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Psicopedagogia na Família - Abordagem Comportamental (UniFatecie)

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Prévia do material em texto

Psicopedagogia na 
Família: Abordagem
Comportamental 
Professora Me. Greicy Juliana Moreira
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
André Dudatt
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
M838p Moreira, Greicy Juliana 
 Psicopedagogia na família: abordagem comportamental / 
 Greicy Juliana Moreira. Paranavaí: EduFatecie, 2021. 
 97 p.: il. Color. 
 
 
 
1. Psicologia educacional. 2. Psicologia da aprendizagem. 3. 
Psicoterapia familiar. 4. Crianças com distúrbio da aprendizagem – 
Relações com a família. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo 
de Educação a Distância. III. Título. 
 
 CDD: 23 ed. 370.1523 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
AUTORA
Greicy Juliana Moreira 
● Mestre em Letras (UEM).
● Especialista em Língua Portuguesa - Teoria e Prática (América do Sul).
● Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional (Faculdade Maringá).
● Especialista em Educação Especial com Ênfase em Libras (Bom Bosco).
● Especialista em Educação Empreendedora (PUC - RJ).
● Especialista em Gestão de Pessoas (Faculdade Maringá).
● Licenciatura em Letras - Português.
● Segunda Licenciatura (Pedagogia - UniCesumar).
● Professora da Pós-Graduação (UniFCV).
● Tutora/Mediadora Pedagógica e de Pós-Graduação da (UniFCV).
● Professora conteudista na área de Educação (UniFCV/UNIFATECIE).
● Instrutora de cursos Técnicos e Profissionalizantes (SENAC - PR).
● Experiência na área de Educação há 13 anos (Educação Básica, Ensino 
Técnico, Superior e Pós-Graduação (presencial e à distância).
 
Acesse meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/8929294723407914 
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Acadêmico (a), Seja muito bem-vindo(a)!
Vamos dar início a nossa trilha de aprendizagem. Aqui, vamos construir nosso 
conhecimento sobre os conceitos fundamentais relacionados à PSICOPEDAGOGIA NA 
FAMÍLIA: ABORDAGEM COMPORTAMENTAL.
Na unidade I, denominada de “FAMÍLIA NA ATUALIDADE”, a ênfase será conhecer 
o percurso histórico do conceito de família e suas especificidades. Depois, vamos compreen-
der como se estabeleceu a nova definição de família e sua função no contexto atual.
Já na unidade II, denominada de “FAMÍLIA E ESCOLA ”, vamos ampliar nos-
sos conhecimentos sobre os assuntos relacionados à importância da atuação familiar no 
contexto educacional. Além disso, vamos entender o papel da gestão na mediação do 
relacionamento entre a família e a comunidade escolar.
Depois, na unidade III, intitulada de “PSICOPEDAGOGIA, FAMÍLIA E ESCOLA”, 
trataremos, especificamente, sobre a atuação do psicopedagogo nas relações da família e a 
escola. No decorrer da unidade vamos conhecer quais são as contribuições do atendimento 
psicopedagógico na superação dos obstáculos de aprendizagem.
Para finalizar, na unidade IV, denominada de “RELAÇÕES INTERPESSOAIS”, 
nosso primeiro diálogo será sobre as relações interpessoais e suas influências no processo 
de aprendizagem escolar. Depois, vamos centralizar nosso estudo para entender as rela-
ções interpessoais e a relação entre professor, aluno e psicopedagogo.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta trilha de 
conhecimento e ampliar os horizontes sobre tantos assuntos abordados em nosso material. 
Desejo que os assuntos aqui disponibilizados contribuam efetivamente para o seu 
crescimento pessoal e profissional. 
Muito obrigada e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 3
Família na Atualidade
UNIDADE II ................................................................................................... 25
Família e Escola
UNIDADE III .................................................................................................. 47
Psicopedagogia, Família e Escola
UNIDADE IV .................................................................................................. 70
Relações Interpessoais
3
Plano de Estudo:
● Definições de Desenvolvimento histórico da família;
● Nova definição de família e sua função.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer o conceito de família como sistema;
● Entender as mudanças e permanências da organização familiar ao longo do tempo.
UNIDADE I
Família na Atualidade
Professora Me. Greicy Juliana Moreira
4UNIDADE I Família na Atualidade
INTRODUÇÃO
Acadêmico(a), olá!
Seja muito bem-vindo à Unidade I, intitulada de “FAMÍLIA NA ATUALIDADE”. Aqui, 
nosso principal objetivo será dialogar sobre as mudanças e permanências das formas de 
organização familiar ao longo do tempo.
Abordar tal assunto nos permitirá conhecer sobre como o sujeito, inserido no con-
texto histórico e social promoveu mudanças e, ao longo do tempo, construiu história e 
transformou as organizações familiares. Entender essas transformações sociais nos fará 
refletir sobre as tradições e costumes familiares atuais, uma história de organização familiar 
que contribui para a história de todos. 
Soma-se a isso o fato de que porque as grandes consequências do conjunto de 
transformações da sociedade nesses últimos tempos atingiram diretamente a maneira 
como se compõem e convivem as famílias contemporâneas.
Assim sendo, é importante ressaltar, que o assunto em questão é de extrema im-
portância para todo o profissional que está inserido num contexto de ensino-aprendizagem, 
pois as grandes e profundas mudanças que acontecem na vida familiar, refletem na vida 
das crianças e dos jovens, tanto na esfera familiar, como também na educacional. 
Então, para desenvolver o conteúdo proposto, no tópico 1, intitulado de “Desen-
volvimento histórico da família”, vamos conhecer algumas acepções do termo família. 
Na sequência, percorremos os caminhos históricos, que nos mostrarão a trajetória da cons-
trução do conceito de família como sistema, e ainda, como foi constituída a organização 
familiar que conhecemos desde a infância.
Posteriormente, no tópico 2, intitulado de “Nova definição de família e sua 
função”, a ideia central será identificar as características das diferentes configurações 
familiares e, por fim, apresentar informações sobre as estruturas edinâmicas familiares. 
Venha comigo, vamos percorrer novas trilhas de conhecimentos!
5UNIDADE I Família na Atualidade
1. DEFINIÇÕES DE DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FAMÍLIA
Estudante, olá!
Seja muito bem-vindo(a) ao primeiro tópico da Unidade I, intitulado de “Definições 
do desenvolvimento histórico da família”. Dialogar sobre tal assunto é extremamente 
relevante para todo profissional que atua na área da educação, uma vez que, o contexto 
familiar e tudo o que ocorre nessa esfera, reflete na vida acadêmica do aluno(a), seja de 
forma positiva, como também negativamente.
Diante disso, vamos, primeiramente, entender o conceito de família como sistema 
para depois, realizarmos uma viagem no tempo e entendermos essa evolução histórica, 
pois ao longo dos tempos, é sabido que tivemos mudanças significativas no que refere-se 
ao termo “família”.
Então, venha comigo, embarque nessa trilha de novos conhecimentos.
1.1 A Evolução do conceito de “família” 
A origem da família faz parte da história da civilização, porque surgiu naturalmen-
te, satisfazendo uma necessidade do ser humano em estabelecer relações afetivas de 
forma estável.
6UNIDADE I Família na Atualidade
Segundo as acepções do dicionário Dicionário Houaiss, atualmente, o termo fa-
mília é considerado como: Sf. Núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que 
geralmente compartilham o mesmo espaço e mantêm entre si uma relação solidária; Grupo 
das pessoas que compartilham a mesma casa, especialmente os pais, filhos, irmãos etc; 
Pessoas que possuem relação de parentesco; Pessoas cujas relações foram estabelecidas 
pelo casamento, por filiação ou pelo processo de adoção, etc. (HOUAISS, 2016).
Concomitantemente à primeira acepção do dicionário Houaiss, para a área da 
Sociologia, família significa a representação de uma união entre indivíduos unidos por 
afetividades como também, de parentesco (consanguíneo). Além disso, é entendida ainda 
como a primeira instituição responsável pela socialização dos indivíduos. Já a Antropologia, 
numa perspectiva social, considera a família como a instituição central dessa socialização, 
por isso, está intimamente conectada aos demais conceitos que fundamentam a sociedade, 
como por exemplo: 
● Filiação, a relação de descendência;
● Fraternidade, relação com os outros em iguais condições;
● Conjugalidade, a associação entre dois membros da sociedade;
● Maternidade e paternidade, a capacidade de deixar descendentes e transmitir 
valores e construções sociais.
A partir disso, a família torna-se a instituição social que origina todas as outras 
(Estado, religião, educação, etc.).
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002) o conceito de família não se 
limita aos laços sanguíneos, casamento, parceria sexual ou adoção. De acordo com as 
acepções da organização, todo grupo que tenha conexões pautadas na confiança mútua 
e ainda que possuam destino comum, precisa ser considerado como uma família. 
Acadêmico(a), mas como será que aconteceu a evolução do conceito de FAMÍLIA ? Para 
entendermos o que aconteceu, como ocorreram tais mudanças, faz-se necessário, conhecermos 
a origem da família segundo os aspectos históricos.
No decorrer dos tempos, esse termo sofreu diversas alterações e novos significados 
foram atribuídos. Considerando todo o processo histórico de mudanças e acomodações do 
grupo familiar, ressalta-se que a ideia de família como uma matriz humana de identidade 
começou a ser constituída e consolidada a partir do Século XVI.
7UNIDADE I Família na Atualidade
É válido ressaltar que o termo em questão tem origem no latim famulus, que era 
compreendido como o grupo de servos domésticos. Tal conceito, no Império Romano, de-
signava a união entre duas pessoas e seus descendentes. Então, é a partir dessa época 
que iniciou a ideia matrimônio. 
