grau de urgência de certos</p><p>casos, é oportuno selecionar trechos de materiais que trazem maior relevância</p><p>para a leitura, filtrando assuntos ou teorias diante do contexto vivenciado. Ob-</p><p>serve, caro(a) acadêmico(a), que a seleção é bastante subjetiva, pois cada leitor</p><p>conhece a sua realidade e necessidade.</p><p>Antecipação</p><p>A estratégia de antecipar o que já se conhece sobre determinado conteúdo en-</p><p>volve que o leitor, com base no assunto motivador da leitura, faça inferências,</p><p>ou seja, ative seus conhecimentos prévios e estabeleça suposições sobre o tema.</p><p>Trata-se, portanto, de levantamento de hipóteses, a partir da observação do gê-</p><p>nero textual, o que se sabe sobre o autor do texto e o próprio título do texto, entre</p><p>outros aspectos,</p><p>que nos dão pistas a respeito do que podemos encontrar no texto,</p><p>e essas pistas, somente, são possíveis quando temos conhecimento prévio para</p><p>ser ativado, e este conhecimento nos auxiliará na organização das ideias para que</p><p>haja uma significação sobre a leitura que será realizada.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>103</p><p>Inferência</p><p>A inferência como estratégia para leitura tem relação com a antecipação, uma</p><p>vez que remete à bagagem cultural ou ao conhecimento prévio do leitor. Contudo,</p><p>diferente da antecipação, a inferência contribui para que seja compreendido o</p><p>que está “dito” nas entrelinhas do texto, utilizando de um raciocínio lógico. Um</p><p>exemplo de aplicação de inferência é a construção de um novo conhecimento a</p><p>partir do contato com uma palavra desconhecida, que está presente no texto, e a</p><p>partir do contexto em que ela está empregada, buscar no conhecimento prévio</p><p>uma significação para tal palavra. A leitura de mais de um texto sobre um mesmo</p><p>assunto ou uma mesma estrutura composicional permite reconhecer, a partir do</p><p>que os estudiosos chamam de intertextualidade, os possíveis significados e ideias</p><p>dos enunciados, neste sentido, também, são estabelecidas ações de inferência.</p><p>Verificação</p><p>A etapa da verificação, como o próprio nome já sugere, é a estratégia que permite</p><p>ao leitor avaliar (verificar se as inferências estavam ou não coerentes com o que</p><p>diz o texto), confirmando ou contestando as antecipações, as inferências que reali-</p><p>zou anteriormente. Esta avaliação é realizada durante a leitura, esclarecendo dúvi-</p><p>das, relacionando novas informações com o conhecimento prévio etc., e, também,</p><p>ocorre após a leitura, com uma esquematização das ideias principais, presentes no</p><p>texto lido, que pode ser feita com anotações, com um resumo, trabalhando com</p><p>o texto. Acrescentamos às estratégias, anteriormente prestigiadas, a importância</p><p>do conhecimento sobre o gênero que motivará a leitura. Perceba, acadêmico(a),</p><p>que, para atribuir sentido ou mesmo reconhecer um efeito de sentido esperado</p><p>pelo autor de um texto, o conhecimento acerca do gênero é de grande impor-</p><p>tância. O gênero textual ofício, por exemplo, apresenta particularidades sobre os</p><p>assuntos que o compõem e sobre a estrutura que deve ser seguida, que é bastante</p><p>diferente do gênero atestado e de outros gêneros, como em um outdoor. Agora</p><p>que você já conhece algumas das estratégias aplicáveis para o desenvolvimento</p><p>de habilidades de leitura proficiente, utilize-as como aliadas para atingir o seu</p><p>objetivo ao ler os textos que permeiam a sua vida pessoal e profissional. Todas</p><p>elas são importantes para o desenvolvimento das suas habilidades de leitura!</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>104</p><p>4</p><p>ESTRUTURA</p><p>DOS GÊNEROS</p><p>textuais empresariais</p><p>Você conheceu os conceitos que explicam os gêneros textuais ou gêneros discur-</p><p>sivos, conheceu a linguagem que precisa ser observada no meio empresarial e</p><p>teve contato com algumas das estratégias para o desenvolvimento de habilidades</p><p>de leitura e escrita proficiente; dessa forma, trabalharemos, nesta aula, as princi-</p><p>pais características estruturais de alguns dos textos que circulam o ambiente dos</p><p>negócios. Vamos lá!?</p><p>A correspondência empresarial moderna acompanha as tendências sociais e</p><p>tecnológicas. Por este caminho, compreendemos que as normas convencionadas</p><p>de interação, entre os representantes das organizações empresariais, sofrem altera-</p><p>ções ao longo do tempo e, dessa forma, atualização contínua é muito importante.</p><p>Observe, acadêmico(a), algumas expressões que no passado eram consideradas</p><p>fundamentais para a escrita formal, hoje, são consideradas ultrapassadas, como é</p><p>o caso de clichês como “venho por meio desta” e o uso, em demasia, de vocabulário</p><p>técnico ou extremamente sofisticado, que saem de cena e dão lugar à clareza e à</p><p>objetividade na redação dos textos técnicos. No contexto comunicativo contem-</p><p>porâneo, o interlocutor é, também, considerado pelo redator de textos, pois, em</p><p>tempos modernos, é extremamente importante se fazer compreender, e a habilidade</p><p>comunicativa enriquece o currículo dos profissionais.</p><p>Vejamos, então, as particularidades que estão presentes nos principais gêneros</p><p>textuais que circulam o ambiente de negócios. Ocupamo-nos da correspondência</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>105</p><p>eletrônica (e-mail), do aviso, da convocação, do atestado, da ata, do memorando, do</p><p>requerimento, da carta comercial, do ofício, da nota técnica e do parecer.</p><p>Correspondência eletrônica (e-mail)</p><p>Com o advento da internet, o correio eletrônico trouxe rapidez à comunicação</p><p>entre empresas, sem perder de vista a formalidade exigida pelo contexto de co-</p><p>municação empresarial. Este meio de comunicação é utilizado pelas diversas</p><p>organizações para fins de comunicação com o público externo (mídia, parceiros,</p><p>clientes etc.) e, também, para comunicação com o público interno à organização</p><p>(time de colaboradores). Dessa forma, a correspondência eletrônica é utilizada</p><p>pelas organizações empresariais para envio de informações, propagandas co-</p><p>merciais, comunicados, cartas comerciais, ofícios, entre outras possibilidades.</p><p>Você se lembra, acadêmico(a), quando tratamos, anteriormente, do conceito de</p><p>“contexto de comunicação” e observamos que este influencia o grau de formali-</p><p>dade da comunicação? Pois bem, é importante considerar que a correspondência</p><p>eletrônica pode sofrer variação na linguagem, conforme o contexto comunica-</p><p>tivo, ou seja, a troca de e-mail interno, entre uma equipe de trabalho, manterá a</p><p>estrutura composicional, mas poderá apresentar vocabulário mais descontraído</p><p>que em uma correspondência entre pessoas de diferentes empresas. Observe os</p><p>exemplos a seguir:</p><p>Bom dia, pessoal!</p><p>Encaminho este e-mail para lembrá-los da nossa reunião semestral</p><p>marcada para a próxima sexta-feira!</p><p>É muito importante que vocês tragam os relatórios de orçamento e</p><p>venda para fazermos um balanço do ano que encerrou e traçarmos as</p><p>metas para o próximo ano.</p><p>Atenciosamente,</p><p>Maria.</p><p>Diretora Financeira</p><p>Exemplo 1 – E-mail corporativo / Fonte: a autora.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>106</p><p>A estrutura composicional da correspondência eletrônica, como você pôde per-</p><p>ceber nos exemplos apresentados, traz elementos estruturais semelhantes aos de</p><p>uma carta, os quais você, muito provavelmente, já conhece: apresenta um vocativo</p><p>(elemento que marca a interação inicial com um destinatário, como “Prezada</p><p>senhora”, “Ilustríssimo Senhor”, “Senhor Presidente”, entre outros), seguindo com</p><p>a escrita da mensagem que deseja-se transmitir (corpo do texto); depois, apre-</p><p>senta-se um elemento de despedida respeitosa; e, então, a assinatura e cargo do</p><p>remetente. Importa registar que, no caso do gênero e-mail, há um cabeçalho</p><p>próprio dos softwares que registram quem é o remetente, destinatário, data e hora.</p><p>Bom dia, senhor Cláudio!</p><p>Acusamos o recebimento da doação de alimentos para o Natal</p><p>das crianças do Orfanato Recanto Feliz. Em tempo, agradecemos</p><p>imensamente o seu gesto e registramos nossos votos de sucesso e</p><p>realizações para a sua família no ano que em breve se iniciará.</p><p>Atenciosamente,</p><p>Maria.</p><p>Presidente</p><p>Exemplo 2 – E-mail para destinatário externo / Fonte: a autora.</p><p>Conforme rege as normas da Gramática da Língua Portuguesa Brasileira:</p><p>• Deve-se, sempre, utilizar a vírgula acompanhando um vocativo! Observe os seguintes</p><p>exemplos: “Excelentíssimo Senhor,” ; “Prezados,” ; “Senhora Carmem,”.</p><p>• A abreviação correta para “atenciosamente” é Atte.! Não cometa o emprego equivo-</p><p>cado do “Att.”, que é a abreviação do inglês para attention.</p><p>Fonte: a autora.</p><p>conceituando</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>107</p><p>Aviso</p><p>O aviso – também denominado dentro das organizações públicas e privadas</p><p>como comunicado – é um documento formal que serve para tornar comum,</p><p>ou devidamente conhecido para destinatários previamente selecionados, uma</p><p>ordem a ser cumprida, um convite coletivo, um comportamento preventivo, os</p><p>quais devem ser observados pela equipe para torná-la ciente de uma decisão,</p><p>entre outros assuntos que precisam ser disseminados</p><p>dentro das organizações.</p><p>Neste sentido, o texto deve ser breve e apresentar clareza, bem como deve</p><p>ser adequado ao seu público, apresentando diferenças de escolhas lexicais ao se</p><p>considerar um contexto de empresa particular e um contexto de empresa pública.</p><p>Observe os exemplos:</p><p>AVISO</p><p>O departamento de logística informa a todos os colaboradores que, a</p><p>partir do dia 01/01/2020, os produtos solicitados pelos departamentos,</p><p>somente poderão ser retirados mediante a apresentação de autorização</p><p>assinada pelo gestor de cada setor.</p><p>Exemplo 1 – Aviso de empresa particular / Fonte: a autora.</p><p>AVISO DE ALTERAÇÃO</p><p>FURNAS Centrais Elétricas S.A. Torna pública a alteração da data-</p><p>limite para entrega das propostas relativas à Tomada de Preços</p><p>TP.DAQ.G.096.2001, para o dia 23-01-2002.</p><p>Exemplo 2 – Aviso na administração pública / Fonte: Gold (2005, p. 125).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>108</p><p>Convocação</p><p>Uma convocação, diferente de um convite, tem caráter de obrigatoriedade por</p><p>parte do convocado em cumprir o que está explicitado no documento. O texto</p><p>da convocação deve conter: o título “Convocação”, a discriminação de quem está</p><p>sendo convocado e para qual evento especificamente; a data e o local ao qual o</p><p>convocado precisará se apresentar; a data e o local que referenciam o órgão que</p><p>está expedindo a convocação; bem como a assinatura e cargo do responsável pelo</p><p>documento. Observe o exemplo a seguir:</p><p>Timbre da empresa</p><p>Assembleia Geral Extraordinária</p><p>Convocamos os senhores diretores de departamentos para participarem</p><p>da Assembleia Geral Extraordinária que será realizada no dia 31 de janeiro</p><p>de 2020, às 14 horas, na sala de reuniões de diretoria da empresa, a fim</p><p>de deliberação dos seguintes temas:</p><p>a) Eleição do novo conselho diretivo para sustentabilidade social;</p><p>b) Fixação de funções do referido conselho.</p><p>Maringá, 13 de janeiro de 2019.</p><p>Fulano de Tal</p><p>Presidente</p><p>Fonte: a autora.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>109</p><p>Ata</p><p>A ata é um documento escrito que relata, fielmente, o que se passou em uma reu-</p><p>nião, em uma assembleia ou em uma convenção. Normalmente, esse documento</p><p>é escrito por um secretário(a) executivo(a), e, na ausência desse profissional, uma</p><p>pessoa da equipe é eleita para acompanhar o evento e registrar as deliberações.</p><p>O redator de ata precisa ter habilidade de analisar as discussões travadas</p><p>durante o evento (reunião de negócio) e sintetizar informações sem perder de</p><p>vista o que for essencial. A ata tradicional é redigida em tempo real e assinada</p><p>pelos participantes tão logo termina a discussão, e, em outro momento, esse do-</p><p>cumento deve ser registrado em órgão competente (junta comercial) e arquivado</p><p>sequencialmente. Neste tipo de redação, o texto é escrito em um único bloco</p><p>(manuscrito quando em livro próprio para ata, ou digitado), os números devem</p><p>ser escritos por extenso ou em parágrafos, desde que estes estejam numerados.</p><p>No contexto contemporâneo, outra possibilidade de redação de ata tem sido</p><p>praticada e preserva o valor documental desse documento. O redator toma nota</p><p>dos assuntos discutidos e das resoluções acordadas em uma assembleia e, poste-</p><p>riormente, digita a ata bem como colhe assinatura dos participantes.</p><p>Ambos os modelos de ata precisam conter informações essenciais do evento,</p><p>sendo elas: dia, mês, ano e hora da reunião; local da reunião; relação e identifi-</p><p>cação dos cargos das pessoas presentes; ordem do dia (pauta); identificação do</p><p>presidente da assembleia e do secretário que acompanha o debate e redige o</p><p>documento e um elemento de fecho.</p><p>Para a ata tradicional, que é redigida no momento em que acontece a reunião,</p><p>há regras de conduta para a ocasião de erros, pois não é permitida rasura no</p><p>documento. No caso de erro, notado em tempo, emprega-se a partícula “digo” e</p><p>prossegue-se com o texto, consertando o erro. Já quando um erro é notado após</p><p>o término da redação de uma ata, deve-se recorrer à expressão “em tempo”, co-</p><p>locando-a logo após o término do texto e identificar a linha que contém o erro e</p><p>qual é o correto para aquele trecho. Observe o exemplo: Em tempo: na linha 14</p><p>onde lê “cota”, leia-se “consta”.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>110</p><p>EMPRESA XXX</p><p>Ata da Assembleia Geral Ordinária realizada no dia 13 de janeiro de 2020.</p><p>Aos treze dias do mês de janeiro de dois mil e vinte, às quinze horas, na</p><p>sede social da instituição, na rua ... , número ... Maringá – PR, reuniram-</p><p>se, em assembleia ordinária, os diretores de departamento ... Assumiu a</p><p>presidência da reunião senhor presidente, que informou ... Em seguida,</p><p>procedeu-se a pedido do presidente com a leitura dos seguintes</p><p>documentos ... Nada mais havendo a tratar e nenhum outro participante</p><p>desejando fazer uso da palavra, o senhor presidente encerrou os</p><p>trabalhos...</p><p>a) Eleição do novo conselho diretivo para sustentabilidade social;</p><p>b) Fixação de funções do referido conselho.</p><p>Presidente: Fulano de tal</p><p>Secretária: Fulana de tal</p><p>Diretores:</p><p>Exemplo 1 – Ata tradicional / Fonte: a autora.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>111</p><p>EMPRESA XXX</p><p>Ata da Assembleia Geral Ordinária realizada no dia 13 de janeiro de 2020.</p><p>Data: 13/01/2020.</p><p>Hora: 15 horas.</p><p>Local: Sede social da instituição, na rua ... número ... Maringá – PR,</p><p>Ordem do dia:</p><p>1) Eleição do novo conselho diretivo para sustentabilidade social;</p><p>2) Fixação de funções do referido conselho.</p><p>Presentes:</p><p>Presidente – Fulano de tal</p><p>Diretor Administrativo – Fulano de tal</p><p>Diretor Financeiro – Fulano de tal...</p><p>Considerações:</p><p>1) Assumiu a presidência da reunião o senhor presidente, que informou...</p><p>2) Em seguida, procedeu-se a pedido do presidente com a leitura dos</p><p>seguintes documentos...</p><p>3) Nada mais havendo a tratar e nenhum outro participante desejando</p><p>fazer uso da palavra, o senhor presidente encerrou os trabalhos...</p><p>4) Assinatura dos participantes:</p><p>Fulano de tal: ______________________________</p><p>Presidente</p><p>Fulana de tal: ______________________________</p><p>Secretária</p><p>Fulano de tal: ______________________________</p><p>Diretor</p><p>Exemplo 2 – Ata moderna / Fonte: a autora.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>112</p><p>Atestado</p><p>Conforme Gold (2017, p. 172), o atestado “é uma declaração, um documento firma-</p><p>do por uma autoridade em favor de alguém que certifica, afirma, assegura, demons-</p><p>tra algo que interessa a outrem”. Com base nesta definição, podemos compreender</p><p>que esse documento serve para afirmar a existência ou inexistência, o conheci-</p><p>mento ou não a respeito de certos fatos, direitos, dados, entre outras possibilidades.</p><p>A estrutura desse documento é composta por: um título, que deve citar o nome/</p><p>motivação do documento; o texto que explicita o conteúdo que se atesta/afirma;</p><p>local e data referentes à expedição do documento; e a assinatura do responsável</p><p>pelas informações apresentadas no conteúdo da mensagem. Observe o exemplo:</p><p>ATESTADO DE IDONEIDADE MORAL</p><p>Eu, (nome), profissão), atesto para os devidos fins que conheço ... há ... (…)</p><p>anos e que é pessoa de alto conceito, digna de toda confiança e que nada</p><p>existe que possa desaboná-la.</p><p>Por ser expressão de verdade, firmo o presente atestado.</p><p>……………., …… de ………….de ………….. .</p><p>……………………………………….. (assinatura)</p><p>Fonte: Gold (2005, p. 125).</p><p>Requerimento</p><p>O requerimento é um gênero que apresenta, como finalidade, a solicitação de algo</p><p>a alguém, que pode ser uma autoridade ou um membro da diretoria de uma or-</p><p>ganização, por exemplo. Muitas instituições fornecem modelos prontos (formu-</p><p>lários) para preenchimento de requerimentos. A estrutura de um requerimento</p><p>é marcada pelo: uso de um vocativo, seguido de um texto breve, identificando</p><p>o requerente, e, na sequência, explicitando o que é requerido, com citação de</p><p>lei quando há amparo legal para a solicitação; apresentação de um elemento de</p><p>fecho; data; e uma assinatura.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>113</p><p>Nota: os fechos de requerimentos são bastante específicos e seguem padrões</p><p>determinados, conforme Gold (2005):</p><p>Por extenso Abreviados</p><p>Nestes termos, N.T.</p><p>Pede deferimento. (ou) P.D.</p><p>Espera deferimento. E.D.</p><p>Tabela 2 - Fechos de requerimentos / Fonte: adaptada de Gold (2017,</p><p>p.178).</p><p>Observe o exemplo de requerimento:</p><p>REQUERIMENTO</p><p>Magnífico Reitor da Universidade XXX,</p><p>Eu, fulana de tal, aluna, regularmente, matriculada no terceiro semestre</p><p>do curso de Gestão de Recursos Humanos desta instituição de ensino</p><p>superior, venho requerer o trancamento de minha matrícula, em virtude</p><p>de afastamento para tratamento medicamentoso, conforme atestado</p><p>médico anexo, para fins de recuperação da minha saúde.</p><p>Nestes termos,</p><p>Pede deferimento.</p><p>Maringá, 01 de janeiro de 2020.</p><p>Assinatura.</p><p>Fonte: a autora.</p><p>Carta comercial</p><p>A carta comercial já foi um documento somente impresso e, hoje, é um tipo</p><p>de correspondência que circula, também, em meio eletrônico, via e-mail, tendo</p><p>preservados o seu conteúdo temático, a sua estrutura composicional e o estilo</p><p>verbal. Este gênero textual atende às necessidades de organizações empresariais</p><p>de se comunicarem com os seus stakeholders, e, dentre os motivos de utilização</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>114</p><p>da carta comercial, na correspondência comercial, podemos elencar o fato desta</p><p>oferecer grande respaldo aos interlocutores, dentre outros aspectos, para o fecha-</p><p>mento de negócios. Neste sentido, a redação de uma carta comercial apresenta</p><p>marcas textuais que demandam do receptor/destinatário uma resposta, e, dessa</p><p>forma, é um recurso bastante utilizado pelas empresas. Observe, atentamente, o</p><p>modelo de carta comercial a seguir:</p><p>TIMBRE DA EMPRESA</p><p>Ct 23 – DIVIRH</p><p>Rio de janeiro, 6 de março, de 2004.</p><p>À</p><p>Empresa Tal S.A.</p><p>At.: Dr. Flávio de Castro</p><p>Assunto: Padrão datilográfico</p><p>Prezado Senhor,</p><p>Esta carta ilustra o preenchimento das novas correspondências das</p><p>empresas. As instruções que seguem devem ser repassadas a todos os</p><p>funcionários responsáveis pela manutenção da imagem de modernidade</p><p>da Empresa.</p><p>[...]</p><p>Esperando que as nossas novas normas reflitam o espírito de</p><p>modernidade da Empresa, desejamos sucesso.</p><p>Atenciosamente,</p><p>Miriam Gold,</p><p>Escritora.</p><p>TR</p><p>C/C – Departamento Pessoal</p><p>Fonte: adaptado de Gold (2005, p.108-109).</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>115</p><p>No modelo apresentado, retiramos parte do copo do texto, entretanto foi possível</p><p>observar os elementos que compõem esse gênero textual. Veja:</p><p>■ Localidade e data: Rio de janeiro, 6 de março de 2004.</p><p>■ Endereçamento interno:</p><p>À</p><p>Empresa Tal S.A.</p><p>At.: Dr. Flávio de Castro</p><p>■ Referência ao assunto (Ref.:): Assunto: Padrão datilográfico</p><p>■ Vocativo: Prezado Senhor,</p><p>■ Texto/mensagem: esta carta ilustra o preenchimento das novas corres-</p><p>pondências das empresas. As instruções...</p><p>■ Elemento de despedida: Atenciosamente,</p><p>■ Assinatura e função/cargo do signatário: Miriam Gold, Escritora.</p><p>■ Iniciais do Redator: T.R.</p><p>■ Cópias (quando houver):C/C Departamento Pessoal</p><p>Ofício</p><p>O ofício é um documento que serve de instrumento de comunicação entre os</p><p>representantes oficiais de organizações diversas e é utilizado com vistas à atender</p><p>diversos propósitos comunicativos, como, por exemplo, a oficialização de uma</p><p>solicitação, a formalização de um convite e o envio de uma resposta formal refe-</p><p>rente a um ofício, previamente, recebido. Quando a interação comunicativa for</p><p>composta por um representante de uma instituição, dirigindo-se ao representante</p><p>de outra instituição ou órgão, o ofício deve, obrigatoriamente, ser utilizado em</p><p>detrimento do uso da carta comercial. Esta é a ordem básica que lhe direcionará</p><p>para a produção de um ofício, deixando a carta comercial para outras ocasiões</p><p>comunicativas. Fique atento a isso! O documento que tem grande peso sobre a</p><p>propagação das normas de redação e apresentação do ofício é o Manual de Reda-</p><p>ção da Presidência da República. A seguir, apresentaremos as regras de formata-</p><p>ção para a confecção de ofícios, conforme a edição atualizada deste documento,</p><p>datada de 2018:</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>116</p><p>“ a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);</p><p>b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;</p><p>c) margem lateral direita: 1,5 cm;</p><p>d) margens superior e inferior: 2 cm;</p><p>e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem</p><p>superior do papel;</p><p>f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;</p><p>g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer</p><p>em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens esquerda e direita</p><p>terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);</p><p>h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel bran-</p><p>co, reservando-se, se necessário, a impressão colorida para gráficos</p><p>e ilustrações;</p><p>i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito.</p><p>Deve-se evitar destaques com uso de itálico, sublinhado, letras maiús-</p><p>culas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de</p><p>formatação que afete a sobriedade e a padronização do documento;</p><p>j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas</p><p>em itálico;</p><p>k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elabo-</p><p>rados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta pos-</p><p>terior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser</p><p>utilizado, preferencialmente, formato de arquivo que possa ser lido</p><p>e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no serviço</p><p>público, tais como DOCX, ODT ou RTF.</p><p>l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arqui-</p><p>vos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento</p><p>+ número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) +</p><p>palavras-chaves do conteúdo</p><p>Exemplo: Ofício 123_2018_relatório produtividade anual (GIL-</p><p>MAR et al., 2018, p. 32).</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>117</p><p>Observe, aluno(a), o modelo de ofício apresentado no Manual da Presidência da</p><p>República do Brasil:</p><p>Fonte: GILMAR et al. (2018, p. 35).</p><p>TIMBRE</p><p>[Nome do Ministério]</p><p>[Secretaria/Diretoria]</p><p>[Departamento/Setor/Entidade]</p><p>OFÍCIO Nº 10.457/2018/MDH</p><p>Brasília, 3 de março de 2018.</p><p>A Sua Excelência o Senhor</p><p>[Nome]</p><p>Ministro de Estado</p><p>Esplanada dos Ministérios, Bloco X</p><p>70064-900 Brasília/DF</p><p>Assunto: Debates sobre o Plano Nacional da Pessoa com Deficiência.</p><p>Senhor Ministro,</p><p>Convido Vossa Excelência a participar do lançamento do Ciclo de</p><p>Debates sobre a Execução do Plano Nacional da Pessoa com Deficiência, a</p><p>ser realizado em 15 de março de 2018, às 9 horas, no Auditório da Escola</p><p>Nacional de Administração Pública (Enap), no Setor de Áreas Isoladas Sul,</p><p>em Brasília.</p><p>O debate inicial faz parte de uma sequência de cinco encontros,</p><p>com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento das diversas ações</p><p>contidas no referido Plano.</p><p>Atenciosamente,</p><p>(espaço para assinatura)</p><p>[NOME DO SIGNATÁRIO]</p><p>[Ministro de Estado]</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>118</p><p>Com relação aos elementos constituintes do texto do ofício, observemos:</p><p>■ Cabeçalho: Brasão e nome do órgão expedidor. No caso de instituições</p><p>empresariais virá a logomarca e o nome da empresa.</p><p>*Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, endereço de corres-</p><p>pondência eletrônica, sítio eletrônico oficial da instituição, podem ser</p><p>informados no rodapé do documento, centralizados.</p><p>■ Identificação com os seguintes elementos: a) nome do documento: tipo</p><p>de expediente por extenso, com todas as letras maiúsculas; b) indicação</p><p>de numeração: abreviatura da palavra “número”: Nº; c) informações do</p><p>documento: número, ano (com quatro dígitos) e siglas do setor que ex-</p><p>pede tal documento; e d) alinhamento: à margem esquerda da página.</p><p>No caso do exemplo apresentado temos a seguinte identificação: OFÍCIO</p><p>Nº 10.457/2018/MDH.</p><p>■ Local e data do documento, alinhados à direita do documento: Bra-</p><p>sília, 3 de março de 2018.</p><p>Endereçamento deve vir alinhado à margem esquerda da página do ofício.</p><p>Este elemento informa a quem é endereçado o documento, dessa forma</p><p>é composto pelos seguintes elementos: vocativo utilizando a forma de</p><p>tratamento adequada para o destinatário, nome do destinatário, cargo do</p><p>destinatário e endereço postal de quem receberá o documento, dividido</p><p>em duas linhas, sendo na primeira linha a informação de localidade/lo-</p><p>gradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão, informa-</p><p>ção do</p><p>setor e na segunda linha o CEP e a cidade/unidade da federação,</p><p>separados por espaço simples. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é</p><p>obrigatória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da</p><p>cidade/unidade da federação.</p><p>No exemplo apresentado a você temos:</p><p>Sua excelência o Senhor</p><p>[Nome]</p><p>Ministro de Estado</p><p>Explanada dos Ministérios, bloco x</p><p>70064-900 Brasília/DF</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>119</p><p>■ Assunto ou referente: este elemento deve dar uma ideia geral do que</p><p>trata o documento, de forma breve. A palavra “Assunto” deve anteceder a</p><p>frase que define o conteúdo do documento, seguida de dois-pontos; na</p><p>sequência, deve-se apresentar a descrição do assunto/conteúdo do docu-</p><p>mento por meio de uma frase breve e esta linha toda deve ser destacada</p><p>em negrito, terminando com um ponto-final e o alinhamento deve ser à</p><p>margem esquerda da página.</p><p>■ Texto do documento: utilização de um vocativo, texto com introdução,</p><p>desenvolvimento e conclusão, elemento de fecho de cortesia no mesmo</p><p>alinhamento de parágrafo do texto, nome e cargo do signatário (pessoa</p><p>que assinará o documento) com alinhamento centralizado.</p><p>Memorando</p><p>O memorando, chamado também de comunicado interno, é um instrumento de</p><p>comunicação entre a empresa e os seus colaboradores. Neste tipo de correspon-</p><p>dência, o uso do vocativo é facultativo, devido ao destinatário estar explicitado</p><p>no cabeçalho desse documento; e, com o advento da tecnologia e a propagação</p><p>da ideia de sustentabilidade, este documento tem sido enviado ao(s) seu(s) desti-</p><p>natário(s) via e-mail. Em relação à estrutura do gênero memorando, Gold (2005)</p><p>observa que este documento deve ser redigido com base no Manual de Redação</p><p>da Presidência da República.</p><p>Neste sentido, observamos que o memorando apresenta semelhanças com o</p><p>ofício, uma vez que, na composição da sua estrutura, temos a presença dos elemen-</p><p>tos: timbre da empresa; identificação, local e data do documento; texto do docu-</p><p>mento, apresentando um vocativo, na sequência, a introdução, desenvolvimento e</p><p>conclusão do assunto; um elemento de fecho de cortesia no mesmo alinhamento de</p><p>parágrafo do texto; nome e cargo do signatário (pessoa que assinará o documento)</p><p>com alinhamento centralizado. Observe o exemplo de memorando:</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>120</p><p>Nota técnica</p><p>A nota técnica é “qualquer apontamento, comentário, indicação ou sinal feito para</p><p>que algo não seja esquecido. […] Uma declaração escrita e oficial do governo ou</p><p>de qualquer instituição pública ou privada, distribuída à imprensa” (MEDEIROS,</p><p>2003, p. 298). Por este caminho, esse gênero textual apresenta-se em forma de</p><p>um comentário ou uma informação rápida, caracteriza-se por um texto, extre-</p><p>mamente, breve e conciso, salvaguardando a clareza dos fatos anunciados e a</p><p>entidade que responde pela nota. Observe o exemplo:</p><p>TIMBRE DA EMPRESA</p><p>MEMORANDO N°50/2020/RH</p><p>Maringá, 10 de janeiro de 2020.</p><p>Aos diretores de departamento</p><p>Assunto: retirada de novos crachás</p><p>Senhores diretores, o departamento de recursos humanos informa a</p><p>chegada dos novos crachás dos colaboradores da instituição bem como</p><p>solicita aos diretores de departamentos que os retire e distribua à equipe.</p><p>Atenciosamente,</p><p>Fulano de tal</p><p>Diretor de Recursos Humanos</p><p>Fonte: a autora.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>121</p><p>NOTA DE ESCLARECIMENTO</p><p>Em virtude de respeito aos seus clientes, colaboradores e fornecedores, a</p><p>Empresa XXX esclarece que não apresenta nenhum tipo de ligação com os</p><p>desmatamentos noticiados em rede nacional no dia 22 de dezembro de</p><p>2019 e aproveita a oportunidade para manifestar sentimento de repúdio</p><p>com relação ao fato ocorrido.</p><p>Maringá, 23 de janeiro de 2020.</p><p>Empresa XXX.</p><p>Fonte: a autora.</p><p>Parecer</p><p>Um parecer é uma opinião, que pode ser escrita ou verbal, expedida por alguém</p><p>acerca de um determinado assunto solicitado, que pode ser sobre um fato espe-</p><p>cífico ou sobre um negócio a ser fechado, por exemplo. Esse gênero textual deve</p><p>apresentar marcas do ponto de vista do parecerista, que é fundamentado em</p><p>teoria científica e em práticas registradas para estudo. Conforme Medeiros (2003),</p><p>o parecer pode ser administrativo, referindo-se, neste caso, a casos burocráticos</p><p>diversos relacionados às organizações, e pode ser, também, um parecer científico</p><p>ou técnico, aquele que se liga, intrinsecamente, a uma matéria específica, como</p><p>um parecer de auditoria realizada. São partes de um parecer:</p><p>“ 1. Número do processo respectivo, no alto da folha, no centro do</p><p>papel.</p><p>2. Título: parecer, seguido do número de ordem, dia, mês e ano.</p><p>3. Ementa.</p><p>4. Texto.</p><p>5. Fecho: abreviatura do órgão a que pertence o redator, data, assi-</p><p>natura, cargo (MEDEIROS, 2003, p.300).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>3</p><p>122</p><p>Observe o exemplo de um parecer:</p><p>PROCESSO Nº xxxxx</p><p>PARECER Nº115 de 20 de novembro de 2019.</p><p>EMENTA: Quebra de contrato. Multa prevista. Pagamento.</p><p>Relatório: Trata-se de uma quebra de contrato firmado e registrado em</p><p>cartório pelas partes...</p><p>Procuradoria Jurídica</p><p>Maringá, 13 de janeiro de 2020.</p><p>Fulano de tal.</p><p>Parecerista Jurídico</p><p>Fonte: a autora.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>123</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Prezados, alunos(as), chegamos ao final da unidade 3. Nela, tivermos a oportu-</p><p>nidade de ter contato com a estrutura e linguagem ligadas à correspondência</p><p>organizacional ou empresarial, que é um meio de comunicação interna e externa,</p><p>utilizado pelas empresas e que, no contexto contemporâneo, assumiu, também, a</p><p>responsabilidade de transmitir ao público a imagem institucional.