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TCC - ARTIGO CIENTIFICO

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A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFATIL.
SANTOS, GLEYCIANE BARROSO[footnoteRef:1] [1: Graduando do Curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Paulista – UNIP. 
2 Graduando do Curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Paulista – UNIP. 
3 Graduando do Curso de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Paulista – UNIP. 
4Orientadora do TCC da Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Paulista – UNIP. ] 
RIBEIRO, IARA DA SILVA2
SANTOS, VALDIRENE NUNES3
PENA, Rosiclelma Amanajás4
RESUMO: O objetivo deste artigo é falar sobre a importância da família no processo de ensino e aprendizagem na educação infantil, no qual aborda a importância que a família tem na participação da vida escolar de seu filho. É comum nas escolas a falta de participação da família na vida escolar da criança, isso acontece por vários motivos, seja ele por falta de interesse dos responsáveis ou por falta de projetos ofertados pela escola no qual possam criar elos entre ambos. O conceito de que a educação é responsabilidade da escola é errôneo e só contribui para que essas instituições da sociedade sejam cada vez mais distanciadas. Os resultados mostram que a parceria escola-família exerce grande importância na formação da criança, haja vista que é a na família que são trabalhadas as primeiras formações morais e educativas criança e na escola são consolidadas de forma ordenada. Conclui-se, portanto que é necessária a união família-escola na condução do processo educacional das crianças como objetivo comum a estas instituições.
Palavras-chave: Família. Aprendizagem. Parceria. Educação. Escola.
ABSTRACT: The purpose of this article is to talk about the importance of the family in the process of teaching and learning in early childhood education, which addresses the importance that the family has in the participation of their child's school life. It is common in schools to lack family participation in the child's school life, this is for several reasons, either due to lack of interest of those responsible or lack of projects offered by the school in which they can create links between them. The concept that education is the school's responsibility is wrong and only contributes to these institutions in society being increasingly estranged. The results show that the school-family association exerts great importance in the education of the child, since it is in the family in which the first moral and educational trainings are worked as children and in school are consolidated in an orderly manner. It is therefore concluded that the family-school union is necessary in the process of becoming the conduct of the educational process of children as a common objective for these institutions.
Keywords: Family. Learning. Partnership. Education. School.
1 INTRODUÇÃO:
Quando os pais se interessam pela escolaridade dos filhos, estes se sentem motivados e confiantes em relação às atividades escolares, sendo assim, as vantagens do envolvimento dos pais e da escola são amplas, pois para os pais, a participação pode promover ganhos na autoestima, ampliação da rede social quando têm contato com outros pais em situação semelhante, proporcionando trocas de experiências e apoio, aumento de informação e acesso a materiais de apoio. Aos professores também existe ganhos, pois podem receber o apoio dos pais e receberem sugestões. A escola enquanto instituição pode atingir padrões educativos de melhor qualidade.
Os alunos cujos pais possuem uma imagem positiva da escola têm expectativas boas em relação à escola e se sentem seguros nesse ambiente, já alunos cujos pais possuem uma imagem negativa da escola, apresentam sentimentos de estranheza e rejeição, pois a criança tende a aprender e assimilar o que lhe é transferido por pessoas próximas. As crianças são muito beneficiadas quando há, entre o ambiente escolar e a família, uma relação positiva, de parceria e colaboração, principalmente na promoção do seu desenvolvimento e aproveitamento escolar.
Juntamente, é abordado um dos maiores desafios da escola, que é fazer com que os pais participem de forma ativa na vida escolar dos alunos, fortalecendo de tal maneira o relacionamento entre a família e escola.
A presença da família é primordial para o pleno desenvolvimento da criança, é onde começa os primeiros ensinamentos. A educação formal é necessária para complementar a formação do ser humano. É importante que os pais se preocupem com a educação de seus filhos, só assim a família poderá confiar em inserir sua criança no mundo em que vivemos.
Constitui-se, pois, como objetivo geral desta investigação analisar de que forma a família deve participar do processo de ensino e aprendizagem da criança que está presente na educação infantil. Assim como descrever de forma mais especifica o contexto histórico da família e do processo de ensino aprendizagem na educação infantil, a fundamentação legal e conceitual da família e ensino aprendizagem na educação infantil no Brasil e analisar a importância do acompanhamento da família no processo de ensino e aprendizagem na educação infantil.
2 O CONTEXTO HISTÓRICO DA FAMÍLIA E SUA IMPORTÂNCIA: 
A família é formada por duas ou mais pessoas sendo elas de ligação biológicas, legais, ancestrais e afetivas que convivem ou já conviveram no mesmo lar. 
A expressão família, etimologicamente, deriva do latim família ae, designando o conjunto de escravos e servidores que viviam sob a jurisdição do pater famílias. Com sua ampliação tornou-se sinônimo de Gens que seria o conjunto de agnados (os submetidos ao poder em decorrência do casamento) e os cognados (parentes pelo lado materno). (VIANA, Rui Geraldo Camargo Revista dos Tribunais, 2000, p.22).
A entidade familiar de início é constituída pela figura do marido e da mulher. Depois vem os filhos, a família cresce ainda mais quando estes casam, os filhos não rompem o vínculo familiar com seus pais e estes continuam fazendo parte da família, os irmãos também continuam, e, por seu turno, casam-se e trazem os seus filhos para o seio familiar.
