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Processo Civil para OAB

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Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professora Tatiane Kipper 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1. A TUTELA DE URGÊNCIA .................................................................................................................. 3 
2. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ....................................................................................................... 20 
3. RECURSO ORDINÁRIO .................................................................................................................... 32 
4. RECURSO EXTRAORDINÁRIO ........................................................................................................ 40 
5. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO - ......................................................... 53 
6. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ....................................................................................................... 60 
7. REPERSCUSSÃO GERAL E SUSPENSÃO DE TODOS OS PROCESSOS PENDENTES ............. 68 
8. DA RECLAMAÇÃO ............................................................................................................................ 79 
9. INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA/IAC ..................................................................... 84 
10. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS - INTRODUÇÃO ............................................................................ 85 
11. HOMOLOGAÇÃO DO PENHOR LEGAL ........................................................................................... 86 
12. REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA ................................................................................................ 93 
13. DA DIVISÃO E DEMARCAÇÃO DE TERRAS PARTICULARES ..................................................... 100 
14. RESTAURAÇÃO DE AUTOS ........................................................................................................... 118 
15. AÇÃO DE EXIGIR CONTAS ............................................................................................................ 125 
16. DA OPOSIÇÃO ................................................................................................................................ 136 
17. HABILITAÇÃO ................................................................................................................................. 139 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professora Tatiane Kipper 
 
3 
 
1. A TUTELA DE URGÊNCIA 
 
1.1 Previsão legal 
Ocorrem em situações específicas em que se exige providência 
jurisdicional imediata, ou seja, o tempo poderá acarretar prejuízos ao processo 
ou ao bem jurídico. Previsão no artigo 300 do CPC/15: 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver 
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de 
dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando for tutela de urgência de natureza antecipada, por ter caráter 
satisfativo, além dos requisitos citados, também se exige a ausência de perigo 
da irreversibilidade dos efeitos da decisão, conforme previsão do §3º do artigo 
300 do CPC/15: 
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida 
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
 
 
A probabilidade do direito refere-se ao tradicional fumus boni juris, e o 
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo refere-se ao periculum in 
mora. 
Todos os requisitos devem estar presentes de forma cumulativa para a 
concessão da tutela de urgência. 
Assim a parte deve demonstrar o perigo na demora, de forma que se 
aguardar o provimento jurisdicional final, ou sua execução/efetivação, 
certamente será muito tarde. 
01 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professora Tatiane Kipper 
 
4 
 
Dessa forma, a prestação jurisdicional poderá ser inútil, porque o direito 
material corre o risco de não existir mais até lá em razão do tempo transcorrido. 
A fumaça do bom direito significa a provável existência do direito 
material. A tutela de urgência pode ser ANTECIPADA OU CAUTELAR. 
A tutela provisória de urgência pode ser ANTECEDENTE (requerida 
antes do ajuizamento da ação) ou INCIDENTE (requerida no curso da ação). 
Para concessão da tutela de urgência, pode o juiz, conforme for o caso, 
exigir caução real ou fidejussória para ressarcir os danos que a parte possa vir 
a sofrer. Previsão no §1º do artigo 300 do CPC/15: 
 
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o 
caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os 
danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser 
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder 
oferecê-la. 
E SE A PARTE FOR HIPOSSUFICIENTE E NÃO PUDER OFERECER? 
Caução pode ser dispensada. 
A tutela provisória de urgência pode ser concedida de forma liminar ou 
mediante justificação prévia; 
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após 
justificação prévia. 
Além disso, não afeta o princípio do contraditório, que fica deferido, ou 
seja, postergado. A tutela provisória de urgência poderá ser 
revogada/modificada a qualquer tempo, conforme previsão do art. 296 do 
CPC/15. Da mesma forma, o juiz pode entender que a tutela provisória seja 
deferida somente após a oitiva do Requerido. 
1.2 A tutela ANTECIPADA ANTECEDENTE 
A petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada, 
com a exposição sumária da lide, do direito que se busca realizar e do perigo 
de dano ou do risco ao resultado útil do processo. Previsão no artigo 303 do 
CPC/15: 
 Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à 
propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento 
da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professora Tatiane Kipper 
 
5 
 
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de 
dano ou do risco ao resultado útil do processo. 
Concedida a tutela antecipada, com fundamento na urgência, devem 
ocorrer os seguintes atos: 
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste 
artigo: 
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de 
sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação 
do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior 
que o juiz fixar; 
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de 
mediação na forma do art. 334; 
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será 
contado na forma do art. 335. 
Observar prazo da contestação no artigo 335 do Novo CPC: 
Art. 335. “O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo 
de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: 
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão 
de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, 
comparecendo, não houver autocomposição; 
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de 
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a 
hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; 
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a 
citação, nos demais casos. 
§ 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 
334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos 
réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de 
cancelamento da audiência. 
(...)”. 
E SE NÃO HOUVER ESTE ADITAMENTO? O processo deve ser 
extinto sem resolução de mérito. O aditamento passa a ser medida imperativa, 
tratando-se de ônus processual do autor. Previsão no §2º do artigo 303 do 
CPC/15: 
§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o 
deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. 
O aditamento da petição mencionado deve se dar nos mesmos autos, 
sem incidência de novas custas processuais: 
§ 3o O aditamento a quese refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-
se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas 
processuais. 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professora Tatiane Kipper 
 
6 
 
E O VALOR DA CAUSA? Já deve ser apontado na petição inicial que 
refere o caput do artigo 303 do CPC/15, devendo o Autor mencionar o valor 
que deverá levar em consideração o pedido da tutela final: 
§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor 
terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o 
pedido de tutela final. 
Conforme previsão do §5º, deve mencionar o Autor se pretende obter o 
benefício previsto no caput do artigo 303 do CPC/15: 
§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se 
do benefício previsto no caput deste artigo. 
 
Na hipótese do §6º, caso se entenda que não há elementos para 
concessão da tutela antecipada, o órgão jurisdicional deve determinar a 
emenda da petição inicial em até 05 dias. 
Se não for emendada nesse prazo, a petição inicial deve ser indeferida e 
o processo extinto sem resolução de mérito: 
 
§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela 
antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição 
inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o 
processo ser extinto sem resolução de mérito. 
ESTABILIDADE DA TUTELA ANTECIPADA: Quando não for interposto 
recurso, na forma do art. 304 do CPC/15. 
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, 
torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o 
respectivo recurso. 
O parágrafo primeiro refere que quando houver essa estabilização, o 
processo deve ser extinto: 
§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto. 
 
Ainda assim, antes da extinção do processo, mesmo havendo a 
estabilização da antecipação de tutela, pode ser necessária a sua efetivação, 
ou seja, seu cumprimento. 
 
