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TCC - DESENVOLVIMENTO O PROFESSOR ALFABETIZANDO NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL (1)

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11
O PROFESSOR ALFABETIZANDO NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
MACIEL BERNARDI, Lauriane¹
794651
LOPES FERNANDO Luís²
RESUMO: O referente trabalho objetiva conhecer quais são teorias e concepções vigentes, referentes a prática de alfabetização, bem como os professores alfabetizadores tem inserido, em suas práticas docentes, tais teorias. Enfatiza também o conceito de aprendizagem na visão de diversos autores.
Abordamos ainda com tal importância a atuação comprometida do professor no reconhecimento dos saberes já adquiridos por seus alunos, antes mesmo do ingresso na vida escolar, como fundamental para atribuir significado e construir autonomia no processo de ensino-aprendizagem, tratando também das dificuldades encontradas pelos mesmos em sala de aula bem como os principais motivos do fracasso escolar no ensino fundamental.
PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização. atuação. dificuldades. aprendizagem
1. INTRODUÇÃO
É de suma importância para o educador refletir sobre a relação teoria e prática, a fim de conduzir melhor sua atuação pedagógica. Desta forma, o presente trabalho procura conhecer quais são as teorias e concepções vigentes, referentes à alfabetização, nos dias atuais, e de que maneira os professores alfabetizadores tem inserido, em suas práticas docentes tais concepções.
Dentro dessa temática, objetivamos pesquisar a respeito da construção da leitura e da escrita e sua utilização social, identificar as concepções teóricas que os professores alfabetizadores possuem refletindo sobre as diferenças entre letrar e alfabetizar, buscando possíveis relações entre esses dois processos, na prática docente de professores alfabetizadores.
A concepção da alfabetização mais evidente é a que se sustenta na vertente teórica sócio-construtivista. Dessa forma a alfabetização é conceituada como o momento mais importante da formação escolar de uma pessoa, sempre um processo de construção contínuo, que se inicia antes mesmo do ingresso da criança à escola, e, prossegue além, do espaço e do tempo escolar.
Partindo-se do princípio de que toda forma de atuação pedagógica assume, conscientemente, uma concepção de aquisição de conhecimento, torna-se oportuno rever as distintas correntes teóricas que tem informado as práticas de alfabetização. Três vertentes parecem ter assumido certa dominância do campo acadêmico da alfabetização: a teoria da psicogênese da língua escrita, as pesquisas que examinam as relações entre consciência metafonológica e alfabetização, além dos estudos que falam sobre o letramento.
No processo de alfabetização é necessário considerar o uso e as funções da escrita com base no desenvolvimento de atividades significativas de leitura e de escrita. É importante que a escola vá além dos textos escolares e apresente ao aluno textos de diferentes gêneros e usos sociais que damos a eles.
A ampliação cada vez maior do acesso a escolarização aliada a resultados nada satisfatórios, principalmente as altas taxas de reprovação no primeiro ano do ensino fundamental, fizeram surgir uma série de investigações dentro das áreas educacional, sociológica, psicológica, linguística e outros.
2. CONCEITO DE APRENDIZAGEM
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A aprendizagem pode ser definida como uma modificação do comportamento do indivíduo em função da experiência. Pode ser caracterizada também pelo estilo sistemático e intencional e pela organização das atividades que a desencadeiam, atividades que se implantam em um quadro de finalidades e exigências determinadas pela instituição escolar, Alves (2007).
O processo de aprendizagem traduz a maneira como os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem competências e mudam o comportamento. Trata-se de um processo complexo que, dificilmente, pode ser explicado apenas através de recortes do todo (Alves 2007, p. 18).
