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Psicopedagogia na Família: Abordagem Comportamental Professora Me. Greicy Juliana Moreira Reitor Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino Prof. Ms. Daniel de Lima Diretor Financeiro Prof. Eduardo Luiz Campano Santini Diretor Administrativo Prof. Ms. Renato Valença Correia Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Coord. de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONPEX Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza Coordenação Adjunta de Ensino Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo Coordenação Adjunta de Pesquisa Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Coordenação Adjunta de Extensão Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves Coordenador NEAD - Núcleo de Educação à Distância Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Web Designer Thiago Azenha Revisão Textual Beatriz Longen Rohling Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Kauê Berto Projeto Gráfico, Design e Diagramação André Dudatt 2021 by Editora Edufatecie Copyright do Texto C 2021 Os autores Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi- tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP M838p Moreira, Greicy Juliana Psicopedagogia na família: abordagem comportamental / Greicy Juliana Moreira. Paranavaí: EduFatecie, 2021. 97 p.: il. Color. 1. Psicologia educacional. 2. Psicologia da aprendizagem. 3. Psicoterapia familiar. 4. Crianças com distúrbio da aprendizagem – Relações com a família. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD: 23 ed. 370.1523 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333 Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Cândido Bertier Fortes, 2178, Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rodovia BR - 376, KM 102, nº 1000 - Chácara Jaraguá , Paranavaí, PR (44) 3045-9898 www.unifatecie.edu.br/site As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Shutterstock. AUTORA Greicy Juliana Moreira ● Mestre em Letras (UEM). ● Especialista em Língua Portuguesa - Teoria e Prática (América do Sul). ● Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional (Faculdade Maringá). ● Especialista em Educação Especial com Ênfase em Libras (Bom Bosco). ● Especialista em Educação Empreendedora (PUC - RJ). ● Especialista em Gestão de Pessoas (Faculdade Maringá). ● Licenciatura em Letras - Português. ● Segunda Licenciatura (Pedagogia - UniCesumar). ● Professora da Pós-Graduação (UniFCV). ● Tutora/Mediadora Pedagógica e de Pós-Graduação da (UniFCV). ● Professora conteudista na área de Educação (UniFCV/UNIFATECIE). ● Instrutora de cursos Técnicos e Profissionalizantes (SENAC - PR). ● Experiência na área de Educação há 13 anos (Educação Básica, Ensino Técnico, Superior e Pós-Graduação (presencial e à distância). Acesse meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/8929294723407914 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Acadêmico (a), Seja muito bem-vindo(a)! Vamos dar início a nossa trilha de aprendizagem. Aqui, vamos construir nosso conhecimento sobre os conceitos fundamentais relacionados à PSICOPEDAGOGIA NA FAMÍLIA: ABORDAGEM COMPORTAMENTAL. Na unidade I, denominada de “FAMÍLIA NA ATUALIDADE”, a ênfase será conhecer o percurso histórico do conceito de família e suas especificidades. Depois, vamos compreen- der como se estabeleceu a nova definição de família e sua função no contexto atual. Já na unidade II, denominada de “FAMÍLIA E ESCOLA ”, vamos ampliar nos- sos conhecimentos sobre os assuntos relacionados à importância da atuação familiar no contexto educacional. Além disso, vamos entender o papel da gestão na mediação do relacionamento entre a família e a comunidade escolar. Depois, na unidade III, intitulada de “PSICOPEDAGOGIA, FAMÍLIA E ESCOLA”, trataremos, especificamente, sobre a atuação do psicopedagogo nas relações da família e a escola. No decorrer da unidade vamos conhecer quais são as contribuições do atendimento psicopedagógico na superação dos obstáculos de aprendizagem. Para finalizar, na unidade IV, denominada de “RELAÇÕES INTERPESSOAIS”, nosso primeiro diálogo será sobre as relações interpessoais e suas influências no processo de aprendizagem escolar. Depois, vamos centralizar nosso estudo para entender as rela- ções interpessoais e a relação entre professor, aluno e psicopedagogo. Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta trilha de conhecimento e ampliar os horizontes sobre tantos assuntos abordados em nosso material. Desejo que os assuntos aqui disponibilizados contribuam efetivamente para o seu crescimento pessoal e profissional. Muito obrigada e bom estudo! SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 3 Família na Atualidade UNIDADE II ................................................................................................... 25 Família e Escola UNIDADE III .................................................................................................. 47 Psicopedagogia, Família e Escola UNIDADE IV .................................................................................................. 70 Relações Interpessoais 3 Plano de Estudo: ● Definições de Desenvolvimento histórico da família; ● Nova definição de família e sua função. Objetivos da Aprendizagem: ● Conhecer o conceito de família como sistema; ● Entender as mudanças e permanências da organização familiar ao longo do tempo. UNIDADE I Família na Atualidade Professora Me. Greicy Juliana Moreira 4UNIDADE I Família na Atualidade INTRODUÇÃO Acadêmico(a), olá! Seja muito bem-vindo à Unidade I, intitulada de “FAMÍLIA NA ATUALIDADE”. Aqui, nosso principal objetivo será dialogar sobre as mudanças e permanências das formas de organização familiar ao longo do tempo. Abordar tal assunto nos permitirá conhecer sobre como o sujeito, inserido no con- texto histórico e social promoveu mudanças e, ao longo do tempo, construiu história e transformou as organizações familiares. Entender essas transformações sociais nos fará refletir sobre as tradições e costumes familiares atuais, uma história de organização familiar que contribui para a história de todos. Soma-se a isso o fato de que porque as grandes consequências do conjunto de transformações da sociedade nesses últimos tempos atingiram diretamente a maneira como se compõem e convivem as famílias contemporâneas. Assim sendo, é importante ressaltar, que o assunto em questão é de extrema im- portância para todo o profissional que está inserido num contexto de ensino-aprendizagem, pois as grandes e profundas mudanças que acontecem na vida familiar, refletem na vida das crianças e dos jovens, tanto na esfera familiar, como também na educacional. Então, para desenvolver o conteúdo proposto, no tópico 1, intitulado de “Desen- volvimento histórico da família”, vamos conhecer algumas acepções do termo família. Na sequência, percorremos os caminhos históricos, que nos mostrarão a trajetória da cons- trução do conceito de família como sistema, e ainda, como foi constituída a organização familiar que conhecemos desde a infância. Posteriormente, no tópico 2, intitulado de “Nova definição de família e sua função”, a ideia central será identificar as características das diferentes configurações familiares e, por fim, apresentar informações sobre as estruturas edinâmicas familiares. Venha comigo, vamos percorrer novas trilhas de conhecimentos! 5UNIDADE I Família na Atualidade 1. DEFINIÇÕES DE DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA FAMÍLIA Estudante, olá! Seja muito bem-vindo(a) ao primeiro tópico da Unidade I, intitulado de “Definições do desenvolvimento histórico da família”. Dialogar sobre tal assunto é extremamente relevante para todo profissional que atua na área da educação, uma vez que, o contexto familiar e tudo o que ocorre nessa esfera, reflete na vida acadêmica do aluno(a), seja de forma positiva, como também negativamente. Diante disso, vamos, primeiramente, entender o conceito de família como sistema para depois, realizarmos uma viagem no tempo e entendermos essa evolução histórica, pois ao longo dos tempos, é sabido que tivemos mudanças significativas no que refere-se ao termo “família”. Então, venha comigo, embarque nessa trilha de novos conhecimentos. 1.1 A Evolução do conceito de “família” A origem da família faz parte da história da civilização, porque surgiu naturalmen- te, satisfazendo uma necessidade do ser humano em estabelecer relações afetivas de forma estável. 