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Fratura do platô tibial Bruna abreu, ellen Carolina, Giovana MENEZES, marcos geovanne, Patrícia Castelão, PENÉLOPE GUEDES 1 JOELHO O joelho é a articulação intermediária do membro inferior, sendo formada por três ossos: fêmur, patela e tíbia. Imagem 1 Na parte superior estão situados os côndilos femorais distais, anteriormente a patela e na região posterior estão os côndilos tibiais proximais. Sua função é resistir às cargas, promover estabilidade e proporcionar grande amplitude de movimento. (1,2) PLATÔ TIBIAL A parte proximal da tíbia é conhecida como Platô ou Planalto. Imagem 2 O Platô, junto ao fêmur, forma a articulação do joelho. Ou seja, a integridade do platô é fundamental para a função do joelho, como a flexão e a extensão, movimento fundamental para podermos andar normalmente. Além disso, no platô se inserem muitas estruturas, como os ligamentos cruzados do joelho (LCA e LCP), os meniscos e alguns outros ligamentos e tendões. (3) FRATURA DO PLATÔ TIBIAL São decorrentes de forças dirigidas medialmente (deformidade em valgo, como na “fratura de para choque”), ou lateralmente (deformidade em varo), associado a uma carga axial que gera forças de cisalhamento ou compressão. A magnitude da força determina o grau de fragmentação e o grau de desvio. Além da fratura, pode ter lesões associadas de tecidos moles, como lesões ligamentares, vasculares e nervosas. (4) Exemplos de diferentes tipos de fraturas do platô da tíbia Tipos de fraturas da tíbia que entram na articulação e afetam o platô tibial. Imagem 5 e 6 Como é feito o diagnóstico? Imagem 3 e 4 Avaliação radiográfica Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética Quais são os sintomas? DEFORMIDADE ENTORPECIMENTO EM TORNO DO PÉ EDEMA HEMARTROSE DOR tratamento Conservador É indicado em fraturas com pouco desvio (<2mm), fratura fechada, sem síndrome compartimental e sem lesão vascular. Consiste basicamente no uso de órtese e restrições de carga. Deve-se manter a órtese fixa até a 3ª semana e iniciar movimentação progressiva, mantendo-se até 8 a 12 semanas sem carga. (3) Imagem 7 tratamento cirúrgico Segundo Schwartsmann et al (2003), para que haja indicação de tratamento cirúrgico, a fratura deve ser do tipo exposta, com deslocamento articular ou com desvio de 2,5mm. A técnica a ser utilizada vai depender dos parâmetros de gravidade. Nas situações de síndrome compartimental, é mandatória a realização de uma fasciotomia (procedimento para aliviar a pressão dentro da perna). Nos casos de lesão vascular, o reparo da artéria deve ser realizado. Dentre as principais técnicas empregadas, estão a utilização de placas, parafusos, fixadores externos e hastes. PÓS-OPERATÓRIO O plano de reabilitação é individualizado de paciente para paciente. Em média, o paciente após a cirurgia já pode mobilizar o joelho, todavia sem poder apoiar o membro fraturado no chão. Geralmente, a carga é liberada entre 8 a 12 semanas. Contudo, o retorno às atividades é muito variável, podendo ocorrer em 6 meses ou podendo demorar mais de 1 ano, nos casos graves. (3) Diminuir edema; Eliminar o quadro álgico; Prevenir deformidades; Devolver a artrocinemática do joelho; Aumentar a amplitude de movimento; Aumentar o tônus e trofismo muscular; Melhorar a propriocepção; Treinar o equilíbrio; Reeducar a marcha. Objetivos do tratamento fisioterapêutico Primeira fase - proteção máxima (pós-operatório imediato até 1ª semana): Devem ser utilizados recursos físicos e eletroterapia para controle da dor e da inflamação. O fortalecimento do quadríceps pode ser feito através do uso da eletroterapia (estimulação elétrica funcional) e de exercícios isométricos. Imagem 8 Primeira fase - proteção