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TCC ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

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33
INSTITUTO DE ENSINO E CULTURA MAGISTER
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE WENCESLAU BRAZ – FACIBRA
LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
Eliene de Souza Santos 1
Raquel Rodrigues Neres 2
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: Dificuldades de aprendizagem de alunos do ensino fundamental menor de uma escola municipal de Vila União/Marabá - PA
 Marabá – PA
2016
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus por ter mim dado saúde e força para chegar ate final dessa jornada.
Um agradecimento especial ao meu esposo ADELSON FRANCISCO que sempre estar mim apoiando em minhas escolhas.
Um agradecimento mais especial a minha mãe MARIA ROSA e meu avó ADILEU que todos os dias oram por mim e sei que eles têm um orgulho imenso de mim.
Agradeço a todos os professores por me proporcionar o conhecimento não apenas racional mais a manifestação do caráter e afetividade da educação no processo de formação profissional.
A toda a minha turma que depois de tanto tempo juntos, tornou-se minha segunda família.
A minha orientadora Rosângela Nascimento que sempre nos incentivou nos momentos difíceis.
A faculdade de ciências de Wenceslau-BRAZ FACIBRA,por proporcionar essa conquista do curso superior.
Ao meu orientador AGRIPINO AMORIM pelo empenho dedicado a elaboração deste trabalho. 
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado.
Raquel Rodrigues Neres
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: Dificuldades de aprendizagem de alunos do ensino fundamental menor de uma escola municipal de Vila União/Marabá - PA
Trabalho de conclusão de curso de Licenciatura em Pedagogia apresentado a Faculdade de Ciencias Wenceslau como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.
Orientador: J. A. R. Amorim
Marabá – PA
2016
Eliene de Souza Santos 1
Raquel Rodrigues Neres 2
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: Dificuldades de aprendizagem de alunos do ensino fundamental menor de uma escola municipal de Vila União/Marabá - PA
Trabalho de conclusão de curso de Licenciatura apresentado a Faculdade de Ciencias Wenceslau – BRAS como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia
Aprovado em: ____ de _______ de _____.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
J. A. R .Amorim
Faculdade de Ciencias Wenceslau 
RESUMO
Esse trabalho tem como objeto de estudo, as dificuldades de aprendizagem no ensino fundamental I, objetivando analisar essas dificuldades, detectar as causas e fatores que contribuem para a mesma, e saber a quantidade de alunos que sentem essas dificuldades. O estudo foi realizado com base em uma pesquisa bibliográfica que será apresentada na fundamentação teórica, enfocando as ideias de diversos autores da área, visando à compreensão de questões fundamentais sobre a aprendizagem e discutindo as possíveis causas do fracasso escolar e as variáveis que interferem negativamente no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. E também uma pesquisa de campo de caráter qualitativo e quantitativo, tendo como instrumento de coleta de dados um questionário que foi lançado aos professores do ensino fundamental I da referida escola, buscando informações acerca do tema em questão. Diversos temas foram abordados no decorrer da pesquisa como: o conceito de aprendizagem, o problema da dificuldade de aprendizagem no Brasil, dificuldades na leitura, dificuldades na escrita, também foram apontados problemas como a falta de interesse dos alunos em aprender os conteúdos, a ausência do acompanhamento familiar. Problemas como esses, afetam diretamente o trabalho pedagógico escolar, dificultando assim o processo de ensino aprendizagem dos alunos. É preciso analisar as práticas de introdução da língua escrita, tratando de ver os pressupostos subjacentes a elas, e até que ponto funciona como filtros de transformação seletiva e deformante de qualquer proposta inovadora. Procurar sempre uma forma de oferecer à criança a base de sustentação da alfabetização: a leitura, para que haja uma alfabetização concreta e significativa para o aluno. Traz também o olhar reflexivo sobre o ambiente do processo de alfabetização escolar e sala de aula. Observou-se ainda, a existência de muita incoerência entre as falas das professoras sobre o tema, o que nos leva ao entendimento de termos ainda, muito o que aprender sobre o processo de alfabetização com letramento na Educação infantil.
Palavras-chave: Participação. Escola. Educação. Aluno. Letramento. Alfabetização. 
INTRODUÇÃO
É sabido que uma das maiores riquezas de um país é a educação do seu povo e que uma boa educação começa nas séries iniciais com uma alfabetização de qualidade. Porém, processo de alfabetização inicial na maioria das escolas brasileiras muitas vezes tem tido como resultado o insucesso e uma defasagem muito grande, prejudicando a aprendizagem dos alunos que saem das séries iniciais do ensino fundamental. 
A realidade é que as escolas brasileiras, de modo geral, formam alunos que mal conseguem ler e escrever, que não sabem ao menos interpretar e produzir pequenos textos. Assim, tem-se constatado uma triste realidade: que as escolas brasileiras de ensino fundamental nas séries iniciais, de modo geral têm contribuído para a formação de analfabetos funcionais. 
Que não são poucos, e para comprovar isto, existem inúmeras pesquisas educacionais. E mesmo com tal constatação, pouco se tem feito para mudar os índices do analfabetismo funcional brasileiro. As taxas de analfabetismo funcional apresentam um índice muito alto em todos os estados brasileiros. A maior porcentagem de analfabetos funcionais encontra-se na região Nordeste. 
Porém, o Sul e o Sudeste também apresentam taxas significativas. Pensando nesse mal que atinge a população Brasileira em larga escala, este artigo visa conhecer a situação em que o Brasil se encontra em relação ao analfabetismo funcional e a proposta de uma alfabetização eficiente como um dos instrumentos para reduzir e evitar essa incômoda realidade presente em nossa sociedade. 
A hipótese com que os pesquisadores trabalharam é que ainda que o trabalho eficiente de alfabetização das séries iniciais do ensino fundamental não seja a única solução para o analfabetismo funcional, ajudará e muito a minorar o problema já descrito. Para que isto aconteça, é necessária a tomada de várias decisões, que passam pelo compromisso com a qualidade, com o conhecimento das necessidades dos alunos e a escolha de um método de alfabetização que melhor se adapte a elas.
De acordo com (GRIGORENKO, STERNEMBERG, 2003, p.29)
“Dificuldade de aprendizagem significa um distúrbio em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da linguagem, falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos”.
Quando a criança começa a ler, a maioria dos alunos tende a ver as palavras como imagens, com uma forma particular ou um padrão. Eles tendem a não compreender que uma palavra é composta de letras usadas em combinações particulares, que correspondem ao som falado. É essencial que os alunos sejam ensinados e aprendam a arte básica de decodificação e soletração desde o inicio.
A ação de escrever exige também da parte da criança uma ação de analise deliberada. Quando fala, ela tem consciência das operações mentais que executa. Quando escreve, ela tem de tomar consciência da estrutura sonora de cada palavra, tem de dissecá-la e produzi-la em símbolos alfabéticos que tem de ser memorizado e estudado de antemão. (Vygotsky, 1979) Segundo o autor podemos concluir que a dificuldade de aprendizagem é um distúrbio psicológico que causa problemas a criança, quando esta se encontra no início do processo de alfabetização.
Já para (SMITYH, STRICK, 2001, P.14)
Dificuldades de aprendizagem são “... problemas neurológicos que afetam a capacidade do cérebro para entender, recordar ou comunicar informações”.
A função primordialda escola seria, para grande parte dos educadores, propiciarem aos alunos caminhos para que eles aprendam, de forma consciente e consistente, os mecanismos de apropriação de conhecimentos. Assim como a de possibilitar que os alunos atuem, criticamente em seu espaço social. Essa também é a nossa perspectiva de trabalho, pois, uma escola transformadora é a que está consciente de seu papel político na luta contra as desigualdades sociais e assumem a responsabilidade de um ensino eficiente para capacitar seus alunos na conquista da participação cultural e na reivindicação social. (Soares, 1998).
Mas, frequentemente o aprendizado fora dos limites da instituição escolar é muito mais motivador, pois a linguagem da escola nem sempre é a do aluno. Dessa maneira percebemos a escola que exclui, reduz limita e expulsa sua clientela: seja pelo aspecto físico, seja pelas condições de trabalho dos professores, seja pelos altos índices de repetência e evasão escolar ou pela inadaptabilidade dos alunos, pois a norma culta padrão é a única variante aceita, e os mecanismos de naturalização dessa ordem da linguagem são apagados. (Soares, 2003).
A análise das questões sobre a leitura e a escrita está fundamentalmente ligada à concepção que se tem sobre o que é a linguagem e o que é ensinar e aprender. E essas concepções passam, obrigatoriamente, pelos objetivos que se atribuem à escola e à escolarização.
Muitas das abordagens escolares derivam de concepções de ensino e aprendizagem da palavra escrita que reduzem o processo da alfabetização e de leitura a simples decodificação dos símbolos linguísticos. A escola transmite uma concepção de que a escrita é a transcrição da oralidade. (Cagliari, 1989: 26)