Posteriormente, já na Idade Média, foi estabelecida a união matrimonial sacra-
mentada na Igreja. Nessa época, a instituição familiar era regida pela ditadura do pai, ele 
possuía o poder de vida e de morte sobre os filhos, assim como vendê-los e até mesmo 
castigá-los com penas corporais. Diferentemente, a figura da mulher era de submissão ao 
marido, além disso, suas ações eram direcionadas apenas para os afazeres domésticos e 
a criação dos filhos, porque naquele tempo, a mulher não possuía direitos legais iguais aos 
homens (SANTANA, 2015).
Esse acontecimento marca efetivamente a relação entre a Igreja e o Estado, pois, 
nesse momento, o conceito de família abrange todo o significado de matrimônio sagrado, 
indissolúvel e de perpetuação da espécie, a reprodução, crescer e multiplicar Então, com 
a ascensão do Cristianismo, a Igreja Católica tinha total poder de sacramento e do direito 
Canônico para regrar o casamento, o qual era considerado a única fonte do surgimento da 
família (SILVA ,2004).
Nesse contexto, a ideia de família está vinculada à tradição, pois era composta por: 
pai, mãe e filhos, temos, então, a família patriarcal hierarquizada socialmente pela figura do 
homem. Nessa época, os laços biológicos eram fortalecidos, buscava-se o poder econômi-
co, político e religioso em detrimento dos laços afetivos, conforme destaca a especialista 
no assunto:
O elo familiar era voltado apenas para a coexistência, sendo imperioso para 
o “chefe” a manutenção da família como espelho de seu poder, como condu-
tor ao êxito nas esferas política e econômica. Os casamentos e as filiações 
não se fundavam no afeto, mas na necessidade de exteriorização do poder, 
ao lado – e com a mesma conotação e relevância – da propriedade. [...] Os 
vínculos jurídicos e os laços de sangue eram mais importantes e prevaleciam 
sobre os vínculos de amor. O afeto, na concepção da família patriarcal, era 
presumido, tanto na formação do vínculo matrimonial e na sua manutenção 
como nas relações entre pais e filhos. Quando presente, não era exterioriza-
do, o que levava a uma convivência formal, distante, solene, substanciada 
quase que unicamente numa coexistência diária (SILVA, 2004, p. 122 - 147).
Durante a Idade Média, com a queda do Império Romano do Ocidente e a transição 
para a Idade Moderna, a figura da mãe, era oposto ao que vemos hoje. Ela dedicava-se aos 
filhos e à casa. Especialistas na área destacam que nesse momento, as relações afetivas 
com a criança eram superficiais, sem muitas demonstrações afetivas (SANTANA, 2015).
8UNIDADE I Família na Atualidade
Mais tarde, na época da Revolução Francesa, período de intensa agitação política 
e social na França, houve a ascensão do casamento Laico, que surgiu com as ideias Ilu-
ministas, quando os revolucionários propuseram a separação total da Igreja e do Estado. 
Especialistas no assunto afirmam que tal mudança é resultado de um processo histórico 
que a torna uma das formas possíveis de secularização nas sociedades modernas (SILVA, 
2004). Porém, ainda nessa época, ainda prevalecia a típica família tradicionalista: patriarcal 
e constituída apenas a partir do casamento. Marido e mulher e filhos legítimos.
No Brasil, na época do Império, apenas o casamento católico (in facie Ecclesiae) 
era conhecido, pois era essa a religião oficial do país. As normas reguladoras do casamen-
to seguiam os ditames do Concílio de Trento de 1563 e das Constituições do Arcebispo da 
Bahia. No entanto, com o aumento da população em decorrência das imigrações alguns 
problemas aconteceram, uma vez que, pessoas de outras religiões eram impedidas de 
firmarem matrimônios, no país. Diante disso, houve intervenção do estado e a igreja cató-
lica perdeu força e então novas modalidades matrimoniais começaram a ser praticadas: o 
casamento católico; o casamento misto (católico e acatólicos) e o casamento entre pessoas 
de seitas dissidentes, o que gera uma mistura de raças e culturas. 
Em virtude do exposto, por consequência da evolução social, o modelo de organiza-
ção familiar deixou de ter um padrão único e correto. Isso justifica-se,porque as mudanças 
que ocorreram a partir do conjunto de valores e regras sociais, influenciaram diretamente no 
entendimento do papel dos indivíduos. Soma-se a isso a diversidade de papéis que foram 
atribuídos à família segundo as perspectivas, das mais variadas esferas sociais, como por 
exemplo, as ideológicas, religiosas, políticas, econômicas, jurídicas, dentre outras. 
Seguindo o fluxo das alterações econômicas, políticas e sociais, após a Revolução 
Industrial, uma nova configuração do termo “família” começa a surgir, em virtude de ter 
acontecido mudanças demográficas. É importante salientar que as relações familiares 
estão diretamente relacionadas aos diversos fatores decorrentes do contexto social 
que cada família está inserida.Diante de tal cenário, as famílias diminuíram, as mulheres 
conquistaram direitos, tornaram-se mais ativas e isso contribuiu para o empoderamento 
feminino, o que resultou em transformações culturais, consequentemente refletiu no núcleo 
familiar. A autêntica revolução de costumes que marcou os anos 1960 trouxe consigo a luta 
pela emancipação feminina MINUCHIN, 1990). 
Assim, aquela família tradicional composta pelo pai como chefe e provedor maior, 
mãe dona de casa e submissa e filhos padronizados foi deixando de existir. E muitos casais 
passaram a eleger a busca da felicidade como a principal razão para estarem juntos. Além 
disso, no século XXI, as questões relacionadas ao matrimônio e à reprodução perderam 
força e o fator determinante para a formação de uma unidade familiar torna-se o afeto ( 
MINUCHIN, 1990).
9UNIDADE I Família na Atualidade
Uma revisão seletiva sobre o assunto aponta que, atualmente, a família é entendida 
como um sistema formado por um grupo de pessoas que possui trocas afetivas, materiais e 
de convivência. Além disso, é considerada como um sistema aberto de trocas mútuas, em 
constante transformação (CARTER, 1995; MINUCHIN, 1990).
Na interpretação do assunto, infere-se que ao considerar a família enquanto sis-
tema, significa reconhecer que cada uma tem suas particularidades e isso é consequência 
da organização que foi estabelecida ao longo do tempo, considerando todo o aspecto 
ideológico, histórico, cultural de crenças e valores, no qual ela esteve inserida. 
Diante do exposto, salientamos que a família enquanto sistema é entendida como 
uma unidade social dinâmica que vai se transformando ao longo do tempo. Portanto, caro(a) 
aluno(a), próximo tópico desta unidade, iremos dialogar sobre a configuração do conceito 
de família na atualidade.
Até mais !!!!
10UNIDADE I Família na Atualidade
REFLITA 
Estudante, conforme exposto no decorrer desta unidade, hoje, existem novas configu-
rações familiares, que suscitam inúmeras discussões. A esse respeito, reflita: 
Na sua opinião, as relações conjugais que fogem ao tradicional podem ser consideradas 
familiares? 
Fonte: Produzido pela autora (2021).
SAIBA MAIS
Estudante, 
 Você sabia que em 2015, foi votado pela Comissão Especial do Estatuto da Família, da 
Câmara dos Deputados, o conceito de família? Segundo o texto, a família brasileira é a 
“entidade familiar formada a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de 
casamento ou de união estável, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus 
filhos”. Considerada excludente e discriminatória, a definição é desde então alvo de pro-
testo por suprimir o direito de milhões de brasileiros que não se enquadram no conceito 
aprovado. O texto é também contraditório já que, em 2011, o Supremo Tribunal Federal 
(STF) reconheceu a união estável para casais do mesmo sexo.
Fonte: Agência Câmara Notícias. Conceito de família como união entre homem e mulher é aprovado em 
comissão especial. Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/471290-conceito-de-familia-como-
-uniao-entre-homem-e-mulher-e-aprovado-em-comissao-especial/. Acesso em: 14 maio. 2021. 
11UNIDADE I Família na Atualidade
2. NOVA DEFINIÇÃO DE FAMÍLIA E SUA FUNÇÃO
Estudante, olá!
Seja bem-vindo ao segundo tópico da Unidade I, intitulado de “Nova definição de 
família e sua função”. 
Sabemos que a estrutura organizacional da família evoluiu, o conceito de família 
no século XXI teve novas configurações sociais, por isso, hoje, existem diferentes tipos de 
família, como também, novas formas de filiação. 
O conceito de família, está em destaque, uma vez que, por conta de toda sua 
evolução histórica e social, nesse momento, é um assunto muito discutido por diversos 
grupos/comunidades. Nas discussões sociais, de um lado estão aqueles que consideram 
a família como comunidade natural ou designada por Deus. Em oposição, estão os outros, 
os que entendem a família sob a perspectiva da diversidade. 
Assim, nesse tópico, nosso diálogo será direcionado para entender as mudanças 
ocorridas ao longo do tempo relacionadas à entidade familiar, considerada como uma das 
instituições mais antigas da humanidade. 
Para tanto, com intuito de organizar o conteúdo de uma forma didática, primeira-
mente, vamos conversar sobre as diferentes configurações familiares. Posteriormente, 
vamos direcionar os nossos olhares para as diversas estruturas e dinâmicas familiares. 
 Então, convido você, estudante, a embarcar nessa viagem pelo maravilhoso uni-
verso familiar. Vamos lá!
12UNIDADE I Família na Atualidade
2.1 Diferentes configurações familiares
A Família, enquanto sistema, teve como objetivo central o matrimônio e multiplica-
ção da espécie, contudo, conforme dito anteriormente, ao longo do tempo, essa estrutura 
sofreu diversas alterações. 