máxima (pós-operatório imediato até 1ª semana): Deve ser utilizada muletas por seis semanas sem carga sobre o membro afetado. O uso das muletas sem carga deve ser treinado para minimizar o risco de quedas. Imagem 9 Primeira fase - proteção máxima (pós-operatório imediato até 1ª semana): Deve ser iniciado exercícios para mobilização da patela e exercícios passivos e ativo-assistidos para melhora da amplitude de movimento. Pode ser feita elevação da perna reta em cadeia cinética aberta em vários planos. Exercícios para ganho de adm do joelho Imagens de autoria do grupo MOBILIZAÇÃO INTRA-ARTICULAR do joelho Imagens de autoria do grupo Segunda fase - alongamento progressivo e fortalecimento precoce (2ª a 6ª semana de pós-operatório) Deve ser acrescido programa global de alongamento dos membros inferiores Exercícios aeróbios na bicicleta ergométrica podem ser realizados, tendo cautela quanto à carga sobre o membro afetado. Imagem 10 Segunda fase - alongamento progressivo e fortalecimento precoce (2ª a 6ª semana de pós-operatório) Iniciar exercícios para estabilização segmentar da coluna vertebral e fortalecimento dos músculos do quadril em vários planos e em cadeia cinética fechada no lado não afetado. Técnicas de facilitação proprioceptiva pode ser utilizada. Exercícios de alongamento Imagens de autoria do grupo Terceira fase - fortalecimento e propriocepção (6ª a 12ª semana de pós-operatório) Aumentar progressivamente a carga sobre o membro afetado. À medida que a carga é liberada, maior a intensidade e o estímulo aeróbio (bicicleta ergométrica, piscina). Os exercícios de propriocepção têm seu nível de dificuldade aumentados progressivamente de acordo com o grau de consolidação Exercícios de fortalecimento Imagens de autoria do grupo Treino de equilíbrio e propriocepção Imagens de autoria do grupo Quarta fase - fortalecimento avançado e início da pliometria (13ª a 20ª semana) Nesta fase deve ser iniciado os treinos de fortalecimento na academia, progredindo de exercícios bilaterais para unilaterais, de acordo com a tolerância do paciente. Podem ser realizados exercícios para fortalecimento dos grandes grupos musculares dos membros inferiores. O treino de marcha em terrenos irregulares, subir e descer escadas e outras formas de deslocamento. Exercícios pliométricos podem ser iniciados nesta fase. Treino de marcha e subir e descer escadas Imagens de autoria do grupo Quinta fase - retorno à prática do esporte (21ª a 24ª semana) Iniciar exercícios funcionais específicos do esporte (gestos esportivos). Aumento progressivo do fortalecimento muscular, condicionamento aeróbio e treino de flexibilidade de acordo com a modalidade esportiva. Retorno gradual aos treinos. Bibliografia Imagem 1: https://www.singular.med.br/es/multimedia/blog/310-dor-no-joelho-possiveis-causas.html Imagem 2,5,6: http://marcosbritto.com.br/traumatologia/fratura/fratura-do-plato-tibial-joelho/ Imagem 3,4: https://www.medicofisiatra.com.br/post/reabilitaçao-de-pessoas-com-fratura-do-planalto-tibial Imagem 7: https://loja.mercur.com.br/imobilizador-para-joelho-fixo/p Imagem 8,9,10: https://www.google.com/imghp?hl=pt-BR 1. Kapandji AI. Fisiologia articular: membro inferior. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 2. Winkel D, Deflt, Hirschfeld P, Bremen. Medicina ortopédica pelo método cyriax (diagnóstico funcional e terapia causal). Tradução de Hildegard T. Buckup. 2ª ed. São Paulo: Santos; 2001. 3. https://www.mauriciolongaray.com.br/fraturas-plato-tibial.php 4. Hall, c.m; Brody, L.T. Exercícios Terapêuticos: Na busca da função. 3 edição.São Paulo, 2001. 5. SCHWARTSMANN, C.et al. Fraturas: Princípios e Pratica. 1ª edição.São Paulo, 2003
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