Com o passar dos tempos esta sociedade familiar sentiu necessidade de criar leis para se organizar e com isso surgiu o Direito de Família, regulando as relações familiares e tentando solucionar os conflitos oriundos dela, através dos tempos o Direito vem regulando e legislando, sempre com intuito de ajudar a manter a família para que o indivíduo possa inclusive existir como cidadão (sem esta estruturação familiar, onde há um lugar definido para cada membro) e trabalhar na constituição de si mesmo (estruturação do sujeito) e das relações interpessoais e sociais. (PEREIRA, Rodrigo da Cunha, 7ª. ed. revista e atualizada, 2004, p.10 e 11).
Não há na história dos povos antigos e na Antiguidade Oriental como na Antiguidade Clássica o surgimento de uma sociedade organizada sem que se vislumbre uma base ou seus fundamentos na família ou organização familiar. O modelo de família brasileiro encontra sua origem na família romana que, por sua vez, se estruturou e sofreu influencia no modelo grego.
Foi a Antiga Roma que sistematizou normas severas que fizeram da família uma sociedade patriarcal. A família romana era organizada preponderantemente, no poder  e na posição do pai, chefe da comunidade. O pátrio poder tinha caráter unitário exercido pelo pai. Este era uma pessoa sui júris, ou seja, chefiava todo o resto da família que vivia sobre seu comando, os demais membros eram alini júris. (MACHADO, José Jefferson Cunha, UNIT, 2000, p.3.)
Pelo relato de Arnoldo Wald: 
A família era, simultaneamente, uma unidade econômica, religiosa, política e jurisdicional. Inicialmente, havia um patrimônio só que pertencia à família, embora administrado pelo pater. Numa fase mais evoluída do direito romano, surgiam patrimônios individuais, como os pecúlios, administrados por pessoas que estavam sob a autoridade do pater. (Wald, 2004, p. 9).
Na sociedade Romana, elitista e machista os poderes patriarcaiseram numerosos. 
Com a morte do “pater famílias” não era a matriarca que assumia a família como também as filhas não assumiam o pátrio poder que era vedado a mulher. O poder era transferido ao primogênito e/ou a outros homens pertencentes ao grupo familiar.
No casamento romano a mulher continuava se submetendo aos poderes da autoridade paterna, ou ela entrava na família marital e devia a partir deste momento obediência ao seu marido.
Duas espécies de parentesco existiam no Direito Romano: a agnação consistia na reunião de pessoas que estavam sob o poder de um mesmo pater, englobava os filhos biológicos e os filhos adotivos, por exemplo. A cognação era o parentesco advindo pelo sangue. Assim, a mulher que houvesse se casado era cognada com seu irmão em relação ao seu vínculo consanguíneo, mas não era agnada, pois cada qual devia obediência a um pater diferente, ou seja, a mulher ao seu marido e o irmão ao seu pai. Com a evolução da família romana a mulher passa a ter mais autonomia perante a sociedade e o parentesco agnatício vai sendo substituído pelo cognatício. (MACHADO, José Jefferson Cunha, UNIT, 2000, p.4).
 Na época do Império Romano passam os cognados a terem direitos sucessórios e alimentares, além da possibilidade de um magistrado poder solucionar conflitos advindos de abusos do pater. Nesta fase, a mulher romana já goza de alguma completa autonomia além de corresponder ao início do feminismo. A figura do adultério e a do divórcio se multiplica pela sociedade romana e com isso a dissolução da família romana.
No Digesto, esclarece Marciano:
Carcopino, no seu estudo sobre a vida cotidiana dos romanos, assinala que, à medida que o pai deixava de ser a autoridade severa e arbitrária dos primeiros tempos para reconhecer a autonomia e a independência dos filhos, multiplicava-se em Roma a figura leviana do filius mimado e egoísta, gastando num dia fortunas acumuladas pelo trabalho de gerações, caracterizando assim uma sociedade que adquiriu o hábito do luxo e perdeu a sobriedade. Após o austero e rígido pater, veio a época da soberania incontestável das novas gerações. (CAHALI, Yussef Said, 3 ed. Revista dos Tribunais, 1998, p. 28, apud. Jerome Carcopino, Libr. (Hachette 1939 p. 97).
É notável na contemporaneidade algumas crianças se comportarem de maneira desrespeitosa para com seus pais e com sociedade, isso se dá pelo fato de os responsáveis perderem a autoridade sobre estes.
Os canonistas eram totalmente contrários à dissolução do casamento por entenderem que não podiam os homens dissolver a união realizada por Deus e, portanto um sacramento. 
Para Arnoldo Wald:
Havia uma divergência básica entre a concepção católica do casamento e a concepção medieval. Enquanto para a Igreja em princípio, o matrimônio depende do simples consenso das partes, a sociedade medieval reconhecia no matrimônio um ato de repercussão econômica e política para o qual devia ser exigido não apenas o consenso dos nubentes, mas também o assentimento das famílias a que pertenciam. (WALD, Arnoldo, com a colaboração da Prof.Priscila M. P. Corrêa da Fonseca. Saraiva, 2004, p.13.)
O direito canônico fomentou as causas que ensejavam impedimentos para o casamento, como a idade, casamento anterior, infertilidade, diferença de religião, a falta de consentimento. WALD, Arnoldo e Prof. Priscila M. P. Corrêa da Fonseca, 2004.
A evolução do Direito canônico ocorreu com a elaboração das teorias das nulidades e de como ocorreria a separação de corpos e de patrimônios perante o ordenamento jurídico. Não se pode negar, entretanto, a influência dos conceitos básicos elaborados pelo Direito Canônico, que ainda hoje são encontrados no Direito Brasileiro.