“Parte-se do princípio de que o aprendiz deve unicamente conhecer a estrutura da escrita, sua organização em unidades e seus princípios fundamentais, que incluiriam basicamente algumas das noções sobre a relação entre escrita e oralidade, para que possua os pré-requisitos, aprenda e desenvolva as atividades de leitura e de produção da escrita”.
Mas a escrita ultrapassa sua estruturação e a relação entre o que se escreve e como se escreve demonstra a perspectiva de onde se enuncia e a intencionalidade das formas escolhidas. A leitura, por sua vez, ultrapassa a mera decodificação porque é um processo de (re) atribuição de sentidos. Essa seria uma concepção de leitura e escrita como decifração de signos linguísticos transparentes, e de ensino e aprendizagem como um processo cumulativo.
Já na visão contemporânea a construção dos sentidos, seja pela fala, pela escrita ou pela leitura, está diretamente relacionada às atividades discursivas e às práticas sociais as quais os sujeitos têm acesso ao longo de seu processo histórico de socialização. As atividades discursivas podem ser compreendidas como as ações de enunciado que representam o assunto que é objeto da interlocução e orientam a interação. A construção das atividades discursivas dá-se no espaço das práticas discursivas.
Como dito anteriormente, estamos propondo as práticas discursivas de leitura e escrita como fenômenos sociais que ultrapassam os limites da escola. Partimos do princípio de que o trabalho realizado por meio da leitura e da produção de textos é muito mais que decodificação de signos linguísticos, ao contrário, é um processo de construção de significado e atribuição de sentidos. Pressupomos, também que a leitura e a escrita são atividades dialógicas que ocorrem no meio social através do processo histórico da humanização.
Creio que este trabalho contribuirá para que seja identificado com mais agilidade as dificuldades na aprendizagem, bem como, sugestões de atividades praticas.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Conceito de aprendizagem
A aprendizagem pode ser definida como uma modificação do comportamento do indivíduo em função da experiência. E pode ser caracterizada pelo estilo sistemático e intencional e pela organização das atividades que a desencadeiam, atividades que se implantam em um quadro de finalidades e exigências determinadas pela instituição escolar, Alves (2007).
O processo de aprendizagem traduz a maneira como os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem competências e mudam o comportamento. Trata-se de um processo complexo que, dificilmente, pode ser explicado apenas através de recortes do todo (Alves 2007, p. 18).
Na visão de Barros, Pereira e Goes (2008), a aprendizagem é um mecanismo de aquisição de conhecimentos que são incorporados aos esquemas e estruturas intelectuais que o indivíduo dispõe em um determinado momento. 
Trata se de um processo contínuo que começa pela convivência familiar, pelas culturas, tradições e vai aperfeiçoando-se no ambiente escolar e na vida social de um indivíduo, sendo assim um processo que valoriza as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento e tem como objetivo a elevação da experiência, formação, raciocínio e observação. Essa ação pode ser analisada a partir de diferentes pontos de vista, de forma que há diferentes teorias de aprendizagem.
Para Piaget (1998) a aprendizagem provém de “equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menos equilíbrio para um estado de equilíbrio superior”. Diante dessa afirmação nota-se que a aprendizagem parte do equilíbrio e a sequência da evolução da mente, sendo assim um processo que não acontece isoladamente, tanto pode partir das experiências que o indivíduo acumula no decorrer da sua vida, como também por meio da interação social.
Aprender é um processo que se inicia a partir do confronto entre a realidade objetiva e os diferentes significados que cada pessoa constrói acerca dessa realidade, considerando as experiências individuais e as regras sociais existentes (Antunes 2008, p. 32).
Ainda de acordo com Piaget (1974) “a aprendizagem ocorre pela ação da experiência do sujeito e do processo de equilibração”. Essa afirmação demonstra que a aprendizagem não parte do zero, mas sim, de experiências anteriores, o indivíduo vai desenvolvendo sua capacidade de assimilação através da organização do esquema cognitivo.
A educação recebida, na escola, e na sociedade de um modo geral cumpre um papel primordial na constituição dos sujeitos, a atitude dos pais e suas práticas de criação e educação são aspectos que interferem no desenvolvimento individual e consequentemente o comportamento da criança na escola. Vygotsky (1984, p.87).
Na perspectiva de Vygotsky (1991) “a aprendizagem é o resultado da interação dinâmica entre a criança com o meio social”, sendo que o pensamento e a linguagem recebem influencias do meio em que convivem. O funcionamento cognitivo da mente está relacionado à reflexão, planejamento e à organização das estruturas lógicas e vai adequando-se a mediação simbólica e social.
Segundo Vygotsky (1991) a aprendizagem acontece por meio de uma zona de desenvolvimento proximal que pode ser definida da seguinte forma:
“A zona de desenvolvimento proximal é a distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial. O nível real exprime o desempenho da criança ao realizar suas tarefas sem ajuda de ninguém, e o nível potencial representa aquelas tarefas que a criança só consegue realizar com ajuda de alguém” (VYGOTSKY, 1991, p. 97).
A aprendizagem para Fonseca (2005) é interligada por quatro componentes cognitivos fundamentais que são: o input (responsável pelas informações recebidas pelos sentidos visual e auditivo), a cognição (responsável pelos processos de memorização, consistência e processamento simultâneo e sequencial de informações), o output (responsável pelos processos motores como desenhar, ler, escrever, ou resolver problemas) e a retroalimentação ( responsável pela repetição, organização, controle e realização das atividades).
Para Souza (1996) Os fatores relacionados ao sucesso e ao fracasso da aprendizagem dividem-se em três variáveis integrados entre si, e são designados como: ambientais psicológicos e metodológicos, a junção desses fatores resulta-se no desempenho escolar de uma criança.
O contextoambiental é o meio em que a criança vive e está diretamente relacionado ao nível socioeconômico dos pais, a quantidade de filhos, a convivência familiar, ocupação e escolaridade dos pais. Souza (1996) afirma que o fator ambiente contribui de forma decisiva para um bom desenvolvimento do aluno, por ser o espaço em que aluno passa a maior parte do tempo.
Assis (1990) menciona que os problemas de aprendizagem podem ser resultado de ambientes familiares que não estimulam a criança a estudar e acredita que um ambiente familiar com pouca influência sociolinguística pode interferir no desenvolvimento das aptidões e habilidades desempenhadas pela criança. Muitos fatores podem intervir na vida escolar de uma criança: um ambiente doméstico tranquilo e saudável o proporcionará uma melhor estabilidade emocional.
O contexto psicológico para Stevanato (1996) é de fundamental importância no desenvolvimento da aprendizagem e está relacionado com a estrutura familiar, ordem de nascimento dos filhos e o nível de expectativa, a forma como a criança é tratada pela sua família e também no ambiente social em que convive, tanto podem trazer reflexos positivos, quanto negativos para o seu processo de aprendizagem. Comportamentos como: agressões, baixa-estima, desatenção, hiperatividade e isolamento muitas vezes são resultantes da convivência familiar Souza (1996).
O contexto metodológico engloba o que é ensinado nas escolas e sua relação com valores como pertinência e significados, o fator decisivo nesse contexto é a unificação dos objetivos, conteúdos e os métodos, onde o professor precisa despertar no aluno o interesse em aprender e superar as dificuldades encontradas.
Na visão de Carraher e Schliemann (1989), em muitos casos as dificuldade em aprendizagem, não se trata de um problema onde aluno não consiga aprender, ou seja capaz de raciocinar, mas trata-se de problemas metodológicos, nesse casos é necessário uma metodologia de ensino diferenciada, apropriada ás reais necessidades do educando, tendo em vista o aprimoramento de suas habilidades e o desenvolvimento de suas potencialidades.
Ainda conforme Carraher e Schliemann (1989), uma criança quando não entende o método de ensino trabalhado pelo professor, sente-se frustrada, com problemas de baixa estima, ficando desinteressado, desatento ás aulas e em certos casos até agressivos. É importante que o professor tenha consciência que o aluno apresenta dificuldades de aprendizagem não por vontade própria. Trabalhar as dificuldades, tentar recuperar a autoestima do aluno, analisar os métodos de ensino são de fundamental importância para os educadores que enfrentam problemas relacionados à metodologia.
A metodologia está também intimamente ligada à noção de aprendizagem. A estimulação e a atividade em si não garantem que a aprendizagem se opere. Para aprender é necessário estar-se motivado e interessado. A ocorrência da aprendizagem depende não só do estímulo apropriado, como também de alguma condição interior própria do organismo. (Fonseca, 1995, p. 131).
Barca Lozano e Porto Rioboo (1998) apresentam um conceito de aprendizagem que associa três aspectos. O primeiro avalia a aprendizagem como um processo ativo, sendo que, os alunos precisam realizar uma certa quantidade de atividades facilitando a assimilação dos conteúdos. O segundo define a aprendizagem como um processo construtivo, sendo que as atividades que os alunos desempenham têm como objetivo a construção do conhecimento. O terceiro menciona a aprendizagem como um processo onde o aluno deverá aprimorar e organizar as estruturas cognitivas.
2. O PROBLEMA DA DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NO BRASIL
	