</p><p>Há uma preocupação cada vez maior, por parte dos redatores de textos téc-</p><p>nicos, em aumentar o cuidado sobre a escolha da melhor forma de transmissão</p><p>de mensagens. Assim, nesta terceira unidade, trabalhamos conteúdos para o de-</p><p>senvolvimento de suas habilidades linguísticas, priorizando a redação e a leitura</p><p>eficiente de textos empresariais, pois esse é o foco elencado para esta unidade</p><p>de estudo, a fim de que a sua formação acadêmica seja a mais completa possível.</p><p>Por este caminho, trouxemos a teoria bakhtiniana dos gêneros, a qual traba-</p><p>lha o conteúdo temático, a forma e o estilo composicional destes, os quais você</p><p>precisará compreender para o exercício da escrita eficiente.</p><p>Em seguida, trabalhamos as principais características da linguagem dos gê-</p><p>neros que circulam o ambiente dos negócios, bem como estratégias de leitura e</p><p>interpretação destes textos, temas estes de igual importância quando se fala em</p><p>atuação profissional com qualidade. Por fim, trabalhamos, de forma prática, as</p><p>características peculiares de cada um dos gêneros propostos em nosso material.</p><p>É importante que você compreenda que, para além da escrita, acadêmico(a),</p><p>você pode aproveitar muitos dos conteúdos aqui trazidos e aplicá-los em situa-</p><p>ções que envolvem a fala, de modo a comunicar-se de forma eficiente, o que con-</p><p>tribui para a construção da sua imagem profissional positiva, afinal, o foco deste</p><p>material de estudo está, também, na oratória. Em tempos atuais, as habilidades</p><p>de escrita e oratória são essenciais para atuação em cargos empresariais mais</p><p>elevados quando se pensa em um organograma institucional.</p><p>Além disso, tais habilidades contribuem para a interação com os nossos pares,</p><p>seja em ambiente familiar ou no ambiente de trabalho. Esse é, então, um ponto de</p><p>partida bastante importante para a sua vivência pessoal e profissional com qualidade!</p><p>124</p><p>na prática</p><p>1. A língua é um instrumento de comunicação, assim sendo, ela possibilita aos falantes</p><p>a interação em diferentes esferas, como a profissional. No ambiente de trabalho, os</p><p>profissionais procuram planejar ou organizar as ideias de modo que a mensagem</p><p>seja compreendida sem ruídos. A esse respeito, leia, atentamente, as afirmações a</p><p>seguir e assinale a que apresenta uma ideia correta.</p><p>a) O planejamento de uma comunicação envolve pensar atentamente sobre qual é</p><p>a finalidade de comunicação, quem é o interlocutor e qual é o gênero que melhor</p><p>atende o tema que motiva a comunicação.</p><p>b) O veículo que dá suporte para um gênero textual deve</p><p>ser compreendido, a partir</p><p>da estrutura da comunicação proposta por Blikstein (2000), como a pessoa que</p><p>está enviando a mensagem.</p><p>c) Os gêneros textuais podem ser compreendidos, conforme Bakhtin (2003), sob</p><p>dois aspectos: os gêneros primários, como as reportagens jornalísticas; e os</p><p>gêneros secundários, os menos complexos, como uma conversa entre amigos.</p><p>d) Planejar e organizar as ideias para a construção assertiva de um texto oral ou</p><p>escrito não tem relação com o estudo dos gêneros textuais, uma vez que a fala</p><p>é natural do humano e dispensa intencionalidade.</p><p>e) O princípio da intertextualidade garante, por si só, que um amontoado de pala-</p><p>vras seja considerado um texto e este princípio diz respeito à aceitação por parte</p><p>do receptor, considerando um texto coerente.</p><p>2. Dentre as características linguísticas que estão relacionadas ao bom texto e que</p><p>contribuem para que ele seja coerente e coeso, a Unidade 3 do livro didático trouxe</p><p>a clareza e a objetividade. A esse respeito, leia as afirmações seguintes:</p><p>I - Utilizar o código fechado é uma forma de contribuir para que um texto possa</p><p>ser compreendido sem ruídos.</p><p>II - Expressões prolixas devem ser evitadas, como, por exemplo, “veio por meio</p><p>desta...”, pois deixam o texto cansativo.</p><p>III - Ao redigir textos, especialmente os gêneros que circulam o ambiente de negócios,</p><p>é tarefa fácil, portanto o uso da voz verbal passiva é a melhor opção de escrita.</p><p>125</p><p>na prática</p><p>A respeito dessas afirmações está correto apenas o que se afirma em:</p><p>a) I.</p><p>b) I e II.</p><p>c) II e III.</p><p>d) III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>3. A leitura enriquece o repertório de conhecimento dos indivíduos e, dessa forma,</p><p>contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional. Conforme discutimos nesta</p><p>unidade de estudo, há algumas estratégias de leitura que nos auxiliam na compreen-</p><p>são de textos diversos, sobre elas, leia o excerto a seguir:</p><p>Esse momento da interpretação de um texto permite ao leitor fazer uma avaliação</p><p>sobre as inferências e antecipações realizadas antes mesmo que a leitura fosse rea-</p><p>lizada por completo, de modo a serem confirmadas ou contestadas as suposições,</p><p>previamente, elaboradas a respeito do que se trataria o texto que foi lido.</p><p>Agora, assinale a alternativa que apresenta a estratégia de interpretação textual, a</p><p>qual o excerto anterior apresentado está relacionado:</p><p>a) Seleção.</p><p>b) Antecipação.</p><p>c) Inferência.</p><p>d) Verificação.</p><p>e) Solução.</p><p>126</p><p>na prática</p><p>4. Observe atentamente a seguinte carta comercial (fictícia):</p><p>Carta de Cobrança</p><p>Maringá, 12 de fevereiro de 2020.</p><p>Ao Sr. José da Silva</p><p>Assunto: fatura em aberto</p><p>Prezado senhor José</p><p>Na data desta correspondência não identificamos o pagamento de sua</p><p>fatura com vencimento dia 01/01/2020. Neste sentido solicitamos à vossa</p><p>senhoria que regularize o débito em até quinze dias a contar desta data, a</p><p>fim de que o serviço não seja interrompido.</p><p>Por favor desconsiderar a presente correspondência caso o débito já tenha</p><p>sido regularizado.</p><p>Att.</p><p>Departamento de relacionamento com o consumidor.</p><p>Fonte: a autora.</p><p>Com base no conteúdo estudado, analise a carta comercial apresentada e assinale</p><p>a alternativa correta.</p><p>a) A carta comercial em questão se apresenta com a escrita totalmente correta.</p><p>b) O gênero carta comercial não deve vir com o endereçamento interno, como</p><p>aconteceu no documento analisado.</p><p>c) O documento Carta comercial não necessita de um elemento de despedida para</p><p>terminar o assunto de forma cortês.</p><p>d) Dois erros ortográficos podem ser encontrados na carta analisada, sendo eles:</p><p>a falta a vírgula após o vocativo e a abreviação do atenciosamente.</p><p>e) Há, somente, um desvio ortográfico, ou erro de ortografia, na carta de cobrança</p><p>analisada: a falta da vírgula após o vocativo.</p><p>127</p><p>na prática</p><p>5. O gênero textual Ata é um documento que guarda informações importantes, dis-</p><p>cutidas em reuniões empresariais. O profissional que é responsável pela redação</p><p>da ata precisa ter habilidade, análise e sintetização de informações, sem perder de</p><p>vista o que é, essencialmente, acordado, para, então, relatar tudo neste documento.</p><p>A esse respeito, analise, atentamente, as asserções a seguir:</p><p>I - Em tempos contemporâneos, o gênero textual Ata admite dois modelos, o modelo</p><p>tradicional e o modelo moderno, ambos guardam o valor documental deste gênero.</p><p>PORQUE</p><p>II - Para a ata moderna, que é redigida sempre em tempo real, concomitante ao</p><p>acontecimento da reunião, há regras de conduta para a ocasião de erros, pois</p><p>não é permitida rasura no documento.</p><p>A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta:</p><p>a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são proposições falsas.</p><p>128</p><p>aprimore-se</p><p>COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM</p><p>Hoje em dia, a internet é a mais ampla e prática fonte de informações. Há, porém,</p><p>dois alertas a fazer sobre os textos encontrados on-line – e ambos estão relaciona-</p><p>dos à formulação de hipóteses com base na autoria. O primeiro diz respeito aos</p><p>textos apócrifos, isto é, aqueles cuja autoria é falsamente atribuída a determinada</p><p>pessoa. Volta e meia, recebemos por e-mail ou encontramos na Web textos “as-</p><p>sinados” por médicos, cientistas, e escritores famosos. Com a mesma frequência,</p><p>esses supostos autores precisam vir a público esclarecer que jamais escreveram tais</p><p>textos. Para que você não se torne mais um leitor enganado por essas falsas atribui-</p><p>ções de autoria e, muito menos, um propagador de textos apócrifos, o único jeito é</p><p>ir atrás do veículo original: textos compostos por cientistas e escritores renomados</p><p>dificilmente circulam apenas na internet; em geral eles são publicados em periódi-</p><p>cos científicos ou livros e, somente depois, transcritos no meio virtual.</p><p>O segundo alerta diz respeito à própria ausência de autoria. Na Internet qual-</p><p>quer um pode manifestar-se anonimamente – e, portanto, sem assumir a responsa-</p><p>bilidade por inverdades ou erros veiculados em sua mensagem. Também é comum</p><p>que pessoas copiem textos alheios em blogs e sites pessoais e “apaguem” a autoria</p><p>original. Portanto, quando encontramos na internet (ou em qualquer outro local, é</p><p>claro) um texto sem autoria definida, a hipótese mais importante que poderemos</p><p>formular a respeito dele é: suas informações não são confiáveis, pelo menos en-</p><p>quanto não conseguimos determinar exatamente quem é o seu autor e de que lugar</p><p>social ele está falando.</p><p>Fonte: Guimarães (2012. p. 114).</p><p>129</p><p>eu recomendo!</p><p>Ler e compreender: os sentidos do texto</p><p>Autor: Ingedore Villaça Koch, com a colaboração de Vanda Maria</p><p>Elias</p><p>Editora: Contexto</p><p>Sinopse: a leitura de um texto exige muito mais que o simples</p><p>conhecimento linguístico compartilhado pelos interlocutores: o</p><p>leitor é, necessariamente, levado a mobilizar estratégias, com o</p><p>fim de preencher as lacunas e participar, de forma ativa, da construção do senti-</p><p>do. Este livro apresenta, de modo simples e didático, as principais estratégias que</p><p>os leitores têm à sua disposição para construir um sentido que seja compatível</p><p>com a proposta apresentada pelo seu produtor.</p><p>livro</p><p>4</p><p>PRINCÍPIOS</p><p>DA ORATÓRIA</p><p>PROFESSOR</p><p>Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque</p><p>PLANO DE ESTUDO</p><p>A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Conceitos e importância da</p><p>oratória • Habilidades do orador • Desafios do orador na era da interconectividade • Cuidados ao falar</p><p>em público.</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>Explicar os principais conceitos da oratória • Discutir sobre as habilidades do orador • Apresentar os</p><p>desafios do orador na era da interconectividade • Conhecer os cuidados ao falar em público.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, aluno(a)! Nesta unidade, trataremos a respeito do falar em público. A</p><p>capacidade de oratória é um desafio</p><p>para grande parte das pessoas e existe</p><p>muita lenda em volta deste assunto, como, por exemplo, a crença popular de</p><p>que oratória é um dom. É claro que algumas pessoas têm maior facilidade</p><p>que outras quando se fala em oratória, entretanto é importante considerar</p><p>que todos nós somos capazes de desenvolver essa habilidade. Reconheço</p><p>que é difícil, mas, certamente possível!</p><p>Esta unidade está dividida em quatro aulas, preparadas de maneira a</p><p>facilitar o seu estudo e desenvolver a sua habilidade e capacidade de falar em</p><p>público e ao público. Você conhecerá os conceitos e a importância da orató-</p><p>ria, e, em seguida, abordaremos algumas habilidades necessárias para formar</p><p>um bom orador. Tenha em mente que a prática leva à perfeição, por isso,</p><p>não basta apenas conhecer as ferramentas, é importante colocá-las em uso.</p><p>Há diversas tecnologias que auxiliam o trabalho do orador e podem</p><p>ser utilizadas para este fim, porém é preciso estar bastante atento aos meios</p><p>escolhidos para se comunicar. Por outro lado, a interconectividade traz al-</p><p>guns desafios aos oradores, portanto, trataremos deste assunto na terceira</p><p>aula desta unidade de estudo. Por fim, considerando que a comunicação</p><p>exige muito cuidado para que seja produzida de forma eficaz, e que um</p><p>bom orador deve estar atento em relação à forma e ao conteúdo que será</p><p>comunicado, a última aula desta unidade foi preparada para que você, aca-</p><p>dêmico(a), conheça os cuidados necessários para falar em público. Fique</p><p>tranquilo, relaxe e se divirta durante os seus estudos. Independentemente de</p><p>você querer ou não se tornar um bom orador, posso garantir que será uma</p><p>aventura o que está por vir. Sucesso e vamos juntos!</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>132</p><p>1</p><p>CONCEITOS</p><p>E IMPORTÂNCIA</p><p>da oratória</p><p>Olá, aluno(a)! Nesta unidade, trataremos a respeito do falar em público. A capaci-</p><p>dade de oratória é um desafio para grande parte das pessoas e existe muita lenda</p><p>em volta deste assunto, como, por exemplo, a crença popular de que oratória é um</p><p>dom. É claro que algumas pessoas têm maior facilidade que outras quando se fala</p><p>em oratória, entretanto é importante considerar que todos nós somos capazes de</p><p>desenvolver essa habilidade. Reconheço que é difícil, mas, certamente, possível!</p><p>Esta unidade está dividida em quatro aulas, preparadas de maneira a facilitar</p><p>o seu estudo e desenvolver a sua habilidade e capacidade de falar em público e ao</p><p>público. Você conhecerá os conceitos e a importância da oratória, e, em seguida,</p><p>abordaremos algumas habilidades necessárias para formar um bom orador. Te-</p><p>nha em mente que a prática leva à perfeição, por isso, não basta apenas conhecer</p><p>as ferramentas, é importante colocá-las em uso.</p><p>Há diversas tecnologias que auxiliam o trabalho do orador e podem ser uti-</p><p>lizadas para este fim, porém é preciso estar bastante atento aos meios escolhidos</p><p>para se comunicar. Por outro lado, a interconectividade traz alguns desafios aos</p><p>oradores, portanto, trataremos deste assunto na terceira aula desta unidade de</p><p>estudo. Por fim, considerando que a comunicação exige muito cuidado para que</p><p>seja produzida de forma eficaz, e que um bom orador deve estar atento em rela-</p><p>ção à forma e ao conteúdo que será comunicado, a última aula desta unidade foi</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>133</p><p>preparada para que você, acadêmico(a), conheça os cuidados necessários para</p><p>falar em público. Fique tranquilo, relaxe e se divirta durante os seus estudos. Inde-</p><p>pendentemente de você querer ou não se tornar um bom orador, posso garantir</p><p>que será uma aventura o que está por vir. Sucesso e vamos juntos!</p><p>Conceitos e importância da oratória</p><p>Por mais de trinta anos, José Abelardo Barbosa foi um dos maiores comunicadores</p><p>da história do rádio e da televisão brasileira. O Chacrinha, como era conhecido,</p><p>tinha uma frase que resume a introdução deste tópico: “Quem não se comunica</p><p>se trumbica”. Essa brincadeira do Chacrinha traz uma verdade profunda, a ação</p><p>da comunicação tem importância fundamental na vida, tanto pessoal quanto</p><p>profissional. A questão, aqui, não é nem o saber falar, mas, sim, ser compreendido.</p><p>A história já nos apresentou muitos oradores maravilhosos que conseguiam</p><p>cativar multidões. Na área do entretenimento, por exemplo, tivemos e temos</p><p>alguns oradores que marcaram a história, como o Bolinha, o Gugu Liberato,</p><p>o Silvio Santos, o Fausto Silva, o Luciano Huck, a Hebe Camargo entre tantos</p><p>outros. No jornalismo e na política, também, temos vários nomes que podem</p><p>ser citados, entre eles, Barack Obama, Martin Luther King, Margaret Thatcher,</p><p>Nelson Mandela etc. O mundo dos negócios está repleto de bons oradores que</p><p>são, também, excelentes vendedores. Talvez, o saudoso Steve Jobs, da Apple, seja</p><p>o melhor exemplo de um empreendedor, inovador, vendedor e excelente comu-</p><p>nicador. Aliás, um excelente vendedor só o é em função da sua capacidade de</p><p>bem comunicar.</p><p>A oratória é uma arte muito mais antiga do que se pensa! Ela surgiu na</p><p>Grécia e Roma antiga, e a forma de comunicação se dava pela Oratória e Re-</p><p>tórica, estratégias estas que, desde aquela época, têm sido utilizadas como uma</p><p>das principais formas de comunicação. Péricles, estadista grego, falou há mais</p><p>de 2500 anos que “quem forma um julgamento sobre qualquer questão, mas não</p><p>consegue explicá-lá claramente pode muito bem nunca ter refletido de maneira</p><p>alguma sobre o assunto” (STEPHEN, 2014 p. 4). A reflexão de Péricles remete à</p><p>importância da oratória, a qual é tamanha e, por isso, tem sido ensinada em todas</p><p>as partes do mundo.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>134</p><p>O mais antigo exemplar que se conhece sobre discursos persuasivos data de</p><p>aproximadamente 4.500 anos e foi escrito em papiro no Egito. Conforme Stephen</p><p>(2014, p. 5), “a eloquência era extremamente apreciada na Índia, na África e na</p><p>China Antigas, bem como entre os astecas e outras culturas pré-europeias da</p><p>América do Norte e do Sul”. Já os estudos de oratória e retórica foram iniciados</p><p>na Grécia antiga. Ferreira (2017, p. 7) explica que “os sofistas são os primeiros a</p><p>se dedicar a esse estudo, continuando com Isócrates e Górgias, posteriormente,</p><p>Aristóteles e, com o declínio grego, os romanos Cícero e Quintiliano dão conti-</p><p>nuidade”. Stephen (2014, p. 5) chama nossa atenção para o fato de “a obra Retóri-</p><p>ca, de Aristóteles, escrita durante o século III a.C., ainda ser considerada a mais</p><p>importante, e muitos de seus princípios são seguidos por oradores (e escritores)</p><p>atualmente”. Observe, acadêmico(a), como as raízes da oratória são bastante só-</p><p>lidas! Os estudos sobre oratória continuam “na Idade Média, com o Trivium,</p><p>embora restritos à retórica religiosa, e entram em decadência com o Iluminismo</p><p>e, no final do século XIX, início do século XX, restringe-se ao estudo das figuras</p><p>de linguagem” (FERREIRA, 2017, p. 8).</p><p>Falar ou comunicar, então, relaciona-se com as palavras oratória, retórica e</p><p>eloquência. Ainda que estas diferem entre si com relação à derivação etimológica.</p><p>Observe: Retórica vem de uma palavra grega, enquanto as outras duas têm raízes</p><p>no latim (FERREIRA, 2017). Conforme o mesmo autor, a origem da palavra retó-</p><p>rica se dá em função “da substantivação do adjetivo feminino retórica pela elipse</p><p>do substantivo técnica, portanto, técnica retórica = retórica” (FERREIRA, 2017, p.</p><p>77). Já a palavra oratória é construída por um adjetivo substantivado “pela elipse da</p><p>palavra arte, que equivale à palavra técnica, assim, arte oratória = oratória. Já elo-</p><p>quência constrói-se sobre o adjetivo eloquens = eloquente e se liga ao verbo eloqui</p><p>= falar, falar com arte, com elegância, com riqueza” (FERREIRA, 2017, p. 77). Agora</p><p>que você conhece a etimologia dessas palavras, entenda que, em termos teóricos,</p><p>retórica, oratória e eloquência precisam ser consideradas no estudo da produção</p><p>e análise do discurso, que é materializado nos enunciados que produzimos.</p><p>“Para que haja a arte oratória são necessários três componentes básicos: um orador</p><p>(ethos), um auditório ao qual se dirija (pathos) e uma ‘mídia’, por meio da qual</p><p>primitiva de se comunicar. No entanto, com o passar do tempo, o modo</p><p>de se comunicar ganhou novas formas, acompanhando a evolução da humani-</p><p>dade. Em um primeiro momento, as pessoas se reuniam para contar histórias e,</p><p>assim, transmitiam seus conhecimentos. Logo depois, o ser humano começou a</p><p>utilizar pinturas rupestres (desenhos pré-históricos em cavernas) para se comu-</p><p>nicar. Conforme sua evolução acontecia, a linguagem foi se desenvolvendo e o</p><p>ser humano passou a utilizar pedras, argilas, couro, papiro e papel para registrar,</p><p>de maneira escrita, as suas ideias.</p><p>Cordeiro (2017) diz que foram os sumérios que inventaram a escrita, há 3.500</p><p>anos antes de Cristo. Depois disso, ainda segundo o autor, foi a vez dos judeus</p><p>e gregos a passarem a utilizar a escrita como forma de comunicação. Pimenta</p><p>(2002) explica que, com a utilização da escrita, foi possível registrar as infor-</p><p>mações e, dessa forma, transportá-las de um local para o outro. Esse registro,</p><p>também, permitiu a viabilidade de se manter várias informações a respeito de</p><p>diversas culturas e povos ao longo do tempo.</p><p>A primeira grande transformação social, por meio da escrita, sem sombra</p><p>de dúvidas, deu-se com a invenção da prensa de tipos móveis por Gutenberg.</p><p>Segundo Thompson (2014), Gutenberg desenvolveu, em meados de 1440, um</p><p>método de duplicar a fundição de letras de metal de modo que se tornou possí-</p><p>vel produzir composições de textos extensos, criando, com isso, o conceito dos</p><p>livros, além de dar força à imprensa, desenvolvendo-se a cultura de mídia com o</p><p>surgimento de jornais e revistas por todo o mundo.</p><p>Foi com a Revolução Industrial, como nos fala Felice (2008), que se teve o</p><p>início da cultura de massa, caracterizada pela difusão de mensagens veiculadas a</p><p>partir dos meios de comunicação eletrônica, coincidindo com o surgimento do</p><p>cinema, do rádio e, mais tarde, da televisão, contribuindo para a propagação, em</p><p>massa, de ideologias e movimentos culturais.</p><p>Já parou para pensar na maneira como você se relaciona com as novas tecnologias da</p><p>informação e comunicação? Será que você é um influenciador ou está sendo influenciado,</p><p>principalmente, pelo que se vê e se divulga nas redes sociais?</p><p>pensando juntos</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>13</p><p>No atual cenário, com o desenvolvimento de novas tecnologias de informação</p><p>e comunicação, Felice (2008, p. 23) explica que “pela primeira vez na história da</p><p>humanidade, a comunicação se torna um processo de fluxo em que as velhas dis-</p><p>tinções entre emissor, meio e receptor se confundem e se trocam até estabelecer</p><p>outras formas e outras dinâmicas de interação”. Isso se dá em função da conec-</p><p>tividade de nossos computadores em rede, proporcionando uma comunicação</p><p>em tempo real, o que torna possível estabelecer um diálogo constante entre as</p><p>pessoas, em qualquer parte do planeta. Essa condição transformou a maneira de</p><p>interação entre os povos e o modo do ser humano se comunicar. As tecnologias</p><p>da informação e comunicação expandiram, significativamente, a capacidade de</p><p>integração, interação e influência das pessoas em uma sociedade em rede.</p><p>Evolução da comunicação no Brasil</p><p>No Brasil, “a comunicação evoluiu em conjunto com o desenvolvimento econô-</p><p>mico nacional, social e político das últimas décadas”, conforme aponta Torquato</p><p>(2008, p. 1). Muito dessa evolução tem responsabilidade pela criação da Associa-</p><p>ção Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresas (ABERJE), em 1967,</p><p>na cidade de São Paulo, a qual, com o passar do tempo, tornou-se a Associação</p><p>de Comunicação Empresarial, movida pela vontade de alguns profissionais em</p><p>transformar a atividade do jornalismo empresarial em uma atividade profissional.</p><p>Em termos cronológicos, temos a evolução da comunicação organizacional no</p><p>Brasil, a partir da década de 50, como é possível ver a seguir:</p><p>“ • 1950: o produto dá a ênfase na comunicação no mundo, deixando</p><p>a imagem das organizações em segundo plano.</p><p>• 1960: inicia-se a chamada “era da imagem”, idealizada pelo pu-</p><p>blicitário David Oglivy (um dos papas da publicidade moderna).</p><p>• 1960: início das primeiras atividades da comunicação no Brasil.</p><p>Forte industrialização no Sudeste.</p><p>• 1967: ABERJE faz sua primeira convenção, sendo a comunicação</p><p>interna o tema geral de todas as atividades. Iniciavam-se os primei-</p><p>ros desenhos das “atividades do profissional de relações públicas”.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>1</p><p>14</p><p>• 1970: o mercado do jornalismo (impresso e via rádio) está em</p><p>fase de saturação. Com a inserção da TV no Brasil, a comunicação</p><p>assume a escala de posicionamento estratégico nas organizações.</p><p>• 1980: a comunicação se torna mais interativa por meio das cam-</p><p>panhas publicitárias.</p><p>• 1990: com a popularização dos computadores, a comunicação ini-</p><p>cia seu processo de evolução. A globalização é algo irreversível no</p><p>âmbito dos negócios.</p><p>• Anos 2000: tidos como a era tecnológica, fazendo com que a comuni-</p><p>cação não pare de se transformar. As tecnologias da comunicação e in-</p><p>formação fazem parte do cotidiano de cada cidadão brasileiro. A popu-</p><p>laridade da internet impulsiona tal crescimento (ANDREI, 2016 p. 12).</p><p>É a partir da década de 80 que a comunicação empresarial ganha força no Bra-</p><p>sil, passando a ser vista pelas organizações como algo de grande importância, a</p><p>ponto de atrair profissionais das mais diversas áreas para atuar neste campo de</p><p>trabalho. Bueno (2009, p. 7) explica que “o jornalismo empresarial e as atividades</p><p>afetas às relações públicas se profissionalizaram com a chegada dos egressos das</p><p>faculdades-cursos de comunicação e, sobretudo, com a vigência do regime de-</p><p>mocrático, que exigiu nova postura das organizações”. Ainda segundo o mesmo</p><p>autor, a criação, nessa mesma época, da política de comunicação social no Brasil,</p><p>por meio da Rhodia (empresa do grupo internacional do ramo químico indus-</p><p>trial Solvey), teve importante influência na comunicação organizacional. Mas é</p><p>a partir dos anos 1990, que o conceito de comunicação empresarial se aprimora,</p><p>passando “a ser considerada estratégica nas e para as organizações, o que signi-</p><p>fica, estritamente vinculada ao negócio” (Bueno, 2009, p. 8), atuando como um</p><p>processo de relacionamento entre as organizações e seu público.</p><p>Vivemos em um momento em que é, facilmente observável, o quanto a co-</p><p>municação organizacional está em crescimento, no sentido de busca por con-</p><p>solidação nesse ambiente, deixando de ser considerada uma simples atividade</p><p>empresarial para se constituir como um processo de inteligência organizacional</p><p>de extrema relevância do ponto de vista estratégico. Com um olhar voltado para o</p><p>negócio, Bueno (2009, p. 46) explica que “os desafios que a ‘nova economia’ impõe</p><p>às organizações - entidades, associações etc. - resvalam, sempre em questões afe-</p><p>tas ao bom desempenho da comunicação”. Em outras palavras, faz-se necessário</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>15</p><p>2</p><p>O PROCESSO</p><p>DE COMUNICAÇÃO</p><p>Caro(a) acadêmico(a), para que você entre em contato com uma breve história da Co-</p><p>municação Empresarial no Brasil, acesse o endereço eletrônico:</p><p>http://www.bocc.ubi.pt/pag/pessoa-sonia-comunicacao-empresarial-estrategica.html</p><p>conecte-se</p><p>profissionalismo, ética e transparência, além de valores constitutivos na moderna</p><p>comunicação organizacional.</p><p>Para melhor entendimento e compreensão do processo de comunicação, apresen-</p><p>taremos, antes de tudo, a diferença entre comunicação e informação. Como nos</p><p>explica Matos (2014, p. 24), “a comunicação é o fio condutor de todas as atividades</p><p>e relacionamentos humanos [...] já a informação é quando um emissor passa para</p><p>um receptor um conjunto de dados codificados”. Assim, deve ficar claro que a</p><p>informação depende da figura de um emissor, no qual este envia uma mensagem</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>1</p><p>16</p><p>Figura 1 - O processo de comunicação / Fonte: Ferreira e Malheiros (2016, p. 27).</p><p>A Figura 1 apresenta um diálogo entre duas pessoas, no qual poderíamos supor</p><p>que a personagem do emissor tenha dito ou feito um cumprimento com um</p><p>simples “bom dia”, e, na sequência, a personagem</p><p>se encon-</p><p>trem para comunicar o que pensam e trocar pontos de vistas (logos)”.</p><p>Fonte: Ferreira (2017, p.78).</p><p>conceituando</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>135</p><p>Elementos da oratória</p><p>A construção da arte da oratória depende da junção de três componentes: o ora-</p><p>dor, o auditório e o meio de comunicação. Nesta unidade de estudo, trataremos</p><p>do orador e do auditório, uma vez que os assuntos que estão relacionados ao meio</p><p>de comunicação você já os estudou na Unidade 3.</p><p>O orador</p><p>Para os gregos, o orador está relacionado com a ética, a qual tem ligação com a</p><p>palavra ethos, ou seja, está relacionada com o comportamento, caráter, persona-</p><p>lidade de si. Ferreira (2017, p. 78) explica que a relação entre ethos e o papel do</p><p>orador se dá em função de alguém “que deve ser capaz de responder às perguntas</p><p>que geram debate. O ethos se liga à pessoa, à imagem que o orador passa de si mes-</p><p>mo, o auditório decidirá segui-lo ou refutá-lo”. Ainda, segundo o mesmo autor,</p><p>existem dois tipos de ethos a serem considerados: ethos aristotélico e ethos prévio.</p><p>■ O ethos aristotélico tem sua origem na retórica de Aristóteles e liga-se a</p><p>dois campos semânticos opostos: um de sentido moral, que engloba as</p><p>atitudes e virtudes, como honestidade, benevolência ou equidade; e outro</p><p>que tem sentido neutro que reúne hábitos, modos, costumes e caráter.</p><p>■ O ethos prévio será construído com base na percepção prévia da opinião</p><p>pública, condicionada aos antecedentes morais, éticos e as atribuições de</p><p>caráter que irão formar a imagem do orador. Essa condição pode tanto</p><p>facilitar quanto complicar a relação do auditório como orador.</p><p>O auditório</p><p>O auditório é compreendido como o público que irá presenciar o discurso do</p><p>orador. Na maioria das vezes, por estar na expectativa de obter informações, a</p><p>receptividade do público tende a ser favorável com relação ao orador. Entretanto,</p><p>é preciso um certo cuidado com o preparo da comunicação, tendo em vista que</p><p>nem sempre o orador possa se deparar com um público receptivo, assim, Ferrei-</p><p>ra (2017) explica que é possível classificar o auditório conforme sua disposição</p><p>em relação ao orador e ao tema, e esta classificação se dá “quanto ao nível de</p><p>participação, em motivado ou receptivo, amistoso, hostil, apático ou indiferente</p><p>e desatento” Ferreira (2017, p. 84). Vejamos cada um deles!</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>136</p><p>Observe, acadêmico (a), que um público amistoso é aquele interessado pelo</p><p>assunto e que, conforme a qualidade da apresentação, irá receber o orador com</p><p>boa vontade para ouvir o que será transmitido. Por outro lado, um público hostil</p><p>se caracteriza quando este se sentir prejudicado pelo tema do discurso, pelo ora-</p><p>dor ou pelo próprio ambiente. Complicado, não!? No entanto, Ferreira (2017, p.</p><p>84) lembra que essa hostilidade “pode ser contornada se o orador encontrar uma</p><p>maneira conveniente de iniciar para que o público se torne dócil”.</p><p>Outro tipo de público é caracterizado por um comportamento apático, que</p><p>tem comportamento característico de desinteresse pelo assunto que será discur-</p><p>sado. Este é o tipo mais difícil de auditório, em função de sua indiferença. Para</p><p>o público apático, tanto faz o que o orador está fazendo ou falando ou mesmo</p><p>deixando de falar. Por fim, temos o público desatento que, apesar de mostrar</p><p>interesse, por algum motivo pode se distrair ou não consegue acompanhar as</p><p>palavras ou linha de raciocínio do orador.</p><p>Observe que cada um dos tipos de público apresenta características pecu-</p><p>liares, por isso, é muito importante que o orador tenha sempre que possível um</p><p>prévio conhecimento do perfil do público para o qual ele irá discursar, para que</p><p>possa pensar estrategicamente em formas eficientes de comunicação.</p><p>Não existem bons palestrantes se a plateia não tiver afinidade com o tema, ritmo e as-</p><p>suntos propostos. Lembre-se: as boas intenções do orador não bastam para entreter e</p><p>influenciar os interlocutores.</p><p>Fonte: Gross (2013, p. 60).</p><p>conceituando</p><p>Reforçando, é muito importante que você, como orador, consiga antecipar o tipo</p><p>de auditório que o espera, pois, “o orador tem que se adaptar, continuamente, ao</p><p>auditório, que determinará a qualidade da argumentação e o comportamento do</p><p>orador” (FERREIRA 2017, p. 86).</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>137</p><p>Muitas pessoas acreditam que para falar em público é necessário ter um dom</p><p>especial. Isso não é verdade, é uma fantasia criada, possivelmente, para justificar</p><p>a falta de motivação em superar tal dificuldade. Falar em público é, sim, uma</p><p>atividade difícil, todavia, acadêmico(a), ser difícil é diferente de ser impossível.