O atual sistema jurídico que rege as questões familiares consta do Livro de Direi-
to de Família, do Código Civil, concebido no final dos anos 60, muito antes das grandes 
mudanças provocadas pela Constituição de 1988. Naquela época, o modelo era a família 
patriarcal, constituída apenas pelo casamento. A desigualdade entre cônjuges e filhos era 
legitimada pela subsistência dos poderes marital e paternal. 
Mas a Constituição Cidadã inaugurou um paradigma familiar remodelado, seguindo 
as mudanças ocorridas na sociedade brasileira. Assim, com o objetivo de reunir num só 
instrumento legal toda a legislação referente à área do Direito de Família, além de mo-
dernizá-la, foi instituído o Estatuto das Famílias, nele, constam as regras tanto do direito 
material como processual, para proporcionar às famílias brasileiras maior agilidade nas 
demandas jurídicas, rapidez essa indispensável quando se trata de direitos relacionados 
tão diretamente à vida das pessoas. 
Como exemplo de uma grande alteração do conceito e da organização familiar, 
atual, podemos citar a autorização expressa do casamento entre pessoas do mesmo sexo, 
de acordo com o Ato Normativo (Resolução nº 175 de 14/05/2013), um grande conquista. É 
válido destacar que tal situação há algumas décadas não seria possível, nem mesmo aceita 
pela sociedade. Contudo, no o Art. 1.723, do Código Civil (BRASIL, 1988), a estrutura 
familiar, união estável, só é reconhecida entre homem e mulher. Mas, na contramão, o 
Supremo Tribunal Federal - STF, é contrário a essa situação e, por isso, proibe a discrimi-
nação de pessoas em razão do sexo.
Acadêmico(a), 
Para ilustrar as atuais acepções do conceito de apresentarmos uma citação da 
Lei Maria da Penha (2006), a qual considera que a família é a “comunidade formada por 
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade 
ou por vontade expressa”.
Isso posto, infere-se que as novas configurações familiares não estão constituídas 
apenas pela genética, mas, sobretudo por meio de laços afetivos, uma vez que, na contem-
poraneidade, o vínculo afetivo tem papel de destaque em diversas esferas, seja, familiar, 
social, como também na esfera jurídica.
13UNIDADE I Família na Atualidade
Nessa linha de raciocínio, o conceito de configuração familiar diz respeito ao conjunto 
de indivíduosque compõem o núcleo familiar. Assim, é correto dizer que a configuração 
familiar é organizada por meio dos arranjos e disposições dos membros que compõem uma 
família. Sendo assim, na figura n.1, elencamos os tipos de configurações familiares mais 
comuns, de acordo com as considerações dos estudos sobre o assunto (MINUCHIN, 1990).
FIGURA 1 - TIPOS DE CONFIGURAÇÕES FAMILIARES
Fonte: adaptado de MINUCHIN, 1990.
De acordo com o exposto, ao nos referirmos à família enquanto sistema, devemos 
considerar toda forma de constituição resultante de interações que constituem laços re-
lacionais. Importante ressaltar que, as configurações formadas por recasamentos, uniões 
homoafetivas, paternidade ou maternidade socioafetivas convivem com o modelo tradicio-
nal familiar. Além disso, apesar de não serem previstas em lei, as novas configurações são 
abrigadas pela Justiça.
14UNIDADE I Família na Atualidade
Consoante a ideia apresentada sobre as novas configurações familiares, MINU-
CHIN (1990), renomado especialista no assunto, reconhecido internacionalmente pelo ex-
celente trabalho desenvolvido com terapia familiar, defende que a organização, a estrutura 
e os padrões de interação de uma família são responsáveis por selecionar e qualificar as 
experiências de seus membros. 
Prezado acadêmico(a), com intuito de colaborar com seu entendimento sobre o as-
sunto, faz-se necessário, na sequência, dialogarmos sobre a estrutura e dinâmica familiar. 
2.2 Estrutura e dinâmica familiar
Estudante, após exposição das acepções que permeiam o termo e/ou configuração 
da “família”, agora, te convido a olhar para o assunto de acordo com a perspectiva rela-
cional, que é composta por diversos subsistemas, como por exemplo, o conjugal, parental 
e fraternal. Importante ressaltar que nesse modelo organizacional, cada um dos seus 
membros desempenha diferentes funções e níveis de poder. Além disso, cada integrante 
familiar pode fazer parte de diferentes subsistemas e em cada um deles desempenhar 
diferentes funções. 
A partir do exposto, fica evidente que a estrutura familiar é formada por um conjunto 
de regras construídas ideológica e socialmente, que por vezes , determina os relaciona-
mentos entre seus pares. Além disso, essa forma de constituição aponta o lugar que cada 
membro ocupa na esfera familiar, bem como o papel e/ou função desempenhada nesse 
contexto. Assim, são formadas as identidades e os tipos de relacionamentos que serão 
praticados ( MINUCHIN, 1990).
Para exemplificar, na imagem n.2 apresentamos os diferentes tipos de subsistemas 
que configuram a estrutura familiar:
FIGURA 2 - SUBSISTEMAS FAMILIARES
Fonte: adaptado de Minuchin, 1990.
15UNIDADE I Família na Atualidade
Na sequência para melhor entendimento do assunto, apresentamos as caracterís-
ticas de cada subsistema:
 ► Conjugal: constituído por duas pessoas com objetivos correlatos que é formar 
uma família. Cada membro ocupa o seu lugar social e realiza suas funções 
de acordo com o estabelecido segundo as crenças, valores e ideologias que 
permeiam esse núcleo familiar (MINUCHIN, 1990).
 ► Parental: É configurado a partir do nascimento ou adoção do primeiro filho. 
Neste momento a relação conjugal abre espaço para um novo membro que 
será inserido no sistema familiar e precisará de nutrição e afeto. Diante desse 
novo fato, é necessário que haja apoio entre os pares, pois a rotina familiar terá 
mudanças significativas, então, adaptações precisarão ser feitas para atender 
as necessidades dos filhos(a). Com o decorrer do tempo, as mudanças serão 
internalizadas e a rotina se instaura novamente (MINUCHIN, 1990).
 ► Fraternal: Caracteriza-se pelo nascimento ou adoção de um ou mais irmãos, 
assim, possibilita que as crianças socializem e aprendam umas com as outras 
(MINUCHIN, 1990). 
A partir dessas informações, podemos compreender que para entendermos a es-
trutura de uma família necessariamente implica em conhecer sua dinâmica. Coaduna-se 
com essas reflexões, o fato de que as posições e papéis assumidos na esfera familiar 
constituem toda dinâmica familia e os vínculos afetivos construídos ao longo da história 
familiar se expressam através da forma como se dá a interação e a comunicação familiar 
(MINUCHIN, 1990).
Assim, com base nessas explicações e também de acordo com as acepções do 
Estatuto Familiar, que atualiza e moderniza a legislação brasileira sobre o Direito das 
Famílias, infere-se que as diversas entidades familiares existentes possuem a mesma 
dignidade, sendo que todas são merecedoras de igual tutela, sem hierarquia.
Isso posto, agora, caro(a) aluno(a), vamos entender o que diz a legislação com 
relação à filiação. 
Segundo as acepções do Estatuto Familiar o termo “guarda” foi substituído por 
“convivência familiar”, admitida mesmo que não haja consenso entre os pais.
16UNIDADE I Família na Atualidade
Sob termos técnico-jurídico, filiação é a relação de parentesco entre pessoas no 
primeiro grau, em linha reta. Sendo que, tal relação se estabelece entre uma pessoa e 
aqueles que a geraram, ou que a acolheram e criaram.
No caso da filiação socioafetiva é considerada para sua constituição, a afetividade 
existente entre seus integrantes, diferente do que era na sociedade patriarcal, na qual a 
instituição familiar era constituída especialmente por razões econômicas. Um exemplo desse 
novo arranjo familiar, paternidade socioafetiva, acontece quando um filho é biologicamente 
concebido por um homem, ele tem direito ao sobrenome do pai, de receber verba alimentar, 
de desfrutar da sua companhia e de sucedê-lo depois que ele morre. Porém, às vezes, pode 
surgir com situação, ou seja, o filho começa a conviver com o companheiro da mãe e o vê 
como um segundo pai. Numa situação como essa, de acordo com o especialista Luiz Fer-
nando Valladão Nogueira, advogado, a Constituição não aceita distinções quanto à origem da 
paternidade e conclui que ambas são válidas e podem coexistir (VALLADÃO, 2014).
Nesse sentido, aqui é válido o Princípio da Dignidade, um dos norteadores da 
Constituição Federal. Dessa forma, à entidade familiar foi atribuída uma concepção que 
objetiva a realização do ser humano. 
Para ilustrar tal informação, destacamos um princípio constitucional que assegura 
o direito à interação e convivência afetiva: o Princípio da Convivência Familiar:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, 
ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, 
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à digni-
dade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de 
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988).
Na interpretação da legislação, infere-se que a filiação socioafetiva, se baseia no 
Princípio da afetividade, contudo, mesmo não estando explícito, como também previsto 
juridicamente, é extremamente importante e deve ser conectado ao princípio da dignidade 
da pessoa humana.
Assim sendo, existe muito espaço também para a diversidade, pois os novos arran-
jos familiares que envolvem filhos de outros casamentos e são formados por laços de afeto 
e afinidade redesenham as responsabilidades de cada um no novo núcleo de convivência.
Em suma, as diversas mudanças nas configurações familiares, atualmente, expõe 
as crianças a situações de confusão, uma mistura de afetos entrelaçada à diversidade de 
papéis e funções desempenhadas no contexto familiar. Diante disso, há, muitas, vezes 
necessidade de intervenção psicológica e psicopedagógica que auxiliem na superação das 
adversidades cotidianas.