Os problemas relacionados à dificuldades de aprendizagem escolar dos alunos, é uma situação preocupante para os professores que atuam no ensino Fundamental I. 
Para Antunes (1997) essas dificuldades podem ser percebidas nas crianças que não tem um bom rendimento escolar em uma ou mais áreas, mostrando problemas na: expressão oral, compreensão oral, expressão escrita com ortografia apropriada, desenvoltura básica de leitura, compreensão da leitura, cálculo matemático.
“Dificuldade de Aprendizagem (D.A.) é um problema que está relacionado a uma série de fatores e podem se manifestar de diversas formas como: transtornos, dificuldades significativas na compreensão e uso da escuta, na forma de falar, ler, escrever, raciocinar e desenvolver habilidades matemáticas. Esses transtornos são inerentes ao indivíduo, podendo ser resultantes da disfunção do sistema nervoso central, e podem acontecer ao longo do período vital. Podem estar também associados a essas dificuldades de aprendizagem, problemas relacionados as condutas do indivíduo, percepção social e interação social, mas não estabelecem, por si próprias, um problema de aprendizagem. (GARCÍA, 1998, p. 31-32)”.
Já na concepção de Fernández (1990), as dificuldades de aprendizagem são “fraturas” no processo de aprendizagem, onde essencialmente estão em jogo quatro fatores: o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo. 
Os problemas de aprendizagem são consequências da anulação das capacidades de aprender e bloqueio das possibilidades de assimilação do aluno. E podem estar ligados à fatores individuais e relativos à estrutura familiar que indivíduo faz parte.
Enquanto que, Campos (1997) acredita que o problema da dificuldade de aprendizagem nas escolas é proveniente de fatores reversíveis e não há causas orgânicas. 
Embora muitos alunos que sentem dificuldades em aprender, mostram-se felizes e acomodados, outros apresentam problemas emocionais, muitos desistem de aprender e demonstram não gostarem da escola, questionam sobre sua própria inteligência, ficando socialmente isolado da realidade escolar, isso muitas vezes faz com que aluno deixe de acreditar que a escola o proporcionará um futuro melhor, levando-o a evasão escolar.
As crianças com dificuldades de aprendizagem, geralmente não conseguem um bom desempenho na vida escolar. A sua capacidade intelectual parece congelar fazendo com que o seu desempenho na escola seja inconsistente. Os alunos com dificuldades de aprendizagem podem manifestar comportamentos problemáticos, apresentarem problemas como: falta de atenção, distração, perca do interesse por novas atividades, deixar atividades ou trabalhos inacabados, dificuldade para seguir instruções do professor, faltar às aulas.
Gusmão (2001) aponta as dificuldades de aprendizagem como uma falha no processo da aprendizagem que ocasionou o não aproveitamento escolar. Refletindo não apenas em termos de falhas na aprendizagem, como também no ato de ensinar, essas dificuldades não se traduzem apenas em um problema próprio do sujeito aprendiz no que diz respeito a competências e potencialidades, mas sim em série de fatores que envolvem direta ou indiretamente o processo de ensino.
Quando o aluno não consegue aprender começa a ficar desmotivado, perde o interesse pela escola, muitas vezes apresentam problemas comportamentais e também transtornos emocionais. Para Furtado (2007):
Quando a aprendizagem não se desenvolve conforme o esperado para a criança, para os pais e para a escola ocorre a "dificuldade de aprendizagem". E antes que a "bola de neve" se desenvolva é necessário a identificação do problema, esforço, compreensão, colaboração e flexibilização de todas as partes envolvidas no processo: criança, pais, professores e orientadores. O que vemos são crianças desmotivadas, pais frustrados pressionando a criança e a escola. Furtado (2007, p. 03)
Para Jacob e Loureiro (1996), a dificuldade escolar representa para o aluno um retrocesso nos processos intrapsíquicos relativos à formação da identidade, gerando dificuldades afetivas, também.
De acordo com Major (1987) o termo dificuldades de aprendizagem não é um problema resultante da falta de inteligência da criança, mas sim, pode se resultar do meio social em que a mesma ocupa. Isso pode partir da natureza emocional ou motora da criança, a mesma poderá apresentar algumas dificuldades nas atividades escolares habituais, sendo quea criança não é um aprendiz vagaroso que não tem habilidade para aprender em ritmo normal, mas sim, uma criança emocionalmente perturbada e emocionalmente mal ajustada.
De acordo com Weiss (1997): o problema da dificuldade do aluno em aprender pode estar ligado a fatores tanto internos quanto externos:
Essa insuficiência na aprendizagem escolar pode estar ligada à ausência de estrutura cognoscitiva, que permite a organização dos estímulos e favorece a aquisição dos conhecimentos. Todavia, a dificuldade em aprender pode estar relacionada a determinantes sociais, da escola e do Olhar de professor, próprio aluno, ou seja, ligada a fatores internos (cognitivos e emocionais) e a fatores externos (culturais, sociais e políticos) (Weiss. 1997, p. 16)
Em muitos casos as dificuldades no aprendizado têm causas ligadas a fatores diversos, a forma como as crianças são afetadas por esses fatores é determinada pelo ambiente em que vivem. Para Souza (1996) a convivência no lar e na escola pode fazer a diferença entre uma deficiência propriamente dita, e um problema que torna o aluno incapaz de assimilar o conteúdo escolar. O ambiente familiar e escolar no qual o indivíduo convive pode afetar o seu desempenho intelectual ou desfavorecer o seu potencial de aprendizagem.
Patto (1998) acredita que as dificuldades de aprendizagem estão relacionadas à carência cultural, de certa forma, uma criança pobre tem menor desenvoltura no processo de aprendizagem. Segundo Valla (1994), o enraizamento cultural é um fator determinante no processo de aprendizagem, problemas como a desnutrição e a pobreza, são fatores que contribuem para o fracasso escolar.
Para Dell Prette e Dell Prette (1998) “as dificuldades de aprendizagem é um problema psicossocial”, as crianças que a família incentivam a estudar e recebem acompanhamento dos pais ou responsáveis na vida escolar, são mais positivas, tanto na capacidade em aprender, quanto no relacionamento com os demais colegas. Enquanto que as crianças que não são estimuladas pelas suas famílias a estudarem, já de início começam a enfrentarem obstáculos, mesmo não tendo deficiências cognitivas ou físicas, elas tendem a desenvolver as habilidades básicas de forma mais lenta e geralmente não apresentam um bom relacionamento com os outros colegas.
Fracasso escolar afeta o aprender do sujeito em suas manifestações sem chegar a aprisionar a inteligência: muitas vezes surge do choque entre o aprendente e a instituição educativa que funciona de forma segregadora. “Para entendê-lo e abordá-lo, devemos apelar para a situação promotora do bloqueio” (FERNANDEZ, 2001, p.33).
Smith e Lisa Atrick (2001) afirmam que as dificuldades de aprendizagem podem resultar-se de problemas como violência doméstica, fatores emocionais, escolas superlotadas, mal estruturadas, turmas multisseriadas, falta de material didáticos, professores mal preparados e desmotivados, são variáveis que podem afetar diretamente o desenvolvimento do ensino e aprendizagem no Ensino Fundamental e podem diminuir de maneira significativa as chances de uma criança superar as dificuldades de aprendizagem.
O estresse emocional também compromete a capacidade das crianças para aprender. A ansiedade em relação a dinheiro ou mudança de residência, a discórdia familiar ou doença pode não apenas ser prejudicial em si mesma, mas com o tempo pode corroer a disposição de uma criança para confiar, assumir riscos e ser receptiva a novas situações que são importantes para o sucesso na escola. E trágico percebermos que números crescentes de crianças não estão realmente disponíveis para a aprendizagem, porque suas vidas são dominadas pelo medo: perigos em seus lares ou na vizinhança fazem com que precisem dedicar a maior parte de sua energia mental à questão urgente da proteção pessoal. Se a própria escola não for segura, as perspectivas acadêmicas de todo um grupo estudantil poderão ser prejudicadas. (Smith e Lisa Atrick 2001, p. 19)
Segundo Johnson e Myklebust (1987) para que a aprendizagem de uma criança aconteça sem haver dificuldades é necessário que o sistema nervoso periférico Central esteja intacto, dessa forma a aprendizagem se consolida quando a criança recebe informações através de seus receptores e estando apta a aprender.
Cool, Marchesi e Palácios (2004) afirmam que “nem sempre o que o cérebro funciona mal é por culpa de uma falha cerebral: pode ser resultado de um ambiente nocivo”. O ser humano quando nasce já está potencialmente preparado aprender, mas ele, certamente precisará de estímulos externos e internos para desenvolver a sua capacidade de aprendizagem, como motivação e a necessidade de inserção social.
Leite (1998) relaciona o fracasso escolar a fatores extraescolares como a realidade socioeconômica a que está inserida a maioria da população brasileira, resultantes das relações de trabalho e pobreza. E também a fatores interescolares como a distância cultural entre a escola pública e sua população formação inadequada de professores e problemas de natureza metodológica.
Para que seja identificada uma dificuldade de aprendizagem é preciso uma avaliação, e a partir dos resultados obtidos, deve ser planejada a aplicação de um programa de intervenção pedagógica, problemas de aprendizagem precisam ser identificados e trabalhados, o profissional deve conhecer o conjunto das variáveis e a origem do problema para que possa trabalhar de forma específica e tentar resolver.
2.1 Dificuldades na Leitura no Ensino Fundamental I
O processo de leitura não se trata apenas de um produto final do processo escolar, mas sim, uma importante conquista para o desenvolvimento de uma sociedade. O aluno ao aprender a ler e começa a desenvolver melhor a linguagem tornando-se mais comunicativo, fazendo parte de um grupo social com vida e histórias individuais.
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação de texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem e etc. não trata de extrair informações decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégia, de seleção, antecipação, inferência e verificação sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai ser lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas. (Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental, 1998, p. 69)