</p><p>Ninguém nasce sabendo de todas as coisas, todas as pessoas desenvolvem suas</p><p>habilidades com o passar do tempo. É claro que algumas pessoas têm maior</p><p>facilidade para desenvolver determinadas habilidades e, para isso, é necessário</p><p>ter disposição para encarar os desafios da aprendizagem. Algumas pessoas terão</p><p>mais facilidade, outras, talvez, tenham que trabalhar questões, como o medo ou</p><p>outra dificuldade, antes, de desenvolver a habilidade desejada.</p><p>Pois bem, falar em público é uma habilidade que pode ser desenvolvida por</p><p>todos, desde que as pessoas estejam em condições para isso. Ou seja, pode ser</p><p>necessário resolver outras questões de nível psicológico antes. Esqueça, por um</p><p>instante, os grandes oradores, eles estão em um nível que demorou alguns anos</p><p>para ser alcançado.</p><p>Vamos pensar em pessoas que venceram a timidez, ou aquele vendedor que</p><p>precisou superar seus medos e inseguranças para bater suas metas de vendas. São</p><p>essas pessoas que, nesse momento, podem ser a sua inspiração.</p><p>2</p><p>HABILIDADES</p><p>DO ORADOR</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>138</p><p>As pessoas são capazes de realizar muitas atividades que nem sequer imaginam</p><p>serem capazes. O bom orador carrega consigo diversas habilidades que o ajudam</p><p>a realizar essa atividade, e a maioria delas podem ser aprendidas e postas em</p><p>prática por você! Para começar, observe, atentamente, as considerações que Lôbo</p><p>(2003) traz a respeito do orador do século XXI:</p><p>■ Para falar bem em público, é necessário que o orador detenha conhe-</p><p>cimento de si mesmo, do assunto, dos ouvintes; gestos adequados; boa</p><p>qualidade vocal; transmissão da mensagem com credibilidade, naturali-</p><p>dade e emoção; segurança, domínio e controle das palavras e dos gestos.</p><p>■ Todo orador experimentará algumas dessas sensações desagradáveis</p><p>como: ansiedade, medo, temor, inibição, insegurança, gagueira, pertur-</p><p>bações circulatórias, respiratórias e vocais; distúrbios de secreção glan-</p><p>dular; tremor; falta de ar; tosse; sudorese; taquicardia; desejo de fugir;</p><p>desamparo; difuso e inexplicável mal-estar.</p><p>■ O orador, sempre, exporá, em sua fala: o seu prestígio e a sua imagem,</p><p>simplesmente, devido à impossibilidade de dizer tudo o que se propõe;</p><p>imprevisibilidade dos resultados; a comunicação vai além das palavras:</p><p>silêncio, atividade, inatividade.</p><p>■ O orador está em busca de ser reconhecido pelo outro para: constituir-se;</p><p>por uma necessidade de pertencer a um determinado grupo; de fazer</p><p>parte, de existir para o outro; o olhar do outro é o que diz quem somos.</p><p>Percebeu que toda dificuldade que você sente, em relação ao falar em público, é</p><p>normal? Todos que precisam se pronunciar, perante uma plateia, vão se sujeitar</p><p>a tudo aquilo que foi colocado anteriormente. A diferença é que, com o passar</p><p>do tempo, sua habilidade em controlar as emoções e conduzir o discurso, frente</p><p>a uma plateia, ajudam a minimizar essas dificuldades, mas elas sempre estarão</p><p>presentes.</p><p>Você concorda comigo que os verdadeiros exemplos de vida, que podem ser seguidos,</p><p>são os das pessoas simples que, mesmo não alcançando o reconhecimento da mídia,</p><p>conquistaram os seus sonhos após muito esforço e dedicação?</p><p>pensando juntos</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>139</p><p>Organizar-se e se preparar com a finalidade de comunicar para públicos é es-</p><p>sencial; por isso, traremos, a seguir, algumas sugestões do que fazer para que isto</p><p>aconteça. Essas sugestões foram praticadas por grandes oradores e elas costumam</p><p>ajudar. Dentre elas, ressaltamos que é muito importante treinar aquilo que se pre-</p><p>tende dizer em público. Apesar de você encontrar em outros livros ou manuais a</p><p>respeito do assunto, recomendamos que esse treinamento não seja feito em frente</p><p>ao espelho, pois, embasando-se no conhecimento de que o cérebro humano tem</p><p>um funcionamento peculiar, ficar se olhando, enquanto tenta fazer algo, pode ser</p><p>mais prejudicial do que favorável, até porque, na sua apresentação real, não haverá</p><p>um espelho, mas, sim, uma multidão lhe observando. O treino serve, justamente,</p><p>para que você se acostume com uma determinada situação; assim, falar de frente</p><p>para um espelho é uma situação que só irá se repetir com você mesmo, o que</p><p>é diferente da situação de falar para uma plateia. Ao invés de usar um espelho,</p><p>sugiro que você crie a sua plateia, isto é, coloque objetos, bonecos, animais de</p><p>estimação e faça o seu discurso para eles. Agora, se for possível que pessoas de</p><p>sua confiança o apoiem nesta etapa, isso, sim, seria o ideal.</p><p>O dia que alguém falar para uma plateia, sem que esteja com um pouco de medo ou in-</p><p>segurança, será o dia de seu maior fracasso, pois o sucesso não significa ser um perfeito</p><p>orador, mas, sim, ter controle sobre suas emoções.</p><p>pensando juntos</p><p>Ao pedir ajuda para seus amigos ou familiares, em seus ensaios de oratória, o ideal é que</p><p>eles fiquem observando você o tempo todo. No início, você poderá se sentir constrangi-</p><p>do, e a ideia é essa, mas, com o passar do tempo, essa sensação ruim desaparecerá. Em</p><p>momento oportuno, peça para os seus amigos convidar outros amigos para compor a sua</p><p>plateia de treino.</p><p>Fonte: o autor.</p><p>conceituando</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>140</p><p>Durante uma apresentação em público, é preciso ter em mente que a emoção do</p><p>processo de comunicação irá acontecer em uma divisão bastante interessante.</p><p>Pesquisas conceituadas relatam que o público vai prestar atenção em média a:</p><p>7% das palavras que forem ditas; 38% no tom de voz do palestrante; e 55% na</p><p>postura e nos gestos desenvolvidos pelo apresentador durante a apresentação.</p><p>Por isso, você precisa entender que falar para um público é algo que vai além de,</p><p>simplesmente, falar sem parar na frente das pessoas, o foco deve ser, também,</p><p>relacionado à maneira como deverá ser dito ou tratado o assunto da palestra. Você</p><p>deve estar se perguntando: quer dizer que o que eu tenho para falar não é impor-</p><p>tante? Pelo contrário, acadêmico (a), um orador, sem conteúdo, é um desastre. A</p><p>questão, aqui, é que as pessoas estão em busca de informação, mas a maneira de</p><p>transmitir essa informação vai se dar em função dos dados que apresentamos</p><p>anteriormente, ou seja, as palavras têm menor peso do que a postura, na verdade,</p><p>o conjunto de ações: palavras, tom de voz e postura é que contribuirão para que</p><p>a sua mensagem chegue ao público.</p><p>Todas as pessoas têm alguma coisa para ser dita, como, por exemplo, uma</p><p>história, uma aventura, um caso qualquer, só é preciso que você descubra o que</p><p>poderia ser interessante para que alguém dedicasse um tempo para lhe escutar.</p><p>Assim, o conteúdo é fundamental para formar um bom orador. “As pessoas ado-</p><p>ram histórias, e todo mundo pode aprender a contar uma boa história. Mesmo</p><p>que a lição a se tirar dela já seja batida, [...] se exposta da forma correta, pode</p><p>resultar em uma palestra top de linha” (ANDERSON, 2016 p. 23).</p><p>Uma palestra ou apresentação que será realizada para qualquer público, nada</p><p>mais é do que uma história a ser contada. Se a história for sua, com certeza, você</p><p>a domina, uma vez que você a vivenciou. O que eu quero dizer com isso é que,</p><p>quanto mais familiar e conhecedor de determinado assunto, contá-lo para outras</p><p>pessoas será mais fácil. Isso mostra que, muitas vezes, o medo de falar em público</p><p>não está relacionado, diretamente, ao fato de se ficar exposto em um palco, mas</p><p>sim, por não ter domínio do assunto que deverá ser dito. Por isso, além de ter um</p><p>conteúdo interessante, é necessário que se domine tal conteúdo. Estudar sobre o</p><p>que será apresentado é muito importante, quanto mais se sabe sobre o que se vai</p><p>dizer, mais fácil será o processo de comunicação. Falar bem é um ato que exige do</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>141</p><p>orador uma visão holística, sistêmica, uma compreensão dos valores do auditório,</p><p>dos gêneros e elementos do discurso (FERREIRA, 2017). A oratória, quando uti-</p><p>lizada adequadamente, é “capaz de galvanizar uma sala e transformar a visão de</p><p>mundo de uma plateia [...] é mais eficaz que qualquer texto escrito” (ANDERSON,</p><p>2016, p. 11). Esta é a postura que desejamos despertar em você, acadêmico(a),</p><p>para instigar o seu desenvolvimento em relação às suas habilidades de oratória!</p><p>O bom orador deve dominar, entre outras habilidades, os três elementos do discurso</p><p>(a pessoa que fala, o assunto de que se fala e a pessoa a quem se fala), os três tempos</p><p>(passado, presente e futuro) e as quatorze paixões de Aristóteles: cólera, calma, temor,</p><p>segurança (confiança, audácia), inveja, imprudência, amor, ódio, vergonha, emulação,</p><p>compaixão, favor (obsequiosidade), indignação e desprezo, pois, para viver em comunida-</p><p>de, o homem civilizado deve utilizar a força da língua, da linguagem e das palavras para</p><p>negociar as diferenças, as opiniões, as crenças, os valores e as verdades.</p><p>Fonte: Ferreira (2017, p. 112).</p><p>explorando Ideias</p><p>O ato de falar em público é muito semelhante a uma conversação. Stephen (2014,</p><p>p. 6) explica que “um adulto comum passa em torno de 30% de seu tempo ativo</p><p>conversando”, isso significa que você, sem perceber, já possui uma série de ha-</p><p>bilidades de oratória e as pratica enquanto conversa com outras pessoas. Essas</p><p>habilidades, segundo Stephen (2014), são:</p><p>■ Organizar seus pensamentos de forma lógica: imagine como você faria</p><p>para explicar o caminho de sua casa para um amigo.</p><p>■ Adaptar sua mensagem ao público: pense como você ensinaria para um</p><p>novo colaborador os passos para a confecção de um memorando.</p><p>■ Contar uma história para obter o maior impacto possível. Em uma roda</p><p>de amigos, você está contando sobre o infortúnio que foi o pneu furado</p><p>que você precisou ajudar alguém a trocar.</p><p>■ Adaptar-se ao feedback do ouvinte. Durante suas conversas com seus</p><p>amigos, você presta atenção na reação que eles têm conforme suas histó-</p><p>rias vão sendo contadas.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>142</p><p>Seja pessoal</p><p>Outra maneira de você encarar uma palestra, a fim de se comunicar de forma</p><p>clara, é pensá-la como uma viagem que palestrante e plateia realizam juntos. An-</p><p>derson (2016, p. 25) salienta que “como todos os bons filmes e livros, uma palestra</p><p>de alto nível é capaz de nos transportar. Todos adoramos participar de aventuras,</p><p>viajar para algum lugar novo na companhia de um guia bem informado”. Neste</p><p>sentido, vale a pena buscar entrar em sintonia com a plateia.</p><p>Anderson (2016, p. 48) explica, ainda, que “não é possível empurrar o conheci-</p><p>mento para dentro do cérebro. Ele precisa ser puxado. Para instalar uma ideia na</p><p>mente de alguém, você precisa de permissão”. E essa permissão só se fará possível</p><p>se você conseguir mostrar o seu lado humano. Por isso, ser o mais pessoal, durante</p><p>uma apresentação, é uma boa estratégia para romper barreiras que possam existir</p><p>entre você e a plateia, e, com isso, entrar em sintonia com o seu público.</p><p>Observemos os primeiros minutos da palestra de Kelly McGonigal sobre o lado positivo do</p><p>estresse. Transcrevemos aqui alguns trechos como forma de ilustração para que você re-</p><p>lacione com o que temos dito: “Eu preciso confessar uma coisinha. [Ela faz uma pausa, dá</p><p>uma volta, deixa as mãos caírem e esboça um sorrisinho.] Mas antes quero que VOCÊS me</p><p>confessem uma coisinha. [Ela vai à frente.] Considerando o ano passado [ela olha firme</p><p>de um rosto para outro], quero que levante a mão quem passou por relativamente pouco</p><p>estresse. Alguém? [Um sorriso enigmático, que logo depois vira um sorriso de orelha a</p><p>orelha.]” A sintonia é instantânea.</p><p>Fonte: Anderson (2016, p. 49).</p><p>explorando Ideias</p><p>Contato visual</p><p>O Contato visual é outro ponto fundamental para gerar empatia com o público,</p><p>por isso, olhe para as pessoas na plateia! Eu sei que o olhar é algo muito profundo</p><p>e difícil de ser realizado, é algo tão difícil que algumas pessoas, simplesmente,</p><p>entram em estado de choque. Mas é fundamental que você consiga desenvol-</p><p>ver essa habilidade. Para transmitir confiabilidade em uma conversa, a troca de</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>143</p><p>olhares é muito importante. “Os cientistas demonstraram que o simples fato de</p><p>dois indivíduos se fitarem desencadeia uma atividade dos neurônios espelho</p><p>que consiste literalmente em adotar o estado emocional do outro” (ANDERSON</p><p>2016, p. 49). Em outras palavras, a troca de olhares nos fazem entrar em sincronia</p><p>e isso é primordial para determinar se é possível haver confiança um no outro.</p><p>Mostre-se vulnerável</p><p>As pessoas tendem a se sentir solidárias com seus semelhantes mais do que ima-</p><p>ginamos, por isso, uma maneira de você gerar empatia com a plateia é usar a sua</p><p>vulnerabilidade ao seu favor. Todo mundo sabe o quanto é difícil falar em público,</p><p>aliás, você já sabe que esse é um dos maiores medos da humanidade. Por isso,</p><p>muitas vezes, reconhecer as suas fraquezas, ou mesmo admitir o seu nervosismo</p><p>antes do início de uma apresentação, fará com que as pessoas se solidarizem</p><p>com você. Se o seu nervosismo for muito grande que o impeça inclusive de falar,</p><p>pare, beba um pouco d’água e diga: “Um momentinho... Como podem ver, estou</p><p>um pouco nervoso. [...] É provável que você receba uma calorosa salva de pal-</p><p>mas e tenha diante de si uma multidão morrendo de vontade de ver você se dar</p><p>bem” (ANDERSON 2016, p. 51). Agora, cuidado com excessos, ninguém quer</p><p>ver alguém em uma cena dramática de miséria e reclamação. Seja comedido, na</p><p>verdade, seja sincero e pondere sobre a sua fala.</p><p>Faça a plateia rir</p><p>O humor sempre será um excelente recurso para que você possa se aproximar</p><p>do seu público. Quando as pessoas dão risadas juntas, há a sensação de estarem</p><p>do mesmo lado e isso é uma excelente maneira para estabelecer uma conexão.</p><p>Anderson (2016, p. 52) explica que “o humor afasta a principal resistência a ouvir</p><p>uma palestra. Ao fazer pequenas concessões ao riso desde o início, você estará</p><p>sutilmente animando seu público. [...] Plateias que riem passam logo a gostar do</p><p>orador”. E o interessante é que, ao gostar do orador, as pessoas estarão muito mais</p><p>propensas a levar a sério o que é dito.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>144</p><p>Cuidado com o EGO</p><p>Iniciar uma palestra tão cheio de si é a receita certa para o fracasso! Ninguém</p><p>está disposto a aturar pessoas que se julgam melhores do que o mundo. Um</p><p>palestrante cheio de si pode passar a ideia de um orador fanfarrão, por isso todo</p><p>cuidado é pouco. O ideal, em situações assim, é utilizar o humor para atacar o</p><p>próprio ego. “Em mãos competentes, a autodepreciação é uma boa ferramenta.</p><p>Tony Blair (primeiro-ministro do Reino Unido de 1997 a 2007) é mestre nisso</p><p>e quase sempre usa tal recurso para conquistar plateias potencialmente hostis”</p><p>(ANDERSON, 2016, p 56).</p><p>Certa vez, antes de ser eleito primeiro-ministro, Tony Blair começou a contar uma história</p><p>que, como ele disse em tom de quem pede desculpas, poderia fazer as pessoas duvida-</p><p>rem de sua capacidade de governar. Contou sobre uma visita que fez aos Países Baixos,</p><p>onde, num jantar com autoridades, se encontrou com uma mulher bem-vestida de uns</p><p>cinquenta anos. Ela lhe perguntou quem era. “Tony Blair.” “E o que o senhor faz?” “Presido</p><p>o Partido Trabalhista britânico.” Então foi a vez de Blair perguntar à mulher quem ela era.</p><p>“Beatrix.” “E o que a senhora faz?” [Pausa constrangedora.] “Sou a rainha.” Outro pales-</p><p>trante simplesmente teria se vangloriado de ter jantado com a rainha dos Países Baixos e</p><p>perdido a atenção do público antes de começar. Ao se ridicularizar deliberadamente, ele</p><p>provocou risos e ganhou simpatia e confiança.</p><p>Fonte: Anderson (2016, p. 56).</p><p>explorando Ideias</p><p>Por isso, quando estiver se dirigindo ao público, cuidado com situações que pos-</p><p>sam trazer o ego à tona, como:</p><p>■ Citar nomes famosos para chamar a atenção.</p><p>■ Contar casos que parecem sob medida para a pessoa se exibir.</p><p>■ Vangloriar-se de proezas, sejam elas suas ou da sua empresa.</p><p>■ Centrar a palestra mais em você do que numa ideia que o público possa</p><p>aproveitar (ANDERSON, 2016, p. 56).</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>145</p><p>Conte uma história</p><p>Outra boa maneira para estabelecer uma sinto-</p><p>nia com a plateia é contar histórias. Quem não</p><p>gosta de história? Por isso, uma palestra com</p><p>histórias pode estabelecer o contexto necessá-</p><p>rio que se busca para fazer o público se interes-</p><p>sar pelo assunto. “Histórias fortes podem surgir</p><p>em qualquer momento de uma palestra. É uma</p><p>ótima forma de começar. É uma ótima forma de</p><p>ilustrar, na metade. E às vezes, ainda que com</p><p>menor frequência, é uma ótima forma de encer-</p><p>rar” (ANDERSON, 2016, p. 57). As melhores his-</p><p>tórias são aquelas que têm relação com você ou</p><p>pessoas próximas, mas é bom ter cuidado para</p><p>não cair nas armadilhas do ego, que dissemos no</p><p>tópico anterior.</p><p>Habilidades necessárias para um bom orador:</p><p>• Tenha um conteúdo interessante.</p><p>• Tenha profundo conhecimento do assunto a ser</p><p>apresentado.</p><p>• Saiba organizar suas ideias para apresentá-lá.</p><p>• Procure adaptar sua mensagem ao tipo de pú-</p><p>blico que estará participando da palestra.</p><p>• Contar sua história para obter o maior impacto</p><p>possível.</p><p>• Aprenda a se adaptar ao feedback do ouvinte.</p><p>• Seja pessoal.</p><p>• Mantenha contato visual.</p><p>• Mostra-se vulnerável.</p><p>• Faça a plateia rir.</p><p>• Utilize o humor para atacar o próprio ego.</p><p>quadro-resumo</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>146</p><p>As pessoas nascidas entre 1980 e 2000 são conhecidas como “geração Y”, e essa</p><p>geração, em particular, têm levado muitos profissionais e especialistas a “quebrar a</p><p>cabeça” na tentativa de decifrar e compreender como elas se comportam (GROSS,</p><p>2013). Conforme o autor,</p><p>“ O interesse por essa tribo surgiu dos Baby Boomers (nascidos entre</p><p>1946-1964) e da Geração X (nascidos entre 1965-1979), que estão</p><p>encontrando dificuldades de relacionamento com os Ys nos campos</p><p>profissional e interpessoal (GROSS, 2013, p. 73).</p><p>Esse conflito entre gerações é algo comum e recorrente na história. Temos vários</p><p>movimentos que foram surgindo para questionar os modelos sociais de cada uma</p><p>das gerações. Os movimentos musicais, como o rock-and-roll, questionavam os</p><p>gêneros musicais dos anos 1950; os movimentos hippie, punk e hip-hop, ques-</p><p>tionavam os valores e anseios culturais e políticos no final do século XX. Esses</p><p>são exemplos destes conflitos entre gerações. “Nessa época, o mote da juventude</p><p>poderia ser resumido assim: “Não queremos ser que nem nossos pais e avós.</p><p>Queremos ter nossa própria identidade” (GROSS, 2013, p. 74).</p><p>No entanto uma significativa diferença entre essas gerações passadas e a gera-</p><p>ção Y é o fato desta última ter se desenvolvido em um mundo completamente di-</p><p>3</p><p>DESAFIOS DO</p><p>ORADOR NA ERA</p><p>da interconectividade</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>147</p><p>ferente, isto é, muito mais tecnológico, com uma maior facilidade de comunicação</p><p>entre si, além de interagirem em relações pessoais virtuais com narrativas visuais</p><p>e sonoridades de games, sites e clipes. Seus textos são curtos, enxutos e resumidos</p><p>de acordo com o padrão das mensagens dos smartphones e redes sociais (GROSS,</p><p>2013). Outra característica interessante dessa geração é sua capacidade de fazer</p><p>muitas coisas ao mesmo tempo, reflexo, talvez, da necessidade de gerenciar muita</p><p>informação e, por isso, são muito impacientes. Se você tem mais de 40 anos (esta-</p><p>mos em 2020) deve saber muito bem do que estou falando.</p><p>Os jovens das gerações anteriores à Y tinham poucas opções de mídias e as</p><p>que existiam eram bastante limitadas. Existiam poucos canais de TV e rádio,</p><p>revistas e jornais eram, apenas, impressos. Gross (2013, p. 74) lembra que “os</p><p>produtores definiam uma programação e os espectadores, não conseguiam par-</p><p>ticipar de forma instantânea (as linhas ficavam</p><p>ocupadas e as cartas dos ouvintes</p><p>tardavam para chegar à rádio)”. Hoje, isso não existe, a participação é praticamen-</p><p>te instantânea e, mesmo que não participe ao vivo, o alcance das redes sociais</p><p>pode ser muito maior do que o próprio alcance da programação, que, ainda, é</p><p>local. Por causa disso, uma geração que nasceu “imersa em um ambiente dinâmi-</p><p>co, interativo e virtual, é natural que o pensamento de uma geração acompanhe</p><p>o ritmo veloz e as particularidades desse universo” (GROSS, 2013, p. 75).</p><p>A geração Z (nascidos após 2000) se faz presente no ambiente comunicativo,</p><p>e uma situação bastante interessante é observada, uma vez que, em função de</p><p>uma maior longevidade da população de um modo geral, temos a coexistência</p><p>de quatro gerações: baby boomers, X, Y e Z. Isso faz com que as instituições ou</p><p>aparelhos ideológicos do Estado tenham dificuldade para conseguir determi-</p><p>nar as condutas dos cidadãos do mundo globalizado, de divulgação massiva</p><p>de informações e de conhecimentos (FERREIRA, 2017). Assim, o ambiente</p><p>comunicativo atual, marcado pela tecnologia acessível a uma grande massa, fa-</p><p>vorece o surgimento de “oradores digitais”, de “celebridades digitais” ou, conhe-</p><p>cidos, também, como “influenciadores digitais”, que são pessoas com milhões</p><p>de seguidores nas redes sociais, como Facebook, Instagram, YouTube, LinkedIn,</p><p>Twitter, TikTok. Esses “oradores” são os responsáveis por divulgar valores, crenças</p><p>e princípios que, antes, eram exclusivos das instituições ou de algumas poucas</p><p>pessoas. Com essa diversidade tecnológica e midiática, acaba tornando-se muito</p><p>comum a existência, cada vez maior, de uma interação entre várias linguagens</p><p>para maior efeito e eficácia na comunicação.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>148</p><p>Desafios</p><p>Como fazer, então, para palestrar nesse mundo de interconectividade? Aliás, as</p><p>pessoas continuam falando a um público, independentemente se para isso estão</p><p>utilizando ferramentas, como YouTube, Facebook ou Instagram Story e vídeos</p><p>do TikTok. O que muda, aqui, é justamente a tecnologia, isto é, além de falar para</p><p>uma plateia ao vivo, deverá falar para milhares de pessoas por meio dos aplicati-</p><p>vos das redes sociais. Talvez, você não vá precisar encarar uma plateia, mas, sim,</p><p>uma câmera. E falar para uma câmera é tão difícil quanto falar para pessoas. De</p><p>qualquer forma, existe um ponto em comum que pode atrapalhar o desempenho</p><p>das pessoas que desejam se tornar bons oradores, o medo. Este é uma caracte-</p><p>rística dos seres humanos e tem como função a autopreservação. As pessoas que</p><p>têm medo de falar em público estão, na verdade, procurando se preservar dos</p><p>julgamentos que podem receber. Além disso, o medo pode intensificar as sensa-</p><p>ções negativas, levando com que as pessoas exagerem na percepção das emoções.</p><p>Muitas vezes, esse medo pode ser consequência de uma timidez mal trabalhada,</p><p>assim, a pessoa, por ser muito tímida, intensifica o medo em determinadas con-</p><p>dições. Carneiro (2017) afirma que o tímido é, na verdade, uma pessoa egoísta,</p><p>pois acredita que todas as pessoas estão olhando e se preocupando com ela. Para</p><p>o autor, “a timidez é o maior obstáculo que se antepõe ao exercício de qualquer</p><p>profissão” (CARNEIRO 2017, p.19) e suas causas são:</p><p>“ Educação castradora ou protetora em demasia;</p><p>Ausência de força de vontade;</p><p>O excessivo amor próprio;</p><p>Baixa autoestima;</p><p>O temor de desgostar;</p><p>O receio de não sobressair;</p><p>A inércia;</p><p>A preguiça;</p><p>Experiências mal sucedidas;</p><p>Desconhecimento de suas próprias habilidades (CARNEIRO 2017, p.19).</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>149</p><p>O medo, também, pode ser resultado de uma insegurança que pode ter relação,</p><p>ou não, com a timidez. De qualquer forma, há técnicas que auxiliam o orador a</p><p>superar o medo antes de uma apresentação, sendo elas:</p><p>“ • Respire lenta e profundamente algumas vezes. Pense que você é</p><p>superior ao medo, que sabe o conteúdo que irá apresentar.</p><p>• Não estimule o nervosismo. Não fumar, não roer unhas, não cruzar</p><p>e descruzar braços e pernas e nem ficar se movimentando de um</p><p>lado para o outro. Mantenha uma atitude tranquila ao seu corpo.</p><p>• Assuma uma postura física firme e decidida. Cabeça alta, coluna</p><p>reta, peito erguido, olhar e passos firmes sem hesitação, semblante</p><p>tranquilo e alegre. O conjunto demonstrará autoconfiança.</p><p>• Esqueça a avaliação alheia. Seja você mesmo. Preocupe-se na imagem</p><p>que deve transmitir e em ser compreendido (NOELIA, 2010, p.11).</p><p>Você, também, pode utilizar as seguintes recomendações, conforme Anderson</p><p>(2016), para minimizar o medo de falar em público ou a um grande público:</p><p>■ Use o medo como motivação. O medo fará você se comprometer, de</p><p>verdade, a ensaiar a palestra quantas vezes forem necessárias. Sua segu-</p><p>rança vai aumentar, o medo vai diminuir, e a palestra será melhor.</p><p>■ Deixe seu corpo ajudar. Antes de subir ao palco, respire fundo, como</p><p>na meditação. O oxigênio acalma. Inspire fundo, pelo diafragma, e deixe</p><p>o ar sair devagar. Repita três vezes. Se estiver fora da vista do público e</p><p>sentir a tensão tomar conta do corpo, convém experimentar exercícios</p><p>físicos mais vigorosos.</p><p>■ Beba água. A pior parte do nervosismo é quando a adrenalina suga toda</p><p>a água da sua boca e você começa a sentir dificuldade para falar. Controlar</p><p>a adrenalina é o melhor antídoto, mas se hidratar, também, é.</p><p>■ Evite o estômago vazio. O estômago vazio pode aumentar a ansiedade.</p><p>Coma algo leve, mais ou menos, uma hora antes de subir ao palco e/ou</p><p>tenha à mão uma barrinha de proteína.</p><p>■ Lembre-se do poder da vulnerabilidade. O público recebe bem ora-</p><p>dores nervosos, sobretudo quem reconhece a situação.</p><p>■ Procure “amigos” na plateia. Se encontrar três ou quatro, em pontos</p><p>diferentes da plateia, dirija a eles sua palestra, olhando de um para outro.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>150</p><p>■ Tenha um plano B. Se estiver achando que as coisas podem dar errado,</p><p>planeje algumas jogadas alternativas.</p><p>■ Concentre-se no que está dizendo. Escrever, isto é importante nas ano-</p><p>tações — é excelente.</p><p>Formatos de apresentações</p><p>O modelo tradicional das apresentações pode ser substituído por outros tipos.</p><p>Como dissemos, a atual geração está mais propensa a aceitar novidades e, até</p><p>mesmo, as gerações mais antigas, também, têm essa predisposição para o novo.</p><p>Assim, você pode utilizar a sua criatividade e inovar na maneira de realizar as</p><p>suas apresentações.</p><p>Em uma palestra sobre a necessidade de dar prosseguimento à luta pelo desarmamento</p><p>nuclear, o orador pegou uma única ervilha seca, exibiu-a para a plateia e falou: “Quero</p><p>que vocês imaginem que isto aqui é uma arma termonuclear, uma bomba de hidrogênio.</p><p>É mil vezes mais poderosa do que a bomba de Hiroshima.” Dito isso, atirou a ervilha num</p><p>grande balde de metal ligado a um microfone. O silvo estridente produzido pela queda e</p><p>pelos quiques da ervilha foi assustadoramente alto. Daí ele perguntou: “E quantas ogivas</p><p>termonucleares vocês imaginam que existam hoje na Terra?” Uma pausa. “Trinta. Mil.”</p><p>Sem mais uma só palavra, ele estendeu a mão e pegou um saco de ervilhas secas, as quais</p><p>arremessou no balde, primeiro uma a uma, depois em torrente. O som foi ensurdecedor,</p><p>aterrorizante. Todos na sala entenderam de maneira profunda, visceral, porque o assunto</p><p>era importante.</p><p>Fonte: Anderson (2016 p. 170).</p><p>explorando Ideias</p><p>Você pode se valer de acessórios dramáticos; Anderson (2016) recorda de uma</p><p>palestra sobre malária em que Bill Gates, como palestrante, soltou uma nuvem</p><p>de mosquitos e disse brincando: “Não há motivo algum para que só os pobres</p><p>vivam esta experiência.” No entanto o autor recomenda que ao utilizar acessórios</p><p>dramáticos, “tenha cuidado. E não deixe de ensaiar o número em condições reais”</p><p>(ANDERSON, 2016, p. 170).</p><p>Telas panorâmicas são outra possibilidade para realizar apresentações. Se você</p><p>tiver condições e recursos, pode preparar telões de maneira que sua apresentação</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>151</p><p>4</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>MERCADOLÓGICA</p><p>utilize “múltiplas versões da mesma imagem, fotografias panorâmicas espetacu-</p><p>lares e linhas ousadas de texto que se estendem por trinta metros de cada lado</p><p>do palestrante. A sensação cinética é inacreditável” (ANDERSON, 2016, p. 171).</p><p>A estimulação multissensorial é outro recurso muito bacana para ser utiliza-</p><p>do em apresentações. Aromatizar as apresentações, distribuir amostras, envolver</p><p>a plateia com as sensações pode ter um resultado muito satisfatório. O podcasting</p><p>é um elemento de comunicação desta geração moderna. Desenvolvido para a</p><p>Internet, apesar de usar elementos do rádio, pode ser uma boa maneira de realizar</p><p>uma palestra ao produzir um podcasting ao vivo. Roman Mars, guru do design</p><p>e apresentador do podcast 99% Invisible, realizou toda uma palestra sentado</p><p>como se estivesse apresentando o seu programa de podcast ao vivo (ANDER-</p><p>SON, 2016). Na verdade, como disse anteriormente, deixe a sua criatividade agir</p><p>e liberte-se dos modelos tradicionais de apresentação. O importante é sentir-se</p><p>seguro no formato de apresentação que deseja realizar e divirta-se falando para</p><p>o seu público.</p><p>A SOAP é uma empresa que cria apresentações por encomenda. Nesta palestra, o seu</p><p>fundador mostra uma maneira diferente de falar em público. Assista em: https://www.</p><p>youtube.com/watch?v=38YnJzIYqTI</p><p>conecte-se</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>152</p><p>Sempre que você está à frente de uma plateia, isso faz com que você seja o centro</p><p>das atenções. E, apesar das pessoas estarem ali para ouvir o que você tem a falar,</p><p>é necessário tomar alguns cuidados com a maneira com a qual você conduz a</p><p>sua apresentação e o tipo de assunto que será discutido. Outro ponto que merece</p><p>destaque é o fato de que, com o passar do tempo, em que você for se sentindo</p><p>mais seguro ao ir adquirindo experiência para falar em público, pode acontecer</p><p>de “baixar a guarda” e correr riscos desnecessários. Por isso, é muito importante</p><p>tomar certos cuidados em suas apresentações. Um dos cuidados a ser tomado</p><p>é a utilização de piadas. Falamos, na aula anterior, que fazer a plateia rir é uma</p><p>boa estratégia para entrar em sintonia e melhorar o seu desempenho durante a</p><p>apresentação, no entanto nem toda piada que você acha engraçada poder agradar</p><p>a todo mundo. Anderson (2016, p. 54) explica que “o humor ineficaz é pior do</p><p>que a falta de humor. É quase certo que contar uma piada tirada da internet será</p><p>um tiro no pé. [...] Você precisa de histórias engraçadas, porém reais, diretamente</p><p>relacionadas ao assunto abordado”. Sem contar que o mundo mudou e certos</p><p>temas de piadas que possam envolver gênero, raça e deficiências, que, há trinta</p><p>anos, eram muito utilizadas, nos dias atuais são proibidas. Se realmente for se</p><p>valer desse recurso, o ideal é seguir essas orientações:</p><p>“ 1. Conte casos relevantes para o assunto abordado, casos em que o</p><p>humor seja natural.</p><p>2. Tenha pronto um comentário engraçado para o caso de trocar</p><p>as palavras, o vídeo não rodar ou o controle remoto não funcionar.</p><p>3. Faça graça com suas imagens. Também se pode conseguir humor</p><p>pelo contraste entre o que está sendo dito e o que é mostrado.</p><p>4. Use a sátira, dizendo o oposto do que quer expressar e revelando</p><p>depois sua intenção.</p><p>5. Se houver um momento para o riso, você precisa lhe dar a chance</p><p>de acontecer.</p><p>6. Se você não é uma pessoa engraçada, não tente ser no palco. Teste</p><p>seu humor com a família ou os amigos (ANDERSON, 2016, p. 54).