Na visão de Barros, Pereira e Goes (2008), a aprendizagem é um mecanismo de aquisição de conhecimentos que são incorporados aos esquemas e estruturas intelectuais que o indivíduo dispõe em um determinado momento. Trata se de um processo contínuo que começa pela convivência familiar, pelas culturas, tradições e vai aperfeiçoando-se no ambiente escolar e na vida social de um indivíduo, sendo assim um processo que valoriza as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento e tem como objetivo a elevação da experiência, formação, raciocínio e observação. Essa ação pode ser analisada a partir de diferentes pontos de vista, de forma que há diferentes teorias de aprendizagem.
Para Piaget (1998) a aprendizagem provém de “equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menos equilíbrio para um estado de equilíbrio superior”. Diante dessa afirmação nota-se que a aprendizagem parte do equilíbrio e a sequência da evolução da mente, sendo assim um processo que não acontece isoladamente, tanto pode partir das experiências que o indivíduo acumula no decorrer da sua vida, como também por meio da interação social.
Aprender é um processo que se inicia a partir do confronto entre a realidade objetiva e os diferentes significados que cada pessoa constrói acerca dessa realidade, considerando as experiências individuais e as regras sociais existentes (Antunes 2008, p. 32).
Ainda de acordo com Piaget (1974) “a aprendizagem ocorre pela ação da experiência do sujeito e do processo de equilibração”. Essa afirmação demonstra que a aprendizagem não parte do zero, mas sim, de experiências anteriores, o indivíduo vai desenvolvendo sua capacidade de assimilação através da organização do esquema cognitivo.
A educação recebida, na escola, e na sociedade de um modo geral cumpre um papel primordial na constituição dos sujeitos, a atitude dos pais e suas práticas de criação e educação são aspectos que interferem no desenvolvimento individual e consequentemente o comportamento da criança na escola. Vygotsky (1984, p.87).
Na perspectiva de Vygotsky (1991) “a aprendizagem é o resultado da interação dinâmica entre a criança com o meio social”, sendo que o pensamento e a linguagem recebem influencias do meio em que convivem. O funcionamento cognitivo da mente está relacionado à reflexão, planejamento e à organização das estruturas lógicas e vai adequando-se a mediação simbólica e social.
Segundo Vygotsky (1991) “a aprendizagem acontece por meio de uma zona de desenvolvimento proximal que pode ser definida da seguinte forma:
“A zona de desenvolvimento proximal é a distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial. O nível real exprime o desempenho da criança ao realizar suas tarefas sem ajuda de ninguém, e o nível potencial representa aquelas tarefas que a criança só consegue realizar com ajuda de alguém” (VYGOTSKY, 1991, p. 97).
A aprendizagem para Fonseca (2005) é interligada por quatro componentes cognitivos fundamentais que são: o input (responsável pelas informações recebidas pelos sentidos visual e auditivo), a cognição (responsável pelos processos de memorização, consistência e processamento simultâneo e sequencial de informações), o output (responsável pelos processos motores como desenhar, ler, escrever, ou resolver problemas) e a retroalimentação ( responsável pela repetição, organização, controle e realização das atividades).
Para Souza (1996) Os fatores relacionados ao sucesso e ao fracasso da aprendizagem dividem-se em três variáveis integrados entre si, e são designados como: ambientais psicológicos e metodológicos, a junção desses fatores resulta-se no desempenho escolar de uma criança.
O contexto ambiental é o meio em que a criança vive e está diretamente relacionado ao nível socioeconômico dos pais, a quantidade de filhos, a convivência familiar, ocupação e escolaridade dos pais. Souza (1996) afirma que o fator ambiente contribui de forma decisiva para um bom desenvolvimento do aluno, por ser o espaço em que aluno passa a maior parte do tempo.
Assis (1990) menciona que os problemas de aprendizagem podem ser resultado de ambientes familiares que não estimulam a criança a estudar e acredita que um ambiente familiar com poucainfluência sociolinguística pode interferir no desenvolvimento das aptidões e habilidades desempenhadas pela criança. Muitos fatores podem intervir na vida escolar de uma criança: um ambiente doméstico tranquilo e saudável o proporcionará uma melhor estabilidade emocional.
