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1 UFSC – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CTC – Centro Tecnológico EQA – Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos EQA5510 – Estágio Curricular (Não Obrigatório) Professora Orientadora: Débora de Oliveira Coordenador de Estágios: José Miguel Müller RLATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR (NÃO OBRIGATÓRIO) ARCO-ÍRIS ALIMENTOS LTDA PÂMELA ZMORZYNSKI Florianópolis - SC Junho, 2015. 2 3 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 5 2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ........................................................................................................ 5 3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ........................................................................................................ 7 3.1. NORMAS TÉCNICAS ..................................................................................................................... 7 3.2. DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ....................................................................................... 8 3.2.1. Biscoitos Salgados ............................................................................................................. 9 3.2.1.1. Formulação F7 – Provençal Sablés ............................................................................................... 9 3.2.1.2. Formulação Kümmel-Käsegebäck ................................................................................................. 9 3.2.1.3. Formulação Duas Rodas .............................................................................................................. 10 3.2.1.4. Formulação TOP-20 ..................................................................................................................... 10 3.2.1.5. Biscoito Salgado Dukan ............................................................................................................... 11 3.2.1.6. Biscoito Salgado Cortado À Fio ................................................................................................... 11 3.2.2. Biscoito Equilibrar Comendo ............................................................................................ 12 3.2.2.1. Biscoito Coco com Nozes ............................................................................................................ 12 3.2.2.2. Biscoito Panetini com Queijo ...................................................................................................... 12 3.2.2.3. Biscoito Cacau e Aveia ................................................................................................................. 13 3.2.3. Biscoitos Doces – Nova Linha de Produtos ....................................................................... 14 3.2.3.1. Biscoito Amanteigado com Raspas de Limão ............................................................................. 14 3.2.3.2. Cookie Premium de Cranberry com Gotas de Chocolate Branco .............................................. 15 3.3. PESQUISA DE EMBALAGEM.......................................................................................................... 15 3.4. PRODUTOS SEM GLÚTEN ............................................................................................................ 16 4. COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES .................................................................................................... 18 5. REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 19 6. ANEXOS ........................................................................................................................................ 20 ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1 – EMPRESA ARCO-ÍRIS ALIMENTOS LTDA ............................................................................................. 6 FIGURA 2 – LINHA DE PRODUTOS ARCO-ÍRIS ALIMENTOS ....................................................................................... 6 FIGURA 3 – EMBALAGEM TIPO TOP-DOWN E TAMPA COM VÁLVULA DE SILICONE ........................................................ 16 5 1. INTRODUÇÃO O período de estágio é de suma importância na vivência acadêmica, onde é possível aplicar a teoria e os conhecimentos adquiridos em sala de aula aos processos e operações da indústria, buscando promover melhorias para a empresa. Este relatório tem como finalidade descrever as atividades desenvolvidas durante os dois meses de estágio de caráter não obrigatório. Através deste estágio pude desenvolver competências e habilidades que são de grande relevância, tanto na minha vida profissional quanto na pessoal. Foi possível acompanhar o dia-a-dia de uma empresa familiar, tendo contato com profissionais das mais diversas áreas, que me ajudaram na conduta de um bom estágio e a aprender ainda mais sobre os desafios e as possibilidades da profissão que escolhi. O estágio foi realizado na Arco-Íris Alimentos LTDA, uma indústria localizada em Jaraguá do Sul (SC), que produz os mais variados tipos de biscoitos. Durante o período de 19 de janeiro a 20 de março de 2015, atuei principalmente no setor de controle de qualidade e de desenvolvimento de novos produtos, sob a orientação da gerente industrial da empresa, a engenheira de alimentos Larissa Franzner da Silva. 