</p><p>O vocabulário a ser utilizado, na apresentação, também, merece cuidado. Antes</p><p>de iniciar a sua palestra, é importante que você tenha uma ideia do perfil do seu</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>153</p><p>público, justamente, para que seja possível ajustar o vocabulário que irá utilizar</p><p>na sua apresentação de maneira que fique fácil o entendimento pelas pessoas que</p><p>irão lhe assistir. De nada adianta você fazer uma palestra com palavras bonitas ou</p><p>diferentes se as pessoas não estiverem acostumadas com tais termos. Utilize uma</p><p>linguagem simples, entretanto linguajar simples é diferente de gírias, palavrões ou</p><p>termos vulgares. A ideia, aqui, é utilizar um vocabulário que seja simples, prático,</p><p>objetivo e confortável, e que facilite a maneira como você se comunica e se projeta</p><p>de modo sempre positivo. Muitas pessoas reclamam que não possuem um bom</p><p>vocabulário. É muito comum ouvir dizerem que sabem o que querem falar, mas</p><p>não sabem qual palavra usar. Para resolver isso, só existe uma maneira: Ler. Leia</p><p>jornais, revistas, livros dos mais diversos assuntos, justamente, para enriquecer</p><p>o seu vocabulário. Outra estratégia que pode ajudar no desenvolvimento do seu</p><p>vocabulário é assistir filmes com legenda.</p><p>Assunto</p><p>Em relação ao assunto da palestra, é importante que seja do seu domínio. Cuidado</p><p>ao entrar em temas que não são de seu pleno conhecimento, principalmente, em</p><p>plateias das quais você não conhece o público. A chance de você encontrar pes-</p><p>soas com maior conhecimento do que você é grande, e isso pode ser um problema</p><p>caso você não saiba como improvisar e sair dessa situação. De qualquer forma,</p><p>a honestidade e a sinceridade sempre serão as melhores formas de agir em uma</p><p>situação como essa. Não sabe, diga! Encontrou alguém que sabe mais do que você,</p><p>agradeça a oportunidade de ter aprendido algo novo. Assim, não vá participar de</p><p>palestras cujo tema não seja do seu domínio. Evite temas polêmicos. As pessoas</p><p>dizem que “política e religião não se discutem”, nós discordamos, acreditamos</p><p>que esses são temas que merecem, sim, serem debatidos, no entanto existem hora</p><p>e local apropriado para se fazer isso. Em um mundo tão polarizado, colocar-se</p><p>em uma situação de evidência, ou seja, estar em um palco apresentando seus</p><p>conhecimentos sobre qualquer tipo de assunto, deve-se ter cuidado para evitar</p><p>entrar nesses tipos de assuntos tão polêmicos, pois, caso contrário, é pedir para</p><p>arrumar confusão. Caso o tema surja e você perceber que não é o local apropriado</p><p>ou a plateia não é receptiva, o recomendado é que se evite entrar nesse tipo de</p><p>discussão. Agora, se você é um especialista no assunto e foi convidado, justamente,</p><p>para falar sobre esses temas, é diferente. Do contrário, todo cuidado é pouco.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>154</p><p>Voz</p><p>A voz é, talvez, a principal ferramenta de apresentação de um bom orador e, por</p><p>isso, é necessário que se tenha um certo cuidado com a voz. Carneiro (2017, p. 27)</p><p>Explica que a voz tem três funções: de representação, de expressão e de apelo, ou seja:</p><p>“ Voz com função de representação – conta alguma coisa: tristeza,</p><p>alegria, serenidade, companheirismo;</p><p>Voz com função de expressão – revela algo a respeito do orador</p><p>extrovertido ou introvertido;</p><p>Voz com função de apelo – deseja e provoca a reação da plateia,</p><p>pois interage com ela.</p><p>Além dessas três funções, o autor cita, também, alguns defeitos da voz que pre-</p><p>cisamos ter cuidado:</p><p>“ Voz fraca – é aquela que ninguém ouve e não consegue sequer</p><p>chegar ao fundo de uma sala;</p><p>Voz monótona – usa o mesmo tom de voz o tempo todo. Esse</p><p>tipo de voz dá sono, bota sono nisso;</p><p>Voz nasal – o jato de voz tem que sair da boca e não do nariz.</p><p>nasalada conforme algumas palavras não dão para ser enten-</p><p>didas, pois não tem como compreender as terminações. Fica</p><p>tudo misturado;</p><p>Voz estridente – é aquela voz clara demais e exageradamente</p><p>brilhante, que provoca desconforto e irritabilidade no público</p><p>(CARNEIRO, 2017, p. 27).</p><p>Falar baixo, também, pode ser um problema, cuidado com o tom de voz. Se achar</p><p>necessário, consulte um fonoaudiólogo, pois, de qualquer forma, ter cuidado com</p><p>a voz é importante.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>155</p><p>Para que você desenvolva uma voz com qualidade, é importante estar atento ao</p><p>ritmo da sua fala; por isso, é necessário prestar atenção na pronúncia correta das</p><p>palavras, sempre alternando a altura da voz e da velocidade da fala, para evitar</p><p>um tom monótono e uníssono. Fique atento e preste atenção se você tem algum</p><p>desses problemas de dicção das palavras:</p><p>“ Hipertese – transposição de som de uma sílaba para outra da mes-</p><p>ma palavra: trigue (tigre), drento (dentro).</p><p>Metáfase – transposição de som dentro</p><p>de uma mesma sílaba:</p><p>troce (torce), proque (porque).</p><p>Rotacismo – é troca do L por R: crássico (clássico), Cráudia</p><p>(Cláudia), bicicreta (bicicleta), Arri (Ari).</p><p>Lambdacismo – é troca do R pelo L: talde (tarde), folte (forte).</p><p>Expressividade da fala – Cada palavra ou frase possui suas</p><p>sílabas ou palavras mais importantes: sabiá, sabia, sábia.</p><p>Intensidade da voz – Não podemos falar aos berros para um</p><p>pequeno auditório, bem como não podemos falar aos sussur-</p><p>ros para uma multidão (CARNEIRO, 2017, p. 30).</p><p>Você sabia que a maçã é excelente para limpar a sua garganta? Ao ser engolida, ela raspa</p><p>a superfície da garganta, evitando que a saliva grossa chegue no local onde a voz é produ-</p><p>zida. Além disso, mastigar essa fruta serve como aquecimento para a voz. Então, antes de</p><p>uma apresentação, se puder, coma uma maçã.</p><p>pensando juntos</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>156</p><p>Faça, também, exercícios diários de leitura em voz alta com duração de dois mi-</p><p>nutos. Pegue qualquer texto, o importante é ler. Se puder, grave para ouvir depois.</p><p>Muitas pessoas não gostam de ouvir a sua própria voz. Procure ouvir o que você</p><p>está falando para ir se aprimorando. Leia também, em voz alta, com objetos pre-</p><p>sos entre os dentes, mordendo um lápis ou uma caneta. Esses exercícios ajudam</p><p>muito a melhorar a dicção.</p><p>Corpo</p><p>Além dos cuidados com a voz, é importante cuidar da expressão corporal durante</p><p>suas apresentações. Essa expressão tem papel fundamental durante uma palestra. É</p><p>importante estar atento ao corpo, porque é muito comum a boca dizer uma coisa</p><p>e o corpo falar outra. Por isso, cuide da postura física, dos movimentos e do seu</p><p>senso de espaço. Durante a apresentação, ficar parado como um robô, ou se mover</p><p>como um zumbi, trará consequências muito desagradáveis para você e para a sua</p><p>imagem, além de incomodar a plateia. Por outro lado, mover-se como um ginasta,</p><p>Exercícios para melhorar a voz e dicção</p><p>1. Respiração: inspirar profundamente, sempre pelo nariz, retendo o ar no diafragma por</p><p>5 segundos, depois soprar. Depois repetir mantendo o ar por 10, 20 e 30 segundos, até</p><p>aproximadamente 1 minuto.</p><p>2. De língua – movimentar a língua, nos mais diversos sentidos.</p><p>3. De palato – tossir, bocejar, gargarejar</p><p>4. De mandíbula – abrir e fechar rapidamente movimentar da direita para esquerda e</p><p>vice-versa a mandíbula; mastigar o ar; vibração da língua e dos lábios.</p><p>5. Dicção – repetir 3 vezes os seguintes encontros vocálicos:</p><p>AE, EA, IA, AO, UA;</p><p>AI, EI, IE, OE, EU;</p><p>AO, EO, IO, OI, UI;</p><p>AU, EU, IU, OU, UO;</p><p>6. Falar sem titubear até 10: “um prato de trigo para um tigre, dois pratos de trigo para</p><p>dois tigres, três pratos de trigo para três tigres, etc.</p><p>Fonte: Carneiro (2017, p. 31).</p><p>explorando Ideias</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>157</p><p>saltando para todos os lados, também é errado. Por</p><p>isso, cuidado com a maneira como você utiliza o</p><p>seu corpo durante a apresentação, é importante que</p><p>você se movimente e gesticule enquanto faz sua pa-</p><p>lestra, mas vá com calma, utilize gestos moderados.</p><p>Aqui, é melhor pecar pela falta do que pelo excesso.</p><p>Uma boa posição corporal, durante uma apresen-</p><p>tação, é manter a ponta do queixo e o pescoço em</p><p>um ângulo de 90º. A posição dos pés, também, deve</p><p>estar de maneira que suporte todo peso do corpo</p><p>(imagine sentar-se em um banco alto sentindo todo</p><p>o peso do corpo nos calcanhares, com os joelhos,</p><p>levemente, flexionados). Se a sua apresentação for</p><p>feita sentado, cuide para ficar sentado de maneira</p><p>que os pés fiquem apoiados no chão e mantenha as</p><p>costas retas, levemente, apoiadas no encosto da ca-</p><p>deira, de modo que os joelhos formem um ângulo</p><p>de 90º. Quando for se movimentar, cuide para que</p><p>os ombros e os quadris estejam alinhados. Mante-</p><p>nha, sempre, o corpo relaxado, mas não desleixado.</p><p>A cabeça deve estar, sempre, reta para mostrar con-</p><p>fiança, e o olhar deve, sempre, direcionar-se para</p><p>onde deseja projetar a sua voz, ou seja, olhe para</p><p>onde ou para quem você está falando. A maneira</p><p>como você se apresenta também faz toda a diferen-</p><p>ça; por isso, tome cuidado para não ser um orador</p><p>morno, do tipo que fala sem entusiasmo. Esteja vi-</p><p>brando com a sua palestra, demonstre vivacidade,</p><p>pois, do contrário, será muito difícil envolver o seu</p><p>público. O tema oratória é muito vasto e não ter-</p><p>mina aqui. A ideia foi lhe apresentar os principais</p><p>conceitos, mas, se você, realmente, estiver disposto</p><p>(a) a investir no aprendizado para falar em público,</p><p>esse material é mais do que suficiente. De qualquer</p><p>forma, o importante, agora, é praticar. Só aprende a</p><p>falar em público quem fala em público.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>4</p><p>158</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Chegamos ao final da unidade. Foi uma bela aventura, não acha? Discutir sobre</p><p>oratória é sempre emocionante, particularmente, temos profundo apreço por esse</p><p>tema e espero ter conseguido ajudar você a encontrar o melhor caminho para se</p><p>desenvolver nesta área. Afinal, saber falar em público, hoje, é mais do que uma</p><p>necessidade, é um diferencial, e foi justamente por isso que começamos a unidade</p><p>tratando sobre a importância da oratória e apresentando os principais elementos</p><p>e conceitos desta área de estudo. Saber sobre a arte da oratória é um passo muito</p><p>importante para desenvolver sua capacidade de comunicação.</p><p>Na sequência, trabalhamos as habilidades necessárias para se tornar um bom</p><p>orador. Ser pessoal, manter contato visual, mostrar-se vulnerável, usar o humor,</p><p>ter cuidado com o ego e utilizar histórias são artifícios que, quando bem utiliza-</p><p>dos, irão, com certeza, ajudar você a fazer uma apresentação de sucesso.</p><p>Posteriormente, discutimos os desafios do orador na era da interconecti-</p><p>vidade. Como um mundo tão tecnológico pode afetar a maneira das pessoas</p><p>realizarem suas apresentações em público? Para responder a esta indagação, foi</p><p>tratado de maneira sucinta a respeito das diferenças entre as gerações baby boo-</p><p>mers, X e Y, introduzindo, na sequência, o tema “novas maneiras de comunicação”,</p><p>utilizadas em tempos tecnológicos, como as redes sociais. Por fim, na última aula</p><p>desta unidade, abordamos os cuidados que o orador deve tomar quando estiver</p><p>realizando as suas apresentações. Aqui, achamos interessante não só apontar o</p><p>que não se deve fazer, mas, sim, como cuidar em relação ao assunto, a voz e o</p><p>corpo. Elementos muito importantes em qualquer apresentação. Desejo muito</p><p>sucesso e muitas apresentações para você a partir de agora!</p><p>159</p><p>na prática</p><p>1. A construção da arte da oratória depende da junção de três componentes: o ora-</p><p>dor, o auditório e o meio de comunicação. Diante dessa informação, relacione os</p><p>componentes da oratória com as suas definições:</p><p>I - orador</p><p>II - auditório</p><p>III - meio de comunicação</p><p>( ) Na maioria das vezes, por estarem na ex-</p><p>pectativa de obterem informações, a re-</p><p>ceptividade tende a ser favorável.</p><p>( ) O ethos se liga à imagem que a pessoa pas-</p><p>sa de si mesmo, as demais pessoas irão</p><p>decidir segui-lo ou refutá-lo.</p><p>( ) Maneira como a mensagem é transmitida.</p><p>Agora, assinale a alternativa com a sequência correta da classificação realizada:</p><p>a) I, II, III.</p><p>b) II, I, III.</p><p>c) III, II, I.</p><p>d) I, III, II.</p><p>e) III, I, II.</p><p>2. Muitas pessoas acreditam que, para falar em público, é necessário ter um dom es-</p><p>pecial. Isso não é verdade, é uma fantasia criada, possivelmente, para justificar suas</p><p>possíveis dificuldades. Para falar em público é necessário muito estudo e dedicação.</p><p>Assim, analise as afirmações a seguir:</p><p>I - Para falar bem em público é necessário que o orador detenha conhecimento</p><p>de si mesmo, do assunto e dos ouvintes;</p><p>II - Apenas os oradores não preparados irão experimentar algumas sensações</p><p>desagradáveis, como ansiedade, medo, temor, inibição, insegurança, gagueira;</p><p>III - O orador sempre irá, em sua fala, expor o seu prestígio e a sua imagem, simples-</p><p>mente, por causa da impossibilidade de dizer tudo o que se propõe;</p><p>IV - O orador está em busca de ser reconhecido pelo outro para constituir-se; por</p><p>uma necessidade de pertencer a um determinado grupo;</p><p>160</p><p>na prática</p><p>As</p><p>afirmações I, II, III e IV são, respectivamente:</p><p>a) V, V, V, V.</p><p>b) F, V, F, V.</p><p>c) V, F, V, V.</p><p>d) F, F, V, V.</p><p>e) V, V, F, F.</p><p>3. O ato de falar em público é muito semelhante a uma conversação. Um adulto comum</p><p>passa em torno de 30% de seu tempo ativo conversando, isso significa que você,</p><p>sem perceber, já possui uma série de habilidades de oratória e as pratica enquanto</p><p>conversa com outras pessoas. Diante disso, analise as afirmações a seguir.</p><p>I - O bom orador deve saber como organizar seus pensamentos de forma lógica.</p><p>II - Em uma apresentação, é importante evitar que a sua mensagem seja adaptada</p><p>ao público.</p><p>III - Contar histórias é algo que precisa ser evitado em apresentações. As pessoas</p><p>estão interessadas em conhecimento.</p><p>IV - O orador deve aprender a adaptar-se ao feedback do ouvinte.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) I e IV, apenas.</p><p>c) I, II e III, apenas.</p><p>d) III e IV, apenas.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>4. Grande parte das pessoas sente dificuldade para falar em público e isso pode ser</p><p>resultado da timidez. Diante dessa informação, analise as informações a seguir.</p><p>a) A timidez é o maior obstáculo que se antepõe ao exercício de qualquer profissão.</p><p>b) A timidez pode ser resultado de uma educação castradora ou protetora em</p><p>demasia.</p><p>c) O excessivo amor próprio pode ser consequência de uma timidez.</p><p>d) A timidez pode causar ausência de força de vontade.</p><p>161</p><p>na prática</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) I e II, apenas.</p><p>c) I, II e III, apenas.</p><p>d) III e IV, apenas.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>5. Sempre que o orador estiver à frente de uma plateia, isso faz com que ele seja o</p><p>centro das atenções. E, apesar das pessoas estarem, ali, para ouvi-lo, é necessário</p><p>tomar alguns cuidados com a maneira como será conduzida a apresentação e o</p><p>tipo de assunto que será discutido. A este respeito, analise as asserções a seguir e</p><p>observe a relação proposta entre elas:</p><p>I - É necessário tomar cuidado ao entrar em temas que não são de pleno conhe-</p><p>cimento do orador, principalmente, em plateias das quais não se conhece o</p><p>público.</p><p>Porque</p><p>II - A chance de encontrar pessoas com maior conhecimento do que o orador é</p><p>grande, mas isso pode não ser um problema caso ele esteja no meio da apre-</p><p>sentação.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.</p><p>b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa</p><p>da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são proposições falsas.</p><p>162</p><p>na prática</p><p>A ERA DO CONHECIMENTO</p><p>Em seu livro Anderson (2016) conta sobre o impacto da inovação tecnológica na vida</p><p>das pessoas. Segundo o autor, muitos de nossos pressupostos sobre a importância</p><p>e a finalidade do conhecimento e o modo de adquiri-lo — inclusive a estrutura de</p><p>todo o nosso sistema educacional — são sobras da Era Industrial. Nessa época, a</p><p>chave do êxito de uma empresa ou país estava em desenvolver ampla capacidade de</p><p>produzir bens físicos. Isso exigia enormes conhecimentos em várias áreas especiali-</p><p>zadas: a geologia, necessária para localizar e extrair carvão e petróleo; a engenharia</p><p>mecânica, para construir e operar máquinas em escala industrial; a química, para</p><p>produzir com eficiência uma grande quantidade de materiais; e assim por diante.</p><p>A economia do conhecimento requer algo diferente. Cada vez mais, o conhecimen-</p><p>to especializado, tradicionalmente dominado por seres humanos, vem sendo assumi-</p><p>do por computadores. O petróleo não é mais localizado por geólogos, mas por soft-</p><p>wares que analisam uma vasta quantidade de dados geológicos em busca de padrões</p><p>recorrentes. Hoje, os melhores engenheiros civis não precisam calcular a mão as ten-</p><p>sões e deformações de um novo edifício; modelos computacionais ocupam-se disso.</p><p>Praticamente todas as profissões foram afetadas. Eu assisti a uma demonstração</p><p>do sistema cognitivo IBM Watson. Seu objetivo era diagnosticar um paciente que</p><p>apresentava seis sintomas específicos. Enquanto médicos coçavam a cabeça e pe-</p><p>diam uma série de exames para obter mais dados, o Watson, em poucos segundos,</p><p>leu quatro mil trabalhos de pesquisa recentes e relevantes, aplicou algoritmos de</p><p>probabilidade a cada sintoma e concluiu, com 80% de certeza, que o paciente sofria</p><p>de uma enfermidade rara da qual apenas um dos médicos tinha ouvido falar.</p><p>Nesse ponto, as pessoas começam a se sentir deprimidas. Começam a fazer per-</p><p>guntas como: “Num mundo em que as máquinas rapidamente se tornam superinte-</p><p>ligentes em qualquer tarefa especializada a que as submetemos, para que servem</p><p>os seres humanos?”</p><p>É uma pergunta importante. E a resposta dá o que pensar.</p><p>Para que servem os seres humanos? Os seres humanos servem para ser mais</p><p>humanos do que jamais fomos. Mais humanos na forma como trabalhamos. Mais</p><p>163</p><p>aprimore-se</p><p>humanos naquilo que aprendemos. E mais humanos no modo como dividimos esse</p><p>saber uns com os outros.</p><p>Nossa enorme oportunidade para o amanhã consiste em ascender. Ascender</p><p>acima de nossa longa história de utilizar conhecimentos especializados para realizar</p><p>tarefas repetitivas. Seja o trabalho estafante de colher arroz entra ano, sai ano, ou a</p><p>monótona tarefa de montar um produto numa linha de produção, a maioria dos se-</p><p>res humanos, durante a maior parte da história, tem ganhado seu sustento fazendo</p><p>repetidamente as mesmas coisas.</p><p>Nosso futuro não será mais assim. Tudo o que puder ser automatizado ou calcu-</p><p>lado acabará sendo. Bom, nós podemos temer essa situação ou podemos aceitá-la e</p><p>aproveitar a chance para descobrir um caminho mais rico para uma vida plena. Como</p><p>será esse caminho? Ninguém sabe ao certo. No entanto, ele provavelmente incluirá:</p><p>Mais pensamento estratégico sobre sistemas. As máquinas se encarregarão do</p><p>trabalho pesado, mas nós teremos de definir a melhor forma de fazê-las atuar de</p><p>forma eficiente umas com as outras.</p><p>Mais inovação. Diante das imensas possibilidades criadas por um mundo interco-</p><p>nectado, quem for capaz de realizar uma inovação genuína terá enormes vantagens.</p><p>Mais criatividade. Os robôs realizarão muitas atividades que hoje cabem a nós,</p><p>o que levará a uma explosão na procura de criatividade humana, seja na área de</p><p>invenções técnicas, design, música ou artes.</p><p>Mais utilização de valores exclusivamente humanos. Os serviços pessoais flores-</p><p>cerão, desde que as qualidades humanas inerentes a eles sejam cultivadas. Será</p><p>possível criar um barbeiro robótico, mas será que o serviço prestado por ele substi-</p><p>tuirá a conversa prazerosa de um hábil profissional que às vezes age também como</p><p>terapeuta? Duvido. O médico do futuro talvez possa solicitar a genialidade do siste-</p><p>ma Watson para ajudá-lo em diagnósticos, mas isso deve lhe permitir dedicar mais</p><p>tempo a compreender de verdade as circunstâncias humanas de seus pacientes.</p><p>Se uma parte disso tudo se concretizar, provavelmente exigirá um tipo de conhe-</p><p>cimento bem diferente daquele que a Era Industrial nos impunha.</p><p>Fonte: Anderson (2016, p. 185-187).</p><p>164</p><p>aprimore-se</p><p>Ted Talks. O Guia Oficial do Ted Para Falar em Público</p><p>Autor: Chris Anderson.</p><p>Editora: Intrínseca.</p><p>Sinopse: desde que assumiu o comando do TED, em 2001, Chris</p><p>Anderson tem mostrado o poder que as palestras curtas, francas</p><p>e, cuidadosamente, elaboradas do programa têm de comparti-</p><p>lhar conhecimento, despertar empatia, gerar empolgação e pro-</p><p>mover sonhos. Feita de maneira certa, uma apresentação é capaz de eletrizar um</p><p>auditório e transformar a visão de mundo da plateia — seu impacto pode ser mais</p><p>poderoso que o de qualquer informação escrita.</p><p>Comentário: esse livro explica como alcançar o feito de produzir uma fala marcan-</p><p>te. Não há uma fórmula, já que nenhum discurso deve ser igual a outro. Contudo</p><p>existem ferramentas que podem garantir o desempenho de qualquer orador.</p><p>livro</p><p>O Discurso do Rei</p><p>Ano:</p><p>2010</p><p>Sinopse: desde os 4 anos, George (Colin Firth) é gago. Este é um</p><p>sério problema para um integrante da realeza britânica, que, fre-</p><p>quentemente, precisa fazer discursos. George procurou diversos</p><p>médicos, mas nenhum deles trouxe resultados eficazes. Quando</p><p>sua esposa, Elizabeth (Helena Bonham Carter), leva-o até Lionel</p><p>Logue (Geoffrey Rush), um terapeuta de fala, de método pouco</p><p>convencional, George se sente desesperançoso. Porém Lionel se coloca de igual</p><p>para igual com George e atua, também, como seu psicólogo, de forma a tornar-se</p><p>seu amigo. Seus exercícios e métodos fazem com que George adquira autocon-</p><p>fiança para cumprir o maior de seus desafios: assumir a coroa, após a abdicação</p><p>de seu irmão David (Guy Pearce).</p><p>filme</p><p>165</p><p>eu recomendo!</p><p>TED (Technology, Entertainment, Design) foi fundado em 1984 com o objetivo de</p><p>convidar conferencistas das áreas de tecnologia, entretenimento e designer para</p><p>realizarem palestras de até 25 minutos. Com o sucesso do modelo, hoje, o TED</p><p>realiza palestras nas mais diversas áreas e nos mais diversos idiomas. Confira o</p><p>Canal Ted Brasil:</p><p>https://www.youtube.com/channel/UCLzbgTjj2HFh9_lPJzKnZMA</p><p>conecte-se</p><p>5</p><p>ORATÓRIA</p><p>360 GRAUS</p><p>PLANO DE ESTUDO</p><p>A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Planejamento da apresentação</p><p>• Abertura e fechamento • Estratégias de condução • Recursos audiovisuais.</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>Explicar os principais parâmetros para elaborar uma boa apresentação • Discutir sobre a abertura e fe-</p><p>chamento de apresentações • Apresentar as estratégias de condução em uma apresentação • Conhecer</p><p>os recursos audiovisuais para serem utilizados em uma apresentação.</p><p>PROFESSOR</p><p>Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá aluno(a), nesta unidade, discutiremos a elaboração das apresenta-</p><p>ções. Para isso, começaremos com o planejamento da apresentação: tra-</p><p>balharemos a importância de elaborar um bom planejamento, levando</p><p>em consideração o perfil do público; depois, abordaremos a disposição</p><p>do local onde será realizada a apresentação e, na sequência, a otimização</p><p>dos recursos disponíveis. Será, também, objeto de estudo, nesta unidade, a</p><p>importância da elaboração de um bom roteiro para sua apresentação, que</p><p>leve em consideração o tema e o contexto a ser discutido, além do figurino.</p><p>É importante tratar da sua preparação mental e emocional antes e durante</p><p>a apresentação!</p><p>Assim, na sequência, trabalharemos a abertura e o fechamento de uma</p><p>apresentação, visto que é muito importante que você tenha uma abertura</p><p>para a sua apresentação, pois ela funcionará, também, para criar sintonia</p><p>com o público. Da mesma forma, o fechamento da apresentação é im-</p><p>portante, pois é, a partir dele, que a sua palestra será consagrada. Assim,</p><p>discutiremos sobre as melhores maneiras de fechar uma palestra.</p><p>As estratégias de condução de uma apresentação são fundamentais</p><p>para que você possa garantir a atenção da plateia durante todo o evento.</p><p>Valer-se de recursos narrativos, utilizando a linguagem de storytelling, são</p><p>excelentes ferramentas que contribuem para melhorar as explicações, além</p><p>de outros recursos que podem ser utilizados, como o teatro e as dinâmi-</p><p>cas de grupo. Por fim, encerraremos a unidade trazendo alguns recursos</p><p>audiovisuais e explicações sobre a utilização de vídeos, imagens e fotos</p><p>que irão contribuir para a qualidade da sua apresentação, melhorando a</p><p>expectativa da plateia em ter participado de um grande evento. Você é</p><p>nosso convidado para caminharmos juntos nessa aventura e desvendar</p><p>as nuances para a preparação e execução de uma grande apresentação.</p><p>Sucesso e vamos juntos!</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>168</p><p>1</p><p>PLANEJAMENTO DA</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Estar à frente de uma plateia, você concorda comigo que este é um desafio dos</p><p>grandes? Já falamos muito a respeito dessa questão do medo, não é? Falar em</p><p>público é desafiador, mas traz muita satisfação. Imagine que existe uma sala com</p><p>muitas pessoas, cheias de expectativas, aguardando você para lhes contar suas</p><p>experiências ou conhecimentos sobre determinado assunto. Só isso já é motivo</p><p>de orgulho, afinal, quantas pessoas têm essa oportunidade de ter um momento</p><p>para serem ouvidas e, de alguma forma, fazer a diferença na vida de alguém? É</p><p>muito boa a sensação, por isso, se você está com medo de enfrentar uma plateia,</p><p>enfrente-a e, como diz o ditado popular, vai com medo mesmo, pois a sensação</p><p>de ter superado o medo é outro grande benefício a ser conquistado!</p><p>Escolhendo o tema</p><p>Nas unidades anteriores, já falamos a respeito da importância do conhecimento.</p><p>Não dá para falar de assuntos dos quais não se tem conhecimento, isso é fato! Em</p><p>uma situação assim, a pessoa pode ser a melhor palestrante da face da Terra, pode</p><p>até falar bonito, com eloquência, mas falará bobagens e, em algum momento, as</p><p>pessoas perceberão isso. Portanto, nada substitui o seu conhecimento sobre o</p><p>tema a ser apresentado.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>169</p><p>A escolha do tema não deve ser um problema, até porque você, muito pro-</p><p>vavelmente, falará sobre o que conhece. Todavia, se porventura você, por algum</p><p>motivo, decidir apresentar algo do qual não seja do seu conhecimento, será pre-</p><p>ciso estudar e se preparar, mais ou menos, como acontece em trabalhos de escola</p><p>ou faculdade, nos quais os alunos são convidados a preparar apresentações sobre</p><p>certos assuntos, em atividades avaliativas, e, por isso, precisam estar muito bem</p><p>preparados. Preparar uma palestra é a mesma situação, a diferença é que seus</p><p>avaliadores serão a plateia, por isso, normalmente, a escolha do tema se dará</p><p>sob uma área a qual você seja um especialista, ou tenha certo conhecimento que</p><p>outras pessoas não têm.</p><p>Quando Barack Obama faz palestras em uma universidade, normalmente, fala sobre ci-</p><p>dadania global. [...] O mesmo ocorre com cidadãos comuns. Um médico é solicitado a</p><p>informar atletas sobre lesões no esporte; e um botânico fala sobre o que é necessário</p><p>para criar uma estufa.</p><p>Fonte: adaptado de Lucas (2014, p. 72).</p><p>conceituando</p><p>Mesmo que você seja o tipo de pessoa que sabe conversar sobre tudo, é impor-</p><p>tante ter a consciência de que saber sobre um assunto do qual você aprendeu,</p><p>por meio da leitura de revistas, jornais, programas de TV ou Internet, é muito</p><p>diferente de ter conhecimento científico sobre esse mesmo assunto, ou seja, o</p><p>conhecimento que é adquirido, por meio de anos de estudos, realizações de cur-</p><p>sos, treinamentos, entre outros meios. Observe, acadêmico, que, muitas vezes, o</p><p>conhecimento que se tem de alguns assuntos é superficial. Lucas (2014, p. 72)</p><p>explica que “as pessoas falam com maior desenvoltura de temas que têm maior</p><p>afinidade”, neste sentido, quando você estiver pensando sobre que tipo de tema</p><p>falar em suas apresentações, busque inspiração nos seus conhecimentos e expe-</p><p>riências de vida. Todas as pessoas têm algo a ser dito e que pode ser utilizado em</p><p>uma apresentação ou palestra, o importante é que esse “algo” tenha relação com o</p><p>tema da palestra, para que possa fazer sentido para os ouvintes. É possível, ainda,</p><p>acontecer de você ser convidado para falar sobre assuntos que não sejam do seu</p><p>domínio, e, caso isso aconteça, será necessária uma preparação um pouco maior.</p><p>Lucas (2014, p. 73) afirma que uma situação desse tipo, “seria uma oportunidade</p><p>perfeita para pesquisar sobre um tema fascinante e transformá-lo em uma pa-</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>170</p><p>lestra igualmente fascinante”. O autor complementa dizendo, também, que outra</p><p>possibilidade de situação que aconteça para oferta de palestras é “pensar em temas</p><p>a respeito dos quais você tenha opiniões e convicções firmes, como assuntos</p><p>nacionais ou internacionais sobre controle de armas ou mudanças climáticas”</p><p>(LUCAS, 2014 p.73), por exemplo.</p><p>Ferramentas para definição de temas</p><p>Tendo em vista a vasta possibilidade de escolha de temas, em caso de dificuldade</p><p>para definir um tema-chave para suas palestras, é possível se valer de algumas</p><p>ferramentas para ajudá-lo com isso, como o Brainstorming,</p><p>que é uma excelente</p><p>estratégia para ser adotada como ponto de partida. Primeiro realize um balan-</p><p>ço pessoal sobre suas experiências, interesses, hobbies, habilidades, crenças etc.,</p><p>anote tudo que você julgar pertinente, elaborando uma lista de onde seja possível</p><p>retirar um tema específico. Outra técnica conhecida é o agrupamento; nesse caso,</p><p>você deve dividir uma folha de papel em colunas, com algum itens, como: pessoas,</p><p>lugares, coisas, eventos, situações etc., e então, em cada uma das colunas, escrever</p><p>palavras que representam os itens. Veja o Quadro 1, que apresenta um exemplo</p><p>da técnica agrupamento:</p><p>Pessoas</p><p>Barack Obama</p><p>Hilary Clinton</p><p>Lady Gaga</p><p>Lugares</p><p>Afeganistão</p><p>Grand Canyon</p><p>Lua</p><p>Coisas</p><p>iPad</p><p>Twitter</p><p>TV 3D</p><p>Acontecimentos</p><p>Formatura</p><p>Páscoa</p><p>Ano novo chinês</p><p>Processos</p><p>Culinária indiana</p><p>Dívida em cartões</p><p>redação</p><p>Conceitos</p><p>Conservadorismo</p><p>Ética médica</p><p>Budismo</p><p>Fenômenos naturais</p><p>Asteroides</p><p>Relâmpagos</p><p>Enchentes</p><p>Problemas</p><p>Dívida nacional</p><p>Terrorismo</p><p>Eleições</p><p>Planos e políticas</p><p>Perfuração em alto</p><p>mar</p><p>Escolas</p><p>Casamentos</p><p>Quadro 1 - Exemplo de agrupamento de temas / Fonte: Lucas (2014, p. 74).</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>171</p><p>Observe, acadêmico (a), que, a partir dessa lista elabo-</p><p>rada, há a possibilidade de surgirem diversos temas de</p><p>seu interesse, assim, realize associações livres e refli-</p><p>ta sobre o que isso desencadeia em sua mente. Você</p><p>pode associar as colunas, como conceitos x fenôme-</p><p>nos naturais x problemas, e, a partir dessa associação,</p><p>criar um tema do tipo: dívida nacional em relação a</p><p>relâmpagos em função da ética médica. É claro que</p><p>isso é um exemplo, mas, se você for explorá-lo, não</p><p>acha que daria uma boa conversa? Para finalizar, faça</p><p>uma pesquisa na Internet bem como em biblioteca e</p><p>descubra se existe assunto a respeito desse tema que</p><p>você acabou de criar e boa sorte!</p><p>Objetivo</p><p>Tendo definido o tema, é necessário, agora, pensar no</p><p>objetivo. Por que você quer realizar essa apresentação?</p><p>Lucas (2014) diz que os objetivos de uma palestra, nor-</p><p>malmente, ocorrem para satisfazer duas necessidades:</p><p>informar ou persuadir. No caso de uma apresentação,</p><p>com o objetivo informativo, você deverá se colocar</p><p>como um professor ou palestrante de modo que possa</p><p>transmitir a informação de uma maneira clara, precisa</p><p>e interessante e, para isso, deve se preocupar em levar</p><p>informações das quais o público desconheça. Do con-</p><p>trário, quando o seu objetivo for persuadir, a postura</p><p>a ser adotada é de um defensor ou partidário, com</p><p>o intuito de apresentar informações que tenha como</p><p>função apoiar uma causa. Nesse caso, Lucas (2014, p.