 
 
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Professora Tatiane Kipper 
 
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Conforme determina o §2º do artigo 304 do CPC/15, qualquer das partes 
pode demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela 
antecipada satisfativa estabilizada nos termos do art. 304: 
 
§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de 
rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos 
termos do caput. 
§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não 
revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na 
ação de que trata o § 2o. 
Assim, enquanto não revista, reformada ou invalidade, a tutela 
antecipada mantém seus efeitos. 
E PARA INSTRUIR A REFERIDA AÇÃO? Qualquer das partes pode 
requerer o desarquivamento em que foi concedida a medida para instruir a 
ação, ficando prevento o juízo em que a tutela foi concedida: 
§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos 
autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da 
ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela 
antecipada foi concedida. 
PRAZO PARA PROMOVER A AÇÃO? 02 ANOS. 
§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, 
previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, 
contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos 
do § 1o. 
Haja vista o caráter de provisoriedade, a decisão que concede a 
antecipação de tutela não faz coisa julgada material, ou seja, não se torna 
imutável. Porém, a estabilidade dos seus efeitos só é afastada por decisão que 
rever, reformar ou invalidar proferida na ação ajuizada por uma das partes. 
§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a 
estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que 
a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das 
partes, nos termos do § 2o deste artigo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Professora Tatiane Kipper 
 
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1.3 A tutela cautelar no novo CPC 
As tutelas cautelares, como espécies de tutela urgência podem ser 
antecedentes e incidentais. 
Art. 294. “A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou 
evidência. 
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou 
antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou 
incidental”. 
O novo CPC disciplina de forma específica o procedimento da tutela de 
urgência cautelar requerida em caráter antecedente. 
A tutela cautelar antecedente, por ser anterior ao ajuizamento da ação 
principal é postulada por meio de ação própria. 
 Dessa forma, a petição inicial que visa a prestação de tutela cautelar 
ANTECEDENTE deve indicar a lide (ou seja, o conflito de interesse 
envolvido), o fundamento e a exposição sumária do direito que se objetiva 
assegurar, além do PERIGO DE DANO OU RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO 
PROCESSO  art. 305 do CPC/15: 
 
Art. 305. “A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela 
cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a 
exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de 
dano ou o risco ao resultado útil do processo”. 
 
A ação com pedido de tutela cautelar antecedente tem como 
fundamento a URGÊNCIA, exigindo a exposição, mesmo que concisa do 
fumus boni juris. 
A exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de 
dano ou o risco ao resultado útil do processo referidos no artigo 304 referem-se 
à necessidade de se demonstrar o PERIGO NA DEMORA E A FUMAÇA DO 
BOM DIREITO. 
E SE O JUIZ ENTENDER QUE O PEDIDO INDICADO TEM 
NATUREZA ANTECIPADA, ISTO É, SATISFATIVA DO DIREITO MATERIAL 
PRETENDIDO? Aplica-se o parágrafo único do artigo 305: 
 
Art. 305. “A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela 
cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
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exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de 
dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput 
tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303”. 
 
O artigo 303 versa sobre a tutela antecipada quando a urgência for 
contemporânea à propositura da ação. Neste caso, o que se observa é a 
FUNGIBILIDADE ENTRE A TUTELA CAUTELAR E A TUTLA ANTECIPADA, 
fundadas na urgência, pois ambas são espécies da tutela provisória. Diante da 
natureza comum das tutelas de urgência, acabam tendo tratamento 
semelhante. 
Assim, se o pedido tem natureza satisfativa, mas foi postulado como 
tutela cautelar antecedente, cabe ao juiz examinar o pedido de acordo com a 
verdadeira natureza. 
Da mesma forma, o inverso ocorre: se o pedido tem natureza de tutela 
cautelar, mas foi chamado pelo autor de tutela antecipada, o juiz deve decidir 
em conformidade com a verdadeira natureza do requerimento. Por ser 
fungibilidade, deve ser aplicada em ambas as situações. Observar a 
contestação do Réu. 
 
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar 
o pedido e indicar as provas que pretende produzir. 
 
Na ação que visa a prestação de tutela cautelar antecedente, o réu deve 
ser citado para no prazo de 05 dias, contestar o pedido e indicar as provas 
que pretende produzir. 
O prazo é de 05 dias, justamente, porque a decisão deve ser proferida 
com o máximo de brevidade, em razão da urgência que caracteriza a medida 
cautelar antecedente. CONTESTADO O PEDIDO  OBSERVA-SE O 
PROCEDIMENTO COMUM  Parágrafo único do artigo 307. 
 
E SE NÃO FOR CONTESTADO? REVELIA. 
 
Art. 307. “Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo 
autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o 
juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias. 
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á 
o procedimento comum”. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htmCurso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
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E se for efetivada a tutela cautelar? O pedido principal deve ser 
postulado pelo autor no prazo de 30 dias. 
Art. 308. “Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser 
formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será 
apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela 
cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas 
processuais. 
§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o 
pedido de tutela cautelar. 
§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação 
do pedido principal. 
§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a 
audiência de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por 
seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação 
do réu. 
§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será 
contado na forma do art. 335. 
 
Assim, o prazo de 30 dias para o pedido principal para ser postulado 
conta da efetivação da tutela cautelar antecedente. 
Em tal situação, o pedido principal deve ser apresentado nos 
mesmos autos em que foi pleiteada a tutela cautelar, não dependendo do 
adiantamento de novas custas, verificar art. 308. 
O pedido principal também pode ser formulado com o pedido de tutela 
cautelar. O entendimento é de que o prazo de 30 dias tem natureza 
DECADENCIAL, no que se refere à apresentação do pedido principal, no caso 
da tutela cautelar antecedente. Se o pedido principal for realizado no prazo 
mencionado, a tutela cautelar mantém sua eficácia não só no prazo de 30 dias 
contados da efetivação, mas durante o curso do processo, e na verdade, até a 
efetivação concreta da tutela final, definitiva e principal. Uma vez apresentado o 
pedido principal, as partes devem ser intimadas para a audiência de 
conciliação ou mediação na forma do artigo 334, sem necessidade de nova 
citação do réu, conforme previsão do artigo 334 do CPC/15: 
 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não 
for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará 
audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima 
de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 
(vinte) dias de antecedência. 
Além disso, se não houver autocomposição, o prazo para contestação 
deve ser contado na forma do artigo 335  conforme o §4º do artigo 338; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
 
 
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Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo 
de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: 
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão 
de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, 
comparecendo, não houver autocomposição; 
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de 
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a 
hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; 
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a 
citação, nos demais casos. 
 