6UNIDADE I Família na Atualidade Segundo as acepções do dicionário Dicionário Houaiss, atualmente, o termo fa- mília é considerado como: Sf. Núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantêm entre si uma relação solidária; Grupo das pessoas que compartilham a mesma casa, especialmente os pais, filhos, irmãos etc; Pessoas que possuem relação de parentesco; Pessoas cujas relações foram estabelecidas pelo casamento, por filiação ou pelo processo de adoção, etc. (HOUAISS, 2016). Concomitantemente à primeira acepção do dicionário Houaiss, para a área da Sociologia, família significa a representação de uma união entre indivíduos unidos por afetividades como também, de parentesco (consanguíneo). Além disso, é entendida ainda como a primeira instituição responsável pela socialização dos indivíduos. Já a Antropologia, numa perspectiva social, considera a família como a instituição central dessa socialização, por isso, está intimamente conectada aos demais conceitos que fundamentam a sociedade, como por exemplo: ● Filiação, a relação de descendência; ● Fraternidade, relação com os outros em iguais condições; ● Conjugalidade, a associação entre dois membros da sociedade; ● Maternidade e paternidade, a capacidade de deixar descendentes e transmitir valores e construções sociais. A partir disso, a família torna-se a instituição social que origina todas as outras (Estado, religião, educação, etc.). Para a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002) o conceito de família não se limita aos laços sanguíneos, casamento, parceria sexual ou adoção. De acordo com as acepções da organização, todo grupo que tenha conexões pautadas na confiança mútua e ainda que possuam destino comum, precisa ser considerado como uma família. Acadêmico(a), mas como será que aconteceu a evolução do conceito de FAMÍLIA ? Para entendermos o que aconteceu, como ocorreram tais mudanças, faz-se necessário, conhecermos a origem da família segundo os aspectos históricos. No decorrer dos tempos, esse termo sofreu diversas alterações e novos significados foram atribuídos. Considerando todo o processo histórico de mudanças e acomodações do grupo familiar, ressalta-se que a ideia de família como uma matriz humana de identidade começou a ser constituída e consolidada a partir do Século XVI. 7UNIDADE I Família na Atualidade É válido ressaltar que o termo em questão tem origem no latim famulus, que era compreendido como o grupo de servos domésticos. Tal conceito, no Império Romano, de- signava a união entre duas pessoas e seus descendentes. Então, é a partir dessa época que iniciou a ideia matrimônio. Posteriormente, já na Idade Média, foi estabelecida a união matrimonial sacra- mentada na Igreja. Nessa época, a instituição familiar era regida pela ditadura do pai, ele possuía o poder de vida e de morte sobre os filhos, assim como vendê-los e até mesmo castigá-los com penas corporais. Diferentemente, a figura da mulher era de submissão ao marido, além disso, suas ações eram direcionadas apenas para os afazeres domésticos e a criação dos filhos, porque naquele tempo, a mulher não possuía direitos legais iguais aos homens (SANTANA, 2015). Esse acontecimento marca efetivamente a relação entre a Igreja e o Estado, pois, nesse momento, o conceito de família abrange todo o significado de matrimônio sagrado, indissolúvel e de perpetuação da espécie, a reprodução, crescer e multiplicar Então, com a ascensão do Cristianismo, a Igreja Católica tinha total poder de sacramento e do direito Canônico para regrar o casamento, o qual era considerado a única fonte do surgimento da família (SILVA ,2004). Nesse contexto, a ideia de família está vinculada à tradição, pois era composta por: pai, mãe e filhos, temos, então, a família patriarcal hierarquizada socialmente pela figura do homem. Nessa época, os laços biológicos eram fortalecidos, buscava-se o poder econômi- co, político e religioso em detrimento dos laços afetivos, conforme destaca a especialista no assunto: O elo familiar era voltado apenas para a coexistência, sendo imperioso para o “chefe” a manutenção da família como espelho de seu poder, como condu- tor ao êxito nas esferas política e econômica. Os casamentos e as filiações não se fundavam no afeto, mas na necessidade de exteriorização do poder, ao lado – e com a mesma conotação e relevância – da propriedade. [...] Os vínculos jurídicos e os laços de sangue eram mais importantes e prevaleciam sobre os vínculos de amor. O afeto, na concepção da família patriarcal, era presumido, tanto na formação do vínculo matrimonial e na sua manutenção como nas relações entre pais e filhos. Quando presente, não era exterioriza- do, o que levava a uma convivência formal, distante, solene, substanciada quase que unicamente numa coexistência diária (SILVA, 2004, p. 122 - 147). Durante a Idade Média, com a queda do Império Romano do Ocidente e a transição para a Idade Moderna, a figura da mãe, era oposto ao que vemos hoje. Ela dedicava-se aos filhos e à casa. Especialistas na área destacam que nesse momento, as relações afetivas com a criança eram superficiais, sem muitas demonstrações afetivas (SANTANA, 2015). 8UNIDADE I Família na Atualidade Mais tarde, na época da Revolução Francesa, período de intensa agitação política e social na França, houve a ascensão do casamento Laico, que surgiu com as ideias Ilu- ministas, quando os revolucionários propuseram a separação total da Igreja e do Estado. Especialistas no assunto afirmam que tal mudança é resultado de um processo histórico que a torna uma das formas possíveis de secularização nas sociedades modernas (SILVA, 2004). Porém, ainda nessa época, ainda prevalecia a típica família tradicionalista: patriarcal e constituída apenas a partir do casamento. Marido e mulher e filhos legítimos. No Brasil, na época do Império, apenas o casamento católico (in facie Ecclesiae) era conhecido, pois era essa a religião oficial do país. As normas reguladoras do casamen- to seguiam os ditames do Concílio de Trento de 1563 e das Constituições do Arcebispo da Bahia. No entanto, com o aumento da população em decorrência das imigrações alguns problemas aconteceram, uma vez que, pessoas de outras religiões eram impedidas de firmarem matrimônios, no país. Diante disso, houve intervenção do estado e a igreja cató- lica perdeu força e então novas modalidades matrimoniais começaram a ser praticadas: o casamento católico; o casamento misto (católico e acatólicos) e o casamento entre pessoas de seitas dissidentes, o que gera uma mistura de raças e culturas. Em virtude do exposto, por consequência da evolução social, o modelo de organiza- ção familiar deixou de ter um padrão único e correto. Isso justifica-se,porque as mudanças que ocorreram a partir do conjunto de valores e regras sociais, influenciaram diretamente no entendimento do papel dos indivíduos. Soma-se a isso a diversidade de papéis que foram atribuídos à família segundo as perspectivas, das mais variadas esferas sociais, como por exemplo, as ideológicas, religiosas, políticas, econômicas, jurídicas, dentre outras. Seguindo o fluxo das alterações econômicas, políticas e sociais, após a Revolução Industrial, uma nova configuração do termo “família” começa a surgir, em virtude de ter acontecido mudanças demográficas. É importante salientar que as relações familiares estão diretamente relacionadas aos diversos fatores decorrentes do contexto social que cada família está inserida.Diante de tal cenário, as famílias diminuíram, as mulheres conquistaram direitos, tornaram-se mais ativas e isso contribuiu para o empoderamento feminino, o que resultou em transformações culturais, consequentemente refletiu no núcleo familiar. A autêntica revolução de costumes que marcou os anos 1960 trouxe consigo a luta pela emancipação feminina MINUCHIN, 1990). Assim, aquela família tradicional composta pelo pai como chefe e provedor maior, mãe dona de casa e submissa e filhos padronizados foi deixando de existir. E muitos casais passaram a eleger a busca da felicidade como a principal razão para estarem juntos. Além disso, no século XXI, as questões relacionadas ao matrimônio e à reprodução perderam força e o fator determinante para a formação de uma unidade familiar torna-se o afeto ( MINUCHIN, 1990). 9UNIDADE I Família na Atualidade Uma revisão seletiva sobre o assunto aponta que, atualmente, a família é entendida como um sistema formado por um grupo de pessoas que possui trocas afetivas, materiais e de convivência. Além disso, é considerada como um sistema aberto de trocas mútuas, em constante transformação (CARTER, 1995; MINUCHIN, 1990). Na interpretação do assunto, infere-se que ao considerar a família enquanto sis- tema, significa reconhecer que cada uma tem suas particularidades e isso é consequência da organização que foi estabelecida ao longo do tempo, considerando todo o aspecto ideológico, histórico, cultural de crenças e valores, no qual ela esteve inserida. Diante do exposto, salientamos que a família enquanto sistema é entendida como uma unidade social dinâmica que vai se transformando ao longo do tempo. Portanto, caro(a) aluno(a), próximo tópico desta unidade, iremos dialogar sobre a configuração do conceito de família na atualidade. Até mais !!!! 10UNIDADE I Família na Atualidade REFLITA Estudante, conforme exposto no decorrer desta unidade, hoje, existem novas configu- rações familiares, que suscitam inúmeras discussões. A esse respeito, reflita: Na sua opinião, as relações conjugais que fogem ao tradicional podem ser consideradas familiares? Fonte: Produzido pela autora (2021). SAIBA MAIS Estudante, Você sabia que em 2015, foi votado pela Comissão Especial do Estatuto da Família, da Câmara dos Deputados, o conceito de família? Segundo o texto, a família brasileira é a “entidade familiar formada a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou de união estável, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus filhos”. Considerada excludente e discriminatória, a definição é desde então alvo de pro- testo por suprimir o direito de milhões de brasileiros que não se enquadram no conceito aprovado. O texto é também contraditório já que, em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável para casais do mesmo sexo. Fonte: Agência Câmara Notícias. Conceito de família como união entre homem e mulher é aprovado em comissão especial. Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/471290-conceito-de-familia-como- -uniao-entre-homem-e-mulher-e-aprovado-em-comissao-especial/. Acesso em: 14 maio. 2021. 