</p><p>76) recomenda que, ao tentar persuadir a sua plateia,</p><p>é necessário “fornecer informações, mas com objetivo</p><p>principal para convencer seus ouvintes de seu ponto</p><p>de vista – levá-los a acreditar em algo ou a fazer algo</p><p>em consequência de sua apresentação”.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>172</p><p>Uma boa estratégia para elaborar os seus objetivos é valer-se de um checklist,</p><p>como apresentado no Quadro 2:</p><p>Sim Não</p><p>1. Redigi o objetivo específico como uma frase completa com o</p><p>verbo no infinitivo?</p><p>2. O objetivo específico inclui uma referência ao público?</p><p>3. O objetivo específico está enunciado como uma afirmação, e</p><p>não como uma pergunta?</p><p>4. O objetivo específico não contém linguagem figurativa?</p><p>5. O objetivo específico contém um único tema?</p><p>6. O objetivo específico indica precisamente o que pretendo</p><p>concretizar com minha exposição?</p><p>7. O objetivo específico atende às exigências do que foi solicitado?</p><p>Para elaborar os seus objetivos, na ocasião de uma palestra, você pode:</p><p>Redigir uma sentença acerca do objetivo, como uma frase completa com o verbo no infinitivo.</p><p>Ineficaz: tecnologia 3D.</p><p>Mais eficaz: informar meu público sobre os três principais tipos de tecnologia 3D.</p><p>Expressar seu objetivo como uma afirmação.</p><p>Ineficaz: o que é Dia dos Mortos?</p><p>Mais eficaz: informar meu público sobre a história da celebração do Dia dos Mortos no</p><p>México.</p><p>Evitar linguagem figurativa na afirmação do objetivo.</p><p>Ineficaz: persuadir meu público de que a política universitária de estacionamento para os</p><p>alunos é péssima.</p><p>Mais eficaz: persuadir meu público de que a política universitária de estacionamento para</p><p>os alunos deve ser revista para oferecer mais vagas para os alunos antes das 17h00.</p><p>Limitar a sentença do objetivo a uma única ideia.</p><p>Ineficaz: persuadir meu público a se tornar tutor de alfabetização e a doar tempo à escola.</p><p>Mais eficaz: persuadir meu público a se tornar tutor de alfabetização e a doar tempo à escola.</p><p>Fonte: adaptado de Lucas (2014, p. 77-78)</p><p>quadro-resumo</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>173</p><p>8. O objetivo específico pode ser concretizado no espaço de</p><p>tempo designado para a palestra?</p><p>9. O objetivo específico é relevante para o público?</p><p>10. O objetivo específico aborda um tema importante?</p><p>11. O objetivo específico é adequado a um público não técnico?</p><p>Quadro 2 - Checklist para definir objetivo de apresentação / Fonte: Lucas (2014, p. 80).</p><p>Uma vez que você já tem definidos o tema e o objetivo da sua apresentação, o</p><p>próximo passo será definir a ideia central daquilo que deverá ser dito. A ideia</p><p>central “é o objetivo específico de uma exposição oral que você espera concretizar.</p><p>É uma sentença concisa sobre o que você espera dizer” (LUCAS, 2014, p. 81). Para</p><p>fazer isso, você deve pensar na ideia central como sendo a mensagem residual</p><p>que se espera ser lembrada pelo público. Veja o exemplo:</p><p>Tema: Musicoterapia.</p><p>Objetivo geral: informar.</p><p>Objetivo específico: Informar meu público sobre os benefícios da musico-</p><p>terapia para pessoas com deficiências psicológicas ou cognitivas.</p><p>Ideia central: a musicoterapia, desenvolvida como uma técnica de trata-</p><p>mento formal, durante o século XX, utiliza inúmeros métodos e é explicada pelas</p><p>várias teorias responsáveis por sua eficácia (LUCAS, 2014).</p><p>Uma maneira para facilitar a elaboração da sua ideia central é utilizar um</p><p>checklist para isso, como mostra o Quadro 3:</p><p>Sim Não</p><p>1. A ideia central está redigida como uma sentença completa?</p><p>2. A ideia central está enunciada como uma afirmação, e não</p><p>como uma pergunta?</p><p>3. A ideia central não contém linguagem figurativa?</p><p>4. A ideia central condensa claramente os pontos principais que</p><p>serão discutidos no corpo da palestra?</p><p>5. A ideia central pode ser discutida adequadamente no espaço</p><p>de tempo designado para a palestra?</p><p>6. A ideia central é relevante para o público?</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>174</p><p>7. A ideia central é apropriada para um público não técnico?</p><p>8. O objetivo específico pode ser concretizado no espaço de</p><p>tempo designado para a palestra?</p><p>9. O objetivo específico é relevante para o público?</p><p>10. O objetivo específico aborda um tema importante?</p><p>11. O objetivo específico é adequado a um público não técnico?</p><p>Quadro 3 - Checklist para elaboração de ideia central / Fonte: Lucas (2014, p. 85).</p><p>Recapitulando, refletimos a respeito de um tema, elencamos um objetivo para</p><p>a palestra, temos definida a ideia central a ser transmitida e elaboramos um</p><p>checklist para isso. A partir de agora, você está com as preparações prévias ca-</p><p>minhando para se preocupar com o perfil do público que irá prestigiar a sua</p><p>apresentação. França (2015, 138) recomenda que, o ao planejar sua pesquisa sobre</p><p>perfil do público alvo, você seja capaz de responder a seguinte pergunta: “Quem</p><p>é o público-alvo da apresentação? O que você sabe sobre esse grupo?</p><p>Vamos, então, buscar as respostas! O tópico seguinte nos auxiliará com esta</p><p>empreitada.</p><p>Público-alvo da apresentação</p><p>Depois do tema, o público-alvo é o principal item a ser analisado, pois é por</p><p>meio do conhecimento do perfil do público que irá assistir à apresentação que</p><p>você poderá preparar o tipo de linguagem a ser utilizada durante o seu evento.</p><p>“A adequação da linguagem ao nível cultural dos participantes é fundamental”</p><p>(FRANÇA, 2015, p.138) para que a sua palestra tenha sucesso.</p><p>O processo para entender quem é o seu público deve ter início com base nas</p><p>respostas</p><p>das seguintes perguntas, segundo Lucas (2014):</p><p>■ A quem estou me dirigindo?</p><p>■ O que gostaria que eles soubessem, acreditassem ou fizessem em conse-</p><p>quência disso?</p><p>■ De que forma devo elaborar e apresentar o conteúdo para cumprir esse</p><p>objetivo?</p><p>Todas as decisões que você tomar para montar a sua apresentação se darão em</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>175</p><p>função das respostas sobre o perfil da sua plateia. Inclusive, se for necessário, você</p><p>deverá modificar temas e objetivos de palestras que já estejam prontas. Lucas</p><p>(2014, p. 90) coloca que “adaptar-se ao público durante uma apresentação não</p><p>é muito diferente do que você faz em seus contatos sociais diário”. Por isso, é</p><p>importante ter em mente que, independentemente do perfil da plateia, agir com</p><p>respeito é a melhor opção. Mesmo que você esteja interessado em palestrar sobre</p><p>temas dos quais sua intenção seja persuadir as pessoas, é preciso ir com cautela,</p><p>ganhando a confiança da plateia aos poucos. “Os oradores convincentes procuram</p><p>criar um elo com os ouvintes enfatizando valores e experiências em comum. Os</p><p>especialistas em comunicação chamam esse processo de identificação” (LUCAS,</p><p>Ao falar em público, lembre-se: esteja centrado no público. Reflita com antecedência sobre</p><p>o histórico e os interesses de seus ouvintes, sobre seu nível de conhecimento a respeito</p><p>do tema e sobre suas atitudes em relação ao ponto de vista que você pretende defender.</p><p>Fonte: o autor.</p><p>conceituando</p><p>2014, p. 90). Conseguindo com que o seu público se identifique com você, será</p><p>muito mais fácil conduzir sua palestra até o final.</p><p>Uma situação interessante e que pode servir de reflexão é quando a sua apresen-</p><p>tação se dá para colegas de sala de aula. Essa é uma condição especial e, nesse</p><p>sentido, faz-se necessário entender que a sala de aula tem uma característica</p><p>própria, e você, apesar de considerá-la como uma oportunidade para praticar o</p><p>ato de falar em público, ao estar com seus colegas, acaba criando um ambiente</p><p>artificial. Nesse sentido, esse ambiente forma “um campo de experimentações em</p><p>que você pode desenvolver suas habilidades de comunicação antes de aplicá-las</p><p>fora da sala de aula. A avaliação mais séria de sucesso ou fracasso será a sua nota”</p><p>(LUCAS, 2014, p. 91). Portanto, não se deve considerar a turma da sua sala de aula</p><p>como um público autêntico, mesmo que eles tenham suas próprias ideias, valores</p><p>e crenças. De qualquer forma, o respeito sempre se faz necessário no ambiente</p><p>em que há interação entre palestrante e público. Outra condição que você precisa</p><p>estar atento, ao pensar no público-alvo, é o fato de as pessoas estarem propensas</p><p>a ouvir, apenas, aquilo que faz sentido para elas. Em outras palavras, as pessoas,</p><p>quando participam de palestras, estarão sempre se questionando o quanto aquilo</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>176</p><p>que elas estão ouvindo fazem sentido e é importante. Assim, entenda que o “seu</p><p>público ouvirá e julgará o que você diz com base no que ele já conhece e acredita”</p><p>(LUCAS 2014, p. 92).</p><p>Fazer uma análise demográfica da plateia é outro recurso bastante utilizado,</p><p>durante a preparação, para uma apresentação pública. Desse modo, é importan-</p><p>te que você identifique os traços gerais do público e realize uma avaliação da</p><p>importância desses traços para a sua apresentação. Mas atenção, cuidado com</p><p>estereótipos. Lucas (2014, p. 93) nos lembra que “conceitos errôneos de que to-</p><p>dos os afro-americanos são atléticos ou de que todos os asiáticos se destacam-se</p><p>ciências”, é criar uma imagem muito simples de um grupo”. O autor, ainda, con-</p><p>tinua nos atentando para o fato de que “a análise de fatores demográficos pode</p><p>oferecer dicas importantes sobre o público, mas você deve utilizar esses fatores</p><p>com prudência e responsabilidade” (LUCAS, 2014, p. 93). Os dados demográficos</p><p>que você deve coletar para formar a sua opinião a respeito do seu público e, com</p><p>isso, preparar a sua apresentação de forma assertiva são:</p><p>■ Faixa etária.</p><p>■ Sexo.</p><p>■ Religião.</p><p>■ Orientação sexual.</p><p>■ Origem racial, étnica e cultural.</p><p>■ Filiação grupal.</p><p>Observe, acadêmico(a), que, com essas informações, será possível ter uma ideia</p><p>do tipo de público para quem você irá se apresentar. No entanto esteja atento ao</p><p>fato de que o “seu objetivo não é apenas relacionar os principais traços de seus</p><p>ouvintes, mas encontrar nesses traços algumas dicas sobre como eles reagirão à</p><p>sua exposição” (LUCAS, 2014, p. 97). Depois dessas informações tabuladas, você</p><p>tem respaldo teórico para adaptar-se ao perfil do público. Apesar de ser relativa-</p><p>mente fácil conhecer o perfil do público, é possível que você tenha dificuldade</p><p>em adaptar as suas ideias para trabalhar com ele. Duas posturas podem o ajudar</p><p>nessa situação: uma delas é preparar a adaptação durante o planejamento do</p><p>tema, do objetivo e da ideia central; e a outra postura é ajustar o que for preciso</p><p>no decorrer da apresentação. Fique atento à reação das pessoas e vá se ajustando</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>177</p><p>a elas. Adaptar-se ao público pode ser um pouco difícil no começo, mas fique</p><p>tranquilo, com o passar do tempo e você for adquirindo mais experiência, isso</p><p>se tornará mais fácil.</p><p>Duração</p><p>O tempo de duração da apresentação tem, também, grande importância para a</p><p>preparação da sua palestra. Nem é preciso se aprofundar muito nisso, é óbvio</p><p>que uma palestra que fique pela metade, sem uma finalização dos pontos de</p><p>discussão, soe um tanto quanto esquisito, você concorda? Portanto, ao elaborar</p><p>o planejamento da sua apresentação, fique atento ao tempo disponível para a sua</p><p>fala e se adeque a ele. “Se terminar antes ou ultrapassar, ficará claro para todos a</p><p>falta de planejamento e organização. Se terminar no tempo hábil, demonstrará</p><p>aos seus ouvintes que houve planejamento e preparo” (FRANÇA, 2015, p.139),</p><p>assim, além de contribuir para a sua imagem profissional, trabalhar um tema de</p><p>forma organizada com base no tempo que se tem para discussão lhe dará mais</p><p>segurança e credibilidade.</p><p>Data</p><p>Definir a data para uma apresentação, também, é um fator que pode influenciar a</p><p>sua apresentação, pois prepará-la demanda certo tempo. Por isso, é preciso estar</p><p>atento em relação à data estabelecida para a palestra, até porque, na maioria das</p><p>vezes você não tem controle sobre isso. De qualquer forma, procure prestar aten-</p><p>ção aos seguintes aspectos, conforme França (2015), em relação à data do evento:</p><p>■ Que a data não seja anterior a um dia de feriado, pois o fato provoca</p><p>diminuição do público presente ao evento;</p><p>■ Procure marcar a apresentação com antecedência, para que haja tempo</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>178</p><p>2</p><p>ABERTURA</p><p>E FECHAMENTO</p><p>para uma boa divulgação e preparação do orador;</p><p>■ Tente marcar a data de maneira que esta não seja concomitante a outro</p><p>evento público que ocorrerá no mesmo dia (jogo de final de campeonato,</p><p>atividade de trabalho, eventos sociais importantes etc.). Isso poderá pre-</p><p>judicar a quantidade do público</p><p>Local</p><p>A localização de onde será realizada a apresentação pode interferir sobre o evento.</p><p>Nesse sentido, é importante que você, sempre que possível, vá conhecer o local</p><p>antes da sua apresentação e procure informações sobre a infraestrutura e o tipo</p><p>de apoio que você terá se precisar. Descubra, de antemão, quais serão os recursos</p><p>audiovisuais presentes e as possíveis posições que o público irá ser distribuído.</p><p>Atente-se, também, para o fato de haver ou não um palco e um púlpito. No caso</p><p>deste último, certifique-se de que ele não atrapalhe a visualização da plateia.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>179</p><p>Acredito que você já percebeu que o processo de preparação para falar em públi-</p><p>co se inicia muito antes da apresentação em si. O planejamento que você viu, na</p><p>aula anterior, é tão importante quanto a sua fala. Até porque, todo aquele plane-</p><p>jamento realizado anteriormente definirá a maneira como você conduzirá a sua</p><p>apresentação. Porém isso é algo que as pessoas não têm ideia, a plateia, muitas</p><p>vezes, não se dá conta do tempo que foi necessário que você se dedicasse</p><p>do receptor tenha respondi-</p><p>do, também, com um “bom dia”. Nesta situação, é possível dizer que ocorreu a</p><p>comunicação, uma vez que a mensagem foi enviada e o retorno da mensagem,</p><p>conhecido, também, como feedback, foi recebido. Ferreira e Malheiros (2016, p.</p><p>27) contribuem com essa afirmativa destacando que:</p><p>“ O importante no processo de comunicação é que haja alguém (um</p><p>emissor) que deseja passar algum conteúdo (uma mensagem) para</p><p>outro alguém (um receptor). Para tal, utiliza-se um sistema estrutu-</p><p>rado (código) que é transmitido através de um meio físico ou virtual</p><p>(canal). Ao longo desse processo pode haver barreiras ou ruídos, que</p><p>podem ser contornados por meio do feedback do receptor.</p><p>para um receptor. Em contrapartida, a comunicação acontece quando esta men-</p><p>sagem enviada, ao ser recebida pelo receptor, seja compreendida, interpretada e</p><p>devolvida para o emissor. Nesse sentido, o retorno da informação deve ocorrer</p><p>como em um diálogo, como podemos observar na Figura 1.</p><p>Descrição da Imagem: Duas figu-</p><p>ras de pessoas de corpo inteiro,</p><p>lado a lado, conectadas por uma</p><p>seta em semicírculo acima das</p><p>pessoas e outra seta em semicír-</p><p>culo abaixo das pessoas, dando a</p><p>entender que se fecha um círculo.</p><p>No topo da imagem, no centro do</p><p>semicírculo superior, encontra-se</p><p>a palavra “canal”. No semicírculo</p><p>inferior, está a palavra “feedback”.</p><p>Abaixo da pessoa da esquerda, está</p><p>escrito a palavra “emissor” e, abai-</p><p>xo da pessoa da direita, está escri-</p><p>to a palavra “receptor”. No centro</p><p>do círculo, entre as duas pessoas,</p><p>está a palavra “mensagem” e, na</p><p>sequência, a palavra “código”. Uma</p><p>pessoa está dizendo “blá, blá, blá”</p><p>para a outra pessoa e recebe essa</p><p>mensagem com ruído.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>17</p><p>Certamente, caro(a) acadêmico(a), você deve ter percebido que o processo de</p><p>comunicação é formado por alguns elementos, os quais Matos (2014, p. 27) des-</p><p>creve como:</p><p>“ Fonte: nascente de mensagens e iniciadora do ciclo da comunica-</p><p>ção. Sistema (pessoa, máquina, organização, instituição) de onde</p><p>provém a mensagem, no processo comunicacional.</p><p>Emissor: um dos protagonistas do ato da comunicação, aquele que, num</p><p>dado momento, emite uma mensagem para um receptor ou destinatário.</p><p>Receptor: um dos protagonistas do ato da comunicação; aquele</p><p>a quem se dirige a mensagem, aquele que recebe a informação e a</p><p>decodifica, isto é, transforma os impulsos físicos (sinais) em men-</p><p>sagem recuperada.</p><p>Mensagem: comunicação, notícia ou recado verbal ou escrito. Es-</p><p>trutura organizada de sinais que serve de suporte à comunicação.</p><p>Ruído: todo sinal considerado indesejável na transmissão de uma men-</p><p>sagem por um canal. Tudo o que dificulta a comunicação, interfere na</p><p>transmissão e perturba a recepção ou a compreensão da mensagem.</p><p>Canal (meios de comunicação): todo suporte material que veicula</p><p>uma mensagem de um emissor a um receptor, através do espaço e do</p><p>tempo. Meio pelo qual a mensagem, já codificada pelo emissor, atinge</p><p>o receptor, que a recebe (em código) e a interpreta (decodificada).</p><p>Código: conjunto de signos relacionados de tal modo que estejam</p><p>aptos para a formação e transmissão da mensagem. Por exemplo, a</p><p>escrita é um código que permite transformar uma mensagem acús-</p><p>tica em uma mensagem gráfica.</p><p>Codificação: ato de transformar uma mensagem de acordo com</p><p>regras predeterminadas, para convertê-la em linguagem.</p><p>Decodificação: interpretação de uma mensagem, pelo receptor, de</p><p>acordo com um código predeterminado.</p><p>Signos: é uma convenção social e arbitrária, constituída pela com-</p><p>binação de um conceito, denominado significado, e uma imagem</p><p>acústica, ou forma física, denominada significante.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>1</p><p>18</p><p>Linguagem: qualquer sistema de signos (não só vocais ou escritos,</p><p>como também visuais, fisionômicos, sonoros, gestuais etc.) capaz de</p><p>servir à comunicação entre os indivíduos.</p><p>Língua: é o produto social da faculdade da linguagem de uma so-</p><p>ciedade. É um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo</p><p>corpo social, para permitir o exercício da linguagem.</p><p>É possível simplificar esse processo de comunicação pelo modelo desenvolvido</p><p>pelo cientista político Harold Lasswell, em 1948, o qual Matos (2014, p. 29) nos</p><p>apresenta como modelo de Lasswell. Para o teórico, o estudo adequado dos atos</p><p>de comunicação se dão a partir de cinco perguntas essenciais: “Quem? Emissor;</p><p>Diz o que? Mensagem; Em que canal? meio utilizado; Para quem? Receptor;</p><p>Com qual efeito? impacto produzido pela mensagem sobre o receptor (análise</p><p>do efeito)”. Para Matos (2014, p.29), o modelo de Lasswell pode ser exemplifi-</p><p>cado em um processo de comunicação no qual um transmissor: “Dirige uma</p><p>mensagem; Através de alguma forma ou meio; Para um receptor; Com um de-</p><p>terminado efeito”. Diante disso, percebe-se como o processo de comunicação é,</p><p>relativamente, simples apesar de as pessoas, muitas vezes, complicarem, tornando</p><p>essa comunicação algo um tanto mais difícil do que realmente é, especialmente,</p><p>em função das relações sociais e empresariais que são estabelecidas. Logo, é fun-</p><p>damental estar atento ao que pode causar possíveis barreiras na comunicação.</p><p>Barreiras na comunicação</p><p>Mas, se o processo de comunicação é simples, por que acontecem tantos proble-</p><p>mas? Ferreira e Malheiros (2016, p. 28) explicam que esses problemas ocorrem</p><p>devido às falhas, causadas por algumas barreiras, no processo de comunicação.</p><p>Para os referidos autores, “essas barreiras também são conhecidas como ruídos,</p><p>pois dificultam a compreensão da mensagem”. Ressaltam, ainda, que “esses ruídos</p><p>não são necessariamente um som, eles podem ser de natureza física, fisiológica,</p><p>psicológica ou mesmo semântica”, como veremos, a seguir, alguns tipos de bar-</p><p>reiras na comunicação:</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>19</p><p>Distração: fatores externos à mensagem que dificultam sua per-</p><p>cepção. Por exemplo, durante uma conversa, você começa a receber</p><p>mensagens no seu telefone celular. Pronto! Já houve uma distração</p><p>da conversa principal, prejudicando sua compreensão e criando</p><p>uma barreira comunicativa.</p><p>Presunção: ocorre quando uma pessoa supõe que a outra já conhe-</p><p>ce o conteúdo de sua mensagem.</p><p>Confusão: quando os assuntos não seguem uma sequência lógica</p><p>ou coerente, é, praticamente, impossível que o receptor consiga criar</p><p>uma imagem mental daquilo que se está falando.</p><p>Credibilidade: relaciona-se à confiança que temos na pessoa que</p><p>está transmitindo a mensagem.</p><p>Defensividade: acontece quando o receptor já tem uma imagem</p><p>formada sobre o assunto em questão ou quando não simpatiza com</p><p>o emissor.</p><p>Linguagem apropriada: quando se utiliza linguagem apropriada ao</p><p>local, aos ouvintes e à situação, há mais chances de que a mensagem</p><p>seja compreendida tal como se deseja.</p><p>Precisão: muitas vezes, precisão é confundida com excesso de zelo.</p><p>Entretanto é melhor repetir a mensagem de diferentes formas e ga-</p><p>rantir que ela seja compreendida adequadamente do que correr o</p><p>risco de surgir um problema de entendimento.</p><p>Canais múltiplos: todo nosso corpo fala. É importante que os ges-</p><p>tos e as expressões apoiem a mensagem, já que diferentes canais de</p><p>comunicação reforçam e garantem o entendimento.</p><p>Escuta ativa: é a participação ativa do receptor. Se há dúvidas sobre</p><p>o que está sendo dito, questione, pergunte, esclareça; evite que uma</p><p>dúvida passe, pois ela pode prejudicar a compreensão da mensagem</p><p>na íntegra. Emissor e receptor participam, juntos, do processo comu-</p><p>nicativo, sempre em sintonia!</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>1</p><p>20</p><p>Empatia: colocar-se na situação do outro é, também, uma boa for-</p><p>ma de compreender a mensagem. Por exemplo, se percebemos que</p><p>alguém quer nos dizer algo, mas está nervoso ou ansioso, podemos</p><p>tentar tranquilizar essa pessoa antes da conversa.</p><p>Fonte: adaptado de Ferreira e Malheiros (2016, p. 29-31).</p><p>Para diminuir o impacto dessas barreiras de comunicação, o feedback é funda-</p><p>mental. Quando o receptor recebe uma mensagem e a interpreta, é importante</p><p>que haja uma sintonia entre emissor e receptor para que seja mais fácil</p><p>para</p><p>estar ali, naquele palco falando por 50 ou 60 minutos. Dessa forma, a abertura</p><p>da sua apresentação é, provavelmente, o momento em que você poderá ou não</p><p>conquistar a plateia, este é o momento crucial que irá ditar o comportamento</p><p>da plateia até o final da sua fala. Ao pisar no palco, você, automaticamente, terá</p><p>a atenção do seu público, mas o grande desafio é conseguir manter essa atenção</p><p>até o final da sua fala. Especialistas relatam que você terá, aproximadamente,</p><p>um minuto para conquistar o interesse da plateia. Portanto, por mais satisfeito</p><p>e honrado que você possa estar se sentindo, naquele momento, não desperdice</p><p>essa oportunidade, evite iniciar uma palestra com “conversa mole”. Se tiver que</p><p>agradecer, seja muito rápido e, em um estilo pessoal, demonstre autêntico calor</p><p>humano, pois “o que interessa é convencer os ouvintes de que não se atrevam a</p><p>se desligar nem por um segundo” (ANDERSON, 2016, p. 130). Ainda de acordo</p><p>com o autor, “você precisa de uma introdução que capture o público desde o</p><p>primeiro instante. Uma afirmação surpreendente. Uma pergunta instigante. Uma</p><p>historinha. Uma imagem incrível” (ANDERSON, 2016, p. 130).</p><p>Nesse sentido, você precisa ter em mente que, na vida moderna, existem inú-</p><p>meros elementos de distração, e você estará disputando o seu espaço pela aten-</p><p>ção da sua plateia. Lembre-se que as pessoas estarão com os seus smartphones</p><p>no bolso, tremendo a todo instante, avisando que mensagens e curtidas estão</p><p>chegando. Sem falar no cansaço, é possível que a grande maioria das pessoas, na</p><p>plateia, tenha trabalhado o dia todo antes de ir para o evento, ou pior, estão com</p><p>o sono atrasado. Por isso, coloque-se na posição de um soldado lutando contra</p><p>inimigos vorazes. Qualquer vacilada será fatal. Portanto, “se você desperdiçar o</p><p>primeiro minuto de sua apresentação, estará perdendo uma parcela importan-</p><p>te de sua plateia antes mesmo de ela perceber que haverá partes interessantes”</p><p>(ANDERSON, 2016, p. 130).</p><p>Proceder com um começo forte para uma apresentação depende de alguns</p><p>artifícios que, no caso de serem estranhos para você, recomendamos, fortemente,</p><p>que busque treinamento e aperfeiçoamento para além do respaldo que estamos</p><p>lhe ofertando. O teatro é um recurso fenomenal para qualquer pessoa que pre-</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>180</p><p>tende ser um palestrante de sucesso. Estudar teatro vai lhe dar consciência cor-</p><p>poral, tempo de fala, presença de palco, entre outros recursos. Você não precisa se</p><p>formar ator, mas desenvolver essas habilidades fazem uma diferença significativa</p><p>para qualquer apresentador. De qualquer forma, uma estratégia eficiente é iniciar</p><p>a sua apresentação com uma pegada dramática. Anderson (2016, p. 131) conta</p><p>que assistiu a uma palestra do chef e ativista Jamie Oliver, na qual ele começou</p><p>dessa forma: “Infelizmente, nos próximos dezoito minutos [...] quatro americanos</p><p>que estão vivos vão morrer por causa do que comem.” Essa afirmação causou</p><p>Exemplo de abertura dramática</p><p>Em 5 de novembro de 1990, um homem, chamado El-Sayyid Nosair, entrou num hotel de</p><p>Manhattan e assassinou o rabino Meir Kahane, líder da Liga de Defesa Judaica. De início,</p><p>Nosair não foi condenado pelo crime, mas, enquanto esteve preso por delitos menores,</p><p>ele e outros homens começaram a planejar ataques a uma dúzia de pontos de referência</p><p>de Nova York, entre eles túneis, sinagogas e a sede da ONU. Felizmente, esses planos fo-</p><p>ram frustrados por um informante do FBI. Infelizmente, o atentado contra o World Trade</p><p>Center, em 1993, não foi. Nosair acabou condenado por envolvimento nessa conspiração.</p><p>Fonte: adaptado de Anderson (2016, p. 132).</p><p>explorando Ideias</p><p>grande impacto e instigou o público a querer saber o motivo de tantas mortes.</p><p>Outro exemplo que Anderson (2016, p. 131) traz é o da comediante Maysoon</p><p>Zayid, que tem paralisia cerebral desde o nascimento; ela começou uma palestra</p><p>dizendo: “Eu não estou bêbada, mas o médico que me trouxe ao mundo estava”.</p><p>Observe o grande impacto desta afirmação e o quanto ela envolve a plateia, in-</p><p>clusive, em forma de colocá-la em choque! Portanto, ao planejar a sua introdução</p><p>para uma fala um público, leve em consideração o tema da palestra e se questione,</p><p>se a sua palestra fosse um filme, como seria o seu início?</p><p>Outra maneira interessante de abrir uma apresentação de modo que possa man-</p><p>ter a atenção da plateia é provocando curiosidade. “Se o objetivo da palestra é</p><p>incutir uma ideia na mente dos ouvintes, a curiosidade funciona como combus-</p><p>tível que dá energia à participação ativa deles” (ANDERSON, 2016, p. 133). É fato</p><p>conhecido dos neurocientistas que, se você fazer perguntas que deixam lacunas</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>181</p><p>no conhecimento, as pessoas buscarão, de todas as formas, preenchê-las, e a única</p><p>maneira de você fazer isso é aguçando a curiosidade das pessoas desde que elas</p><p>estejam prestando atenção naquilo que está sendo dito. E como fazer isso? Com</p><p>uma pergunta surpreendente, por exemplo: “Como foi que esta menina de catorze</p><p>anos, com menos de duzentos dólares na conta bancária, fez sua cidade dar um</p><p>gigantesco salto para o futuro?” (ANDERSON, 2016, p. 133). A curiosidade é</p><p>uma excelente ferramenta para atrair e manter a plateia com você, se conseguir</p><p>fazer isso de modo eficaz, tenha certeza de que até assuntos dos mais difíceis irão</p><p>render palestrasbem-sucedidas.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>182</p><p>Além disso, você, também, pode iniciar a sua apresentação com um slide, ou vídeo,</p><p>ou objeto cativante. Algo que seja impactante e que desperte o interesse do públi-</p><p>co. “É claro que essa abordagem funciona bem para fotógrafos, artistas plásticos,</p><p>arquitetos, designers ou outros profissionais cuja obra seja essencialmente visual.</p><p>Mas também pode funcionar muito bem para palestras conceituais” (ANDERSON,</p><p>2016, p. 136). De qualquer forma, além de mostrar o seu material no início, você,</p><p>ainda, pode utilizar frases para reforçar a surpresa que as pessoas visualizarão:</p><p>■ “A imagem que vocês vão ver agora mudou a minha vida”.</p><p>■ “Vou pôr um vídeo que, à primeira vista, pode parecer impossível”.</p><p>■ “Eis o meu slide de abertura. Vocês podem adivinhar o que é esta coisa?”</p><p>■ “Até dois meses e meio atrás, nenhum ser humano vivo tinha posto os</p><p>olhos neste objeto” (ANDERSON, 2016).</p><p>Por fim, é possível abrir a sua apresentação com algumas provocações que possam</p><p>seduzir a plateia de maneira que você mantenha a atenção do público, como o</p><p>exemplo de abertura a seguir: “Nos próximos minutos, pretendo revelar o que</p><p>acredito ser o segredo do sucesso de um empreendedor, e como qualquer um aqui</p><p>pode pôr isso em prática. Vocês vão encontrar as pistas no caso que vou começar</p><p>a contar" (ANDERSON, 2016, p. 136). Esta é uma maneira instigante de iniciar</p><p>uma apresentação, pois deixa as pessoas intrigadas, por algum tempo, tentando</p><p>entender como isso poderá ser possível de ser realizado. Esse é o tipo de abertura</p><p>que não apresenta o conteúdo inteiro do que será falado, mas deixa claro o tema</p><p>e que, durante a apresentação, informações serão reveladas para que as pessoas</p><p>que estão ali presentes também possam colocar em prática o segredo de sucesso</p><p>de um empreendedor. Essas são quatro técnicas que o ajudarão a ter um começo</p><p>de palestra que prenda a atenção da plateia. Entretanto o fechamento da sua apre-</p><p>sentação é tão importante quanto a abertura, uma vez que um fechamento bem</p><p>realizado irá ser decisivo quanto a maneira que a sua palestra será lembrada. Por</p><p>isso, se conseguiu o mais difícil, que foi manter a atenção da plateia, durante toda</p><p>a apresentação, cuide para não estragar no final, pois, caso contrário, a palestra</p><p>inteira pode perder a credibilidade.</p><p>Antes de falar sobre como uma apresentação deve ser encerrada, chamamos</p><p>a sua atenção para atitudes e falas que não se deve ter no ato de encerramento</p><p>de uma palestra:</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>183</p><p>“ “Bem, meu tempo acabou, vou ficando por aqui.” (Como assim?</p><p>Você tinha muito mais a dizer, mas não pôde continuar porque não</p><p>soube se</p><p>organizar?)</p><p>“Por fim, quero agradecer à minha fantástica equipe, aqui repre-</p><p>sentada: David, Joanna, Gavin, Samantha, Lee, Abdul e Hezekiah.</p><p>E também à minha universidade e a meus patrocinadores.” (Muito</p><p>amável, mas você tem mais apreço por eles do que por sua ideia ou</p><p>por nós, seus ouvintes?!)</p><p>“Assim, dada a importância do tema, espero que possamos iniciar</p><p>uma nova conversa sobre ele.” (Uma conversa?! Isso não é meio</p><p>capenga, não? Qual seria o resultado dessa conversa?)</p><p>“O futuro está cheio de desafios e oportunidades. Cada um dos aqui</p><p>presentes tem como objetivo profundo fazer a diferença. Vamos</p><p>sonhar juntos. Vamos ser a mudança que queremos ver no mundo.”</p><p>(O sentimento é lindo, mas clichê não ajuda ninguém.)</p><p>“Vou encerrar com este vídeo que resume meus argumentos.” (Não!</p><p>Nunca termine com um vídeo. Termine com você!)</p><p>“Com isso encerro a discussão. Perguntas?” (Ou como evitar aplausos.)</p><p>“Lamento não ter tido tempo de discutir algumas das principais</p><p>questões sobre o tema, mas espero ter lhes dado ao menos um vis-</p><p>lumbre dele.” (Não se desculpe! Planeje melhor! Seu trabalho era dar</p><p>a melhor palestra possível dentro do tempo estipulado.)</p><p>“Para encerrar, gostaria de comentar que minha organização prova-</p><p>velmente conseguiria resolver esse problema se tivesse os recursos</p><p>necessários. Está nas mãos de vocês mudar o mundo conosco.” (Ah,</p><p>então tudo isso foi um discurso para arrecadar fundos?)