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Hexag - Entre Frases - Livro 2

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Prévia do material em texto

2
LINGUAGENS, CÓDIGOS
e suas tecnologias
Emily Cristina dos Ouros e Murilo de Almeida Gonçalves
Estudo da escr ita - Redação
L
ENTRE FRASES
C
Redação para
vestibular medicina
4ª edição 
Belo Horizonte 2019 
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2019
Todos os direitos reservados.
Autores
Emily Cristina dos Ouros
Murilo de Almeida Gonçalves
Colaboradora - Aula 6
Thaiane dos Santos Guerra 
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica
Hexag Sistema de Ensino
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Claudio Guilherme da Silva
Eder Carlos Bastos de Lima
Fernando Cruz Botelho de Souza
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Foto da capa
pixabay (http://pixabay.com)
Impressão e acabamento
Meta Solutions
ISBN: 978-85-9542-148-6
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o 
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição 
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre 
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não representando qual-
quer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2019
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
CARO ALUNOCARO ALUNO
O Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de Medicina. Desde 2010, são centenas de aprovações nos principais 
vestibulares de Medicina no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e em todo Brasil. O material didático foi, mais uma vez, aperfeiçoado e seu conteúdo enri-
quecido, inclusive com questões recentes dos relevantes vestibulares de 2019. 
Esteticamente, houve uma melhora em seu layout, na definição das imagens, criação de novas seções e também na utilização de cores.
No total, são 103 livros, 24 cadernos de Estudo Orientado e 6 cadernos de aula.
O conteúdo dos livros foi organizado por aulas. Cada assunto contém uma rica teoria, que contempla de forma objetiva e clara o que o aluno 
realmente necessita assimilar para o seu êxito nos principais vestibulares do Brasil e Enem, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. 
Todo livro é iniciado por um infográfico. Esta seção, de forma simples, resumida e dinâmica, foi desenvolvida para indicação dos assuntos mais abordados nos 
principais vestibulares, voltados para o curso de medicina em todo território nacional.
O conteúdo das aulas está dividido da seguinte forma:
TEORIA
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos, de cada coleção, tem como principal objetivo apoiar o estudante na resolução de questões propos-
tas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, completos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam as explicações 
dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados, e compõem um conjunto abrangente de informações para o 
estudante, que vai dedicar-se à rotina intensa de estudos.
TEORIA NA PRÁTICA (EXEMPLOS)
Desenvolvida pensando nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Nesses 
compilados nos deparamos com modelos de exercícios resolvidos e comentados, aquilo que parece abstrato e de difícil compreensão torna-se mais acessível 
e de bom entendimento aos olhos do estudante.
Através dessas resoluções é possível rever a qualquer momento as explicações dadas em sala de aula.
INTERATIVIDADE
Trata-se do complemento às aulas abordadas. É desenvolvida uma seção que oferece uma cuidadosa seleção de conteúdos para complementar o 
repertório do estudante. É dividido em boxes para facilitar a compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas e livros para o aprendizado do aluno. 
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos temas estudados. Há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões 
de aplicativos que facilitam os estudos, sendo conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica. Tudo é selecionado com finos 
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso estudante.
INTERDISCIPLINARIDADE
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é elaborada, a cada aula, a seção interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares de 
hoje não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada matéria.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como biologia e química, 
história e geografia, biologia e matemática, entre outros. Neste espaço, o estudante inicia o contato com essa realidade por meio de explicações que relacio-
nam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o estudante consegue entender 
que cada disciplina não existe de forma isolada, mas sim, fazendo parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana no desenvolver do dia a dia, dificultando o 
contato daqueles que tentam apreender determinados conceitos e aprofundamento dos assuntos, para além da superficial memorização ou “decorebas” de 
fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios de aprendizagem com os conteúdos, foi desenvolvida a seção “Aplicação no Cotidiano”. Como o próprio nome já 
aponta, há uma preocupação em levar aos nossos estudantes a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo que eles têm contato em seu 
dia a dia.
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Elaborada pensando no Enem, e sabendo que a prova tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, o estudante deve 
conhecer as diversas habilidades e competências abordadas nas provas. Os livros da “Coleção vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas dessas 
habilidades. No compilado “Construção de Habilidades”, há o modelo de exercício que não é apenas resolvido, mas sim feito uma análise expositiva, descre-
vendo passo a passo e analisado à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a apurá-las na sua 
prática, identificá-las na prova e resolver cada questão com tranquilidade.
ESTRUTURA CONCEITUAL
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Geramos aos estudantes o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um deles 
é a estrutura conceitual, para aqueles que aprendem visualmente a entender os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas mentais e 
fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos principais conteúdos 
ensinados no dia, o que facilita sua organização de estudos e até a resolução dos exercícios.
A edição 2019 foi elaborada com muito empenho e dedicação, oferecendo ao aluno um material moderno e completo, um grande aliado para o seu 
sucesso nos vestibulares mais concorridos de Medicina.
Herlan Fellini
SUMÁRIO
ESTUDO DA ESCRITA - REDAÇÃO
ENTRE FRASES
Aula 6: Principais faculdades particulares de medicina em Minas Gerais 7
Aula 7: Parágrafo padrão e tópico frasal 19
Aula 8: Estratégias Argumentativas I 37
Aula 9: EstratégiasArgumentativas II 55
Redações extras 73
Prontuário 87
0 6 Principais faculdadesparticulares de medicina
em Minas Gerais
L C
ENTRE 
FRASES
0 6 Principais faculdadesparticulares de medicina
em Minas Gerais
L C
ENTRE 
FRASES
9
PrinciPais faculdades Particulares de medicina em mG
Entre as principais instituições que serão priorizadas neste estudo estão: CCMG, PUC-MG, UNIFENAS, FA-
SEH, FAMINAS, UIT, FAME e SUPREMA. 
De modo geral, elas possuem algumas particularidades na prova de redação. Apesar disso, essas 
bancas avaliam os mesmos elementos que devem ser dominados pelos candidatos no Enem. Ou seja, os critérios 
observados no texto que você escreverá são similares aos exigidos pelo Inep. Por esse motivo, a redação que você 
fará para as provas de instituições particulares de MG não é nenhuma grande novidade.
Apesar disso, se você está à procura de informações específicas sobre cada prova, pode buscar o Edital do 
vestibular ou Manual do Candidato, documentos elaborados pelas instituições para dar clareza sobre as especifi-
cidades da prova, incluindo distribuição de pontos, conteúdo previsto e detalhes sobre a redação. Por isso, sempre 
que seu objetivo for o de saber como é a prova em uma determinada faculdade, são esses os documentos que você 
deve ler atentamente.
As bases do texto nas particulares de MG
Ao analisar os editais e provas anteriores das principais particulares de Medicina de Minas Gerais, observa-
-se uma exigência comum: a escrita de um texto dissertativo-argumentativo em que você discuta e se 
posicione diante de um tema. Portanto, nada disso se diferencia do que você estudou em aulas passadas (com 
exceção da faculdade CCMG e PUC-MG, que são mais distintas).
Via de regra será solicitado um texto em que a banca apresenta um tema de relevância social que é 
apoiado por textos motivadores para direcionar a escrita.
A seguir são apresentados os critérios básicos que serão examinados em redações que você produ-
za para qualquer vestibular, incluindo aqueles de instituições particulares em Minas:
1. Compreensão do tema
2. Domínio do gênero textual exigido
3. Seleção e organização das ideias e consistência da argumentação
4. Domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa
5. Emprego de recursos coesivos
Ao compreender que esses cinco elementos são a base do texto de todo vestibular, estará seguro 
de que, embora cada prova seja diferente e dê foco a este ou aquele aspecto, os conhecimentos básicos sobre como 
escrever adequadamente já são dominados por você. 
As especificidades do texto nas particulares de MG
As faculdades particulares de Minas Gerais possuem algumas características bem típicas em relação à 
redação. A mais expressiva delas é o tipo de tema mais frequente em provas. A dificuldade sentida pela maioria 
dos candidatos diante desses vestibulares é que algumas das instituições não divulgam publicamente as provas 
aplicadas, o que gera uma dificuldade em conhecer as características do exame. Este é o caso da UNI-BH, UIT e 
FAME, por exemplo. 
10
Assunto generalista versus assunto da saúde
Em relação ao tipo de assunto que pode ser cobrado na redação das particulares de medicina de MG, clas-
sificamos em dois tipos:
 § Assunto generalista: é aquele que pode pertencer a qualquer área ou assunto, abrangendo discussões do 
âmbito da cidadania, minorias, cultura, ciência, tecnologia, comportamento, educação, meio ambiente etc.
 § Assunto da saúde: é aquele que está restrito a essa área, incluindo discussões sobre bem-estar físico e 
psíquico, postura médica, políticas públicas de saúde, relação médico-paciente, entre outros.
Tema-problema versus tema dualístico
O ponto de vista a ser defendido em uma redação irá ser definido também pelo tipo de tema exposto ou 
até mesmo pela forma como ele é apresentado. A partir da análise geral de como um candidato pode se posicionar, 
classificamos os temas em:
 § Tema-problema: aponta para um único ponto de vista possível: a identificação de uma situação-proble-
ma. Exemplo: Violência doméstica contra crianças no Brasil. 