Segundo Fonseca, (1984), a linguagem conta com uma estrutura que abrange: fonologia, léxico, morfologia, semântica e sintaxe. Para Cruz (2009) a leitura é composta por dois elementos: a descodificação e a compreensão. A descodificação acontece através do reconhecimento e identificação das palavras, e a compreensão é um processo voltado para assimilação da informação escrita.
Na descodificação destacam-se não só as formas de diferenciação e identificação das letras e palavras, como também a junção dos símbolos gráficos com os sons. As dificuldades que podem surgir neste processo são: os erros na leitura de letras, erros na leitura de sílabas e palavras, leitura lenta e vacilações e repetições. Na compreensão da leitura, o que interessa é assimilar a mensagem grafada em um texto, a compreensão ocorre por meio dos processos de extração e organização da linguagem escrita, Cruz (2009).
Citoler (1996) menciona que as dificuldades de aprendizagem na leitura podem ser resultantes de: problemas na descodificação; pobreza de vocabulário; falta de conhecimentos anteriores; problemas na memória; falta de táticas de captação; e confusão nas exigências da tarefa ou desinteresse.
Lyon (2003) aponta quatro variáveis que podem interferir na aprendizagem da leitura, designadamente: déficits na consciência fonética e na forma de desenvolver o princípio alfabético; déficits na obtenção de estratégias de compreender a leitura e sua aplicação; déficits em desenvolver e manter a motivação para a leitura; e faltade preparação dos professores.
As dificuldades na leitura ocorrem geralmente no reconhecimento e na compreensão da palavra escrita, o reconhecimento é o mais básico de todos os processos, ele é anterior à compreensão da palavra, portanto, esse transtorno pode ser apresentado por uma leitura oral lenta, com omissões, distorções e substituições de palavras, com interrupções, correções e bloqueios (DOCKRELL; MCSHANE, 1997).
Há crianças que sentem dificuldades apenas no reconhecimento das palavras, e conseguem compreender uma explicação falada. Existem também crianças que sabem ler as palavras, mas sentem dificuldades para compreender o que foi lido. E em casos extremos existem crianças que leem mal as palavras e sentem dificuldades tanto na compreensão oral, quanto na escrita (SÁNCHEZ MIGUEL; MARTÍNEZ MARTÍN, 1998).
 Dificuldades na leitura faz com que o aluno sinta dificuldade em lembrar as palavras vistas antes, dificuldade em soletrar, perca do interesse por leitura, fazem contraversões de letras e palavras, têm vocabulário curto e uma memória visual pobre e problemas no processamento auditivo.
A leitura é de fundamental importância para a obtenção de novas aprendizagens, é necessário observar com atenção os sinais de dificuldades neste elemento de formação de ideias e opiniões, tendo por finalidade de evitar dificuldades e comprometimentos das aprendizagens escolares. Nielsen (1999).
2.2 Dificuldades na escrita
A escrita é um elemento de comunicação muito importante para o processo de aprendizagem, ela exerce um papel eficaz na vida em sociedade, representando assim um elemento de fundamental relevância para a cidadania. (Santana, 2007).
De acordo com Ajuriaguerra e Grajan (1995), a escrita é resultante de uma aprendizagem que está ligada a diversos fatores e especialmente a adaptação afetiva na escola e da individualidade das crianças, entre os quais se podem mencionar o gosto pela escola, às relações entre a família e a escola.
Na visão de Ellis, (1995), a aprendizagem da escrita é precisa ser bem trabalhada, já que envolve o domínio de distintas habilidades, tanto no desenvolvimento motor, quanto nas habilidades ortográficas, e trata-se de um processo relacionado com o estilo de aprendizagem, por meio dos níveis estruturais.
Para Cruz (1999), a escrita é determinada por quatro aspectos fundamentais: O primeiro aborda o processo construtivo, que consiste na elaboração, interpretação e construção do significado. 
O segundo processo enfatiza a necessidade do sujeito em agir de maneira ativa para aprender o conteúdo, desenvolvendo estratégias cognitivas e metacognitivas que podem ser utilizadas para resolver de problemas. O terceiro trata-se do processo afetivo que engloba o desejo de escrever, a estabilidade emocional e o interesse pela aprendizagem; e o quarto aspecto são os fatores afetivo-motivacionais que estão relacionados ao rendimento do aluno.
Segundo Vygotsky (1991), as dificuldades na escrita é um problema que não significa falta de capacidade de uma criança, mas sim, um problema onde a mesma tem o desenvolvimento da escrita obstaculizado por algum tipo de déficit. O desenvolvimento pode estar qualitativamente diferente e não mais lento ou inferior ao das outras crianças.
As dificuldades de aprendizagem na escrita para Escoriza Nieto (1998) é uma realidade que precisa ser analisada, e transformada enfocando a interação ativa e simultânea das características e a natureza dos três elementos básicos dos processos de ensino-aprendizagem: o sujeito que aprende, o professor que intermedia o processo de aprendizagem do aluno e os conteúdos que compõem o objeto de ensino aprendizagem, ou analisar os processos de interação aluno-professor-conteúdo como a unidade de análise mais conexa e relevante, referindo-se à explicação, diagnóstico e interferência nas dificuldades de aprendizagem.
De acordo com Escoriza Nieto (1998), para que as dificuldades de aprendizagem possam ser avaliadas, precisam ser entendidos, não como atribuíveis às propriedades específicas (biológicas e cognitivas), e sim como conhecimentos cuja internalização pode exigir, em determinadas crianças, ajudas educativas individualizadas, diversificadas e diagnosticadas nos processos de influência educativa.
Os problemas na escrita são relativos às dificuldades no desenvolvimento das habilidades da escrita (disgrafia) e, pode ir desde erros na soletração até erros na sintaxe, estruturação ou pontuação das frases, ou na organização de parágrafos, (García, 1998).
Existem alunos com boa capacidade de expressão oral, mas com dificuldades para escrever as palavras (disgrafia); alunos que conseguem expressarem-se oralmente com dificuldade e escrevem, também, as palavras de modo deficitário, e indivíduos que escrevem bem as palavras; mas se expressam mal (Sánchez Miguel e Martínez Martín, 1998).
3. PROBLEMA
A dificuldade de aprendizagem vem sendo um problema bastante debatido e preocupante, suas causas podem estar relacionadas a fatores exteriores ao indivíduo ou inerentes a ele, decorrendo de situações adversas à aprendizagem como o déficit sensorial, abandono escolar, baixa condição socioeconómica, problemas cognitivos e neurológicos.
Esses são problemas enfrentados pelos professores e alunos do ensino fundamental de muitas escolas, por meio dessa pesquisa procurou-se demonstrar os problemas que podem ocasionar essas dificuldades de aprendizagem, suas principais causas, as metodologias que podem ser trabalhadas para minimizar esse problema, evidenciando também a importância da participação da família no acompanhamento escolar.
4. OBJETIVO GERAL
Analisar as principais dificuldades de aprendizagem na alfabetização.
4.1 OBJETIVO ESPECÍFICO
Compreender as dificuldades de leitura e escrita no processo de alfabetização.
4.2 POSSÍVEIS SOLUÇÕES
Perceber as dificuldades de aprendizagem e atuar de forma apropriada sobre elas, é uma forma de fazer acontecer a aprendizagem significativa. Fazer com que o aluno consiga superar esse problema, muitas vezes causados por déficits cognitivos, físicos e, ou afetivo, representa a investigação, a finalidade, de muitos dos profissionais que acreditam no construir, nas superações que o processo educativo pode proporcionar.
Cabe ao educador diagnosticar o tipo de problema que aluno está enfrentando, o que muitas vezes não é tarefa simples, portanto quando um professor perceber que alguma coisa não está dentro da normalidade com um aluno ou seja, que o aluno não está tendo um bom rendimento, ao invés de achar que o aluno é incapaz de aprender, é preciso procurar conhecer as causas dessa dificuldade
O número de alunos que sentem dificuldades em aprender tem aumentado consideravelmente. O que leva muitos deles a perderem o interesse pela escola, criando um clima de insegurança e a perda da autoestima. A proposta desse trabalho é identificar, apresentar e analisar os motivos e as implicações que levam esses alunos a sentirem dificuldades em assimilar os conteúdos trabalhados em sala de aula e também obter dados significativos, sobre as crianças com Dificuldade de Aprendizagem e identificar o que está ocasionando a dificuldade e o que pode ser feito para tentar resolver esses problemas
5. APRESENTAÇÃO DA ANÁLISE DE DADOS
O objetivo desta etapa da pesquisa é analisar os dados coletados na entrevista, a fim de interpretar as respostas referentes ao assunto. Através das leituras e das respostas dos entrevistados, pode-se adquirir conhecimentos que possibilitaram uma melhor interpretação do tema analisado.
 O procedimento de análise e discussão dos dados, foram categorizados tendo como eixo norteador às questões formuladas no roteiro da entrevista por meio do questionário auto preenchível. 
5.1 Alfabetização e Letramento na Visão dos Educadores 
O desafio lançado hoje no interior das escolas passa fundamentalmente pela mudança da práxis educativa, pela forma de planejar, interagir e agir nos espaços educativos. O primeiro passo é a leitura do contexto, e o olhar sobre a realidade dos educandos, suas necessidadese possibilidades de se posicionar e intervir no mundo. Sem conhecer esta realidade não há como alfabetizar, não há como trabalhar numa perspectiva emancipatória. 
Por isso, nessa pesquisa buscamos levantar alguns dados juntos aos professores que atuam com os processos de alfabetização e letramento, tendo em vista o que pensam e de que forma dão continuidade a esses processos, junto às crianças que saem da educação infantil e ingressam no primeiro ano do ensino fundamental aos seis anos de idade. Os educadores entrevistados são todos do sexo feminino, em idade entre 25 e 40 anos que passarão a ser identificadas como Professoras E1, E2 e E3 as que atuam no último ano da Educação Infantil. Já as profissionais que trabalham no primeiro ano do Ensino fundamental serão reconhecidas como professoras F1, F2 e F3. No quadro abaixo podemos observar a qualificação profissional e o tempo de atuação no magistério de cada uma dessas professoras envolvidas Apenas duas delas atuam há mais de dez anos, enquanto que as demais variam entre 2 a 5 anos. A maioria possui o curso de graduação em pedagogia, sendo que apenas duas não são Pós-Graduadas, como podemos observar no quadro a seguir:
	
