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AULA 16 – PROCESSO DE EXECUÇÃO Prof. Murilo Borsio Bataglia Faculdades Integradas IESGO Previously on “Processo Civil III – aula 15”... Retomando Aula 02 Título executivo Judicial Extrajudicial Retomando Aula 02 Títulos executivos Judicial Extrajudicial Fase postulatória Fase de saneamento Fase de instrução Fase de decisão Liquidação de sentença Cumprimento voluntário Fase de cumprimento de Sentença Extrajudicial PARTE ESPECIAL Processo de execução DA EXECUÇÃO EM GERAL DIPOSIÇÕES GERAIS DAS PARTES DA COMPETÊNCIA DOS REQUISITOS DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO DIPOSIÇÕES GERAIS ENTREGA DE COISA OBRIGAÇÕES DE FAZER OU DE NÃO FAZER POR QUANTIA CERTA CONTRA FAZENDA PÚBLICA Aula 13 ALIMENTOS DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROC. EXEC. Extrajudicial Princípios do processo de execuçãoProcesso de execução Nulla executio sine titulo Real Satisfatividade Utilidade Economicidade Especificidade Expensas do devedor Dignidade humana Disponibilidade Aula 14 Disposições gerais para as espécies Art. 797 a 805, CPC Contra Fazenda Pública Art. 910, CPC De prestar alimentos Arts. 911 a 913, CPC De fazer / não fazer Arts. 814 a 823, CPC De Entrega de coisa (certa e incerta) Art. 806 a 813, CPC Aula 14FORMAS DE EXECUÇÃO Extrajudicial Processo de execução De quantia certa Arts. 824 e ss, CPCEspécies (obrigação) Extrajudicial Aula 15 ROTEIRO Processo de execução • Requisitos para execução - Título executivo extrajudicial - Inadimplemento • Elementos do processo executivo: - Subjetivos -Objetivos* Extrajudicial Aula 15Processo de execução Requisitos para execução 1 Título executivo (Extrajudicial) - FORMAL 2 Inadimplemento - MATERIAL Arts. 783 a 788, CPC CPC • Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível. • Art. 784 – rol de títulos extrajudiciais • Art. 785 – possibilidade de buscar processo de conhecimento • Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. • Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título. Extrajudicial Aula 15Processo de execução Requisitos para execução 2 Inadimplemento - MATERIAL Art. 476, CC Art. 787, CPC Contrato UNILATERAL: apenas uma das partes tem obrigações. Ex. Empréstimo Contrato BILATERAL: ambas as partes assumem deveres e direitos recíprocos. Ex. compra e venda Como vc quer exigir de mim se vc não cumpriu sua parte?? Extrajudicial Aula 15Processo de execução Elementos do processo Subjetivos Partes Juiz / órgão judicial Extrajudicial Aula 15Processo de execução Elementos do processo Objetivos Prova (título executivo extrajudicial) Bens do devedor passíveis de execução Extrajudicial Aula 15Processo de execução Elementos do processo Subjetivos Partes – legitimação ativa Exequente Credor Autor/ réu Legitimação ativa ordinária – art. 778, caput, CPC Legitimação ativa derivada/ superveniente – art. 778, §1º, CPC • Decorre do próprio título executivo - credor, como indicado no título • Situações jurídicas formadas posteriormente à criação do título. Ex. sucessão (causa mortis ou inter vivos) Extrajudicial Aula 15Processo de execução Elementos do processo Subjetivos Exequente Credor Legitimação ativa derivada/ superveniente – art. 778, §1º, CPC >>> Não dependem de aceite do executado <<< Art. 778, §2º, CPC Partes – legitimação ativa CPC • Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo. • § 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário: • I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei; • II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; • III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; • IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. • § 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado. Extrajudicial Aula 15Processo de execução Elementos do processo Subjetivos Partes Exequente Credor Executado Devedor Extrajudicial Aula 15Processo de execução Elementos do processo Subjetivos Partes – legitimação passiva Executado Devedor Espólio Devedor Novo devedor com consentimento do credor (assunção da dívida) Fiador do débito do t.e.extr. Responsável titular do bem (garantia real) Responsável tributário Devedor originário Sucessores do devedor originário Responsáveis CPC • Art. 779. A execução pode ser promovida contra: • I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; • II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; • III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; • IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial; • V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; • VI - o responsável tributário, assim definido em lei. Extrajudicial Aula 15Processo de execução Elementos do processo Subjetivos Partes – Cumulação de execuções Um processo Várias execuções contra mesmo devedor, ainda que em títulos diferentes Mera faculdade do credor Art. 780, CPC REQUISITOS: • Credor figurando em todos os títulos • Mesmo executado em todos os títulos • Competência do mesmo juízo para as execuções • Não cumulação com obrigações diferentes (o mais comum: quantia certa) • OBS: Cumulação indevida: EMBARGOS DO DEVEDOR (917, III, CPC) • OBS: Não se admite diferentes títulos para mesmo crédito (Ex. Carta de fiança, caução de títulos de crédito, penhor) – não pode ajuizar uma ação para cada um deles. (seria afrontar o art. 805, CPC – princípio da menor gravidade para o devedor) Extrajudicial Aula 15Processo de execução Elementos do processo Subjetivos Juiz / órgão judicial Escolha do exequente Domicílio do executado / foro de eleição do título / foro de situação dos bens sujeitos à execução Executado com + de 1 domicílio: qualquer um deles Executado com domicílio incerto ou desconhecido: lugar em que for encontrado ou foro do exequente + de 1 devedor com diferentes domicílios: qualquer um deles Local da prática do ato ou fato que originou o título (mesmo que executado não resida nele) Extrajudicial Aula 15Processo de execução Elementos do processo Subjetivos Juiz / órgão judicial Atos executivos Juiz decide Oficial de justiça cumprirá Exemplo de atos dos oficiais: penhora, arresto, sequestro, depósito, remoção de bens apreendidos. Exemplo de atos de outros serventuários: guarda dos bens penhorados, avaliação, leilão. Se encontrarem resistência: podem solicitar auxílio de força policial para das diligências (comunicando 1º o juiz da causa) – art 742, §2º e 846, §2º) AULA 16 – PROCESSO DE EXECUÇÃO Prof. Murilo Borsio Bataglia Faculdades Integradas IESGO Extrajudicial Aula 15 ROTEIRO Processo de execução • Requisitos para execução - Título executivo extrajudicial - Inadimplemento • Elementos do processo executivo: - Subjetivos -Objetivos • Petição inicial • Tipos de execução: entrega de coisa Extrajudicial Aula 16Processo de execução Elementos do processo Objetivos Prova (título executivo extrajudicial) Bens do devedor passíveis de execução Extrajudicial Aula 16Processo de execução Elementos do processo Prova (título executivo extrajudicial) Privado Público o título originado de negócio jurídico privado e elaborado pelas próprias partes; o que se constitui por meio de documento oficial, emanado de algum órgão da administração pública. CPC • Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: • I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênturee o cheque; • II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; • III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; • IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; • V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução; • VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; • VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; • VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; • IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; • X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; • XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; • XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. DOUTRINA (THEODORO JUNIOR, 2018) • O sistema do Código é o da taxatividade dos títulos executivos, de modo que só se revestem dessa qualidade aqueles instituídos pela lei. Quanto ao rol enunciado pelo art. 784, convém observar que alguns têm todos os requisitos formais e substanciais definidos em lei própria. É o caso dos títulos cambiários (inc. I). Outros são apenas parcialmente identificados, como ocorre com a escritura pública (inc. II) e o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas (inc. III). O mesmo se pode dizer dos demais títulos constantes dos incisos IV a XI, os quais ora se identificam pela forma documental, ora pelo conteúdo, sem que haja na previsão legal uma completa configuração. Extrajudicial Aula 16Processo de execução Elementos do processo Prova (título executivo extrajudicial) Títulos cambiários (letras de câmbio, nota promissória, duplicata e cheque) Duplicatas Escritura pública /Documento público (qualquer que seja a obrigação) Documento particular com 2 testemunhas (qualquer que seja a obrigação) Documento de transação referendado pelo MP, DP, ou