2 CONCEITOS DE INFÂNCIA:
Para compreender o momento atual é necessário fazer um percurso reflexivo com base em dados da história sobre a infância e as suas transformações durante os séculos. Assim como a família o conceito de ser criança também vem sofrendo constantes transformações.
Na idade média, não existia distinção entre adultos e crianças, ambos eram vistos de maneira igual. De acordo com Aries (1981), as crianças eram vistas como um adulto em miniatura, não existia sentimento de família, ou seja, não havia laços afetivos entre eles, o único objetivo era manter os bens e ajudar-se mutuamente para tentar sobreviver.
Como é observado a idade cronológica da criança não correspondia a fase que ela estava vivenciando, e sim o papel que estava desempenhando na sociedade.
Na idade moderna entre os séculos XVI a XVII, este cenário ganha novas formas, começa a surgir algumas mudanças referente a infância, a criança ganha espaço na família e passa a ser vista como alguém que precisa de cuidados e que tem vida totalmente diferenciada dos adultos.
As famílias começam se organizar e a criança torna-se o centro de atenção dentro deste novo espaço, e os cuidados com a criança se tornam maiores. Com esse novo formato de família surge alguns problemas, as crianças se tornam mal-educadas, com isso surgiu a proposta da educação e moralização destas crianças fora da família.
É constatado que a partir dessa época, começaram a surgir algumas pinturas que representava a criança próxima de alguns brinquedos como se representasse a fase do brincar.
Logo depois surgiram novas pinturas de meninos aprendendo ler ou segurando livros onde representava a idade escolar e as meninas apareciam retratando o ato de fiar.
Estudos mostram que o interesse pela infância é algo novo, que surgiu pelo avanço da sociedade, tanto na parte econômica quanto demográficas, provenientes do acelerado avanço de urbanização, no qual tem início no século XIX, com a revolução industrial e que persiste até hoje, onde muda à forma de disseminação e atualização buscando profissionais qualificados que dessem conta da demanda e que fosse acessível a todos os segmentos satisfazendo de uma forma geral aos interesses daqueles que a buscam.
Diante dessas mudanças já no século XX, é preciso uma nova postura pela situação da infância no mundo, e a criança passa a ser preocupação do estado, pelo crescimento exacerbado da população.
Faria (1997, p.9) ressalta que “a criança será percebida pela sociedade de forma diversificada ao longo dos tempos, conforme as determinações das relações de produção vigentes em cada época”.
Como foi analisado, o conceito de infância passou por diversas mudanças até chegar nos dias atuais, hoje com o avanço tecnológico a criança está inserida num mundo diferente do que vivia a séculos atrás, hoje participa ativamente de diversos seguimentos da sociedade, num ambiente mais voltado para a tecnologia, escola e lazer, vive num mundo vasto de informações que vão muito além da família e escola.
Da Antiguidade até o início do século XIX, predomina na prática-escolar uma aprendizagem de tipo passivo e receptivo. Aprender era quase exclusivamente memorizar. Neste tipo de aprendizagem, a compreensão desempenhava um papel muito reduzido.
Esta forma de ensino baseava-se na concepção de que o ser humano era semelhante a um pedaço de cera ou argila úmida que podia ser modelado à vontade. Na antiga Grécia Aristóteles já professava essa teoria, que foi retomada frequentemente, ao longo dos séculos, reaparecendo sob novas formas e imagens. A ideia difundida no século XVII, por exemplo, de que o pensamento humano era como se fosse uma tabua lisa, um papel em branco sem nada escrito, onde tudo podia ser impresso, é apenas uma variação da antiga teoria.
Alguns filósofos e educadores que refletiram sobre o conhecimento e elaboraram teorias sobre o ato de conhecer, que repercutiram no âmbito da pedagogia. São eles:
Sócrates (século V a.C.), para Sócrates a função do mestre, é apenas ajudar o discípulo a descobrir, por si mesmo a verdade, Sócrates afirmava que os mestres devem ter paciência com os erros e as dúvidas de seus alunos, pois é a consciência do erro que os leva a progredir na aprendizagem.
João Amos Comenius (1592 – 1670), segundo Comenius, dentre as obras criadas por Deus, o ser humano é a mais perfeita. Dada sua formação cristã,Comenius acreditava que o fim último do homem é a felicidade eterna. Assim, o objetivo da educação é ajudar o homem atingir essa finalidade transcendente e cósmica, desenvolvendo o domínio de si mesmo através do conhecimento de si próprio e de todas as coisas. Segundo ele ao ensinar um assunto o professor deve:
· Apresentar o objeto ou ideia diretamente, fazendo demonstração, pois o aluno aprende através dos sentidos, principalmente vendo e tocando;
· Mostrar a utilidade específica do conhecimento transmitido e a sua aplicação na vida diária;
· Fazer referência à natureza e origem dos fenômenos estudados, isto é, às suas causas;
· Explicar primeiramente os princípios gerais e só depois os detalhes e;
· Passar para o assunto ou tópico seguinte do conteúdo apenas quando o aluno tiver compreendido o anterior.
Como se pode ver, esse pressuposto da prática docente já era proclamado por Comenius em pleno século XVII.
Heinrich Pestalozzi (1746-1827), Defendendo a doutrina dos naturalistas, em especial a de Rousseau, Pestalozzi acreditava que o ser humano nascia bom e que o caráter de um homem era formado pelo ambiente que o rodeia. Sustentava que era preciso tornar esse ambiente o mais próximo possível das condições naturais, para que o caráter do individuo se desenvolvesse ou fosse formado positivamente. Para ele, a transformação da sociedade iria se processar através da educação, que tinha por finalidade o desenvolvimento natural, progressivo e harmonioso de todas as faculdades e aptidões do ser humano.
Portanto, para Pestalozzi, a educação era um instrumento de reforma social. Ele pregava a educação das massas e proclamava que toda criança deveria ter acesso à educação escolar, por mais pobre que fosse seu meio que suas condições fossem limitadas.
Na teoria educacional de Pestalozzi podemos encontrar as sementes da Pedagogia moderna. Foi ele o primeiro a formular de forma clara e explicita o princípio de que a educação deveria respeitar o desenvolvimento infantil.
Na concepção de Pestalozzi, o principal objetivo da educação era favorecer o desenvolvimento físico, intelectual e moral da criança e do jovem, através da vivência de experiências selecionadas e graduadas, necessárias ao exercício dessas capacidades.
Para Vygotsky (1896-1934): A escola tem o papel de fazer a criança avançar em sua compreensão do mundo a partir do seu desenvolvimento já consolidado e tendo como meta, etapas posteriores ainda não alcançadas.
John Dewey (1859-1952), a concepção que Dewey tinha do homem e da vida, e que serve de base à sua pedagogia, é de que a ação é inerente à natureza humana. A ação precede o conhecimento e o pensamento. Antes de existir como ser pensante, o homem é um ser que age. A teoria resulta da prática. Logo o conhecimento e o ensino devem estar intimamente relacionados à ação, à vida prática, à experiência. O saber tem caráter instrumental e é um meio para ajudar o homem na sua existência, na sua vida prática.
Vygotsky diz, desde o nascimento, as crianças estão em constante interação com os adultos, que ativamente procuram incorporá-las à sua cultura e à reserva de significados e de modos de fazer as coisas que se acumulam historicamente. 
No começo, as respostas que as crianças dão ao mundo são dominadas pelos processos naturais, especialmente àqueles proporcionados por sua herança biológica. 
Mas, através da constante mediação dos adultos, processos psicológicos instrumentais mais complexos começam a tomar forma.
Embora vários outros filósofos e educadores tenham defendido a necessidade de se rever os processos de ensino, os educadores aqui apresentados, por sua obra tanto teórica como prática, tornaram-se verdadeiros marcos do pensamento educacional, e suas ideias repercutiram diretamente no campo da Didática. Eles não só pregaram a reforma dos métodos de ensino como também aplicaram, em suas práticas educativas, as ideias que defendiam. 
Apesar de apresentarem concepções diferentes de educação, os educadores aqui mencionados tiveram um aspecto em comum: tentaram fazer com que a reforma do ensino não ficasse restrita a uma elite, mas fosse estendida a parcelas cada vez maiores da população. Nesse sentido, eles acreditaram na educação popular e tentaram mostrar que qualidade e quantidade não são termos indissociáveis, e que podem, num certo momento, andar juntos.
A sociedade atual em que estamos inseridos vive momentos históricos no que se refere a revolução do conhecimento e da crescente era tecnológica. Apesar deste grande crescimento presenciamos uma extensa desigualdade social no qual afeta diretamente a célula da sociedade que é a família.
Foi observado que o conceito de família sofreu grandes mudanças no decorrer dos anos, a família de hoje é totalmente diferente daquela que conhecemos há alguns séculos atrás, onde era formada pelo pai, mãe e filhos, na qual cada membro tinha seu papel definido.
Hoje em dia os papéis estão se invertendo, a figura do pai como chefe da família e como responsável pelo sustento da casa, na sociedade atual fica na maioria das vezes a cargo da mulher.
A família assumiu uma nova estrutura, onde é constituída por qualquer grupo de pessoas que se unem e vão viver juntos e que tem afinidades entre si. E se houver criança neste grupo, deve haver amor, afeto e acima de tudo seu direito devem ser respeitados.
É grande o número de famílias em que a mulher assume a direção, por mais que o pai ainda faça parte do lar mais as responsabilidades são compartilhadas isso é garantido por lei a divisão de responsabilidade na criação dos filhos.
Neste sentido (PIRES, 2009, p.14) afirma que “filhos adotivos, gerados por inseminação artificial ou criados por casais homossexuais não modificam o principal objetivo da família: ser um espaço que proporciona a convivência, o amor e a segurança entre seus integrantes”.
De acordo com o autor a sociedade é formada por diferentes modelos de família, muito distante da constituição nuclear. Apesar de tomar caminhos diferenciados da vida conjugal comum, buscam os mesmos objetivos, isto é, alicerçar a família pautada no amor, respeito, afeto e companheirismo onde todos possam se sentir acolhidos e seguros.
Para (PIRES, 2009, p.12), “desde que a criança saiba qual o lugar dela dentro desse novo núcleo familiar e sinta-se segura para solicitar o que precisa e o mais importante tenha a sua individualidade respeitada”.
Hoje, as famílias tomaram novos direcionamentos, muitos casais após a separação se dividem em novas famílias, isso significa que aqueles casais que tinham filhos, no decorrer do tempo é comum que construam outros lares, com outras pessoas até então desconhecidas.
Desde que a criança seja respeitada, amada e tenha seu espaço neste novo lar, não há problema nenhum, vivemos num mundo moderno onde as famílias são constituídas de várias formas, não cumprindo um padrão definido pela sociedade.
Osório (1996, p.14) afirma que:
[...] a família não é uma expressão passível de conceituação, mas tão somente de descrições; ou seja; é possível descrever as várias estruturas ou modalidades assumidas pela família através dos tempos, mas não defini-la ou encontrar algum elemento comum a todas as formas com que se apresenta este agrupamento humano.