Profª.
	
FORMAÇÃO
	
TEMPO DE SERVIÇO
	E 1
	Pedagogia e Pós-Graduação em educação infantil e Séries Iniciais
	Mais de 10 anos
	E 2
	Graduação em História
	Entre 5 e 10 anos
	E 3
	Pedagogia e Pós-Graduação com ênfase em Educação Inclusiva
	Entre 5 e 10 anos
	F 1
	Pós-Graduação em Alfabetização e Letramento
	Entre 2 a 5 anos
	F 2
	Pedagogia e Pós-Graduação em Alfabetização e Letramento
	Entre 2 a 5 anos
	F 3
	Pedagogia e Pós-Graduação em Psicopedagogia, Gestão, Orientação e Supervisão Escolar
	Mais de 10 anos
FONTE: Dados de pesquisa, 2010
Os professores, de modo geral, têm se preocupado, nos últimos anos, com as possíveis implicações que a entrada de crianças de seis anos na escola fundamental traz para a organização dos processos de ensino da leitura e da escrita. Muitos se perguntam: que competência, conceitos e habilidades devem ser desenvolvidas nesse primeiro ano de escolaridade? É certo ou não alfabetizar as crianças de seis anos? Para responder a essas e outras dúvidas é importante ter claro o que de fato se entende por processo de alfabetização. 
Nesse sentido procurou-se saber o que pensam as seis educadoras entrevistadas sobre esta questão, ou seja, o que elas entendem por alfabetização e letramento. Observou-se que, de maneira geral, elas ainda fazem uma confusão entre esses dois conceitos. Por exemplo: A professora E2 afirma que alfabetização “é o ato de ensinar o estudante a ler e escrever, enquanto que letramento “é a decodificação das palavras”.
 Nessa mesma Linha de pensamento a professora F1 entende ser a alfabetização “um processo de reconhecimento do código alfabético e o seu uso social como meio de interação, enquanto que letramento, “é o reconhecimento do aluno da escrita como função social”. Além de confundirem a conceituação desses processos, essas respostas apresentam expressões muito vagas como “ensinar a ler e escrever” e “função social”. Caberiam aqui algumas indagações: o que é ler e escrever para esta professora? Decodificar códigos apenas? De que forma a professora F1 conceituaria a expressão “função social” empregada na definição dos dois conceitos? 
É claro que aprender a ler e escrever são elementos essenciais do processo de alfabetização, mas não basta reconhecê-los como um fim em si mesmo, sem reconhecer a insuficiência desta concepção de alfabetização, entendida apenas como a aprendizagem mecânica de ler e escrever. A professora F2, apesar de ser mais clara na definição de letramento dizendo ser “o estado ou condição de que se envolve nas numerosas e variadas práticas sociais de leitura e de escrita”, também demonstra incertezas quanto ao conceito de alfabetização quando escreve:
São conhecimentos que os estudantes já têm suas histórias e culturas, a maneira de ser de todas e as suas diferenças são contemplados nas mais diversas situações de aprendizagem que ocorrem. O mesmo planejado pelo professor deve permitir a vivência de experiências, estimularem a criatividade e a imaginação, desenvolvendo as mais diversas linguagens.
Essa resposta, pelo que se observa, não responde ao que foi perguntado de forma específica. Descreve situação que devem ser atendidas pela prática educativa de modo geral. Por sua vez, a professora E1 respondeu que alfabetizar é:
O processo pelo qual todo indivíduo passa e se envolve através de suas ações ativas ou passivas, internalizando conhecimentos e criando conceitos sobre determinado assunto. Porém este processo não necessariamente e obrigatoriamente deve ser vivido dentro de uma instituição escolar. E para ela letramento
Essa professora acredita que não é somente a escola o local para se alfabetizar. Existem possibilidades também de se desenvolver esse processo por meio da educação não escolar. No entanto, é sabido que é a escola o melhor lugar para desenvolver o processo de alfabetização de forma mais sistemática e científica. Embora, em suas respostas, ela tenta dar maiores explicações sobre o assunto, os conceitos também se apresentam de forma confusa e até contrárias, pois entende que o letramento é: 
O processo pelo qual o indivíduo passa primeiramente a identificar, reconhecer, conhecer, e nomear símbolos (letras) e como consequência a junção dos mesmos, quando já está na fase de percepção que tudo que pode ser falado pode ser escrito. E desta maneira, passa então a manejar a escrita propriamente dita como processo de registro. E por consequência este registro passa a ser resultado de seu conhecimento sobre algo. (PROFESSORA E1) 
Já a professora F3 afirma que os processos de alfabetização e letramento caminham juntos de forma que um complementa o outro, escrevendo:
São processos indissociáveis, por isso, estão ligados entre si: leitura, escrita, linguagem oral linguagem escrita decodificação de sinais etc. Para mim esses são processos que levam a alfabetização. No processo de alfabetização deve se enfatizar os aspectos construtivos das produções e participação do educando.
Mesmo assim, no final de sua escrita demonstra como as demais professoras, não ter clareza sobre as características próprias de cada um desses termos. Segundo os autores que deram suporte ao referencial teórico, percebe-se que o processo de alfabetização é um momento único, onde coletivamente se pode criar, inovar e construir e de forma compartilhada pode-se ressignificar os saberes cotidianos e científicos. Por isso, está também associado ao ato de letrar. Segundo Soares (2003, p. 15): 
Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, no quadro das atuais concepções psicológicas, linguísticas e psicolinguísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita se dá simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita – a alfabetização, e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento. Não são processos independentes, mas interdependentes, e indissociáveis: a alfabetização se desenvolve no contexto de e por meio de práticas sociais de leitura e de escrita, isto é, através de atividade de letramento, e este, por sua vez, só pode desenvolver-se no contexto da e por meio da aprendizagem das relações fonema-grafema, isto é, em dependência da alfabetização.
Quando o processo de alfabetização se despe das roupagens tradicionais, permite aos educandos o doce sabor do desvelar do saber, aguçando curiosidades, estimulando a descoberta, vibrando com pequenos e com grandes progressos. Por isso, o desafio que se coloca para a escola é o de alfabetizar letrando, isto é, fazer com que a criança se aproprie do sistema alfabético e ortográfico da língua, garantindo-lhe, ao mesmo tempo, plenas condições de usar essa língua nas práticas sociais de leitura e de escrita.
Para Soares (2003,p.16), letramento é:
O resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e de escrita. É o estado ou a condição que adquire um grupo social, ou um indivíduo, como consequência de ter se apropriado da escrita e de suas práticas sociais. Apropriar-se da escrita é torná-la própria, ou seja, assumila como propriedade. Um indivíduo alfabetizado, não é necessariamente um indivíduo letrado, pois ser letrado implica em usar socialmente a leitura e a escritura e responder às demandas sociais de leitura e de escrita.
Neste sentido, alfabetizar é muito mais que dar aulas, é mais do que repassar conteúdos, é mais do que estar ali para atender as exigências legais do mundo escolarizado, é sim querer atuar neste espaço de forma interativa, meditizado pela história, cultura e sociedade, é construir uma escola mais inclusiva, mais humana e solidária e querer estar no mundo e nele fazer história. 
No chamado modelo tradicional, a escrita é entendida como simples representação da linguagem oral, ou seja, como mera codificação da fala. Daí o processo de alfabetização escolar ficar reduzido ao ensino do código escrito, centrado na mecânica da leitura e da escrita. 
Geralmente estes métodos são ainda utilizados pela escola, pois de modo geral facilitam o trabalho do professor em sala de aula, por isso perguntamos às professoras pesquisadas; se nessa nova visão de alfabetizar e letrar elas encontram algumas tipo de dificuldades. 
	