O contexto psicológico para Stevanato (1996) é de fundamental importância no desenvolvimento da aprendizagem e está relacionado com a estrutura familiar, ordem de nascimento dos filhos e o nível de expectativa, a forma como a criança é tratada pela sua família e também no ambiente social em que convive, tanto podem trazer reflexos positivos, quanto negativos para o seu processo de aprendizagem. Comportamentos como: agressões, baixa-estima, desatenção, hiperatividade e isolamento muitas vezes são resultantes da convivência familiar Souza (1996).
O contexto metodológico engloba o que é ensinado nas escolas e sua relação com valores como pertinência e significados, o fator decisivo nesse contexto é a unificação dos objetivos, conteúdos e os métodos, onde o professor precisa despertar no aluno o interesse em aprender e superar as dificuldades encontradas.
Na visão de Carraher e Schliemann (1989), em muitos casos as dificuldade em aprendizagem, não trata-se de um problema onde aluno não consiga aprender, ou seja capaz de raciocinar, mas trata-se de problemas metodológicos, nesse casos é necessário uma metodologia de ensino diferenciada, apropriada ás reais necessidades do educando, tendo em vista o aprimoramento de suas habilidades e o desenvolvimento de suas potencialidades.
Ainda conforme Carraher e Schliemann (1989), uma criança quando não entende o método de ensino trabalhado pelo professor, sente-se frustrada, com problemas de baixa estima, ficando desinteressado, desatento ás aulas e em certos casos até agressivos. É importante que o professor tenha consciência que o aluno apresenta dificuldades de aprendizagem não por vontade própria. Trabalhar as dificuldades, tentar recuperar a autoestima do aluno, analisar os métodos de ensino são de fundamental importância para os educadores que enfrentam problemas relacionados à metodologia.
A metodologia está também intimamente ligada à noção de aprendizagem. A estimulação e a atividade em si não garantem que a aprendizagem se opere. Para aprender é necessário estar-se motivado e interessado. A ocorrência da aprendizagem depende não só do estímulo apropriado, como também de alguma condição interior própria do organismo. (Fonseca, 1995, p. 131).
Barca Lozano e Porto Rioboo (1998), apresentam um conceito de aprendizagem que associa três aspectos. O primeiro avalia a aprendizagem como um processo ativo, sendo que, os alunos precisam realizar uma certa quantidade de atividades facilitando a assimilação dos conteúdos. O segundo define a aprendizagem como um processo construtivo, sendo que as atividades que os alunos desempenham têm como objetivo a construção do conhecimento. O terceiro menciona a aprendizagem como um processo onde o aluno deverá aprimorar e organizar as estruturas cognitivas.
2.2 AS CONCEPÇÕES DA ALFABETIZAÇÃO
Os métodos de alfabetização, além de orientar as ações do educador, trazem implicitamente o que o professor pode atingir no que se refere a sua atuação com os alunos, durante o processo de aquisição da leitura e da escrita. Esses métodos se desenvolveram e se concretizaram de acordo com as formas de organização da sociedade. Assim, cada método buscar atender as necessidades sociais, de acordo com cada época.
Até a década de 80, na área educacional, predominou a chamada linha tradicional. Nessa perspectiva, a alfabetização acontece por meio de uma sistematização de conteúdos, utilizando como recurso a cartilha, para desenvolver um método, no qual o professor é o transmissor do conhecimento. Fica evidenciado nesse método que, a alfabetizar o aluno, valoriza-se o produto final do ato de ler e escrever, qualificando o educador como um simples decodificador de letras.
Outra perspectiva de alfabetização é a sócio-histórica. O foco de atenção, a partir dessa visão, está centrado na investigação de como a criança aprende as funções da escrita e de como desenvolve a necessidade de utilizá-la como instrumento psicológico.