 § Tema dualístico: evidencia a possibilidade de o candidato defender um ponto de vista x ou y. Exemplo: A 
reforma da previdência é necessária? 
Tema objetivo versus tema subjetivo
Como cada banca de vestibular possui suas características específicas, também é possível classificar o tema 
como objetivo ou subjetivo tendo em vista as seguintes características:
 § Tema objetivo: relacionado a questões sociais comumente noticiados e discutidos na sociedade. Não 
exigem uma interpretação profunda do tema, pois são apresentados de maneira direta e clara. Exem-
plo: Os problemas trazidos pela urbanização no contexto brasileiro.
 § Tema subjetivo/abstrato: relacionado a questões de natureza filosófica, psíquica ou artística 
que são mais incomuns em discussões na mídia e sociedade. Exigem um maior cuidado e atenção para ser 
interpretado e redigido. Exemplo: Individualismo e solidão nas grandes cidades.
Para abordagem do tema subjetivo, é comum alguma insegurança que pode ser vencida com boas estraté-
gias como:
 § Transformar o subjetivo em objetivo: selecionar situações, exemplos e dados concretos relacionadas ao tema
 § Apresentar e discutir ideias filosóficas, sociológicas sem vagueza e exagero
 § Evidenciar capacidade reflexiva e análise crítica ao argumentar
 § Liberdade maior de utilizar uma linguagem mais figurada
Conclusão simples versus conclusão com proposta de intervenção
Questionar-se sobre o tipo de conclusão mais adequado para a redação de faculdades particulares de MG é 
um ponto importante para elaborar um bom texto. O básico a se saber é que o Enem sempre exige uma proposta de 
intervenção justamente porque os temas elaborados se vinculam necessariamente a um problema cuja resolução 
está ao alcance de diferentes setores da sociedade.
Entretanto, apresentar soluções não é uma obrigatoriedade em todo vestibular. Por isso, o importante é ler o 
comando e as instruções com atenção pois, se a proposta de intervenção for obrigatória, a indicação será 
feita pela banca de forma clara e explícita. Caso não seja obrigatória, vale avaliar se será possível 
ou benéfico apresentar soluções.
11
Quando se trata de um tema-problema, o encaminhamento para propostas de intervenção é um movimento 
natural da escrita. Por outro lado, caso o tema seja do tipo dualístico, o candidato pode sentir dificuldade de propor 
soluções porque não necessariamente problematizou o tema ao longo do desenvolvimento. Por esse motivo, pode-
-se pensar na escolha mais adequada tendo em vista que:
 § Conclusão simples: é aquela realizada normalmente diante da percepção de um tema dualístico, que 
permite que o texto seja finalizado com uma simples retomada de ideias e um fechamento geral.
 § Conclusão com proposta de intervenção: é aquela que pode surgir da discussão de um problema 
central verificado diante de um tema e caracteriza-se pela apresentação de soluções para resolução do que 
foi problematizado.
Redação sem título versus redação com título
Você já deve saber que o Enem não exige que o texto tenha um título obrigatório. Porém, alguma insegu-
rança pode surgir diante de outros vestibulares. Neste caso, o recomendado é:
 § Se as instruções da redação indicam que o candidato deve dar um título, esse elemento é obrigatório.
 § Se as instruções não citam a obrigatoriedade do título, o elemento é facultativo e, dessa maneira, o candi-
dato pode apresenta-lo ou não.
Quadro-resumo: a redação nas particulares de MG
Para que você tenha uma visão geral de como cada uma das faculdades particulares de medicina de Minas 
Gerais se comporta em relação à redação, veja mais detalhes no quadro-resumo a seguir.
Faculdade Gênero textual Tipo de tema Temas já cobrados OBS.
PUC-MG
BH
Artigo de Opinião ou
Carta Argumentativa
Assunto generalista
Tema dualístico
 § o papel da mídia na 
nossa sociedade 
 § A Demarcação das 
Terras Indígenas noBrasil
 § Textos mais opinati-
vos, com maior carga de 
subjetividade
CCMG
BH
Texto dissertativo-argu-
mentativo e Texto argu-
mentativo
Assunto da saúde e
Assunto arte/literatura
 § O hipocondríaco tem 
medo de viver ou medo 
de morrer?
 § A necessidade de 
gritar quando o mundo 
é surdo
 § Máximo de 10 linhas
UNIFENAS
BH
Texto dissertativo-argu-
mentativo
*posicionando-se sobre
Assunto generalista
Tema-problema ou dua-
lístico
 § Necessidade huma-
na de desvendar o uni-
verso
 § Êxodo de brasileiros 
para o exterior
 § Título obrigatório
 § Tema não é apresen-
tado em uma sentença
UNI-BH Texto dissertativo-argu-
mentativo
Assunto generalista
Tema-problema
 § As manifestações de 
julho de 2013 no Brasil
 § Soluções de mobili-
dade urbana para o Brasil
 § Texto estilo Enem 
 § Proposta de inter-
venção obrigatória
12
Faculdade Gênero textual Tipo de tema Temas já cobrados OBS.
FASEH
BH - Vespasiano
Texto dissertativo-argu-
mentativo
*posicionando-se sobre
Assunto da saúde 
Tema dualístico
 § A destruição das últi-
mas amostras do vírus da 
varíola no mundo
 § A decisão do gover-
no de incluir terapias al-
ternativas no SUS
 § Não exige título nem 
proposta de intervenção
FAMINAS
BH
Texto dissertativo-argu-
mentativo
Assunto da saúde
Tema-problema ou dua-
lístico 
 § A influência da tec-
nologia no século XXI: 
imposição ou escolha?
 § Reflexos da imigra-
ção para a saúde no terri-
tório brasileiro
 § Não exige título nem 
proposta de intervenção
UIT
Itaúna
Texto dissertativo-argu-
mentativo 
* posicionando-se sobre
Assunto generalista
Tema dualístico
 § Episódios de racismo 
e posição assumida pela 
população
 § Estamos virando 
uma sociedade em que 
tudo se compra?
 § Título obrigatório
FAME
Barbacena
Texto dissertativo-argu-
mentativo + posicionan-
do-se
Assunto generalista 
Tema dualístico
 § A jornada de traba-
lho deve ser alterada? 
 § O Congresso Na-
cional deveria aprovar a 
volta da CPMF?
 § Proposta de inter-
venção obrigatória
SUPREMA
Juiz de Fora
Texto dissertativo-argu-
mentativo
Assunto da saúde 
Tema-problema
 § Prevenção das doen-
ças H1N1, Zica Chikun-
gunya e dengue
 § A importância do 
agente comunitário de 
saúde
 § Título obrigatório
O aumentO da HiV entre idOsOs nO Brasil
ACERVO
TEXTO I
Costureira de 67 anos relata angústia ao descobrir HIV: 'não pensei na camisinha'
Incidência do vírus da Aids entre idosos aumentou 60% no Estado de São Paulo entre 2009 e 2015. Uso de preservativos 
é tabu entre os mais velhos, afirma coordenadora de Saúde.
13
Até pouco tempo atrás, a costureira Maria Rita Alves Lemes, de Ribeirão Preto (SP), considerava ter chegado à fase mais 
tranquila de sua vida. Mas, aos 67 anos, com três filhos e divorciada, o que ela menos imaginou foi ser diagnosticada com HIV na 
terceira idade. "Não tive cuidado, porque não pensei na camisinha. (...)", conta. 
O alerta de Maria Rita traduz os números da transmissão do vírus da Aids entre idosos. Os casos subiram 60,6% em São 
Paulo entre 2007 e 2015. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a incidência subiu de 3,3 para 5,3 casos para cada cem mil 
habitantes nesse período. 
Uma estatística que encontra explicação num traço de comportamento comum entre os mais velhos - o que exaustivamente 
gera alerta entre as autoridades médicas – é a falta do preservativo na relação sexual, de acordo com a coordenadora do Programa 
DST/Aids de Ribeirão Preto, Lis Neves.
“Observamos que os idosos estão saindo mais, aproveitando a vida um pouco mais, estão se divertindo mais. Isso asso-
ciado aos estimulantes sexuais, e os idosos de um modo geral não têm o hábito da prevenção em relação ao HIV", afirma. (...)
https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/costureira-de-67-anos-relata-angustia-
-ao-descobrir-hiv-nao-pensei-na-camisinha.ghtml (15.10.2017)
TEXTO II
Para o infectologista Jean Gorinchteyn, médico do Ambulatório de Aids do Idoso do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e 
autor do livro “Sexo e Aids depois dos 50”, ignorar a sexualidade dos idosos chegou a atrapalhar a sociedade médica em diagnós-
ticos. "Não é só um preconceito da população. Quando os casos começaram a aparecer, em 1996, a sexualidade dessa população 
não era nem considerada". Doenças do próprio envelhecimento acabavam escondendo o HIV. A avaliação de pneumonias entre 
idosos e jovens pode ser usada como um exemplo, explica o profissional. Nos mais experientes, a doença seria justificada pela saúde 
frágil e mudança climática. Já nos mais novos, o quadro causa estranheza e é investigado. 