1.4 Cessão da eficácia da medida cautelar 
Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, segundo o 
artigo 309: 
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter 
antecedente, se: 
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; 
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; 
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor 
ou extinguir o processo sem resolução de mérito. 
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela 
cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo 
fundamento. 
Segundo a hipótese do inciso I do artigo 308, a tutela cautelar 
antecedente, mesmo se concedida perde seus efeitos se o pedido principal não 
for apresentado no prazo de 30 dias contados da efetivação da tutela 
cautelar. Neste sentido já se tinha a Súmula 482 do STJ no que se refere ao 
CPC de 1973: 
“A falta de ajuizamento da ação principal no prazo do art. 806 do CPC 
acarreta a perda da eficácia da liminar deferida e a extinção do 
processo cautelar”. 
 
Segundo o inciso II do artigo 309, a tutela cautelar perde sua eficácia se 
não for efetivada no prazo de 30 DIAS. Isso porque se a cautelar foi concedida, 
mas o autor não se interessa por sua execução, permanecendo inerte, não se 
verifica a urgência mais. 
Da mesma forma, cessa a eficácia da tutela cautelar, segundo o inciso III 
do artigo 309, se o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo 
autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito. Isso porque se o 
processo é extinto sem julgamento de mérito, a tutela cautelar não pode ser 
vista como um fim, pois depende da tutela principal, a qual busca tutelar. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
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E, se o pedido principal é julgado improcedente, a eficácia da tutela 
cautelar também é perdida, em regra, pois também depende da principal, além 
do fato de não ter a probabilidade do direito material alegado. Ou seja, se a 
própria sentença rejeitar o pedido principal, entendendo que o bem jurídico não 
é devido, conclui-se pela ausência de um dos requisitos da tutela antecipada: a 
fumaça do bom direito. Entendimento de que essa revogação ocorre de 
forma automática. 
E se o pedido principal foi julgado procedente? Entende-se, por óbvio, 
que se o pedido principal é acolhido, a tutela cautelar não perde sua eficácia 
quando a sentença é proferida ou mesmo com o trânsito em julgado. Na 
verdade, a tutela cautelar deve manter sua eficácia até a afetiva satisfação do 
direito material. Ou seja, a medida cautelar mantém os seus efeitos até a 
integral execução da tutela principal, justamente para assegurar o resultado útil 
do processo. 
E se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar? Parágrafo 
único do artigo 309: 
Parágrafo único. “Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela 
cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo 
fundamento”. 
 
Segundo a previsão, fica vedado à parte renovar o pedido, salvo por 
novo fundamento. Ou seja, é proibido ao Autor formular o mesmo pedido de 
tutela cautelar se cessar sua eficácia, salvo se tiver fundamento diverso. 
 
E O INDEFERIMENTO DA TUTELA CAUTELAR, OBSTA QUE A 
PARTE FORMULE O PEDIDO PRINCIPAL? 
 
Art. 310. “O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte 
formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o 
motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de 
prescrição”. 
 
De acordo com o artigo 310, o indeferimento da tutela cautelar não obsta 
que a parte formule o pedido principal, nem influi no julgamento da lide, salvo 
se o motivo do indeferimento for o reconhecimento da prescrição ou 
decadência. 
 
 
 
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13 
 
A sentença da medida cautelar não decide o mérito do pedido principal. 
Logo, mesmo após o trânsito em julgado, que faz coisa julgada formal, não faz 
coisa julgada material quanto ao pedido principal, salvo se reconhecida a 
prescrição ou decadência que se referem ao pedido principal. 
 
1.5 MODELO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA 
ANTECEDENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.6 MODELO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA CAUTELAR 
ANTECEDENTE DE ARRESTO COM PEDIDO DE LIMINAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – AULA COMPLEMENTAR EAD 
 
2.1 Previsão legal: art. 994, IV, art. 1.022 a 1.026 do CPC. 
 
2.2 Cabimento 
É cabível Embargos de Declaração de qualquer decisão judicial quando 
obscura, omissa ou contraditória ou quando contiver erro material (art. 1.022 do 
CPC). 
Diz-se que a fundamentação dos embargos de declaração é vinculada 
(DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 250). 
Segundo Sá e Aguirre (2017, p. 102) os embargos de declaração não 
possuem como função principal a modificação de uma decisão. A finalidade 
principal dos embargos de declaração é esclarecer ou integrar uma decisão 
judicial que possui um dos vícios mencionados no artigo 1.022 do CPC. 
 O objetivo dos Embargos de Declaração é o esclarecimento da questão 
obscura ou contraditória, ou, ainda, a manifestação sobre o ponto omisso na 
decisão judicial pelo julgador que a prolatou. 
Justamente por isso a apreciação dos Embargos de Declaração é feita 
pelo próprio órgão que proferiu a decisão. 
 
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão 
judicial para: 
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; 
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se 
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; 
III - corrigir erro material. 
 
Assim, os embargos de declaração possuem como objetivo emitir 
pronunciamento judicial que integra a sentença, acordão, decisão interlocutória, 
aperfeiçoando-os, abrindo o caminho para irresignação principal (DOROSO; 
SERAU JUNIOR, 2017, p. 250). 
O entendimento é de que cabe Embargos de Declaração contra 
qualquer decisão judicial, e não apenas contra sentença, inclusive quanto 
às decisões interlocutórias e decisão monocráticas ou acórdão. 
 
02 
 
 
 
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A finalidade dos Embargos de Declaração é distinta. Ou seja, não é 
modificar a decisão, mas integrá-la, ou seja, complementar, esclarecer a 
decisão. 
As hipóteses de cabimento estão no art. 1.022 do CPC: 
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão 
judicial para: 
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; 
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se 
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; 
III - corrigir erro material. 
 
 
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição: Obscuridade se 
caracteriza pela falta de clareza, pela confusão de ideias, pela dificuldade no 
entendimento da decisão. Também pode ser considerada obscuridade 
decisões escritas a mão com letra ilegível, com passagens em língua 
estrangeira ou dialeto incompreensível. A decisão deve ser vista como um todo 
e deve ser compreensível ao homem médio, se não for será obscura. 
(DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 254). 
Já no que se refere à contradição, contraditória é aquela decisão 
incoerente, porque em seu conteúdo são lançadas ideias opostas. A 
contradição pode ser entre duas ou mais fundamentações, entre a 
fundamentação e o dispositivo ou apenas no dispositivo. A contradição tem que 
ser interna, ou seja, dentro da decisão. 
 
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se 
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento: 
 
Decisão omissa é aquela em que o julgador deixa de apreciar alguma 
matéria sobre a qual teria de manifestar-se de ofício ou a requerimento, 
proferindo uma decisão citra petita. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 257). 
Essa omissão pode se referir a ponto ou questão sobre o qual deveria se 
pronunciar o julgador. Ou seja, pode ser sobre um ponto ventilado pela parte 
sem que tenha havido impugnação pelo adversário (como exemplo: o pedido 
de gratuidade da justiça) ou a um ponto que tenha sido objeto de impugnação 
pela parte contrária (como exemplo: quando o autor diz que conduzia seu 
 
 
 
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veículo em velocidade compatível, mas o réu impugna dizendo que estava em 
excesso de velocidade). (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 257). 
Além disso, a omissão pode se referir a ponto ou questão que o 
pronunciamento judicial deveria se dar de ofício ou a requerimento da parte. Ou 
seja, mesmo que a matéria não tenha sido ventilada pelas partes, sendo uma 
daquelas que o julgador deve se pronunciar de ofício, caberão embargos de 
declaração diante de eventual omissão. Neste caso estariam incluídas não 
apenas aquelas matérias de ordem pública, mas também os chamados 
pedidos implícitos, que embora não tenham sido expressamente articulados, 
devem ser objeto de apreciação na decisão (ex: juros legais, correção 
monetária, verbas de sucumbência, conforme previsão do art. 322, §1º do 
CPC). (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 257-258). 
Ainda, Donoso e Serau Junior (2017, p. 258) destacam a seguinte 
situação: “e se a decisão judicial se omitir quanto a algum ponto ou questão 
originado da participação do amicus curiae (art. 138 do CPC) poderão as 
partes opor embargos de declaração? a resposta, segundo os autores deve ser 
positiva. Sem prejuízo da legitimidade do próprio amicus curiae para opor os 
embargos de declaração, não se pode negar às partes a oportunidade de 
embargar decisões para corrigir vício da decisão relativo aos argumentos 
trazidos pelo amicus curiae. Nesse sentido, inclusive o enunciado 394 do 
FPPC.”. 
Além da previsão genérica dos embargos de declaração em caso de 
omissão, o parágrafo único do artigo 1.022 vem trazer três hipóteses 
específicas de presunção de omissão (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 
258): 
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: 
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao 
caso sob julgamento; 
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o. 
 
Ou seja, uma vez firmada uma tese em julgamento de casos repetitivos, 
cria-se um dever de ofício ao julgador de se manifestar a seu respeito, desde 
que tal tese seja aplicável ao caso concreto. Não o fazendo, serão cabíveis os 
embargos de declaração. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 259). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
 
 
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23 
 
Da mesma forma, cabe embargos de declaração no caso de incidente 
de assunção de competência aplicável ao caso. Ou seja, o acórdão proferido 
em assunção de competência é vinculativo a todos os juízes e órgãos 
fracionários do tribunal (art. 947, §3º do CPC), sendo assim se a decisão 
proferida no incidente de assunção de competência for aplicável ao caso, é 
dever do julgador se manifestar a seu respeito, não o fazendo caberão os 
embargos de declaração. (DONOSO;SERAU JUNIOR, 2017, p. 259). 
Observar que o comando se dirige tanto ao próprio tribunal que criou a 
tese, quanto aos órgãos hierarquicamente inferiores. (DONOSO; SERAU JUN 
IOR, 2017, p. 259). 
Por fim, segundo o inciso II do parágrafo único do art. 1.022 do CPC, o 
artigo 489, §1º do CPC trata da exigência de motivação das decisões judiciais, 
destacando que não basta uma fundamentação superficial, sendo exigido doo 
julgador uma fundamentação efetiva e suficiente. Diante da falta dessa 
fundamentação é cabível embargos de declaração. 
Art. 489. (...) 
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja 
ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato 
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão 
decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o 
motivo concreto de sua incidência no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra 
decisão; 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo 
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem 
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o 
caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou 
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de 
distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 
 
III - corrigir erro material: Erros materiais podem ser inexatidões 
materiais ou erros de cálculo. A correção do erro material pode se dar a 
requerimento da parte ou até mesmo de ofício pelo juiz, conforme previsão do 
artigo 494, I do CPC. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 261) 
 
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: 
 
 
 
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I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões 
materiais ou erros de cálculo; 
II - por meio de embargos de declaração. 
 
Donoso e Serau Junior (2017, p. 261) mencionam que não se pode 
confundir erro material com erro de julgamento. Apenas o primeiro desafia 
embargos de declaração, pois o erro de julgamento deverá ser objeto de 
recurso próprio (ex: apelação). 
No entanto, mencionam os autores que percebe-se uma tendência no 
alargamento do cabimento dos embargos de declaração, no sentido de serem 
admitidos diante de erros evidentes, assim entendidos aqueles resultantes de 
premissas fáticas evidentemente equivocadas. Mencionam DONOSO E 
SERAU JUNIOR que o STJ já se firmou nesse sentido. (DONOSO; SERAU 
JUNIOR, 2017, p. 261). 
 
2. 3 Legitimidade e Prazo para oposição dos Embargos de Declaração: 
Os embargos podem ser opostos por qualquer uma das partes, 
vencedor e vencido. Observar ainda a legitimidade do Amicus Curiae (art. 138, 
§1º do CPC) para oposição dos Embargos de Declaração. 
Prazo para interposição dos embargos: 05 dias. Deve ser dirigida ao 
juiz da causa ou relator, conforme o caso. Não há preparo a ser recolhido. 
 Entendimento de DONOSO E SERAU JUNIOR (2017, p. 265) que 
não se aplica o entendimento da Sumula 641 do STF aos embargos de 
declaração, porque não exige sucumbência para configurar interesse recursal 
no caso dos embargos de declaração. 
 Vale todas as regras de prazo em dobro (229, 180, 183 e 186 do 
CPC); 
 
 
 
ATENÇÃO 
O prazo para interposição dos embargos de declaração é de 05 DIAS. 
 
 
 
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25 
 
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, 
em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, 
contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo. 
§ 1o Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229. 
§ 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no 
prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu 
eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada. 
 
2.4 Do Preparo nos Embargos de Declaração 
Não há preparo nos embargos de declaração, conforme previsão do art. 
1.023 do CPC, parte final. 
 
2.5 Efeitos 
Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo. 
 
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito 
suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. 
 
 Porém, tal efeito suspensivo poderá ser concedido, de acordo com a 
previsão do §1º do artigo 1.026 do CPC: 
§ 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser 
suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a 
probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a 
fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil 
reparação. 
Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição do 
recurso. A interrupção constitui na concessão de novo prazo para a 
interposição de outro recurso da decisão embargada, que só começará a correr 
depois da intimação da decisão embargada. 
Como interrompe os prazos para interposição de outros recursos, a fim 
de evitar manobras com o intuito meramente proletários, o legislador previu 
nestes casos a multa de 2%, conforme previsão do artigo 1.026, §2º do CPC: 
§ 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de 
declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, 
condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente 
a dois por cento sobre o valor atualizado da causa. 
2.6 Processamento 
Os embargos devem ser opostos perante o próprio órgão que proferiu a 
decisão, na forma do art. 1.023 do CPC. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
 
 
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26 
 
Após serão analisados seus requisitos de admissibilidade, sendo 
admitidos ou não. 
Poderá ou não haver contraditório nos embargos de declaração. 
Somente haverá se tiverem efeitos infringentes, conforme previsão do art. 
1.023, §2º do CPC: 
§ 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no 
prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu 
eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada. 
Possui pequena variação caso seja oposto no primeiro ou segundo grau. 
No primeiro grau, recebidos os embargos e verificando o juiz a 
possibilidade de modificação da decisão embargada em caso de acolhimento, 
determinará a intimação do embargado para responder no prazo de 5 dias, 
caso em que, com ou sem manifestação do embargado, o juiz deve decidir no 
prazo de 5 dias. 
Caso seja no tribunal, recebidos os embargos e verificado que o 
acolhimento do recurso implique em reforma da decisão embargada, 
determinará a intimação do embargado para se manifestar no prazo de 5 dias. 
Assim, em seguida, com ou sem manifestação do embargado, os apresentará 
em mesa na sessão subsequente proferindo voto. 
Cabe ressaltar ainda, que, caso a decisão tenha sido proferida 
monocraticamente pelo próprio relator, cabe a ele unicamente proferir decisão 
acerca dos embargos. 
 
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. 
§ 2o Quando os embargos de declaração forem opostos contra 
decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, 
o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á 
monocraticamente. 
 
Em qualquer situação, a decisão acerca dos embargos vai integrar a 
decisão embargada e o seu conteúdo poderá ser impugnado no mesmo 
recurso interposto contra a decisão original. 
Ou seja, no tocante a sentença o juiz não poderá modificar o conteúdo 
da decisão, a não ser no sentido de corrigir a falha. 
 
 
 
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Excepcionalmente, o suprimento do vício poderá acarretar a modificação 
do resultado. Neste caso, fala-se nos embargos de declaração com efeitos 
infringentes. EXEMPLO: complementa a decisão acerca dodano material que 
não mencionou. 
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. 
§ 1o Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na 
sessão subsequente, proferindo voto, e, não havendo julgamento 
nessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente. 
§ 2o Quando os embargos de declaração forem opostos contra 
decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, 
o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á 
monocraticamente. 
§ 3o O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como 
agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que 
determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 
(cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las 
às exigências do art. 1.021, § 1o. 
§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique 
modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver 
interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de 
complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da 
modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da 
decisão dos embargos de declaração. 
§ 5o Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não 
alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto 
pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de 
declaração será processado e julgado independentemente de 
ratificação. 
 
2.7 Do julgamento dos Embargos de Declaração 
Previsão do art. 1.024 do CPC. 
Opostos os embargos e oferecida a defesa (caso seja hipótese) o juiz de 
primeiro grau deverá julgar os embargos no prazo de 05 dias. 
Observar que se os embargos atacarem decisão monocrática, o 
julgamento também será monocrático, conforme previsão do art. 1.024, §2º do 
CPC. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 276). 
Da mesma forma se a decisão embargada for decisão colegiada, a 
decisão dos embargos deverá também se dar por órgão colegiado, conforme 
previsão do art. 1.024, §1º do CPC. 
 
2.8 Dos recursos interpostos antes do julgamento dos embargos de 
declaração 
Previsão dos §4º e §5º do art. 1.024 do CPC: 
 
 
 
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§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique 
modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver 
interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de 
complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da 
modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da 
decisão dos embargos de declaração. 
§ 5o Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não 
alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto 
pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de 
declaração será processado e julgado independentemente de 
ratificação. 
 
2.9 Dos embargos para fins de pré-questionamento 
Outra possibilidade dos embargos declaratórios se refere para fins de 
prequestionamento em relação ao recurso especial ou extraordinário no sentido 
de provocar o tribunal para se manifestar sobre determinado dispositivo, para 
fins de preenchimento deste requisito. 
 
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o 
embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os 
embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o 
tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou 
obscuridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO 
ENUNCIADOS FPPC: 23, 360, 361, 394, 475, 483, 562, 563, 598, 614. 
 
 
 
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3. RECURSO ORDINÁRIO – AULA COMPLEMENTAR EAD 
 
3.1 Previsão legal: O Recurso Ordinário encontra respaldo nos arts. 994, V 
e 1.027 a 1.028 do Código de Processo Civil. Está previsto, também, na 
Constituição Federal nos arts. 102, II e 105, II. 
 
Recurso dirigido ao STJ ou ao STF nos casos dos artigos 102, II e 105, 
II da CF e 1.027 do CPC. (LOURENÇO, 2017, p. 521). 
 
2.2 Cabimento 
É cabível contra determinadas decisões proferidas em ações cuja 
competência originária seja dos Tribunais. Julgado pelo STJ ou pelo STF. Tem 
previsão constitucional nos artigos 102, II e 105, II DA CF: 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
II - julgar, em recurso ordinário: 
 a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o 
mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais 
Superiores, se denegatória a decisão; 
b) o crime político; 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do 
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; 
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do 
Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; 
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo 
internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente 
ou domiciliada no País; 
 
 
 
 
 
 
 
 
03 
ATENÇÃO 
Dentre os recursos para o STJ e STF, tem-se 03: Recurso Especial, 
Recurso Extraordinário e Recurso Ordinário. 
 
 
 
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33 
 
O recurso ordinário pretende o reexame das decisões proferidas em 
ações de competência originária dos tribunais. 
Segundo Haroldo Lourenço (2017, p. 521): “cabe àqueles tribunais 
exercer competência recursal, funcionando como segundo grau de jurisdição, 
não havendo qualquer espécie de limitação em relação à matéria fática, 
havendo devolução ampla da matéria a ser apreciada ao STF/STJ, abrangendo 
tanto matéria de fato como reexame de provas e cláusulas contratuais, bem 
como matéria de direito, como constitucional, federal e local, dispensando-se, 
ainda, o prequestionamento”. 
No artigo 1.027 também está estabelecido o cabimento do recurso 
ordinário: 
 Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: 
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, 
os habeas data e os mandados de injunção decididos em única 
instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão; 
 
Os tribunais superiores que aos quais cabem recurso ordinário 
encaminhando ao STF são: STJ, TSE, TST E STM. 
DECISÃO DENEGATÓRIA  é aquela que rejeita o mérito, bem como 
extingue o processo sem resolução de mérito. 
Observar que somente caberá neste caso o recurso ordinário quando for 
competência originária daqueles tribunais, de forma que se tais meios de 
impugnação chegarem aos tribunais superiores por meio do manejo de 
apelação, por exemplo, não será cabível o recurso ordinário, consoante 
entendimento de HAROLDO LOURENÇO (2017, p. 522). 
Haroldo Lourenço apresenta os seguintes requisitos para interposição do 
recurso ordinário para o STF (art. 1.027, I do CPC): 
 Decisões denegatórias; 
 Competência originária dos tribunais superiores; 
 
II - pelo Superior Tribunal de Justiça: 
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos 
tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados 
e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; 
b)os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro 
ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa 
residente ou domiciliada no País. 
 
 
 
 
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EXEMPLO: decisão denegatória de Mandado de segurança interposto 
diretamente no tribunal contra ato do juiz de primeiro grau. 
Ou seja, aqui também somente caberia recurso ordinário quando o MS 
for interposto diretamente no tribunal de justiça ou Tribunal regional federal e 
não chegando lá em caso de eventual recurso de apelação. (LOURENÇO, 
2017, p. 523). 
Observar que na hipótese do inciso II, alínea b, entende-se que o 
recurso ordinário se equipara a apelação, inclusive o §1º faz a ressalva de 
que nestes processos, as decisões interlocutórias serão impugnadas por meio 
de agravo de instrumento dirigidas ao STJ, nas hipóteses do artigo 1.015 do 
CPC: 
II - pelo Superior Tribunal de Justiça: 
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro 
ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa 
residente ou domiciliada no País. 
§ 1o Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as 
decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao 
Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015. 
 
Segundo Lourenço (2017, p. 526) no caso da alínea “b” tais processos 
são de competência dos juízes federais de primeira instancia, nos termos do 
artigo 109, II da CF, competência definida em razão da pessoa. Sendo 
irrelevante se for pessoa física ou jurídica, bem como em qual dos polos estão 
os sujeitos, basta que estejam em polos adversários. RECURSO QUE CABE 
DA SENTENÇA. 
 
3.3 Objetivo 
O recurso ordinário (também chamado de ROC) permite o duplo grau de 
jurisdição para as decisões denegatórias de ações constitucionais. É 
considerado semelhante ao recurso de apelação pelo seu processamento. 
 
3.4 Interposição 
Na hipótese da alínea B do inciso II do art. 1.017, a interposição do 
Recurso ordinário vai seguir os requisitos de admissibilidade e o procedimento, 
os relativos à APELAÇÃO e o regimento interno do STJ, conforme previsão do 
art. 1.028 do CPC: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
 
 
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35 
 
Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea 
“b”, aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao 
procedimento, as disposições relativas à apelação e o Regimento 
Interno do Superior Tribunal de Justiça. 
 
No mais, o CPC não indica expressamente quais os requisitos 
específicos do recurso ordinário previsto no inciso I e alínea “a” do inciso II do 
artigo 1.027, indicando apenas parte do seu procedimento no §2º do art. 1.028 
do CPC: 
§ 2o O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve 
ser interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao seu 
presidente ou vice-presidente determinar a intimação do recorrido 
para, em 15 (quinze) dias, apresentar as contrarrazões. 
§ 3o Findo o prazo referido no § 2o, os autos serão remetidos ao 
respectivo tribunal superior, independentemente de juízo de 
admissibilidade. 
 
De acordo com o §2º, o recurso deve ser interposto por petição 
endereçada ao presidente do órgão que proferiu a decisão: 
Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea “b”, 
aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao 
procedimento, as disposições relativas à apelação e o Regimento 
Interno do Superior Tribunal de Justiça. 
§ 1o Na hipótese do art. 1.027, § 1o, aplicam-se as disposições 
relativas ao agravo de instrumento e o Regimento Interno do Superior 
Tribunal de Justiça. 
§ 2o O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve 
ser interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao seu 
presidente ou vice-presidente determinar a intimação do recorrido 
para, em 15 (quinze) dias, apresentar as contrarrazões. 
§ 3o Findo o prazo referido no § 2o, os autos serão remetidos ao 
respectivo tribunal superior, independentemente de juízo de 
admissibilidade. 
3.5 Prazo para interposição do Recurso Ordinário: 
O prazo do recurso ordinário é de 15 dias, devendo a parte contrária ser 
intimada no prazo de 15 dias para apresentar contrarrazões, conforme previsão 
do art. 1.028, §2º do CPC: 
§ 2o O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve ser 
interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao seu presidente 
ou vice-presidente determinar a intimação do recorrido para, em 15 
(quinze) dias, apresentar as contrarrazões. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1027i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1027iia
 
 
 
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Petição de interposição + petição das razões: 
A petição de interposição será dirigida ao PRESIDENTE DO TRIBUNAL 
RECORRIDO. Já a petição das razões do recurso ordinário será dirigida ao 
STF ou STJ, de acordo com a hipótese de cabimento do recurso ordinário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSO ORDINÁRIO 
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO 
Dirigida ao Presidente do Tribunal 
Recorrido 
PETIÇÃO DE RAZÕES 
Dirigida ao STF ou STJ 
ATENÇÃO 
ENUNCIADOS FPPC: 207, 208, 209, 210 e 357. 
 
 
 
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EXEMPLO DE RECURSO ORDINÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. RECURSO EXTRAORDINÁRIO – ASSISTIR AULA COMPLEMENTAR 
 
4.1 Previsão legal: Art. 102, III da CF; 994, VII e 1.029 e seguintes do CPC. 
 
4.2 Cabimento 
O Recurso Especial e o Recurso Extraordinário apresentam vários 
pontos em comum. O objetivo do Recurso Extraordinário não é rediscutir a 
matéria, mas, sim, que o dispositivo constitucional seja observado pelos 
Tribunais. Cabe, portanto, nos casos de violação à Constituição Federal, bem 
como quando se nega vigência do texto constitucional. Diante disso, para 
interposição do Recurso Extraordinário deve-se demonstrar que a decisão 
impugnada fere algum dispositivo da Constituição. 
Para verificar o cabimento do recurso extraordinário, verificar o art. 
102 da Constituição Federal. 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em 
única ou última instância, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição ; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta 
Constituição 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Entende-se que como não fala Tribunais, cabe Recurso Extraordinário 
das decisões proferidas pelas Turmas Recursais do JEC. 
Ainda, o Recurso Extraordinário é julgado pelo STF e para sua 
interposição, deve-se ter esgotado anteriormente os recursos cabíveis,portanto, não cabe de decisão monocrática proferida pelo relator. 
Verificar Súmula 281 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário, 
quando couber na Justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada”. 
Da mesma forma, é de se observar que assim como no Resp, no 
Recurso Extraordinário também não se pode discutir matéria de fato  Súmula 
279 do STF: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. 
 
04 
 
 
 
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41 
 
4.3 Da admissibilidade do recurso extraordinário 
Além dos requisitos de admissibilidade gerais dos recursos (subjetivos e 
objetivos), o recurso extraordinário ainda apresenta requisitos específicos. 
Assim, como requisitos específicos de admissibilidade do Recurso 
Extraordinário podem ser apontados os seguintes: 
 
 
 
 
 
 
 
a. Prequestionamento: 
Deve haver o prequestionamento. Ou seja, que a matéria objeto do 
recurso extraordinário tenha sido objeto de análise pelas instâncias inferiores. 
 