11UNIDADE I Família na Atualidade 2. NOVA DEFINIÇÃO DE FAMÍLIA E SUA FUNÇÃO Estudante, olá! Seja bem-vindo ao segundo tópico da Unidade I, intitulado de “Nova definição de família e sua função”. Sabemos que a estrutura organizacional da família evoluiu, o conceito de família no século XXI teve novas configurações sociais, por isso, hoje, existem diferentes tipos de família, como também, novas formas de filiação. O conceito de família, está em destaque, uma vez que, por conta de toda sua evolução histórica e social, nesse momento, é um assunto muito discutido por diversos grupos/comunidades. Nas discussões sociais, de um lado estão aqueles que consideram a família como comunidade natural ou designada por Deus. Em oposição, estão os outros, os que entendem a família sob a perspectiva da diversidade. Assim, nesse tópico, nosso diálogo será direcionado para entender as mudanças ocorridas ao longo do tempo relacionadas à entidade familiar, considerada como uma das instituições mais antigas da humanidade. Para tanto, com intuito de organizar o conteúdo de uma forma didática, primeira- mente, vamos conversar sobre as diferentes configurações familiares. Posteriormente, vamos direcionar os nossos olhares para as diversas estruturas e dinâmicas familiares. Então, convido você, estudante, a embarcar nessa viagem pelo maravilhoso uni- verso familiar. Vamos lá! 12UNIDADE I Família na Atualidade 2.1 Diferentes configurações familiares A Família, enquanto sistema, teve como objetivo central o matrimônio e multiplica- ção da espécie, contudo, conforme dito anteriormente, ao longo do tempo, essa estrutura sofreu diversas alterações. O atual sistema jurídico que rege as questões familiares consta do Livro de Direi- to de Família, do Código Civil, concebido no final dos anos 60, muito antes das grandes mudanças provocadas pela Constituição de 1988. Naquela época, o modelo era a família patriarcal, constituída apenas pelo casamento. A desigualdade entre cônjuges e filhos era legitimada pela subsistência dos poderes marital e paternal. Mas a Constituição Cidadã inaugurou um paradigma familiar remodelado, seguindo as mudanças ocorridas na sociedade brasileira. Assim, com o objetivo de reunir num só instrumento legal toda a legislação referente à área do Direito de Família, além de mo- dernizá-la, foi instituído o Estatuto das Famílias, nele, constam as regras tanto do direito material como processual, para proporcionar às famílias brasileiras maior agilidade nas demandas jurídicas, rapidez essa indispensável quando se trata de direitos relacionados tão diretamente à vida das pessoas. Como exemplo de uma grande alteração do conceito e da organização familiar, atual, podemos citar a autorização expressa do casamento entre pessoas do mesmo sexo, de acordo com o Ato Normativo (Resolução nº 175 de 14/05/2013), um grande conquista. É válido destacar que tal situação há algumas décadas não seria possível, nem mesmo aceita pela sociedade. Contudo, no o Art. 1.723, do Código Civil (BRASIL, 1988), a estrutura familiar, união estável, só é reconhecida entre homem e mulher. Mas, na contramão, o Supremo Tribunal Federal - STF, é contrário a essa situação e, por isso, proibe a discrimi- nação de pessoas em razão do sexo. Acadêmico(a), Para ilustrar as atuais acepções do conceito de apresentarmos uma citação da Lei Maria da Penha (2006), a qual considera que a família é a “comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa”. Isso posto, infere-se que as novas configurações familiares não estão constituídas apenas pela genética, mas, sobretudo por meio de laços afetivos, uma vez que, na contem- poraneidade, o vínculo afetivo tem papel de destaque em diversas esferas, seja, familiar, social, como também na esfera jurídica. 13UNIDADE I Família na Atualidade Nessa linha de raciocínio, o conceito de configuração familiar diz respeito ao conjunto de indivíduosque compõem o núcleo familiar. Assim, é correto dizer que a configuração familiar é organizada por meio dos arranjos e disposições dos membros que compõem uma família. Sendo assim, na figura n.1, elencamos os tipos de configurações familiares mais comuns, de acordo com as considerações dos estudos sobre o assunto (MINUCHIN, 1990). FIGURA 1 - TIPOS DE CONFIGURAÇÕES FAMILIARES Fonte: adaptado de MINUCHIN, 1990. De acordo com o exposto, ao nos referirmos à família enquanto sistema, devemos considerar toda forma de constituição resultante de interações que constituem laços re- lacionais. Importante ressaltar que, as configurações formadas por recasamentos, uniões homoafetivas, paternidade ou maternidade socioafetivas convivem com o modelo tradicio- nal familiar. Além disso, apesar de não serem previstas em lei, as novas configurações são abrigadas pela Justiça. 14UNIDADE I Família na Atualidade Consoante a ideia apresentada sobre as novas configurações familiares, MINU- CHIN (1990), renomado especialista no assunto, reconhecido internacionalmente pelo ex- celente trabalho desenvolvido com terapia familiar, defende que a organização, a estrutura e os padrões de interação de uma família são responsáveis por selecionar e qualificar as experiências de seus membros. Prezado acadêmico(a), com intuito de colaborar com seu entendimento sobre o as- sunto, faz-se necessário, na sequência, dialogarmos sobre a estrutura e dinâmica familiar. 2.2 Estrutura e dinâmica familiar Estudante, após exposição das acepções que permeiam o termo e/ou configuração da “família”, agora, te convido a olhar para o assunto de acordo com a perspectiva rela- cional, que é composta por diversos subsistemas, como por exemplo, o conjugal, parental e fraternal. Importante ressaltar que nesse modelo organizacional, cada um dos seus membros desempenha diferentes funções e níveis de poder. Além disso, cada integrante familiar pode fazer parte de diferentes subsistemas e em cada um deles desempenhar diferentes funções. A partir do exposto, fica evidente que a estrutura familiar é formada por um conjunto de regras construídas ideológica e socialmente, que por vezes , determina os relaciona- mentos entre seus pares. Além disso, essa forma de constituição aponta o lugar que cada membro ocupa na esfera familiar, bem como o papel e/ou função desempenhada nesse contexto. Assim, são formadas as identidades e os tipos de relacionamentos que serão praticados ( MINUCHIN, 1990). Para exemplificar, na imagem n.2 apresentamos os diferentes tipos de subsistemas que configuram a estrutura familiar: FIGURA 2 - SUBSISTEMAS FAMILIARES Fonte: adaptado de Minuchin, 1990. 15UNIDADE I Família na Atualidade Na sequência para melhor entendimento do assunto, apresentamos as caracterís- ticas de cada subsistema: ► Conjugal: constituído por duas pessoas com objetivos correlatos que é formar uma família. Cada membro ocupa o seu lugar social e realiza suas funções de acordo com o estabelecido segundo as crenças, valores e ideologias que permeiam esse núcleo familiar (MINUCHIN, 1990). ► Parental: É configurado a partir do nascimento ou adoção do primeiro filho. Neste momento a relação conjugal abre espaço para um novo membro que será inserido no sistema familiar e precisará de nutrição e afeto. Diante desse novo fato, é necessário que haja apoio entre os pares, pois a rotina familiar terá mudanças significativas, então, adaptações precisarão ser feitas para atender as necessidades dos filhos(a). Com o decorrer do tempo, as mudanças serão internalizadas e a rotina se instaura novamente (MINUCHIN, 1990). ► Fraternal: Caracteriza-se pelo nascimento ou adoção de um ou mais irmãos, assim, possibilita que as crianças socializem e aprendam umas com as outras (MINUCHIN, 1990). A partir dessas informações, podemos compreender que para entendermos a es- trutura de uma família necessariamente implica em conhecer sua dinâmica. Coaduna-se com essas reflexões, o fato de que as posições e papéis assumidos na esfera familiar constituem toda dinâmica familia e os vínculos afetivos construídos ao longo da história familiar se expressam através da forma como se dá a interação e a comunicação familiar (MINUCHIN, 1990). Assim, com base nessas explicações e também de acordo com as acepções do Estatuto Familiar, que atualiza e moderniza a legislação brasileira sobre o Direito das Famílias, infere-se que as diversas entidades familiares existentes possuem a mesma dignidade, sendo que todas são merecedoras de igual tutela, sem hierarquia. Isso posto, agora, caro(a) aluno(a), vamos entender o que diz a legislação com relação à filiação. Segundo as acepções do Estatuto Familiar o termo “guarda” foi substituído por “convivência familiar”, admitida mesmo que não haja consenso entre os pais. 16UNIDADE I Família na Atualidade Sob termos técnico-jurídico, filiação é a relação de parentesco entre pessoas no primeiro grau, em linha reta. Sendo que, tal relação se estabelece entre uma pessoa e aqueles que a geraram, ou que a acolheram e criaram. No caso da filiação socioafetiva é considerada para sua constituição, a afetividade existente entre seus integrantes, diferente do que era na sociedade patriarcal, na qual a instituição familiar era constituída especialmente por razões econômicas. Um exemplo desse novo arranjo familiar, paternidade socioafetiva, acontece quando um filho é biologicamente concebido por um homem, ele tem direito ao sobrenome do pai, de receber verba alimentar, de desfrutar da sua companhia e de sucedê-lo depois que ele morre. Porém, às vezes, pode surgir com situação, ou seja, o filho começa a conviver com o companheiro da mãe e o vê como um segundo pai. Numa situação como essa, de acordo com o especialista Luiz Fer- nando Valladão Nogueira, advogado, a Constituição não aceita distinções quanto à origem da paternidade e conclui que ambas são válidas e podem coexistir (VALLADÃO, 2014). Nesse sentido, aqui é válido o Princípio