Adv. Públ. Ou dos advogados transatores Se assinada por conciliadores credenciados – ok. (mas se homologada pelo juiz, é título judicial!) Contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese, outro direito de garantia real caução Seguros (vida) Rendas imobiliárias (foro e laudêmio) Aluguel de imóvel Certidão de dívida ativa da Fazenda Pública (quantia certa / Lei 6830/80) Certidão de serventia notarial Cobranças de condomínio e outras leis DOUTRINA (THEODORO JUNIOR, 2018) • Dentre esses casos especiais de títulos executivos podem ser citados, como exemplo, o contrato de honorários de advogado (Lei nº 8.906/1994, art. 24), os créditos da Previdência Social (Lei nº 8.212/1991, art. 39), as cédulas de crédito rural (Dec.-lei nº 167, de 1967, art. 41), as cédulas de crédito industrial (Dec.-lei nº 413/1969), os contratos de alienação fiduciária em garantia (Dec.-lei nº 911, de 1969, art. 5º), a Cédula de Crédito Imobiliário (CCI) e a Cédula de Crédito Bancário (Lei nº 10.931, de 02.08.2004, arts. 20 e 28); o Certificado de Depósito Agropecuário (CDA), o Warrant Agropecuário (WA), o Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) (Lei nº 11.076, de 30.12.2004), o compromisso de ajustamento de conduta (TAC) (Lei nº 7.347/85, art. 5º, § 6º) etc. Extrajudicial Aula 16Processo de execução Elementos do processo • Bens do devedor (sempre patrimonial e não pessoal) - Específico - Instrumental • Responsabilidade patrimonial - Possibilidade de algum ou todos os bens de uma pessoa serem submetidos à expropriação executiva, não importando se é devedora, garante ou estranha ao negócio jurídico. Bens do devedor passíveis de execução “Bens presentes ou futuros” Todos os bens que se encontrarem no patrimônio do devedor no momento em que se pratica a ação executiva. ART. 789, CPC. OBS: Bens excluídos da responsabilidade – ART. 833, CPC EIRELI Lei 12441/2011 – Empresa individual de responsabilidade limitada: totalidade do seu patrimônio (da pessoa jurídica – não invade para a totalidade da pessoa física) DOUTRINA (THEODORO JUNIOR, 2018) • Sendo, dessa maneira, patrimonial a responsabilidade, não há execução sobre a pessoa do devedor, mas apenas sobre seus bens. 5 Só excepcionalmente, nos casos de dívida de alimentos, é que a lei transige com o princípio da responsabilidade exclusivamente patrimonial, para permitir atos de coação física sobre a pessoa do devedor, sujeitando-o à prisão civil (NCPC, art. 528, § 3º). CPC • Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. CPC• Art. 833. São impenhoráveis: • I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; • II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; • III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; • IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º ; • V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; • VI - o seguro de vida; • VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; • VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; • IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; • X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; • XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; • XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. Extrajudicial Aula 16Processo de execução Petição inicial Não há processo de execução de ofício. Credor deverá ingressar com ação Indicar a espécie de execução Nome do exequente e do executado, CPFs / CNPJ Bens suscetíveis de penhora, sempre que possível Extrajudicial Aula 16Processo de execução Petição incial documentos Título Executivo extrajudicial (art. 798, I, a, CPC) Se for o caso, prova de ocorreu a condição ou termo (art. 798, I c, CPC) Obrigação líquida, certa, exigível (Art. 793, CPC) inadimplida (art. 786, CPC) Demonstrativo de débito atualizado (Art. 798, I, b, CPC) – contendo índice de correção, taxa de juros, início e fim do índice de correção monetária e da taxa de juros, periodicidade da incidência dos juros, especificação de desconto (art. 798, p. [um.) Prova de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde (art. 798, I, d, CF c/c art. 787, CPC C/C Art. 801, CPC – 15 DIAS PARA CORRIGIR SE INCOMPLETA) MODELO DE EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (…) (…), vem, respeitosamente, por seus advogadose procuradores (documento 01), propor, em face de (…), a competente EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA o que faz com supedâneo nos arts. 784, II, e 806 e seguintes do Código de Processo Civil, para receber bem imóvel, pelos fatos e