 
 
 
 
 
Ou seja, sabe-se que os Embargos de Declaração podem ser opostos 
com o fim de prequestionamento. Dessa forma, caso não tenha havido o 
prequestionamento na decisão recorrida, deverão ser opostos os Embargos de 
Declaração com o fim de ser sanada a omissão e cumprir esse requisito. 
 
Além disso, deve-se observar o disposto no artigo 1.025 do CPC/15, no 
caso de opostos os Embargos de Declaração, mas o Tribunal de origem não 
sanar a omissão. Neste caso, para efeitos de se considerar a matéria objeto de 
recurso prequestionada considera-se a previsão do artigo 1.025 do CPC: 
 
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os 
elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-
questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam 
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Esgotamento das vias recursais – não se discute matéria de fato. 
Pré-questionamento. 
A decisão deve ser prolatada em única ou última instância. 
Repercussão geral. 
SÚMULA 282 do STF: É inadmissível Recurso Extraordinário quando não ventilada, na 
decisão recorrida, a questão federal suscitada. 
SÚMULA 356 do STF: O ponto omisso da decisão sobre o qual não foram opostos 
embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito 
do prequestionamento. 
 
 
 
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42 
 
inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere 
existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. 
 
 
Sobre o prequestionamento Silva e Colombo (2017, p.184) fazem o 
seguinte questionamento: “caso a matéria tenha sido debatida, e ainda assim o 
Tribunal de origem deixar de sanar a omissão apontada nos embargos de 
declaração, é de se indagar, se os dispositivos legais afirmados como violados 
ou cuja vigência eventualmente tenha sido negada, estariam ou não 
prequestionados? O novo CPC resolve essa problemática de forma distinta da 
súmula 211 do STJ, consoante disposição do art. 1.025 do CPC. OU seja, a 
opção do novo CPC foi pela solução já adotada pela Súmula 356 do STF”. 
 
SÚMULA 356 DO STF: “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não 
foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso 
extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”. 
 
 
b. Esgotamento das vias recursais e Não se discute matéria de fato: 
Deve ter havido o esgotamento das vias recursais ordinárias e não se 
discute matéria de fato. 
 
 
 
 
Ou seja, assim como o Recurso especial, o Recurso extraordinário se 
destina à revisão de acórdãos, não se prestando a revisar fatos, mas somente 
questão de direito. No caso do recurso extraordinário, eventual violação da 
Constituição Federal. 
 
c. Decisão deve ser prolatada em única ou última instância: 
O inciso III do artigo 102 da CF refere que cabe ao STF julgar, mediante 
recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância. 
Além disso, como já referido ao contrário do artigo 105 da CF (que trata 
do recurso especial), o recurso extraordinário não menciona que o julgamento 
SÚMULA 281 do STF: É inadmissível Recurso Extraordinário quando couber na Justiça de 
origem, recurso ordinário da decisão impugnada. 
SÚMULA 279 do STF: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. 
 
 
 
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43 
 
da causa decidida em única ou última instância seja proferida por Tribunal, do 
que se extrai ser possível o cabimento do recurso extraordinário das decisões 
proferidas pelas Turmas Recursais. 
Observar neste caso a Súmula 640 do STF: “É cabível recurso 
extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de 
alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal. 
Assim sendo, para caber recurso extraordinário deve ter havido o 
esgotamento das vias recursais, não sendo possível a interposição de outros 
recursos ainda. 
 
d. Repercussão geral: 
De acordo com o §3º do artigo 102 da CF, ainda deve haver a 
repercussão geral das questões constitucionais: 
 
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a 
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, 
nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do 
recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois 
terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, 
de 2004). 
 
A repercussão geral significa que o recurso deve ser importante não 
somente para as partes, mas para a sociedade como um todo. 
Assim sendo, não basta o Recorrente demonstrar que a decisão 
recorrida viola a CF/88, é necessário ainda que haja a repercussão geral para 
que o Recurso Extraordinário seja admitido. 
 
A necessidade de repercussão geral foi regulamentada no art. 1.035 
do CPC: 
Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não 
conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional 
nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo. 
§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência 
ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, 
social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do 
processo. 
§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão 
geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
 
 
 
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44 
 
Observar ainda, conforme §3º do artigo 1.035 do CPC, que haverá 
repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que 
 
§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar 
acórdão que: 
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal 
Federal; 
II - tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos; 
II – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) 
(Vigência) 
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei 
federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal. 
 
É do STF a competência para apreciar a questão da repercussão geral. 
Neste caso, a competência para apreciar se há ou não a repercussão geral é 
do STF. 
Se 2/3 dos Ministros do STF, ou seja 8 de 11, julgarem que não há a 
repercussão geral  o recurso extraordinário não será conhecido. 
Conforme o artigo 1.035 do CPC, a decisão acerca da repercussão geral 
é irrecorrível. Portanto, de acordo com a previsão do §2º do artigo 1.035 do 
CPC, deve o recorrente demonstrar a existência de repercussão geral, disso 
decorre que no Recurso Extraordinário deve ser demonstrado claramente a 
existência da repercussão geral, sob pena de não ser conhecido. 
Há quem defenda a possibilidade de Amicus Curiae no que se refere à 
repercussão geral, em razão da previsão do §4º do artigo 1.035 do CPC: “§ 4o 
O relator poderáadmitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de 
terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno 
do Supremo Tribunal Federal. 
Se for reconhecida a repercussão geral, será determinada pelo relator a 
suspensão de todos os processos, sejam individuais ou coletivos que tratam 
daquele tema objeto do recurso em todo o pais, conforme previsão do §5º do 
artigo 1.035 do CPC: 
 
§ 5o Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal 
Federal determinará a suspensão do processamento de todos os 
processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a 
questão e tramitem no território nacional. 
 
 
 
 
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45 
 
De acordo com o §9º do artigo 1.035 do CPC o recurso que tiver 
reconhecida a repercussão geral deverá ser julgado no prazo de 01 ano: 
 
§ 9o O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser 
julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais 
feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de 
habeas corpus. 
 
E se for negada a repercussão geral? Aplica-se o §8º do artigo 1.035 do 
CPC: 
§ 8o Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente 
do tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários 
sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica. 
 
Ou seja, conforme a previsão do §8º do artigo 1.035 do CPC, se for 
negada a repercussão geral, a presidência do Tribunal intermediário negará 
seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versam 
sobre a matéria. 
Silva e Colombo (2017, p. 188) ainda ensinam sobre a repercussão geral 
“que o interessado poderá requerer, ao presidente ou vice-presidente do 
tribunal de origem, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o 
recurso extraordinário que tenha sido interposto intempestivamente, tendo o 
recorrente o prazo de 05 dias para manifestar-se acerca desse requerimento 
(art. 1035, §6º). Da decisão que indeferir o requerimento ou que aplicar 
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de 
recursos repetitivos caberá agravo interno”. 
 