2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA A Arco-Íris Alimentos LTDA é uma empresa fundada em 1985 por Márcia Franzner da Silva e Emílio da Silva Neto, localizada em Jaraguá do Sul – SC (Figura 1). A indústria funciona durante o ano todo, fabricando os mais diversos produtos (Figura 2), classificados em cinco linhas: biscoitos, pães de mel, kids, matinal e especial. Na linha de biscoitos estão os biscoitos amanteigados (leite, coco, aveia e mel, chocolate com amendoim, três chocolates e banana nevada com canela); casadinho (morango); cookies Premium (confetes e gotas de chocolate); e biscoitos cobertos com chocolate (Seducción e do tipo suíço). Dentre os pães de mel estão a linha tradicional; a linha especial (integral, light, panetone com frutas, dois amores, festa); e os recheados (doce de leite e morango). 6 Figura 1 – Empresa Arco-Íris Alimentos LTDA Na linha de biscoitos estão os biscoitos amanteigados (leite, coco, aveia e mel, chocolate com amendoim, três chocolates e banana nevada com canela); casadinho (morango); cookies Premium (confetes e gotas de chocolate); e biscoitos cobertos com chocolate (Seducción e do tipo suíço). Dentre os pães de mel estão a linha tradicional; a linha especial (integral, light, panetone com frutas, dois amores, festa); e os recheados (doce de leite e morango). Figura 2 – Linha de Produtos Arco-Íris Alimentos 7 Os matinais abrangem os melados de cana; e a linha kids, biscoitos de leite, chocolate, e leite condensado com flocos, em formatos divertidos. A linha especial é composta de pães de mel e biscoito produzidos especialmente para datas festivas, como Páscoa, Dia das Mães e Natal. 3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Durante as primeiras semanas de estágio, pude me familiarizar com o sistema de fabricação da empresa, seus produtos, funcionários e gestores. Tive a oportunidade de analisar os registros anteriores e verificar o andamento de diversos projetos; principalmente na área de qualidade, que é a implantação do sistema APPCC e métodos de controle e análise dos processos. Logo nos primeiros dias, realizei testes com três variedades de chocolate para cobertura de biscoitos e pães de mel, advindo de um novo fornecedor. O objetivo era verificar a qualidade das matérias-primas, para uma possível substituição pela nova marca, através da manufatura em pequena escala de pães de mel com as diferentescoberturas e posterior análise sensorial das amostras. Durante as semanas seguintes, fiz o acompanhamento habitual da produção, principalmente com a realização de inspeção dos produtos por atributos, bem como cálculos da produtividade das máquinas de corte à fio dos biscoitos, e participei de alguns projetos, que serão descritos adiante. 3.1. Normas técnicas Conforme me familiarizava com o acompanhamento habitual da produção, com a realização de inspeção dos produtos por atributos e do peso das embalagens por amostragem, bem como o registro de rastreabilidade das matérias primas, foram percebidas algumas falhas no sistema de registro e, portanto, fez-se necessário o ajuste de algumas das normas internas, a fim de melhorar o processo de controle. Fiz modificações nos documentos que se seguem: Norma Técnica Básica Geral 01 (TBG-01) – Pesos e Volumes de Produtos: correção dos critérios para aprovação do lote e exemplo demonstrado, com base na norma do INMETRO nº248/2008. 8 Normas Técnicas Operacionais (TOP): TOP-39 – Preparação de Biscoitos Amanteigados; TOP-40 – Preparação de Biscoitos Estampados; TOP-41 – Preparação de Biscoitos Pingados; TOP-42 – Preparação de Pães de Mel: atualização das planilhas das formulações. Registros de Rastreabilidade (RAS): RAS-5e – Pão de Mel Festa; RAS - 5f – Pães de Mel Dois Amores; RAS-7c – Kids Leite Condensado e Flocos; RAS-9e – Banana Nevada; RAS-13 – Melado de Cana: inserção de ingredientes faltantes. RAS-1a – Biscoito de Mel Tradicional; RAS-1b – Biscoito de Mel Integral; RAS-1c – Biscoito de Mel Light; RAS-1d – Biscoito de Mel Panetone com Frutas: criação. Registros de Inspeção (RI): RI-1a – Biscoito de Mel; RI-1b – Biscoito de Mel Integral; RI-1c – Biscoito de Mel Light; RI-1d – Biscoito de Mel Panetone com Frutas; RI-5a – Pão de Mel tradicional: criação e correção de parâmetros. Planos de Amostragem (PAM): PAM-1a – Biscoito de Mel; PAM-1b – Biscoito de Mel Integral; PAM-1c – Biscoito de Mel Light; PAM-1d – Biscoito de Mel Panetone com Frutas: criação. 3.2. Desenvolvimento de Novos Produtos Devido à alta concorrência, grande número de produtos e ao consumidor, que está cada vez mais exigente em relação à qualidade dos produtos consumidos, as empresas precisam estar sempre à frente para não manter seu espaço no mercado. É necessário, portanto, que estejam atualizadas tecnologicamente para manter o melhor nível de eficiência possível. Para garantir um nível de qualidade confiável, a pesquisa do mercado é essencial. Os dados coletados são classificados em necessidades de novos produtos e necessidades de melhorias em produtos existentes. As necessidades de novos produtos são verificadas com o planejamento da empresa e estudos da previsão de mudanças mercadológicas, com os movimentos dos concorrentes, com as normas requeridas e com a análise dos custos. Antes que se inicie o projeto, protótipos são testados intensivamente e avaliados através de vários métodos de análise de falhas, assegurando a segurança e a confiabilidade do produto para estar em harmonia com o 9 mercado (FALCONI, 1999). O aumento da renda e do poder de compra da população incentiva a criação de produtos mais sofisticados, com maior valor agregado. O desenvolvimento de novos produtos na Arco-Íris visa à ampliação de seu portfólio de produtos e à inovação perante seus clientes, mantendo sempre a alta qualidade, característica notável em todos os produtos desta empresa. 