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Título: Sequência de um artigo com algumas recomendações com relação a evitar alguns equívocos que podem comprometer a sua aceitação por parte do periódico A sequência clássica de um artigo científico contempla Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões e Referências Bibliográficas. Antes das seções propriamente ditas, tem-se o título e o resumo. Não é recomendável iniciar pelo título, geralmente ele é a última etapa da redação. De qualquer forma, lembre-se de que ele deve ser curto, sucinto e chamar atenção para o conteúdo apresentado. Muitas publicações deixam de ser lidas, apesar de ter um ótimo conteúdo, pelo simples fato de não ter um título que chame a atenção. O resumo deve respeitar a formatação do periódico ao qual esse está submetendo o manuscrito, mas, em linhas gerais, segue a recomendação de fazer-se uma descrição concisa do texto, destacando os aspectos de maior importância e interesse. Deve apresentar cerca de 500 palavras, em texto corrido, sem o uso de tópicos. Deve-se evitar siglas e símbolos (embora em alguns periódicos isso seja permitido). Apresenta uma ordem semelhante à do texto principal (sem detalhamentos). Na maioria dos casos, vem seguido de uma série de palavras-chave. Redação do artigo: seções 1. Introdução Como o nome sugere, é nesse espaço que o leitor será introduzido no problema abordado na pesquisa. Serve para contextualizar o trabalho, situá-lo no contexto científico, mostrar sua relevância na solução do problema proposto, ou seja, mostrar o porquê de ele ter sido feito. Geralmente, se encerra a introdução ressaltando, principalmente, o ineditismo do referido trabalho. É mais lógico redigir a introdução quando o desenvolvimento e as conclusões já estiverem prontos, pois, dessa maneira, tem-se uma visão mais ampla do trabalho. Não há necessidade de se alongar muito, apenas em alguns parágrafos, mas é importante salientar a importância da introdução estar bem escrita para que o leitor se sinta estimulado a continuar a leitura do trabalho inteiro. Pode-se considerar que a introdução está bem redigida se um leitor da mesma área de conhecimento conseguir deduzir qual é o problema abordado na pesquisa apenas pela leitura do texto introdutório, sem ter acesso ao seu objetivo. O trabalho de escrita científica é bastante beneficiado com a colaboração entre os colegas. Uma sugestão de estrutura básica para a introdução seria • Antecedentes do problema: para contextualizar a pesquisa. • Descrição do problema: para fazer a ligação entre o problema abordado na pesquisa com os estudos que estão sendo realizados. • Trabalhos já realizados: uma pequena revisão na literatura, contando com trabalhos mais recentes e relevantes. • Aplicabilidade e originalidade da pesquisa: ressaltando o ineditismo. • Objetivo (problema de pesquisa): aqui é feita a ligação com a parte do texto que descreve a pesquisa propriamente dita. Procure evitar colocar na introdução opiniões pessoais e suposições. Também procure não se alongar muito no texto introdutório, lembre-se de que temos toda a parte escrita para abordar os assuntos nos locais apropriados. Seja direto, não detalhe muito os estudos prévios, eles deverão servir apenas para situar o seu trabalho. Jamais omita conscientemente estudos que sejam relevantes. Use uma linguagem simples, correta, sem erros de terminologia e cite os estudos corretamente. 2. Materiais e métodos Como geralmente o artigo é a etapa final de um projeto de pesquisa, é comum termos a descrição de todas as etapas experimentais de forma detalhada, bastando fazer apenas algumas alterações nos tempos verbais e incluir ou suprimir algumas informações em prol da clareza. Mais do que a descrição detalhada das técnicas utilizadas, toda a parte matemática, estatística e termos de consentimento devem ser descritos. Tal detalhamento é necessário para garantir a compreensão dos resultados encontrados. Garante também a reprodutibilidade do trabalho, que é muito importante. Como estrutura básica, sugere-se: • Local de execução e condições experimentais. • Delineamento e tratamentos. • Controle das condições experimentais. • Variáveis (avaliações). • Análise estatística. Não se deve fornecer nenhum tipo de informação inadequada de forma a não permitir a replicação e avaliação adequada por parte de outros pesquisadores. Se os métodos utilizados são padronizados ou protocolados, deve-se evitar a sua descrição detalhada para que o leitor tenha condições de procurar na fonte original. Quando o tratamento matemático, ou seja, as formas de calcular forem pouco inovadoras ou pouco usuais, deve ser explicado com certo detalhe. Medidas de validade fracas ou ultrapassadas devem ser evitadas. 