</p><p>“Obrigado por serem esse público maravilhoso. Adorei cada mo-</p><p>mento em que estive aqui falando com vocês. Vou guardar essa ex-</p><p>periência na lembrança por muito, muito tempo. Vocês foram tão</p><p>pacientes, e sei que vão levar para casa o que ouviram hoje e fazer</p><p>algo magnífico com isso.” (“Muito obrigado” estaria de bom tama-</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>184</p><p>nho.) (ANDERSON, 2016, p. 139).</p><p>Você leu, com calma, cada uma dessas frases de encerramento? Pois é, quantas</p><p>palestras que você assistiu que terminaram dessa maneira? Isso é cansativo e</p><p>prejudica o impacto que a palestra possa ter alcançado. O ideal é que o encerra-</p><p>mento seja feito com impacto, e uma maneira de conseguir esse objetivo é dar</p><p>uma visão panorâmica de tudo o que foi dito; veja, a seguir, que exemplo criativo</p><p>para o fim de uma palestra na qual David Eagleman mostrou as possibilidades</p><p>de reconhecimento de padrão do cérebro humano:</p><p>“ Imagine um astronauta capaz de sentir o estado de saúde de toda</p><p>a tripulação da Estação Espacial Internacional; ou você ser capaz</p><p>de sentir estados invisíveis de sua saúde, como o nível de açúcar no</p><p>sangue e as condições de seu bioma; ou ter visão de 360 graus; ou</p><p>visão em infravermelho ou ultravioleta. A questão é a seguinte: à</p><p>medida que avançamos para o futuro, somos cada vez mais capazes</p><p>de escolher nossos próprios dispositivos periféricos. Não teremos</p><p>que esperar as dádivas sensoriais da Mãe Natureza, em sua escala</p><p>de tempo; ela, como qualquer boa mãe, já nos deu os instrumentos</p><p>necessários para sairmos de casa e definirmos nossa trajetória. Por-</p><p>tanto, agora a pergunta é: como você quer sair de casa e sentir seu</p><p>universo? (ANDERSON, 2016, p. 140)</p><p>Você também pode encerrar a sua apresentação com uma convocação para uma</p><p>ação! Se, durante a sua palestra, você sugeriu a possibilidade das pessoas reali-</p><p>zarem algo, aproveite essa deixa e instigue a sua plateia a abraçar a causa e partir</p><p>para a ação. Ou, então, você pode ir mais longe e encerrar sua apresentação com</p><p>um compromisso pessoal, como fez a nadadora Diana Nyad, que, ao final de sua</p><p>apresentação, no qual contava como havia fracassado por três vezes a tentativa</p><p>de nadar de Cuba até a Flórida, firmou compromisso no qual iria realizar tal</p><p>tarefa, ao dizer:</p><p>“ O mar continua ali. A esperança continua viva. E não quero ser a</p><p>louca que faz isso durante anos e anos e anos, tenta e falha, tenta e</p><p>falha, tenta e falha [...] Eu posso nadar de Cuba até a Flórida e vou</p><p>nadar de Cuba até a Flórida (ANDERSON, 2016, p. 141).</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>185</p><p>3</p><p>ESTRATÉGIAS DE</p><p>CONDUÇÃO</p><p>Abertura de apresentações</p><p>1. Faça teatro</p><p>2. Abra a palestra com uma história dramática ou humorada</p><p>3. Provoque curiosidade</p><p>4. Mostre um slide, um vídeo ou um objeto cativante</p><p>5. Provoque, mas não entregue demais</p><p>Fechamento de apresentações</p><p>1. Dê uma visão panorâmica</p><p>2. Convoque para a ação</p><p>3. Assuma um Compromisso pessoal</p><p>4. Atenha-se aos Valores e visão</p><p>5. Utilize a técnica da “Moldura que dá certo”</p><p>6. Use de Simetria narrativa</p><p>7. Proponha uma Inspiração poética</p><p>Fonte: adaptado de Anderson (2016).</p><p>quadro-resumo</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>186</p><p>Segundo Anderson (2016), a nadadora realizou tal feito dois anos após proferir</p><p>sua palestra. Encerrar a sua palestra recontextualizando uma ideia, previamente,</p><p>defendida é outra maneira engenhosa de realizar um fechamento de impacto.</p><p>A essa maneira dá-se o nome de “moldura que dá certo” (ANDERSON, 2016,</p><p>p. 142). Foi assim que fez Amanda Palmer, no fechamento de sua apresentação,</p><p>desafiando a indústria fonográfica a repensar seu modelo de negócio:</p><p>“ Acho que as pessoas ficaram obcecadas com a questão errada, sobre</p><p>como fazer o público pagar pela música. Mas e se começássemos</p><p>perguntando como permitir que ele pague pela música? (ANDER-</p><p>SON, 2016, p. 142)</p><p>Há diversas possibilidades que podem contribuir para o encerramento eficiente</p><p>de uma palestra; dessa forma, apresentaremos, também, a utilização de um arti-</p><p>fício chamado de simetria e narrativa como mais uma boa estratégia de fecha-</p><p>mento. Anderson (2016, p. 143) argumenta que “uma palestra meticulosamente</p><p>construída em torno de uma linha mestra pode, ao remeter à introdução, dar</p><p>ensejo a uma conclusão satisfatória”. Isso pode fazer com que o fechamento re-</p><p>lacione-se, diretamente, ao início da palestra, envolvendo a plateia de modo a</p><p>Objetivo específico: Informar meu público sobre o projeto do Gateway</p><p>Arch de Saint Louis.</p><p>Ideia central: O Gateway Arch é dividido em três áreas e cada uma tem</p><p>suas próprias atrações.</p><p>Pontos principais:</p><p>I - A base do Gateway Arch abriga um centro de visitantes com mu-</p><p>seu, dois cinemas e lojas.</p><p>II - A parte intermediária do Gateway Arch contém um bonde de</p><p>alta velocidade que transporta os visitantes da base para o topo.</p><p>III - A parte superior do Gateway Arch tem um deck de observação</p><p>a 192 metros do chão.</p><p>Fonte: adaptado de França (2015, p. 267).</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>187</p><p>concordarem e aplaudirem, satisfatoriamente, a finalização do círculo narrativo:</p><p>“ Steven Johnson começou sua palestra sobre o nascimento de ideias</p><p>falando da importância dos cafés na Grã-Bretanha industrial. [...].</p><p>No fim da apresentação, contou o curioso caso da invenção do GPS,</p><p>exemplificando todos os seus argumentos sobre o assunto. E então,</p><p>com brilhantismo, mencionou o fato de que, provavelmente, todos</p><p>As palestras informativas podem ser organizadas de várias maneiras. Uma palestra sobre</p><p>a história da arte renascentista tende a ser apresentada em ordem cronológica, enquanto</p><p>uma exposição sobre as técnicas de pintura se encaixaria na ordem de tópicos.</p><p>Fonte: França (2015, p. 267).</p><p>conceituando</p><p>na plateia haviam usado o GPS naquela semana para fazer coisas</p><p>como... encontrar o café mais próximo (ANDERSON, 2016, p. 143).</p><p>Para fechar o item “fechamento” (não pude resistir), você pode, então, utilizar a</p><p>inspiração poética, um artifício utilizado para que a sua palestra seja finalizada</p><p>com um texto poético emocionante que seja pertinente ao tema. Mas, atenção,</p><p>isso não deve ser feito de modo superficial, “só dá certo quando o resto da palestra</p><p>já preparou o terreno e quando ficou claro que o orador conquistou o direito de</p><p>evocar tais sentimentos” (ANDERSON, 2016, p. 144).</p><p>Elaborar estratégias para a condução da sua apresentação é outro item que deve</p><p>ser planejado. Existem algumas maneiras de você expor o conteúdo da sua pa-</p><p>lestra, e elas podem variar de acordo com a sua familiaridade, uma vez que há</p><p>diversas possibilidades de condução, as quais trataremos nesta aula.</p><p>Apresentação oral informativa</p><p>Uma</p><p>palestra informativa tem como característica a descrição ou a demonstração</p><p>de algo, por exemplo, descrever o funcionamento de uma máquina ou demonstrar</p><p>um tipo de exercício para melhorar a circulação do sangue. A ideia da exposição</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>188</p><p>oral informativa é transmitir conhecimentos e interpretações com base em três</p><p>critérios, os quais França (2015, p. 266) nos coloca como reflexão: “As informa-</p><p>ções foram transmitidas com precisão? As informações foram transmitidas com</p><p>clareza? As informações foram transferidas de maneira significativa e interessante</p><p>para o público?”. Dessa forma, se você for realizar uma apresentação a respeito de</p><p>algum objeto, é importante que seja incluído, nas suas explicações, tudo aquilo</p><p>que for visível e tangível a respeito dele, bem como preparar o raciocínio a fim</p><p>de que a sua fala tenha um formato constante, por exemplo:</p><p>Por outro lado, se você for apresentar um processo, nesse caso, seu objetivo será</p><p>explicar como algo é produzido ou como funciona, ou seja, você vai precisar</p><p>descrever de maneira didática e minuciosa a sequência na qual se realiza deter-</p><p>minado processo. Independentemente do tema que você está utilizando na sua</p><p>exposição informativa, a utilização de recursos visuais sempre enriquecerá a sua</p><p>fala. Se for se valer desse tipo de recurso, cuide para preparar o mínimo de slides</p><p>ou vídeos que forem necessários para ilustrar o que você esteja falando.</p><p>Os melhores vendedores são aqueles que têm a melhor capacidade de falar de maneira</p><p>persuasiva.</p><p>pensando juntos</p><p>Descrever acontecimentos também pode ser realizado com o recurso de palestras</p><p>informativas. Nesse caso, é importante que você concentre o seu foco em um ob-</p><p>jetivo específico apresentando os acontecimentos em ordem cronológica, com os</p><p>incidentes sendo relatados em uma sequência lógica. Há, ainda, as palestras que</p><p>visam trabalhar conceitos, portanto, terão características informativas. Quando</p><p>suas apresentações forem a respeito de conceitos técnicos, tome cuidado com</p><p>a linguagem empregada na palestra. Utilizar termos técnicos e não explicá-los</p><p>pode aborrecer as pessoas que não estão familiarizadas com tal linguagem, e,</p><p>com isso, você perde a atenção da plateia. Nesse caso, é importante que você</p><p>fale de maneira simples para que as pessoas entendam o que você está falando,</p><p>substituindo os termos técnicos por palavras similares de conhecimento popular.</p><p>Ao optar pela exposição oral informativa esteja certo de tomar certos cuidados,</p><p>conforme França (2015):</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>189</p><p>■ Não superestime o que o público sabe: ao usar exemplos ou citar fatos,</p><p>tenha certeza de que a plateia saiba do que se está falando, caso contrário</p><p>poderá deixar seu público sem entender o que você quis dizer.</p><p>■ Associe o tema, diretamente, ao público: mantenha a plateia envolvida;</p><p>por isso, escolha um tema que seja do interesse do público para o qual</p><p>Sequência Monroe de persuasão</p><p>Primeiro, você atrai a atenção do público associando o tema com o ele; mostrando sua im-</p><p>portância; fazendo uma declaração surpreendente; despertando a curiosidade; fazendo</p><p>uma pergunta; contando uma história; ou utilizando recursos visuais. Em seguida, você o</p><p>faz sentir a necessidade de mudança, mostrando um problema sério, com conteúdo de</p><p>apoio convincentes.</p><p>Depois, você a satisfaz o público apresentando uma solução com detalhes para que os ou-</p><p>vintes o compreendam. Então, você deve intensificar a possibilidade de eles visualizarem</p><p>seus benefícios com a mudança; para isso, utilize imagens mentais incisivas para mostrar</p><p>o quanto eles serão favorecidos por esse plano. Assim que o público estiver convencido</p><p>de que seu plano é benéfico, você estará preparado para fazer um chamado à ação. Diga,</p><p>exatamente, o que deseja que o público faça – e como. Conclua com um apelo final como-</p><p>vente, reforçando o compromisso do público para com essa ação.</p><p>Fonte: adaptado de França (2015, p. 302).</p><p>explorando Ideias</p><p>você irá se apresentar.</p><p>■ Não seja muito técnico: cuidado com uma linguagem, termos ou co-</p><p>nhecimentos que só você sabe.</p><p>■ Evite abstrações: descreva, minuciosamente, tudo o que for necessário</p><p>para que o público saiba do que você está falando.</p><p>■ Personalize suas ideias: além de fatos e dados, tente representar suas</p><p>ideias de modo que as pessoas entendam com exemplos práticos.</p><p>■ Seja criativo: busque alternativas diferentes que facilitem o entendimen-</p><p>to das pessoas em relação aos conceitos que sejam muito técnicos ou</p><p>termos específicos de certas áreas.</p><p>Apresentação oral persuasiva</p><p>Quando o objetivo de sua apresentação for o de defender alguma ideia, ou pro-</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>190</p><p>mover uma mudança de comportamento, a melhor maneira para se fazer isso é</p><p>utilizando uma apresentação oral persuasiva. França (2015, p. 288) define persua-</p><p>são como “um processo em que se pretende criar, reforçar ou mudar determinadas</p><p>crenças ou ações de uma ou mais pessoas”. Por isso, desenvolver a habilidade de fa-</p><p>lar, de maneira persuasiva, é algo que beneficiará você em todas as áreas de sua vida.</p><p>A utilização de uma apresentação persuasiva é muito parecida com a defesa de</p><p>uma ideia. “Seu objetivo pode ser defender uma ideia, contestar um oponente,</p><p>vender um programa ou inspirar as pessoas a agir” (FRANÇA, 2015, p. 288), por</p><p>isso você precisará utilizar todas as habilidades que você tenha para transmitir</p><p>informações de maneira clara e concisa ao ponto de ser capaz de influenciar as</p><p>pessoas a reverem suas atitudes, crenças e valores. Parece simples, mas não é.</p><p>Essa é o tipo de apresentação mais complexa, difícil e desafiadora. França (2015,</p><p>p. 289) lembra que “em algumas palestras persuasivas, você abordará temas con-</p><p>troversos que mexem com as atitudes, os valores e as crenças dos ouvintes. Isso</p><p>pode aumentar a resistência do público à persuasão e tornar seu trabalho mais</p><p>difícil”. Por isso, é muito importante estar atento à maneira como o público vai</p><p>estar reagindo e processando ao conteúdo das mensagens transmitidas. “Embora</p><p>estejam ouvindo, eles avaliam a credibilidade, a elocução, os conteúdos de apoio,</p><p>a linguagem, o raciocínio e os apelos emocionais do orador” (FRANÇA, 2015, p.</p><p>290), e isso os leva a reagir de maneira positiva ou negativa. Por isso, ao se prepa-</p><p>rar para esse tipo de palestra, é muito importante que você se coloque no lugar</p><p>da plateia e procure imaginar de que maneira eles poderiam reagir ao conteúdo</p><p>que será apresentado.</p><p>Além de um discurso bonito, persuadir as pessoas depende de outros fatores que</p><p>precisam ser levados em consideração. Ou seja, para que a plateia, definitivamen-</p><p>te, seja persuadida, ela precisa: perceber que o orador tem alta credibilidade; as</p><p>evidências apresentadas pelo orador foram suficientes; o raciocínio do orador</p><p>foi capaz de convencer a plateia; e as ideias ou a linguagem do orador tocaram</p><p>as emoções da plateia (FRANÇA, 2015). Persuadir a plateia é uma ação que de-</p><p>manda muita habilidade e conhecimento do palestrante, dessa forma, esta é uma</p><p>ação difícil, porém, perfeitamente, possível de ser realizada!</p><p>Apresentação oral em ocasiões especiais</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>191</p><p>Em nossa vida diária, eventualmente,</p><p>seremos convidados para discursar</p><p>em função de algum momento es-</p><p>pecial, seja em festas, encontros, reu-</p><p>niões. Esses tipos de discursos são um</p><p>pouco diferentes do que foi estudado</p><p>até aqui, simplesmente, porque seu</p><p>principal objetivo é o de atender às</p><p>necessidades de determinada ocasião</p><p>especial. Esses tipos de apresentações</p><p>podem ocorrer em situações de:</p><p>■ Discursos de apresenta-</p><p>ção: você dever se mostrar</p><p>entusiasmado de maneira a</p><p>estabelecer uma atmosfera</p><p>acolhedora que fortaleça sua</p><p>credibilidade.</p><p>■ Discursos de premiação: po-</p><p>dem ser uma simples declara-</p><p>ção (“e o Oscar vai para...” (and</p><p>the Oscar Goes to...)) ou durar</p><p>até quatro ou cinco minutos.</p><p>■ Discursos de agradecimen-</p><p>to: agradecer algo ou alguém</p><p>por um presente, prêmio ou</p><p>distinção. Nesse tipo de dis-</p><p>curso, você agradece quem</p><p>está concedendo o prêmio e</p><p>reconhece as pessoas que o</p><p>ajudaram a obter.</p><p>■ Discursos comemorativos:</p><p>são discursos de louvor ou ce-</p><p>lebração, como elogios fúne-</p><p>bres, discursos em comemo-</p><p>ração à independência de um</p><p>país, e discursos de consagra-</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>192</p><p>ção ou inauguração. Seu objetivo é homenagear uma pessoa, um grupo</p><p>de pessoas, uma instituição ou uma ideia.</p><p>Narração</p><p>Transformar a sua palestra em uma história narrativa é uma maneira fenomenal</p><p>de conseguir a atenção da plateia e, se bem feita, poderá ajudar com que a sua</p><p>palestra atinja o sucesso de maneira espetacular. Anderson (2016, p. 60) afirma</p><p>que “as histórias ajudaram a nos tornar quem somos. [...] Dados de pesquisas ar-</p><p>queológicas e estudos antropológicos levam a crer que a mente humana evoluiu</p><p>em paralelo com a narração de histórias”. É só pensar naquela imagem do homem</p><p>da caverna ao redor da fogueira contando suas aventuras de caça ou pintando</p><p>nas paredes de seu abrigo. Para isso, ao contar uma história no palco você deve,</p><p>segundo Anderson (2016): fundamentar um personagem pelo qual a plateia pos-</p><p>sa sentir empatia; construir tensão, seja mediante curiosidade, intriga social ou</p><p>perigo real; dar o nível correto de detalhes (e forem insuficientes, a história não</p><p>será vívida; se forem excessivos, ela se arrastará); crie uma linha mestra. É, sim-</p><p>plesmente, o arco narrativo da história; se a história for envolvente, você obtém</p><p>uma reação intensa da plateia; caso a história seja a seu respeito, você cria empatia</p><p>em relação a algumas coisas pelas quais mais preza; e termine com uma resolução</p><p>satisfatória, seja ela engraçada, comovente ou reveladora. A vantagem, ao utilizar</p><p>uma história na sua palestra, é a facilidade que você terá para se lembrar do vai</p><p>dizer, porque a estrutura é linear, e, para seu cérebro, é muito fácil lembrar fatos</p><p>em sequência. A parábola também é um recurso narrativo bastante interessante.</p><p>Ela é uma história planejada com cuidado utilizando metáforas que tem como</p><p>tradição apresentar uma lição moral ou espiritual. É o tipo de instrumento que</p><p>vem sendo utilizado a milhares de anos com muita eficácia por mestres religiosos.</p><p>Storytelling</p><p>Em português, Storytelling significa narrativa ou contação de histórias, portanto,</p><p>não é muito diferente do que vimos no tópico anterior quando falamos sobre</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>193</p><p>narração. No entanto um recurso muito utilizado pelo storytelling é a utilização</p><p>daquilo que é conhecido como “a jornada do herói”. O estudo dos mitos, durante</p><p>a história, levou Joseph Campbell a desenvolver o conceito de “A jornada do</p><p>4</p><p>RECURSOS</p><p>AUDIOVISUAIS</p><p>herói”, uma estrutura narrativa, dividida em 12 estágios, que são utilizadas na</p><p>maioria das histórias mais conhecidas pela humanidade, seja na literatura grega,</p><p>nas religiões e pelo cinema. Assim, utilizar desse instrumento para contar uma</p><p>história pode ser um recurso bastante interessante. Sendo assim, a estrutura da</p><p>jornada do herói é:</p><p>“ Estágio 1 – O mundo comum: o herói é mostrado no seu co-</p><p>tidiano</p><p>Estágio 2 – O chamado à aventura: algo acontece para trans-</p><p>formar o dia a dia do protagonista, um convite ao novo.</p><p>Estágio 3 – Hesitação ou negação ao convite: o protagonista</p><p>duvida da sua capacidade e hesita ou mesmo prefere não encarar</p><p>a aventura.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>194</p><p>Estágio 4 – O papel do Mentor: o mentor guia os passos do</p><p>herói, seja com clareza, seja por meio de um enigma.</p><p>Estágio 5 – A travessia do Umbral: nessa fase, o nosso prota-</p><p>gonista decide de vez encarar a aventura e supera um primeiro</p><p>obstáculo.</p><p>Estágio 6 – Testes, aliados e inimigos: o nosso herói encontra-</p><p>rá ajuda de companheiros e enfrentará adversários.</p><p>Estágio 7 – A aproximação do objetivo: o nosso protagonista</p><p>se avizinha da sua meta, porém os seus adversários vão se esfor-</p><p>çar, mais ainda, para detê-lo, e a tensão crescerá.</p><p>Estágio 8 – A grande provação: chegamos ao ápice da crise.</p><p>Estágio 9 – A conquista da recompensa: tendo superado o</p><p>maior conflito, o nosso herói ganha um prêmio.</p><p>Estágio 10 – O retorno ao mundo comum: após o êxito na sua</p><p>jornada, o herói volta para o mundo que havia deixado.</p><p>Estágio 11 – A ressurreição: não acontece sempre, mas há vezes</p><p>em que ocorrem tramas secundárias e desdobramentos para o</p><p>nosso herói tentar resolver.</p><p>Estágio 12 – O retorno transformado: a história chega ao seu</p><p>final. O herói volta para casa transformado e, muitas vezes, com</p><p>um elixir, com um presente qualquer que será concedido à co-</p><p>letividade.</p><p>Fonte: adaptado de Franco (2015, p. 62-71).</p><p>Você percebeu que essa narrativa é muito comum na grande parte dos filmes,</p><p>assim, se você conseguir criar uma apresentação na qual você possa utilizar esse</p><p>estilo de narrativa, haverá uma grande chance de sua palestra ser um sucesso.</p><p>Os recursos audiovisuais são os equipamentos e instrumentos que você utilizará du-</p><p>rante a sua preparação. Recomendamos muito a utilização desses recursos, pois eles</p><p>tendem a aumentar o interesse pela apresentação. Sem contar que a plateia acredita</p><p>que um palestrante que se utilize de recursos visuais seja mais preparado, convincente</p><p>e profissional, ao contrário de um palestrante que não os utilize. Há diversos tipos</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>195</p><p>de recursos visuais que podem auxiliar o palestrante. Podem ser objetos, modelos</p><p>reais ou maquetes daquilo que se está apresentando ou para funcionar como um</p><p>elemento ilustrativo com o intuito de facilitar o entendimento da plateia. Fotografias</p><p>e desenhos, também, podem ser utilizados. Aliás, projetar uma imagem fotográfica</p><p>ou um desenho é algo muito comum durante a maioria das apresentações. Normal-</p><p>mente, para isso, utiliza-se algum programa de apresentações como o PowerPoint</p><p>ou qualquer outra variação. Existem muitas opções desses programas disponíveis na</p><p>Internet, alguns, inclusive, gratuitos. Os gráficos também são excelentes elementos</p><p>audiovisuais, principalmente, para ilustrar dados. Porém, quando os dados forem</p><p>muito extensos e você os quiser sintetizar, a utilização de quadros de informação</p><p>pode ser uma boa sugestão. Vídeos tendem a ser o melhor recurso áudio visual, mas</p><p>lembre-se: é preciso ter o cuidado de evitar abusos. Uma palestra com muito vídeo</p><p>pode se tornar cansativa, o ideal é que se utilize vídeos curtos de até 30 segundos e,</p><p>de preferência, que sejam bem humorados (é claro que isso vai depender do tema da</p><p>palestra). Como disse, o PowerPoint é, talvez, o software mais utilizado para apresen-</p><p>tações, no entanto, você tem muitas outras opções no mercado. É importante seguir</p><p>algumas regras ao preparar seus recursos audiovisuais para uma apresentação, para</p><p>Descrição da Imagem: Imagem de uma</p><p>mão segurando um pequeno microfone de</p><p>lapela, este está sendo fixado na camisa en-</p><p>tre dois botões.</p><p>Figura 1 - Microfone de lapela</p><p>isso: prepare-os com antecedência; uti-</p><p>lize recursos visuais simples e tenham</p><p>boas legibilidades; utilize pouco texto</p><p>e escolha bem o tamanho, as cores e as</p><p>fontes deste; utilize, estrategicamente,</p><p>as imagens; e posicione os recursos</p><p>visuais de tal forma que os ouvintes</p><p>consigam enxergá-los (LUCAS, 2014).</p><p>Utilizar um checklist, como o apresen-</p><p>tado no Quadro 4, pode ajudá-lo com</p><p>essa preparação, vejamos:</p><p>Sim Não</p><p>1. Preparei os recursos visuais com antecedência?</p><p>2. Eles estão claros e são fáceis de compreender?</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>196</p><p>Figura 2 - Microfone acoplado em</p><p>pedestal, com fio, sem fio e micro-</p><p>fone sem fio fora do pedestal</p><p>Descrição da Imagem: Três microfones colocados um ao</p><p>lado do outro. O primeiro microfone, no canto esquerdo,</p><p>é um microfone (uma haste, com cerca de vinte centíme-</p><p>tros de comprimento, tendo, em uma das pontas, uma</p><p>esfera que se conecta a essa haste por onde deve ser po-</p><p>sicionado próximo ao rosto da pessoa, para que, ao falar,</p><p>o som seja captado por esta esfera). A haste do microfone</p><p>sem a esfera está conectada com um cabo e preso em um</p><p>pedestal que fica cerca de um metro da sua base até o</p><p>topo podendo ser regulado para</p><p>aumentar a altura.</p><p>O segundo microfone, que se encontra no centro da ima-</p><p>gem, é um microfone sem fio (uma haste, com cerca de</p><p>vinte centímetros de comprimento tendo, em uma das</p><p>pontas, uma esfera que se conecta a essa haste por onde</p><p>deve ser posicionado próximo ao rosto da pessoa, para</p><p>que, ao falar, o som seja captado por esta esfera sem ter</p><p>um cabo conectado a haste) preso em um pedestal que</p><p>fica cerca de um metro da sua base até o topo, podendo</p><p>ser regulado para aumentar a altura.</p><p>O terceiro microfone, que está no canto direito, possui</p><p>uma haste, com cerca de vinte centímetros de compri-</p><p>mento, tendo, em uma das pontas, uma esfera que se</p><p>conecta a haste por onde deve ser posicionado próximo</p><p>ao rosto da pessoa, para que, ao falar, o som seja captado</p><p>por esta esfera. Ao centro da haste temos o botão de ligar</p><p>e desligar o microfone, o qual funciona sem fio.</p><p>Descrição da Imagem:</p><p>Uma mulher, no centro</p><p>da imagem, com um</p><p>microfone posicionado</p><p>em sua cabeça, com</p><p>uma haste se aproxi-</p><p>mando de seu rosto, na</p><p>direção da voz, com um</p><p>pequeno microfone,</p><p>na ponta dessa haste,</p><p>conectado com um fio</p><p>que desce de cima para</p><p>baixo onde será conec-</p><p>tado em um aparelho</p><p>que fica preso na rou-</p><p>pa da pessoa na região</p><p>da cintura (na parte de</p><p>trás da pessoa).</p><p>Figura 3 - Exemplo de uma pessoa</p><p>utilizando um microfone auricular</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>197</p><p>3. Eles contêm apenas as informações necessárias para eu</p><p>apresentar minha ideia?</p><p>4. Eles são grandes o suficiente para serem vistos nitidamente</p><p>por todos?</p><p>5. As cores utilizadas nos recursos visuais combinam bem?</p><p>6. Há um contraste claro entre o texto e o segundo plano nos</p><p>gráficos e/ou quadros?</p><p>7. Utilizo corretamente os quadros, gráficos de setores e gráficos</p><p>de barras para mostrar tendências e padrões estatísticos?</p><p>8. Utilizo não mais que oito itens nos quadros?</p><p>9. As fontes são fáceis de ler?</p><p>10. Utilizo poucas famílias de fonte?</p><p>Quadro 4 - Checklist de preparação dos recursos audiovisuais / Fonte: Lucas (2014, p. 256).</p><p>É importante também estar atento aos equipamentos audiovisuais, como com-</p><p>putadores, projetores, caixas de som, microfones, luzes etc. O ideal é entrar em</p><p>contato, um dia antes da apresentação, com o pessoal técnico para tirar todas as</p><p>dúvidas a respeito dos equipamentos e conectores e, ainda assim, é importante</p><p>chegar com bastante antecedência para testar todos esses equipamentos e certifi-</p><p>car-se que os seus arquivos serão compatíveis com os computadores e programas.</p><p>Se puder, leve o seu equipamento, mas lembre-se de ter todos os tipos de cabos</p><p>e adaptadores necessários para fazer o seu computador funcionar. No caso do</p><p>PowerPoint, se a sua apresentação não tiver efeitos, for apenas algo com imagens</p><p>e texto, recomendamos que você a salve no formato PDF, pois, atualmente, este</p><p>formato é muito comum, todos os equipamentos o tem instalado, e você não</p><p>correrá o risco de perder a formatação de cores, fontes e alinhamentos da sua</p><p>apresentação preparada no PowerPoint.</p><p>Microfone</p><p>O microfone é um instrumento essencial para a sua apresentação. Os mais uti-</p><p>lizados são os de lapela, como pode ser visto na Figura 1, que podem ter um</p><p>transmissor sem fio ou com fio. No caso de utilizar um transmissor sem fio, utilize</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>5</p><p>198</p><p>Tipos de recursos audiovisuais</p><p>Objetos ou modelos</p><p>Fotografias e desenhos</p><p>Gráficos</p><p>Quadros informativos</p><p>Vídeos</p><p>PowerPoint</p><p>Computador</p><p>Projetor</p><p>Tela para projeção</p><p>Microfone</p><p>Passador de slides</p><p>Pilhas</p><p>Utilizando todos esses recursos e seguindo as recomendações que aqui foram feitas,</p><p>tenho certeza de que suas apresentações serão um sucesso.</p><p>Fonte: o autor.</p><p>quadro-resumo</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>199</p><p>sempre pilhas novas e leve um conjunto de pilhas de reserva.</p><p>Há, também, os microfones de pedestal, os quais são ajustáveis em relação à altura;</p><p>a maioria dos modelos disponíveis no mercado pode ser retirada do pedestal e</p><p>funcionar como um microfone de mão. Assim como os de lapela, eles podem ser</p><p>sem fio ou com fio, como mostra a Figura 2; nesse caso, as orientações em relação</p><p>às pilhas prevalecem.</p><p>Existe, ainda, o microfone auricular, aquele que muitos cantores que se apre-</p><p>sentam dançando utilizam. Esses microfones são fixados ao redor da cabeça da</p><p>pessoa, de modo que o bocal fique próximo ao rosto, como o exemplo da Figura 3.</p><p>Ao usar o microfone, lembre-se de ajustar o volume no transmissor que fica na</p><p>mesa de som, evite gritar ou fazer ruídos estranhos. No microfone auricular ou</p><p>de lapela, certifique-se de que esteja bem posicionado para evitar que fique enros-</p><p>cando na roupa ou se esfregando no rosto, pois isso causará sons estranhos. Em</p><p>microfones de mão ou no pedestal, evite posicioná-los na frente do rosto ou colados</p><p>na boca, o ideal é que fiquem um palmo abaixo da boca. Para isso, coloque a ponta</p><p>dos dedos na sua boca, mantendo a mão paralela ao rosto. Normalmente, a melhor</p><p>posição para esse tipo de microfone será na altura do queixo.</p><p>Câmeras</p><p>Se for falar para câmeras, converse com a câmera como se fosse uma pessoa. Seja o</p><p>mais natural possível. Tem pessoas que “travam” na frente das câmeras e ficam como</p><p>“robôs”. Não faça isso. Se estiver muito nervoso, dê um tempo para se acalmar, respi-</p><p>re bastante e, se for o caso, peça para alguém se posicionar, estrategicamente, em pé,</p><p>ao lado da câmera, e fale para ela, até você se acostumar com a lente te observando.</p><p>Todavia tome cuidado, porque, no vídeo, a posição dos olhos fica bem destacada e,</p><p>por isso, é possível perceber para onde se está olhando. Se a sua apresentação for em</p><p>pé, cuidado com movimentos bruscos, ou ficar com o corpo balançando. Antes de</p><p>andar pelo estúdio, combine com o cameraman como isso deverá acontecer. Caso</p><p>200</p><p>na prática</p><p>tenha que ficar parado, fale gesticulando as mãos com moderação. Se a palestra se</p><p>der sentado, posicione-se de maneira ereta na cadeira, com os dois pés no chão e</p><p>sem encostar as costas no encosto da cadeira. Assuma uma posição confortável e</p><p>mexa-se com cautela. Lembre-se de não parecer um robô.</p><p>Roupas</p><p>Utilize roupas discretas e apropriadas. No caso de vídeos, converse com os produ-</p><p>tores para saber como é o estúdio e quais cores devem ser evitadas. Normalmente,</p><p>o azul ou o verde, em função de alguns recursos tecnológicos, são cores proibidas.</p><p>Roupas com listras, xadrez, estampas, também, são inapropriadas; no caso das mu-</p><p>lheres, o ideal é utilizar terninho básico, assim não terá erro. Agora, nada impede de</p><p>você se vestir como o Elton John, desde que o ambiente seja propício e você já tenha</p><p>combinado com a produção.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Nesta unidade, dedicamo-nos em estudar os elementos práticos que compõem</p><p>a oratória. Iniciamos pelo planejamento da apresentação, que é um ponto essen-</p><p>cial. Vimos que é importante conhecer o perfil do público-alvo que assistirá à</p><p>apresentação e, para isso, abordamos algumas ferramentas que podem o ajudar a</p><p>identificar essas informações.</p><p>Observamos que a duração da palestra é, também, mais uma informação que</p><p>se deve ter com antecedência para que sua apresentação seja elaborada e o tempo</p><p>desta possa ser bem aproveitado. Em relação à data, vimos que alguns critérios</p><p>precisam ser levados em consideração para evitar problemas. Quanto ao local,</p><p>atentamo-nos sobre a importância de conhecê-lo antes da apresentação. Na se-</p><p>quência, estudamos as estratégias de condução de uma apresentação e verificamos</p><p>que, para cada tipo de objetivo a ser alcançado com a sua palestra, existe um tipo</p><p>201</p><p>na prática</p><p>específico de apresentação.