Caro (a) aluno, isso posto, chegamos ao fim desse tópico, no qual dialogamos e 
refletimos sobre as diversas configurações familiares na contemporaneidade.
Até mais!!!
17UNIDADE I Família na Atualidade
SAIBA MAIS
Acadêmico(a), você sabia que o Dia Internacional da Famíliaé celebrado no dia 15 de 
maio. Esse dia foi definido em 20 de setembro de 1993, em deliberação da Assembleia 
Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Desde então, no dia 15 de maio, 
sempre há, em várias partes do mundo, conferências e celebrações para discutir e tra-
çar projetos para o futuro da instituição familiar. Essa data contempla a evolução do 
conceito de família nas últimas décadas. 
Fonte: IBDFAM (online).
SAIBA MAIS
O que significa família? Dicionário Houaiss lançou, em 2016, uma campanha para 
que as pessoas enviarem suas próprias definições com intuito de atualizar o 
verbete
“Núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o 
mesmo espaço e mantêm entre si uma relação solidária”. Esse é o conceito da palavra 
família segundo o Dicionário Houaiss.
A nova definição surgiu após a campanha #TodasAsFamílias, promovida pela agência 
NBS com o Grande Dicionário Houaiss, que recebeu mais de 3 mil sugestões de texto 
sobre o conceito de família “sem preconceito ou limitações”.
“E para você, o que é família?”. Esta era a pergunta feita pelo Houaiss durante a cam-
panha, que foi uma reação ao conceito de família contido no projeto de lei conhecido 
como Estatuto da Família, aprovado em comissão especial da Câmara dos Deputados, 
em 2015. Segundo o estatuto, família é “o núcleo social formado a partir da união entre 
um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comu-
nidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”.
De acordo com o diretor do Instituto Antônio Houaiss e coautor do Grande Dicionário 
Houaiss, Mauro Villar, o Instituto aceitou a proposta por seu interesse e pelo valor huma-
nitário de dar voz a pessoas e grupos. A campanha contou com o apoio da Associação 
Brasileira de Famílias Homoafetivas (Abrafh) e da Coordenadoria Especial da Diversi-
dade Sexual da Prefeitura do Rio de Janeiro.
18UNIDADE I Família na Atualidade
“A iniciativa do Houaiss é verdadeiramente fantástica”, diz a advogada Marianna Cha-
ves, diretora nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM). “Vivemos 
um momento turbulento no Brasil. Temos um Congresso Nacional tomado por funda-
mentalistas religiosos e o nefasto Estatuto da Família - que não se deve confundir com 
o Estatuto das Famílias, de autoria do IBDFAM - representa um perigo”, afirma.
Para ela, o PL Estatuto da Família tenta anular os avanços alcançados com reconheci-
mento do pluralismo familiar, mormente em relação às famílias homoafetivas. “Portanto, 
ter uma definição ampla, em uma publicação como Houaiss, tem um efeito simbólico 
glorioso. O dicionário reflete aquilo que é reconhecido no meio social. Se o Legislativo 
teima em não querer aceitar a pluralidade familiar, a sociedade já deu a sua resposta, 
que passou a estar inscrita no mais completo dicionário do nosso país”, diz.
Segundo a advogada, a definição trazida pelo Houaiss prestigiou as famílias tradicionais 
e abriu espaço para outras, colocando a tônica no afeto e na solidariedade. “O sangue 
e a filiação natural não são as únicas fontes de relações familiares. E vou mais longe: o 
sangue não é (e nem nunca foi) um elemento sumo e onipotente que afiance uma ge-
nuína relação de família, mormente as relações de filiação”.
A conceituação do Houaiss é inédita. Mas, outros dicionários, como o Priberam, de 
Portugal, e o da Real Academia Española, também não fazem referência a gênero, 
explica Marianna Chaves. “Não falam pai e mãe, homem e mulher. Falam em pais que 
vivem com os filhos; pessoas aparentadas que vivem juntas; conjunto de ascendentes, 
descendentes, colaterais e afins; pessoas que vivem na mesma casa. O dicionário es-
panhol traz um significado que diz: ‘personas consideradas por amistad o trato’. Talvez 
aí encontremos o traço mais perceptível do afeto: aquelas que se consideram família 
amizade ou por tratamento, para aquele dicionário, são família”.
O Dicionário de Direito de Família e Sucessões – Ilustrado – livro do advogado Rodrigo da 
Cunha Pereira, presidente nacional do IBDFAM, conceitua mais de trinta modelos de família.
Para ele, a revolução silenciosa que a família, com seus novos arranjos, vem provo-
cando é a grande questão política da contemporaneidade. “A luta por um país melhor 
só tem sentido se o sujeito tiver autonomia privada e tiver a liberdade de estabelecer 
seus laços conjugais como bem lhe aprouver. A história e a política, hoje, se escrevem e 
se inscrevem a partir da vida privada, que começa e termina na família. E assim a vida 
privada e, portanto, a família, tornou-se a principal razão política dos Estados democrá-
ticos contemporâneos”, reflete.
Fonte: IBDFAM. Instituto Brasileiro de Direito da Família. Dicionário reformula conceito de família.Disponí-
vel em: https://ibdfam.org.br/noticias/5990/Dicion%C3%A1rio+reformula+conceito+-de+f. Acesso em: 11 
de maio de 2021.
19UNIDADE I Família na Atualidade
SAIBA MAIS
Você sabe o que é Multiparentalidade? A filiação construída pelo afeto?
Quando Bruna chamou a avó de mãe pela primeira vez, deveria ter seus 2 anos e meio. 
Os pais de Bruna se separaram quando esta tinha por volta de um ano e meio, e, por 
pensar ser o melhor para a criança na época, a mãe biológica a deixou morar com os 
avós, também consentindo o pai biológico.
Assim, os vínculos com os pais biológicos foram mantidos, e a criança “adotou” os avós 
como pais, chamando os quatro (pai, mãe, avô e avó) de pai e mãe. No início, para 
distingui-los, era papai o avô e mãe a avó, e pai e mãe os pais biológicos. Porém, na 
adolescência, eram todos pai e mãe. E assim é até hoje, contando ela com 28 anos.
Desta forma, este é um exemplo de situação socioafetiva, haja vista que a relação so-
cioafetiva entre avós e netos é comum! Ou seja, muito mais comum do que se imagina 
por esse “Brasilzão” afora. Sendo assim, havendo o vínculo de filiação, poderá ser re-
conhecida a filiação afetiva!
Na verdade, coexistindo vínculos parentais afetivos e biológicos ou apenas afetivos, é 
uma obrigação reconhecê-los. É que, não há outra forma de preservar os direitos funda-
mentais de todos os envolvidos, sobretudo no que diz respeito à dignidade e à afetivida-
de. Esta é uma realidade que a Justiça já começou a admitir.
Embora não exista lei prevendo a possibilidade do registro de uma pessoa em nome de 
mais de dois genitores, não há proibição.
Nesse âmbito, o direito acompanha as rápidas mudanças da sociedade, e a entidade fami-
liar nos dias de hoje não está mais limitada às questões biológicas. O vínculo afetivo ampliou 
o conceito de paternidade, trazendo grande avanço nas questões de direito de família.
Por isso, com as constantes mudanças nas interpretações, devemos acompanhá-las de 
perto, para que possamos resguardar o melhor direito aos nossos clientes! Como visto 
no recente julgamento do Supremo Tribunal Federal.
Fonte: OLIVEIRA, Gisele. Você sabe o que é Multiparentabilidade? A filiação construída pelo afeto? Dis-
ponível em: https://lucenatorres.jusbrasil.com.br/artigos/698158427/voce-sabe-o-que-e-multiparentabili-
dade-a-filiacao-construida-pelo-afeto. Acesso em: 11 de maio de 2021.
20UNIDADE I Família na Atualidade
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), 
Chegamos ao final da Unidade I, a qual teve por objetivo principal apresentar co-
nhecimentos sobre o funcionamento das famílias enquanto sistemas relacionais dinâmicos 
e em constante transformação. 
Aquele modelo de família tradicional, no qual o pai era o provedor, a mãe estereoti-
pada à função de dona de casa, cuidando dos filhos, está em extinção e abrindo espaço para 
novos modelos familiares que desafiam a flexibilidade e a criatividade de seus integrantes.
Importante entendermos que os mais variados arranjos familiares da contempora-
neidade vão além do matrimônio, pois há união estável entre pessoas do mesmo sexo ou 
não, famílias monoparentais, adoções e a comprovação de paternidade, que refletem as 
mais diversas formasde relação familiar. Diante disso, nesse contexto atual, o que está em 
evidência é a configuração afetiva, que sobressai às demais definições do conceito de família.
À guisa de conclusão dessa Unidade, ressalto que as informações aqui comparti-
lhadas não esgotam o assunto, visto que visto que esse é um tema vasto, muito complexo, 
e ainda, que dispõe de muitas literaturas e estudos publicados. Assim sendo, desejo ter 
contribuído significativamente tanto para o seu conhecimento e crescimento pessoal, quan-
to para o desenvolvimento da sua prática profissional. 
Uma braço!!!
21UNIDADE I Família na Atualidade
LEITURA COMPLEMENTAR 
A FAMÍLIA, A CRIANÇA E UMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA SISTÊMICA
Este artigo aborda a questão da família e suas implicações nos processos de 
aprendizagem de todos os seus membros. Através de uma visão histórica é mostrado 
como a família se organizou ao longo do tempo até a contemporaneidade. Pontua a função 
e o papel de cada elemento na organização familiar e a sua importância na formação e 
desenvolvimento da criança e do adolescente, assim como sugere mais uma opção para o 
olhar e para a escuta do psicopedagogo ao elemento com dificuldades de aprendizagem e 
suas relações familiares.
INTRODUÇÃO
Os pais inconscientemente deixam a seu filho a carga de refazer sua história, mas 
refazê-la de tal maneira que nada deveria mudar, apesar de tudo. O paradoxo em que a 
criança está presa produz logo efeitos violentos; com efeito, raramente há oportunidade de 
que a criança se realize em seu próprio nome. (Maud Mannoni apud Fernández).
Começo este artigo sobre a Família com o olhar voltado para as dificuldades de 
aprendizagem, com as palavras de Mannoni, pois elas representam muito bem como 
as famílias, na maioria das vezes, se organizam. Algumas crianças transitam muito bem 
com essas demandas, outras nem tanto. E talvez sejam essas as crianças que poderão 
apresentar algum tipo de sintoma que muitas vezes aparece nas diversas modalidades 
de aprendizagem escolar. Sabemos que sintomas são uma espécie de denúncia, e é para 
essa questão que nosso olhar deve estar focado, porém, a família como grupo, exerce uma 
grande influência sobre todos os seus membros.
Como profissional que há mais de 30 anos trabalha com o sofrimento humano para 
aprender e por aprender nos vários níveis de entendimento sobre a aprendizagem (seja 
escolar, ou qualquer outro tipo de aprendizagem ao longo da vida), tenho uma visão sis-
têmica sobre o fenômeno familiar, que basicamente é visto como um conjunto de relações 
que interagem entre si influenciando uns aos outros. A família não é apenas um conjunto de 
objetos introjetados, mas é uma matriz onde emergem dramas, tramas, traumas, segredos 
e mentiras, crenças e valores, sem contar com as exclusões conscientes e inconscientes 
que influenciam todas as pessoas envolvidas e que muitas vezes implicam questões gera-
cionais que seus membros carregam por anos e muitas vezes perdendo o seu significado 
original. Todos esses fatores podem influenciar na aprendizagem da criança, dificultando o 
seu desenvolvimento normal.
22UNIDADE I Família na Atualidade
Minha intenção com este artigo é também mostrar a importância da afetividade 
que circula dentro família e incluí-la numa avaliação mais cuidadosa sobre a família e as 
inúmeras implicações afetivas, observando como mais um dos elementos fundamentais 
das dificuldades de aprendizagem tanto das crianças e adolescentes quanto da própria 
família envolvida nesta dificuldade.
Penso que a família também tem uma modalidade de aprendizagem, tem uma 
forma específica de ver e apreender o mundo, de se relacionar com as pessoas, tem suas 
crenças e seus valores personalizados, entre outros fatores. É por isso que é importante a 
necessidade de um estudo mais aprofundado sobre esta instituição, para que o psicopeda-
gogo tenha mais um instrumento para avaliar e auxiliar a criança ou adolescente a aprender 
e a encontrar o prazer e a alegria da descoberta e da aprendizagem.
Cabe lembrar que este artigo não tem a pretensão de esgotar o assunto, mesmo 
porque ele é complexo e diversificado, mas que serve apenas como lembrete sobre a fa-
mília: ela é muito mais do que uma avaliação simplista. Vai além de apenas se responder 
a um questionário que muitas vezes o próprio psicopedagogo pode interpretar de forma 
distorcida devido à falta de um material mais adequado e de uma observação mais apurada 
sobre esta família. Temos que deixar de lado o “achismo” e o preconceito que muitas vezes 
temos inconscientemente, e, como profissionais, pesquisar e garimpar as “pérolas e os 
diamantes” escondidos em sentimentos como a vergonha, o medo, a carência, o abandono, 
a raiva, a mágoa e a revolta, acobertados pelo não saber individual e coletivo da família.
Mas o meu foco neste momento não é a formação de psicopedagogos com relação 
à família. Deixo apenas algumas perguntas para reflexão para quem se interessar pelo 
tema, por exemplo: de qual família estou falando quando penso e falo sobre ela? Da minha 
ou da família do meu cliente? Quais são minhas crenças com relação à família? Quais são 
os valores em que eu acredito? Será que não quero “padronizar” a família do meu cliente 
nas minhas próprias crenças e valores, ou dentro de crenças e valores de uma sociedade?
Dentro de uma vasta literatura sobre a família, notamos que este é um conceito que 
aparece e desaparece das teorias sociais e humanas de acordo com o momento histórico. 
Ora ela é enaltecida, ora é severamente criticada. Muitas vezes, é acusada como o início de 
todos os males da humanidade, especialmente apontada como repressora (e muitas vezes 
negligente ou permissiva demais com relação à sua prole) ou exaltada como provedora e 
promotora da proteção do corpo e da alma de todos os membros desta família.
23UNIDADE I Família na Atualidade
No nosso trabalho, para compreendermos a família, precisamos ir além do exa-
me de um dos seus elementos sozinho, ou apenas como produto da sociedade. É muito 
comum o encaminhamento da pessoa que está apresentando algum tipo de dificuldade 
e ignorar-se o restante da família, como se o indivíduo que está apresentando o sintoma 
vivesse isoladamente do resto da família e da comunidade de uma forma geral. Precisamos 
analisar todo o sistema familiar, social e escolar (em que chamo de sistema ecológico cada 
um destes agrupamentos) no qual ela está inserida para compreendermos não só este 
conjunto de pessoas, mas principalmente o elemento sintomático com sua função e papel 
dentro desta família, da escola e da comunidade.
Uma faceta do pensamento atual direciona o olhar sobre os efeitos ambientais no 
indivíduo. Até bem pouco tempo, a maioria das pesquisas sobre a família com crianças e/
ou adolescentes com dificuldades de aprendizagem focava com frequência apenas a mãe, 
às vezes os companheiros de brincadeiras e alguma estimulação com brinquedos, os pais 
e suas famílias extensas eram ignorados e até desprezados. E se observarmos o contexto 
familiar mais amplo, era normalmente em termos de status socioeconômico da família, 
em que os avós, tios e primos eram ignorados. Não descarto, em absoluto, este enfoque 
da relação da mãe com seu filho, principalmente as contribuições de Winnicott e de todos 
os teóricos que falam sobre esse tema mãe-bebê, apenas ampliou o olhar para além da 
relação mãe-bebê (que diga-se de passagem é importantíssima), para compreendermos 
de uma maneira mais ampla a função do não aprender desta criança. Advirto que isso 
é apenas um dos lados da nossa observação e não devemos descartar nenhuma das 
possibilidades teóricas e de observação de um fenômeno.
Fonte: Gasparian MCC. A família, a criança e uma visão psicopedagógica sistêmica. Rev. Psicope-
dagogia 2019;36. Disponível em: http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/613/a-familia--a-crianca-
-e-uma-visao-psicopedagogica-sistemica. Acesso em:31 ago. 2021.
24UNIDADE I Família na Atualidade
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Psicologia de Família: Teoria, Avaliação e Intervenção
Autor: Maycoln L. M. Teodoro (Autor), Makilim Nunes Baptista 
(Autor)
Editora: Artmed; 2ª edição
Sinopse: Diante das múltiplas configurações familiares presen-
tes no cenário social contemporâneo, torna-se cada vez mais 
importante o desenvolvimento de pesquisas que aprofundem a 
compreensão sobre as questões relacionadas ao casal e à família. 
Nesta 2ª edição revisada e ampliada, o leitor encontrará toda a 
pluralidade do campo das teorias de família. Entre os tópicos abor-
dados, destacam-se: panorama geral sobre famílias e casais no 
contexto brasileiro; programas de intervenção para treinamento de 
pais e para resolução de conflitos na conjugalidade; maus-tratos 
na infância, transtornos da aprendizagem, transtorno de déficit de 
atenção/hiperatividade e desenvolvimento vocacional de jovens; 
aspectos familiares referentes ao Judiciário e ao contexto social, 
como divórcio, suicídio, vulnerabilidade social, saúde psicossocial 
e diversidade sexual.
FILME / VÍDEO 
Título: Como nossos pais 
Ano: 2017
Sinopse: Conciliar maternidade, trabalho, família e casamento 
é um dos maiores desafios da mulher contemporânea e não é 
diferente com a protagonista de Como Nossos Pais. O longa foi o 
grande vencedor da 45ª edição do Festival de Cinema de Grama-
do e levou seis Kikitos, entre eles, melhor filme, melhor direção, 
melhor ator e melhor atriz. Interpretada por Maria Ribeiro, Rosa, 
a personagem central, começa a questionar diversos aspectos 
de sua vida depois de descobrir que o homem que a criou, na 
verdade, não é seu pai biológico. Rosa é uma mulher que almeja 
a perfeição como profissional, mãe, filha, esposa e amante. Filha 
de intelectuais e mãe de duas meninas pré-adolescentes, ela se 
vê pressionada pelas duas gerações que exigem que ela seja 
engajada, moderna e onipresente.
Link do vídeo: https://www.netflix.com/br/title/81044192
https://www.netflix.com/br/title/81044192
25
Plano de Estudo:
● O papel do Instituto Brasileiro de Direito de Família na atualidade;
● Tipos de Relação estabelecida entre a família e a escola.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar O papel do Instituto Brasileiro
 de Direito de Família na atualidade;
● Compreender os tipos de Tipos de Relação estabelecida
 entre a família e a escola.
UNIDADE II
Família e Escola
Professora Me. Greicy Juliana Moreira
26UNIDADE I Família na Atualidade 26UNIDADE II Família e Escola
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade II.
 Começamos aqui nossa jornada de conhecimentos sobre duas esferas que estão 
interligadas: escola e família, que possuem papel fundamental no processo educativo das 
crianças e adolescentes.