3.2.1. Biscoitos Salgados Um dos equipamentos disponíveis na fábrica é uma máquina que modela os biscoitos por estapagem, chamada Janssen. Atualmente, produz apenas os biscoitos do tipo Kids, e é de interesse da empresa, além de aumentar a utilização deste equipamento, seguir a linha de biscoitos salgados. Para isto, foi realizado um longo estudo acerca das mais diversas formulações de biscoitos, para encontrar a melhor formulação para a Janssen, visto que é de grande dificuldade atingir o ponto de massa ideal para ser processado neste equipamento sem problemas. Destes estudos, foram realizados testes com somente algumas das formulações, que seguem abaixo. 3.2.1.1. Formulação F7 – Provençal Sablés Foram estudadas diversas formulações de biscoitos salgados (estilo sablét), e a partir deste estudo, gerado um documento (“Formulação de Biscoito Salgado”, disponível no sistema interno da empresa), onde estão descritas 10 formulações. Foi realizado um teste com a formulação de número 7, Provençal sablés, no dia 05 de março. O biscoito não passou bem devido talvez à grande quantidade de alecrim presente, e sua aparência não ficou muito ideal (compacta e umedecida). Aroma muito forte de alecrim, e o queijo ficou imperceptível. Uma sugestão de melhoria é diminuir consideravelmente a quantidade de alecrim, talvez melhore o corte, e fique um tanto mais seca, visto a grande quantidade de óleo presente nesta erva. 3.2.1.2. Formulação Kümmel-Käsegebäck Esta formulação foi retirada do manual da máquina Janssen,e testada 10 dia 12 de março. A massa não passou bem na Janssen, mesmo após o aquecimento da máquina. A massa crua grudava muito nos rolos, e o corte foi prejudicado. Foram feitos biscoitos à mão para testar o sabor. A aparência dos biscoitos era de úmida, e havia pequenos pontos em laranja devido ao queijo torrado no forno. Possuía um forte aroma de queijo, que causava certa “aspereza” ou “ardência” na garganta. Como sugestão, diminuir a quantidade de queijo, e aumentar a quantidade de farinha (ou diminuir a quantidade de gordura) para ter um corte melhor na máquina. 3.2.1.3. Formulação Duas Rodas Nas últimas páginas do livro de Normas Operacionais Padrão para as formulações, que fica na sala de massas, há algumas formulações antigas da Mathedi (fábrica de geleias inativa) e Arco-Íris, entre elas, duas formulações de biscoito salgado. Uma delas, titulada Formulação Janssen, é bastante parecida com Kümmel-Käsegebäck. Seu teste foi programado porém, infelizmente, não pode ser realizado devido à não conciliação do período de estágio e do cronograma de produção da fábrica, visto que os testes são realizados quando há baixa produção de biscoitos. A segunda fórmula, Formulação Duas Rodas, é um tanto mais complexa que a primeira. Foi decidido realizar teste com esta formulação, por ser diferenciada do que já tentamos e por termos todos os ingredientes na fábrica. O teste foi realizado dia 19 de março, e como resultado, um biscoito saboroso, porém a massa não passou na Janssen, mesmo adicionando 1kg a mais de farinha de trigo na formulação. Talvez, para os próximos testes, se diminuir a quantidade de gordura na massa, o processamento ficaria facilitado. 3.2.1.4. Formulação TOP-20 Ao revisar as normas de fabricação de biscoitos, encontrou-se numa antiga norma a formulação de biscoito salgado já em desuso pela fábrica. Resolveu-se fazer um teste com esta formulação, pois, visto que já estava em uma das antigas normas, a chance de sucesso era grande. O primeiro teste foi realizado dia 12 de março, e o resultado foi 11 surpreendente. A massa passou maravilhosamente bem na Janssen, o ponto de massa é perfeito (“massa podre” bastante esfarelada, lembrando farofa). Entretanto, o biscoito ficou pouco salgado, e mal se notou o aroma de azeite de oliva. Em outra forma foi polvilhado sal grosso, e o biscoito ficou interessante. Como sugestão, polvilhar sal marinho sobre os biscoitos conformados, como finalização, ainda antes de ir ao forno. Desta maneira, o biscoito fica saboroso sem precisar modificar a formulação. Para o segundo teste, realizado dia 19 de março, foi corrigido o fator do sal na formulação, e acrescentado orégano e aroma de azeite de oliva. A massa ficou com uma textura ótima, passou muito bem na Janssen, e o biscoito ficou muito saboroso, emboratalvez com um pequeno excesso de sal. A sugestão é seguir esta formulação e modificar os aromas, com aditivos alimentares, como por exemplo, bacon, pizza, cebola e salsa, etc. 3.2.1.5. Biscoito Salgado Dukan Do exterior foi trazida uma amostra de Biscoito Salgado de Farelo de Aveia, da marca Dukan. O objetivo é fazer um biscoito parecido, portanto os ingredientes utilizados no biscoito foram retirados do rótulo da embalagem e foram definidas quantidades para cada ingrediente. Na formulação original é utilizado hidróxido de sódio como corretor de acidez, o que foi modificado para bicarbonato de sódio (que também está disponível na fábrica). Esta experiência também, infelizmente, não pode ser realizada, porém a formulação foi detalhada e está pronta para ser testada. 3.2.1.6. Biscoito Salgado Cortado À Fio Após uma visita técnica à uma fábrica da região, foram obtidas amostras de biscoitos salgados em desenvolvimento na empresa Vitalin (biscoitos sem glúten). Através de troca de informações, surgiu a ideia de que os biscoitos não precisam ser necessariamente estampados, também é possível fazê-los na máquina a fio, com espessura mínima. A sugestão é de utilizar alguma das formulações que não passaram bem na Janssen e testar na máquina de corte à fio, para verificar a espessura mínima que as máquinas disponíveis na Arco-Íris conseguem passar. Se for de 12 uma espessura razoável, torna-se uma alternativa de produção, até que desenvolva-se com perfeição uma formulação para a Janssen. 