Abordar a alfabetização numa visão sócio histórica implica uma modificação de conceitos sobre o significado, o papel e o impacto da escolarização, na vida do educando, a fim de que o ato de ensinar esteja diretamente ligado ao ato de aprender.
Segundo Vygotsky (2001), o aprendizado da criança começava muito antes de ir para a escola e aprender o desenho das letras. Por isso, ele acreditava que a linguagem falada atuaria como um dos principais fatores para o desenvolvimento das capacidades intelectuais do educando e, consequentemente, para a construção do conhecimento. No entanto, segundo ele, o aprendizado da língua escrita também representa um grande avanço nesse desenvolvimento.
Ao adquirir a linguagem escrita o educando passa por novas e complexas transformações psicointelectuais, uma vez que o domínio desse sistema proporciona diferentes modos de pensar e de interagir com as pessoas e com o conhecimento.
Partindo desse pressuposto, a aquisição da linguagem escrita engloba a representação simbólica da realidade. É por isso, que na perspectiva da alfabetização defendida por Vygotsky identifica-se uma continuidade entre as atividades simbólicas, como: brinquedos, gestos, desenhos, etc, pois esses signos representam significados e, assim, essas atividades contribuem no processo do aprendizado da língua escrita.
A partir da década de 80, deslocando o eixo das discussões dos métodos de ensino para o processo de aprendizagem da criança surge um novo paradigma educacional – o construtivismo – que se apresenta não como um método novo, mas como um revolução conceitual.
Jean Piaget, com seus estudos procurou explicar como se dá a interação da criança com o mundo e com os outros, para chegar ao conhecimento, já que ele acreditava que o conhecimento é construído, por meio da interação entre o sujeito e o objeto, isto é, pela participação ativa do educando, interagindo com o conhecimento. Apesar de Piaget não tem focado seus estudos na linguagem colaborou para tal processo, pois, por meio de suas investigações, conseguiu descrever o processo humano de amadurecimento cognitivo e mental de maneira bem minuciosa.
A partir dos estudos de Piaget, Emília Ferreiro (1999), destaca que a construção do código linguístico não se dá pelo cumprimento de uma série de tarefas ou pelo conhecimento das letras e sílabas, mas pela compreensão do funcionamento desse código, mostrando que os alunos tem ideias e hipóteses e, que as confrontam com sua realidade e com as ideias de outras pessoas.
A teoria de Emília Ferreiro é chamada psicogênese da língua escrita e traz como centro do processo de ensino aprendizagem não só o professor, mas também o aluno.
Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999), com seus estudos mostraram que o centro do trabalho, que era tradicionalmente o professor, foi desviado para a criança, isto é, para o ser que aprende.
As pesquisas de Piaget e Emília Ferreiro ajudaram a compreender como se dá o processo de alfabetização e possibilitaram aos educadores o conhecimento de como o educando se apropria da linguagem, podendo, assim, mediar a construção do conhecimento, através de uma intervenção pedagógica eficaz.
O construtivismo então, enfoca que o processo de alfabetização precisa ser organizado por intermédio de uma linguagem contextualizada e significativa, tornando a assimilação do código linguístico uma atividade de pensamento e não mecânica. No construtivismo a preocupação deve ser desenvolver a linguagem escrita e não a escrita de letras.
Apesar da nova concepção de alfabetização e letramento, segundo dados internacionais e nacionais, a escola não vem conseguindo cumprir a sua função quanto ao ensino da língua oral e escrita. Neste sentido, algumas ações têm sido implementadas com o objetivo de superar tais dificuldades, com destaque para: o ingresso da criança aosseis anos no Ensino Fundamental, que passou a ter 9 anos, a proposta de alfabetizar o aluno nos três primeiros anos do Ensino Fundamental (3º ano de escolarização, 8 anos de idade), a formação continuada em serviço, levando os docentes a estudarem as novas teorias sobre o ensino da língua e refletirem sobre sua prática pedagógica.