Segundo o autor, podemos descrever a família tal qual está estruturada, porém, não será possível definir as relações estabelecias dentro das mesmas de maneira concreta.
Enfim, a relação de afetividade que existe na família é de grande importância para o desenvolvimento de aprendizagem de uma criança, principalmente quando a mesma tem dificuldade para aprender. 
4 A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Neste capítulo, aborda-se a importância da família no processo de aprendizagem da criança e como a escola pode contribuir para esta aproximação. A formação familiar sofreu grandes mudanças em sua constituição no decorrer dos anos e atualmente aquela imagem de família que tínhamos de pai, mãe e filhos ficou no passado. É importante salientar que o termo“família”, descrito no texto se refere a todos os responsáveis pela criança de acordo com a formação familiar na qual a mesma está inserida.
A escola precisa estar preparada para receber as famílias do século XXI, de modo que ambas possam criar relações de respeito e companheirismo em prol da educação da criança e de um diálogo constante.
Diante desta perspectiva Tiba (1996, p.140), afirmou que:
O ambiente escolar dever ser de uma instituição que complete o ambiente familiar do educando, os quais dever ser agradáveis e geradores de afeto. Os pais e a escola devem ter princípios muito próximos para o benefício do filho/aluno. (1996, p.140).
O papel que a família exerce na vida da criança é de grande relevância para seu desenvolvimento escolar, isso em hipótese alguma pode ser desconsiderado.
A família tem o dever de acompanhar o desempenho escolar da criança, com a responsabilidade de intermediar sua pratica no dia a dia. A escola vai apenas completar o ambiente familiar, uma vez que os primeiros incentivos devem surgir por parte da família, acompanhando diariamente as dificuldades e os avanços e estimulando para que possam aprender cada vez mais.
Esta parceria entre família e escola vai depender da relação e da proposta da escola para inserir a família no ambiente escolar. A construção do projeto político pedagógico da escola é uma maneira de fazer esta aproximação entre escola e família, incentivando a participação para que de fato entendam a proposta e se sintam membros da escola, onde possam firmar compromissos na educação das crianças.
A família tem um papel muito importante na vida escolar dos filhos, isso é consenso entre professores. É importante que os pais estejam cientes da proposta pedagógica da escola, participando de sua elaboração e efetivação. É necessário propor ações que tragam a família para a escola, distanciando a barreira existente entre elas.
Os responsáveis devem ter um contato mais próximo com os professores, não somente em reuniões e datas comemorativa, mas em outros momentos que possam participar ativamente contribuído com a escola no processo de aprendizagem das crianças. Os pais que participam ativamente da educação dos filhos têm resultados satisfatórios no final do ano letivo, infelizmente não são todas as escolas que há ações que aproximem as famílias do ambiente escolar, a falta de políticas públicas e planejamento acabam afetando essa aproximação.
A maioria dos pais são cientes de seus papeis e de suas responsabilidades, porém, tem dificuldades de assumir esta responsabilidade junto com a escola, por não saber como fazê-la.
Içami Tiba (2012, p116) diz que “os pais sabem de suas responsabilidades quanto ao futuro de seus filhos. Quando se sentem incapazes tendem a delegar a educação de seus filhos a terceiros: escola, psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, babás, funcionários, avós tios dos filhos etc”.
O processo educativo da criança começa no momento que ela nasce e a responsabilidade é toda da família, até porque é o primeiro contato da criança. A escola tem o desejo de que a família esteja mais próxima, para que juntas possam dividir os problemas e as dificuldades, porém, na maioria das vezes a família delega esta responsabilidade a outras pessoas, quando algo dá errado a responsabilidade recai sobre a escola.
Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do indivíduo, e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às instituições de ensino que frequentam. (TIBA, 1996, p. 111).
Tanto a escola quanto a família, são imprescindíveis ao indivíduo, quanto mais forte a parceria entre elas, os resultados serão mais eficazes no desenvolvimento do ser humano, essa parceria deve ser constante quando uma complementa a outra.
É de suma importância compartilhar as experiências vivenciadas no dia a dia, seja ela positiva ou negativa sem fazer julgamento daquilo que não deu certo, mas sim procurar melhorar cada vez mais para que se obtenham resultados satisfatórios no final.
A escola não deveria assumir o lugar dos pais uma vez que fica pouco tempo com a criança, porém, o fazem porque alguns pais tem o discurso pronto de que trabalham e não sobra tempo para educá-los.
A escola acaba tomando para si a total responsabilidade de educar, deixando de realizar seu verdadeiro papel que é nortear os caminhos de uma vida profissional para este futuro adulto e consequentemente um futuro cidadão de bem com a responsabilidade de transformar a nação em um país, dando-lhe autonomia e com um caráter marcantemente decisivo para dar a próxima geração um país melhor e amenizando os problemas de nossa atual sociedade.
Chalita (2001, p. 17 e 18) diz que:
Por melhor que seja essa escola, por mais bem preparados que estejam seus professores, nunca a escola vai suprir a carência deixada por uma família ausente. Pai, mãe, avó ou avô, tios, quem quer que tenha a responsabilidade pela educação da criança deve participar efetivamente sob pena de a escola não conseguir atingir seu objetivo.
Hoje temos escolas que trabalham em tempo integral com estruturas para receber a criança, por melhor que seja esta escola se não houver parceria com a família os resultados serão sempre abaixo do esperado.
Quando pai e mãe acreditam que a escola por ter professores qualificados dá conta da educação total de seus filhos eles estão se isentando da responsabilidade de educar.
Sem a presença da família a criança fica desamparada e não consegue acompanhar as informações necessárias para seu desenvolvimento cognitivo.