da Dignidade, um dos norteadores da Constituição Federal. Dessa forma, à entidade familiar foi atribuída uma concepção que objetiva a realização do ser humano. Para ilustrar tal informação, destacamos um princípio constitucional que assegura o direito à interação e convivência afetiva: o Princípio da Convivência Familiar: Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à digni- dade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1988). Na interpretação da legislação, infere-se que a filiação socioafetiva, se baseia no Princípio da afetividade, contudo, mesmo não estando explícito, como também previsto juridicamente, é extremamente importante e deve ser conectado ao princípio da dignidade da pessoa humana. Assim sendo, existe muito espaço também para a diversidade, pois os novos arran- jos familiares que envolvem filhos de outros casamentos e são formados por laços de afeto e afinidade redesenham as responsabilidades de cada um no novo núcleo de convivência. Em suma, as diversas mudanças nas configurações familiares, atualmente, expõe as crianças a situações de confusão, uma mistura de afetos entrelaçada à diversidade de papéis e funções desempenhadas no contexto familiar. Diante disso, há, muitas, vezes necessidade de intervenção psicológica e psicopedagógica que auxiliem na superação das adversidades cotidianas. Caro (a) aluno, isso posto, chegamos ao fim desse tópico, no qual dialogamos e refletimos sobre as diversas configurações familiares na contemporaneidade. Até mais!!! 17UNIDADE I Família na Atualidade SAIBA MAIS Acadêmico(a), você sabia que o Dia Internacional da Famíliaé celebrado no dia 15 de maio. Esse dia foi definido em 20 de setembro de 1993, em deliberação da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Desde então, no dia 15 de maio, sempre há, em várias partes do mundo, conferências e celebrações para discutir e tra- çar projetos para o futuro da instituição familiar. Essa data contempla a evolução do conceito de família nas últimas décadas. Fonte: IBDFAM (online). SAIBA MAIS O que significa família? Dicionário Houaiss lançou, em 2016, uma campanha para que as pessoas enviarem suas próprias definições com intuito de atualizar o verbete “Núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantêm entre si uma relação solidária”. Esse é o conceito da palavra família segundo o Dicionário Houaiss. A nova definição surgiu após a campanha #TodasAsFamílias, promovida pela agência NBS com o Grande Dicionário Houaiss, que recebeu mais de 3 mil sugestões de texto sobre o conceito de família “sem preconceito ou limitações”. “E para você, o que é família?”. Esta era a pergunta feita pelo Houaiss durante a cam- panha, que foi uma reação ao conceito de família contido no projeto de lei conhecido como Estatuto da Família, aprovado em comissão especial da Câmara dos Deputados, em 2015. Segundo o estatuto, família é “o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comu- nidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”. De acordo com o diretor do Instituto Antônio Houaiss e coautor do Grande Dicionário Houaiss, Mauro Villar, o Instituto aceitou a proposta por seu interesse e pelo valor huma- nitário de dar voz a pessoas e grupos. A campanha contou com o apoio da Associação Brasileira de Famílias Homoafetivas (Abrafh) e da Coordenadoria Especial da Diversi- dade Sexual da Prefeitura do Rio de Janeiro. 18UNIDADE I Família na Atualidade “A iniciativa do Houaiss é verdadeiramente fantástica”, diz a advogada Marianna Cha- ves, diretora nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM). “Vivemos um momento turbulento no Brasil. Temos um Congresso Nacional tomado por funda- mentalistas religiosos e o nefasto Estatuto da Família - que não se deve confundir com o Estatuto das Famílias, de autoria do IBDFAM - representa um perigo”, afirma. Para ela, o PL Estatuto da Família tenta anular os avanços alcançados com reconheci- mento do pluralismo familiar, mormente em relação às famílias homoafetivas. “Portanto, ter uma definição ampla, em uma publicação como Houaiss, tem um efeito simbólico glorioso. O dicionário reflete aquilo que é reconhecido no meio social. Se o Legislativo teima em não querer aceitar a pluralidade familiar, a sociedade já deu a sua resposta, que passou a estar inscrita no mais completo dicionário do nosso país”, diz. Segundo a advogada, a definição trazida pelo Houaiss prestigiou as famílias tradicionais e abriu espaço para outras, colocando a tônica no afeto e na solidariedade. “O sangue e a filiação natural não são as únicas fontes de relações familiares. E vou mais longe: o sangue não é (e nem nunca foi) um elemento sumo e onipotente que afiance uma ge- nuína relação de família, mormente as relações de filiação”. A conceituação do Houaiss é inédita. Mas, outros dicionários, como o Priberam, de Portugal, e o da Real Academia Española, também não fazem referência a gênero, explica Marianna Chaves. “Não falam pai e mãe, homem e mulher. Falam em pais que vivem com os filhos; pessoas aparentadas que vivem juntas; conjunto de ascendentes, descendentes, colaterais e afins; pessoas que vivem na mesma casa. O dicionário es- panhol traz um significado que diz: ‘personas consideradas por amistad o trato’. Talvez aí encontremos o traço mais perceptível do afeto: aquelas que se consideram família amizade ou por tratamento, para aquele dicionário, são família”. O Dicionário de Direito de Família e Sucessões – Ilustrado – livro do advogado Rodrigo da Cunha Pereira, presidente nacional do IBDFAM, conceitua mais de trinta modelos de família. Para ele, a revolução silenciosa que a família, com seus novos arranjos, vem provo- cando é a grande questão política da contemporaneidade. “A luta por um país melhor só tem sentido se o sujeito tiver autonomia privada e tiver a liberdade de estabelecer seus laços conjugais como bem lhe aprouver. A história e a política, hoje, se escrevem e se inscrevem a partir da vida privada, que começa e termina na família. E assim a vida privada e, portanto, a família, tornou-se a principal razão política dos Estados democrá- ticos contemporâneos”, reflete. Fonte: IBDFAM. Instituto Brasileiro de Direito da Família. Dicionário reformula conceito de família.Disponí- vel em: https://ibdfam.org.br/noticias/5990/Dicion%C3%A1rio+reformula+conceito+-de+f. Acesso em: 11 de maio de 2021. 19UNIDADE I Família na Atualidade SAIBA MAIS Você sabe o que é Multiparentalidade? A filiação construída pelo afeto? Quando Bruna chamou a avó de mãe pela primeira vez, deveria ter seus 2 anos e meio. Os pais de Bruna se separaram quando esta tinha por volta de um ano e meio, e, por pensar ser o melhor para a criança na época, a mãe biológica a deixou morar com os avós, também consentindo o pai biológico. Assim, os vínculos com os pais biológicos foram mantidos, e a criança “adotou” os avós como pais, chamando os quatro (pai, mãe, avô e avó) de pai e mãe. No início, para distingui-los, era papai o avô e mãe a avó, e pai e mãe os pais biológicos. Porém, na adolescência, eram todos pai e mãe. E assim é até hoje, contando ela com 28 anos. Desta forma, este é um exemplo de situação socioafetiva, haja vista que a relação so- cioafetiva entre avós e netos é comum! Ou seja, muito mais comum do que se imagina por esse “Brasilzão” afora. Sendo assim, havendo o vínculo de filiação, poderá ser re- conhecida a filiação afetiva! Na verdade, coexistindo vínculos parentais afetivos e biológicos ou apenas afetivos, é uma obrigação reconhecê-los. É que, não há outra forma de preservar os direitos funda- mentais de todos os envolvidos, sobretudo no que diz respeito à dignidade e à afetivida- de. Esta é uma realidade que a Justiça já começou a admitir. Embora não exista lei prevendo a possibilidade do registro de uma pessoa em nome de mais de dois genitores, não há proibição. Nesse âmbito, o direito acompanha as rápidas mudanças da sociedade, e a entidade fami- liar nos dias de hoje não está mais limitada às questões biológicas. O vínculo afetivo ampliou o conceito de paternidade, trazendo grande avanço nas questões de direito de família. Por isso, com as constantes mudanças nas interpretações, devemos acompanhá-las de perto, para que possamos resguardar o melhor direito aos nossos clientes! Como visto no recente julgamento do Supremo Tribunal Federal. Fonte: OLIVEIRA, Gisele. Você sabe o que é Multiparentabilidade? A filiação construída pelo afeto? Dis- ponível em: https://lucenatorres.jusbrasil.com.br/artigos/698158427/voce-sabe-o-que-e-multiparentabili- dade-a-filiacao-construida-pelo-afeto. Acesso em: 11 de maio de 2021. 20UNIDADE I Família na Atualidade CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a), Chegamos ao final da Unidade I, a qual teve por objetivo principal apresentar co- nhecimentos sobre o funcionamento das famílias enquanto sistemas relacionais dinâmicos e em constante transformação. Aquele modelo de família tradicional, no qual o pai era o provedor, a mãe estereoti- pada à função de dona de casa, cuidando dos filhos, está em extinção e abrindo espaço para novos modelos familiares que desafiam a flexibilidade e a criatividade de seus integrantes. Importante entendermos que os mais variados arranjos familiares da contempora- neidade vão além do matrimônio, pois há união estável entre pessoas do mesmo sexo ou não, famílias monoparentais, adoções e a comprovação de paternidade, que refletem as mais diversas formasde relação familiar. Diante disso, nesse contexto atual, o que está em evidência é a configuração afetiva, que sobressai às demais definições do conceito de família. À guisa de conclusão dessa Unidade, ressalto que as informações aqui comparti- lhadas não esgotam o assunto, visto que visto que esse é um tema vasto, muito complexo, e ainda, que dispõe de muitas literaturas e estudos publicados. Assim sendo, desejo ter contribuído significativamente tanto para o seu conhecimento e crescimento pessoal, quan- to para o desenvolvimento da sua prática profissional. Uma braço!!! 