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caso concreto 1 - direito penal II

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DIREITO PENAL II - CCJ0240
Título
Caso Concreto 1
FACULDADE: ESTACIO FAP
ALUNA: GABRIELA MASSAKO SIBAJA TANAKA DA SILVA
MATRICULA: 201802306277
PROFESSOR: TIAGO BRITO
Descrição
CASO CONCRETO 
Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras
indicadas no plano de aula e pelo seu professor.
CARLOS, funcionário público de um determinado Ente Federativo, auxiliado por seu
irmão SÉRGIO, vendedor autônomo, no dia 14 de janeiro de 2016, apropriou-se, em
proveito de ambos, de alguns Notebooks pertencentes à repartição pública em que se
achava lotado, os quais eram utilizados, diariamente, para a realização de suas tarefas
administrativas. Levado o fato ao conhecimento da autoridade policial, instaurou-se o
competente inquérito, restando indiciados CARLOS e SÉRGIO, sendo o primeiro como
incurso no art. 312, caput, e o segundo no art. 168, ambos do Código Penal.
Pergunta-se: Está correta tal classificação?
RESPOSTA: Não, porque ambos responderam por peculato exposto no Artigo 312 do Código
Penal “Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.” como é adotado no Código
Penal brasileiro a teoria monista mesmo que o fato tenha sido praticado por vários agentes
conserva-se único e indivisível, sem qualquer distinção entre os sujeitos. Por ter ocorrido
coautoria no fato, mesmo o crime de peculato sendo um crime próprio, mas no caso concreto
se visualiza um liame subjetivo entre os agentes que comprova que houve circunstancias
comunicáveis devido ter conhecimento do crime em questão se aplicando nesse fato o Artigo
30 do Código Penal que disserta “Não se comunicam as circunstâncias e as condições de
caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. ”
Nesse sentido temos a doutrina exposta pelo Promotor Guilherme de Sá Meneghin na
dissertação de tema CONCURSO DE PESSOAS NOS CRIMES DE PECULATO E
CORRUPÇÃO PASSIVA: UM ESTUDO SOBRE A TEORIA DO DOMÍNIO DE
ORGANIZAÇÃO que evidencia “Para as teorias unitárias todos que colaboram na realização
do tipo penal são autores e, portanto, merecedores da mesma margem de sanção penal,
independentemente do nível de contribuição para o fato.”
 Para corroborar temos a consoante jurisprudência: 
PROCESSO: RHC108029 / DF RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS
2019/0028712-0
TRIBUNAL: T5 – QUINTA TURMA
EMENDA: PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. 1.
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. ATIPICIDADE DA CONDUTA. INÉPCIA DA
DENÚNCIA. 2. OPERAÇÃO CAIXA DE PANDORA. CRIME DE CORRUPÇÃO
PASSIVA. IMPUTAÇÃO EM COAUTORIA. CONCURSO DE AGENTES. TEORIA
MONISTA. NECESSIDADE DE IMPUTAÇÃO DO MESMO TIPO PENAL. 3. COAUTORES
DENUNCIADOS POR CRIMES DISTINTOS. PECULATO E CORRUPÇÃO PASSIVA.
HIPÓTESE NÃO ABRANGIDA PELA EXCEÇÃO PLURALISTA. COMUNICAÇÃO DE
ELEMENTAR DE CRIME NÃO IMPUTADO AO COAUTOR. INÉPCIA DA DENÚNCIA. 4.
RECURSO EM HABEAS CORPUS PROVIDO PARA TRANCAR A AÇÃO PENAL.
1. O trancamento da ação penal somente é possível, na via estreita do habeas corpus, em caráter
excepcional, quando se comprovar, de plano, a inépcia da denúncia, a atipicidade da conduta, a
incidência de causa de extinção da punibilidade ou a ausência de indícios de autoria ou de prova
da materialidade do delito.
2. Como é de conhecimento, o concurso de agentes se refere à comunhão de esforços de uma
pluralidade de pessoas que concorrem para o mesmo evento. Estes são os requisitos para
sua caracterização: a) pluralidade de agentes, b) relevância causal das várias condutas, c) liame
subjetivo entre os agentes e d) identidade de infração penal. O Código Penal adotou a teoria
unitária ou monista, segundo a qual, havendo diversos agentes, com múltiplas condutas que
levam ao mesmo resultado, há um só delito para todos. Ou seja, todos são apenados pelo mesmo
tipo penal, salvo poucas exceções pluralistas dispostas no próprio Diploma Penal. Assim,
"havendo pluralidade de agentes, com diversidade de condutas, mas provocando apenas um
resultado, há somente um delito. Nesse caso, portanto, todos os que tomam parte na infração
penal cometem idêntico crime. É a teoria adotada, como regra, pelo Código Penal" (NUCCI,
Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 19. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro:
Forense, 2019. p. 325).
3. Na hipótese dos autos, considera-se que o recorrente agiu em concurso de agentes com sua
esposa, sendo inclusive comunicada a ele circunstância de caráter pessoal necessária à imputação
do tipo penal de corrupção passiva. No entanto, sua esposa foi denunciada por crime distinto
(peculato), sem que se trate de hipótese de exceção pluralista trazida no Código Penal. Nesse
contexto, ainda que o réu efetivamente se defenda dos fatos e não da capitulação jurídica,
imprescindível que fique devidamente delineado o concurso de agentes, haja vista se tratar de
norma de extensão, principalmente na presente hipótese, em que há comunicação de elementar
do crime. Portanto, tendo o recorrente sido denunciado em coautoria com sua esposa, por crimes
distintos, sem que se trate de exceção monista, comunicando-se, ademais, elementar de crime
não imputado à sua esposa, constata-se, sem esforço, a inépcia da inicial acusatória.
4. Recurso em habeas corpus a que se dá provimento para trancar a Ação Penal n.
2012.01.1.148034-7, apenas com relação ao recorrente, por inépcia da denúncia, sem prejuízo de
oferecimento de nova inicial acusatória.
ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar
provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Joel Ilan
Paciornik, Felix Fischer e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente,
justificadamente, o Sr. Ministro Ribeiro Dantas. Presente na tribuna: Dr. Roberto Podval
(P/RECTE).
QUESTÃO OBJETIVA
A respeito do concurso de pessoas, assinale a opção correta. (TRE-PI 2016. CESPE)
a) As circunstâncias objetivas se comunicam, mesmo que o partícipe delas não tenha
conhecimento.
b) Em se tratando de peculato, crime próprio de funcionário público, não é possível a
coautoria de um particular, dada a absoluta incomunicabilidade da circunstância
elementar do crime.
c) A determinação, o ajuste ou instigação e o auxílio não são puníveis. d) Tratando-se de
crimes contra a vida, se a participação for de menor importância, a pena aplicada poderá
ser diminuída de um sexto a um terço.
e) No caso de um dos concorrentes optar por participar de crime menos grave, a ele será
aplicada a pena referente a este crime, que deverá ser aumentada mesmo na hipótese de
não ter sido previsível o resultado mais grave.
RESPOSTA: LETRA B

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