“A doença não é mais exclusiva aos profissionais do sexo, homossexuais e viciados. Aqui tratamos donas de casa que por 
falta de informação acabaram se contaminando”, explica a enfermeira-chefe Thalita Silveira, de 25 anos. Ela explica que todas as 
pacientes enfrentam período de descrença já que não é uma doença da geração delas. “Acreditam que são imunes”, diz. A paciente 
mais velha da casa é uma mulher de 77 anos, que contraiu a doença em 1999. Com os cabelos cuidadosamente penteados e exi-
bindo as unhas pintadas, a idosa culpa seu vizinho, “um homem casado e com filhos”, pela doença.
Descobrir ser portador de um vírus incurável é devastador. Entre pessoas acima de 60 anos, ainda pode provocar a ruptura 
de laços familiares. O infectologista Gorinchteyn explica que é comum a não aceitação dos filhos pela carga de promiscuidade que 
a Aids carrega. “Muitos contraíram em uma aventura fora do casamento ou durante relações bissexuais. Não é fácil imaginar que o 
vovô traiu a vovó”. O nível de revolta aumenta entre famílias tradicionais.
https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2013-12-22/com-aumento-de-80-dos-casos-idosos-lutam-contra-aids-e-rejeicao-familiar.html (22.12.2013)
14
TEXTO III
http://blogjornaldamulher.blogspot.com/2018/03/hiv-em-idosos-aumenta-em-103-os-casos.html (21.03.2018)
15
É imPOrtante saBer
I. DADO ESTATÍSTICO RELEVANTE
Segundo o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2017, foram registrados 2.217 casos de aids no Brasil, em 2016, entre 
pessoas com 60 anos de idade ou mais. Em 2015, houve 2.152 casos. A taxa de detecção manteve-se estável com 9,3 casos 
para cada 100 mil habitantes em 2016; em 2015, a taxa era de 9 casos. Já nos casos de HIV, o Brasil apresentou 1.294 ocor-
rências em pessoas a partir dos 60 anos, em 2016, e 1.125, em 2015.
www.aids.gov.br/noticias (18.05.2018)
II. ARGUMENTO DE AUTORIDADE 
A deputada Carmen Zanotto (PPS-SC) propôs o debate, na Câmara dos Deputados, sobre o aumento dos índices de 
infecção pelo vírus HIV estão entre a população idosa. Ela é enfermeira e se preocupa em saber como os idosos estão sendo 
recebidos nas unidades de saúde.
"Quando se olha para um idoso sexualmente ativo como promíscuo, está se cometendo um grave equívoco. A gente 
precisa trabalhar muito os profissionais de todas as áreas, em especial a equipe multiprofissional da saúde, para o acolhimento 
diferenciado em qualquer que seja dos ambientes", disse ela.
www.camara.leg.br (16.05.2018)
III. DADO HISTÓRICO RELEVANTE 
A Sindrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) foi reconhecida em meados de 1981, nos EUA, a partir da identificação de um nú-
mero elevado de pacientes adultos do sexo masculino, homossexuais e moradores de São Francisco ou Nova York, que apresentavam sarcoma 
de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento do sistema imune. Todos estes fatos convergiram para a inferência de que 
se tratava de uma nova doença, ainda não classificada, de etiologia provavelmente infecciosa e transmissível.
www.bvsms.saude.gov.br (Acessado em 11.08.2019)
IV. LEGISLAÇÃO 
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, garantindo-lhe o 
acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e 
recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doençasque afetam preferencialmente os idosos. 
Estatuto do Idoso - 2003 
ASSISTIR
INTERATIVIAA DADE
Filme
Sites
ACESSAR
Vídeo
16
As Horas 
UNAIDS
O filme aborda a AIDS de maneira secundaria, mas nem por isso 
irrelevante. Como o filme é dividido em três épocas distintas, a 
questão da aids é abordada no momento mais presente. Nesse 
período Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que 
vive em Nova York dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor 
que fora seu amante no passado e hoje está com Aids e morrendo. 
Ou seja, o longa mostra que independente do “problema” com 
a doença, o amor dos próximos (amigos, família etc) existe e não 
pode nunca ser esquecido nesse período tão difícil.
HIV e AIDS: DEPOIMENTOS REAIS
Fonte: Youtube
unaids.org.br/
ASSISTIR
INTERATIVIAA DADE
Filme
Sites
ACESSAR
Vídeo
18
ProPosta 6
TEXTO 1
Em 10 anos, o número de idosos com HIV no Brasil cresceu 103%, segundo dados do Ministério da Saúde. 
A falta de políticas públicas, o tabu que envolve a vida sexual de pessoas acima de 60 anos e o comércio de me-
dicamentos para disfunção erétil são os principais fatores que se articulam para gerar o alarmante dado, segundo 
especialistas. 
Dados recentes do Boletim Epidemiológico de 2017 apontam que, em 2016, quando foram registrados 
1.294 casos, houve o crescimento de 15% no índice de pessoas acima de 60 anos com o vírus. Em 2015, por sua 
vez, aumentou 51,16%, com 1.125 pessoas infectadas, em relação aos números de 2014, quando 856 foram 
diagnosticados. O pior ano foi 2016, com 2.217 casos.
O aumento constante segue uma tendência mundial. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) 
apontam que, se o ritmo de infecções nessa faixa etária prosseguir como está, em 2030, 70% da população mun-
dial com mais de 60 anos terá o vírus causador da Aids.
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2018/03/25/interna_ciencia_saude,668253/
numero-de-idosos-com-hiv-no-brasil-cresce-103-na-ultima-decada.shtml (25.03.2018)
TEXTO II
Hoje, vivemos uma terceira onda de como a Aids é apresentada no Brasil. As últimas políticas anunciadas 
indicam que o caminho governamental para o enfrentamento passa por duas ordens claras: descubra o mais rápido 
possível, e não transmita a ninguém.
Alheio à realidade das pessoas que vivem com HIV, principalmente nas questões apontadas pela sociedade 
civil organizada, o governo federal investe cada vez mais em ações fáceis, desprezando anos de avanços na con-
cepção de saúde aliada a direitos humanos.
Assistimos a propostas curiosas, como o fim do aconselhamento na testagem e a venda de kits de autotes-
tagem em farmácias e outros locais. Um resultado que impacta fortemente a vida de uma pessoa acaba ao lado 
de sabonetes e cotonetes.
Vivemos um tempo de banalização da própria vida com aumento da violência e dos crimes institucionais, 
com a ampliação do descaso do Estado e com a queda da intersetorialidade como preceito de saúde pública mais 
ampla.
Vivemos também um tempo de banalização da Aids. Se antes o medo se destacava, e depois venderam a 
ideia do controle, hoje nota-se a estratégia de tornar banal um resultado positivo.
A resposta do momento é totalmente medicamentosa. Saúde pública sem direitos humanos respeitados é 
mero higienismo disfarçado, que gera banalização de coisas sérias e respostas meramente artificiais e limitadas.
https://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2014/03/30/brasil-vive-tempo-de-banalizacao-da-aids.htm (30.03.2014)
A reflexão suscitada por esses textos é muito importante. Com base nessas discussões, elabore uma redação 
dissertativo-argumentativa apresentando sua opinião sobre O aumento da HIV entre idosos no Brasil. 
Dê um título ao seu texto.
0 7 Parágrafo padrão e tópico frasal
L C
ENTRE 
FRASES
21
Parágrafo Padrão e tóPico frasal
PARÁGRAFO PADRÃO
Na dissertação argumentativa, parágrafo padrão é a unidade composta por vários períodos na qual 
se desenvolve uma ideia central. Ele deve conter apenas um assunto, pois é justamente a centralidade da 
ideia que garante sua unidade. A maior parte dos parágrafos confusos são aqueles que se propõem a discutir – 
num mesmo espaço – dois ou três assuntos diferentes, prejudicando compreensão geral do texto, sobretudo por 
apresentarem grandes saltos temáticos.
O parágrafo-padrão também possui uma estrutura fixa que deve ser respeitada, com uma espécie de intro-
dução, desenvolvimento e conclusão, conforme o parágrafo abaixo.
Em segunda análise, o preconceito da sociedade com os deficientes apresenta-se como outro fator prepon-
derante para a dificuldade na efetivação da educação de pessoas surdas. Essa forma de preconceito não é algo re-
cente na história da humanidade: ainda no Império Romano, crianças deficientes eram sentenciadas à morte, sendo 
jogadas de penhascos. O preconceito ao deficiente auditivo, no entanto, reverbera na sociedade atual, calcada na 
ética utilitarista, que considera inútil pessoas que, aparentemente menos capacitadas, têm pouca serventia à co-
munidade, como é o caso dos surdos. Os deficientes auditivos, desse modo, são muitas vezes vistos como pessoas 
de menor capacidade intelectual, sendo excluídos pelos demais, o que dificulta aos surdos não somente o acesso 
à educação, mas também à posterior entrada no mercado de trabalho.