3.2.2. Biscoito Equilibrar Comendo A empresa Equilibrar Comendo está interessada em terceirizar a produção de seus biscoitos com a Arco-Íris e, portanto o objetivo é produzir biscoitos similares ao padrão (três diferentes sabores). A dificuldade está na formulação que nos foi repassada, que aparenta não ser exatamente a que é utilizada na fabricação destes biscoitos. A maior dificuldade está em dosar a quantidade de adoçante, para que a textura e sabor do biscoito fique o mais próximo possível dos biscoitos que já são vendidos por essa empresa. 3.2.2.1. Biscoito Coco com Nozes Dia 10 de fevereiro foi feito um teste com a formulação que nos foi dada via email pela empresa Equilibrar Comendo. A massa não aparentava estar no ponto certo, portanto foram feitas pequenas adições de ingredientes na formulação original. A massa passou bem na cortadeira, porém o biscoito ficou nada característico com a amostra. Biscoito bastante fibroso e com bastante gosto residual de adoçante (sucralose). Um segundo teste foi programado, mas infelizmente não pode ser realizado durante meu período de estágio. A formulação ficou adequada utilizando-se, ao invés de edulcorantes, açúcar de coco. 3.2.2.2. Biscoito Panetini com Queijo Este teste também foi realizado dia 10 de fevereiro, e esta formulação foi a mais condizente com o padrão. O sabor ficou próximo da amostra, porém faltou aroma e a textura ficou muito mais suave (menos crocante) que o padrão. Como sugestão, aumentar o tempo de cozimento, ou diminuir a quantidade de água na formulação. 13 3.2.2.3. Biscoito Cacau e Aveia Foi decidido focar primeiramente nos testes do biscoito sabor cacau e aveia, pelo fato de a empresa possuir a grande maioria dos ingredientes para sua fabricação. O primeiro teste foi realizado dia 10 de fevereiro, utilizando adoçante sucralose. A massa ficou num ponto bom para cortadeira, talvez devido ao desenvolvimento do glúten, que foi batido juntamente com a manteiga e a água (creme). Biscoito ficou esfarelado e com gosto residual de adoçante muito forte. O segundo teste foi realizado dia 12 de março, para uma quantidade menor de massa ser cortada à mão. Desta vez foi utilizado um blend de edulcorantes – Litesse (nome comercial para polidextrose), Lactitol (nome comercial para maltitol) e SSC (nome comercial para blend de sacarina sódica, glicosídeos de esteviol e ciclamato de potássio) –, com algumas modificações nas farinhas utilizadas. A massa ficou num ponto bom, porém o biscoito ficou com cor mais escura que o padrão, menos crocante e com gosto residual extremamente forte de adoçante. No dia seguinte, foram realizados mais quatro testes, para uma quantidade mínima de massa, variando somente o tipo de adoçante utilizado. No teste 3 foi utilizado Litesse, Lactitol e CSuSa (nome comercial para blend de ciclamato de potássio, sucralose e sacarina sódica); a massa ficou com boa textura porém o biscoito ficou pouco crocante, cor mais escura que o padrão e predominante sabor e aroma residual de adoçante. No teste 4 foi utilizado apenas SSC (esteviol, sacarina e ciclamato); a massa ficou boa para corte, biscoito próximo ao padrão no quesito crocância, porém o aroma e sabor residual de adoçante ainda era bastante perceptível. Já no quinto teste, foi utilizado apenas Litesse e Lactitol; a massa ficou bastante pegajosa, e depois de assada, bastante quebradiça. Pouco gosto residual de adoçante, mas ainda notável, além de forte amargor (resultado talvez da quantidade de cacau alcalino utilizada). O sexto teste foi realizado com Lactitol e SSC (esteviol, sacarina e ciclamato); a massa ficou num ponto bom de corte, o biscoito ficou crocante, mas ainda percebia-se um residual metálico de adoçante. 14 Notou-se que todos os biscoitos ficaram com cor muito mais escura que o padrão, então, como sugestão, talvez deva-se diminuir (ou excluir) o cacau alcalino da formulação, assim diminuiria também o amargor. O “melhor” biscoito no quesito sabor foi o teste de número 5, porém em crocância, foi o teste de número 4. Talvez num próximo teste, deva-se considerar repetir o teste de número 5, porém aumentar a quantidade do veículo (aveia, trigo) para diminuir o sabor residual e aumentar crocância. Também deve se considerar repetir o teste de número 4 e 6, porém reduzir a quantidade do adoçante utilizado. Os testes não puderam ser finalizados durante meu período de estágio, porém, após mais algumas experiências na empresa, uma adequação foi realizada através da troca do edulcorante pelo açúcar de coco. 3.2.3. Biscoitos Doces – Nova Linha de Produtos Devido às razões citadas anteriormente, é de fundamental importância incentivar a inovação na empresa para atender as exigências dos consumidores e, para este fim, foram desenvolvidos dois novos biscoitos: cookie de cranberry com gotas de chocolate branco e biscoito amanteigado com raspas de limão. 3.2.3.1. Biscoito Amanteigado com Raspas de Limão Foi desenvolvida uma formulação de biscoito amanteigado a partir dos já existentes, modificando o aroma. No primeiro teste foi utilizado limão desidratado e aroma de limão. A textura da massa ficou boa para o corte à mão, porém o biscoito ficou com sabor pouco característico. No segundo teste, foi dobrada a quantidade de aroma de limão, mas ainda assim ficou com pouco aroma. A textura da massa e a crocância do biscoito continuou ótima. Já no terceiro teste foi realizado um piloto, onde a quantidade de aroma de limão foi drasticamente aumentada. A massa foi cortada na pingadeira sem problemas, e os biscoitos ficaram perfeitos (ótima crocância, cor, sabor e aroma), prontos para entrarem no mercado. Como sugestão, amolecer mais a massa (talvez acrescentar nata em substituição de parte da gordura) para diminuir a pressão utilizada na 15 pingadeira, e melhorar os parâmetros por questão de segurança no funcionamento do equipamento. 