A família e a escola atualmente vivem em um turbilhão de problemas na quais ambas transferem a responsabilidade uma para outra, os pais esperam que a escola resolva os problemas corriqueiros de todos os dias e a escola diz que a responsabilidade é da família.
Sem dúvida que a família é responsável pela educação formal e informal dos filhos, porém se os filhos não sentirem afetividade e amor pouco desenvolverão esses valores.
Para Tiba (1996, p.178) “É dentro de casa, na socialização familiar, que um filho adquire, aprende e absorve a disciplina para, num futuro próximo, ter saúde social”.
O que se espera alcançar entre família e escola é a integração dessas duas esferas importantes da sociedade, pois só assim tudo o que diz respeito ao aprendizado da criança envolvendo amor, afeto, carinho, respeito entre outros podemos afirmar que existe de fato uma educação de qualidade. E só assim ele estará inserido e seguro para viver em sociedade.
Todo projeto dentro da escola precisa da participação e incentivo da família, precisa também de uma participação fervorosa como: perguntando, pesquisando, debatendo e valorizando tudo o que a criança carrega de aprendizagem da escola para a sua casa. A família deve acompanhar tudo o que acontece na sala de aula, é muito importante esse interesse na aprendizagem de seu filho.
Enfim, a família precisa se envolver na vida escolar de seu filho motivando-os ao aprendizado efetivo. A educação formal não depende somente de bons prédios e bons professores, mas precisa do apoio da família para continuar o aprendizado e ter certeza que está garantindo o presente pensando no futuro desses pequenos cidadãos.
5 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL E CONCEITUAL DA FAMÍLIA E ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL.
Se a família estivesse realmente comprometida com a educação de seus filhos poderíamos esperar a formação de cidadãos éticos, críticos e com isso garantir um futuro brilhante embasado nos valores morais envolvidos no amor e respeito ao próximo.
Veja o que está descrito na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB (Lei 9.394/96) afirma: "A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (LDB/1996. art. 2º).
É dever da famíliae do Estado assegurar educação gratuita e de qualidade para a criança, sendo neste caso total responsabilidade da família de proteger, amar, cuidar e de dar uma formação e amparo para que a mesma tenha segurança de conviver em sociedade.
De acordo com a Constituição promulgada em 1988, no seu Artigo 227,
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração e opressão. (BRASIL, 1988, p.148).
Entre os Códigos Civis de 1916 e 2002, além da natural evolução dos costumes que determinaram o fim da indissolubilidade do casamento e a extensão do poder familiar à mulher, existe um marco histórico temporal que é a carta Magna de 1988 quando se estuda o Direito de Família no Brasil.
O legislador constituinte visivelmente pretendeu contornar as distinções, preconceitos e desigualdades existentes no Direito familiar brasileiro, assim como, consolidar as conquistas de forma que introduziu o conceito de união estável, reduziu de cinco para dois anos o tempo exigido para o divórcio direto e impediu qualquer discriminação a respeito da origem dos filhos entre outros temas reservados à legislação ordinária agora, tratados pela Constituição Federal.
Tal impacto se fez sentir no Código Civil de 2002 no que pese, ter-se originado de um projeto de 1975. Ainda assim, reflete o tratado de direito privado de 2002 as modificações ocorridas na 2ª metade do século XX e os anseios da sociedade contemporânea.
A família regulada pelo Código Civil de 2002 passa a representar limitada forma de convivência, reconhece-se a existência das famílias monoparentais, identificadas constitucionalmente, o que reflete efetiva conquista nos rumos do reconhecimento de novos núcleos de relações de afeto e proteção, gerando, inclusive, direitos patrimoniais.
O direito de família no Brasil atravessa um período de efervescência. Deixa a família de ser percebida como mera instituição jurídica para assumir feição de instrumento para a promoção da personalidade humana, mais contemporânea e afinada com o tom constitucional da dignidade da pessoa humana. Não mais encerrando a família um fim em si mesma, finalmente, averba-se que ninguém nasce para constituí-la (a velha família cimentada no casamento, não raro, arranjado pelo pai que prometia a mão de sua filha, como se fosse uma simples negociação patrimonial). Ao revés, trata-se do lugar privilegiado, o ninho afetivo, onde a pessoa nasce inserta e no qual modelará e desenvolverá a sua personalidade, na busca da felicidade, verdadeiro desiderato da pessoa humana.
	A Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 205, reconhece a educação como direito fundamental compartilhado entre Estado, família e sociedade ao determinar que a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).
Para atender a tais finalidades no âmbito da educação escolar, a Carta Constitucional, no Artigo 210, já reconhece a necessidade de que sejam “fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais” (BRASIL, 1988). 
Com base nesses marcos constitucionais, a LDB, no Inciso IV de seu Artigo 9º, afirma que cabe à União estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum (BRASIL, 1996; ênfase adicionada)
Cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às escolas, em suas respectivas esferas de autonomia e competência, incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmente de forma transversal e integradora. 
Entre esses temas, destacam-se: direitos da criança e do adolescente (Lei nº 8.069/199016), educação para o trânsito (Lei nº 9.503/199717), educação ambiental (Lei nº 9.795/1999, Parecer CNE/CP nº 14/2012 e Resolução CNE/CP nº 2/201218), educação alimentar e nutricional (Lei nº 11.947/200919), processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso (Lei nº 10.741/200320), educação em direitos humanos (Decreto nº 7.037/2009, Parecer CNE/CP nº 8/2012 e Resolução CNE/CP nº 1/201221), educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena (Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008, Parecer CNE/CP nº 3/2004 e Resolução CNE/CP nº 1/200422), bem como saúde, vida familiar e social, educação para o consumo, educação financeira e fiscal, trabalho, ciência e tecnologia e diversidade cultural (Parecer CNE/CEB nº 11/2010 e Resolução CNE/CEB nº 7/201023). Na BNCC, essas temáticas são contempladas em habilidades dos componentes curriculares, cabendo aos sistemas de ensino e escolas, de acordo com suas especificidades, tratá-las de forma contextualizada.
A expressão educação “pré-escolar”, utilizada no Brasil até a década de 1980, expressava o entendimento de que a Educação Infantil era uma etapa anterior, independente e preparatória para a escolarização, que só teria seu começo no Ensino Fundamental. Situava-se, portanto, fora da educação formal. Com a Constituição Federal de 1988, o atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade torna-se dever do Estado. Posteriormente, com a promulgação da LDB, em 1996, a Educação Infantil passa a ser parte integrante da Educação Básica, situando-se no mesmo patamar que o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. E a partir da modificação introduzida na LDB em 2006, que antecipou o acesso ao Ensino Fundamental para os seis anos de idade, a Educação Infantil passa a atender a faixa etária de zero a cinco anos.
Entretanto, embora reconhecida como direito de todas as crianças e dever do Estado, a Educação Infantil passa a ser obrigatória para as crianças de 4 e 5 anos apenas com a Emenda Constitucional nº 59/200926, que determina a obrigatoriedade da Educação Básica dos 4 aos 17 anos. Essa extensão da obrigatoriedade é incluída na LDB em 2013, consagrando plenamente a obrigatoriedade de matrícula de todas as crianças de 4 e 5 anos em instituições de Educação Infantil. Com a inclusão da Educação Infantil na BNCC, mais um importante passo é dado nesse processo histórico de sua integração ao conjunto da Educação Básica.
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009)27, em seu Artigo 4º, definem a criança como “sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura” (BRASIL, 2009).
O reconhecimento do direito à educação da criança na idade compreendida entre o nascimento e sua entrada no ensino obrigatório é recente em nosso país, expressando-se na Constituição de 1988 e sendo reafirmado no Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), Lei Orgânica da Assistência (1993) e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996). 
Ainda que no final do século XIX já existissem algumas iniciativas de instituições destinadas à criança pequena, é somente na segunda metade do século XX que as creches e pré-escolas se expandiram no Brasil. Dois grandes movimentos de âmbito nacional foram importantes nessa expansão: a implementação pela antiga Legião Brasileira de Assistência (LBA) do Programa Creche Casulo, destinado às crianças comaté seis anos de idade provenientes de famílias carentes; e os programas de apoio do Ministério da Educação aos estados e municípios para o atendimento, em pré-escolas, às crianças com idades próximas daquelas de escolaridade obrigatória (principalmente as de seis anos, mas também as de cinco e, às vezes, as de quatro anos).
A inclusão da criança de até seis anos de idade no artigo que trata dos direitos à educação na Constituição de 1988 representou, portanto, um marco de grande importância. Ali se explicita que “o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de (...) atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade” (Art. 208, Inciso IV).
Aprovada a Constituição de 1988, o Brasil viveu um período de discussão de uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), promulgada em dezembro de 1996. Durante esse período, na ausência de uma lei nacional de educação que respondesse aos novos preceitos constitucionais, o Ministério da Educação, por meio da Coordenação Geral de Educação Infantil, realizou debates nacionais e elaborou documentos procurando consolidar a concepção de educação infantil como primeira etapa da educação básica, oferecida em creches e pré-escolas, concepção esta presente nos projetos de LDB que tramitavam no Congresso. Sancionada em 1996, a LDB disciplina a educação escolar no Brasil, sendo imprescindível seu conhecimento em profundidade por todos aqueles que atuam nas instituições educacionais e demais órgãos dos sistemas de ensino. 
A Educação Infantil é tratada numa seção específica da LDB/96: a seção II, do Capítulo II, que se refere à educação básica. São três os artigos que compõem esta seção: 
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II – pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade. Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.
É na LDB de 1996 que a Educação Infantil é reconhecida pela primeira vez, na lei maior da educação, como uma etapa da educação básica. Além desses artigos específicos, há outras diretrizes e normas na LDB que dizem respeito à Educação Infantil, e que devem ser mencionadas quando se trata da questão da elaboração e implementação de proposta pedagógica em Educação Infantil. Entre elas, destacam-se as que tratam das competências específicas da União, dos estados, municípios, instituições e professores, com relação a essa etapa da educação básica. 
Reafirmando a Constituição de 1988, a LDB estabelece que os municípios devem atuar prioritariamente no Ensino Fundamental e na Educação Infantil, e os estados nos ensinos fundamental e médio. Entretanto, esses instrumentos legais também afirmam a função normativa, redistributiva e supletiva da União e dos estados com relação à Educação Infantil (Artigos 30 e 211 da Constituição e 8º, 9º e 10º da LDB), segundo o regime de colaboração entre as instâncias de governo, que deve reger a educação nacional. A LDB faculta aos municípios a opção de constituir seu próprio sistema de ensino, integrar o sistema estadual de ensino ou, ainda, compor com este um sistema único de educação básica. Esta última possibilidade não foi devidamente tratada na legislação educacional.