Em nossa viagem, teremos duas grandes paradas, as quais chamaremos de tópicos.
No tópico I, intitulado de “O papel do Instituto Brasileiro de Direito de Família na 
atualidade”, o percurso será direcionado para que você conheça o contexto histórico e 
social da entidade em questão. Além disso, serão disponibilizadas informações sobre a 
atuação dessa instituição no mundo corporativo e também na esfera familiar.
No tópico II, intitulado de “Relação estabelecida entre a família e a escola”, você 
será direcionado para um universo que merece atenção especial, pois nesses dois con-
textos em questão são essenciais para o processo de ensino-aprendizagem do aluno(a). 
Nesse momento, então, você compreenderá quais são os marcos da legislação educacio-
nal, que tratam da integração de agentes escolares, pais e/ou responsáveis. Na sequência, 
o diálogo será sobre as orientações dos especialistas para a configuração desse vínculo e 
como essa prática pode ser favorável para todos os envolvidos no processo educacional.
Assim, espero que você aproveite tanto esta viagem por mais esse mundo de novos 
conhecimentos e que tais aprendizados proporcionem a ampliação dos seus horizontes de 
expectativas. 
Muito obrigada e bom estudo!
27UNIDADE I Família na Atualidade 27UNIDADE II Família e Escola
1. O PAPEL DO INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO DE FAMÍLIA NA ATUALIDADE
Estudante(a), olá!
Seja muito bem vindo ao primeiro tópico da Unidade II, intitulado de “O papel do 
Instituto Brasileiro de Direito de Família na atualidade”.
O presente tópico tem como proposta possibilitar a aquisição de novos conheci-
mentos relacionados à esfera familiar compreendida como um sistema relacional dinâmico. 
Por isso, neste momento, convido você a embarcar em uma nova viagem que dis-
ponibilizará informações sobre o Instituto Brasileiro de Direito da Família, o qual dissemina 
informações relacionadas à organização familiar, contribuindo para uma visão abrangente e 
contemporânea do Direito das Famílias. Assim, para que você conheça e entenda melhor a 
função dessa entidade para a sociedade brasileira, serão apresentadas informações que 
vão desde a história da fundação, passando pela missão e visão, como também a efetivi-
dade da atuação profissional dessa instituição.
Então, venha comigo, embarque nessa nova viagem para ampliar seus horizontes 
sobre o assunto em questão.
Estudante, você já ouviu falar sobre o instituto em questão neste tópico?
O Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM é uma instituição jurídica 
não governamental, sem fins lucrativos, que desenvolve e divulga o conhecimento sobre o 
Direito das Famílias no Brasil. Além disso, ele atua como força representativa da sociedade 
no que diz respeito às suas relações e aspirações sociofamiliares. 
28UNIDADE I Família na Atualidade 28UNIDADE II Família e Escola
Na figura n.1 você pode conferir a missão dessa instituição, ou seja, a razão pela 
qual ela existe. Em outras palavras, seu foco de atuação. 
FIGURA 1 - MISSÃO DO INSTITUTO
Fonte: (IBDFAM, online).
Estudante, você sabe quando iniciou as atividades dessa instituição? 
O Instituto foi criado em 25 de outubro de 1997, em Belo Horizonte (MG), onde 
estabeleceu sede nacional. Além disso, possui filiais em todos os estados brasileiros e no 
Distrito Federal. Desde o início da sua atuação, a entidade centraliza suas forças para di-
vulgar informações que contribuam para o entendimento real da organização familiar atual 
(IBDFAM, online).
Dessa forma, constantemente, organiza eventos e cursos, seguindo as diretrizes 
institucionais, atuando como referência nacional, como exemplo, podemos elencar o Con-
gresso Brasileiro de Direito das Famílias e Sucessões do IBDFAM, pois é considerado o 
maior evento jurídico do calendário nacional. Na sua última edição, em 2019, reuniu mais 
de mil congressistas, em dois dias de evento. No ano de 2020, em virtude da pandemia, 
não foi possível haver edição (IBDFAM, online).
29UNIDADE I Família na Atualidade 29UNIDADE II Família e Escola
Concomitante aos eventos, atua também na área técnico-acadêmica, promovendo 
reciclagem e atualização dos profissionais do âmbito do Direito de Família por meio de suas 
publicações, como a Revista IBDFAM – Família e Sucessões; Revista Informativa IBDFAM; 
Boletim IBDFAM (newsletter semanal); Link IBDFAM (newsletter diária) e portal. Além 
disso, publica livros por meio da Editora IBDFAM: Tratado de Direito das Famílias 1ª, 2ª e 
3ª edições; Direito das Famílias e Sucessões – coletânea de artigos; e o último lançado, 
Famílias e Sucessões – Polêmicas, tendências e inovações (IBDFAM, online). Além disso, 
produz cursos de curta duração em sua plataforma de Ensino à Distância IBDFAM Educa-
cional e é correalizador de dois cursos de pós-graduação lato sensu (IBDFAM, online).
Segundo os dados publicados pela empresa, hoje, são mais de 17 mil associa-
dos inscritos, reunindo entre seus membros advogados, assistentes sociais, defensores 
públicos, desembargadores, promotores e procuradores de justiça, juízes, psicanalistas, 
psicólogos e estudantes; operadores do Direito no Brasil e no exterior (IBDFAM,online).
Em 2013, um fato de extrema importância elevou a importância dessa empresa, 
foi quando o Ministério da Justiça publicou a Portaria 2.134, no Diário Oficial da União, 
declarando a Utilidade Pública Federal do IBDFAM. Esse reconhecimento foi resultado dos 
inúmeros serviços de excelente qualidade realizados em prol da sociedade brasileira pelas 
associações e fundações constituídas no Brasil (IBDFAM, online).
Estudante, para ampliarmos os conhecimentos sobre o assunto em questão, cabe-nos 
agora, dialogarmos sobre o campo de atuação propriamente dito dessa entidade de renome.
Na esfera política, a empresa trabalha alinhada às demandas da sociedade brasileira 
na área de Direito de Família, com objetivo de conseguir amparar, orientar e ainda, promover 
situações de estudos e reflexões sobre as alterações na legislação (IBDFAM, online).
 Como resultado do excelente trabalho prestado à comunidade, hoje, a instituição é 
aceita como amicus curiae em relevantes causas do Direito de Família no Supremo Tribunal 
Federal (STF). Dentre suas atuantes participações do IBDFAM no Supremo destacam-se: a 
União Estável Homoafetiva ADI 4277/ADPF 132 (2011), Lei Maria da Penha ADC 19 (2012); 
alteração do nome de transexuais ADI 4275 (2018); concorrência sucessória de cônjuge e 
companheiro RE 878694 (2018); uniões paralelas/efeitos previdenciários RE 883168 (2018) 
e coexistência da filiação socioafetiva e biológica RE 898060 (2016) (IBDFAM, online).
Soma-se a esses fatos históricos a participação no julgamento da União Estável 
Homoafetiva. Nesse momento, o IBDFAM foi representado pela vice-presidente Maria 
Berenice Dias, juntamente com outras entidades, objetivando contribuir efetivamente para 
o reconhecimento de todas as formas de família (IBDFAM, online).
30UNIDADE I Família na Atualidade 30UNIDADE II Família e Escola
Outro momento de destaque na atuação política, foi quando a instituição propôs a 
Emenda Constitucional (PEC 33/2007) que alterava as condições para a decretação do di-
vórcio. Em 2010, a PEC foi aprovada no Congresso Nacional como Emenda Constitucional 
66/2010 que impôs o fim da separação de fato/judicial como condição para obtenção do 
divórcio. Além disso, eliminou prazos desnecessários e suprimiu a discussão da culpa pelo 
fim da conjugalidade (IBDFAM, online).
Acadêmico(a), diante do exposto, infere-se que o IBDFAM seja uma genuína fonte 
de saberes interdisciplinares relacionados à esfera da família, traduzindo a essência da 
família brasileira em toda sua diversidade e constantes mudanças. Assim, convido você 
a acessar a página da entidade para atualizar-se sobre os assuntos que permeiam os 
assuntos relativos ao contexto familiar.
SAIBA MAIS
Estudante, você sabia que a norma do CNJ que permite casamento civil homoafe-
tivo completa 8 anos?
Dados da Associação dos Notários e Registradores do Brasil – ANOREG, revelaram 
que, desde 2013 até abril do ano passado, foram registrados mais de 52 mil casamentos 
homoafetivos. Em 2020, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE consta-
tou um aumento de 61,7% no número de casamentos homoafetivos entre 2017 e 2018. 
O crescimento se manteve nos anos seguintes, segundo a ANOREG: em 2018, foram 
9,9 mil casamentos homoafetivos no Brasil; 2019 registrou 12,4 mil e, entre janeiro e 
abril de 2020, 2,6 mil.
De acordo com outro levantamento da ANOREG, feito exclusivamente para o site Uni-
versa, do Uol, entre 2011 e 2020, o número de registros de união estável de casais ho-
moafetivos passou de 1.531 para 2.125, e o de casamentos, de 3.700, para 8.472, um 
aumento de 28% e 138%. A maior alta foi em 2018, impulsionada pelo temor de que a 
vitória do então candidato à presidência Jair Bolsonaro resultasse em retrocessos para 
a população LGBTI. Na ocasião, registrou-se um aumento de 61% em relação a 2017.