2.4 DIFICULDADES NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
Os problemas relacionados à dificuldades de aprendizagem escolar dos alunos, é uma situação preocupante para os professores que atuam no ensino Fundamental I. Para Antunes (1997) essas dificuldades podem ser percebidas nas crianças que não tem um bom rendimento escolar em uma ou mais áreas, mostrando problemas na: expressão oral, compreensão oral, expressão escrita com ortografia apropriada, desenvoltura básica de leitura, compreensão da leitura, cálculo matemático.
“Dificuldade de Aprendizagem (D.A.) é um problema que está relacionado a uma série de fatores e podem se manifestar de diversas formas como: transtornos, dificuldades significativas na compreensão e uso da escuta, na forma de falar, ler, escrever, raciocinar e desenvolver habilidades matemáticas. Esses transtornos são inerentes ao indivíduo, podendo ser resultantes da disfunção do sistema nervoso central, e podem acontecer ao longo do período vital. Podem estar também associados a essas dificuldades de aprendizagem, problemas relacionados as condutas do indivíduo, percepção social e interação social, mas não estabelecem, por si próprias, um problema de aprendizagem. (GARCÍA, 1998, p. 31-32)”.
Já na concepção de Fernández (1990), as dificuldades de aprendizagem são “fraturas” no processo de aprendizagem, onde essencialmente estão em jogo quatro fatores: o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo. Os problemas de aprendizagem são consequências da anulação das capacidades de aprender e bloqueio das possibilidades de assimilação do aluno. E podem estar ligados à fatores individuais e relativos à estrutura familiar que indivíduo faz parte.
Enquanto que, Campos (1997) acredita que o problema da dificuldade de aprendizagem nas escolas é proveniente de fatores reversíveis e não há causas orgânicas. Embora muitos alunos que sentem dificuldades em aprender, mostram-se felizes e acomodados, outros apresentam problemas emocionais, muitos desistem de aprender e demonstram não gostarem da escola, questionam sobre sua própria inteligência, ficando socialmente isolado da realidade escolar, isso muitas vezes faz com que aluno deixe de acreditar que a escola o proporcionará um futuro melhor, levando-o a evasão escolar.
Moura (1999, p. 213) aponta que no processo de ensino-aprendizagem o educador deve partir dos interesses e realidade dos educandos, tendo comprometimento na sua atuação, uma vez que
Os motivos dos alfabetizandos devem servir de motivação para os alfabetizadores. Devem despertar-lhes o interesse e o desenvolvimento de atitudes no sentido de levar a sério a tarefa de alfabetizar, de pesquisar, de aprender, junto com eles, de entender a importância do planejamento e da organização da prática como extensão das exigências que são feitas nas práticas sociais mais amplas. (MOURA, 1999, p.213)
 
A relação entre alfabetizadores e alfabetizandos deve partir do diálogo e do processo constante de construção do conhecimento como identidade mútua, por isso é fundamental que o educador se coloque como sujeito inconcluso, contrapondo o caráter autoritário de uma educação que repassa o conhecimento para quem não o tem.
Leite (1998) relaciona o fracasso escolar a fatores extraescolares como a realidade socioeconômica a que está inserida a maioria da população brasileira, resultantes das relações de trabalho e pobreza. E também a fatores interescolares como a distância cultural entre a escola pública e sua população formação inadequada de professores e problemas de natureza metodológica.
Para que seja identificada uma dificuldade de aprendizagem é preciso uma avaliação, e a partir dos resultados obtidos, deve ser planejada a aplicação de um programa de intervenção pedagógica, problemas de aprendizagem precisam ser identificados e trabalhados, o profissional deve conhecer o conjunto das variáveis e a origem do problema para que possa trabalhar de forma específica e tentar resolver.
3. METODOLOGIA
A presente pesquisa se caracteriza como descritivo-bibliográfica, pois foi desenvolvida a partir do material já elaborado, que se fundamenta em teorias de diversos autores, os quais são mencionados por suas relevantes contribuições. Pretendeu-se estudar as concepções metodológicas de alfabetização, buscando um aprofundamento que possa nortear uma metodologia alternativa para a construção do êxito educacional na escrita e na leitura.