DIFICULDADES
	
E 1
	
E 2
	
E3
	
F 1
	
F 2
	
F 3
	Alunos indisciplinados
	
	
	X
	
	
	X
	Não escrevem, são lentos
	X
	X
	X
	
	
	
	Escreve e não lêem
	
	
	X
	
	
	
	Não se interessam
	
	
	X
	
	
	
	Falta de tempo
	
	
	
	
	X
	
	Desinteresse e pouca
participação da família
	X
	
	
	
	
	X
6. FONTE: Dados de Pesquisa, 2010
Verifica-se que estas alfabetizadoras têm ainda resquícios dos métodos tradicionais, pois a dificuldade mais apontada em relação ao alfabetizando foi a questão da lentidão em escrever. Isso dá a entender que não são observados os princípios da alfabetização segundo a teoria de Emilia Ferreiro (1999) e nem os da perspectiva sociocultural na qual, a maioria delas afirma, em outro questionamento, ser a concepção que embasa suas práticas. Apenas a professora E2 disse ser a teoria construtivista que embasa sua prática educativa. Além de pontuarem as dificuldades já descritas, as professoras também justificaram suas respostas, dentre as quais destacamos: • E3 Todos esses itens dificultam o professor para alfabetizar. Todos têm uma dificuldade em particular e o professor com sua intervenção, procura solucionar esses problemas. 
• F1 – as crianças muitas vezes não apresentam maturidade para serem alfabetizadas 
• F2 – Falta de tempo. Devido a pouca idade necessitam de cuidado e de atenção.
Essas falas confirmam a percepção de que os professores ainda conservam uma pedagogia tradicional com a alfabetização centrada no professor cuja função define-se por vigiar os alunos, aconselhá-los, ensinar a matéria e corrigi-la, pois ainda reclamam da indisciplina, da lentidão, falta de interesse. Essa visão dá a entender que o processo de alfabetização, apoia-se principalmente nas técnicas para codificar/decodificar a escrita. A escrita espontânea da criança em fase de alfabetização não é levada em conta, sendo a base do processo de alfabetização a cartilha, a qual deve ser sequencialmente seguida. Para Soares (2003, p.16), letramento é: 
O resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e de escrita. É o estado ou a condição que adquire um grupo social, ou um indivíduo, como consequência de ter se apropriado da escrita e de suas práticas sociais. Apropriar-se da escrita é torná-la própria, ou seja, assumila como propriedade.
A alfabetização com letramento em uma visão sócio interacionista só ocorre na interação efetiva de todos os segmentos que constitui uma instituição educativa. Nesse caso a família também é responsável pelo desenvolvimento e aprendizagem da criança, principalmente quando estamos enfatizando a necessidade de interiorização da leitura e da escrita com função social. As respostas das educadoras mostram que em nenhum momento estas se colocam também como participantes do insucesso escolar, a culpa está na família, na escola ou no aluno. Não que todos não contribuam para estas dificuldades, mas enquanto equipe, enquanto educadoras acredita-se que a responsabilidade está num conjunto de fatores que se segregam para incluir ou excluir a criança em relação ao processo de alfabetizar e letrar. Segundo Vygotsky,(1989), o processo de aprendizagem é entendido como apropriação e reelaboração do conhecimento historicamente construído. O aluno e o professor devem apropriar-se daquilo que é patrimônio coletivo da humanidade e, a partir daí, na interação entre as demais pessoas e de acordo com o momento histórico atual, seguir (re) elaborando e (re) construindo novos conhecimentos. A participação do professor é importante para a aprendizagem da língua escrita, pois implica, segundo Vygotsky,(1989), no domínio e o desenvolvimento de funções mentais superiores, tais como a memória, a atenção, a percepção e a própria linguagem. É muito importante o papel do professor, que além de mediador do conhecimento, é aquele que planeja, organiza propõe desafios ao aluno de modo que estes se apropriem do conhecimento. Por isso, o desafio que se coloca para a escola é o de fazer com que a criança se aproprie do sistema alfabético e ortográfico da língua garantindo-lhe, ao mesmo tempo, plenas condições de usar essa língua nas práticas sociais de leitura e de escrita.
7. METODOLOGIA
Este trabalho trata de uma pesquisa de caráter qualitativo e quantitativa com base em uma pesquisa bibliográfica, elaborada a partir de material já publicado, de vários autores da área, os quais abordam o tema em questão, e os mesmos forneceram subsídios teóricos bastante significativos para a fundamentação da temática em questão e também por meio de uma pesquisa de campo na: Escola Municipal Damásio Eugênio de Sousa, onde foram realizadas observações nas salas de aulas e também através de uma entrevista, por meio de questionários para oito professores que trabalham no Ensino Fundamental I, dessa instituição de ensino.
Para a realização dessa pesquisa, foram utilizados dois instrumentos metodológicos importantes: a observação direta e o questionário com os professores do Ensino Fundamental I, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Osório Dourado em Marabá –PA.
7.1 Tipo de Pesquisa
A pesquisa desenvolvida nesse trabalho é de natureza qualitativa e quantitativa, sendo realizada com base em um levantamento bibliográfico, pesquisa de campo e também por meio de questionários aplicados para professores, buscando entender o que dificulta o processo de aprendizagem no ensino fundamental dessa determinada escola.
A pesquisa qualitativa permite trabalhar com os sentimentos e falas dos envolvidos no estudo permitindo um contato maior com a realidade. Para Minayo (1994, p.21 e 22):
“A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não pode ser reduzidos à operacionalização de variáveis.”
Além da pesquisa bibliográfica, como procedimento metodológico, foi feita uma pesquisa de campo para melhor se fundamentar nessa investigação que será realizada através de visitas a escola e observações em sala de aula. Para Severino (2007, p.123).
Na pesquisa de campo, objeto/fonte é abordado em seu meio ambiente próprio. A coleta dos dados é feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente observados, sem intervenção e manuseio por parte do pesquisador. Abrange desde os levantamentos, que são mais descritivos, até estudos mais analíticos.
Por meio dessas pesquisas procurou-secompreender a temática, desse estudo, para um maior conhecimento acerca do ensino e aprendizagem no ensino fundamental, e analisar os fatores sociais, e culturais que afetam o processo de desenvolvimento do ensino.
7.2 Caracterização do Local Pesquisado
A Escola Municipal Osório Dourado de Sousa foi fundada por volta de 1980 no município de Marabá - PA. Trata-se de uma instituição de ensino que trabalha com: o Ensino Infantil, Fundamental I e Fundamental II, atendendo os alunos do núcleo Cidade Nova e Liberdade, essa instituição tem como meta a alfabetização e preparação do educando para o meio social e estudos posteriores.
Os professores dessa instituição de ensino são comprometidos com o ensino e mostram-se interessados no processo de ensino aprendizagem dos alunos. Os planejamentos elaborados baseados na realidade dos alunos procurando associar objetivos-métodos-conteúdos. 
Mas contam também com problemas como a falta de acompanhamento familiar, a maioria dos pais e responsáveis não acompanham a vida escolar dos filhos e dificulta o desenvolvimento das metodologias de ensino, muitos alunos se mostram desinteressados.
A estrutura física da escola é razoável, a escola conta com oito salas de aulas, seis banheiros, uma sala que é usada como diretoria e também como sala dos professores, uma biblioteca e cantina. O espaço para lazer é pequeno os alunos quase não tem espaço para brincar.
O quadro de funcionários da escola é composto por três coordenadoras pedagógicas, duas trabalham com o ensino fundamental e a outra com o Ensino Infantil. Mais de quinze professores, dois vigias, três merendeiras, três zeladoras. A escola funciona em três períodos: manhã, tarde e noite. Tendo cerca 270 alunos.
Os docentes que trabalham no processo de alfabetização são todos formados em pedagogia e alguns são pós-graduados. Os planejamentos ocorrem bimestralmente com a participação dos coordenadores pedagógicos e professores.
A escola tem um P.P. P (Projeto Político Pedagógico) que foi elaborado por toda a comunidade escolar: gestores, professores, coordenadores. O PPP é avaliado a cada dois anos e reajustado quando necessário.
8. Alfabetização e educação infantil: Relações delicadas
Pode-se dizer que essa questão é um dos grandes dilemas da educação infantil. Entre os que defendem a alfabetização inicial há diferentes posições e entre os que são contra também as opiniões divergem. O professor premido por concepções conflitantes, pela pressão das famílias, pela ação das crianças, sempre que pode quer refletir sobre o assunto
8.1 A criança e a cultura letrada
A resposta para essa pergunta está no próprio contexto em que a criança vive: Em nossa sociedade as crianças estão desde cedo em contato com a língua escrita e logo se interessam por ela, pela sua função social e querem saber sobre o seu funcionamento. Quanto mais contato, maior o interesse e a curiosidade. O longo processo de alfabetização se beneficia muito com a aproximação das crianças ao mundo letrado. O papel da escola é fazer valer o direito que todos têm de fazer parte desse universo, inclusive as crianças pequenas. Principalmente as escolas que atendem crianças de baixa renda, precisam planejar com cuidado um contato prazeroso e eficiente com a escrita. Além dessa perspectiva social, Ana Lucia também se apóia nas contribuições trazidas pelo pensamento de Vigotsky: Concordo com a perspectiva de Vigotsky, quando ele diz que a instrução é válida quando precede ao desenvolvimento, ou seja, não faz sentido a escola esperar o “momento ideal” para começar a ensinar a ler e escrever.