No exemplo, podemos perceber que que o primeiro período configura a abertura de uma ideia (vermelho); 
os seguintes, o desenvolvimento (azul); e o último, a conclusão (verde), apresentada como uma consequência do 
problema discutido. De modo geral, a organização escolhida deixou o trecho perfeitamente compreensível. 
Assim, é importante que o parágrafo padrão preze sempre por uma lógica sequencial, isto é, as informações 
precisam estar apresentadas de acordo com o raciocínio que o autor deseja mostrar. Muitas vezes, seja pelo nervo-
sismo ou pela falta de experiência com a escrita, muitos alunos acumulam informações no parágrafo, tornando-o 
incoerente e até mesmo incompreensível. Nesses casos, uma boa dica é escrever períodos curtos e realizar uma 
leitura atenta do parágrafo após terminar de redigi-lo.
A forma mais segura para a construção do parágrafo padrão chama-se tópico frasal. Ela é utilizada com 
frequência por garantir organização e unidade na redação. No entanto, ela não é a única forma de estruturá-lo: 
alguns temas mais filosóficos ou sociológicos, como os da FUVEST, podem ser estruturados de outro modo.
TÓPICO FRASAL
Chama-se tópico frasal o período-síntese que anuncia a ideia a ser desenvolvida no parágrafo. Ele deve 
ser curto e conciso, e deve sempre pressupor explicações. Outro detalhe importante: em boa parte dos empregos 
eles estão acompanhados de conjunções que fazem a conexão com o parágrafo anterior. Abaixo seguem alguns 
exemplos extraídos das melhores redações do ENEM e da FUVEST.
O uso da afirmação/declaração é o principal modo de empregar tópico frasal. Trata-se de uma ideia 
do autor que orientará o parágrafo. Por se tratar de uma declaração geral, deve ser redigida por períodos 
argumentativos, isto é, períodos que contenham julgamentos, avaliações, ou definições do próprio autor que, 
obrigatoriamente, exijam explicações. 
Ex1: As habilidades publicitárias são poderosas. O uso de ídolos infantis, desenhos animados e trilhas sono-
ras induzem a criança a relacionar seus gostos a vários produtos. Dessa maneira, as indústrias acabam comparti-
22
lhando seus espaços; como exemplo as bonecas Monster High fazendo propaganda para o fast food Mc Donalds. 
A falta de discussão sobre o assunto é evidenciada pelas opiniões distintas dos países. Conforme a OMS, no Reino 
Unido há leis que limitam a publicidade para crianças como a que proíbe parcialmente – em que comerciais são 
proibidos em certos horários -, e a que personagens famosos não podem aparecer em propagandas de alimentos 
infantis. Já no Brasil há a auto-regulamentação, na qual o setor publicitário cria normase as acorda com o governo, 
sem legislação específica.
(Trecho extraído de redação modelo do exame ENEM 2014)
No exemplo abaixo, há dois parágrafos extraídos da mesma redação. Além de cada um deles desenvolver 
uma ideia diferente – reforçando a opinião da autora – eles estão muito bem conectados por uma conjunção.
Ex2: Os indivíduos com idade pouco avançada, em sua maioria, ainda não possuem condições emocionais 
para avaliar a necessidade de compra ou não de determinado brinquedo ou jogo. Isso porque eles não desenvol-
veram o senso crítico que possibilita uma escolha consciente e não impulsiva por um produto, como já observou 
Freud em seus estudos sobre os desejos e impulsos do homem. Consequentemente, os pais, principais responsáveis 
pela educação dos filhos, devem ter o controle sobre o que é divulgado para eles, pois possuem maior capacidade 
para enxergar vantagens e desvantagens do que é anunciado.
Além disso, pela pouca maturidade, as crianças são facilmente manipuláveis pela mídia. Isso ocorre por uma 
crença inocente em imagens meramente ilustrativas, que despertam a imaginação e promovem o deslocamento da 
realidade, deixando a sensação de admiração pelo produto. Como consequência, empresas interessadas na venda 
em larga escala e no lucro aproveitam esse quadro para divulgar propagandas enganosas, em muitos casos.
(Trecho extraído de redação modelo do exame ENEM 2014)
Ex 3: Além disso, a maioria das escolas brasileiras não incluem os surdos, assim como os demais portadores 
de necessidades especiais, em seus programas, estimulando a diferença e o preconceito. Por mais que a legislação 
brasileira garanta o ensino inclusivo, a maioria das escolas brasileiras não possuem estrutura para atender aos 
deficientes auditivos, principalmente por conta da falta de profissionais qualificados. A pouca inclusão dos jovens 
deficientes e não-deficientes valoriza a diferença entre eles, gerando discriminação e uma sociedade dividida. O 
renomado geógrafo Milton Santos dizia que uma sociedade alienada é aquela que enxerga o que separa, mas não 
o que une seus membros, algo que se evidencia na exclusão de surdos em todos os níveis de ensino.
(Trecho extraído de redação modelo do exame ENEM 2016)
Às vezes, o tópico frasal pode estar acompanhado de referências:
Ex 4: A crescente valorização do consumo é preocupante se uma economia de mercado transforma-se em 
uma sociedade de mercado, como define Michael Sandel. Nesse tipo de sociedade, tudo pode ser comprado e tem 
um preço. São exemplos dessa possível transformação a venda da virgindade pela jovem brasileira em 2012 e a 
compra de votos no chamado Mensalão. Nesses casos, a virgindade e o deve cívico do voto, a princípio sem preço, 
foram vendidos como simples mercadorias. Desvirtua-se, portanto, os valores da sociedade e, de fato, cartões de 
credito e dinheiro poderão comprar felicidade e tudo o que o mundo oferece. 
(Trecho extraído de redação modelo do exame FUVEST 2013)
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Ex 5: Em primeiro plano, é necessário que a sociedade não seja uma reprodução da casa colonial, como dis-
serta Gilberto Freyre em “Casa-Grande Senzala”. O autor ensina que a realidade do Brasil até o século XIX estava 
compactada no interior da casa-grande, cuja religião era católica, e as demais crenças – sobretudo africanas – eram 
marginalizadas e se mantiveram vivas porque os negros lhe deram aparência cristã, conhecida hoje por sincretismo 
religioso. No entanto, não é razoável que ainda haja uma religião que subjugue as outras, o que deve, pois, ser 
repudiado em um estado laico, a fim de que se combata a intolerância de crença.
(Trecho extraído de redação modelo do exame ENEM 2016)
Em alguns casos, o tópico pode estar estruturado com uma oração concessiva. Ela serve para conduzir um 
raciocínio por meio de ressalvas e é introduzida pelas conjunções embora, ainda que, mesmo que, por mais que.
Ex 6: Em uma primeira abordagem, é importante sinalizar que, ainda que leis como a “Maria da Penha” 
tenham contribuído bastante para o crescimento do número de denúncias relacionadas à violência – física, moral, 
psicológica, sexual – contra a mulher, ainda se faz presente uma limitação. A questão emocional, ou seja, o medo, é 
uma causa que desencoraja inúmeras denúncias. Muitas vezes, a suposta submissão econômica da figura feminina 
agrava o desconforto. Em outros casos, fora do âmbito familiar, são instrumentos da perpetuação da violência o 
medo de uma retaliação do agressor e a “vergonha social”, o que desestimula a busca por justiça e por direitos, 
peças-chave na manutenção de qualquer democracia.
(Trecho extraído de redação modelo do exame ENEM 2015)
Ex 7: Contudo, ainda que o mundo esteja enfrentando essa situação caótica, há uma esperança (por sorte 
pandora não a deixou escapar): basta o homem se conscientizar de que a felicidade não é comprável, de que não 
devemos permutar nossa individualidade por um padrão social e de que satisfazer-se através de uma “tarde de 
compras no shopping” é um indício de um intelecto infantil, já que o consumo não traz nenhum avanço a ninguém. 
(Trecho extraído de redação modelo do exame FUVEST 2013)
Outro modo de construir o tópico frasal é por meio de comparações:
Ex 8: O shopping center funciona exatamente como a montanha russa. Bombardeados por anúncios, luzes e 
lojas, os consumidores entram em um estado de frenesi, que os induz a comprar mais. A perda de referências se dá 
pela ausência de marcadores de tempo (relógios ou entradas de luz natural) e pela rapidez com que os produtos se 
renovam. Absolutamente tudo é novo e melhor. Com a inovação constante, o velho se torna obsoleto e a felicidade 
se encontra em obter as novidades, dispensando até mesmo o seu aproveitamento.
(Trecho extraído de redação modelo do exame FUVEST 2013)
24
exercícios
EXERCÍCIO 1: Redija um parágrafo de um texto dissertativo-argumentativo a partir dos tópicos fra-
sais abaixo. Procure reunir informações, exemplos, dados ou citações de seu repertório pessoal, que 
reafirmem a ideia proposta no período. 
a. As residências, nos grandes centros urbanos, transformaram-se em fortalezas repletas de segurança. ...