3. Resultados A apresentação dos resultados pode e deve ser enriquecida com gráficos, ilustrações e tabelas em prol da clareza e concisão das informações. As figuras facilitam a observação de efeitos visuais enquanto as tabelas facilitam a visualização e a comparação de valores numéricos. Os resultados apresentados nos elementos gráficos não devem ser repetidos no texto escrito. Procure descrever os resultados de forma clara e principalmente organizada. A estrutura básica pode ser: • Resultados da análise estatística. • Estatísticas descritivas de acordo com os resultados obtidos. • Estatísticas inferenciais. • Relatar a significância e a amplitude dos dados. • Análises adicionais, geralmente como confirmação. Obs.: não há necessidade de seguir essa ordem de forma rígida. Como as tabelas e figuras têm o objetivo de simplificar as informações, deve-se evitar que estejam confusas, incompreensíveis ou de complexidade exagerada. Como foi dito, deve-se evitar repetir as informações contidas nos elementos gráficos no texto corrido. Aqui, o estilo de redação deve ser um pouco diferente do utilizado na introdução e em material e métodos, já que é preciso explicar detalhadamente os resultados. Deve haver, sim, uma concordância entre os resultados que estão sendo apresentados com os dados que foram relatados em materiais e métodos. A parte estatística e os cálculos devem ser checados e corretos. 4. Discussão Esta é a parte mais importante e complexa do artigo científico. A redação deve ser extremamente clara, pois é aqui que se discute criticamente os resultados, enfatizando aqueles que são mais relevantes e sempre fazendo um paralelo com as pesquisas descritas em outros trabalhos. Para esta seção, uma boa sugestão de estrutura é: • Relacionar os resultados com as hipóteses: pois está se tentando dar uma resposta a um problema descrito nas seções anteriores. Aqui, é apresentada a sua interpretação dos resultados descritos, fazendo um paralelo entre as respostas que está se esperando e mostrando respostas alternativas se as que eram esperadas não se mostrarem eficientes. • Implicações teóricas para a pesquisa e para a prática: mesmo que os resultados não sejam os esperados, podem servir de guia para futuros trabalhos. • Confiança estimada das conclusões: se tudo tiver sido feito de forma correta, as conclusões a que se chegou devem ter um razoável grau de confiança. Deve-se providenciar uma explicação para quaisquer restrições com relação às conclusões chegadas. • Explicitação de possíveis restrições para as conclusões. • Identificação de procedimentos metodológicos pertinentes aos resultados. • Recomendações para pesquisas futuras: para onde o nosso trabalho aponta? Essa seção não é o local para se repetir os resultados nem para se apresentar novos resultados. Também não se deve fazer uma repetição da introdução. Um outro aspecto evidente é que a discussão deve se ater ao propósito do estudo e, para tanto, deve esclarecer todas as implicações práticas e teóricas dos resultados que foram obtidos.A discussão deve ser objetiva e baseada nos resultados, procurar não deixar nenhuma hipótese levantada sem uma discussão adequada. Quaisquer especulações não fundamentadas ou perspectivas que não sejam baseadas nos resultados devem ser evitadas. 5. Conclusões A seção de conclusões serve para concluir o artigo. Não significa um término, mas é aqui que é feito o fechamento do trabalho. Não é, novamente, a repetição dos resultados. Aqui, é apresentada de forma clara a solução do problema levantado na pesquisa. Como visto na seção Introdução, aqui pode ser útil o auxílio de um colega. Também aqui se faz necessário o uso de nosso senso crítico: procure brechas para derrubar as conclusões apresentadas. As que não puderem ser derrubadas (sempre de acordo com o que apresentado no trabalho inteiro) serão a base do artigo. Mas fique ciente de que não é esse o produto final de uma pesquisa, até porque, em ciência, os resultados apresentados hoje podem ser superados com o passar do tempo. Já foram apresentadas algumas dicas com relação à escrita de material científico, mas é importante reforçar a ideia de sentenças curtas, claras, concisas. Quanto mais curta a frase, menores são as chances de se cometer algum erro de concordância, por exemplo. Evite uma linguagem muito rebuscada, mas se atenha à boa gramática. O número de páginas de um artigo deve ser exato: nem demais nem de menos. É aquele raciocínio: invista em qualidade de informação ao invés de quantidade.
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