Sabemos que esse é um processo contínuo e que nele podem estar incluídos desafios possíveis e prazerosos para a criança e que por meio da superação desses desafios é que ela se desenvolve e pode avançar ainda mais em seus conhecimentos e competências. É plenamente justificável que a escrita seja objeto da atenção dos educadores: a concepção de escrita de Vigotsky, associada ao sistema simbólico de representação da realidade, está ligada ao próprio núcleo de sua teoria da linguagem, trazendo questões fundamentais como a da mediação simbólica. Sobre isso, Marta Kohl, estudiosa do pensamento de Vigotsky, afirma: Como a escrita é uma função culturalmente mediadora, a criança que se desenvolve numa cultura letrada está exposta aos diversos usos da linguagem escrita e a seu formato, tendo diferentes concepções a respeito desse objeto cultural ao longo de seu desenvolvimento.A principal condição necessária para que uma criança seja capaz de compreender adequadamente o funcionamento da língua escrita é que descubra que a língua escrita é um sistema de signos que não têm significados em si. Os signos representam outra realidade; isto é, o que se escreve tem uma função instrumental, funciona como um suporte para a memória e a transmissão de ideias e conceito1.
A criança que vive em uma cultura letrada – pois não estamos tratando aqui das populações indígenas, por exemplo, provenientes de comunidades ágrafas – tem a possibilidade de vivenciar um processo de alfabetização favorecido pelo contato com o meio. E isso não se dá de modo espontâneo e natural mas incentivado por um informante mais experiente, um adulto ou mesmo outra criança. Para tanto, deverá conhecer e se apropriar desde cedo dos usos da língua escrita presente em seu mundo.
9. ALFABETIZAR OU NÃO, UMA PERGUNTA MAL FORMULADA. 
 Emília Ferreiro, embora tenha sido influenciada por Piaget, traz em sua Psicogênese da Língua Escrita ideias que também se justificam segundo o pensamento de Vigotsky e de Luria. Ambos entendem que a escrita é um sistema de representação da realidade e concordam que a alfabetização é resultado de um domínio progressivo desse sistema, que não se resume à conquista de habilidades meramente mecânicas e/ou visuais. Por isso pode se iniciar muito antes do ingresso na escola de ensino fundamental2. As ideias desenvolvidas por Ferreiro também justificam a presença de um ambiente alfabetizador, desde cedo. Para ela a pergunta que envolve sim ou não está muito mal formulada: O que digo é que a pergunta está malfeita, porque pressupõe que a resposta NÃO equivale a deixar essa responsabilidade para o Ensino Fundamental, e a resposta SIM pressupõe introduzir na pré-escola as más práticas tradicionais do Ensino Fundamental.
O que proponho é substituir a pergunta centrada no ensino por outra centrada na aprendizagem: Deve-se permitir ou não que as crianças aprendam sobre a língua escrita na pré-escola? Nesse caso, a resposta é redondamente afirmativa. E a justificativa para sua afirmativa, para a defesa da presença da cultura escrita desde cedo, ainda na educação infantil, é bastante esclarecedora: a simples presença do objeto não garante conhecimento, mas a ausência do objeto garante o desconhecimento. Se eu quero que a criança comece a construir conhecimento sobre a língua escrita, esta tem de existir. Se eu a proíbo, garanto que a criança não possa se fazer perguntas sobre esse objeto porque eu o fiz desaparecer dentro da sala de aula. Se proíbo a língua escrita, crio um ambiente escolar no qual a escrita não tem nenhum lugar, ao passo que no ambiente urbano a escrita tem seu lugar; imponho que as educadoras funcionem com se não fossem pessoas alfabetizadas. Em outras palavras, crio uma situação anômala.
Deve-se, então, permitir que a criança pense sobre a linguagem escrita na escola de educação infantil. E para isso ela tem que estar presente. Trata-se, pois, de pensar de que forma é possível apresentá-la respeitando a cultura da infância, propondo situações onde ler e escrever tenha sentido para as crianças e faça parte da vida cotidiana.
9.1 Brincar ou alfabetizar?
 Essa é outra pergunta mal formulada e pressupõe imediatamente uma exclusão desnecessária. As posições antagônicas não ajudam a avançar nem a brincadeira nem o conhecimento da língua escrita. Nas sociedades urbanas as crianças brincam incorporando ações dos adultos, que incluem também eventos onde ler e escrever fazem sentido.Quando se proíbe que o educador desenvolva atividades de leitura e escrita em uma concepção que respeita o processo de construção de conhecimentos da criança, abre-se caminho para que as práticas equivocadas de alfabetização apareçam, ainda que disfarçadas, quando o controle das equipes dirigentes não é efetivo.
Crianças pequenas devem brincar muito na educação infantil, mas também precisam ter contatos sistemáticos com leitura e escrita. A isso chamamos alfabetizar em um contexto amplo,muito diferente de fazer exercícios de coordenação motora, aprender letras isoladas, copiar sílabas ou palavras “fáceis”. Essas práticas nefastas persistem e continuarão presentes na educação infantil enquanto a discussão sobre os processos de alfabetização não for levada a efeito com seriedade e concretude.
9.2 Alfabetizar para incluir
 É curioso notar que a despeito das melhores intenções, muitas vezes a pretexto de proteger a cultura da infância, se nega às crianças o direito de se relacionar na plenitude com a língua materna. Cria-se, na educação infantil, um ambiente estéril de onde a língua escrita é quase banida. E são as crianças de baixa renda as maiores prejudicadas por esse afastamento. Se para a criança dominar a linguagem escrita, tal como se manifesta no mundo – é preciso percorrer um longo processo de reflexão e reformulação de hipóteses próprias para compreender o que é essa escrita, para que serve e como funciona –, o acesso cotidiano é fundamental.
Temos assim não só um problema pedagógico, mas também ético e político. Podemos negar às crianças de baixa renda o acesso? É sobre isso que a escola de educação infantil deve pensar. Telma Weisz3, doutora em psicologia da educação, dedicando-se há anos à causa da alfabetização, questiona: Será que temos, novamente, mais um argumento para provar sua inferioridade (das crianças pobres)? Vejamos, então, o que se passa. Para uma criança caminhar em seu processo de alfabetização, ela precisa pensar sobre a escrita. E para isso precisa entrar em contato com esta. Esse contato implica tanto o acesso aos portadores de textos como a atos reais de leitura e de escrita. Uma família de classe média compra livros de história e revistas em quadrinhos para seus filhos ainda não alfabetizados, frequentemente lê para eles e realiza cotidianamente uma quantidade enorme de atos de leitura e escrita que permitem à criança pensar sobre para que serve a escrita e todas as possibilidades que ela abre. As famílias de classe média ensinam seus filhos pequenos a escrever o próprio nome e o das outras pessoas da casa sem nenhuma preocupação escolar.
Apenas porque as crianças se mostram interessadas. E essas se mostram interessadas porque o ato de escrever (ou ler) é visivelmente importante no meio em que elas vivem. Não é de se estranhar que sejam essas as crianças que têm bom desempenho na escola, elas já entram praticamente alfabetizadas. Não é também de se estranhar que as crianças que vêm de comunidades onde o jornal serve para tudo, menos para ler, onde a leitura e a escrita quase não fazem parte do cotidiano, onde os informantes são raros e inseguros, tenham hipóteses primitivas sobre a escrita. Não é possível pensar sobre um objeto ausente. Essas considerações, longe de encerrar o debate, abrem caminho para que se compreenda a questão da alfabetização na pré-escola sem preconceitos e com responsabilidade.
9.3 Caracterização dos sujeitos
A pesquisa foi realizada com oito professores da Osório Dourado de Sousa que atuam no Ensino Fundamental I, buscando entender o ponto de vista de cada um dos professores acerca do problema em questão que é as dificuldades de aprendizagem no Ensino Fundamental I da referida escola.
Quanto à qualificação profissional, dos professores entrevistados todos eles são habilitados em magistério e cinco deles são especialistas, quatro deles estão atuando no Ensino Fundamental há mais de quinze anos, três deles estão atuando nas primeiras series do ensino fundamental a quatro anos e uma está há dois anos trabalhando no Ensino Fundamental I.
No momento das visitas a escola foi possível notar um pouco da realidade do ensino, a direção da escola demostrou-se muito coorporativa, uma ótima recepção, permitindo um bom desempenho da pesquisa.
9.4 Instrumentos de coleta de dados
Como instrumento de coleta de dados utilizou-se um questionário com 10 (dez) questões abertas, foram feitas observações e conversas informais com a diretora da escola e alguns professores buscando-se a opinião deles a respeito das dificuldades de aprendizagem, os problemas de assimilação, os métodos que podem superar essas dificuldades e detectar os fatores que contribuem para o fracasso do ensino aprendizagem no Ensino Fundamental I.
De acordo com Severino (2007, p 125) o questionário e um conjunto de questões, sistematicamente articuladas, que se destinam a levantar informações escritas por parte dos sujeitos pesquisados, com vista a conhecer a opinião dos mesmos sobre os assuntos em estudo.
Os momentos de observação possibilitaram conhecer melhor um pouco do trabalho dos professores entrevistados. Nesse sentido, primeiro foi feita a etapa de observação e em seguida, o questionário com perguntas fundamentadas com objetivo de analisar a percepção dos professores acerca do problema em questão.
10. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados a serem apresentados estão de acordo com os depoimentos dos professores entrevistados durante a pesquisa de campo e diante do exposto pode-se notar que os alunos apresentam dificuldades de aprendizagem, na leitura, na escrita e interpretação, problemas como a falta de interesse, problemas comportamentais causando perdas ao processo de ensino e aprendizagem e, posteriormente, comprometendo o futuro escolar do indivíduo.
Com relação às dificuldades de aprendizagem, e quanto ao tipo de dificuldade, os professores do ensino fundamental I, da Escola Osório Dourado de Sousa comentaram:
Professor 1° Ano: alunos apresentam muitas dificuldades tanto na leitura quanto na interpretação.