</p><p>Com base no objetivo da palestra, observamos que é preciso escolher a melhor</p><p>forma de comunicar. Vimos que uma apresentação informativa deverá ser utilizada</p><p>quando o intuito da palestra for descrever ou demonstrar algo, e uma apresentação</p><p>persuasiva tem como objetivo provocar mudanças nas pessoas que estejam na</p><p>plateia. Ainda temos as apresentações que ocorrem em ocasiões especiais, as quais</p><p>apresentam algumas particularidades e devem ser</p><p>conduzidas de modo diferente</p><p>do que se faz com apresentações maiores. Apresentamos que a palestra em forma</p><p>de narrativa é uma excelente maneira de manter a atenção do público do início ao</p><p>fim, utilizando-se de recursos de contação de histórias e parábolas, e que o Story-</p><p>telling é uma outra maneira de narrar histórias em palestras, que pode ser utilizada</p><p>com os estágios daquilo que é conhecido como a jornada do herói.</p><p>Na última aula, tratamos das ferramentas que podem ser utilizadas para ela-</p><p>borar os slides, além de algumas considerações sobre como utilizar o microfone,</p><p>como se posicionar frente às câmeras e os tipos de roupas a serem utilizadas. Es-</p><p>pero que tenha gostado desta jornada e tenha aproveitado todo o conteúdo que</p><p>aqui foi apresentado. Um grande abraço!</p><p>1. Estar à frente de uma plateia é um grande desafio. Muitas pessoas, mesmo tendo</p><p>vontade de falar em público, sentem medo ou acreditam que não nasceram para</p><p>isso. No entanto sabe-se que falar em público envolve uma série de habilidades que</p><p>podem ser aprendidas. Diante disso, analise as informações a seguir.</p><p>I - É necessário que, antes de uma apresentação, um tema tenha sido definido.</p><p>II - Se porventura ficar decidido apresentar algo do qual não seja do seu conheci-</p><p>mento, você terá que improvisar.</p><p>202</p><p>na prática</p><p>III - É preciso tomar cuidado quando for palestrar a respeito de um assunto do qual</p><p>você aprendeu por meio da leitura de revistas, jornais ou programas de TV ou</p><p>Internet.</p><p>IV - Quando você estiver pensando sobre que tipo de tema falar em suas apresen-</p><p>tações, busque inspiração nos conhecimentos e experiências de vida de seus</p><p>amigos.</p><p>É correto, apenas, o que se afirma em:</p><p>a) I.</p><p>b) I e III.</p><p>c) III e IV.</p><p>d) IV.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>2. A definição de um tema é uma importante etapa do planejamento de uma apresen-</p><p>tação. Ao finalizar isso, é importante definir o objetivo da palestra. Assim, analise as</p><p>informações a seguir.</p><p>I - Os objetivos de uma palestra, normalmente ocorrem para satisfazer duas ne-</p><p>cessidades: divertir ou descontrair.</p><p>II - No caso de uma apresentação com o objetivo informativo, você deverá se co-</p><p>locar como um professor.</p><p>203</p><p>na prática</p><p>III - Quando o objetivo da apresentação for persuadir, a postura a ser adotada é de</p><p>um defensor ou partidário de uma causa.</p><p>IV - O objetivo específico de uma exposição oral que você espera concretizar é a</p><p>ideia central da palestra.</p><p>É correto, apenas, o que se afirma em:</p><p>a) I.</p><p>b) I e II.</p><p>c) III e IV.</p><p>d) II, III e IV.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>3. Antes de realizar uma apresentação em público, é muito importante conhecer o</p><p>perfil do público que participará da palestra. Para isso, é necessário realizar um</p><p>processo de pesquisa que facilite determinar essa informação. Assim, analise as</p><p>informações a seguir.</p><p>I - Para definir o perfil do público, é importante entender a quem o palestrante</p><p>está se dirigindo.</p><p>II - Para preparar uma apresentação, é importante ter conhecimento do perfil do</p><p>público para saber sobre o que eles acreditam ou fazem.</p><p>III - É importante conhecer o perfil da plateia para ter uma ideia de como deve ser</p><p>elaborado o conteúdo da palestra.</p><p>IV - Ao conhecer o perfil do público, pode ser necessário modificar temas e objetivos</p><p>de palestras que já estejam prontas.</p><p>204</p><p>aprimore-se</p><p>É correto, apenas, o que se afirma em:</p><p>a) I.</p><p>b) I e II.</p><p>c) I, II e III.</p><p>d) III e IV.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>4. A abertura da sua apresentação é o momento crucial que ditará o comportamen-</p><p>to da plateia até o final da sua fala. Ao pisar no palco, você terá a atenção do seu</p><p>público e deverá agir para conseguir manter essa atenção até o final. Para isso, é</p><p>necessário se valer de algumas estratégias de abertura. Diante disso, analise as</p><p>afirmações a seguir.</p><p>I - Iniciar uma apresentação de maneira dramática, é uma boa abertura e pode</p><p>manter a atenção da plateia.</p><p>II - Se o objetivo da palestra é incutir uma ideia na mente dos ouvintes, a curiosidade</p><p>funciona como uma boa opção de abertura para uma palestra.</p><p>III - Iniciar a sua apresentação com um slide, vídeo ou objeto cativante é um erro,</p><p>porque a plateia fica dispersa durante a projeção.</p><p>IV - É possível abrir a sua apresentação com algumas provocações que possam</p><p>seduzir a plateia de maneira que você mantenha a atenção do público.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I.</p><p>b) I e II.</p><p>c) II e III.</p><p>d) I, II e IV.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>5. Existem algumas maneiras de você expor o conteúdo da sua palestra e eles podem</p><p>variar de acordo com a sua familiaridade entre as diversas possibilidades. As estra-</p><p>tégias de condução de uma apresentação devem ser utilizadas conforme o objetivo</p><p>e a ideia central da palestra. Com essa informação analise as sentenças a seguir.</p><p>205</p><p>aprimore-se</p><p>I - Uma palestra informativa tem como característica a definição ou conceituação</p><p>de algo, você pode definir o funcionamento de uma máquina ou conceituar um</p><p>tipo de exercício para melhorar a circulação do sangue.</p><p>II - Quando o objetivo de sua apresentação será o de defender alguma ideia, ou</p><p>promover uma mudança de comportamento, a melhor maneira para se fazer</p><p>isso é utilizar uma apresentação oral persuasiva.</p><p>III - Eventualmente, seremos convidados para discursar em função de algum mo-</p><p>mento especial, seja em festas, encontros, reuniões. Esses tipos de discursos</p><p>são como narrativas que precisam ser tratadas como histórias complexas para</p><p>manter a atenção da plateia.</p><p>IV - Transformar a sua palestra em uma história narrativa é uma maneira fenomenal</p><p>de conseguir atenção da plateia e, se bem feita, poderá atingir o sucesso de</p><p>maneira espetacular.</p><p>É correto, apenas, o que se afirma em:</p><p>a) I.</p><p>b) I e II.</p><p>c) II e IV.</p><p>d) II, III e IV.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>DEFININDO TEMA, OBJETIVOS E IDEIA CENTRAL PARA UMA APRESENTAÇÃO.</p><p>Uma vez que Márcia Espósito cursa ciência ambiental como disciplina de especia-</p><p>lização, ela ficou sabendo que vários especialistas temem que o mundo enfrente</p><p>séria escassez de água por volta de 2025. Ela conclui que esse assunto seria um óti-</p><p>mo tema para sua palestra informativa. Experimental- mente, ela utilizou a seguinte</p><p>sentença para seu objetivo específico: “Informar meu público sobre a gravidade da</p><p>crescente escassez de água em nível internacional”. Em seguida, Márcia iniciou suas</p><p>pesquisas.</p><p>Um artigo na revista Time, que ela encontrou por meio do Lexis Nexis, explicava</p><p>que a população em países como China, Índia e Paquistão está superando o abaste-</p><p>cimento disponível de água doce. De acordo com o artigo, 400 milhões de chineses</p><p>206</p><p>aprimore-se</p><p>não tem acesso à água potável adequada e dois terços da população de 1,1 bilhão</p><p>de pessoas da Índia não contam com o abastecimento necessário.</p><p>Em seguida, Márcia encontrou um relatório no site das Nações Unidas sobre o</p><p>impacto da poluição sobre o abastecimento de água. Esse relatório afirmava que,</p><p>nos países desenvolvidos, “mais de 90% da água de esgoto e 70% da água industrial</p><p>são despejadas sem tratamento na água de superfície”.</p><p>Márcia, então, teve a ideia de entrevistar um de seus professores especializados</p><p>em ciência ambiental. Além de confirmar as pesquisas sobre o impacto do cresci-</p><p>mento populacional e da poluição, o professor mencionou os problemas provoca-</p><p>dos pela gestão inadequada do abastecimento de água. Ao redor do mundo, 65 a</p><p>70% da água usada pelas pessoas é perdida em virtude de desperdício, evaporação</p><p>e outras ineficiências.</p><p>Marcia condensou todas essas informações. Nesse momento, ela estava pronta</p><p>para formular sua ideia central: “O crescimento populacional, a poluição e a gestão</p><p>inadequada do abastecimento estão provocando uma grave escassez de água doce</p><p>em várias partes do mundo”.</p><p>Fonte: Lucas (2014, p. 83).</p><p>207</p><p>aprimore-se</p><p>208</p><p>eu recomendo!</p><p>O Herói de Mil Faces</p><p>Autor: Joseph Campbell</p><p>Editora: Cultrix/Pensamento</p><p>Ano: 1989</p><p>Sinopse: em ‘O herói de mil faces’, Joseph Campbell (reconhecida-</p><p>mente, um dos maiores estudiosos e mais profundos intérpretes</p><p>da mitologia universal), apresenta o herói</p><p>compósito, Apoio, Wo-</p><p>tan, Buda e numerosos outros protagonistas da religiões, dos contos de fada e do</p><p>folclore representam, simultaneamente, as várias fases de uma mesma história.</p><p>O relacionamento entre seus símbolos intemporais e os símbolos detectados, nos</p><p>sonhos pela moderna psicologia profunda, é o ponto de partida da interpretação</p><p>oferecida por Campbell.</p><p>Comentário: apesar de ser um livro mais voltado para a área da psicologia, en-</p><p>tender o funcionamento da jornada do herói é fundamental para que você possa</p><p>construir excelentes narrativas para as suas apresentações.</p><p>livro</p><p>Prenda-me se for capaz</p><p>Ano: 2002</p><p>Sinopse: Frank Abagnale Jr. já trabalhou como médico, advogado</p><p>e copiloto, tudo isso antes de completar 18 anos. Mestre na arte</p><p>do disfarce, ele aproveita suas habilidades para viver a vida como</p><p>quer e praticar golpes milionários, que fazem com que se torne o</p><p>ladrão de banco mais bem-sucedido da história dos Estados Uni-</p><p>dos com apenas 17 anos. Mas, em seu encalço, está o agente do</p><p>FBI Carl Hanratty, que usa todos os meios que tem ao seu dispor para encontrá-lo</p><p>e capturá-lo, mas Frank está sempre à frente.</p><p>Comentários: esse filme conta a história real de Frank Abagnale Jr. Assisti-lo é em</p><p>exercício sobre a capacidade de persuasão que se pode desenvolver utilizando-se</p><p>de um bom discurso.</p><p>filme</p><p>209</p><p>eu recomendo!</p><p>Acrônimo de “State of The Art Presentations”, a SOAP é uma empresa especiali-</p><p>zada em apresentações profissionais que surgiu em 2003. Em seu site, ela dispõe</p><p>de um acervo com vários ebooks com um conteúdo muito legal para preparar</p><p>apresentações. Vale a pena acessar o site:</p><p>https://soap.com.br/</p><p>conecte-se</p><p>210</p><p>conclusão geral</p><p>Caro(a) aluno(a), chegamos ao final do nosso livro. Foi uma aventura e tanto, você</p><p>concorda? Muito assunto interessante e, no caso de você já conhecer algo do que foi</p><p>apresentado aqui, essa foi uma excelente oportunidade para relembrar e se intei-</p><p>rar, mais ainda, sobre o conteúdo tratado no livro. Foi uma honra para nós termos</p><p>acompanhado você na sua leitura e seus estudos.</p><p>Espero que o livro esteja todo rabiscado com anotações e marcações, fruto do</p><p>seu debate conosco. Nosso objetivo foi esse mesmo, de provocar em você uma</p><p>onda de conhecimento que começou na Unidade 1 com a comunicação no contex-</p><p>to organizacional, onde você pôde estudar os conceitos e a trajetória da comuni-</p><p>cação em um ambiente organizacional. Além disso, você, também, pôde aprender</p><p>sobre o processo de comunicação, a comunicação na sociedade de informação e a</p><p>comunicação organizacional como estratégia de gestão. Mas não paramos por aí,</p><p>na segunda unidade trouxemos um conteúdo sobre o composto da comunicação</p><p>empresarial, com estratégias de comunicação para público e objetivos específicos.</p><p>Para isso, abordamos a comunicação institucional, a comunicação administrativa, a</p><p>comunicação interna e a comunicação mercadológica.</p><p>Na terceira unidade, apresentamos os gêneros textuais, onde você pôde apren-</p><p>der as características da linguagem e dos gêneros empresariais. Na quarta unidade,</p><p>tratamos dos princípios da oratória e, para isso, disponibilizamos muita informação</p><p>e material para desenvolver suas habilidades de oratória. Por fim, estudamos as</p><p>etapas para montar uma apresentação memorável, utilizando-se de estratégias e</p><p>recursos da oratória para planejar e conduzir a fala, impactando e influenciando os</p><p>espectadores. Foi um prazer estar com você todo esse tempo. Esperamos nos en-</p><p>contrar novamente em uma próxima oportunidade. Um grande abraço e sucesso!</p><p>referências</p><p>211</p><p>ABREU, A. S. A arte de argumentar – gerenciando razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Ateliê</p><p>editorial, 2001</p><p>ANDERSON, C. J. TED TALKS: O guia oficial do TED para falar em público. Rio de Janeiro: Intrín-</p><p>seca, 2016.</p><p>ANDREI, V. Comunicação Empresarial e Negociação. Maringá: Unicesumar, 2016.</p><p>ARGENTI, A. P. Comunicação empresarial: a construção da identidade, imagem e reputação.</p><p>Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.</p><p>BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo:</p><p>Martins Fontes, 1992.</p><p>BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo:</p><p>Martins Fontes, 2003.</p><p>BLIKSTEIN, I. Técnicas de comunicação escrita. 20. ed. São Paulo: Ática, 2000.</p><p>BUENO, W. C. Comunicação empresarial: políticas e estratégias. São Paulo: Saraiva, 2009.</p><p>CARNEIRO, R. A. Princípios básicos de Oratória. Maringá: Unicesumar, 2017.</p><p>CHINEM, R. Introdução à comunicação empresarial. São Paulo: Saraiva, 2010.</p><p>CITELLI, A. Linguagem e persuasão. 8. ed. São Paulo: Ática, 2004.</p><p>COBRA, M. BREZZO, R. O novo marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.</p><p>CORDEIRO, R. Q. F. et al. Teorias da comunicação. Porto Alegre: SAGAH, 2017.</p><p>COULMAS, F. Sociolinguístics: the study of speaker’s choices. Cambrige: Cambrige University</p><p>Press, 2005.</p><p>CRIVELARO, M.; BOLINA, R. Comunicação Institucional: Endomarketing e Relações Sindicais.</p><p>São Paulo: Senac, 2020.</p><p>FELICE, M. D. Do público para as redes: a comunicação digital e as novas formas de participa-</p><p>ção social. São Caetano do Sul: Difusão, 2008</p><p>FERREIRA, L. A. Artimanhas do dizer: retórica, oratória e eloquência. São Paulo: Blucher, 2017.</p><p>FERREIRA, P. I.; MALHEIROS, G. Comunicação empresarial: planejamento, aplicação e resul-</p><p>tados. São Paulo: Atlas, 2016.</p><p>FLEURY, M. T. L. Cultura e poder nas organizações. São Paulo: Atlas, 1996.</p><p>FRANÇA, A. S. Comunicação oral nas empresas: como falar bem e em público. São Paulo:</p><p>Atlas, 2015.</p><p>referências</p><p>212</p><p>FRANCO, M. Storytelling e suas Aplicações no Mundo dos Negócios. São Paulo: Atlas, 2015.</p><p>GILMAR, F. M. et al. Manual de redação da presidência da república. 3. ed. Brasília: Presi-</p><p>dência da República, 2018. Disponível em: www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/</p><p>manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf. Acesso em: 19 mar.</p><p>2020.</p><p>GOLD, M. Redação Empresarial: escrevendo com sucesso na era da globalização. São Paulo:</p><p>Pearson Prentice Hall, 2005.</p><p>GOLD, M. Redação Empresarial. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.</p><p>GROSS, M. Dicas práticas de comunicação: boas ideias para os relacionamentos e os negó-</p><p>cios. São Paulo: Trevisan, 2013.</p><p>GUIMARÃES, T. Comunicação e linguagem. 9. ed. São Paulo: Pearson, 2012.</p><p>KOCH, I. V. Introdução à linguística textual. São Paulo: Martins fontes, 2004.</p><p>KOCH, I. V. O texto e a construção dos sentidos. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2008.</p><p>KOCH, I. V.; TRAVAGLIA, L. C. Texto e Coerência. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2011.</p><p>KOCH, I. V; ELIAS, V. M. Escrever e argumentar. 1 ed. São Paulo: Contexto, 2018.</p><p>KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. Tradução de Bazán Tecnologia e Linguística.</p><p>São Paulo: Prentice Hall, 2000.</p><p>KUNSCH, M. M. K. (org.). Comunicação organizacional estratégica: Aportes conceituais e</p><p>aplicados. São Paulo: Summus, 2016.</p><p>KUNSCH, M. M. K. (org.). Comunicação organizacional: história, fundamentos e processos. v.</p><p>2. São Paulo: Saraiva, 2009.</p><p>KUNSCH, M. M. K. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. São Pau-</p><p>lo: Summus, 2002.</p><p>KUNSCH, M. M. K. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. São</p><p>Paulo: Summus, 2003.</p><p>LAS CASAS, A. L. Administração de marketing: conceitos, planejamento e aplicações à reali-</p><p>dade brasileira. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2009.</p><p>LÔBO, N. S. Falar em público: experiências de mal-estar na trajetória profissional contempo-</p><p>rânea. São Paulo: Escuta, 2003.</p><p>LUCAS, S. E. A arte de falar em público. 11. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.</p><p>LUPETTI, M. Gestão estratégica da comunicação mercadológica. 1. ed. São Paulo: Cengage</p><p>Learning, 2009.</p><p>referências</p><p>213</p><p>MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In DIONÍSIO, Â. et al. Gêneros</p><p>textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.</p><p>MARTINIANO, R. Comunicação empresarial: teoria e pesquisa. São Paulo: Manole, 2007.</p><p>MARTINO, L. M. S.; MARQUES, Â. C. S. Ética, mídia e comunicação: relações sociais em um</p><p>mundo conectado. São Paulo: Summus, 2018.</p><p>MATOS, G. G. de. Comunicação empresarial sem complicação: como facilitar a comunica-</p><p>ção na empresa, pela via da cultura e do diálogo. 3. ed. Barueri: Manole, 2014.</p><p>MEDEIROS, J. B. Correspondência: técnicas de comunicação escrita. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003.</p><p>MENEGASSI, R. J. Exauribilidade temática no gênero discursivo. In: SALEH, P. B. O.; OLIVEIRA, S.</p><p>(org.). Linguagem, texto e ensino: discussões do CELLIP. Ponta Grossa: UEPG, 2010.</p><p>MENEGASSI, R. J. Estratégias de leitura. In: MENEGASSI, R. J. (org.). Formação de professores.</p><p>Maringá: Eduem, 2005.</p><p>NOELIA, D. Dicção, Desinibição e Oratória. Rio Grande do Sul: Senac, 2010.</p><p>OGDEN, J. CRESCITELLI, E. Comunicação integrada de marketing: conceitos, técnicas e prá-</p><p>ticas. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.</p><p>PEREZ, C.; BAIRON, S. Comunicação e marketing. São Paulo: Futura, 2002.</p><p>PIMENTA, M. A. Comunicação empresarial. Campinas: Alínea, 2002.</p><p>PIMENTA, M. A. Comunicação Empresarial: conceitos e técnicas para administradores. Cam-</p><p>pinas: Alínea, 2010.</p><p>RAHME, L. H. Comunicação, marketing e novas tecnologias na gestão de pessoas. Curiti-</p><p>ba: InterSaberes, 2017.</p><p>ROCHA, M. TREVISAN, N. Comunicação integrada de marketing. São Paulo: Saraiva Educa-</p><p>ção, 2018.</p><p>ROGERS, E. M. Communication technology: the new media in society. New York: 1986.</p><p>SHIMP, T. A. Propaganda e promoção: aspectos complementares da comunicação integrada</p><p>de marketing. Porto Alegre: Bookman, 2002.</p><p>STEPHEN E., L. A arte de falar em público. 11. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014</p><p>TACHIZAWA, T. et al Gestão com pessoas: uma abordagem aplicada às estratégias de negó-</p><p>cios. 5. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.</p><p>TAVARES, M. Comunicação empresarial e planos de comunicação: integrando teoria e prá-</p><p>tica. São Paulo: Atlas, 2010.</p><p>referências</p><p>214</p><p>THOMPSON, J. B. A mídia e a modernidade: uma teoria da mídia. Petrópolis: Vozes, 2014.</p><p>TORQUATO, G. Tratado de comunicação organizacional. São Paulo: Cengage Learning,</p><p>2008.</p><p>TRAVAGLIA, L. C. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino da gramática. 9. ed.</p><p>São Paulo: Cortez, 2003.</p><p>YANEZE, M. H. Gestão de marketing e comunicação: avanços e aplicações. 2. ed. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2011</p><p>REFERÊNCIAS ONLINE</p><p>1 Em: https://dicionario.priberam.org/COMUNICA%C3%87%C3%83O. Acesso em: 13 mar.</p><p>2020.</p><p>2 Em: http://www.administradores.com.br/noticias/administracao-e-negocios/estudo-revela-</p><p>-que-problemas-de-comunicacao-interna-interferem-na-produtividade/19002/. Acesso em:</p><p>16 mar. 2020.</p><p>http://www.administradores.com.br/noticias/administracao-e-negocios/estudo-revela-que-problemas-de-comunicacao-interna-interferem-na-produtividade/19002/</p><p>http://www.administradores.com.br/noticias/administracao-e-negocios/estudo-revela-que-problemas-de-comunicacao-interna-interferem-na-produtividade/19002/</p><p>gabarito</p><p>215</p><p>UNIDADE 1</p><p>1. C.</p><p>2. D.</p><p>3. B.</p><p>4. Os elementos da comunicação são: o</p><p>emissor, a mensagem, o canal, o recep-</p><p>tor e a codificação.</p><p>5. Os objetivos a serem alçados pela orga-</p><p>nização com uma utilização estratégica</p><p>da comunicação, são: construção da</p><p>imagem institucional da empresa; ade-</p><p>quação dos trabalhadores ao aumento</p><p>da competição no mercado; atender</p><p>as exigências dos consumidores mais</p><p>conscientes de seus direitos; defender</p><p>interesses frente ao governo (lobby); e</p><p>encaminhar questões sindicais e rela-</p><p>cionadas à preservação do meio am-</p><p>biente.</p><p>UNIDADE 2</p><p>1. E.</p><p>2. C.</p><p>3. B.</p><p>4. D.</p><p>5. A organização deve estruturar a co-</p><p>municação integrada de marketing,</p><p>considerando Mensagem, Público,</p><p>Feedback e Empresa.</p><p>Mensagem: é necessário definir qual</p><p>o melhor canal de comunicação para</p><p>cada público. Pensar, também, a me-</p><p>lhor forma de estruturar a mensagem</p><p>de acordo com as características de</p><p>cada canal.</p><p>Público: deve-se pensar a respeito de</p><p>quem são os públicos com os quais</p><p>a organização precisa se comunicar</p><p>e em que momentos isso deve acon-</p><p>tecer. Além disso é importante refletir</p><p>sobre as atitudes desses públicos em</p><p>relação à organização.</p><p>Feedback: é importante que a organi-</p><p>zação esteja atenta aos resultados es-</p><p>perados de cada ferramenta e ação da</p><p>comunicação bem como sua impor-</p><p>tância estratégica na comunicação.</p><p>Empresa: precisa refletir sobre as</p><p>ações que a empresa deseja que cada</p><p>público faça e os recursos humanos e</p><p>financeiros disponíveis para serem uti-</p><p>lizados de maneira que a organização</p><p>consiga criar a imagem e a reputação</p><p>que a empresa pretende.</p><p>gabarito</p><p>216</p><p>UNIDADE 3</p><p>1. A</p><p>2. B.</p><p>3. D.</p><p>4. D.</p><p>5. C.</p><p>UNIDADE 4</p><p>1. B.</p><p>2. C.</p><p>3. B.</p><p>4. E.</p><p>5. C.</p><p>UNIDADE 5</p><p>1. B.</p><p>2. D.</p><p>3. E.</p><p>4. D.</p><p>5. C.</p><p>anotações</p><p>anotações</p><p>anotações</p><p>A COMUNICAÇÃO</p><p>NO CONTEXTO</p><p>organizacional</p><p>COMPOSTO DA</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>organizacional</p><p>GÊNEROS TEXTUAIS</p><p>DO CONTEXTO</p><p>ORGANIZACIONAL:</p><p>leitura e escrita</p><p>PRINCÍPIOS</p><p>DA ORATÓRIA</p><p>ORATÓRIA</p><p>360 GRAUS</p><p>conclusão geral</p><p>_l2gpmzcey4nj</p><p>_qog65za5ztvt</p><p>_abh8jix4js9z</p><p>_jdwgtlrfs4oz</p><p>_GoBack</p><p>Botão 1:</p><p>validar</p><p>a mensagem. Por isso, em uma comunicação, é sempre importante que tanto</p><p>emissor quanto receptor tenham certeza de que a mensagem foi interpretada</p><p>da maneira correta, e a melhor forma de se fazer isso é perguntando se a pessoa</p><p>entendeu o que se está procurando dizer.</p><p>3</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>NA SOCIEDADE</p><p>da informação</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>21</p><p>Todo desenvolvimento da sociedade foi acompanhado por importantes mudanças</p><p>tecnológicas, desde o período agrícola, passando pela era industrial, até chegar ao</p><p>que é conhecido como sociedade da informação. Cada uma dessas mudanças, na</p><p>tecnologia, foi responsável por profundas transformações sociais. Alguns autores,</p><p>como Alvin Toffler, chamam essas mudanças tecnológicas de onda; a primeira onda</p><p>é caracterizada pelas transformações na era agrícola; e a segunda, tendo início com</p><p>a Revolução Industrial, no século XVIII, também, contribuiu para o surgimento da</p><p>sociedade de consumo e pelos meios de comunicação de massa.</p><p>Atualmente, estaríamos vivendo a terceira onda, que é consequência da criação</p><p>e introdução do computador, a Internet e diversas invenções que impactaram, forte-</p><p>mente, no desenvolvimento social, contribuindo para que nos tornássemos a socie-</p><p>dade da informação. Essa evolução pode ser acompanhada no Quadro 1, a seguir:</p><p>Características</p><p>Chave</p><p>Sociedade</p><p>Agrícola</p><p>Sociedade</p><p>Industrial</p><p>Sociedade da</p><p>Informação</p><p>1. Período de</p><p>tempo</p><p>10.000 anos</p><p>200 anos</p><p>(Inglaterra - 1750)</p><p>1955</p><p>(Começou nos EUA)</p><p>2. Recurso</p><p>Básico</p><p>Alimentar Energia Informação</p><p>3. Mão de obra</p><p>principal</p><p>Fazendeiros</p><p>Trabalhadores de</p><p>fábricas</p><p>Trabalhadores da</p><p>Informação</p><p>4. Instituição</p><p>social</p><p>Fazenda</p><p>Fábricas,</p><p>siderúrgicas</p><p>Pesquisa e</p><p>Universidades</p><p>5. Tecnologia</p><p>básica</p><p>Trabalho</p><p>Manual</p><p>Máquinas a vapor</p><p>Computação e</p><p>eletrônica</p><p>6. Natureza da</p><p>Comunicação</p><p>Mídia</p><p>impressa</p><p>Rádio, Cinema e</p><p>Televisão</p><p>Mídia Interativa,</p><p>redes sociais</p><p>Quadro 1 - Comparação entre a sociedade agrícola, a sociedade industrial e a sociedade da</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>1</p><p>22</p><p>informação / Fonte: Rogers (1986, p. 13).</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>23</p><p>O fato de hoje vivermos em uma sociedade que tem como base a produção de va-</p><p>lores informacionais, e não mais valores materiais, é o que caracteriza a expressão</p><p>de sociedade da informação. Por isso, é possível perceber que tanto a informação</p><p>quanto a comunicação se fazem tão importantes em nossa vida.</p><p>Outro fator de suma importância que contribui para que vivamos na so-</p><p>ciedade da informação é a conectividade que a Internet proporciona. O avanço</p><p>dessa tecnologia permitiu uma verdadeira revolução na maneira como as pessoas</p><p>se comunicam. Felice (2008, p. 23) consegue resumir bem essa situação quan-</p><p>do explica que “diante dos nossos computadores ligados em rede, podemos nos</p><p>Pare para pensar como seria o seu mundo, hoje, sem as ferramentas do Google, como o</p><p>Maps, ou sua rede social preferida, como Facebook ou Instagram. Seria um mundo mais</p><p>fácil? Veja que estou falando de tecnologias que existem há menos de vinte anos.</p><p>pensando juntos</p><p>comunicar somente se passarmos a interagir com as nossas interfaces em um</p><p>diálogo constante, [...] no qual é excluído qualquer distinção entre o produtor e</p><p>o receptor da mensagem”.</p><p>Ao mesmo tempo que esse tipo de conexão é revolucionário, acaba sendo,</p><p>também, perigoso. Ao se perder a noção de emissor e receptor das mensagens,</p><p>uma característica do tipo de informação que se trafega em redes sociais, como</p><p>o Facebook, por exemplo, as pessoas se perdem em um emaranhado de infor-</p><p>mações que são comunicadas indefinidamente, dificultando ter conhecimento</p><p>a respeito de sua veracidade. Considerando Bueno (2009, p.119), isso acontece</p><p>porque "a Internet é mais do que multimídia, ela é hipermídia, uma vez que pos-</p><p>sibilita a junção de todas as outras mídias com a conexão em rede". Castells (1999,</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>1</p><p>24</p><p>p. 40 apud Bueno, 2009, p. 120) complementa essa fala ao pontuar que “as redes</p><p>interativas de computadores estão crescendo exponencialmente, criando novas</p><p>formas e canais de comunicação, moldando a vida e, ao mesmo tempo, sendo</p><p>moldadas por ela”. O referido autor já previu, há mais de vinte anos, o impacto que</p><p>a Internet viria causar na sociedade. Esse crescimento exponencial transformou</p><p>as relações sociais, expandindo a capacidade dos indivíduos, antes anônimos,</p><p>a se tornarem celebridades em virtude de uma hiperexposição só possível pela</p><p>utilização da Internet e suas mídias sociais.</p><p>As empresas, também, vêm se aproveitando desse novo canal de comunica-</p><p>ção, fato que pode ser comprovado observando a preocupação que grande parte</p><p>delas tem demonstrado em fazer parte de alguma rede social, como o Facebook,</p><p>por exemplo, e em monitorar os comentários que são postados a respeito de seus</p><p>produtos e serviços, tentando, assim, controlar e administrar as críticas o mais</p><p>rápido possível, de modo a diminuir possíveis impactos negativos que possam</p><p>aparecer. Além disso, as mídias sociais, também, permitem que a as empresas:</p><p>“ Divulguem seus produtos; Realizem campanhas promocionais;</p><p>Acompanhem sua imagem junto aos seus consumidores; Observem</p><p>as tendências do mercado; Conheçam seus clientes; Fidelizem seus</p><p>clientes; Envolva seu público-alvo de acordo com suas intenções</p><p>(FERREIRA; MALHEIROS, 2016, p. 93).</p><p>Outras ferramentas de comunicação, com grande impacto social, são os aplica-</p><p>tivos de conversação como o WhatsApp, que trouxe grande prejuízo às compa-</p><p>nhias telefônicas, obrigando-as a mudar seu modelo de negócio. A maioria das</p><p>pessoas e das empresas, hoje, utilizam mensagens de texto ou envio de arquivos</p><p>de áudio para se comunicarem. Tudo isso em função do baixíssimo custo e da</p><p>praticidade. Sem contar, o uso de aplicativos, como o Uber ou Rappi, ou mesmo</p><p>iFood, entre outros, que facilitaram, e muito, a contratação de serviços de entrega</p><p>e de deslocamento. É engraçado pensar que a geração anterior aos anos 1990</p><p>nunca mais verá o mundo como o conheceu, ao mesmo tempo em que a geração</p><p>a partir dos anos 1994 nunca conheceu um mundo sem a utilização da Internet</p><p>e suas facilidades.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>25</p><p>4</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>ORGANIZACIONAL</p><p>estratégica</p><p>Até aqui, vimos alguns aspectos da comunicação desde sua evolução até a sua</p><p>importância para os dias atuais, além de termos tratado de seu funcionamento</p><p>em termos de processo de comunicação. A partir de agora, caro(a) acadêmico(a),</p><p>traremos abordagens a respeito da importância da comunicação organizacional.</p><p>Nas palavras de Fleury (1996, p. 24), "a comunicação constitui um dos elementos</p><p>essenciais no processo de criação, transmissão e cristalização do universo sim-</p><p>bólico de uma organização". Vale lembrar, aqui, que, quando se fala em organi-</p><p>zação, estamos nos referindo a todo e qualquer tipo de empresa, tendo em vista</p><p>que a comunicação deve ser considerada como a base da existência para todas</p><p>as organizações. Nessa linha de pensamento, Tavares (2010, p.11) afirma que “a</p><p>comunicação pode existir de duas formas: ordenada e desordenada”, conforme</p><p>é possível ver no Quadro 2:</p><p>Ordenada Desordenada</p><p>Organizações que valorizam a</p><p>importância da comunicação como</p><p>um todo e fazem uso da mesma</p><p>forma planejada.</p><p>Organizações que utilizam de</p><p>forma intuitiva a comunicação sem</p><p>o planejamento baseando-se no</p><p>“achismo”.</p><p>Quadro 2 - Formas de se trabalhar a comunicação / Fonte: adaptado de Tavares (2010).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>1</p><p>26</p><p>Certamente você, depois de tudo o que foi tratado até aqui, já tenha uma percep-</p><p>ção do quão valiosa é a comunicação para as organizações. Ainda assim, poucas</p><p>são as empresas que conseguem se comunicar de modo estratégico. Aliás, pode-</p><p>mos afirmar que o sucesso ou o fracasso das empresas tem muita relação com a</p><p>maneira pela qual elas se comunicam com o mercado. Martiniano (2007) explica</p><p>que a má comunicação traz desgastes nas relações organizacionais, em função de</p><p>agressões verbais, perda de tempo, retrabalho, mal-entendidos e muitas outras si-</p><p>tuações ruins, frutos de problemas com a comunicação.</p><p>Em outras palavras, para</p><p>que as organizações utilizem, estrategicamente, a comunicação organizacional é</p><p>importante que exista uma cultura de comunicação, de maneira que os recursos</p><p>necessários sejam disponibilizados para tais atividades; caso contrário, a orga-</p><p>nização pode ter maus resultados. Não existe comunicação organizacional em</p><p>ambientes organizacionais em que essa perspectiva cultural seja ausente. Confor-</p><p>me Bueno (2009, p. 59), "dificilmente se poderia surpreender uma comunicação</p><p>organizacional estratégica numa organização que fosse avessa a um sistema de</p><p>gestão comprometido com esse paradigma organizacional".</p><p>É preciso lembrar que, em um mundo conectado, as organizações precisam</p><p>oferecer muito mais do que apenas bons serviços ou produtos com preços com-</p><p>petitivos. Não adianta, também, apresentar estruturas atrativas. As organizações</p><p>precisam comunicar-se de maneira correta com o seu público.