3.2.3.2. Cookie Premium de Cranberry com Gotas de Chocolate Branco A formulação dos cookies foi baseada na formulação dos cookies já existentes, e o primeiro teste foi realizado dia 23 de fevereiro. A massa ficou com uma boa textura, e o biscoito ficou bem aromatizado e muito saboroso. O corte foi feito com saco de confeiteiro, portanto foi preciso produzir uma quantidade maior de massa paratestar na máquina a fio. Esta segunda massa passou sem problemas algum no equipamento. Portanto, técnica e sensorialmente o produto foi aprovado, porém, ao fazer o custo do biscoito, ficou muito acima do custo dos outros cookies. Estudou-se então se seria válido manter o biscoito desta forma e diluir o custo nos outros biscoitos (para o valor de mercado não ficar muito superior aos outros biscoitos da linha) e, simultaneamente, foi realizado mais um teste, diminuindo a quantidade de gotas e cranberry por cookie em 17%. Este segundo teste foi realiado em pequena escala, e concluiu-se que esta nova quantidade de gotas e cranberry baixa o custo consideralvemente e não lesa o consumidor conforme os padrões estabelecidos pela empresa (ao mínimo, duas gotas e duas cranberries aparentes por cookie). Sendo assim, o cookie de cranberry com gotas de chocolate branco está pronto para ir ao mercado, faltando finalizar apenas a arte da embalagem. 3.3. Pesquisa de Embalagem Durante o decorrer do estágio, realizei algumas pesquisas e orçamentos ara troca da embalagem de melado, pois acreditamos que com mudança de acondicionamento, as vendas aumentarão, visto que uma nova embalagem traria um ar de sofisticação para o melado de cana. Foi realizado então, o contato com fornecedores do país inteiro, e, dentre as diversas opções, selecionamos as 3 principais. Uma embalagem de um fornecedor já conhecido, porém com um alto custo; uma segunda embalagem de um fornecedor da região, com custo razoável, porém de 16 empresa desconhecida; e a terceira opção, uma embalagem bastante sofisticada e inovadora no país (uma única empresa detém o poder de venda deste produto), do tipo top-down (inversa), e tampa com válvula de silicone do tipo SimpliSqueeze (Figura 3), por um custo razoável, porém, com condições de pagamento bastante rígidas. Figura 3 – Embalagem tipo top-down e tampa com válvula de silicone O fluxo do produto é facilmente controlado ao apertar o frasco(a) e o jato é interrompido assim que cessa a pressão(b). Não há riscos de vazamento, até mesmo quando o frasco é deixado aberto de cabeça-para-baixo. Fonte: Aptar. Apesar de ser um novo fornecedor, a empresa transpassa bastante confiança, o produto da Arco-Íris ficou com uma ótima aparência (indicando que irá atingir o objetivo, que é o público classe A); logo, a tendência era de a terceira opção ser escolhida. Entretanto, entrou um novo investimento em longo prazo relacionado à esta embalagem: uma seladora por indução, visto que todos os produtos na Arco-Íris atualmente são selados por pressão. Foram realizadas então novas cotações acerca de seladoras por indução, cujo custo varia consideravelmente, de região para região. Há variações também relacionadas ao porte do equipamento, mas foi consenso que para o nível de automação atual da fábrica, uma seladora semi-automática (ou até mesmo manual) seria o suficiente. Portanto, a discussão acerca de custos/benefícios e tempo de retorno do investimento foi repassada à diretoria e, infelizmente, durante meu período de estágio, não pude presenciar a conclusão da análise. 3.4. Produtos Sem Glúten A fábrica possui um complexo com maquinário e equipamentos que foi 17 projetado para a fabricação de geleias (da marca Mathedi) e que atualmente está fora de linha. Para não deixar toda esta infraestrutura parada, planeja-se criar uma nova linha de biscoitos e pães de mel sem glúten, visto que há um forte crescimento do consumo deste tipo de alimento. Portanto, iniciei pesquisas referentes à legislação fabril, estruturas e procedimentos para fabricação de produtos voltados ao público com doença celíaca, baseando-me nas resoluções e normas da ANVISA e institutos afins. Com o estudo verificou-se que, para fabricar biscoitos sem glúten concomitantemente aos biscoitos com glúten, a fábrica precisaria de grandes mudanças, tanto estruturais quanto nos processos, visto que a produção de alimentos sem glúten deve ser encarada com o máximo de cuidado e seriedade. Foi então elaborado um documento citando as políticas e procedimentos que deveriam ser rigorosamente seguidos para evitar a contaminação cruzada em uma instalação não-exclusiva, e a partir da literatura, formulada uma lista de verificação de boas práticas de fabricação (BPF) e procedimentos operacionais padrão (POP) (ANEXO 1) para indústria de alimentos sem glúten, além de ações corretivas para algumas das possíveis não conformidades e plano de gerenciamento pras mesmas, instruções de trabalho e check lists para serem aplicados mensalmente. Após todo este estudo, foram elaboradas três versões de layout, para serem implementadas em curto, médio e longo prazo (ANEXO 2), caso a diretoria decida que a fábrica possui as condições necessárias para começar a produção de biscoitos sem glúten. Para o processo ser o melhor possível, será necessária uma mudança profunda na logística da empresa, bem como o investimento em equipamentos e utensílios, porém, acima de tudo, um forte treinamento com os colaboradores, para que eles compreendam a importância da higienização realizada corretamente, principalmente no que compete à alimentos sem glúten. 18 4. COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES A realização de estágio, tanto obrigatório quanto não obrigatório traz um aprendizado enorme para o graduando, e tem importância fundamental para a formação profissional. Realizar este estágio foi extremamente proveitoso e gratificante, de importância imensurável para meu crescimento profissional e pessoal. Pude aprender muito com profissionais qualificados, e também com os colaboradores, que possuem grande conhecimento acerca dos equipamentos e processos do dia-a-dia da fábrica. Pude conhecer melhor alguns equipamentos presentes na indústria de panificação, e aplicar diversos conhecimentos adquiridos durante a graduação com disciplinas como “Controle de Qualidade na Indústria de Alimentos”, “Higiene e Legislação de Alimentos”, “Processos da Indústria de Alimentos”, “Análise Sensorial” e “Análise de Alimentos”. Dentre as atividades, também tive a oportunidade de lidar com diversas situações presentes no cotidiano da empresa, como a manutenção de boas relações entre colaboradores, clientes e fornecedores. Notou-se que há certa resistência por parte dos colaboradores em seguir corretamente os BPF’s, como o hábito de preencher as planilhas de registro. É importante conscientizar constantemente os colaboradores a seguirem regras adequadas para a manipulação dos alimentos, para que assim, a contaminação seja evitada e os produtos mantenham o alto padrão de qualidade. De fato, neste estágio, mesmo que tenha durado um curto período de tempo, a experiência adquirida foi bastante expressiva. Poder aperfeiçoar e desenvolver minhas habilidades como profissional me foi bastante significativo, me trouxe muita autoconfiança para realizar tomadas de decisão e isto, em um futuro próximo, irá fazer a diferença em um mercado tão competitivo. 19 5. REFERÊNCIAS APTAR. SimpliSqueeze®: For cleaner dispensing. Disponível em: <http://www.aptar.com/food-beverage/food/our-technologies/simplisqueeze>. Acesso em: 10 de fevereiro de 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 10005: Gestão de qualidade – Diretrizes para planos de qualidade. Rio de Janeiro, 1997. BICUDO, Milene O. P; et al. Avaliação do atendimento às boas práticas de fabricação relacionada à possível contaminação acidental por glúten em uma Unidade de Fabricação de Produtos Panificados. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, v.20, n.1, pps.96-110, 2013. Disponível em: <http://www.unicamp.br/nepa/arquivo_san/volume_20_1_2013/20-1_artigo- 8.pdf> Acesso em 11/02/2015. BRASIL. Resolução ANVISA n.º 275, de 21 de outubro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de ProcedimentosOperacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de outubro de 2003. Disponível em <http://portal.anvisa.gov.br/wps /wcm/connect/dcf7a900474576fa84cfd43fbc4c6735/RDC+N%C2%BA+275,+D E+21+DE+OUTUBRO+DE+2002.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em 11/02/2015. BRASIL. Lei No 10.674, de 16 de maio de 2003. Obriga a que os produtos alimentícios comercializados informem sobre a presença de glúten, como medida preventiva e de controle da doença celíaca. Diário Oficial da União, Brasília, 19 de maio de 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.674.htm>. Acesso em 11/02/2015 FALCONI, Vicente. et al. TCQ – Controle da qualidade total (no estilo japonês). Editora de Desenvolvimento Gerencial. Belo Horizonte, 1999. 20 6. ANEXOS Anexo 1-A – Lista de Verificação de Boas Práticas de Fabricação Requisitos Sim Não 1 EQUIPAMENTOS, MAQUINÁRIOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS 1.1 Equipamentos e maquinários (batedeira planetária, sistema de injeção por pressão, forno elétrico tipo prensa): 1.1.1 Equipamentos da linha de produção em número suficiente e apropriado ao tipo de operação utilizada. 1.1.2 Dotados de superfícies de contato com alimentos: lisas, íntegras, impermeáveis, resistentes à corrosão, de fácil higienização e de material não contaminante. 1.1.3 Dispostos de forma a permitir fácil acesso e higienização adequada. 1.1.4 Com desenho que permita uma fácil limpeza, sanificação e desmontagem, quando necessário. 1.1.5 Em adequado estado de conservação, funcionamento e limpeza. 1.2 Móveis (mesas, bancadas, estantes): 1.2.1 Em número suficiente, de material apropriado, resistentes, impermeáveis. 1.2.2 Em adequado estado de conservação, com superfícies íntegras. 1.3 Utensílios: 1.3.1 Material não contaminante, resistentes à corrosão, de tamanho e forma que permitam fácil higienização. 1.3.2 Em número suficiente e apropriado ao tipo de operação utilizada. 1.3.3 Em adequado estado de conservação. 1.3.4 Armazenados em local apropriado, de forma organizada e protegidos contra a contaminação por glúten. 1.4 Higienização dos equipamentos e maquinários, móveis e utensílios: 1.4.1 Procedimentos e rotinas escritos (incluindo concentração e tempo) e disponíveis aos responsáveis pela limpeza e sanificação. 1.4.2 Limpeza e sanificação que garantam a higiene dos equipamentos, maquinários, móveis e utensílios. 1.4.3 Frequência de higienização adequada; as bancadas e mesas de apoio são higienizadas ao término de cada lote de produção. 1.4.4 Existência de um responsável pela operação de higienização. 1.4.5 Existência de registros que comprovem a higienização. 1.4.6 Existência de um controle da diluição da solução de detergente ou sanificante. 1.4.7 Produtos de higienização identificados e guardados em local adequado. 1.4.8 Produtos utilizados na higienização dos equipamentos são regularizados pelo Ministério da Saúde. 2. PRODUÇÃO DO ALIMENTO 2.1 Matérias-primas, ingredientes e embalagens: 2.1.1 Matéria-prima e ingrediente com procedência controlada e de fornecedores autorizados. 21 2.1.2 A cada novo lote de matéria-prima adquirido, os fornecedores entregam laudo de análises, incluindo determinação de glúten para as matérias-primas isentas de glúten. 