Professor 2° Ano: alunos apresentam dificuldades na leitura, na escrita e no comportamento.
Professor 3° ano: alunos apresentam problemas no desenvolvimento em algumas áreas cognitivas, enfocando principalmente: como no processo de alfabetização, leitura, escrita, raciocínio lógico e dificuldades de interpretação.
Professor A 4° Ano: alunos tem dificuldades de aprendizagem, problemas como desinteresse, baixo rendimento na aprendizagem, alunos são passados de um ano para outro mesmo sem terem aprendido o ensino do ano em curso.
Professor B 4° Ano: alunos desinteressados, dificuldades na escrita, na leitura e na interpretação de textos.
Professor A 5° Ano “A”: alunos com dificuldades de aprendizagem, problemas como: dislexia, disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia, transtorno de déficit (TDAH).
Professor B 5° Ano “A”: dificuldades de aprendizagem, falta de interesse, falta de incentivo familiar, alunos não acham importante estudar.
Professor 5° Ano “B”: dificuldades de aprendizagem na escrita e na leitura, e no raciocínio lógico.
Com base nesses depoimentos pode-se notar que todos os professores afirmam que os alunos sentem alguma dificuldade de aprendizagem, sendo a maioria na leitura e na escrita. Esses problemas de aprendizado, tanto na leitura, quanto na escrita, podem ser decorrentes da junção dos fatores sociais, educacionais e individuais ou consequência das condições ambientais, psicológicas ou metodológicas.
A tabela a seguir mostra a quantidade de alunos matriculados no ensino Fundamental I, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Osório Dourado de Sousa em Marabá-PA,
A seguinte tabela apresenta por extenso o número de alunos de cada série/ano que apresentam problemas de aprendizagem e os tipos de dificuldades de aprendizagem que os mesmos encontram, segundo os professores de cada turma pesquisada:
Diante das respostas obtidas é possível perceber o fracasso escolar e os problemas no processo de aprendizagem que refletem em todo o ciclo de alfabetizaçãoe também nas séries posteriores do Ensino fundamental I, na visão de Weiss (1997) os problemas de aprendizagem escolar pode estar ligada à ausência de estrutura cognoscitiva, que permite a organização dos estímulos e favorece a aquisição dos conhecimentos. Essas dificuldades podem estar relacionadas a determinantes sociais, problemas inerentes à escola, ao olhar do professor, ou do próprio aluno, ou seja, ligada a fatores internos (cognitivos e emocionais) e a fatores externos (culturais, sociais e políticos).
Esses problemas estão presentes em todas as turmas do Ensino fundamental e com mais frequência na área de leitura escrita e interpretação de texto, problemas como a repetência são evidenciados, infelizmente uma minoria tem domínio da leitura e da escrita, sendo que não apresentam dificuldades de aprendizagem.
Quando interrogado sobre quais os problemas que podem causar as dificuldades de aprendizagem nas séries iniciais, e a quem pode ser atribuídos esses problemas, as respostas foram as seguintes:
Professor 1° Ano: a falta de compromisso da família que não acompanham a vida escolar dos filhos, a falta de interesse do aluno, a Bolsa Família e a falta de recursos apropriados para se trabalhar em sala de aula.
Professor 2° Ano: A falta de interesse do aluno, a falta de acompanhamento familiar, atraso no processo de alfabetização e posteriormente prejuízos no futuro escolar do aluno.
Professor 3° Ano: A falta de estímulo, ou seja, incentivo tanto ao educador quanto ao aluno; Livros didáticos adotados, não condizem com a realidade do aluno; alunos de família de classe baixa e não valoriza a educação, a escola não dispõe de recursos para melhoria da educação, em especial as séries iniciais, que são a base da educação; desvalorização do professor e famílias despreparadas que não acompanham a vida escolar dos filhos.
Professor I, 4° Ano: A falta de incentivo da família, alunos não aprendem a ler e a escrever nas séries iniciais quando deveriam; o desinteresse dos próprios alunos; o trabalho infantil que ainda existe, problemas socioeconômicos, falha de alguns professores, problemas de natureza familiar que refletem no desenvolvimento do aluno na escola.
Professor II, 4° Ano: A falta de acompanhamento familiar, alunos não conseguem serem alfabetizados no ciclo de alfabetização, faltas de recursos para se trabalhar em sala de aula.
Professor I, 5° Ano “A”: As dificuldades podem advir de fatores orgânicos, ou problemas de ordem neurológica, ou mesmo emocionais, é importante que sejam descobertas a fim de auxiliar o desenvolvimento do processo educativo, e principalmente perceber se estão associadas à preguiça, cansaço, sono, tristeza, agitação, desordem, dentre outros, os mais frequentes são inquietação, desatenção, falta de concentração e impulsividade.
Professor II, 5° Ano “A”: Falta de parcerias entre a escola e a família, alunos não tem a escola como prioridade, pais analfabetos que não incentivam os filhos a estudar e nem acompanham vida escolar dos filhos; alunos passam de ano no ciclo de alfabetização, mesmo sem atingirem a média.
Professor 5° Ano “B”: Falta de interesse por parte dos alunos, falta de acompanhamento familiar, problemas ambientais, famílias mal estruturadas, e problemas no comportamento.
Os depoimentos dos professores estão de acordo com a afirmação Dell Prette e Dell Prette (1998), que acredita que as crianças que não são estimuladas pelas suas famílias a estudarem, já de início começam a enfrentarem obstáculos, mesmo não tendo deficiências cognitivas ou físicas, elas tendem a desenvolver as habilidades básicas de forma mais lenta e geralmente não apresentam um bom rendimento escolar.
E também conforme Smith e Lisa Atrick (2001) as dificuldades de aprendizagem são resultantes de problemas como a falta de acompanhamento familiar, falta de materiais didáticos apropriados. Isso mostra que a participação da família na escola é de fundamental importância para o processo de ensino e aprendizagem e mostra também que os materiais didáticos fazem a diferença no processo de ensino e aprendizagem.
Segundo o professor do 3° Ano, as dificuldades de aprendizagem estão associadas a problemas como: “alunos de família de classe baixa que não valorizam a educação recebida na escola, também a escola não dispõe de recursos para melhoria da educação, em especial as séries iniciais, que são a base da educação”. 
Essa afirmação está de acordo com a ideia de Leite (1998) onde ele menciona que os problemas de aprendizagem estão relacionados a realidade socioeconômica em que está inserido o aluno, também conforme Patto (1998), que atribui as dificuldades de aprendizagem à carência cultural, segundo ele, uma criança pobre tem menor desenvoltura no processo de aprendizagem.
Essas dificuldades também são percebidas pelo Professor I, do 4° Ano: que as atribui a fatores como: a falta de incentivo da família, alunos não aprendem a ler e a escrever nas séries iniciais, quando deveriam; o desinteresse dos próprios alunos; o trabalho infantil que ainda existe, problemas socioeconômicos, e problemas de natureza familiar que refletem no desenvolvimento do aluno na escola.
O Professor I do 5° Ano “A”: acredita que as dificuldades de aprendizagem podem ser resultantes de fatores orgânicos, ou problemas de ordem neurológica, ou mesmo emocionais. Este pensamento está em concordância com a afirmação de Smith e Lisa Atrick (2001) que relatam que os problemas de aprendizagem são resultantes de fatores de ordem emocional, ou advindos de fatores orgânicos.
Com relação às metodologias que os professores utilizam para facilitar o processo de aprendizagem e superar as dificuldades de assimilação dos conteúdos foram obtidos os seguintes depoimentos, como mostra a tabela.
As respostas dos professores mostram que eles trabalham métodos diversificados buscam aproximar os conteúdos à realidade dos alunos, mas, no entanto, a aprendizagem não está acontecendo de forma efetiva. Isso retrata a colocação de Fonseca (1995), a atividade em si não garante que a aprendizagem aconteça. Para aprender o aluno deve estar motivado e interessado. A ocorrência da aprendizagem depende não só do estímulo apropriado, como também de alguma condição interior própria do organismo.
Souza (2006) considera a metodologia como um fator decisivo na unificação dos objetivos, conteúdos e os métodos, mas sem o interesse do aluno e o incentivo familiar os resultados não são os melhores. Quando a família não contribui com a aprendizagem, fica muito difícil sozinho despertar no aluno o interesse em aprender.
A respeito dos métodos de alfabetização usados pelos professores, e a importância dos mesmos no desempenho dos alunos no processo de alfabetização, os professores que trabalham no Ciclo de alfabetização do primeiro ao terceiro ano responderam:
Professor 1° Ano: Alfabetizo por meio do método silábico, através do alfabeto móvel, sílabas, letras, usando os sons das sílabas. Os materiais são trabalhados especificamente de acordo com a série/ano.
Professor 2° Ano: Métodos sintéticos, com mais frequência e também métodos analíticos, desenvolvo metodologias dentro da realidade de cada aluno, e, que venha contribuir para a aprendizagem dos alunos, de forma clara e abrangente à todos.
Professor 3° Ano: Trabalho os dois métodos: analítico e sintético, desenvolvo metodologias e projetos adaptados à realidade de cada aluno, o importante é desenvolver atividades que venha contribuir com a aprendizagem de cada aluno por meio de recursos diversificados.
A alfabetização é um processo decisivo na escolar do indivíduo, é através dela que o aluno inicia o seu processo de construção de saberem formais, lhe possibilitando produzir, ler e interpretar textos de forma crítica, tornando se capaz de ampliar o seu conhecimento, participar da vida social e exercer de forma efetivo a sua cidadania.
Alfabetizar é uma tarefa complexa e exige empenho tanto do professor, quanto do aprendiz, o educador precisa criar condições propicias para uma aprendizagem significativa, e o desenvolvimento

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