4.4 Efeito DEVOLUTIVO e SUSPENSIVO do Recurso 
Extraordinário 
Via de regra é recebido somente no efeito devolutivo, porém, pode ser 
buscado o efeito suspensivo ao Recurso Extraordinário. Isso, porque, conforme 
previsão do artigo 995 do CPC os recursos não terão efeito suspensivo, com 
exceção da Apelação, mas poderá ser requerido conforme previsão do 
parágrafo único do artigo 995 do CPC: 
 
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo 
disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. 
 
 
 
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Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser 
suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus 
efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, 
e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. 
 
Além disso, no caso específico do recurso especial e extraordinário, 
havendo necessidade de se requerer o efeito suspensivo, aplica-se o disposto 
no artigo 1.029, §5 º do CPC: 
 
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos 
previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o 
presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições 
distintas que conterão: 
§ 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso 
extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por 
requerimento dirigido: 
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a 
publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, 
ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; 
 II - ao relator, se já distribuído o recurso; 
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no 
período compreendido entre a interposição do recurso e a publicação 
da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o 
recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. 
 
4.5 Prazo para interposição 
O prazo para interposição do Recurso Extraordinário é de 15 dias, 
conforme a regra do artigo 1.003, §5º do CPC. O mesmo prazo é para a parte 
contrária oferecer as contrarrazões. 
 
4.6 Processamento do recurso extraordinário 
O Recurso Extraordinário é interposto perante o Tribunal de origem e 
não diretamente no STF, sendo dirigido à presidência do Tribunal de origem. 
Após o prazo das contrarrazões, oferecidas estas ou não, o recurso será 
encaminhado ao STF. 
Caso admitido o Recurso Extraordinário  os autos serão remitidos ao 
STF. E se o Recurso Extraordinário não for admitido na origem? Cabe Agravo 
em Recurso Extraordinário, consoante previsão do artigo 1.042 do CPC. 
 
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-
presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário 
ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de 
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em 
julgamento de recursos repetitivos. 
 
 
 
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Ou seja, a redação original do artigo 1.030 do CPC teve alteração com a 
Lei 13.256/16, tendo tanto o recurso especial, quanto extraordinário duplo 
exame de admissibilidade, como ocorria já no CPC antigo. 
 
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, 
o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 
15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente 
ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: 
I – negar seguimento: 
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual 
o Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de 
repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra 
acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo 
Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral; 
 b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra 
acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo 
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, 
exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos; 
 II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do 
juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento 
do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça 
exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de 
recursos repetitivos; 
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter 
repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria 
constitucional ou infraconstitucional; 
 IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia 
constitucional ou infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036; 
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito 
ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, 
desde que: 
 a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de 
repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos; 
 b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da 
controvérsia; ou 
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação. 
§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no 
inciso V caberá agravo ao tribunal superior, nos termos do art. 1.042. 
 § 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá 
agravo interno, nos termos do art. 1.021. 
 
Observar ainda que, conforme previsão do artigo 1.031 do CPC na 
hipótese de interposição conjunta de Recurso Especial e Recurso 
Extraordinário,os autos serão remetidos primeiro ao STJ. 
Além disso, o STF não está vinculado ao que decidiu o Tribunal de 
origem, podendo realizar novo exame de admissibilidade, podendo conhecer 
ou não o Recurso Extraordinário. 
 
 
 
 
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4.7 Petição de interposição e Petição das razões 
A petição de interposição é dirigida ao Presidente do Tribunal de 
Origem. Já a petição das razões é dirigida ao STF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO 
Dirigida ao Presidente do Tribunal de 
Origem 
PETIÇÃO DE RAZÕES 
Dirigida ao Supremo Tribunal Federal 
ATENÇÃO 
ENUNCIADOS FPPC: 169, 174, 197, 219, 220, 224, 305, 345, 348, 363, 
364, 423, 481, 482, 550, 557, 564, 565, 566. 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
 
 
 
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49 
 
MODELO EXEMPLIFICATIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO - 
ASSISTIR AULA COMPLEMENTAR 
 
5.1 Previsão legal: art. 994, VIII e 1.042 do CPC/15. 
 
5.2 Cabimento 
Observar que houve alteração no NOVO CPC antes mesmo da entrada 
em vigor. Conforme a Lei 13.256/2016, o entendimento é que se trouxe de 
volta, nesta parte, a sistemática do CPC/1973. 
 
 
 
No CPC/73, o juízo de admissibilidade no Recurso Especial e 
Extraordinário era feito no Tribunal de Origem. Na versão original do CPC, o 
juízo de admissibilidade do Recurso Especial e Extraordinário não seria mais 
feito na origem e, sim, no Tribunal Superior, contudo, com a Lei 13.256/2016 o 
juízo de admissibilidade voltou a ser do tribunal de origem. 
 
 
Cabe, portanto, quando o Tribunal de Origem não admitir o Recurso 
Especial ou Extraordinário, conforme previsão do art. 1.042 do CPC/15: 
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-
presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário 
ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de 
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em 
julgamento de recursos repetitivos. (Redação dada pela Lei 
nº 13.256, de 2016) 
 
Portanto, com o Agravo em Recurso Especial o que se pretende é 
justamente fazer com que o Recurso Especial seja julgado pelo STJ e o 
Recurso Extraordinário pelo STF, caso tenham sido inadmitidos. 
05 
CABIMENTO: é utilizado quanto à admissibilidade do Recurso Especial e 
Extraordinário. 
OBJETIVO: o agravo em Recurso Especial OU Extraordinário possui a 
função de fazer subir o recurso, caso não admitido. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm
 
 
 
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Isso porque, segundo o artigo 1.030 do CPC, será feita uma análise dos 
requisitos dos recursos especial e extraordinário, sendo que somente será 
possível a remessa do referido recurso ao STF ou STJ, SE: 
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, 
o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 
15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente 
ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: 
 (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
I – negar seguimento: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 
2016) (Vigência) 
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual 
o Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de 
repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra 
acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo 
Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral; 
 (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra 
acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo 
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, 
exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos; 
 (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo 
de retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento do 
Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça 
exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de 
recursos repetitivos; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 
2016) (Vigência) 
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter 
repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria 
constitucional ou infraconstitucional; (Incluído pela Lei 
nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia 
constitucional ou infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 
1.036; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) 
(Vigência) 
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito 
ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, 
desde que: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) 
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de 
repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos; 
 (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da 
controvérsia; ou (Incluída pela Lei nº 13.256, de 
2016) (Vigência) 
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação. 
 (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no 
inciso V caberá agravo ao tribunal superior, nos termos do art. 
1.042. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) 
(Vigência) 
§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá 
agravo interno, nos termos do art. 1.021. (Incluído 
pela Lei nº 13.256, d 
 
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