2.1.3 Existência de procedimento de boas práticas para transporte da matéria-prima e ingrediente de forma a impedir a contaminação com outros cereais (trigo, centeio, cevada e aveia) e garantir a proteção das embalagens contra alteração e danos; há registro desses procedimentos. 2.1.4 As operações de carga e descarga são realizadas em local protegido e isolado da área de processamento. 2.1.5 Operações de recepção da matéria-prima e ingredientes sem glúten são feitas em local distinto da matéria-prima e ingredientes com glúten. 2.1.6 Armazenamento em local ventilado e organizado; sobre estrados distantes do piso, ou sobre pallets, bem conservados e limpos, ou sobre outro sistema aprovado, afastados das paredes e distantes do teto de forma que permita fácil limpeza e circulação de ar; em bom estado de conservação e limpeza. 2.1.7 As matérias-primas e ingredientes com glúten são armazenados separados das matérias-primas e ingredientes sem glúten. 2.1.8 No armazenamento a matéria-prima e ingrediente são separados por tipo ou grupo, no sistema PEPS e PVPS (Primeiro que Entra Primeiro que Sai e Primeiro que Vence Primeiro que Sai). 2.1.9 A matéria-prima, ingredientes e insumos são protegidos contra pragas ou contra contaminantes químicos, físicos ou microbiológicos ou substâncias indesejáveis. 2.1.10 Embalagens e rótulos da matéria-prima e ingredientes adequados à legislação. 2.1.11 Acondicionamento adequado das embalagens dos produtos a serem processados. 2.2 Fluxo de produção: 2.2.1 Locais para pré-preparo isolados da área de preparo por barreira física ou técnica. 2.2.2 Controle da circulação e acesso do pessoal. 2.2.3 Retirada frequente dos resíduos e rejeitos das salas de produção, sem acúmulos dos mesmos, evitando esse procedimento durante a manipulação. 2.2.4 Ordenado, linear, unidirecional, sem cruzamento de etapas de processo ou entre as linhas de produção. 2.2.5 Os alimentos são manipulados em temperatura ambiente e em linhas de produção específica para cada grupo de produto (com glúten e sem glúten). 2.2.6 Conservação adequada de materiais destinados ao reprocessamento. 2.3 Preparo do alimento: 2.3.1 A formulação está descrita e disponível, contendo informações como identificação e quantidade de ingredientes. 2.3.2 Os ingredientes utilizados no processo são permitidos para uso em alimentos e possuem especificações que cumprem com os requisitos legais para produtos isentos de glúten. 2.3.3 As operações de pesagem dos ingredientes e de preparo do alimento são realizadas em condições que excluem a possibilidade de contaminação por outros tipos de cereais (trigo, centeio, cevada ou aveia). 2.4 Embalagem e rotulagem do produto final: 2.4.1 Acondicionado em embalagens adequadas e íntegras. 22 2.4.2 O alimento contém em seu rótulo, obrigatoriamente, as inscrições "contêm glúten" ou "não contém glúten", conforme o caso. 2.4.3 Dizeres de rotulagem com identificação visível e de acordo com a legislação vigente, incluindo a rotulagem nutricional. 2.4.4 O acondicionamento dos produtos sem glúten em embalagens é realizado em condições que impedem a possibilidade de contaminação por outros tipos de cereais (trigo, centeio, cevada ou aveia). 2.5 Estocagem do produto final: 2.5.1 Produto acabado é armazenado sobre estrados distantes do piso, ou sobre pallets, bem conservados e limpos ou sobre outro sistema aprovado, afastados das paredes e distantes do teto de forma que permita fácil limpeza e circulação de ar; em bom estado de conservação e limpeza. 2.5.2 Produto acabado sem glúten é armazenado de forma separada do produto acabado com glúten, de maneira a impedir qualquer contaminação. 2.5.3 Produto avariado, com prazo de validade vencido, insumos rejeitados são separados, identificados, fechados e armazenados em local apropriado, de forma organizada e limpa, até a sua destinação final, de maneira a não resultar na contaminação da matéria-prima. 2.6 Controle de qualidade do produto final: 2.6.1 Existência de controle de qualidade do produto final. 2.6.2 Existência de laudo laboratorial atestando o controle de qualidade do produto final, assinado pelo técnico da empresa responsávelpela análise ou expedido por empresa terceirizada. 2.7 Transporte do Produto final: 2.7.1 Veículo limpo, com cobertura para proteção de carga, mantendo a integridade do produto; não são transportadas substâncias contaminantes. 2.7.2 Produto é transportado sem contato com outros alimentos contendo glúten. 2.7.3 Veículo não transporta outras cargas que comprometam a segurança do produto. 3 DOCUMENTAÇÃO 3.1 Manual de Boas Práticas de Fabricação: 3.1.1 Existência de Manual de Boas Práticas de Fabricação que descreva os procedimentos adotados no estabelecimento. 3.1.2 Rotinas escritas para operações principais da produção/manipulação e higienização. 3.2 Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) – Higienização das Instalações, equipamentos, móveis e utensílios: 3.2.1 Existência de POP estabelecido para este item. 3.2.2 POP descrito está sendo cumprido. 3.3 Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) – Higienização das superfícies: 3.3.1 Existência de POP estabelecido para este item. 3.3.2 POP descrito está sendo cumprido. 