</p><p>Perez e Bairon (2002, p. 33) afirmam ser "necessário cada vez mais comuni-</p><p>car-se não só com clientes, mas também com clientes em potencial, fornecedores,</p><p>colaboradores, entidades de classe, investidores e o público em geral". Percebe-se,</p><p>então, que a comunicação organizacional, quando bem realizada, é condição que</p><p>contribui para o lucro das empresas e, ainda, que uma boa comunicação é um</p><p>diferencial entre as organizações. Seu objetivo é transmitir informações, criar e</p><p>estreitar relacionamentos com o mercado, além de manter seus clientes internos</p><p>e externos situados a respeito do que se passa com a organização.</p><p>De modo geral, a comunicação organizacional é uma maneira de manter</p><p>integrado todos os diversos processos pelos quais as organizações passam dia-</p><p>riamente. Corroborando com esse pensamento, Kunsch (2009, p. 113), diz que</p><p>“a importância da comunicação dentro das empresas pode contribuir signifi-</p><p>cativamente em todas as áreas, inclusive, para a área financeira”. Um exemplo</p><p>muito simples sobre a relevância da comunicação organizacional é a utilização do</p><p>famoso "jornalzinho" da empresa, para divulgar os feitos entre seus funcionários.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>27</p><p>Isso é o tipo de ação que, sem grandes investimentos, provoca uma melhora na</p><p>moral dos colaboradores que, muitas vezes, pode contribuir com um aumento no</p><p>rendimento organizacional. Uma estratégia simples, prática e de fácil aplicação,</p><p>mas que a grande maioria das organizações não sabe como aplicar. Outra maneira</p><p>de se utilizar a comunicação organizacional ocorre por meio de uma assessoria de</p><p>imprensa e, como mostramos anteriormente, com a utilização das redes sociais.</p><p>As atuais ferramentas de tecnologia e informação das quais as empresas dis-</p><p>põem favorecem que se tenha acesso a praticamente todo o tipo de informação</p><p>que possamos imaginar. Por meio dessas ferramentas, como os smartphones ou</p><p>tablets, conectados à Internet, é possível que empresas e pessoas, de modo geral,</p><p>conversem virtualmente nas mais diversas situações, independente das distân-</p><p>cias. O ganho em interação que as organizações conseguem com esses meios é</p><p>muito grande. A capacidade de melhorar a imagem das organizações, frente ao</p><p>seu público, só com a utilização das redes sociais, além de ser muito eficiente,</p><p>permite um estreitamento das relações com seus clientes antes nunca imaginado.</p><p>As empresas que sabem utilizar, corretamente, essas ferramentas on-line de</p><p>comunicação têm condição de transmitir uma imagem melhor para o seu público,</p><p>além de demonstrarem preocupação com a opinião do mercado. No entanto Matos</p><p>(2014, p. 96) chama atenção para o fato de que "de nada servem veículos e canais</p><p>formais de comunicação interna e externa se não houver atitudes e comportamen-</p><p>tos positivos que estimulem a livre interação de pensamentos, opiniões e ideias".</p><p>Portanto, além de utilizar as ferramentas de comunicação organizacional, é</p><p>necessário que elas sejam utilizadas de maneira correta. Estrategicamente, a uti-</p><p>lização da comunicação organizacional deve ser implantada pelas organizações</p><p>para alcançar determinados objetivos, sem eles, segundo Pimenta (2010):</p><p>■ Construção da imagem institucional da empresa.</p><p>■ Adequação dos trabalhadores ao aumento da competição no mercado.</p><p>■ Atender às exigências dos consumidores mais conscientes de seus direitos.</p><p>■ Defender interesses frente ao governo (lobby).</p><p>■ Encaminhar questões sindicais e relacionadas à preservação do meio ambiente.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>1</p><p>28</p><p>Construção da imagem institucional da empresa</p><p>Fundamental para qualquer organização, sua imagem determina o conceito que</p><p>as pessoas e o mercado em geral têm a respeito das empresas. Uma organização</p><p>que esteja preocupada com questões de responsabilidade social e ambiental bem</p><p>como age de maneira verdadeira, conforme o que divulga, terá uma grande chan-</p><p>ce de construir uma imagem frente ao seu público, de uma organização séria e</p><p>comprometida com o equilíbrio socioambiental. Será possível, também, perceber</p><p>que existe uma tendência por parte dos consumidores em desenvolver imagens</p><p>positivas de organizações que promovem ou estejam envolvidas com eventos</p><p>culturais, esportivos ou de voluntariado.</p><p>Como explica Pimenta (2010, p. 139), "a imagem do produto e da empresa</p><p>(como instituição) formam seu maior patrimônio, que deve ser construído e</p><p>preservado, tendo como base a ética, a organização e a competência”. Essa ima-</p><p>gem institucional é construída pela imagem do produto em relação à qualidade,</p><p>preço e durabilidade, e pela imagem da relação com o consumidor que leva em</p><p>consideração o atendimento, a assistência técnica, etc.</p><p>Adequação dos trabalhadores ao aumento da</p><p>competição no mercado</p><p>A participação dos funcionários, na construção da imagem organizacional, é</p><p>muito importante. As organizações só conseguem construir imagens positivas</p><p>frente à sociedade caso os seus funcionários conheçam e tenham efetiva partici-</p><p>pação na construção dessa imagem. Para isso, é necessário algum investimento</p><p>na melhora do desempenho dos funcionários, e a comunicação interna é uma</p><p>excelente ferramenta para isso – como no exemplo dado anteriormente a respeito</p><p>do "jornalzinho interno". Outra maneira de trabalhar essa melhora de desempe-</p><p>nho, é desenvolver os valores e técnicas organizacionais junto aos funcionários.</p><p>Para isso, a comunicação interna, segundo Pimenta (2010), pode ser utilizada,</p><p>em termos de valores, para melhorar a responsabilidade, o compromisso, a coo-</p><p>peração, a solidariedade e a dedicação dos funcionários. Em relação às melhorias</p><p>técnicas, é possível utilizar formas de comunicação que possibilitem às equipes</p><p>desenvolver novos procedimentos e métodos de trabalhos.</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>29</p><p>Atender às exigências dos consumidores mais</p><p>conscientes de seus direitos</p><p>O atendimento às exigências do mercado, também, tem reflexo na imagem da</p><p>organização; este deve ser realizado por meio de uma comunicação organizacio-</p><p>nal bem estruturada, e disponibilizar para os consumidores, através dos meios de</p><p>comunicação em geral e, principalmente, pela Internet, informações referentes à</p><p>organização, que sejam suficientes para satisfazer estes que estão cada vez mais</p><p>exigentes e conscientes de seus direitos.</p><p>Defender interesses frente ao governo (lobby)</p><p>Não só os consumidores têm maior conhecimento de seus direitos; as organi-</p><p>zações, também, vêm buscando, por meio de associações e sindicatos, lutar por</p><p>seus interesses frente ao governo. Para que isso se efetive, Pimenta (2010, p. 133)</p><p>explica que é necessário as "organizações criarem representantes que estabeleçam</p><p>contato com as entidades governamentais, para que posteriormente, estabeleçam</p><p>vínculos que possibilitem a ampliação dos negócios".</p><p>Encaminhar questões sindicais e relacionadas à</p><p>preservação do meio ambiente</p><p>Uma exigência cada vez maior, por parte dos consumidores, refere-se à manei-</p><p>ra como as organizações vêm agindo, frente às suas responsabilidades sociais,</p><p>econômicas e ambientais, quanto à sua atuação no mercado. Para o mercado, de</p><p>forma geral, essa é uma tendência</p><p>em crescimento e que não tem volta. Por isso,</p><p>munir o mercado e seus consumidores com a maior quantidade de informações</p><p>referente a esses assuntos é fundamental para tranquilizar seus consumidores.</p><p>Além de buscar esses objetivos, uma estratégia de comunicação, também, deve</p><p>pensar quais recursos estão disponíveis para se alcançar esses objetivos e o que</p><p>precisa ser diagnosticado em termos de reputação da organização.</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>1</p><p>30</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Parabéns! Você chegou ao final da unidade. Esperamos que tenha aproveitado</p><p>e gostado do que estudamos até aqui. Inicialmente, abordamos os conceitos e</p><p>trajetórias da comunicação organizacional. Para isso, fizemos um breve relato</p><p>de sua evolução desde os primórdios da humanidade até os dias de hoje, em um</p><p>mundo conectado por mídias sociais. Aproveitamos para apresentar a evolução</p><p>da comunicação no Brasil, desde os anos 1950 até a atualidade.</p><p>Discorremos sobre o processo de comunicação, no qual existe um emissor,</p><p>que envia uma mensagem para um receptor, que a codifica, interpreta e a de-</p><p>volve. Vimos que esse processo, com começo, meio e fim, pode sofrer ruídos</p><p>que impedem as pessoas de se comunicarem plenamente, devido às barreiras na</p><p>comunicação. Dessa forma, mostramos algumas para que você as conheça e tome</p><p>cuidado quando estiver se comunicando. Tratamos, também, da comunicação</p><p>na sociedade da informação. Discutimos como a tecnologia da informação e</p><p>comunicação tem impacto a humanidade na maneira de se comunicar, e como</p><p>você deve agir em relação a isso.</p><p>Na última aula, abordamos a comunicação organizacional estratégica, na qual</p><p>mostramos a importância de as organizações utilizarem, de maneira estratégica, a</p><p>comunicação. Explicamos, também, o que deve ser feito para construir uma ima-</p><p>gem positiva da empresa e qual o papel dos funcionários nesta construção. Por fim,</p><p>vimos que é muito importante as empresas agirem de maneira condizente com</p><p>suas ações e valores em relação aos aspectos socioambientais, assunto esse que está</p><p>muito em voga nos dias atuais e é uma tendência na comunicação das organizações.</p><p>Empenhamo-nos ao máximo para que você tenha acesso ao melhor conteúdo e,</p><p>consequentemente, um excelente aprendizado. Grande abraço. Sucesso!</p><p>31</p><p>na prática</p><p>1. A comunicação pode sofrer algumas barreiras, durante o seu processo, que preci-</p><p>sam ser evitadas. Essas barreiras, conhecidas como ruídos, podem causar problemas</p><p>de comunicação. Portanto, é correto dizer que:</p><p>a) Deve-se deixar de se preocupar com possíveis distrações recebidas.</p><p>b) Deve-se manter na defensiva durante a comunicação.</p><p>c) Quando alguém estiver lhe dirigindo a palavra, prestar muita atenção, não desviar</p><p>o olhar ou realizar outra atividade ao mesmo tempo.</p><p>d) Deve-se prestar atenção, apenas, no conteúdo emitido que seja confuso.</p><p>e) Embasar decisões, apenas, na opinião que se tem do emissor, mesmo que este</p><p>não tenha credibilidade.</p><p>2. A comunicação sempre existiu e existirá na história das organizações. Obviamente,</p><p>o que irá diferenciá-la é a sua evolução. Hoje, a comunicação empresarial é uma</p><p>ferramenta estratégica de planejamento usada com o objetivo de melhorar, por</p><p>exemplo, a imagem da empresa. De acordo com o material de estudo, sobre a co-</p><p>municação empresarial, podemos destacar que ela é uma atividade multidisciplinar</p><p>que envolve métodos e técnicas das áreas de:</p><p>I - Propaganda.</p><p>II - Marketing.</p><p>III - Área da Produção.</p><p>IV - Relações Públicas.</p><p>V - Engenharia.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) Apenas I e II estão corretas.</p><p>b) Apenas II e III estão corretas.</p><p>c) Apenas I está correta.</p><p>d) Apenas I, II e IV estão corretas.</p><p>e) Nenhuma das alternativas está correta.</p><p>3. Buscar a eficiência e eficácia na comunicação é, sem dúvida, o grande objetivo das</p><p>corporações. Para que isso ocorra, não existem fórmulas mágicas que possam ser</p><p>utilizadas. É necessário colocar, em prática, alguns passos pré-estabelecidos que</p><p>32</p><p>na prática</p><p>poderão ser seguidos e levar a comunicação a se tornar mais eficaz.</p><p>Com base nesta afirmação, preencha com (V) Verdadeiro ou (F) Falso as sequências</p><p>a seguir.</p><p>( ) Identificar o público ou audiência-alvo.</p><p>( ) Determinar os objetivos da comunicação.</p><p>( ) Fazer grandes investimentos financeiros em software na área de comunicação.</p><p>( ) Selecionar, somente, um canal específico.</p><p>( ) Definir o composto comunicacional.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) F, V, V, F, F.</p><p>b) V, V, F, F, V.</p><p>c) V, F, V, F, V.</p><p>d) F, F, F, V, V.</p><p>e) F, V, F, V, F.</p><p>4. A comunicação é inerente ao ser humano, desde o seu primeiro dia de vida. Uma</p><p>mamãe não precisa esperar seu bebê recém-nascido pedir o seu leite para sa-</p><p>ber que ele está com fome. Basta escutá-lo chorar. Dessa forma, a comunicação é</p><p>processada o todo tempo, independentemente da forma em que ocorre. De uma</p><p>criança que chora pelo seu leite até um executivo que precisa convencer seu cliente</p><p>a comprar seu produto, o sucesso de toda a atividade “profissional” passa por uma</p><p>comunicação eficaz. Para se fazer uma comunicação de excelência, é necessário</p><p>compreender seus elementos. Com base nesta afirmação, aponte quais são os ele-</p><p>mentos do processo de comunicação.</p><p>5. Na comunicação organizacional, é importante que as empresas saibam utilizar, cor-</p><p>retamente, suas ferramentas de comunicação de maneira que seja possível transmi-</p><p>tir uma melhor imagem para o seu público, demonstrando, assim, certa preocupação</p><p>com a opinião do mercado. No entanto é importante entender que não basta ter</p><p>uma comunicação eficiente se as atitudes da organização não forem condizentes</p><p>com o que ela diz. Portanto, cite quais são os objetivos a serem alcançados quando</p><p>a organização utiliza, estrategicamente, a comunicação.</p><p>33</p><p>aprimore-se</p><p>ESTUDO REVELA QUE PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO INTERNA INTER-</p><p>FEREM NA PRODUTIVIDADE</p><p>De acordo com os resultados do 8º Relatório Anual de Produtividade Proudfoot,</p><p>as empresas brasileiras poderiam obter maiores ganhos em produtividade do que</p><p>companhias de outros países, mas enfrentam vários entraves, como problemas de</p><p>comunicação interna. Os gestores brasileiros acreditam que suas empresas pode-</p><p>riam aumentar sua produtividade em 17,7% nos próximos dois anos, 4 pontos aci-</p><p>ma da média global e o nível mais alto relatado na pesquisa, que incluiu 1272 execu-</p><p>tivos de 12 países (Austrália, Canadá, Brasil, Rússia, Estados Unidos, China, França,</p><p>Reino Unido, Alemanha, Índia, África do Sul e Espanha). Confirmando o otimismo</p><p>dos executivos brasileiros, a pesquisa apontou que os gestores acreditam que suas</p><p>empresas chegarão a atingir 85% destes ganhos potenciais de produtividade. Este</p><p>otimismo poderia, contudo, mascarar a realidade, pois os trabalhadores brasileiros</p><p>se mostram menos produtivos do que nos últimos anos.</p><p>Uma análise realizada pela Proudfoot revelou que o tempo que os trabalhadores</p><p>brasileiros gastam com atividades improdutivas subiu para 39,8% da semana de</p><p>trabalho em 2007, o que equivale a dois dias inteiros de improdutividade semanais.</p><p>Esta é uma alta de 8 pontos em relação aos índices de 2006. Apesar do aumento do</p><p>tempo improdutivo dos funcionários, 94% dos gestores brasileiros pesquisados ava-</p><p>liam que a produtividade de sua empresa está acima da média, os maiores índices</p><p>de qualquer país listado na pesquisa.</p><p>Os gestores no Brasil e nas outras economias do BRIC se mostram mais otimistas</p><p>sobre a capacidade de suas empresas obterem ganhos potenciais de produtivida-</p><p>de do que os outros países em economias mais maduras. “Houve um aumento de</p><p>produtividade significativo nas empresas em todo o mundo nos últimos anos”, afir-</p><p>mou Luiz Carvalho, CEO da Proudfoot, sediada em Atlanta. “Entretanto, o aspecto de</p><p>maior destaque foi o desempenho de empresas nos mercados emergentes, inclusi-</p><p>ve o Brasil”. “O Brasil está tendo uma oportunidade excepcional”, observou Carva-</p><p>lho. “Se as empresas brasileiras conseguirem atingir estes ganhos potenciais de pro-</p><p>34</p><p>aprimore-se</p><p>dutividade, haverá oportunidades extraordinárias</p><p>para elas no Brasil, na América</p><p>Latina e no mercado global. O fator decisivo para ter acesso a estas oportunidades é</p><p>solucionar e superar as barreiras críticas para o aumento da produtividade”.</p><p>Os gestores entrevistados em vários países citaram problemas com a mão de</p><p>obra disponível e a falta de trabalhadores qualificados como o principal entrave a</p><p>uma maior produtividade, seguidos por problemas de comunicação interna, barrei-</p><p>ras legislativas e regulatórias, baixa moral dos funcionários, alta rotatividade de pes-</p><p>soal e qualidade dos supervisores. Por outro lado, os gestores brasileiros citaram</p><p>os problemas de comunicação interna como sendo a principal barreira para obter</p><p>maior produtividade no mercado. Esta barreira foi mencionada por 47% dos gesto-</p><p>res brasileiros, quase o dobro da média global. “Quando analisamos os problemas</p><p>de comunicação interna no Brasil, descobrimos que o ponto central do problema</p><p>está na comunicação de cima pra baixo e na comunicação entre departamentos”,</p><p>explicou Carvalho. “30% dos gestores brasileiros afirmaram ter dificuldades para se</p><p>comunicar entre departamentos, o terceiro maior nível de qualquer país pesquisa-</p><p>do, e o maior entre os países do BRIC.</p><p>Da mesma forma, o Brasil se classificou em segundo lugar nos países pesquisa-</p><p>dos em relação a problemas com comunicação de cima para baixo”. A baixa moral</p><p>dos funcionários e da motivação foi a segunda principal barreira aos ganhos de</p><p>produtividade citada pelos gestores brasileiros. A seguir, vieram os problemas com</p><p>as tecnologias de informação e de comunicação, a falta de vontade da gestão sênior</p><p>em implementar programas de mudança, e a falta de alinhamento entre o desem-</p><p>penho do funcionário e métricas de bônus e objetivos corporativos. “É essencial</p><p>que as empresas alinhem corretamente suas métricas de desempenho e planos de</p><p>incentivo aos objetivos corporativos”, explicou João Currito, presidente da unidade</p><p>brasileira da Proudfoot. “Se as métricas e programas de incentivo estiverem mal</p><p>alinhados, você incentiva funcionários e gestores a se dedicar a atividades que vão à</p><p>direção oposta de seus objetivos de negócio. Isso é contraproducente, e prejudica a</p><p>capacidade da empresa de aprimorar sua produtividade em áreas-chave”.</p><p>35</p><p>aprimore-se</p><p>O estudo, também, revelou que os gestores brasileiros passam quase metade</p><p>de seu tempo (49,5%) envolvidos em atividades administrativas, 7 pontos acima da</p><p>norma global e o segundo maior índice entre os países pesquisados (a China ficou</p><p>em primeiro lugar, com 50,5%). Em outras palavras, os gestores brasileiros passam</p><p>quase 2,5 dias por semana envolvidos com tarefas administrativas. Quando indaga-</p><p>dos como prefeririam distribuir seu tempo, os gestores brasileiros sugeriram alocar</p><p>36,6% de seu tempo com tarefas administrativas. A diferença de 13 pontos entre o</p><p>índice atual e o ideal pode ser uma das principais soluções para aumentar a produti-</p><p>vidade do funcionário. “Nossa análise apontou uma correlação entre a maneira que</p><p>os gestores alocam seu tempo e a produtividade do funcionário”, explicou Carvalho.</p><p>“Se houver um aumento de 10 pontos no tempo que um gestor passa em supervi-</p><p>são ativa dos funcionários, ocorre um aumento de 2 pontos no tempo produtivo do</p><p>trabalhador. No Brasil, esta diferença de 13 pontos poderia ser traduzida em um</p><p>aumento de 2,6% em produtividade de funcionários”. Os gestores no mundo inteiro</p><p>passam apenas 7% de seu tempo supervisionando, ativamente, seus funcionários.</p><p>Fonte: adaptado de Melo (2008, on-line)2.</p><p>36</p><p>eu recomendo!</p><p>Comunicação Organizacional - Vol. 1 - Histórico, Fundamen-</p><p>tos e Processos</p><p>Autor: Margarida Maria Krohling Kunsch</p><p>Editora: Saraiva</p><p>Sinopse: este livro retrata o quanto já avançamos na produção</p><p>acadêmico-científica sobre essa área no Brasil. Os textos partem</p><p>de um resgate da evolução da comunicação organizacional no</p><p>país, passam por seus fundamentos teóricos e aplicados bem como alcançam os</p><p>impactos exercidos sobre ela pelas novas tecnologias da informação. A obra traz</p><p>uma contribuição muito significativa para o ensino e a pesquisa da comunicação</p><p>organizacional nas escolas de comunicação e de administração.</p><p>livro</p><p>Nos dias atuais, comunicar-se bem não é mais algo que, somente, os professores,</p><p>palestrantes ou bons negociadores devem dominar. A boa comunicação, hoje, é</p><p>uma obrigatoriedade para todos.</p><p>http://www.infoescola.com/administracao_/comunicacao-empresarial/</p><p>conecte-se</p><p>Obrigado por fumar (Thank you for smoking)</p><p>Ano: 2005</p><p>Sinopse: Nick é o principal porta-voz das grandes empresas de</p><p>cigarros, ganhando a vida defendendo os direitos dos fumantes</p><p>nos Estados Unidos. Desafiado pelos vigilantes da saúde e, tam-</p><p>bém, por um senador oportunista, que deseja colocar rótulos de</p><p>veneno nos maços de cigarros, Nick passa a manipular informa-</p><p>ções de forma a diminuir os riscos do cigarro em programas de</p><p>TV. Além disso, Nick conta com a ajuda de Jeff, um poderoso agente de Hollywood,</p><p>para fazer com que o cigarro seja promovido nos filmes.</p><p>filme</p><p>2</p><p>COMPOSTO DA</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>organizacional</p><p>PROFESSOR</p><p>Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque</p><p>PLANO DE ESTUDO</p><p>A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Comunicação institucional • Co-</p><p>municação administrativa • Comunicação interna • Comunicação mercadológica (marketing)</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>Explicar a Comunicação institucional • Discutir sobre a Comunicação administrativa • Apresentar os</p><p>conceitos sobre Comunicação interna • Definir a Comunicação mercadológica.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, caro(a) acadêmico(a)! Ao longo desta unidade, trataremos do compos-</p><p>to da comunicação organizacional. Essa parte tão importante para a empre-</p><p>sa é constituída pela comunicação institucional, administrativa, interna e</p><p>mercadológica. Apresentaremos cada uma dessas comunicações, buscando</p><p>abranger o máximo de informação a respeito de seus conceitos, processos</p><p>de funcionamento e importância para a organização como um todo.</p><p>Inicialmente, abordaremos a comunicação institucional, apresentando</p><p>o funcionamento do seu processo de comunicação, e o conceito de comu-</p><p>nicação externa. Na sequência, apresentaremos a comunicação interna,</p><p>mostrando como deve ser realizado o seu processo de comunicação, os</p><p>seus canais de comunicação interna e sua importância para a organiza-</p><p>ção. Aproveitaremos para apresentar uma ferramenta muito importante e</p><p>bastante utilizada pelas organizações, o endomarketing. Após explicar sua</p><p>definição e apresentar sua importância para a comunicação organizacional,</p><p>mostraremos como promover programas de endomarketing.</p><p>Para finalizar a unidade, apresentaremos os conceitos da comunicação</p><p>mercadológica, explicaremos o porquê devemos tratá-la como comuni-</p><p>cação integrada de marketing e, só então, mostraremos como realizar o</p><p>planejamento da referida comunicação integrada de marketing. Esperamos</p><p>que você possa aproveitar esta unidade, e que ela ajude você a alcançar seus</p><p>objetivos pessoais e profissionais. Sucesso!</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>38</p><p>1</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>INSTITUCIONAL</p><p>Em um mundo onde a imagem tem uma importância significativa, saber a me-</p><p>lhor maneira de se comunicar com o seu público é um diferencial para qualquer</p><p>organização. Este é o objetivo da comunicação institucional, interagir de maneira</p><p>que seja possível construir uma imagem positiva junto de seus públicos, interno</p><p>e externo. Para isso, a organização deve utilizar de seus canais de comunicação e</p><p>redes de relacionamento de maneira que possa conquistar a confiança, a credi-</p><p>bilidade e a simpatia dos stakeholders.</p><p>Atualmente, a comunicação institucional utiliza-se do conhecimento com-</p><p>partilhado e das relações humanas. Ela “deve ser vista como uma estratégia funda-</p><p>mental nas organizações” (RIVELARO; BOLINA, 2020, p. 13). Ainda, segundo os</p><p>mesmos autores, cada vez mais, as organizações têm consciência da importância</p><p>do fator humano para o sucesso do negócio e, “uma comunicação organizacional</p><p>integrada e bem planejada</p><p>é um quesito estratégico fundamental” (CRIVELARO;</p><p>BOLINA, 2020, p. 13). Um outro autor que traz uma importante definição de co-</p><p>municação institucional é Lupetti (2009), que a define como a comunicação que</p><p>procura estabelecer um conceito público para a organização, de maneira que sua</p><p>filosofia seja difundida, além de comunicar para o seu público sua missão, visão</p><p>e valores que fazem parte de suas práticas e políticas organizacionais. Kunsch</p><p>(2016, p.102) explica que a comunicação institucional “incumbe-se da construção</p><p>da imagem e da identidade da companhia”, ou seja, a organização precisa utilizar</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>39</p><p>das ferramentas de relações públicas para empregar ações que possam dar à orga-</p><p>nização um posicionamento coerente com a sua missão, visão, valores e políticas</p><p>organizacionais. Assim, percebe-se que Lupetti (2009) e Kunsch (2016) trazem,</p><p>praticamente, o mesmo conceito para comunicação institucional.</p><p>Em suma, a comunicação institucional nada mais é do que a forma como a</p><p>organização comunica sua imagem institucional perante o seu público. A comuni-</p><p>cação institucional é formada pela comunicação interna e externa que se integram</p><p>na construção da imagem Institucional da organização. Trabalhar com a imagem</p><p>institucional da organização é uma maneira de pensar, estrategicamente, sua comu-</p><p>nicação empresarial, para, nas palavras de Matos (2014, p. 91), “solidificar a cultura</p><p>(crença e valores), as filosofias e as estratégias de ação da organização”, o que signi-</p><p>fica, formatar sua imagem institucional como seu maior patrimônio.</p><p>Para que você, caro(a) acadêmico(a), entenda esse conceito de imagem insti-</p><p>tucional como patrimônio organizacional, definiremos o conceito de organização.</p><p>É possível definir uma organização, nas palavras de Kunsch (2016, p. 62), “como</p><p>um sistema social e histórico, formal, que obrigatoriamente se comunica e se re-</p><p>laciona, de forma endógena, como os seus integrantes e, de forma exógena, com</p><p>outros sistemas sociais e com a sociedade”. Ou seja, as organizações são entidades</p><p>constituídas de pessoas que atuam em busca de um mesmo objetivo e possui as</p><p>seguintes características, segundo Kunsch (2016):</p><p>■ Serem sistemas sociais constituídos por relacionamentos entre pessoas.</p><p>■ Serem complexas e aplicarem a divisão de trabalho.</p><p>■ Terem história e memória.</p><p>■ Precisarem enfrentar o desafio das mudanças.</p><p>■ Terem identidade.</p><p>■ Quererem resultados.</p><p>Acesse o link a seguir e saiba um pouco mais a respeito da comunicação institucional.</p><p>https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/comunicacao-insti-</p><p>tucional/33186</p><p>conecte-se</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>40</p><p>Por causa dessas características, é preciso que você entenda que, apesar de uma</p><p>aparência simples, as organizações, devido às relações humanas existentes, tor-</p><p>nam-se ambientes complexos e, por isso, precisam que seus aspectos formais se-</p><p>jam moldados por regulamentos, normas e procedimentos, missão, visão, valores,</p><p>direitos e deveres. Tudo isso deve ser comunicado de maneira formal para que</p><p>integre as relações humanas com as necessidades da organização.</p><p>Processo de comunicação institucional</p><p>A comunicação institucional é um processo relacional entre indivíduos, departa-</p><p>mentos, unidades e organizações; ela se divide em: comunicação interna, externa</p><p>e assessoria de imprensa, onde:</p><p>“ Comunicação interna: direcionada a funcionários e colaboradores</p><p>diretamente vinculados à empresa.</p><p>Comunicação externa: relacionada a clientes, fornecedores, acio-</p><p>nistas, empresas concorrentes, mídia, governo, órgãos públicos, es-</p><p>colas, sindicatos e à sociedade de um modo geral (opinião pública).</p><p>Assessoria de imprensa: funciona integrada ao processo de comu-</p><p>nicação externa da empresa e cuida do fluxo de notícias e informa-</p><p>ções da empresa para a mídia (jornal, revista, televisão, rádio e inter-</p><p>net) e o seu relacionamento com jornalistas e públicos formadores</p><p>de opiniões ligados à comunicação social (MATOS, 2014, p. 111).</p><p>O processo de comunicação institucional independe do tipo de organização e</p><p>de seus modelos administrativos, ou qualquer outro atributo que lhe diferen-</p><p>cie de outras organizações. É um processo complexo que integra suas políticas,</p><p>seus planejamentos e suas ações. É constituído dos elementos básicos da teoria</p><p>da comunicação: fonte, codificador, canal, mensagem, decodificador e receptor.</p><p>Kunsch (2009) explica que esse processo de comunicação tem como fonte a ad-</p><p>ministração que irá, de acordo com o ambiente e o perfil do receptor, criar as</p><p>mensagens e selecionar os melhores canais de comunicação que sejam os mais</p><p>adequados, para transmitir suas mensagens sempre procurando controlar todo</p><p>o processo para evitar ruídos e alcançar os resultados desejados. É preciso enten-</p><p>U</p><p>N</p><p>IC</p><p>E</p><p>SU</p><p>M</p><p>A</p><p>R</p><p>41</p><p>der que a comunicação institucional é um processo que envolve relações sociais</p><p>e, apesar do cuidado com os ruídos, “quando um emissor é intimidado por seu</p><p>receptor durante o processo de envio de uma mensagem, a própria mensagem e</p><p>a interpretação dela serão afetadas” (HALL, 1984, p. 133 apud KUNSCH, 2002).</p><p>A comunicação institucional ocorre em um nível intrapessoal, interpessoal e</p><p>interfuncional sendo:</p><p>“ Intrapessoal: a comunicação ocorre em um nível fundamental,</p><p>do qual nem sempre nos lembramos, é o da comunicação consi-</p><p>go mesmo. Corresponde ao diálogo interior em que debatemos e</p><p>questionamos os nossos pensamentos, dúvidas, certezas, opiniões,</p><p>decisões e escolhas.</p><p>Interpessoal: realiza-se por meio da comunicação direta com uma</p><p>ou mais pessoas. É o nível de comunicação em que os papéis de</p><p>emissor (fonte) e de receptor (destino) são exercidos de modo re-</p><p>cíproco por duas ou mais pessoas.</p><p>Interfuncional: realiza-se quando uma área, divisão, unidade ou</p><p>departamento relaciona-se com outro para a transmissão de dados</p><p>ou troca de informações (MATOS, 2014, p. 111-112).</p><p>Além dos níveis de comunicação, a organização deve, também, decidir por quais</p><p>canais de comunicação utilizar. Estes canais podem ser formais ou informais:</p><p>“ Canal Formal: engloba todas as fontes e meios de comunicação</p><p>e de transmissão de informações oficialmente existentes na estru-</p><p>tura da empresa. Na esfera administrativa, por exemplo, os canais</p><p>formais são representados pelas reuniões, memorandos, ofícios,</p><p>comunicados, atas de reuniões, relatórios funcionais etc.</p><p>Canal Informal: todo meio ou suporte que efetiva a comunicação,</p><p>ou a transmissão de informações, fora dos canais formalmente au-</p><p>torizados ou reconhecidos como fontes fidedignas. O bate-papo no</p><p>corredor, o encontro para tomar um cafezinho e a “cervejinha depois</p><p>do expediente” são canais informais que consolidam a interpretação</p><p>das iniciativas formais (MATOS, 2014, p. 112).</p><p>U</p><p>N</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>2</p><p>42</p><p>Apesar desses dois canais de comunicação que a organização pode utilizar, é</p><p>muito importante que seja dado prioridade para a utilização do canal formal. Se-</p><p>gundo Matos (2014, p. 113), “quando as vias formais de comunicação da empresa</p><p>não atendem a demanda por informações do seu público interno, surge a versão</p><p>extraoficial do ‘ouvi dizer’, também chamada de ‘rádio corredor’”.</p><p>No processo de comunicação institucional, existem alguns fluxos que a comu-</p><p>nicação pode seguir. Quando ela ocorre, no sentido topo decisório e descem até</p><p>as bases da organização, têm-se um fluxo de comunicação descendente, ou seja,</p><p>de cima para baixo. Essa é a comunicação oficial que pode ser falada, impressa</p><p>ou eletrônica. Esse tipo de comunicação tem como função transmitir normas,</p><p>procedimentos, instruções, estratégias, planos, metas etc. Quando o fluxo de co-</p><p>municação ocorre de baixo para cima, ou seja, quando é um fluxo ascendente,</p><p>há a comunicação de características formais ou informais, tendo em vista ser</p><p>dos funcionários da base em sentido aos níveis mais elevados da organização.</p><p>Normalmente, esse tipo de comunicação se caracteriza por opiniões, críticas,</p><p>elogios ou reclamações. A comunicação, também, pode ser realizada em um fluxo</p>