..........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
b. Muitas empresas se valem do desconhecimento e ignorância dos consumidores para impor a necessidade de no-
vos produtos.........................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................
c. A falta de estrutura nas escolas e o baixo incentivo em formação continuada prejudica o desempenho 
dos professores da educação básica..................... ................................................................................
......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
d. As questões ambientais, no Brasil, são frequentemente atravessadas por conflitos entre ambientalistas e empre-
sas privadas.........................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
EXERCÍCIO 2: Agora, redija o parágrafo considerando as ressalvas realizadas no tópico frasal. 
a. Embora a lei de imigração, de 2016, tenha facilitado a permanência legal dos estrangeiros no Brasil, a 
xenofobia existente em relação a algumas nacionalidades continua a torturar parte da população imi-
grante que vive no país........................................................................................................................
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...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................
b. Por mais que haja problemas graves na rede de atendimento do SUS, sua cobertura contempla diversos 
programas de excelência na saúde pública ..........................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
c. Apesar da possibilidade de desenvolver efeitos colaterais a longo prazo, é fundamental que a vacinação 
seja defendida e valorizada ................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
26
educação domiciliar 
ACERVO
Homeschooling: 14 perguntas e respostas
3mil famílias brasileiras são praticantes do homeschooling (chamado também de Educação domiciliar ou ensino domés-
tico). A estimativa é da Associação Nacional De Educação Domiciliar (Aned). A prática teve início no Brasil nos anos 1990 e vem 
conquistando a cada ano mais adeptos. Na última pesquisa realizada pelo grupo, em 2016, o número de famílias adeptas era de 
3,2 mil.
Hoje, o Brasil não possui regulamentação sobre Educação domiciliar. Por isso, quem deseja ensinar os filhos em casa precisa 
recorrer à justiça para obter autorização, sem a certeza de que irá obtê-la. O cenário, no entanto, deverá mudar nos próximos meses. 
Isso porque o Governo de Jair Bolsonaro (PSL) colocou o tema prioritário em seus 100 primeiros dias de gestão. Abaixo responde-
mos às principais dúvidas sobre homeschooling.
1. O que é o homeschooling (Educação domiciliar)?
É a prática de Educação que não acontece na escola, mas em casa. Pelo modelo, as crianças e jovens são ensinados em 
domicílio com o apoio de um ou mais adultos que assumem a responsabilidade pela aprendizagem.
2. Com quem as crianças que estudam em casa aprendem?
Não há um único modelo para a prática. Entre os mais comuns estão os próprios familiares assumirem a tutoria dos estudos 
ou mesmo um grupo de pais e outros responsáveis pelas crianças adeptas da Educação domiciliar se unirem e dividirem o ensino 
dos diferentes componentes curriculares. Há ainda o modelo em que professores particulares são contratados para fazer a tutoria 
da aprendizagem em casa. A modalidade também obedece o ritmo e os interesses de cada criança.
3. As crianças que estudam em casa aprendem os mesmos conteúdos dados na escola regular?
Não necessariamente. Há quem até mesmo utilize de materiais e conteúdo programático usados por escolas para guiar os 
estudos em casa. No entanto, como no Brasil não há lei que regulamente a prática do homeschooling, este modelo não é obrigató-
rio. Em outros casos, os tutores – sejam estes contratados ou familiares – são mais vistos como mediadores do ensino e não focam 
em todos os conteúdos trabalhados pela escola, mas em ensinar as crianças a aprender. Projetos pedagógicos, cursos de idiomas e 
livros podem apoiar esse trabalho domiciliar. No caso dos pais que tentam cumprir um conteúdo programático, mas não possuem 
tanta habilidade ou proximidade com o conteúdo ou componente curricular, há ainda a possibilidade de contratar um professor 
para orientar esse trabalho.
4. O que a legislação brasileira diz sobre o tema?
Não há legislação específica sobre o assunto. Embora a lei não proíba explicitamente a prática, ela também não a respalda. 
De acordo com a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases Educacionais (LDB), a Educação é “dever do Estado e da família”. 
Ainda na LDB é colocado como dever dos pais ou responsáveis “efetuar a matrícula das crianças na Educação Básica a partir dos 
quatro anos de idade”.
Visando garantir o direito à Educação previsto na Constituição, o Código Penal criminaliza os responsáveis que não matri-
culam seus filhos em escola autorizada pelo Ministério da Educação (MEC). Aqueles que não o fazem podem sofrer ações judiciais. 
No entanto, pelo fato do ensino domiciliar não ser tratado explicitamente na legislação, é possível recorrer na justiça para conseguir 
autorização para educar em casa. No entanto, a decisão cabe à interpretação da justiça e nem todas as famílias conseguem a 
garantia da prática.
A busca pela regulamentação não é nova. Há projetos de 2001, 2003, 2008, 2009, 2012, 2015e 2018 que tratam sobre 
o tema. Em 2009, o MEC emitiu um parecer em que considerava inconstitucional a modalidade. No entanto, em outubro de 2017, 
sob a liderança do então ministro Mendonça Filho, o MEC iniciou um estudotécnico sobre o assunto para revisão da posição sobre 
a prática. A discussão foi encaminhada ao Conselho Nacional de Educação (CNE) e para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em setembro de 2018, o STF julgou que o homeschooling não deveria ser admitido enquanto não houvesse uma lei que 
o regulamentasse o tema. No entanto, a decisão não mudou o atual entendimento sobre o tema, já que não houve julgamento de 
inconstitucionalidade na decisão. Os próximos passos para a regulamentação ou proibição da prática ficam sob responsabilidade 
do Congresso. O Governo de Jair Bolsonaro já declarou que o tema é uma das medidas prioritárias dos 100 primeiros dias de 
gestão e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos edita uma medida provisória (MP) com uma proposta para 
regulamentação.
27
5. Por que algumas famílias querem uma alternativa à escola?
As motivações para o ensino domiciliar são variadas. Há famílias que buscam por questões religiosas, prevalência de con-
vicções e valores familiares na Educação dos filhos, preservar as crianças de assédio moral ou bullying, insatisfação com o ambiente 
escolar e crença de que a Educação domiciliar permitirá melhor qualidade de ensino às crianças e adolescentes.
6. O que acontece hoje quando alguma família quer praticar Educação domiciliar?
Como a prática não é regulamentada – a lei não diz explicitamente se é proibido ou não –, as famílias precisam recorrer à 
justiça para conseguirem autorização para ensinar as crianças e adolescentes em casa. Como a decisão fica à cargo da justiça, não 
é certeza que a família consiga autorização para o ensino domiciliar. Caso não haja autorização da justiça e a família não matricule 
seus filhos na escola, ela pode sofrer uma ação judicial já que a matrícula na escola é obrigatória a partir dos quatro anos de idade.
7. Há outros países em que o homeschooling é liberado?
Sim. De acordo com a Aned, ao menos 60 países são adeptos da prática. Estados Unidos, França, Portugal, México e 
Paraguai, por exemplo, possuem regulamentação sobre o tema e não há necessidade de recorrer à justiça para educar crianças e 
adolescentes em casa. Nos Estados Unidos, os adeptos da modalidade chegam a 2 milhões.
8. Há países em que o homeschooling é proibido?
Na Alemanha e Suécia, a prática é proibida e considerada crime.
9. Por que ele está sendo tão falado?
A regulamentação da Educação domiciliar é uma das medidas prioritárias dos 100 primeiros dias do Governo de Jair 
Bolsonaro. A responsabilidade de trazer uma proposta sobre o tema está com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos 
Humanos. Com auxílio da Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned), o ministério está redigindo uma medida provisória 
para regulamentar a modalidade. Até 2018, a discussão do ensino em casa era de responsabilidade do Ministério da Educação. No 
entanto, na gestão de Bolsonaro, a pauta está sendo tratada como um direito da família e não uma política educacional. A proposta 
de regulamentação do homeschooling é apoiada pelo Ministério da Educação (MEC).
10. O que consta na medida provisória?
Ela ainda não foi divulgada e, portanto, ainda não há definições claras. Uma das propostas discutidas no Ministério da 
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos é de que haja a cobrança de uma taxa para as famílias que optem pela modalidade. A 
medida teria a função de ajudar a viabilizar financeiramente a fiscalização do homeschooling.
Em 2018, o MEC chegar a encaminhar uma proposta sobre o tema para discussão para o Conselho Nacional de Educação 
(CNE). Entre os caminhos possíveis, estavam o estabelecimento de regras para garantir equidade para as crianças que estudem em 
casa em e a garantia da presença dos conteúdos determinados pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Para isso, os respon-
sáveis que optassem pela modalidade precisariam apresentar uma proposta de estudo das crianças e adolescentes ao Conselho 
Estadual ou Municipal, que deverá validá-la e definir estratégias de acompanhamento. Não há evidências, no entanto, de que as 
propostas encaminhadas pelo MEC de Michel Temer estejam contempladas na MP editada pelo Ministério da Mulher, da Família e 
dos Direitos Humanos.
11. Como funciona a tramitação de uma medida provisória?
Diferente dos projetos de lei (PL), que percorrem a Câmara dos Deputados e o Senado até chegarem ao presidente, as 
medidas provisórias são instauradas pelo presidente e só depois são discutidas nas duas casas. A MP é prevista no artigo 62 da 
Constituição Federalbrasileira e só pode ser adotada em casos relevantes e urgentes. As medidas nascem com força de lei sob o 
prazo de 60 dias. Durante esse período, o texto é encaminhado à Câmara e, posteriormente, ao Senado. Cabe às duas casas emi-
tirem pareceres sobre o tema e sugerirem alterações no texto enviado pelo ministério. As casas devem decidir se a proposta vira 
uma lei permanente ou não. Caso ela não seja convertida em lei nos 60 dias, o prazo de vigência da MP pode ser prorrogado por 
mais 60 dias.
Após passar pela Câmara e Senado, se aprovado, o documento segue para o presidente, que tem o direito de vetar par-
cial ou integralmente o texto, caso discorde de pontos da proposta ou de alterações no texto original feitas pelo Congresso. Por 
natureza, a MP tem uma tramitação mais rápida do que os PL, que podem percorrer anos no Congresso. Foi o que aconteceu, por 
exemplo, com a Reforma do Ensino Médio, editada via MP. A proposta do novo modelo foi apresentada em 22 de setembro de 2016. 
O texto foi aprovado na Câmara em 13 de dezembro do mesmo ano e pelo Senado em 8 de fevereiro de 2017. Oito dias depois, foi 
sancionada pelo então presidente Michel Temer.
12. O que significa regulamentar o homeschooling?
Significa ter uma legislação que determine a liberação do homeschooling e que determine regras para que ela aconteça. Em 
2018, o MEC enviou uma proposta ao CNE em que sugeria algumas regras para a regulamentação. Entre elas estavam a garantia 
de que os conteúdos estudados em casa contemplassem aqueles determinados pela BNCC. Para isso, os responsáveis pelas crianças 
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precisariam apresentar uma proposta de estudo para validação do Conselho Estadual ou Municipal, que também definiria estraté-
gias de acompanhamento do cumprimento das regras estabelecidas. Apesar da proposta do MEC em 2018, a regulamentação em 
discussão será baseada na medida provisória que está sendo editada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos 
como política prioritária dos primeiros 100 dias do Governo Bolsonaro. Na maioria dos países adeptos do ensino domiciliar, é exigi-
do que as crianças e adolescentes que estudam em casa participem de uma avaliação anual.
13. Quais são os argumentos dos que são contrários ao homeschooling?
O primeiro argumento, diante do fato de que não há regulamentação da modalidade, é de que não há mecanismos de 
controle em relação à frequência e conteúdo lecionado. Sem a definição de regras para a prática da Educação domiciliar, não haveria 
garantia da qualidade do ensino praticado em casa. Além disso, os contrários à liberação também defendem que a convivência 
social com grupos variados e interação com opiniões diferentes proporcionada pelo ambiente escolar é de grande importância e não 
é necessariamente garantida pelos responsáveis que optam pelo homeschooling. Competências como falar em público, trabalhar 
colaborativamente e empatia para lidar com pontos de vista conflitantes também seriam prejudicadas na modalidade. Além disso, 
alguns especialistas ainda apontam a importância da escola em identificar comportamentos de risco dentro dos ambientes familia-
res, como abuso sexual, violência doméstica e exploração. Há ainda uma crítica de que apenas as famílias com um poder aquisitivo 
mais alto poderiam optar pela Educação domiciliar, já que ela pressupõe disponibilidade dos responsáveis para guiar os estudos em 
casa e, portanto, domínio dos conteúdos a serem ministrados ou ainda condições financeiraspara bancar professores particulares.
14. Quais são os argumentos dos que são favoráveis ao homeschooling?
Como a prática é motivada por diferentes fatores, há diferentes argumentos entre os grupos favoráveis. Alguns manifes-
tam preocupação com assédio moral, bullying e insegurança nas escolas e colocam que o ambiente familiar proporcionaria maior 
segurança e menor sofrimento emocional ou mesmo físico. Há ainda os que buscam resguardar as crianças moralmente da escola 
por questões religiosas ou crenças pessoais. Outras famílias alegam insatisfação com o ambiente escolar e acreditam que em casa 
poderiam proporcionar melhores resultados acadêmicos por meio da maior flexibilidade ao tempo, planejamento de conteúdos e 
acompanhamento individual, maior atenção aos problemas de aprendizagem e acompanhamento do desenvolvimento escolar mais 
próximo. 
https://novaescola.org.br/conteudo/15636/homeschooling-14-perguntas-e-respostas. (11.02.2019)
 
29
É imPortaNte saBer
I. DADO ESTATÍSTICO RELEVANTE
Cerca de 5 mil famílias brasileiras são praticantes do homeschooling (chamado também de Educação domiciliar ou 
ensino doméstico). A estimativa é da Associação Nacional De Educação Domiciliar (Aned). A prática teve início no Brasil nos 
anos 1990 e vem conquistando a cada ano mais adeptos. Na última pesquisa realizada pelo grupo, em 2016, o número de 
famílias adeptas era de 3,2 mil.
https://novaescola.org.br/conteudo/15636/homeschooling-14-perguntas-e-respostas. (11.02.2019)
II. ARGUMENTO DE AUTORIDADE 
a. A aprendizagem significativa não se faz pela assimilação de conteúdos dispostas nas redes de informação, mas antes pela 
capacidade de relacionar ideias, articular conhecimentos, sentimentos e posturas na constituição de si e de modos de ser em 
face da vida. Para tanto, importa que o indivíduo aprenda a interagir, argumentar e lidar com situações de conflito, assumindo 
a responsabilidade por suas decisões. Por isso, não há conhecimento independente de posturas, compromissos, desejos, valores 
e disponibilidades para a ação.
Silvia Colello. Professora titular da Faculdade de Educação da USP. https://educacaoemvalores.word-
press.com/2012/12/21/o-ensino-domiciliar-e-a-suposta-educacao-moral/ (21.12.2012)
b. "A família tem valores privados. Se a família defende, por exemplo, o preconceito e o sexismo, é preciso que haja um lugar 
onde isso seja pensado de outra maneira. Pode ser que a escola esteja despreparada (para esse papel), mas há cada vez mais 
projetos de gestão democrática e combate ao bullying, por exemplo. É justamente na troca de experiências que as crianças 
aprendem. Mais do que trancar as crianças, vamos juntos melhorar a escola e exigir mais dela", opina Telma Vinha, professora 
da Faculdade de Educação da Unicamp.
Os atrativos e as polêmicas da educação familiar. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42897647 (05.02.2018)
III. EXEMPLOS DO COTIDIANO 
"Meu filho, quando tinha sete anos, apanhava na escola por ser baiano", conta Ricardo Iêne Dias, presidente da Aned. "Essa sociali-
zação eu não quero. Está muito longe de haver o exercício de tolerância nas escolas. Eu ouvi do MEC que a escola é o espaço do aprendizado 
e do exercício da diferença. Mas se fosse isso mesmo, talvez meu filho ainda estivesse na escola." Ele defende ainda que crianças educadas em 
casa se destacam em trabalho em equipe e empreendedorismo porque "conseguem pensar fora da caixa por não terem passado pelo padrão 
massificado de aprendizado. Elas aprendem a interpretar textos e participam mais da vida domiciliar, onde a educação acontece o tempo todo".
Os atrativos e as polêmicas da educação familiar. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42897647 (05.02.2018)
IV. ATORES OU SITUAÇÕES QUE PODEM SER MOBILIZADOS NA DISCUSSÃO DO TEMA (PROPOSTA ENEM) 
(POLÍTICAS PÚBLICAS A PARTIR DE PARCERIAS)
Para que o País realmente tenha uma educação de qualidade, é preciso implementar uma política pública que envolva todo o ecossistema 
educacional, com a participação conjunta de líderes políticos, gestores escolares, professores, pais, alunos, empresas e a própria comunidade 
do entorno das escolas.
INTERATIVIAA DADE
ASSISTIR
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Filme
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30
O primeiro passo, para avançarmos neste sentido, é contar com diretrizes educacionais claras, guiadas por um planejamento 
estratégico com metas para curto, médio e longo prazos, além de promover a avaliação periódica de resultados. Paralelamente, 
é preciso consolidar uma rede de relacionamentos que, por meio da colaboração, descubra novos caminhos para a educação. Isso significa 
envolver nessa teia todos os interessados na educação.