21UNIDADE I Família na Atualidade LEITURA COMPLEMENTAR A FAMÍLIA, A CRIANÇA E UMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA SISTÊMICA Este artigo aborda a questão da família e suas implicações nos processos de aprendizagem de todos os seus membros. Através de uma visão histórica é mostrado como a família se organizou ao longo do tempo até a contemporaneidade. Pontua a função e o papel de cada elemento na organização familiar e a sua importância na formação e desenvolvimento da criança e do adolescente, assim como sugere mais uma opção para o olhar e para a escuta do psicopedagogo ao elemento com dificuldades de aprendizagem e suas relações familiares. INTRODUÇÃO Os pais inconscientemente deixam a seu filho a carga de refazer sua história, mas refazê-la de tal maneira que nada deveria mudar, apesar de tudo. O paradoxo em que a criança está presa produz logo efeitos violentos; com efeito, raramente há oportunidade de que a criança se realize em seu próprio nome. (Maud Mannoni apud Fernández). Começo este artigo sobre a Família com o olhar voltado para as dificuldades de aprendizagem, com as palavras de Mannoni, pois elas representam muito bem como as famílias, na maioria das vezes, se organizam. Algumas crianças transitam muito bem com essas demandas, outras nem tanto. E talvez sejam essas as crianças que poderão apresentar algum tipo de sintoma que muitas vezes aparece nas diversas modalidades de aprendizagem escolar. Sabemos que sintomas são uma espécie de denúncia, e é para essa questão que nosso olhar deve estar focado, porém, a família como grupo, exerce uma grande influência sobre todos os seus membros. Como profissional que há mais de 30 anos trabalha com o sofrimento humano para aprender e por aprender nos vários níveis de entendimento sobre a aprendizagem (seja escolar, ou qualquer outro tipo de aprendizagem ao longo da vida), tenho uma visão sis- têmica sobre o fenômeno familiar, que basicamente é visto como um conjunto de relações que interagem entre si influenciando uns aos outros. A família não é apenas um conjunto de objetos introjetados, mas é uma matriz onde emergem dramas, tramas, traumas, segredos e mentiras, crenças e valores, sem contar com as exclusões conscientes e inconscientes que influenciam todas as pessoas envolvidas e que muitas vezes implicam questões gera- cionais que seus membros carregam por anos e muitas vezes perdendo o seu significado original. Todos esses fatores podem influenciar na aprendizagem da criança, dificultando o seu desenvolvimento normal. 22UNIDADE I Família na Atualidade Minha intenção com este artigo é também mostrar a importância da afetividade que circula dentro família e incluí-la numa avaliação mais cuidadosa sobre a família e as inúmeras implicações afetivas, observando como mais um dos elementos fundamentais das dificuldades de aprendizagem tanto das crianças e adolescentes quanto da própria família envolvida nesta dificuldade. Penso que a família também tem uma modalidade de aprendizagem, tem uma forma específica de ver e apreender o mundo, de se relacionar com as pessoas, tem suas crenças e seus valores personalizados, entre outros fatores. É por isso que é importante a necessidade de um estudo mais aprofundado sobre esta instituição, para que o psicopeda- gogo tenha mais um instrumento para avaliar e auxiliar a criança ou adolescente a aprender e a encontrar o prazer e a alegria da descoberta e da aprendizagem. Cabe lembrar que este artigo não tem a pretensão de esgotar o assunto, mesmo porque ele é complexo e diversificado, mas que serve apenas como lembrete sobre a fa- mília: ela é muito mais do que uma avaliação simplista. Vai além de apenas se responder a um questionário que muitas vezes o próprio psicopedagogo pode interpretar de forma distorcida devido à falta de um material mais adequado e de uma observação mais apurada sobre esta família. Temos que deixar de lado o “achismo” e o preconceito que muitas vezes temos inconscientemente, e, como profissionais, pesquisar e garimpar as “pérolas e os diamantes” escondidos em sentimentos como a vergonha, o medo, a carência, o abandono, a raiva, a mágoa e a revolta, acobertados pelo não saber individual e coletivo da família. Mas o meu foco neste momento não é a formação de psicopedagogos com relação à família. Deixo apenas algumas perguntas para reflexão para quem se interessar pelo tema, por exemplo: de qual família estou falando quando penso e falo sobre ela? Da minha ou da família do meu cliente? Quais são minhas crenças com relação à família? Quais são os valores em que eu acredito? Será que não quero “padronizar” a família do meu cliente nas minhas próprias crenças e valores, ou dentro de crenças e valores de uma sociedade? Dentro de uma vasta literatura sobre a família, notamos que este é um conceito que aparece e desaparece das teorias sociais e humanas de acordo com o momento histórico. Ora ela é enaltecida, ora é severamente criticada. Muitas vezes, é acusada como o início de todos os males da humanidade, especialmente apontada como repressora (e muitas vezes negligente ou permissiva demais com relação à sua prole) ou exaltada como provedora e promotora da proteção do corpo e da alma de todos os membros desta família. 23UNIDADE I Família na Atualidade No nosso trabalho, para compreendermos a família, precisamos ir além do exa- me de um dos seus elementos sozinho, ou apenas como produto da sociedade. É muito comum o encaminhamento da pessoa que está apresentando algum tipo de dificuldade e ignorar-se o restante da família, como se o indivíduo que está apresentando o sintoma vivesse isoladamente do resto da família e da comunidade de uma forma geral. Precisamos analisar todo o sistema familiar, social e escolar (em que chamo de sistema ecológico cada um destes agrupamentos) no qual ela está inserida para compreendermos não só este conjunto de pessoas, mas principalmente o elemento sintomático com sua função e papel dentro desta família, da escola e da comunidade. Uma faceta do pensamento atual direciona o olhar sobre os efeitos ambientais no indivíduo. Até bem pouco tempo, a maioria das pesquisas sobre a família com crianças e/ ou adolescentes com dificuldades de aprendizagem focava com frequência apenas a mãe, às vezes os companheiros de brincadeiras e alguma estimulação com brinquedos, os pais e suas famílias extensas eram ignorados e até desprezados. E se observarmos o contexto familiar mais amplo, era normalmente em termos de status socioeconômico da família, em que os avós, tios e primos eram ignorados. Não descarto, em absoluto, este enfoque da relação da mãe com seu filho, principalmente as contribuições de Winnicott e de todos os teóricos que falam sobre esse tema mãe-bebê, apenas ampliou o olhar para além da relação mãe-bebê (que diga-se de passagem é importantíssima), para compreendermos de uma maneira mais ampla a função do não aprender desta criança. Advirto que isso é apenas um dos lados da nossa observação e não devemos descartar nenhuma das possibilidades teóricas e de observação de um fenômeno. Fonte: Gasparian MCC. A família, a criança e uma visão psicopedagógica sistêmica. Rev. Psicope- dagogia 2019;36. Disponível em: http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/613/a-familia--a-crianca- -e-uma-visao-psicopedagogica-sistemica. Acesso em:31 ago. 2021. 24UNIDADE I Família na Atualidade MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Psicologia de Família: Teoria, Avaliação e Intervenção Autor: Maycoln L. M. Teodoro (Autor), Makilim Nunes Baptista (Autor) Editora: Artmed; 2ª edição Sinopse: Diante das múltiplas configurações familiares presen- tes no cenário social contemporâneo, torna-se cada vez mais importante o desenvolvimento de pesquisas que aprofundem a compreensão sobre as questões relacionadas ao casal e à família. Nesta 2ª edição revisada e ampliada, o leitor encontrará toda a pluralidade do campo das teorias de família. Entre os tópicos abor- dados, destacam-se: panorama geral sobre famílias e casais no contexto brasileiro; programas de intervenção para treinamento de pais e para resolução de conflitos na conjugalidade; maus-tratos na infância, transtornos da aprendizagem, transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e desenvolvimento vocacional de jovens; aspectos familiares referentes ao Judiciário e ao contexto social, como divórcio, suicídio, vulnerabilidade social, saúde psicossocial e diversidade sexual. FILME / VÍDEO Título: Como nossos pais Ano: 2017 Sinopse: Conciliar maternidade, trabalho, família e casamento é um dos maiores desafios da mulher contemporânea e não é diferente com a protagonista de Como Nossos Pais. O longa foi o grande vencedor da 45ª edição do Festival de Cinema de Grama- do e levou seis Kikitos, entre eles, melhor filme, melhor direção, melhor ator e melhor atriz. Interpretada por Maria Ribeiro, Rosa, a personagem central, começa a questionar diversos aspectos de sua vida depois de descobrir que o homem que a criou, na verdade, não é seu pai biológico. Rosa é uma mulher que almeja a perfeição como profissional, mãe, filha, esposa e amante. Filha de intelectuais e mãe de duas meninas pré-adolescentes, ela se vê pressionada pelas duas gerações que exigem