Para ler a entrevista na íntegra, acesse: https://ibdfam.org.br/noticias/8487/Norma+-
do+CNJ+que+permite+casamento+civil+homoafetivo+completa+8+anos
Fonte: IBDFAM: Norma do CNJ que permite casamento civil homoafetivo completa 8 anos. Disponível 
em:<https://ibdfam.org.br/noticias/8487/Norma+do+CNJ+que+permite+casamento+civil+homoafetivo+-
completa+8+anos>. Acesso em: 15 de maio de 2021.
https://ibdfam.org.br/noticias/8487/Norma+do+CNJ+que+permite+casamento+civil+homoafetivo+completa+8+anos
https://ibdfam.org.br/noticias/8487/Norma+do+CNJ+que+permite+casamento+civil+homoafetivo+completa+8+anos
31UNIDADE I Família na Atualidade 31UNIDADE II Família e Escola
SAIBA MAIS
Acadêmico, no mês de maio de 2021, comemora-se uma década da decisão do Su-
premo Tribunal Federal – STF que reconheceu a união estável homoafetiva como enti-
dade familiar. O Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, representado pela 
vice-presidente nacional, Maria Berenice Dias, em conjunto com outras entidades com 
objetivo comum, contribuiu decisivamente para o reconhecimento legal dessas famílias 
durante o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF 
132 e da Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 4.277.
Em entrevista recente, a vice-presidente nacional do IBDFAM ressaltou que a decisão 
teve um enorme significado para um importante segmento da população, “que sempre 
foi invisibilizado, discriminado e nunca teve seus direitos reconhecidos - nem direitos 
pessoais e nem direitos referentes aos relacionamentos afetivos”.
A especialista frisou que a decisão foi especialmente significativa para o IBDFAM, ten-
do em vista que o Instituto sempre sustentou que é a natureza do vínculo que une as 
pessoas e permite que se qualifiquem como famílias, a ponto de se passar a falar em 
“Direito das Famílias” e não mais em “Direito de Família”. “Tanto que o IBDFAM estava 
lá. Atuou como amicus curiae, proferiu sustentação oral e festejou essa bela vitória”, 
lembra. “Talvez um dos maiores significados dessa decisão tenha sido o de assegurar à 
população LGBT o direito à felicidade, que para muitos significa o direito de ter os seus 
relacionamentos reconhecidos, poderem assumir obrigações e deveres de cuidado um 
para com o outro de uma maneira igualitária, sem qualquer diferenciação entre os vín-
culos heterossexuais ou heteroafetivos”, pontuou a advogada.
Para ler a entrevista na íntegra, acesse: https://ibdfam.org.br/noticias/8427
Fonte: IBDFAM: Reconhecimento das famílias homoafetivas pelo STF completa 10 anos; especialista 
aponta transformações ao longo da década. Disponível em: <https://ibdfam.org.br/noticias/8427>. Acesso 
em: 15 de maio de 2021.
https://ibdfam.org.br/noticias/8427
https://ibdfam.org.br/noticias/8427
32UNIDADE I Família na Atualidade 32UNIDADE II Família e Escola
2. TIPOS DE RELAÇÃO ESTABELECIDA ENTRE A FAMÍLIA E A ESCOLA
Acadêmico(a)!
Seja muito bem-vindo(a) ao segundo tópico da Unidade II, intitulado de “Tipos de 
Relação estabelecida entre a família e a escola”. 
É cada vez mais necessário o diálogo entre família e escola, por isso, faz-se neces-
sário dialogar sobre esse assunto com profissionais que estão ou estarão envolvidos nesse 
contexto. Soma-se a isso o fato de que os estudos sobre o assunto vislumbram as possíveis 
alternativas e modos de se compreender e lidar com o desenvolvimento dos alunos.
Então, nesse momento, os olhares estarão direcionados para esse dois universos: 
a família e a escola, esferas que estão relacionadas no contexto educacional. É válido 
ressaltar que trataremos aqui especialmente da educação escolar obrigatória, tendo o 
Estado a responsabilidade de oferta da educação básica e as famílias o dever de matricular 
e enviar seus filhos à escola.
Assim, nosso diálogo estará direcionado para conhecer como acontece a conexão 
entre a educação e a classe social, pois, muitas vezes, há conflito entre as finalidades 
socializadoras da escola (valores coletivos) e a educação familiar (valores individuais), ou 
seja, entre a organização da própria família com os objetivos da escola. Dessaforma, 
entenderemos as implicações dessa relação no processo de ensino- aprendizagem.
33UNIDADE I Família na Atualidade 33UNIDADE II Família e Escola
Para melhor entendimento sobre o assunto, o tópico em questão foi organizado 
da seguinte forma: primeiramente, trataremos sobre a instituição escolar, posteriormente, o 
objetivo será dialogar sobre a relação família-escola e, por fim, faremos uma reflexão sobre 
o impacto dessa relação para o processo de ensino-aprendizagem. 
Então, vamos lá, embarque comigo, nessa trilha de conhecimentos sobre a relação 
escola-família, uma aliança fundamental para o sucesso da aprendizagem. 
2.1 2.1 Instituição Escolar X Família
Estudante, você sabe qual é o papel da instituição escolar?
A instituição escolar é considerada uma das instituições mais importantes da socie-
dade, uma vez que, possui duas funções primordiais: socializar e democratizar o acesso ao 
conhecimento. Assim, promove o desenvolvimento de conhecimento, habilidades e valores 
necessários à socialização do indivíduo. Concomitantemente, precisa instruir e preparar os 
alunos para o mundo do trabalho. Somado a essas funções essenciais, a instituição escolar 
possibilita a construção da moral e ética dos alunos, mas sobretudo, tem o dever de trabalhar 
a formação humana. Além disso, realiza a mediação entre os alunos e os professores. 
Diante do exposto, infere-se que a educação abarca processos formativos amplos 
que se desenvolvem na convivência humana ao longo da vida.
Acadêmico(a) você sabe qual a importância da parceria família e escola?
A participação das famílias na vida escolar de seus filhos é de grande importância 
para o processo de aprendizagem. No contexto familiar as crianças/adolescentes são fi-
lhos, diferentemente no mundo escolar, elas são alunos. Essa transição de filho para aluno 
não é uma operação automática e, dependendo da distância entre o universo familiar e o 
escolar, ela pode ser traumática.
A escola auxilia na educação dos filhos fazendo escolarização, contudo, a tarefa 
de educação dos filhos é da família, em primeiro lugar, e do poder público em segundo. 
Já à escola cabe a escolarização do aluno(a), porém, se a família não cumprir com os 
dever de educar os filhos, a escola terá problemas, pois esse aluno(a), será indisciplinado, 
apresentará problemas de socialização, como também de identidade. Essa contextualiza-
ção dos fatos, reafirma a importância da parceria entre escolas e família. Nesse sentido, 
será função da escola direcionar e orientar os pais/responsáveis, porque muitos estudos 
apontam que muitos deles vivem uma relação de submissão com os filhos.
34UNIDADE I Família na Atualidade 34UNIDADE II Família e Escola
Por esses e muitos outros motivos, a interação entre escola-família é sugerida por 
diversas publicações técnicas, cartas e também, declarações internacionais resultantes de 
reuniões e conferências convocadas pela UNESCO, desde os anos 1980. Como exemplo, 
podemos relembrar as orientações da Declaração Mundial sobre Educação para Todos 
(JOMNTIEN,1990), reafirmada pela Conferência de Dacar (2000), ao colocar como meta 
até o ano de 2015 o atendimento das necessidades de aprendizado de todas as crianças, 
jovens e adultos em processo equitativo. O Brasil, é um país-membro da UNESCO, diante 
disso, por meio do Ministério da Educação, também renova, anualmente, este compromisso.
Caro(a) aluno(a), em posse dessa informação, cabe-nos agora entendermos o que 
diz a LDB sobre a participação da família na escola?
De acordo com as acepções da LDB, é função dos profissionais da educação pro-
mover o desenvolvimento da aprendizagem, contudo, a lei prevê também a ação integrada 
entre escolas com as famílias. Confira o que diz a legislação na íntegra (BRASIL, 1996):
“Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e 
as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: (...) VI – articular-se 
com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da 
sociedade com a escola; (...) 
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: (...) VI – colaborar com as ativida-
des de articulação da escola com as famílias e a comunidade. 
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do 
ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e 
conforme os seguintes princípios: (...) II – participação das comunidades 
escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”.
Aluno(a), já conhecemos as orientações da Declaração Mundial sobre Educação 
para Todos e da LDB, mas o que diz o ECA sobre a conexão entre a família e a escola?
Antes de dialogarmos sobre as diretrizes do ECA, que são regidas pela Lei nº 
8.069, de 13 de julho de 1990, é importante destacar que, em 2019 houve reformulação 
das diretrizes. A lei elevou a idade mínima para aprendizagem de 12 para 14 anos. Então, 
houve a ampliação da faixa etária da educação escolar obrigatória. Nesse sentido, está 
posto que é dever do Estado assegurar a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 
17 anos de idade, organizada da seguinte forma: pré-escola; ensino fundamental; ensino 
médio. Esse é um dado relevante para entendermos até qual idade a participação da família 
no processo de ensino-aprendizagem é primordial. Assim, infere-se que a presença efetiva 
dos pais na educação escolar dos filhos seja, pelo menos, até o final da educação básica.
Isso posto, vamos centralizar atenção para as informações disposta no ECA 
(BRASIL, 1990):
35UNIDADE I Família na Atualidade 35UNIDADE II Família e Escola
Capítulo IV – Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer.
● “Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno 
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e quali-
ficação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II – direito de ser respeitado por seus educadores; 
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias 
escolares superiores;
IV – direito de organização e participação em entidades estudantis;
V – acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. 
● Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do 
processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas 
educacionais. (...)
● Art. 55. Os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou 
pupilos na rede regular de ensino. 
● Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão 
ao Conselho Tutelar os casos de: 
I – maus-tratos envolvendo seus alunos; 
II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos 
 escolares; 
III – elevados níveis de repetência”
 
Uma revisão bibliográfica seletiva sobre o assunto aponta que o Plano de Metas 
Compromisso Todos pela Educação e o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE, 
2008) sugerem e reafirmam a importância da participação das famílias em prol de melhores 
resultados de aprendizagem na educação básica. Confira, então, na íntegra, no que se refere 
aos gestores e profissionais da educação, as diretrizes do Plano de Metas (PDE, 2008):
● XIX – divulgar na escola e na comunidade os dados relativos à área da edu-
cação, com ênfase no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb, 
referido no art. 3º;
● XX – acompanhar e avaliar, com participação da comunidade e do Conselho 
de Educação, as políticas públicas na área de educação e garantir condições, 
sobretudo institucionais, de continuidade das ações efetivas, preservando a 
memória daquelas realizadas; 
36UNIDADE I Família na Atualidade 36UNIDADE II Família e Escola
● XXI – zelar pela transparência da gestão pública na área da educação, garantindo o 
funcionamento efetivo, autônomo e articulado dos conselhos de controle social; (...)
● XXIV – integrar os programas da área da educação com osde outras áreas 
como saúde, esporte, assistência social, cultura, dentre outras, com vista ao 
fortalecimento da identidade do educando com sua escola;
● XXV – fomentar e apoiar os conselhos escolares, envolvendo as famílias dos edu-
candos, com as atribuições, dentre outras, de zelar pela manutenção da escola e 
pelo monitoramento das ações e consecução das metas do compromisso;
● XXVI – transformar a escola num espaço comunitário e manter ou recuperar 
aqueles espaços e equipamentos públicos da cidade que possam ser utilizados 
pela comunidade escolar”.
Ainda sobre essa questão, após as explicações do que dizem os documentos ofi-
ciais, é interessante tratar dos benefícios produzidos pela parceria entre família e escola. 
Especialistas na área apontam que essa interação promove o desenvolvimento do 
aluno(a), uma vez que isso possibilita que ele vivencie experiências educativas na escola 
e no convívio familiar. Para melhor entendimento, na figura n.2, apresentamos exemplos 
de benefícios produzidos a partir dessa conexão:
FIGURA 2 - BENEFÍCIOS ENTRE A CONEXÃO FAMÍLIA X ESCOLA
Fonte: (RESENDE, 2008)
 
37UNIDADE I Família na Atualidade 37UNIDADE II Família e Escola
Acadêmico(a), autores renomados que desenvolvem estudos sobre essa temática 
afirmam que o período entre os anos iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental é 
um momento de relação complicada entre pais e filhos. Pesquisas apontam que as famílias 
vão se afastando da escola conforme os filhos crescem. Isso pode ser explicado tanto pela 
fase da adolescência, quando os adolescentes estão em processo de mudança e afastam-se 
dos pais, como também, pela complexidade dos conteúdos escolares, nesse quesito o que se 
considera como fator determinante é a escolaridade dos pais (RESENDE, 2008). 
Diante do exposto, justifica-se a conexão entre família-escola, pois tal vínculo pode 
auxiliar as famílias na superação dessa lacuna.
REFLITA 
Estudante, como construir uma relação entre escola e família que favoreça a aprendiza-
gem das crianças e adolescentes?
Fonte: Autora (maio, 2021)
Acadêmico(a), vamos entender como construir essa ponte entre escola e família?
Na era da educação 4.0, da internet das coisas, onde tudo acontece no meio digital, 
conseguir manter uma relação satisfatória entre as duas esferas em questão nessa unidade 
é um desafio para a gestão escolar, pois cada vez mais as famílias estão sobrecarregadas 
de tarefas e não disponibilizam muito tempo para os assuntos relacionados à escola do 
filho(a). Estudos apontam que, na maioria das vezes, quando há uma interação entre as 
partes, ela é cordial e solidária.
Além disso, deve-se considerar que muitos problemas são originados por conta da 
influência da situação socioeconômica, da violência, das mudanças de costumes e isso 
reflete no comportamento e desempenho dos alunos. Por esse motivo, é interessante que 
as famílias acompanhem de perto todo o processo educacional dos filhos (PEREZ, 2007). 
Diante disso, autores renomados no assunto, sugerem que a gestão escolar pratique 
uma abordagem relacional entre educação, contexto social e familiar. Importante destacar 
que, nos processos de ensino-aprendizagem, a relação entre professor-aluno deve ser 
analisada de perto, pois, o tipo de relação existente também entre esses atores sociais, 
também reflete no desenvolvimento do educando (RESENDE, 2008; PEREZ, 2007). 
38UNIDADE I Família na Atualidade 38UNIDADE II Família e Escola
Nesse sentido, os especialistas na área apontam uma abordagem transversal com 
quatro tipos de intencionalidade interativa Fonte: (CASTRO; REGATTIERI, 2009).
● Educar as famílias; 
● Abrir a escola para participação familiar;
● Interagir com a família para melhorar os indicadores educacionais;
● Incluir o aluno e seu contexto;
Para exemplificar a aplicabilidade dessa abordagem transversal e intencional, 
apresentamos o quadro n1.
QUADRO 1 - 4 TIPOS DE INTENCIONALIDADE INTERATIVA
Foco Objetivos Estratégias Resultados
Educar as famílias Estabelecer espaço 
permanente 
de reflexão e 
construção sobre 
a importância da 
escola e da família 
na vida dos alunos. 
Conscientizar 
os responsáveis 
sobre seus papéis 
na educação dos 
filhos. Apresentar a 
proposta da escola.
Convite às famílias 
para assistirem a 
reuniões, palestras 
e festas na escola. 
Organização de 
encontros temáticos 
para ensinar às 
famílias como lidar 
com seus filhos.
Familiares 
frequentando a 
escola com mais 
assiduidade. 
Aumento da 
informação dos 
responsáveis em 
relação a diversos 
assuntos que tocam 
a vida familiar. Maior 
informação sobre a 
proposta e as regras 
da escola.
Abrir a escola para 
participação familiar
Fortalecer as 
condições para 
que as famílias 
participem da 
gestão da escola. 
Construir relação 
de colaboração das 
famílias no ambiente 
escolar, por meio 
do envolvimento 
voluntário dos 
responsáveis, em 
atividades da escola. 
Valorização da 
atuação dos 
representantes 
dos familiares nos 
conselhos escolares 
e outras instâncias 
deliberativas 
da escola. 
Envolvimento 
dos responsáveis 
em atividades 
para arrecadar 
recursos a serem 
aplicados na escola. 
Autorização de uso 
do espaço escolar 
para atividades 
de interesse da 
comunidade. 
Maior participação 
(quantidade e 
qualidade) dos 
responsáveis 
nas decisões 
pedagógicas da 
escola. Maior 
participação 
dos familiares 
e comunidade 
nos projetos da 
escola. Maior 
entrosamento entre 
pais e professores 
com consequente 
fortalecimento da 
comunidade escolar.
39UNIDADE I Família na Atualidade 39UNIDADE II Família e Escola
Interagir com 
a família para 
melhorar os 
indicadores 
educacionais
Reduzir as taxas 
de abandono e 
repetência dos 
alunos. Reduzir 
os episódios 
de indisciplina 
dos alunos. 
Conscientizar 
os familiares da 
importância de seu 
envolvimento para o 
sucesso escolar do 
aluno. 
Reuniões 
envolvendo pais, 
professores 
e gestores 
educacionais 
focadas na 
aprendizagem dos 
alunos. Discussão 
sobre os direitos 
e deveres dos 
responsáveis 
em relação à 
escolaridade 
dos filhos. Busca 
conhecer melhor 
a organização 
e condição 
das famílias – 
questionários e 
visitas domiciliares. 
Articulação com 
conselho tutelar 
para cuidar de casos 
de infrequência e 
evasão.
Maior clareza sobre 
os papéis familiares 
e escolares no 
apoio à vida escolar 
do aluno. Maior 
credibilidade do 
trabalho da escola 
pela comunidade 
escolar e do 
entorno. Melhora do 
índice de frequência 
e participação dos 
alunos na escola. 
Organização de 
serviços de apoio 
escolar aos alunos.
Incluir o aluno e seu 
contexto
Garantir aos alunos 
o direito a educação 
de qualidade e a 
salvo de toda forma 
de negligência e 
de discriminação. 
Promover ensino 
de qualidade, 
envolvendo a 
família no processo 
educativo.
Participação da 
rede de proteção 
social para ajudar 
no encaminhamento 
de problemas 
familiares dos 
alunos. Educadores 
são preparados 
para conhecer 
melhor as condições 
de vida de seus 
alunos por meio de 
uma aproximação 
da família (visita, 
questionário, 
entrevistas etc.). 
As práticas 
pedagógicas e 
de gestão escolar 
são revistas em 
reuniões periódicas 
que incluem o 
conhecimento 
adquirido sobre o 
contexto dos alunos.
Alunos, 
independente da 
condição familiar, 
com melhores 
condições de 
aprendizagem e 
proteção social. 
Políticas sociais 
mais coordenadas. 
Identificação 
de políticas 
necessárias e ainda 
inexistentes naquele 
território. Práticas 
pedagógicas e de 
gestão enriquecidas.
Fonte: (CASTRO; REGATTIERI, 2009).
40UNIDADE I Família na Atualidade 40UNIDADE II Família e Escola
Estudante, a classificação apresentada no Quadro n.1 tem por objetivo servir como 
parâmetro para o desenvolvimento da prática profissional, uma vez que sugere atividades 
de interação entre a escola-família. No entanto, ao disponibilizar esse material, entende-
mos que ele pode ser revisto e ampliado, como também, personalizado de acordo com as 
especificidades

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