Aos secretários de educação, por exemplo, cabe o papel de articuladores desse processo. Além de terem a capacidade de analisar resultados de 
avaliações externas e das próprias escolas, eles precisam promover o diálogo democrático com a sociedade e viabilizar a execução financeira, 
alinhada ao planejamento estratégico pré-definido.
https://exame.abril.com.br/blog/crescer-em-rede/como-alcancar-uma-educacao-publica-de-qualidade/ (09.03.2017)
V. LEGISLAÇÃO: 
Não há legislação específica sobre a educação domiciliar. Embora a lei não proíba explicitamente a prática, ela também 
não a respalda. De acordo com a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases Educacionais (LDB), a Educação é “dever 
do Estado e da família”. Ainda na LDB é colocado como dever dos pais ou responsáveis “efetuar a matrícula das crianças na 
Educação Básica a partir dos quatro anos de idade”.
https://novaescola.org.br/conteudo/15636/homeschooling-14-perguntas-e-respostas. (11.02.2019)
VI. DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS/CRIANÇA: 
As crianças e os adolescentes têm direito a uma educação. A disciplina nas escolas deve respeitar a dignidade das crianças e dos 
adolescentes. A educação básica deve ser gratuita. As crianças e os adolescentes devem ser encorajados a ir para a escola até o nível educa-
cional mais alto possível. 
https://www.unicef.org/brazil/pt/CDC_CEA.pdf
INTERATIVIAA DADE
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Educação domiciliar - Luiz Felipe Pondé
Quando sinto que já sei
Entre os muros da escola
Pro dia nascer feliz
Fonte: Youtube
François Marin (François Bégaudeau) trabalha como professor 
de língua francesa em uma escola de ensino médio, localizada na 
periferia de Paris. Ele e seus colegas de ensino buscam apoio mútuo 
na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam algo ao longo 
do ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o descaso e 
a falta de educação são grandes complicadores.
As situações que o adolescente brasileiro enfrenta no precário sistema 
de educação público do país, envolvendo preconceito, precariedade, 
violência e esperança. Adolescentes de locais dos mais variados tipos 
de três estados diferentes, de classes sociais distintas, falam de suas 
vidas na escola, seus projetos e inquietações.
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Associação Nacional de Educação Domiciliar
www.aned.org.br/
Educação Domiciliar
Fonte: Futura PLAY
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ProPosta 7 - Vestibular
TEXTO 1
No que diz respeito à legislação brasileira, a orientação é clara: desde 1934 é firmada a obrigatoriedade escolar, 
que envolve, a um só tempo, a obrigação de o Estado oferecer escolas e a obrigação de os pais enviarem seus filhos 
à escola. Os adeptos do homeschooling – o ensino doméstico ou domiciliar – alegam que há brechas na legislação 
brasileira, o que possibilita a defesa dessa modalidade de educação. Afirmam, para isso, basicamente os princípios 
de liberdade de escolha do tipo de instrução que os pais desejam dar a seus filhos.
https://jornal.usp.br/artigos/homeschooling-a-pratica-de-educar-em-casa/ (16.03.2018)
TEXTO 2
O homeschooling vem sendo muito discutido no Brasil como pauta de um ensino abrangente. Algumas pessoas 
acham que essa é a solução do problema da falta de escolas em lugares distantes e esquecidos, uma das causas da 
grandeevasão escolar do Brasil, que já é de 2,8 milhões; já outras acham que a falta do ambiente escolar e de um 
professor presente diariamente causam grandes danos à formação do indivíduo. No meio dessa discussão, também 
aparece a terceirização da educação dos filhos e exclusão social da criança.
https://exame.abril.com.br/negocios/dino/homeschooling-o-polemico-ensino-domiciliar-na-pratica/ (01.02.2019)
TEXTO 3
“Optamos pelo homeschooling porque achamos que a qualidade do desenvolvimento físico, social e moral é me-
lhor quando a criança está mais tempo em casa com a família”, defende a ilustradora Manoela Martins. “A escola 
toma muito tempo do dia da criança e o homeschooling dá a possibilidade da criança aprender em espaços mais 
naturais compatíveis com o que vai ser a vida adulta, ela aprende na vida, não no simulado”, diz Manoela. Para 
especialistas no tema, como Maria Celi Vasconcelos, doutora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), 
que observou o ensino em diversas famílias e conduziu um estudo sobre a inserção de homeschooling na legislação 
educacional no Brasil e em Portugal, a educação domiciliar não prejudica a formação de crianças e adolescentes 
se for bem feita. “Eu não acho que o homeschooling possa atrapalhar o futuro dessas crianças. As crianças que eu 
entrevistei em nada se diferenciavam das que estavam na escola”.
http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/educacao-domiciliar-ganha-forca-no-brasil-e-busca-
-legalizacao-7wvulatmksl azdhwncstr7tco#ancora-2 (08.05.2016)
TEXTO 4
Ao considerar internamente a proposta de ensino domiciliar, condenamos com veemência o pressuposto de que o 
projeto educativo de formação humana possa ser levado a cabo pela mera coleção de saberes adquiridos no con-
texto do isolamento e da superproteção familiar. A aprendizagem significativa não se faz pela assimilação de con-
teúdos dispostas nas redes de informação, mas antes pela capacidade de relacionar ideias, articular conhecimentos, 
sentimentos e posturas na constituição de si e de modos de ser em face da vida. Para tanto, importa que o indivíduo 
aprenda a interagir, argumentar e lidar com situações de conflito, assumindo a responsabilidade por suas decisões. 
Por isso, não há conhecimento independente de posturas, compromissos, desejos, valores e disponibilidades para a 
ação. Além disso, a resolução de problemas que se colocam nas inúmeras relações com os outros e com os objetos 
de conhecimento funcionam como um verdadeiro mote para o despertar de interesses, a ampliação de horizontes 
e a promoção do “aprender a aprender”.
Do ponto de vista da aprendizagem, é pouco provável que o contato com os pais-professores, por mais eruditos 
que sejam, possa superar as situações promovidas em classe por aproximadamente 85 professores especialistas 
que integram a trajetória da Educação Básica. É pouco provável também que, nos limites da própria casa, os jovens 
tenham a oportunidade de desenvolver competências e de colocar seus saberes a serviço da inserção social. 
Silvia Colello. Professora titular da Faculdade de Educação da USP. https://educacaoemvalores.word-
press.com/2012/12/21/o-ensino-domiciliar-e-a-suposta-educacao-moral/ (21.12.2012)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma--padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
A EDUCAÇÃO DOMICILIAR É UMA MEDIDA POSITIVA PARA O SISTEMA ESCOLAR BRASILEIRO?
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ProPosta 7 - eNeM
TEXTO 1
O Brasil é um dos países em que há menos estudantes resilientes, aqueles que apesar da condição de pobreza con-
seguem ter bom desempenho escolar. Um estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(OCDE) mostra só 2,1% dos alunos brasileiros com esse perfil. A pesquisa analisou resultados da última edição do 
Pisa, maior avaliação internacional de educação, feita por jovens de 15 anos. A média de resiliência entre países 
membros da OCDE é de 25,2%.
No ranking de 71 países participantes, o Brasil ficou em 62.º, abaixo de outros latinos como Chile, Uruguai e 
Argentina. Uma das razões é o fato de alunos de baixa renda, em geral, frequentarem as piores escolas. “O Brasil 
ainda tem um longo caminho para garantir que estudantes tenham acesso igualitário às oportunidades educacio-
nais, independentemente da origem dos seus pais ou do lugar em que vivem”, disse ao Estado um dos autores do 
estudo na OCDE Francesco Avvisati.
https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,apenas-2-1-dos-alunos-pobres-do-pais-tem-bom-desempenho-escolar,70002213621. (04.03.2018)
TEXTO 2
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, fixa que é dever do Estado garantir padrões mínimos de qua-
lidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao 
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. “É claro que bibliotecas, o acesso à internet laboratórias 
de ciências são imprescindíveis à educação hoje, isso para não falar no básico do básico que é a garantia de água 
e esgoto”, disse o coordenador Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara.
Apesar dessa importância, ele avalia que o Estado brasileiro, por meio de diversos governos, não tem dado priori-
dade ao financiamento do setor. Como exemplo, cita que, desde 2010, o Conselho Nacional de Educação aprovou, 
por unanimidade, e normatizou o Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi), a fim de padronizar esses investimentos, 
mas até hoje a decisão não foi homologada.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2018-01/censo-aponta-que-escolas-publicas-ainda-tem-deficiencias-de-infraestrutura (31.01.2018)
TEXTO 3
"O Brasil não precisa esperar ter mais recursos. Aliás, se o Brasil não investir em educação, não se tornará um país 
rico. A Coreia do Sul era muito mais pobre que o Brasil nos anos 60 e usou todos os últimos recursos que tinha em 
educação. E foi isso que fez com que se tornasse um país rico", afirma o diretor do departamento de educação da 
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Andreas Schleicher. Segundo ele, qualidade 
da educação num país não tem a ver com o nível de riqueza, mas sim com o investimento inteligente dos recursos 
de que dispõe.
"As pessoas dizem: 'O Brasil é um país pobre e precisa ficar rico antes de alcançar uma boa educação.' E isso não é 
verdade. Você pode ver países como o Vietnã, onde os mais pobres vão tão bem quanto os ricos no Brasil." O dire-
tor da OCDE critica o que chama de "investimentos desproporcionais" do governo brasileiro no ensino superior, em 
comparação com os gastos com ensino fundamental. Uma estratégia que, segundo ele, "cimenta desigualdades".