que ela seja engajada, moderna e onipresente. Link do vídeo: https://www.netflix.com/br/title/81044192 https://www.netflix.com/br/title/81044192 25 Plano de Estudo: ● O papel do Instituto Brasileiro de Direito de Família na atualidade; ● Tipos de Relação estabelecida entre a família e a escola. Objetivos da Aprendizagem: ● Conceituar e contextualizar O papel do Instituto Brasileiro de Direito de Família na atualidade; ● Compreender os tipos de Tipos de Relação estabelecida entre a família e a escola. UNIDADE II Família e Escola Professora Me. Greicy Juliana Moreira 26UNIDADE I Família na Atualidade 26UNIDADE II Família e Escola INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade II. Começamos aqui nossa jornada de conhecimentos sobre duas esferas que estão interligadas: escola e família, que possuem papel fundamental no processo educativo das crianças e adolescentes. Em nossa viagem, teremos duas grandes paradas, as quais chamaremos de tópicos. No tópico I, intitulado de “O papel do Instituto Brasileiro de Direito de Família na atualidade”, o percurso será direcionado para que você conheça o contexto histórico e social da entidade em questão. Além disso, serão disponibilizadas informações sobre a atuação dessa instituição no mundo corporativo e também na esfera familiar. No tópico II, intitulado de “Relação estabelecida entre a família e a escola”, você será direcionado para um universo que merece atenção especial, pois nesses dois con- textos em questão são essenciais para o processo de ensino-aprendizagem do aluno(a). Nesse momento, então, você compreenderá quais são os marcos da legislação educacio- nal, que tratam da integração de agentes escolares, pais e/ou responsáveis. Na sequência, o diálogo será sobre as orientações dos especialistas para a configuração desse vínculo e como essa prática pode ser favorável para todos os envolvidos no processo educacional. Assim, espero que você aproveite tanto esta viagem por mais esse mundo de novos conhecimentos e que tais aprendizados proporcionem a ampliação dos seus horizontes de expectativas. Muito obrigada e bom estudo! 27UNIDADE I Família na Atualidade 27UNIDADE II Família e Escola 1. O PAPEL DO INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO DE FAMÍLIA NA ATUALIDADE Estudante(a), olá! Seja muito bem vindo ao primeiro tópico da Unidade II, intitulado de “O papel do Instituto Brasileiro de Direito de Família na atualidade”. O presente tópico tem como proposta possibilitar a aquisição de novos conheci- mentos relacionados à esfera familiar compreendida como um sistema relacional dinâmico. Por isso, neste momento, convido você a embarcar em uma nova viagem que dis- ponibilizará informações sobre o Instituto Brasileiro de Direito da Família, o qual dissemina informações relacionadas à organização familiar, contribuindo para uma visão abrangente e contemporânea do Direito das Famílias. Assim, para que você conheça e entenda melhor a função dessa entidade para a sociedade brasileira, serão apresentadas informações que vão desde a história da fundação, passando pela missão e visão, como também a efetivi- dade da atuação profissional dessa instituição. Então, venha comigo, embarque nessa nova viagem para ampliar seus horizontes sobre o assunto em questão. Estudante, você já ouviu falar sobre o instituto em questão neste tópico? O Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM é uma instituição jurídica não governamental, sem fins lucrativos, que desenvolve e divulga o conhecimento sobre o Direito das Famílias no Brasil. Além disso, ele atua como força representativa da sociedade no que diz respeito às suas relações e aspirações sociofamiliares. 28UNIDADE I Família na Atualidade 28UNIDADE II Família e Escola Na figura n.1 você pode conferir a missão dessa instituição, ou seja, a razão pela qual ela existe. Em outras palavras, seu foco de atuação. FIGURA 1 - MISSÃO DO INSTITUTO Fonte: (IBDFAM, online). Estudante, você sabe quando iniciou as atividades dessa instituição? O Instituto foi criado em 25 de outubro de 1997, em Belo Horizonte (MG), onde estabeleceu sede nacional. Além disso, possui filiais em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Desde o início da sua atuação, a entidade centraliza suas forças para di- vulgar informações que contribuam para o entendimento real da organização familiar atual (IBDFAM, online). Dessa forma, constantemente, organiza eventos e cursos, seguindo as diretrizes institucionais, atuando como referência nacional, como exemplo, podemos elencar o Con- gresso Brasileiro de Direito das Famílias e Sucessões do IBDFAM, pois é considerado o maior evento jurídico do calendário nacional. Na sua última edição, em 2019, reuniu mais de mil congressistas, em dois dias de evento. No ano de 2020, em virtude da pandemia, não foi possível haver edição (IBDFAM, online). 29UNIDADE I Família na Atualidade 29UNIDADE II Família e Escola Concomitante aos eventos, atua também na área técnico-acadêmica, promovendo reciclagem e atualização dos profissionais do âmbito do Direito de Família por meio de suas publicações, como a Revista IBDFAM – Família e Sucessões; Revista Informativa IBDFAM; Boletim IBDFAM (newsletter semanal); Link IBDFAM (newsletter diária) e portal. Além disso, publica livros por meio da Editora IBDFAM: Tratado de Direito das Famílias 1ª, 2ª e 3ª edições; Direito das Famílias e Sucessões – coletânea de artigos; e o último lançado, Famílias e Sucessões – Polêmicas, tendências e inovações (IBDFAM, online). Além disso, produz cursos de curta duração em sua plataforma de Ensino à Distância IBDFAM Educa- cional e é correalizador de dois cursos de pós-graduação lato sensu (IBDFAM, online). Segundo os dados publicados pela empresa, hoje, são mais de 17 mil associa- dos inscritos, reunindo entre seus membros advogados, assistentes sociais, defensores públicos, desembargadores, promotores e procuradores de justiça, juízes, psicanalistas, psicólogos e estudantes; operadores do Direito no Brasil e no exterior (IBDFAM,online). Em 2013, um fato de extrema importância elevou a importância dessa empresa, foi quando o Ministério da Justiça publicou a Portaria 2.134, no Diário Oficial da União, declarando a Utilidade Pública Federal do IBDFAM. Esse reconhecimento foi resultado dos inúmeros serviços de excelente qualidade realizados em prol da sociedade brasileira pelas associações e fundações constituídas no Brasil (IBDFAM, online). Estudante, para ampliarmos os conhecimentos sobre o assunto em questão, cabe-nos agora, dialogarmos sobre o campo de atuação propriamente dito dessa entidade de renome. Na esfera política, a empresa trabalha alinhada às demandas da sociedade brasileira na área de Direito de Família, com objetivo de conseguir amparar, orientar e ainda, promover situações de estudos e reflexões sobre as alterações na legislação (IBDFAM, online). Como resultado do excelente trabalho prestado à comunidade, hoje, a instituição é aceita como amicus curiae em relevantes causas do Direito de Família no Supremo Tribunal Federal (STF). Dentre suas atuantes participações do IBDFAM no Supremo destacam-se: a União Estável Homoafetiva ADI 4277/ADPF 132 (2011), Lei Maria da Penha ADC 19 (2012); alteração do nome de transexuais ADI 4275 (2018); concorrência sucessória de cônjuge e companheiro RE 878694 (2018); uniões paralelas/efeitos previdenciários RE 883168 (2018) e coexistência da filiação socioafetiva e biológica RE 898060 (2016) (IBDFAM, online). Soma-se a esses fatos históricos a participação no julgamento da União Estável Homoafetiva. Nesse momento, o IBDFAM foi representado pela vice-presidente Maria Berenice Dias, juntamente com outras entidades, objetivando contribuir efetivamente para o reconhecimento de todas as formas de família (IBDFAM, online). 30UNIDADE I Família na Atualidade 30UNIDADE II Família e Escola Outro momento de destaque na atuação política, foi quando a instituição propôs a Emenda Constitucional (PEC 33/2007) que alterava as condições para a decretação do di- vórcio. Em 2010, a PEC foi aprovada no Congresso Nacional como Emenda Constitucional 66/2010 que impôs o fim da separação de fato/judicial como condição para obtenção do divórcio. Além disso, eliminou prazos desnecessários e suprimiu a discussão da culpa pelo fim da conjugalidade (IBDFAM, online). Acadêmico(a), diante do exposto, infere-se que o IBDFAM seja uma genuína fonte de saberes interdisciplinares relacionados à esfera da família, traduzindo a essência da família brasileira em toda sua diversidade e constantes mudanças. Assim, convido você a acessar a página da entidade para atualizar-se sobre os assuntos que permeiam os assuntos relativos ao contexto familiar. SAIBA MAIS Estudante, você sabia que a norma do CNJ que permite casamento civil homoafe- tivo completa 8 anos? Dados da Associação dos Notários e Registradores do Brasil – ANOREG, revelaram que, desde 2013 até abril do ano passado, foram registrados mais de 52 mil casamentos homoafetivos. Em 2020, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE consta- tou um aumento de 61,7% no número de casamentos homoafetivos entre 2017 e 2018. O crescimento se manteve nos anos seguintes, segundo a ANOREG: em 2018, foram 9,9 mil casamentos homoafetivos no Brasil; 2019 registrou 12,4 mil e, entre janeiro e abril de 2020, 2,6 mil. De acordo com outro levantamento da ANOREG, feito exclusivamente para o site Uni- versa, do Uol, entre 2011 e 2020, o número de registros de união estável de casais ho- moafetivos passou de 1.531 para 2.125, e o de casamentos, de 3.700, para 8.472, um aumento de 28% e 138%. A maior alta foi em 