razões a seguir expostos: O exequente adquiriu do executado, em (…), através de escritura pública de venda e compra, título executivo nos termos do Código de Processo Civil, art. 784, II (documento 2), imóvel consubstanciado em um apartamento nº (…), localizado no (…) andar do Edifício (…), situado na(…). Na cláusula (…) do aludido título executivo (documento 2), o executado obrigou-se a entregar o bem no mesmo ato. Trata-se, portanto, de título executivo extrajudicial, líquido, certo e exigível (Código de Processo Civil, art. 784, II c/c 783). Nada obstante os esforços do exequente, que tentou amigavelmente receber o que lhe é devido, o executado manteve-se irredutível, negando-se a entregar oimóvel. Portanto, o exequente jamais recebeu a posse. Tenha-se presente que “a cláusula constitui não se presume; deve ser expressa ou resultar, necessariamente, de cláusula expressa, como quando o vendedor conserva o prédio em seu poder a título de aluguel.” Assim, inviabilizada ação de reintegração, restando apenas a ação de execução para entrega de coisa certa, já que presentes seus requisitos: a) título executivo extrajudicial – art. 784, II (documento 2); b) liquidez, certeza e exigibilidade (art. 786); c) inadimplemento do devedor no cumprimento da obrigação de entrega do bem constante do título. Tampouco há falar-se em ação de imissão de posse, até porque não há interesse de agir em ação de conhecimento para obtenção de um título que, afinal, já se possui. Tenha-se presente que o procurador do executado chegou a enviar correspondência sinalizando a entrega das chaves (documento 4). Todavia, ao receber o preposto do credor (documento 5), o devedor quedou-se inerte, resistindo, sem qualquer motivo plausível, ao cumprimento da obrigação de entrega do imóvel que vendeu por escritura pública (título executivo – art. 784, II, do Código de Processo Civil). Diante do exposto, não restou alternativa ao credor senão socorrer- se do Poder Judiciário, o que faz por intermédio da presente ação de execução para entrega de coisa certa. Assim, serve a presente para requerer digne-se Vossa Excelência: • Ordenar a citação do executado, para, em quinze (15) dias, satisfazer a obrigação, entregando a coisa, sob pena de imissão na posse, o que desde já se requer com fundamento nos art. 806, § 2º, do Código de Processo Civil, cujo cumprimento deve se dar de imediato caso o executado não entregue o imóvel voluntariamente no prazo legal, devendo o Sr. Oficial de Justiça encarregado da diligência permanecer com o mandado a ser expedido para esse mister, podendo o executado, querendo, embargar no prazo de 15 dias contados da citação, requerendo-se, por fim, que se digne Vossa Excelência em fixar multa diária de R$ (…) nos termos do § 1º do art. 806 do Código de Processo Civil, sem prejuízo da imissão coercitiva naposse. Requer ainda o exequente: • expedição de certidão de distribuição da presente execução nos termos e para as finalidades do art. 828 do Código de Processo Civil (apenas se o fundamento da execução for instrumento público ou particular nãoregistrado); • expedição de mandado para registro do ato de citação do executado – após o seu cumprimento – junto à respectiva matrícula do imóvel de acordo com o art. 167, I, nº 21 da Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/73), para advertir terceiros de que o bem está sub judice, do qual deve constar: a) a data da citação; b) a qualificação completa das partes; c) cópia da petição inicial, que desde já se fornece; d) descrição do imóvel, conforme aquela do registro (documento 3 em anexo); e) valor da presente execução (R$ …) para fixação das custas eemolumentos; • que o Senhor Oficial de Justiça encarregado da diligência proceda nos dias e horários de exceção(Código de Processo Civil, art. 212, §2º); • digne-se Vossa Excelência de fixar liminarmente os honorários para a presente execução nos termos do art. 85, § 1º, do Código de Processo Civil, seja esta embargada ou não, pagando, ainda, o executado, as despesasprocessuais. Sucessivamente, não sendo possível a execução específica (in natura), nos termos do art. 809, caput, do Código de Processo Civil, requer o prosseguimento da execução, nessa eventualidade por quantia certa, pelo valor de R$ (…) constante do título executivo (documento 2), acrescido de juros legais e correção monetária. • – DAS PROVAS Dada a natureza da ação, faz-se a prova pelo título executivo (Código de Processo Civil, art. 784, II) que instrui a presente exordial. • –DO VALOR DA