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45657049 (03.08.2018
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TEXTO 4
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2018/08/30/7-de-cada-10-alunos-do-ensino-medio-tem-
-nivel-insuficiente-em-portugues-e-matematica-diz-mec.ghtml (30.08.2018)
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua for-
mação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema A 
DEFICIÊNCIA NA QUALIDADE DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO, apresentando proposta de intervenção 
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para 
defesa de seu ponto de vista. 
0 8 Estratégias argumentativas I
L C
ENTRE 
FRASES
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Estratégias argumentativas I:
CAUSA E EFEITO / EXEMPLIFICAÇÃO/ DADOS ESTATÍSTICOS / NARRAÇÃO / 
OPOSIÇÃO/CONTRA-ARGUMENTAÇÃO
O objetivo principal deste e do próximo capítulo é oferecer um conjunto organizado de estratégias e téc-
nicas que facilitem a composição de um parágrafo de argumentação, levando em conta a existência de um tópico 
frasal. É importante lembrarmos que, como foi dito na aula anterior, o tópico frasal não é a único modelo de intro-
dução de parágrafos, mas ainda assim é um modelo cujos recursosprecisam ser praticados para que, em momento 
posterior, o estudante possa fazer uso de técnicas mais elaboradas.
1. Causa e efeito
A estratégia argumentativa de causa e efeito consiste em duas etapas sequenciais. A primeira vale-se do tó-
pico frasal para fazer uma declaração (em geral, trata-se de uma consequência de uma ação realizada no mundo). 
Em seguida, durante o desenvolvimento, é necessário complementar a informação, explicando o motivo dos fatos 
anteriormente apresentados. 
Exemplo:
A propaganda é a principal arma das grandes empresas. Disseminada em todos os meios de comunicação, 
a ampla visibilidade publicitária atinge seu principal objetivo: expor um produto e explicar sua respectiva função. 
No entanto, essa mesma função é distorcida por anúncios apelativos, que transformam em sinônimos o prazer e a 
compra, atingindo principalmente as crianças.
(Trecho de redação nota 1000 do ENEM 2014)
O tópico frasal (em destaque) apresentado pelo candidato afirma que a propaganda é a principal arma das 
grandes empresas. A sequência do período em destaque (desenvolvimento) delineia os porquês. 
2. Exemplificação
Outra estratégia interessante de desenvolvimento do tópico frasal é a exemplificação. O movimento consiste 
em apresentar uma afirmação geral mais simples para, na sequência, realizar uma prova dessa afirmação por meio 
de exemplos que sustentem o tópico.
Exemplo:
Em primeiro lugar, é notória a dificuldade que há no homem em aceitar o diferente, principalmente ao 
se tratar de algo tão pessoal como a religião. Prova disso é a presença da não aceitação das crenças alheias em 
diferentes regiões e momentos históricos, como no Império Romano antigo, com as perseguições aos cristãos, na 
Europa medieval, com as Cruzadas e no atual Oriente Médio, com os conflitos envolvendo o Estado Islâmico.
(Trecho de redação nota 1000 do ENEM 2016).
Podemos perceber que o trecho destacado apresenta um tópico frasal bastante claro (é notória a dificuldade 
que há no homem em aceitar o diferente, principalmente ao se tratar de algo tão pessoal como a religião). Na 
40
sequência, o candidato se vale do recurso de exemplificação (o trecho em destaque) para elencar alguns casos que 
ratifiquem a informação contida no tópico.
3. Dados estatísticos / científicos
O desenvolvimento do tópico frasal também pode ser realizado por meio de dados estatísticos / científicos. 
Essa estratégia requer um pouco de cautela, pois não se recomenda que o estudante forneça dados estatísticos 
de sua memória, principalmente se não há certeza sobre as fontes de obtenção. A principal recomendação é que o 
texto replique dados fornecidos pela própria coletânea de textos que acompanha a proposta de redação. 
Exemplo
Além dessa visão segregacionista, a lentidão e a burocracia do sistema punitivo colaboram com a perma-
nência das inúmeras formas de agressão. No país, os processos são demorados e as medidas coercitivas acabam 
não sendo tomadas no devido momento. Isso ocorre também com a Lei Maria da Penha, que entre 2006 e 2011 
teve apenas 33,4% dos casos julgados. Nessa perspectiva, muitos indivíduos ao verem essa ineficiência continuam 
violentando as mulheres e não são punidos. Assim, essas são alvos de torturas psicológicas e abusos sexuais em 
diversos locais, como em casa e no trabalho. 
(Trecho da redação nota 1000 do ENEM 2015)
O trecho destacado evidencia que a candidata recorre a dados numéricos presentes na coletânea oferecida 
pelo ENEM para ratificar o tópico frasal de seu parágrafo. E também a partir desses dados, são encadeados argu-
mentos conclusivos que estabelecem relação com o tema.
4. Narração
Os processos argumentativos também podem ser encadeados por meio da construção de uma narrativa. 
Em termos mais claros, ocorre quando recuperamos uma história / um caso, com seus personagens, localidades e 
vínculos temporais. Para que não haja confusões entre o entendimento do que é uma narração e, por exemplo, uma 
descrição ou exemplificação, é necessário lembrar desses três pontos:
I. O processo narrativo configura um conjunto de alterações de situações referentes a personagens determi-
nadas. Essas personagens podem ser unitárias ou coletivas (podemos ter um indivíduo sobre o qual se conta 
algo, como o prefeito de São Paulo, ou podemos ter uma personagem coletiva, como a sociedade ou 
os jovens da geração 2000). 
II. Não podemos nos esquecer de que a história dessa(s) personagem(ns) precisa(m) estar vinculada(s) a 
uma temporalidade precisa, e a também a um espaço bem configurado. A narrativa é um texto figurativo 
que irá compor um argumento concreto de seu texto.
III. Toda história possui uma progressão temporal (temos eventos anteriores, concomitantes e posteriores). 
Aqui, é essencial saber manipular os elementos verbais, inclusive para que possamos organizar a disposição 
desses eventos em ordens variadas, de acordo com a necessidade imposta pelo tema.
Exemplo
O contexto histórico brasileiro indubitavelmente influencia essa questão. A colonização portuguesa buscou 
catequizar os nativos de acordo com a religião europeia da época: a católica. Com a chegada dos negros africanos, 
41
décadas depois, houve repressão cultural e, consequentemente, religiosa que, infelizmente, perpetua até os dias de 
hoje. Prova disso é o caso de uma menina carioca praticante do candomblé que, em junho de 2015, foi ferida com 
pedradas, e seus acompanhantes, alvos de provocações e xingamentos. Ainda que a violência verbal, assim como a 
física, vá contra a Constituição Federal, os agressores fugiram e, como em outras ocorrências, não foram punidos.
(Trecho de redação nota 1000 do ENEM 2016)
Para ratificar a ideia central de seu argumento, a candidata complementa o parágrafo com a narrativa de 
um fato concreto que está vinculado ao tema. As personagens dessa narrativa foram uma menina carioca, seus 
acompanhantes e os agressores. Os fatos foram devidamente encadeados a partir de um dado de temporali-
dade (em junho de 2015) que exigia colocações verbais em pretérito perfeito.
5. Oposição
a. A argumentação por oposição envolve, naturalmente, a apresentação de dois objetos, dois fatos, ou duas 
pessoas que possam ser contrapostos durante a exposição das ideias. É um recuso simples de ser usado, 
mas que deve estar vinculado a temas em que realmente existam contraposições a serem discutidas.
Exemplo
No limiar do século XXI, a intolerância religiosa é um dos principais problemas que o Brasil foi convidado a 
administrar, combater e resolver. Por um lado, o país é laico e defende a liberdade ao culto e à crença religiosa. Por 
outro, as minorias que se distanciam do convencional se afundam em abismos cada vez mais profundos, cavados 
diariamente por opressores intolerantes.
(Trecho de redação nota 1000 do ENEM 2015)
No trecho apresentado, a candidata articula uma contradição em relação à intolerância religiosa, exibindo 
dois pontos de vista sobre o tema, os quais serão articulados em parágrafo posterior.
6. Contra-argumentação 
A contra-argumentação assemelha-se a oposição, já que apresenta posicionamentos diferentes. No en-
tanto, sua característica básica é a de apresentar um posicionamento para depois questioná-lo, desconstruí-lo ou 
condená-lo.
Além disso, é cabível enfatizar que, de acordo com Paulo Freire, um seu livro "Pedagogia do Oprimido", é 
necessário buscar uma "cultura de paz". De maneira análoga, muitos religiosos, a fim de evitar conflitos, hesitam 
em denunciar casos de intolerância, sobretudo quando envolvem violência. Entretanto, omitir crimes, ao contrário 
do que se pensa, significa colaborar com a insistência da discriminação, o que funciona como um forte empecilho 
para resolução dessa problemática.
(Trecho de redação nota 1000 do ENEM 2016)
No excerto, o candidato apresenta uma postura e a respectiva justificativa e, em seguida, condena com 
argumentos o posicionamento anteriormente apresentado.
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ExErcícios
EXERCÍCIO 1: Determine as estratégias

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