Como já tratado anteriormente, o reconhecimento do direito à educação da criança até seis anos de idade é recente no Brasil, sendo marcos fundamentais da afirmação desse direito a Constituição de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996). Vimos também que, na história da Educação Infantil, o atendimento da criança, especialmente nas creches, foi muitas vezes oferecido visando suprir necessidades da família. Os avanços no conhecimento científico sobre o desenvolvimento humano e sobre a importância das experiências nos primeiros anos, especialmente aquelas vividas com outras crianças, contribuíram para o surgimento de uma nova mentalidade sobre a educação da criança pequena como um direito. 
As instituições de educação infantil, CEIs, creches e pré-escolas são, portanto, instituições que visam responder ao direito da criança à educação. Essa educação é complementar àquela oferecida pela família e tem caráter próprio, por ocorrer em um espaço coletivo, público e, sendo assim, diverso do contexto privado da família. As IEIs cumprem finalidades e princípios das instituições educacionais, como a democratização do acesso aos bens culturais e educacionais, o pluralismo de idéias, o respeito à liberdade e o apreço à tolerância. 
Levando-se em conta que é papel da Educação Infantil complementar a educação da família e propiciar a democratização do acesso aos bens culturais, aí incluídos os conhecimentos socialmente construídos, as IEIs devem constituir lugares de oportunidades não oferecidas às crianças nos outros contextos em que ela vive. 
É fundamental ter-se em conta na elaboração e implementação da Proposta Pedagógica que as instituições de educação infantil têm duas funções indissociáveis: cuidar e educar. Isso implica profissionalização, como evidencia a afirmação de Rosemberg:
Para implantar este modelo de educação infantil que educa e cuida devemos, pois, afastarmos duas concepções inadequadas: a concepção de que educar é apenas instruir e alimentar a cabeça através de lições ou ensinamentos; e de que cuidar é um comportamento que as mulheres desenvolvem naturalmente em suas casas. O que estou querendo afirmar é que educar e cuidar crianças pequenas em instituições coletivas é uma habilidade profissional que necessita ser aprendida e de condições de trabalho adequadas para se expressar. (ROSEMBERG, 1997, p.23).
As DCNEI, em seu artigo 3º, determinam que “as propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil devem respeitar os seguintes fundamentos norteadores: (a) Princípios Éticos da Autonomia, Responsabilidade, Solidariedade e Respeito ao Bem Comum; (b) Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania e do Respeito à Ordem Democrática; (c) Princípios Estéticos da Sensibilidade, Criatividade, Ludicidade e Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais”. Esses princípios interdependentes devem reger a vida da IEI. 
Cabe transcrever as palavras da relatora Regina Alcântara de Assis, no Parecer CNE/CEB 22/98, que fundamentou a Resolução CNE/CEB 01/99: 
Crianças pequenas são seres humanos portadores de todas as melhores potencialidades da espécie (1) inteligentes, curiosas, animadas, brincalhonas, em busca de relacionamentos gratificantes, pois descobertas, entendimento, afeto, amor, brincadeira, bom humor e segurança trazem bem-estar e felicidade; (2) tagarelas, desvendando todos os sentidos e significados das múltiplas linguagens de comunicação, por onde a vida se explica; (3) inquietas, pois tudo deve ser descoberto e compreendido, num mundo que é sempre novo a cada manhã; (4) encantadas, fascinadas, solidárias e cooperativas, desde que o contexto ao seu redor e principalmente nós adultos/educadores saibamos responder, provocar e apoiar o encantamento e a fascinação, que levam ao conhecimento, à generosidade e à participação.
Criança é símbolo de esperança e cabe aos pais, aos responsáveis legais, ao Estado, as escolas e aos professores garantir, que estes sejam protegidos, amados e educados durante sua infância.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das considerações pautadas neste trabalho. Os objetivos trabalhados foi mostrar que a participação da família é de suma importância no processo de ensino aprendizagem da criança e sempre será a base de todos os avanços e a concretude da vida em sociedade. Ficou evidente em nossapesquisa também, que toda criança aprende a partir da observação sobre o comportamento e atitudes de seus responsáveis, sendo assim a criança reproduzirá toda e qualquer atitude que vier aprender no seio familiar. Se tivermos famílias agressivas teremos crianças consequentemente agressivas, é muito comum nos dias de hoje ver crianças tendo comportamento adulto, ou seja, atitudes não esperada de uma criança. Mas sabemos que isso é reflexo do que é visto em casa. Pois a família exerce um poder grande na vida da criança porque é ela que vai dar início aos valores morais que os acompanharão por toda a vida.
 Tendo em vista que a educação deveria começar em casa mas infelizmente nossa realidade é outra, a família está transferindo para a escola a total responsabilidade, a participação dos pais na vida escolar dos filhos vai muito além de apenas levar os filhos no portão da escola. Diante deste fato a escola acaba assumindo o papel que é da família, e a responsabilidade de preparar a criança para a vida, sendo ela o centro desses dois segmentos, não pode ficar sem assistência por parte de nenhum dessas duas esferas da sociedade. Nesse sentido analisamos que ausência da família traz no filho o sentimento de abandono e não adiantam tentar recompensar esta deficiência com presentes, roupas e coisas materiais, isto não tem o mesmo valor. Além disso um dos resultados da pesquisa foi perceber que tanto a escola quanto a família sentem-se responsáveis pela educação das crianças, porém, a família alega que só não participa mais efetivamente porque tem outras responsabilidades como trabalho, casa...
 Portanto a vida escolar da criança, necessita do acompanhamento dos pais no aprendizado e eles com certeza teriam a satisfação de poder ajudar a construir o caráter de seus filhos, pois a escola é um local de aprendizado que planta sementes que duram pra sempre. Ter uma aliança entre pais e professores é altamente produtivo e eficaz.
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