CAUSA Dá-se à presente o valor de R$ (…). Respeitosamente, pede deferimento. Cidade…, de … de … Advogado OAB/UF CPC - inicial • Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: • I - instruir a petição inicial com: • a) o título executivo extrajudicial; • b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; • c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso; • d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente; • II - indicar: • a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada; • b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; • c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível. • Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá conter: • I - o índice de correção monetária adotado; • II - a taxa de juros aplicada; • III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária e da taxa de juros utilizados; • IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; • V - a especificação de desconto obrigatório realizado. CPC • Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo. • Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar. CPC • Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou que não está acompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da execução, o juiz determinará que o exequente a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento. Extrajudicial Aula 16Processo de execução Petição incial Título Executivo extrajudicial (art. 798, I, a, CPC) OBS: SE NO TÍTULO HOUVER OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA: indicar qual lhe convém (art. 798, II, a, CPC) OBS: SE A ESCOLHA COUBER AO DEVEDOR, esse será citado para escolher. Se não se pronunciar: CREDOR escolhe. (Art. 800, CPC) Demonstrativo de débito atualizado (Art. 798, I, b, CPC) – contendo índice de correção, taxa de juros, início e fim do índice de correção monetária e da taxa de juros, periodicidade da incidência dos juros, especificação de desconto (art. 798, p. [um.) Prova de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde (art. 798, I, d, CF c/c art. 787, CPC C/C Art. 801, CPC – 15 DIAS PARA CORRIGIR SE INCOMPLETA) CPC • Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: • II - indicar: • a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada; CPC • Art. 800. Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10 (dez) dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei ou em contrato. • § 1º Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não aexercer no prazo determinado. • § 2º A escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber ao credor exercê-la. THEODORO JUNIOR (2018) • Quando o título executivo contiver obrigação alternativa, o credor ao propor a execução deverá, na própria petição inicial, exercer a opção pela prestação que lhe convier (NCPC, arts. 800, § 2º, e 798, II, “a”).26 • A alternatividade pode decorrer de cláusula contratual (exemplo: obrigação de entregar uma coisa ou pagar uma multa), ou de imposição da sentença condenatória (como cumprir o contrato ou indenizar perdas e danos). Em qualquer dos casos, a execução da sentença condenatória ou do título negocial deverá ser feita mediante opção liminar do credor por uma das alternativas admissíveis. • Quando, segundo o título, a escolha couber ao executado, a sua citação será para exercer a opção e realizar a prestação eleita nos dez dias seguintes, se outro prazo não lhe foi determinado em lei, no contrato ou na sentença (art. 800, caput).27 Se o devedor não fizer a opção no prazo constante da citação, o direito de escolha ficará transferido para o credor (art. 800, § 1º). Porém, se o credor fizer a escolha, sem respeitar o direito de opção do devedor, a execução nascerá viciada e poderá ser extinta por nulidade, uma vez que não estará respeitando as condições do próprio título executivo.28 Extrajudicial Aula 16Processo de execução Petição incial Requerer intimação de terceiro titular dos direitos reais sobre o bem em debate Art. 799, CPC 1 2 Possibilidade de requerer medidas urgentes (Cautelar) – perigo de desaparecimento fraudulento da garantia ou depósito de bens abandonados em risco de deterioração, por exemplo. Art. 799, VIII, CPC CPC• Art. 799. Incumbe ainda ao exequente: • I - requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária; • II - requerer a intimação do titular de usufruto, uso ou habitação, quando a penhora recair sobre bem gravado por usufruto, uso ou habitação; • III - requerer a intimação do promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada; • IV - requerer a intimação do promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrada; • V - requerer a intimação do superficiário, enfiteuta ou concessionário, em caso de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre imóvel submetido ao regime do direito de superfície, enfiteuse ou concessão; • VI - requerer a intimação do proprietário de terreno com regime de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre direitos do superficiário, do enfiteuta ou do concessionário; • VII - requerer a intimação da sociedade, no caso de penhora de quota social ou de ação de sociedade anônima fechada, para o fim previsto no art. 876, § 7º ; • VIII - pleitear, se for o caso, medidas urgentes; • IX - proceder à averbação em registro público do ato de propositura da execução e dos atos de constrição realizados, para conhecimento de terceiros. • X - requerer a intimação do titular da construção-base, bem como, se for o caso, do titular de lajes anteriores, quando a penhora recair sobre o direito real de laje; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) • XI - requerer a intimação do titular das lajes, quando a penhora recair sobre a construção-base. Extrajudicial Aula 16Processo de execução Petição inicial Efeitos da propositura da execução Nulidades no processo de execução Interrupção da prescrição – art. 802, CPC Se incompleta ou sem documento indispensável 15 dias para emendar – art. 801, CPC Vícios típicos do processo de execução: art. 803, CPC a) Título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível b) Se executado não for regularmente citado c) Se for instaurada execução forçada antes de se verificar a condição ou termo DOUTRINA (THEODORO JUNIOR, 2018) – exequente com dados do executado • A parte “viabiliza” a citação cumprindo as exigências processuais que lhe tocam, como fornecendo o endereço do citando, depositando o montante das despesas da diligência etc. Já o cumprimento efetivo da ordem judicial é ato que lhe escapa, por completo, do poder jurídico de que dispõe no processo.59 Assim, “a parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário” (art. 240, § 3º). DOUTRINA (THEODORO JUNIOR, 2018) – citação pessoal nula (Exemplos) • Assim, será nula, por exemplo, a citação pessoal do réu mentalmente incapaz ou enfermo, quando impossibilitado de recebê-la (NCPC art. 245),67 a do menor púbere sem a necessária assistência, e a do procurador sem poderes especiais (art. 242).68 Nula, ainda, será a citação feita sem despacho judicial (arts. 154, II),69 a promovida fora do horário estabelecido pelo Código ou em dia não útil (art. 212);70 ou quando o mandado não contiver os requisitos do art. 250,71 bem como quando oficial não observar o rito do art. 251.72 Tratando-se de citação pelo correio, haverá nulidade quando não se utilizar o registro postal com aviso de recepção (art. 248, §§ 1º e 2º)73 ou quando o ofício do escrivão não for acompanhado de cópia da petição inicial despachada pelo juiz (art. 248, caput), e ainda quando a correspondência for entregue a outrem que não o citado (art. 248, §§ 1º e 2º). DOUTRINA (THEODORO JUNIOR) – NULIDADE DA EXECUÇÃO • Não é preciso, portanto, que o devedor utilize dos embargos à execução. Poderá arguir a nulidade em simples petição, nos próprios autos da execução.78 Quando, porém, depender de mais detido exame de provas, que reclamam contraditório, só por meio de embargos será possível a arguição de nulidade. É o caso, por exemplo, de vícios ligados ao negócio subjacente aos títulos cambiários, que reclamam, quase sempre, complexas investigações só realizáveis dentro do amplo contraditório dos embargos. CPC • Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou que não está acompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da execução, o juiz determinará que o exequente a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento. • Art. 802. Na execução, o despacho que ordena a citação, desde que realizada em observância ao disposto no § 2º do art. 240 [10 dias para autor viabilizar citação válida], interrompe a prescrição, ainda que proferido por juízo incompetente. • Parágrafo único. A interrupção da prescrição retroagirá à data de propositura da ação. CPC • Art. 803. É nula a execução se: • I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível; • II - o executado não for regularmente citado; • III - for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o termo. • Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte, independentemente de embargos