3.4 Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) – Controle contra contaminação cruzada: 3.4.1 Existência de POP estabelecido para este item. 3.4.2 O POP descrito está sendo cumprido 23 Anexo 1-B – Procedimentos Operacionais Padronizados POP nº 1: Qualidade da água Uso da água Tratamento Frequência Monitoramento e Medidas Corretivas Responsável Limpeza e sanitização de utensílios, equipamentos , pisos e paredes - Sanitizar utensílios e superfícies de contato com água clorada 150 ppm e pisos e paredes com 200 ppm. - Ao término de cada lote de produtos elaborados com farinha de trigo. - Realizar análises microbiológicas periódicas na água; - Realizar análise de cloro residual na água. - Supervisor de produção; - Departamento de Controle de Qualidade. POP nº 2: Higiene das instalações, equipamentos, móveis e utensílios Superfície de Contato Tratamento Frequência Monitoramento e Medidas Corretivas Responsável Bancadas de aço inox e material polimérico - Limpar completamente superfícies internas e externas; - Retirar todo resíduo de produto (massa ou qualquer outro) com escova ou raspa, caso esteja seco; - Lavar com detergente neutro para remover resíduos de farinha de trigo e esfregar com esponja para remoção total; - Se necessário, deixar os utensílios em imersão na solução detergente por cerca de 30 minutos; - Sanitizar com solução clorada 200 ppm. - Ao término de cada lote de produtos elaborados com farinha de trigo. - Realizar inspeção visual; - Preencher o registro de controle diário de limpeza e saneamento ao término da tarefa. - Departamento de Controle de Qualidade; - Supervisor de produção Paredes e pisos - Retirar todo resíduo de produto com água ou varrer o piso se estiver seco; - Lavar a superfície a ser higienizada com detergente neutro para remover resíduos de farinha de trigo e esfregar com escova, vassoura ou fibra conforme a necessidade; - Sanitizar com solução clorada 200 ppm. - Ao término de cada lote de produtos elaborados com farinha de trigo. - Realizar inspeção visual; - Preencher o registro de controle diário de limpeza e saneamento ao término da tarefa. - Departamento de Controle de Qualidade; - Supervisor de produção. 24 POP nº 3: Prevenção da contaminação cruzada no alimento e outros utensílios Veículo Contaminante Tratamento Frequência Monitoramento e Medidas Corretivas Responsável Área de armazename nto de matéria-prima - Armazenar matéria- prima e ingredientes isentos de glúten em local distinto e distante da matéria-prima com glúten. - A cada novo lote de matéria- prima isenta de glúten. - Monitorar descarregamento e correto armazenamento das diferentes matérias primas; - Aplicar treinamento para colaboradores recém-contratados e manter programa de capacitação e educação continuada. - Departamento de Controle de Qualidade. Superfícies de contato e equipamentos - Remover todo resíduo de produto com escova ou raspa, caso esteja seco; - Lavar com detergente neutro para remover resíduos de farinha de trigo e esfregar com esponja para remoção total; - Se necessário, deixar os utensílios em imersão na solução detergente por cerca de 30 minutos; - Sanitizar com solução clorada 200 ppm. - Ao término de cada lote de produtos elaborados com farinha de trigo. - Realizar inspeção visual; - Preencher o registro de controle diário de limpeza e saneamento ao término da tarefa; - Comunicar qualquer ocorrência de possível contaminação cruzada por glúten. - Departamento de Controle de Qualidade. POP nº 4: Higienização das mãos dos manipuladores e aventais Fonte Contaminante Tratamento Frequência Monitoramento e Medidas Corretivas Responsável Mãos - Lavar as mãos com sabonete líquido e sanitizar com álcool 70%. - Toda vez que se faça necessário ou quando em contato com produtos contendo glúten - Supervisionar a limpeza das mãos e dos hábitos de higiene pessoal de cada colaborador. - Departamento de Controle de Qualidade. Aventais - Sanitizar com água clorada 150 ppm; - Manter sempre limpos e em bom estado de onservação. - Trocar o avental a cada lote de produção de produtos isentos de glúten. - Realizar inspeção visual das condições de limpeza das vestimentas de trabalho. - Departamento de Controle de Qualidade. POP nº 5: Meios de armazenamento e transporte do produto acabado Objeto Tratamento Frequência Monitoramento e Medidas Corretivas Responsável 25 Material de embalagem - Armazenar em lugar seguro e longe da área de produção, livre de pó e resíduos de farinhas; - Rotular com precaução para evitar possível contaminação. - A cada novo lote de material de embalagem. - Cuidar para que sejam utilizadas embalagens limpas e livre de resíduos de farinhas. - Departamento de Controle de Qualidade; - Supervisor de produção. Superfícies de contato, mesas, balanças e recipientes de transporte - Manter superfícies de contato, mesas, balanças e recipientes de transporte sempre limpos e higienizados a fim de evitar contaminação cruzada. - Ao término de cada lote de produtos elaborados com farinha de trigo. - Não manipular ao mesmo tempo produtos isentos e com glúten. - Departamento de Controle de Qualidade; - Supervisor de produção. Setor de armazename nto de produto acabado - Deve ser longe da área de produção e distinto do setor de armazenamento de produtos com glúten. - Diária - Controlar limpeza e sanitização do local para evitar contaminação por glúten. - Departamento de Controle de Qualidade; - Supervisor de produção. Carro de transporte - Manter sempre limpo e higienizado. - Diária - Controlar limpeza e sanitização do carro de transporte de produto acabado. - Departamento de Controle de Qualidade. POP nº 6: Rotulagem adequada Objeto Tratamento Frequência Monitoramento e Medidas Corretivas Responsável Inscrição “contém glúten” ou “não contém glúten” - Verificar a correta inscrição no rótulo: caracteres com destaque, nítidos e de fácil leitura, segundo determina a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 40 [8]. - A cada novo lote de material de embalagem. - Realizar inspeção visual; - Devolver embalagens não padronizadas. - Departamento de Controle de Qualidade. 26 Anexo 2-A – Layout de fábrica para implementação imediata 27 Anexo 2-B – Layout de fábrica para implementação em médio prazo 28 29 Anexo 2-C – Layout de fábrica para implementação em longo prazo 30
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