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DISCIPLINA: DIREITO PENAL I ANÁLISE DE JULGADOS E QUESTÕES - LEI PENAL NO ESPAÇO E EXTRADIÇÃO× ATIVIDADE AVALIATIVA ANÁLISE DE EMENTA DIREITO PENAL I EMENTA EXTRADIÇÃO INSTRUTÓRIA. TRÁFICO DE SUBSTÂNCIAS ESTUPEFACIENTES PROIBIDAS. EXTRADITANDO BRASILEIRO NATO. ARTIGO 12, I, C, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INVIABILIDADE DO PEDIDO EXTRADICIONAL. ARTIGOS 5º, LI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 77, I, DA LEI 6.815/1980 E 11, ITEM 3, DO TRATADO DE EXTRADIÇÃO. EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL BRASILEIRA. ARTIGOS 7º DO CÓDIGO PENAL E 88 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. 1. Pedido de extradição formulado pelo Governo do Uruguai contra brasileiro nato, nascido no estrangeiro, filho de pai brasileiro e devidamente registrado em repartição brasileira competente, nos termos do art. 12, I, c, da Magna Carta. 2. O ordenamento jurídico brasileiro veda expressamente a extradição de brasileiro nato, arts. 5º, LI, da Constituição da República, 77, I, da Lei 6.815/1980, e 11, item 1, do Tratado de Extradição entre os Estados Partes do Mercosul. Precedentes. 3. Inobstante a inviabilidade da extradição, para os crimes cometidos por brasileiro em solo estrangeiro, possível, na espécie, a extraterritorialidade da lei penal brasileira, caso em que o órgão judiciário brasileiro será competente para processar e julgar o feito, nos termos dos arts. 7º do Código Penal e 88 do Código de Processo Penal. 4. Extradição indeferida, com a imediata expedição do competente alvará de soltura do Extraditando, se por outro motivo não estiver preso. (STF - Ext: 1349 DF, Relator: Min. ROSA WEBER, Data de Julgamento: 10/02/2015, Primeira Turma, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-040 DIVULG 02-03-2015 PUBLIC 03-03-2015) Diante da ementa exposta, responda: a) É possível a extradição de brasileiros? Fundamente; Atualmente pela Lei de Migração SIM. Desde que seja brasileiro naturalizado e tenha cometido crime comum, antes da naturalização ou que seja comprovado o envolvimento de tráficos ilícitos de entorpecentes ou drogas afins. b) Na hipótese de aplicação da lei brasileira ao caso, quais condições devem ser observadas para aplicação da lei brasileira a crimes cometidos por brasileiro fora do Brasil? Explique. Trata-se da previsão expressa no princípio da extraterritorialidade de acordo com o qual alguns crimes ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro. A regra geral será a do ordenamento jurídico pátrio que é a territorialidade da lei penal. Valendo-se dessas hipóteses, existem três espécies de extraterritorialidade: A Incondicionada, Condicionada e a Hipercondicionada. c) Este pedido de extradição foi julgado antes da vigência da Lei de Migração (Lei 13445/2017). Segundo a nova lei, quando não se concederá a extradição? Fundamente. A possiblidade de extradição do brasileiro naturalizado e do estrangeiro foi recentemente vigorada pela Lei de Migração. Que revogou o Estatuto do Estrangeiro. No que tange ao estrangeiro, só não ocorrerá a extradição no caso de crime político ou de opinião conforme o art. 5°, LII da Constituição Federal. A punição, nessa hipótese só será possível se o fato for considerado crime, pois ela não abrange as contravenções penais, conforme o Decreto – lei n°3.688/41 ( Lei das Contravenções Penais), no seu art. 2° que diz “ A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional,” e no caso de brasileiro nato que não será extraditado em hipótese alguma. d) Ainda segundo a nova lei, quais os compromissos que o Estado requerente deve assumir para que seja efetivada a entrega do extraditando? Fundamente. A Lei de Migração, traz as hipóteses em que não será efetivada a entrega do extraditando, sem que o Estado requerente assuma o compromisso de não submeter o extraditando a prisão ou processo por fato anterior ao pedido de extradição, bem como deve se comprometer a computar o tempo de prisão que no Brasil, for imposta por força de extradição, e a comutar a pena corporal, perpétua ou de morte em pena privativa de liberdade, respeitado o limite máximo de 40 anos, e nem submeter o extraditando à tortura ou outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos e degradantes. HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO COM PEDIDO DE LIMINAR. ARTS. 33, 35 E 40 INCISO V DA LEI Nº 11.343/06. APREENSÃO DE 56K DE COCAÍNA. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR. SEGUNDO DISPÕE O ARTIGO 70 CPP, TEM-SE COMO REGRA O LUGAR DA INFRAÇÃO PARA FIXAR A COMPETÊNCIA. EMBORA O ARTIGO ORA COMENTO TENHA UTILIZADO A TEORIA DO RESULTADO PARA DETERMINAR O LUGAR DO CRIME, RESTOU EXPRESSO NO ARTIGO 6º DO CP A UTILIZAÇÃO DA TEORIA DA UBIQÜIDADE PARA A DETERMINAÇÃO DO LUGAR DO CRIME. TRATANDO-SE DE CRIME PERMANENTE, EM QUE É NOTICIADO O DESLOCAMENTO DOS INDICIADOS POR MAIS DE UMA COMARCA, TODOS OS JUÍZOS DAS COMARCAS MENCIONADAS TERIAM COMPETÊNCIA PARA A APRECIAÇÃO DO FEITO NO CHAMADO CRIME PLURILOCAL. A COMPETÊNCIA, NESTA CIRCUNSTÂNCIA, SERÁ FIRMADA PELO JUÍZO QUE REALIZAR O PRIMEIRO ATO JUDICIAL REFERENTE AO CRIME. ASSIM SENDO A COMPETÊNCIA SERÁ FIXADA PELA PREVENÇÃO, EM ESTRITA OBEDIÊNCIA AO QUE PRECEITUA O ART. 83 DO CPP. PRECEDENTES DO STJ. IN CASU, O DOUTO JUÍZO DA VARA DE ENTORPECENTES E COMBATE ÀS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS DA CAPITAL TORNOU-SE PREVENTO A PARTIR DO MOMENTO QUE TOMOU, ANTECIPADAMENTE, CONHECIMENTO DA INFRAÇÃO VIA DEFERIMENTO DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. INTELIGÊNCIA DO ART. 83 DO CPP. ALEGAÇÃO DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL POR EXCESSO DE PRAZO. INEXISTÊNCIA. IMPROCEDENTE À ALEGAÇÃO DE QUE O FEITO SE ENCONTRARIA PARALISADO, UMA VEZ QUE O DOUTO MAGISTRADO A QUO PROFERIU DESPACHO EM 20/05/2013 REQUERENDO DILIGÊNCIAS, CONFORME CONSULTA AO SISTEMA LIBRA DESTA EGRÉGIA CORTE DE JUSTIÇA. ANÁLISE DOS ATOS DE FORMA GLOBAL. VÁRIOS DENUNCIADOS, NO TOTAL, 06 (SEIS). COMPLEXIDADE DA CAUSA. PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO QUE JUSTIFICAM EVENTUAL DILAÇÃO DE PRAZO, ESTANDO PRESENTE, AINDA, O REQUISITO DO PERICULUM LIBERTATIS. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E DA CONFIANÇA NO JUÍZO DA CAUSA. CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS. IRRELEVÂNCIA. PRECEDENTES. SÚMULA 08 TJ/PA. MEDIDAS CAUTELARES DO ART. 319, CPP. IMPOSSIBILIDADE. HABEAS CORPUS CONHECIDO. ORDEM DENEGADA. DECISÃO UNÂNIME. 1. Competência em razão da prevenção do douto Juízo da Vara de Entorpecentes e Combate às Organizações Criminosas da Comarca da Capital, uma vez que antecedeu ao juízo anterior na prática de ato do processo (deferimento de pedido de interceptação telefônica), em estrita obediência ao que preceitua o art. 83 do CPP. 2. Os julgados atuais são uníssonos em afirmar que para a análise do excesso de prazo, deve a contagem ser examinada de forma global, considerando-se todos os atos e procedimentos até o fim da fase instrutória, e não o lapso temporal estabelecido para cada ato em separado, observando-se, ainda, a presença do periculum libertatis. 3. Complexidade da causa demonstrando circunstâncias que denotam que o feito não poderá ter um trâmite com previsão temporal exata, haja vista que o número de denunciados, no total, 06 (seis), já faz presumir uma série de eventualidades, tais como oitiva de testemunhas e expedição de cartas precatórias, além da própria complexidade da causa e gravidade do delito. 4. (...) (TJ-PA - HC: 201330188752 PA, Relator: VERA ARAUJO DE SOUZA, Data de Julgamento: 26/08/2013, CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS, Data de Publicação: 28/08/2013) Diante da ementa supra transcrita, responda: a) Qual o princípio adotado pelo Código Penal para definir o lugar do crime? Existe choque com o artigo 70 do CPP? Explique, informando a que crimes (classificação das infrações penais) se referem tais artigos. “Tempo do crime”, a doutrina apresenta algumas teorias que buscam estabelecer o “ Lugar do crime’: Teoria da Atividade, que dizser o lugar do crime onde se pratica a ação ou omissão; Teoria do Resultado, leva em conta o resultado onde foi produzido, não importando onde foi praticado a ação ou omissão e a Teoria da Ubiquidade que considera o lugar do crime tanto o local onde foi praticado a ação ou omissão , como o lugar onde se produziu o resultado. De acordo com o artigo 6° do código Penal, “considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. Diante da análise do artigo em comento, percebe-se que o Código Penal adotou a Teoria da Ubiquidade. Que considera o LUGAR DO CRIME tanto o local onde foi praticado a ação ou omissão, quanto o lugar onde se produziu o resultado. O artigo 70 do CPP diz i seguinte “ a competência será, de regra determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa pelo lugar em que foi praticado o último ato de execução”, adotou a Teoria do Resultado . A regra do Código de Processo Penal, será aplicada quando se tratar de crimes plurilocais, ou seja aquele em que ação/omissão ocorre em um local e o resultado em outro, porém os dois lugares são dentro do mesmo país – entre cidades, a jurisdição nesse caso é a jurisdição nacional, entre Comarcas. No artigo 70 do CPP, apesar de se tratar da teoria do resultado,, este não entra em conflito, vez que a regra do Código Penal trata-se de crimes à distância, cuja conduta criminosa é praticada em um país, e o resultado se produz em outro país. Envolve o chamado Direito Penal Internacional. b) Por que foi entendido pelo tribunal que todos os juízos das comarcas mencionadas teriam competência para a apreciação do feito? Explique. De acordo com o artigo 83 do CPP a competência é firmada pela prevenção. A competência por prevenção ocorre quando, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com competência cumulativa, dar-se-à a competência por prevenção. No caso do HC em comento, considerando que, no crime permanente o prazo prescricional é prorrogado no tempo, e não mais fixado a partir da data do cometimento do delito, mas do dia em que o estado de permanência se finalizou.
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