2018, impulsionada pelo temor de que a vitória do então candidato à presidência Jair Bolsonaro resultasse em retrocessos para a população LGBTI. Na ocasião, registrou-se um aumento de 61% em relação a 2017. Para ler a entrevista na íntegra, acesse: https://ibdfam.org.br/noticias/8487/Norma+- do+CNJ+que+permite+casamento+civil+homoafetivo+completa+8+anos Fonte: IBDFAM: Norma do CNJ que permite casamento civil homoafetivo completa 8 anos. Disponível em:<https://ibdfam.org.br/noticias/8487/Norma+do+CNJ+que+permite+casamento+civil+homoafetivo+- completa+8+anos>. Acesso em: 15 de maio de 2021. https://ibdfam.org.br/noticias/8487/Norma+do+CNJ+que+permite+casamento+civil+homoafetivo+completa+8+anos https://ibdfam.org.br/noticias/8487/Norma+do+CNJ+que+permite+casamento+civil+homoafetivo+completa+8+anos 31UNIDADE I Família na Atualidade 31UNIDADE II Família e Escola SAIBA MAIS Acadêmico, no mês de maio de 2021, comemora-se uma década da decisão do Su- premo Tribunal Federal – STF que reconheceu a união estável homoafetiva como enti- dade familiar. O Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, representado pela vice-presidente nacional, Maria Berenice Dias, em conjunto com outras entidades com objetivo comum, contribuiu decisivamente para o reconhecimento legal dessas famílias durante o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF 132 e da Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 4.277. Em entrevista recente, a vice-presidente nacional do IBDFAM ressaltou que a decisão teve um enorme significado para um importante segmento da população, “que sempre foi invisibilizado, discriminado e nunca teve seus direitos reconhecidos - nem direitos pessoais e nem direitos referentes aos relacionamentos afetivos”. A especialista frisou que a decisão foi especialmente significativa para o IBDFAM, ten- do em vista que o Instituto sempre sustentou que é a natureza do vínculo que une as pessoas e permite que se qualifiquem como famílias, a ponto de se passar a falar em “Direito das Famílias” e não mais em “Direito de Família”. “Tanto que o IBDFAM estava lá. Atuou como amicus curiae, proferiu sustentação oral e festejou essa bela vitória”, lembra. “Talvez um dos maiores significados dessa decisão tenha sido o de assegurar à população LGBT o direito à felicidade, que para muitos significa o direito de ter os seus relacionamentos reconhecidos, poderem assumir obrigações e deveres de cuidado um para com o outro de uma maneira igualitária, sem qualquer diferenciação entre os vín- culos heterossexuais ou heteroafetivos”, pontuou a advogada. Para ler a entrevista na íntegra, acesse: https://ibdfam.org.br/noticias/8427 Fonte: IBDFAM: Reconhecimento das famílias homoafetivas pelo STF completa 10 anos; especialista aponta transformações ao longo da década. Disponível em: <https://ibdfam.org.br/noticias/8427>. Acesso em: 15 de maio de 2021. https://ibdfam.org.br/noticias/8427 https://ibdfam.org.br/noticias/8427 32UNIDADE I Família na Atualidade 32UNIDADE II Família e Escola 2. TIPOS DE RELAÇÃO ESTABELECIDA ENTRE A FAMÍLIA E A ESCOLA Acadêmico(a)! Seja muito bem-vindo(a) ao segundo tópico da Unidade II, intitulado de “Tipos de Relação estabelecida entre a família e a escola”. É cada vez mais necessário o diálogo entre família e escola, por isso, faz-se neces- sário dialogar sobre esse assunto com profissionais que estão ou estarão envolvidos nesse contexto. Soma-se a isso o fato de que os estudos sobre o assunto vislumbram as possíveis alternativas e modos de se compreender e lidar com o desenvolvimento dos alunos. Então, nesse momento, os olhares estarão direcionados para esse dois universos: a família e a escola, esferas que estão relacionadas no contexto educacional. É válido ressaltar que trataremos aqui especialmente da educação escolar obrigatória, tendo o Estado a responsabilidade de oferta da educação básica e as famílias o dever de matricular e enviar seus filhos à escola. Assim, nosso diálogo estará direcionado para conhecer como acontece a conexão entre a educação e a classe social, pois, muitas vezes, há conflito entre as finalidades socializadoras da escola (valores coletivos) e a educação familiar (valores individuais), ou seja, entre a organização da própria família com os objetivos da escola. Dessaforma, entenderemos as implicações dessa relação no processo de ensino- aprendizagem. 33UNIDADE I Família na Atualidade 33UNIDADE II Família e Escola Para melhor entendimento sobre o assunto, o tópico em questão foi organizado da seguinte forma: primeiramente, trataremos sobre a instituição escolar, posteriormente, o objetivo será dialogar sobre a relação família-escola e, por fim, faremos uma reflexão sobre o impacto dessa relação para o processo de ensino-aprendizagem. Então, vamos lá, embarque comigo, nessa trilha de conhecimentos sobre a relação escola-família, uma aliança fundamental para o sucesso da aprendizagem. 2.1 2.1 Instituição Escolar X Família Estudante, você sabe qual é o papel da instituição escolar? A instituição escolar é considerada uma das instituições mais importantes da socie- dade, uma vez que, possui duas funções primordiais: socializar e democratizar o acesso ao conhecimento. Assim, promove o desenvolvimento de conhecimento, habilidades e valores necessários à socialização do indivíduo. Concomitantemente, precisa instruir e preparar os alunos para o mundo do trabalho. Somado a essas funções essenciais, a instituição escolar possibilita a construção da moral e ética dos alunos, mas sobretudo, tem o dever de trabalhar a formação humana. Além disso, realiza a mediação entre os alunos e os professores. Diante do exposto, infere-se que a educação abarca processos formativos amplos que se desenvolvem na convivência humana ao longo da vida. Acadêmico(a) você sabe qual a importância da parceria família e escola? A participação das famílias na vida escolar de seus filhos é de grande importância para o processo de aprendizagem. No contexto familiar as crianças/adolescentes são fi- lhos, diferentemente no mundo escolar, elas são alunos. Essa transição de filho para aluno não é uma operação automática e, dependendo da distância entre o universo familiar e o escolar, ela pode ser traumática. A escola auxilia na educação dos filhos fazendo escolarização, contudo, a tarefa de educação dos filhos é da família, em primeiro lugar, e do poder público em segundo. Já à escola cabe a escolarização do aluno(a), porém, se a família não cumprir com os dever de educar os filhos, a escola terá problemas, pois esse aluno(a), será indisciplinado, apresentará problemas de socialização, como também de identidade. Essa contextualiza- ção dos fatos, reafirma a importância da parceria entre escolas e família. Nesse sentido, será função da escola direcionar e orientar os pais/responsáveis, porque muitos estudos apontam que muitos deles vivem uma relação de submissão com os filhos. 34UNIDADE I Família na Atualidade 34UNIDADE II Família e Escola Por esses e muitos outros motivos, a interação entre escola-família é sugerida por diversas publicações técnicas, cartas e também, declarações internacionais resultantes de reuniões e conferências convocadas pela UNESCO, desde os anos 1980. Como exemplo, podemos relembrar as orientações da Declaração Mundial sobre Educação para Todos (JOMNTIEN,1990), reafirmada pela Conferência de Dacar (2000), ao colocar como meta até o ano de 2015 o atendimento das necessidades de aprendizado de todas as crianças, jovens e adultos em processo equitativo. O Brasil, é um país-membro da UNESCO, diante disso, por meio do Ministério da Educação, também renova, anualmente, este compromisso. Caro(a) aluno(a), em posse dessa informação, cabe-nos agora entendermos o que diz a LDB sobre a participação da família na escola? De acordo com as acepções da LDB, é função dos profissionais da educação pro- mover o desenvolvimento da aprendizagem, contudo, a lei prevê também a ação integrada entre escolas com as famílias. Confira o que diz a legislação na íntegra (BRASIL, 1996): “Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: (...) VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; (...) Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: (...) VI – colaborar com as ativida- des de articulação da escola com as famílias e a comunidade. Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: (...) II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”. Aluno(a), já conhecemos as orientações da Declaração Mundial sobre Educação para Todos e da LDB, mas o que diz o ECA sobre a conexão entre a família e a escola? Antes de dialogarmos sobre as diretrizes do ECA, que são regidas pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, é importante destacar que, em 2019 houve reformulação das diretrizes. A lei elevou a idade mínima para aprendizagem de 12 para 14 anos. Então, houve a ampliação da faixa etária da educação escolar obrigatória. Nesse sentido, está posto que é dever do Estado assegurar a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade, organizada da seguinte forma: pré-escola; ensino fundamental; ensino médio. Esse é um dado relevante para entendermos até qual idade a participação da família no processo de ensino-aprendizagem é primordial. Assim, infere-se que a presença efetiva dos pais na educação escolar dos filhos seja, pelo menos, até o final da educação básica. Isso posto, vamos centralizar atenção para as informações disposta no ECA (BRASIL, 1990): 35UNIDADE I Família na Atualidade 35UNIDADE II Família e Escola Capítulo IV – Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer. ● “Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e quali- ficação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II – direito de ser respeitado por seus educadores; III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV – direito de organização e participação em entidades estudantis; V – acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. ● Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. (...) ● Art. 55. Os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. ● Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: I – maus-tratos envolvendo seus alunos; II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; III – elevados níveis de repetência” Uma revisão bibliográfica seletiva sobre o assunto aponta que o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação e o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE, 2008) sugerem e reafirmam a importância da participação das famílias em prol de melhores resultados de aprendizagem na educação básica. Confira, então, na íntegra, no que se refere aos gestores e profissionais da educação, as diretrizes do Plano de Metas (PDE, 2008): ● XIX – divulgar na escola e na comunidade os dados relativos à área da edu- cação, com ênfase no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb, referido no art. 3º; ● XX – acompanhar e avaliar, com participação da comunidade e do Conselho de Educação, as políticas públicas na área de educação e garantir condições, sobretudo institucionais, de continuidade das ações efetivas, preservando a memória daquelas realizadas; 36UNIDADE I Família na Atualidade 36UNIDADE II Família e Escola ● XXI – zelar pela transparência da gestão pública na área da educação, garantindo o funcionamento efetivo, autônomo e articulado dos conselhos de controle social; (...) ● XXIV – integrar os programas da área da educação com osde outras áreas como saúde, esporte, assistência social, cultura, dentre outras, com vista ao fortalecimento da identidade do educando com sua escola; ● XXV – fomentar e apoiar os conselhos escolares, envolvendo as famílias dos edu- candos, com as atribuições, dentre outras, de zelar pela manutenção da escola e pelo monitoramento das ações e consecução das metas do compromisso; ● XXVI – transformar a escola num espaço comunitário e manter ou recuperar aqueles espaços e equipamentos públicos da cidade que possam ser utilizados pela comunidade escolar”. Ainda sobre essa questão, após as explicações do que dizem os documentos ofi- ciais, é interessante tratar dos benefícios produzidos pela parceria entre família e escola. Especialistas na área apontam que essa interação promove o desenvolvimento do aluno(a), uma vez que isso possibilita que ele vivencie experiências educativas na escola e no convívio familiar. Para melhor entendimento, na figura n.2, apresentamos exemplos de benefícios produzidos a partir dessa conexão: FIGURA 2 - BENEFÍCIOS ENTRE A CONEXÃO FAMÍLIA X ESCOLA Fonte: (RESENDE, 2008) 37UNIDADE I Família na Atualidade 37UNIDADE II Família e Escola Acadêmico(a), autores renomados que desenvolvem estudos sobre essa temática afirmam que o período entre os anos iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental é um momento de relação complicada entre pais e filhos. Pesquisas apontam que as famílias vão se afastando da escola conforme os filhos crescem. Isso pode ser explicado tanto pela fase da adolescência, quando os adolescentes estão em processo de mudança e afastam-se dos pais, como também, pela complexidade dos conteúdos escolares, nesse quesito o que se considera como fator determinante é a escolaridade dos pais (RESENDE, 2008). Diante do exposto, justifica-se a conexão entre família-escola, pois tal vínculo pode auxiliar as famílias na superação dessa lacuna. REFLITA Estudante, como construir uma relação entre escola e família que favoreça a aprendiza- gem das crianças e adolescentes? Fonte: Autora (maio, 2021) Acadêmico(a), vamos entender como construir essa ponte entre escola e família? Na era da educação 4.0, da internet das coisas, onde tudo acontece no meio digital, conseguir manter uma relação satisfatória entre as duas esferas em questão nessa unidade é um desafio para a gestão escolar, pois cada vez mais as famílias estão sobrecarregadas de tarefas e não disponibilizam muito tempo para os assuntos relacionados à escola do filho(a). Estudos apontam que, na maioria das vezes, quando há uma interação entre as partes, ela é cordial e solidária. Além disso, deve-se considerar que muitos problemas são originados por conta da influência da situação socioeconômica, da violência, das mudanças de costumes e isso reflete no comportamento e desempenho dos alunos. Por esse motivo, é interessante que as famílias acompanhem de perto todo o processo educacional dos filhos (PEREZ, 2007). Diante disso, autores renomados no assunto, sugerem que a gestão escolar pratique uma abordagem relacional entre educação, contexto social e familiar. Importante destacar que, nos processos de ensino-aprendizagem, a relação entre professor-aluno deve ser analisada de perto, pois, o tipo de relação existente também entre esses atores sociais, também reflete no desenvolvimento do educando (RESENDE, 2008; PEREZ, 2007). 38UNIDADE I Família na Atualidade 38UNIDADE II Família e Escola Nesse sentido, os especialistas na área apontam uma abordagem transversal com quatro tipos de intencionalidade interativa Fonte: (CASTRO; REGATTIERI, 2009). ● Educar as famílias; ● Abrir a escola para participação familiar; ● Interagir com a família para melhorar os indicadores educacionais; ● Incluir o aluno e seu contexto; Para exemplificar a aplicabilidade dessa abordagem transversal e intencional, apresentamos o quadro n1. QUADRO 1 - 4 TIPOS DE INTENCIONALIDADE INTERATIVA Foco Objetivos Estratégias Resultados Educar as famílias Estabelecer espaço permanente de reflexão e construção sobre a importância da escola e da família na vida dos alunos. Conscientizar os responsáveis sobre seus papéis na educação dos filhos. Apresentar a proposta da escola. Convite às famílias para assistirem a reuniões, palestras e festas na escola. Organização de encontros temáticos para ensinar às famílias como lidar com seus filhos. Familiares frequentando a escola com mais assiduidade. Aumento da informação dos responsáveis em relação a diversos assuntos que tocam a vida familiar. Maior informação sobre a proposta e as regras da escola. Abrir a escola para participação familiar Fortalecer as condições para que as famílias participem da gestão da escola. Construir relação de colaboração das famílias no ambiente escolar, por meio do envolvimento voluntário dos responsáveis, em atividades da escola. Valorização da atuação dos representantes dos familiares nos conselhos escolares e outras instâncias deliberativas da escola. Envolvimento dos responsáveis em atividades para arrecadar recursos a serem aplicados na escola. Autorização de uso do espaço escolar para atividades de interesse da comunidade. Maior participação (quantidade e qualidade) dos responsáveis nas decisões pedagógicas da escola. Maior participação dos familiares e comunidade nos projetos da escola. Maior entrosamento entre pais e professores com consequente fortalecimento da comunidade escolar. 39UNIDADE I Família na Atualidade 39UNIDADE II Família e Escola Interagir com a família para melhorar os indicadores educacionais Reduzir as taxas de abandono e repetência dos alunos. Reduzir os episódios de indisciplina dos alunos. Conscientizar os familiares da importância de seu envolvimento para o sucesso escolar do aluno. Reuniões envolvendo pais, professores e gestores educacionais focadas na aprendizagem dos alunos. Discussão sobre os direitos e deveres dos responsáveis em relação à escolaridade dos filhos. Busca conhecer melhor a organização e condição das famílias – questionários e visitas domiciliares. Articulação com conselho tutelar para cuidar de casos de infrequência e evasão. Maior clareza sobre os papéis familiares e escolares no apoio à vida escolar do aluno. Maior credibilidade do trabalho da escola pela comunidade escolar e do entorno. Melhora do índice de frequência e participação dos alunos na escola. Organização de serviços de apoio escolar aos alunos. Incluir o aluno e seu contexto Garantir aos alunos o direito a educação de qualidade e a salvo de toda forma de negligência e de discriminação. Promover ensino de qualidade, envolvendo a família no processo educativo. Participação da rede de proteção social para ajudar no encaminhamento de problemas familiares dos alunos. Educadores são preparados para conhecer melhor as condições de vida de seus alunos por meio de uma aproximação da família (visita, questionário, entrevistas etc.). As práticas pedagógicas e de gestão escolar são revistas em reuniões periódicas que incluem o conhecimento adquirido sobre o contexto dos alunos. Alunos, independente da condição familiar, com melhores condições de aprendizagem e proteção social. Políticas sociais mais coordenadas. Identificação de políticas necessárias e ainda inexistentes naquele território. Práticas pedagógicas e de gestão enriquecidas. Fonte: (CASTRO; REGATTIERI, 2009). 40UNIDADE I Família na Atualidade 40UNIDADE II Família e Escola Estudante, a classificação apresentada no Quadro n.1 tem por objetivo servir como parâmetro para o desenvolvimento da prática profissional, uma vez que sugere atividades de interação entre a escola-família. No entanto, ao disponibilizar esse material, entende- mos que ele pode ser revisto e ampliado, como também, personalizado de acordo com as especificidades
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