à execução. Disposições gerais para as espécies Art. 797 a 805, CPC Contra Fazenda Pública Art. 910, CPC De prestar alimentos Arts. 911 a 913, CPC De fazer / não fazer Arts. 814 a 823, CPC De Entrega de coisa (certa e incerta) Art. 806 a 813, CPC Aula 16FORMAS DE EXECUÇÃO Extrajudicial Processo de execução De quantia certa Arts. 824 e ss, CPCEspécies (obrigação) De Entrega de coisa (certa e incerta) Art. 806 a 813, CPC Aula 16FORMAS DE EXECUÇÃO Extrajudicial Processo de execução Espécies (obrigação) Dar Prestar Restituir Coisa certa 806 a 810 Coisa incerta 811 813 De Entrega de coisa (certa e incerta) Art. 806 a 813, CPC Aula 16FORMAS DE EXECUÇÃO Extrajudicial Processo de execução Coisa certa 806 a 810 • Petição inicial pelo interessado • Deferida: devedor citado para, em 15dias, satisfazer obrigação (entrega da coisa) (art. 806, CPC) • Se entregar – ok • Se não entregar – não precisa de novo mandado. O oficial já buscará o objeto. • PRAZO PARA ENTREGA: ato de citação • PRAZO PARA EMBARGOS: juntada da citação aos autos CPC • Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação. • § 1º Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo. • § 2º Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a obrigação no prazo que lhe foi designado. DOUTRINA (THEODORO JUNIOR, 2018) • O novo Código de Processo Civil manteve a distinção entre os dois regimes (título judicial e extrajudicial). Destinou, assim, um capítulo próprio para tratar do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação entregar coisa (já examinado no capítulo 15, retro) e outro para a execução de obrigação de entrega de coisa constante de título executivo extrajudicial. Em qualquer das duas modalidades de execução, porém, o objeto é a coisa certa, isto é, coisa especificada ou individualizada, que pode ser: (i) imóvel (casas, terrenos, fazendas etc.); ou (ii) móvel (uma joia, um automóvel etc.). Sendo incerta (determinada apenas pelo gênero), a coisa deverá, como visto anteriormente, sofrer especialização, observado o regramento próprio. DOUTRINA (THEODOR JUNIOR, 2018) • Enquanto o Código anterior previa a expedição de dois mandados – um para a citação do devedor a entregar a coisa, e outro de apreensão caso a entrega voluntária não ocorresse –, o novo Código simplifica o procedimento, determinando que um só mandado compreenda as duas diligências. De posse dele, o oficial procederá à citação e aguardará o transcurso dos quinze dias previstos no art. 806, caput. Se a entrega ou depósito se efetivou, completa estará a diligência a seu cargo; caso contrário, prosseguirá na busca do objeto da execução, sem depender de novo mandado. É assim que se deve interpretar o “cumprimento imediato” do mandado executivo, de que fala o § 2º do art. 806.7 De Entrega de coisa (certa e incerta) Art. 806 a 813, CPC Aula 16FORMAS DE EXECUÇÃO Extrajudicial Processo de execução Coisa certa 806 a 810 • Cumprida citação Entrega da coisa e finda execução (Art. 807) Inércia do executado. Depois de 15 dias: cumprimento imediato Deposito em juízo (efeito suspensivo com os embargos) – impede imediata transferência da posse – art. 919, §1º, CPC Embargos à execução – art. 915, CPC CPC • Art. 807. Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e considerada satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução para o pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos, se houver. CPC • Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231 . • § 1º Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando será contado a partir da juntada do último. • § 2º Nas execuções por carta, o prazo para embargos será contado: • I - da juntada, na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens; • II - da juntada, nos autos de origem, do comunicado de que trata o § 4º deste artigo ou, não havendo este, da juntada da carta devidamente cumprida, quando versarem sobre questões diversas da prevista no inciso I deste parágrafo. • § 3º Em relação ao prazo para oferecimento dos embargos à execução, não se aplica o disposto no art. 229 . • § 4º Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a realização da citação será imediatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante. CPC • Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. • § 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. Referências THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. V.3. Rio de Janeiro: Forense, 2018. To be continued... (pós prova)
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