Para LAKATOS E MARCONI (1986, p. 44), a pesquisa bibliográfica “é um procedimento reflexivo, sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento”.
Baseou-se este trabalho na pesquisa bibliográfica, porque acredita-se que a mesma pode ampliar os conhecimentos teóricos acerca da alfabetização. Para isso, foram utilizadas as seguintes fontes: livros, revistas, apostilas e internet. Dentro desse contexto iniciamos a escolha do tema, determinamos os objetivos, passando buscar bibliografias pertinentes ao assunto, leitura de diversos autores referentes ao tema, construindo assim os primeiros textos que deram origem ao projeto do tcc já entregue anteriormente.
O estudo concentrou-se na área da educação , especificamente em alfabetização no ensino fundamental, avaliando as diferentes concepções que norteiam esse processo, bem como os professores utilizam esses métodos e as dificuldades que encontram em sala de aula, bem como os principais motivos do fracasso escolar nos anos iniciais. 
4. REFERÊNCIAS
ALVES, Doralice Veiga. Psicopedagogia: Avaliação e Diagnóstico. 1 Ed. Vila Velha- ES, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil, 2007.
ANTUNES, Celso. Professores e professores: reflexões sobre a aula e prática pedagógica diversas. 2.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
ASSIS, M.B.A.C. Aspectos afetivos do desempenho escolar: alguns processosinconscientes. Boletim da Associação Brasileira de Psicopedagogia, n. 20, p. 35-48, 1990.
BARCA LOZANO, A., PORTO RIOBOO, A. Dificultades de aprendizaje: Categorias y clasificación, factores, evaluación y proceso de intervención psicopedagógica. In SANTIUSTE BERMEJO, V., BELTRÁN LLERA, J. A. Dificultades de aprendizaje. Madrid: Editorial Sintesis, 1998.
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental: Língua portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1998 pp 69-70.
CAMPOS, L.M.L.A. A rotulação de alunos como portadores de distúrbios ou dificuldades de aprendizagem: uma questão a ser refletida. Serie ideias, n 28, p.125-139. São Paulo: FDE, 1997.
CARRAHER, T.N.; SCHLIEMANN, A.D. Na vida dez, na escola zero. São Paulo: Cortez Editora, 1989.
FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada; abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
FERREIRO, E. TEBEROSKY, A. A Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999.
FONSECA, V. Dificuldades de Aprendizagem: Na busca de alguns axiomas. Revista Portuguesa de Pedagogia. Ano 39. Nº3. 13-38, 2005.
FONSECA, V. Uma Introdução às Dificuldades de Aprendizagem. Editorial Notícias: Lisboa, 1984.
LAKATOS & MARCONI. Metodologia da Pesquisa Científica. São Paulo: Atlas, 1986
LEITE, S. A. da S. O fracasso escolar no ensino de primeiro grau. Revista Brasileira de estudos Pedagógicos, v.69, n.163, p.510-540, setembro/dezembro, 1988.
MOURA, Tânia Maria de Melo. A prática pedagógica dos alfabetizadores de jovens e adultos: contribuições de freire, ferreiro e vygotsky. Maceió: Inep, 1999.
PIAGET, J. Problema de psicologia genética. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1998.
________. Aprendizagem e conhecimento. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos S/A, 1974.
SOUZA, E.M. Problemas de aprendizagem - criança de 8 a 11 anos. Bauru: EDUSC,1996.
STEVANATO, I. S. autoconceito de crianças com dificuldades de aprendizagem e problemas de comportamento. Psicologia em estudo – Maringá. 1996.
VYGOTSKY, L.S.A. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
________. A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes,1984.
_________. Psicologia da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
¹ Aluna do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. 5º semestre – 2016.
² Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER.