Buscar

Revoluções Inglesas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

REVOLUÇÕES INGLESAS DO SECULO XVII E A PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
BIBLIOGRAFIA
ARRIGHI, Giovanni. O Longo Século XX: Dinheiro, Poder e as Origens de Nosso Tempo. São Paulo: Editora da UNESP, 1996
CANÊDO, Letícia Bicalho. A Revolução Industrial.13ª ed. São Paulo: Atual, 1994.
CORVISIER, Andre. História Moderna. 2ªed.São Paulo/Rio de Janeiro: DIFEL, 1980.
FLORENZANO, Modesto. As revoluções burguesas. São Paulo: Brasiliense, 1991.
HILL, Christopher. A grande revolução inglesa, 1640-1780. Revolução inglesa e revolução industrial na construção da sociedade moderna, São Paulo, Departamento de História-USP/Hucitec, 1996
HILL, Cristopher. O Mundo de Ponta Cabeça. São Paulo: Cia. das Letras, 1997
HOBSBAWN, Eric. A Era das Revoluções. 9ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, s/d
KARNAL, Leandro (org.) História na Sala de Aula. Conceitos, práticas, propostas. 6ª ed. São Paulo: Contexto, 2010
THOMPSON, E. P.. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987
RAINHA ELIZABETH I DA INGLATERRA, SÉC. XVII. AUTOR ANÔNIMO. FOI EM SEU GOVERNO QUE OS ENCLOUSURES COMEÇARAM A SER FEITOS, COMO POLÍTICA PROMOVIDA PELO ESTADO. ELA EXERCEU O ABSOLUTISMO SEM ENRAR EM CHOQUES COM O PARLAMENTO.
MONDAINI, Marco. O respeito aos direitos dos indivíduos. In: PINSKY, Carla B. & PINSKY, Jaime (orgs.) História da Cidadania. São Paulo: Contexto, 2003 (pp.128-130).
VAMOS PENSAR I
1. (Enem 2012) “Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento. Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio. Que é indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como para corrigir, afirmar e conservar as leis.” Declaração dos Direitos. Disponível em http://disciplinas.stoa.usp.br. Acesso em: 20 dez. 2011 (adaptado). 
No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais Estados europeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime político que predominavam na Europa continental estão indicados, respectivamente, em: 
Redução da influência do papa — Teocracia. 
Limitação do poder do soberano — Absolutismo. 
Ampliação da dominação da nobreza — República. 
Expansão da força do presidente — Parlamentarismo. 
Restrição da competência do congresso — Presidencialismo.
2. (Unesp 2012) A Revolução Puritana (1640) e a Revolução Gloriosa (1688) transformaram a Inglaterra do século XVII. Sobre o conjunto de suas realizações, pode-se dizer que
determinaram o declínio da hegemonia inglesa no comércio marítimo, pois os conflitos internos provocaram forte redução da produção e exportação de manufaturados. 
resultaram na vitória política dos projetos populares e radicais dos cavadores e dos niveladores, que defendiam o fim da monarquia e dos privilégios dos nobres. 
envolveram conflitos religiosos que, juntamente com as disputas políticas e sociais, desembocaram na retomada do poder pelos católicos e em perseguições contra protestantes. 
geraram um Estado monárquico em que o poder real devia se submeter aos limites estabelecidos pela legislação e respeitar as decisões tomadas pelo Parlamento. 
precederam as revoluções sociais que, nos dois séculos seguintes, abalaram França, Portugal e as colônias na América, provocando a ascensão política do proletariado industrial.
3. A Revolução Inglesa de fins do século XVII pode ser considerada como a primeira revolução burguesa no continente Europeu. Sobre esta revolução é correto afirmar:  
O Parlamento e os monarcas tinham a mesma posição em relação à necessidade de impostos para a manutenção do Estado e a confiança de que o rei decidia sobre essa questão.  
Jaime I e Carlos I reorganizaram o Estado com seu comando forte e centralizador, deixando o legado da eficiência para os próximos monarcas.  
As condições econômicas e políticas estiveram estáveis durante o período pré-revolucionário.  
A Carta dos Direitos sagrou-se como documento de valor constitucional e foi aceita pelo casal Guilherme e Maria, novos monarcas por declaração do Parlamento.  
As divergências entre anglicanos e calvinistas foram um elemento essencial do processo revolucionário, que findou com a aceitação da  mesma religião por todos. 
4. A Revolução Inglesa do século XVII foi um movimento com características religiosas, políticas, econômicas e sociais. Do ponto de vista institucional, ou seja, político, foi uma luta entre  
a burguesia e a nobreza progressista.  
o Parlamento e o Estado absolutista.  
os católicos e os anglicanos.  
a pequena burguesia mercantil e a alta burguesia  industrial.  
a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa.
5.  Sobre as Revoluções Inglesas do século XVII, é CORRETO afirmar que:  
Oliver Cromwell evitou a centralização do poder quando se tornou o Lorde Protetor da Inglaterra em 1653, pois repudiava o poder absolutista. 
após a guerra civil da década de 1640, o rei Carlos I foi executado e a República na Inglaterra foi estabelecida temporariamente.  
Guilherme de Orange, um dos líderes do Exército Revolucionário que lutou na década de 1640 contra o poder absolutista do rei Carlos I, foi coroado como o novo rei inglês.  
a Revolução Gloriosa (1688) representou a ascensão ao poder dos grupos sociais mais radicais que aboliram a propriedade privada.
5. (Pucrj 2010) “Para o progresso do armamento marítimo e da navegação, que sob a boa providência e proteção divina interessam tanto à prosperidade, à segurança e ao poderio deste reino [...], nenhuma mercadoria será importada ou exportada dos países, ilhas, plantações ou territórios pertencentes à Sua Majestade, ou em possessão de Sua Majestade, na Ásia, América e África, noutros navios senão nos que [...] pertencem a súditos ingleses [...] e que são comandados por um capitão inglês e tripulados por uma equipagem com três quartos de ingleses [...], nenhum estrangeiro [...] poderá exercer o ofício de mercador ou corretor num dos lugares supracitados, sob pena de confisco de todos os seus  bens e mercadorias [...]”. Segundo Ato de Navegação de 1660. In: Pierre Deyon. O mercantilismo. São Paulo: Perspectiva, 1973, p. 94-95. Por meio do Ato de Navegação de 1660, o governo inglês:  
estabelecia que todas as mercadorias comercializadas por qualquer país europeu fossem transportadas por navios ingleses.  
monopolizava seu próprio comércio e impulsionava a indústria naval inglesa, aumentando ainda mais a presença da Inglaterra  nos mares do mundo.  
enfrentava a poderosa França retirando-lhe a posição privilegiada de intermediária comercial em nível mundial.  
desenvolvia a sua marinha, incentivava a indústria, expandia o Império, abrindo novos mercados internacionais ao seu excedente  agrícola.  
protegia os produtos ingleses, matérias-primas e manufaturados, que deveriam ter sua saída dificultada, de modo a gerar acúmulo de metais preciosos no Reino inglês. 
6. Ao longo da Revolução Inglesa, ocorrida no século XVII, emergiu um regime republicano, que durou cerca de uma década, sob o comando de Oliver Cromwell, o "Lord Protector" da Inglaterra. Sobre esse período republicano, é correto afirmar 
a Inglaterra, enfraquecida pela transição de regime, ficou à mercê das demais potências europeias, às quais foi obrigada a conceder uma série de vantagens comerciais.  
Cromwell, no intuito de proteger a economia interna, elaborou diversas restrições comerciais que o colocaram em conflito direto com os holandeses.  
a morosidade com que Cromwell implantou sua política econômica contribuiu para a curta duração de seu governo.  
ele teve como particularidade o retrocesso do puritanismo religioso, característica marcante nos tempos do monarca Carlos I.  
ele representou uma fase de distensão entre a Inglaterra e as oposições irlandesas e escocesas. 
7. Durante a Revolução Inglesa, no século XVII, foi formado o Exército de Novo Tipo, liderado por Oliver Cromwell, de que participavam, alémda classe mercantil, da gentry, dos pequenos proprietários camponeses e de trabalhadores urbanos, segmentos mais radicais, que defendiam reformas profundas no Estado inglês.  É CORRETO afirmar que esses segmentos eram constituídos   
pelos tories, que visavam ao fechamento do Parlamento e à instituição de um governo popular, e pelos whigs, defensores da abolição da propriedade privada.  
pelos levellers, que reivindicavam a democratização, a extensão do sufrágio e uma maior igualdade perante a lei, e pelos diggers, defensores da posse comum das terras.  
pelos landlords, que buscavam a implantação do sufrágio universal e a extensão do voto às mulheres, e pelos warlordists, que pregavam a luta armada do povo contra o Parlamento.  
pelos saint-simonistas, que defendiam o fim do sistema monárquico, e pelos owenistas, defensores da abolição da Câmara dos Lordes. 
8. O Bill of Rights estabeleceu limitações ao poder real na Inglaterra. Sobre essas limitações é CORRETO dizer que  
instituíram um ministério composto pela nobreza latifundiária e a burguesia urbana.  
instituíram o anglicanismo como religião oficial da Inglaterra e a tolerância a todos os cultos, o que foi confirmado pelo rei, apesar de ele ser católico extremado.  
combatiam a liberdade de imprensa, a liberdade individual e a propriedade privada.  
dispensavam a aprovação das Câmaras para o aumento de impostos.  
configuravam um conjunto de medidas que acabou por substituir a monarquia absoluta vigente por uma monarquia constitucional. 
9. (Unicamp - 2011) “Na Inglaterra, por volta de 1640, a monarquia dos Stuart era incapaz de continuar governando de maneira tradicional. Entre as forças sociais que não podiam mais ser contidas no velho quadro político, estavam aqueles que queriam obter dinheiro, como também aqueles que queriam adorar a Deus seguindo apenas suas próprias consciências, o que os levou a desafiar as instituições de uma sociedade hierarquicamente estratificada.”   (Adaptado de Christopher Hill, “Uma revolução burguesa?”. Revista Brasileira de História, São Paulo, vol. 4, nº 7, 1984, p. 10.)    
a) Conforme o texto, que valores se contrapunham à forma de governo tradicional na Inglaterra do século XVII?    b) Quais foram as consequências da Revolução Inglesa para o quadro político do país?
Mine coins - make money: http://bit.ly/money_crypto
A Revolução Industrial
“O que significa a frase ‘a revolução industrial explodiu’? Significa que a certa altura da década de 1780, e pela primeira vez na história da humanidade, foram retirados os grilhões do poder produtivo das sociedades humanas, que daí em diante se tornaram capazes da multiplicação rápida, constante, e até o presente ilimitada, de homens, mercadorias e serviços (...) Nenhuma sociedade anterior tinha sido capaz de transpor o teto que uma estrutura social pré-industrial, uma tecnologia e uma ciência deficientes, e consequentemente o colapso, a fome e a morte periódicas, impunham à produção. A ‘partida’ não foi logicamente um desses fenômenos que, como os terremotos e os cometas, assaltam o mundo não-técnico de surpresa. Sua pré-história na Europa pode ser traçada, dependendo do gosto do historiador e do seu particular interesse, até cerca do ano 1000 de nossa era, se não antes, e tentativas anteriores de alçar vôo, desajeitadas como as primeiras experiências dos patinhos, foram exaltadas com o nome de ‘revolução industrial’ (...) A partir da metade do século XVIII, o processo de acumulação de velocidade para partida é tão nítido que historiadores mais velhos tenderam a datar a revolução industrial de 1760. Mas uma investigação cuidadosa levou a maioria dos estudiosos a localizar como decisiva a década de 1780 e não a de 1760, pois foi então que, até onde se pode distinguir, todos os índices estatísticos relevantes deram uma guinada repentina, brusca e quase vertical para a ‘partida’. A economia, por assim dizer, voava.” (Eric. J. Hobsbawm, A Era das Revoluções, p. 44)
Tonelagem de navios comerciais saídos de portos ingleses (fonte: Paul Mantoux, A Revolução Industrial, Hucitec):
	1700	317.000t
	1714	448.000t
	1737	503.000t
	1740	471.000t
	1751	661.000t
	1756	525.000t
	1760	574.000t
	1764	658.000t
	1766	746.000t
	1770	761.000t
	1774	864.000t
	1777	820.000t
	1779	730.000t
	1781	711.000t
	1783	959.000t
	1785	1.055.000t
	1787	1.405.000t
	1800	1.924.000t
	1801	1.958.000t
Importações inglesas (em libras) (fonte: Paul Mantoux, idem)
	1715	6 milhões
	1725	7milhões
	1750	8milhões
	1760	10milhões
	1770	12milhões
	1775	15milhões
	1783	10milhões
	1785	16milhões
	1790	19milhões
	1795	23milhões
	1800	30milhões
“Chamar este processo de revolução industrial é lógico e está em conformidade com uma tradição bem estabelecida, embora tenha sido moda entre os historiadores conservadores – talvez devido a uma certa timidez face a conceitos incendiários – negar a sua existência e substituí-la por termos banais como ‘evolução acelerada’. Se a transformação rápida, fundamental e qualitativa que se deu por volta da década de 1780 não foi uma revolução, então a palavra não tem qualquer significado prático. De fato, a revolução industrial não foi um episódio com um princípio e um fim. Não tem sentido perguntar quando se ‘completou’, pois sua essência foi a de que a mudança revolucionária se tornou norma desde então (...) Mas a revolução mesma, o ‘ponto de partida’, pode provavelmente ser situada (...) em certa altura dentro dos 20 anos que vão de 1780 a 1800: contemporânea da Revolução Francesa, embora um pouco anterior a ela.” (Hobsbawn, op.cit., p. 45)
Hobsbawm: “A coisa existia na Inglaterra antes do termo”;
Parte da “dupla revolução” que dá origem ao mundo contemporâneo;
“Provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades. E foi iniciado na Grâ-Bretanha. É evidente que isto não foi acidental.” (Hobsbawn, op. Cit., p. 45)
INOVAÇÕES GERAIS DA 1ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:
Surgimento de máquinas modernas, dotadas de mecanismos que acionados, passam a executar as mesmas operações que antes eram executadas por ferramentas semelhantes movidas pela mão do homem;
Utilização do vapor para acionar essas máquinas, como fontes de energia, em substituição da energia eólica e hidráulica. A energia muscular dos trabalhadores passa a ser utilizada de forma diferente, no ritmo das máquinas e das futuras “esteiras de produção”
Melhoria marcante na obtenção e no trabalho de novas matérias-primas, em particular os minerais, que deram impulso à indústria química e à metalurgia
Passagem das produções artesanal e manufatureira para a maquinofatureira. As duas primeiras centravam-se nos domicílios/oficinas anexas; esta última, no “chão de fábrica”, separando definitivamente o local de morada daquele voltado ao trabalho.
Formação de grandes aglomerados humanos nas cidades,gerando as metrópoles com suas cidades-satélite, ligadas por estradas, estradas de ferro e redes de transporte.
Paulatina inversão histórica: se antes se produzia sob demanda, agora o consumo adequa-se à produção, tendo como mediador poderoso a propaganda dos produtos, feita em desenhos em jornais e revistas e, posteriormente, fotografias (ainda no séc. XIX) 
O pioneirismo inglês
Situação política favorável: governo representativo desde 1689 (“Revolução Gloriosa”) com características liberais e presença burguesa no Parlamento – orientação para o lucro privado e desenvolvimento econômico; combinação interesses do Estado com os interesses dos grupos capitalistas;
Acúmulo de capital comercial (expansão do comércio desde início do século XVIII, através das guerras e dos tratados – com Portugal, por exemplo, em 1654 e em 1703: ver tabelas em slides anteriores); 
Política agressiva do Estado Britânico (Vitória contra a “Invencível Armada Espanhola” em 1588; Atos de Navegação de Cronwell – 1651 – e consequente guerra com a Holanda; Guerra dos Sete Anos, 1756-1763; pirataria);
Cercamentos (“enclosures”): concentração da propriedade fundiária (fim das terras comunaise da produção de subsistência); desmantelamento do campesinato e êxodo rural;
Revolução Agrícola (racionalização da produção agrícola, alimentando número crescente de pessoas; máximo de produtividade no mínimo de espaço, com o mínimo de mão de obra, causando êxodo rural; acúmulo de capital para ser investido em outras áreas);
Crescimento demográfico
Expansão da manufatura têxtil;
Reservas de Carvão e Ferro + bons portos;
CRÍTICAS À POLÍTICA ESTATAL E DOS BURGUESES
“Todavia, essa não é a única razão que obriga as pessoas a roubarem. Há uma outra, que me parece ser mais particular de vocês.
“-Qual é? – perguntou o cardeal.
“- Vossos carneiros – disse eu. – Normalmente tão mansos, tão fáceis de alimentar com pouca coisa, ei-los transformados, dizem-me, em animais tão vorazes e ferozes que devoram até mesmo os homens, devastando e despovoando os campos, as granjas, as aldeias. Com efeito, em todas as regiões do reino onde se encontra a lã mais fina, e portanto a mais cara, os nobres e os ricos, sem falar de alguns abades, santos personagens, não contentes de viverem à larga e preguiçosamente das rendas anuais que a terra assegurava a seus antepassados, sem nada fazerem em favor da comunidade (...) não deixam mais nenhum lugar para o cultivo, acabam com as granjas, destroem as aldeias, cercando toda a terra em pastagens fechadas, não deixando subsistir senão a igreja, da qual farão um estábulo para seus carneiros.” (Tomás Morus, A Utopia, Porto Alegre, LP&M, 1997)
Dianteira do crescimento industrial: indústrias de consumo de massa, não só a têxtil (mas principalmente a têxtil), por que o mercado para tais mercadorias já existia, e os homens de negócios podiam calcular sua expansão, em experiências controladas.
Artesãos independentes e camponeses fora de época de colheita juntavam-se para produzir tecidos em teares domésticos próprios ou alugados, e vender para os mercadores, que depois se tornariam os donos de indústrias. A tecelagem se mecanizou uma geração após a fiação. Só depois, esses trabalhadores saem dos seus domicílios (= unidades de sobrevivência e produção) e vão trabalhar nas fábricas
Maquinário para fiação e tecelagem eram relativamente simples e baratos, e se pagavam rapidamente, já nas primeiras levas de tecidos: negócio vantajoso para quem tivesse capital para investir – muitos enriquecimentos rápidos
Inversão histórica: o Ocidente sempre comprara do Oriente, e pouco lhe vendia; Índia se desindustrializa sob domínio britânico, deixa de fornecer a chita e passa a consumir os tecidos de algodão e lã britânicos
China resiste a ser mercado consumidor produtos ocidentais: é submetida na Guerra do Ópio (1815-1842)
América recém-independente se converte em mercado consumidor
Laços de escravidão nas 13 colônias: base inicial para fornecimento do precioso algodão para os ingleses
Previsíveis tensões entre produtores de tecidos lanígeros e de algodão
Artesanato (produtor independente; sistema doméstico);
Manufatura (sistema doméstico; divisão do trabalho);
Indústria moderna (divisão do trabalho; sistema fabril);
Divisão social entre capital e trabalho (proletarização do produtor): relação entre o proprietário não-produtor e o produtor não-proprietário;
Adam Smith e a divisão do trabalho na manufatura: “pode-se considerar que cada um produzia 4.800 alfinetes diariamente. Se, porém, tivessem trabalhado independentemente um do outro (...) certamente cada um deles não teria conseguido fabricar 20 alfinetes por dia.” (citado por Paul Singer, A formação da classe operária, Atual/EdUnicamp, 1988)
“Dois teares a vapor, cuidados por um menino de quinze anos, podiam tecer três peças e meia de material, enquanto no mesmo tempo, um tecelão qualificado, usando lançadeira volante, tecia apenas uma.” (Paul Mantoux, citado por Paul Singer, idem)
A questão social:
Ludismo (1811-1812);
Ausência de legislação trabalhista;
Legislação e média de salários para impor disciplina draconiana e impelir o produtor ao trabalho;
Jornada máxima;
OPERÁRIOS: DA EXPLOSÃO LUDISTA À MILITÂNCIA POLÍTICA
As Corresponding Societies do sapateiro Thomas Hardy (década de 1820)
O cartismo e a fundação da Associação dos Operários (1836): dão Carta do Povo ao Parlamento em 1837
O Jornal Estrela do Norte (1838)
Fundação dos Trade-Unions (1848)
O surgimento do Anarquismo: Proudhon, Bakunin e Kropotkin
O socialismo utópico
O Comunismo
O socialismo cristão da Igreja romana: 1891 – Encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII
Produção artesanal doméstica, século XVIII
Produção manufatureira doméstica, século XVIII
Produção maquinofatureira em galpão de fábrica, século XIX
Esteira de produção, século XX
“Aos editores do Leeds Mercury:
“É o orgulho da Grã-Bretanha, que não possa haver escravos sobre seus solos; e (...) penso que a escravidão é das mais contrárias a sua inteligência.
“Rev. R. W. Hamilton, discurso pronunciado no comício de Cloth Hall, Yard, a 22 de setembro de 1830:
“(...) O fato é real. Milhares de nossos semelhantes, homens e mulheres, habitantes de uma Cidade do Yorkshire (este Yorkshire representado atualmente na Parlamento pelo gigante dos princípios antiescravagistas), vivem neste momento numa condição de escravidão mais horrível que a das vítimas do sistema diabólico da escravidão colonial (...) As mesmas ruas que vêem as lágrimas derramadas de uma ‘sociedade antiescravagista’ são, cada manhã, molhadas pelas vítimas inocentes do maldito santuário da avareza, que são obrigadas (não pelo chicote do feitor de escravos) mas por terríveis e igualmente temerosas correias ou chicotes do contramestre, a se apressarem, vestidas pela metade, mas nem pela metade alimentadas, o ir a esses depósitos de jovens escravas britânicas que são as fiações de lã da cidade e dos arredores de Bradford (...) Milhares de crianças, meninos e meninas, mas sobretudo meninas, de sete a quatorze anos, são todos os dias obrigadas a trabalhar, de seis horas da manhã às sete horas da tarde com somente – corai britânicos, lendo isso!- com somente trinta minutos para comer e repousar.
	“Os negros podem ser justamente comparados a animais de carga, criados para as necessidades do patrão. Os brancos, que são criados por outros, para serem alugados. Se consegui atrair a atenção de seus leitores sobre a horrível e abominável maneira pela qual funcionam as fiações de lã do Bradford e sua região, fiz algum bem. Por que as crianças que lá trabalham não seriam elas protegidas por atos legislativos tanto quanto as que trabalham nas fiações de algodão? Os Cristãos deveriam compadecer-se e agir em favor daqueles que Cristo amou entre todos.” (Bland, A. E., Brown, P. A. and Tawney, R. H. English economic history... In: Kátia M. de Queirós Mattoso, Textos e documentos para o estudo da História Contemporânea, São Paulo: Hucitec/Edusp, 1977)
A EUFORIA DAS INVENÇÕES
1784: máquina a vapor (James Watt)
1785: spinning jenny (tear mecânico – Richard Arkwright)
1805: barco a vapor (Robert Fulton)
1814: locomotiva a vapor (George Stephenson)
1837: telégrafo
1834: motor elétrico (Jacobi)
1839: máquina fotográfica (Daguerre)
1861-76: telefone (Reis/Bell Gray)
1885: automóvel (Daimler/Benz)
1895: projetor de cinema (Lumière)
1897: Motor a diesel (Diesel)
1897: Telégrafo sem fios (Marconi)
1903-4: avião (Santos Dumont/irmãos Wright)
OBSERVAÇÃO: em 1830, havia algumas dezenas de km de estradas de ferro no mundo; em 1840, 7 mil km; em 1850, 37 mil km, conforme Erick Hobsbawn. Notar, nesta listagem, a relação entre os inventos voltados à produção de bens de consumo de massas com os inventos voltados ao escoamento dessa produção e, enfim, com os inventos voltados à propaganda visando maior consumo destes produtos. No final do século XVIII, os novos industriais britânicos aumentavam sua produção de forma a atingir um mercado potencialmente maior. No final do século XIX, os industriais produziam acima das expectativas e esperavam que os consumidores aumentassem seu consumo, utilizando para isso veículos de propaganda: eis aí uma inversão fundamental na lógica produtiva.CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL DAS FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
“Preparação” (séculos XVII e XVIII)
1ª Revolução Industrial: 1780-c.1850
- Liderança inglesa
- Indústria de bens de consumo, principalmente têxtil
Predomínio do vapor e do ferro
2ª Revolução Industrial: c. 1850-c. 1945
“Linha de Montagem” de Ford e crescente especialização do trabalho
Participação crescente da Bélgica, frança Itália, Alemanha, EUA, Rússia, Japão
Variação das atividades industriais: química industrial e outros setores novos
Surgimento dos aglomerados industriais
Auge da “Nova Corrida Colonial”
3ª Revolução Industrial: c. 1945 aos dias atuais
A “Era da energia atômica”
Uso dos computadores
Aceleração das comunicações através da internet
“Aceleração da História”
“Não obstante, embora a expansão da indústria algodoeira e da economia industrial dominada pelo algodão zombasse de tudo o que a mais romântica das imaginações poderia anteriormente ter concebido sob qualquer circunstância, seu progresso estava longe de ser tranquilo, e por volta da década de 1830 e princípios de 1840 produzia grandes problemas de crescimento, para não mencionarmos na agitação revolucionária sem paralelo em qualquer outro período da história britânica recente. Esse primeiro tropeço geral da economia capitalista industrial reflete-se numa acentuada desaceleração no crescimento, talvez até mesmo um declínio, da renda nacional britânica nesse período. Essa primeira crise geral do capitalismo não foi puramente um fenômeno britânico. 
Suas mais séria consequências foram sociais (...) O descontentamento não estava ligado apenas aos trabalhadores pobres. Os pequenos comerciantes, sem saída, a pequena burguesia, setores especiais da economia eram também vítimas da Revolução Industrial e suas ramificações. (...) Entretanto, um outro aspecto dessa diferença de renda nacional entre pobres e ricos, entre o consumo e o investimento, também trazia contradições com o pequeno empresário. Os grande financistas, a fechada comunidade de capitalistas nacionais e estrangeiros que embolsava o que todos pagavam em impostos – cerca de 8% de toda a renda nacional – eram talvez ainda mais impopulares entre os pequenos homens de negócios e fazendeiros do que entre os trabalhadores, pois sabiam o suficiente sobre dinheiro e crédito para sentirem uma ira pessoal por suas desvantagens. (Hobsbawn, Op.cit., p. 55)
Segundo Hobsbawn, as crises periódicas na economia que levavam ao desemprego, quedas na produção, bancarrotas e etc. eram já bem conhecidas; no século XVIII elas geralmente refletiam alguma catástrofe agrária, como fracassos na colheita, por exemplo. Nesse momento, porém, caracterizou-se um ciclo comercial de booms e depressões sucessivos, tendência de diminuição de taxas de lucro, escassez de oportunidades de investimento produtivo. Após as guerras napoleônicas isso se confirma, com as depressões de 1825-6, 1836-7; 1839-42 e 1846-48. Já se reconhecia que as crises eram fenômenos periódicos e regulares no comércio e nas finanças; porém, os homens de negócios tendiam a acreditar que as crises eram causadas por enganos particulares, ignorando que elas refletiam dificuldades fundamentais do sistema (é importante pensarmos nisso, principalmente a partir das reflexões sobre o capitalismo que Giovani Arrighi nos traz; esse tema voltará a ser focado especialmente na aula sobre a quebra da bolsa de Nova York, em 1929).
III PARTE: DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO
Arrighi: analisa a história do capitalismo a partir do que ele denominou ciclos sistêmicos de acumulação; também usa as ideias de longa duração (criada por Fernad Braudel, em Civilização Material, Economia e Capitalismo) e a ideia de sistema mundial
Segundo ele, vivemos um momento decisivo, pois, desde 1970 temos um aumento da mobilidade geográfica do capital e um aumento do poder do capital financeiro frente ao Estado nacional, com a disseminação de coordenações via mercado em detrimento do planejamento empresarial e governamental, e com a predominância do Capital-dinheiro em detrimento do capital-mercadoria (ampliação da liquidez)
...mas este quadro não é novo!
 
	Estado Moderno e Capitalismo
Inspiração de Arrighi - Fernand Braudel: Mediterrâneo: berço do capitalismo
O senso comum costuma encarar o poder do Estado como oposto ao capitalismo e à economia de mercado, mas Braudel encarou a emergência e a expansão do capitalismo como absolutamente dependentes do poder estatal
A partir disso, a transição realmente importante , que precisa se elucidada, não é a do feudalismo para o capitalismo, mas a do poder capitalista disperso para um poder concentrado. E o aspecto mais importante dessa transição é a fusão singular do Estado com o capital, que em parte alguma se realizou de maneira mais favorável ao capitalismo do que na Europa.
 Elementos do poder do Estado:
Jurisdição Territorial: 
- controle de fluxos produtivos através de suas fronteiras.
- ausência de controles (livre comércio) x controle extremo (autarquia). A liberdade de movimento é desejável na medida em que determinado produtor é economicamente competitivo. Na ausência dessa condição, restrições alfandegárias são desejáveis.
Poder legal: regras que governariam as relações sociais de produção
Poder de taxação: a taxação regular tornou-se a principal fonte de renda estatal, ao contrário dos rendimentos estatais decorrentes de extorsões esporádicas.
Redistribuição de acordo com o princípio da individualização do lucro e da socialização dos prejuízos.
Monopólio da força: repressão da força de trabalho e enfraquecer a capacidade repressora de Estados rivais.
Estado: mecanismo crucial para a acumulação máxima de capitais.
Processo longo que se desenvolve durante toda a Idade Moderna
 (lembrar de quando narrei o papel do Estado Inglês no período que Hobsbawn denominou “pré-história da revolução Industrial”)
Economias-Mundo e os Ciclos Sistêmicos para Arrighi 
Conceito de “economia-mundo”: “soma de espaços individualizados, econômicos e não econômicos, por ela agrupados” (Braudel), ou seja, uma unidade de relações econômicas – mas não exclusivamente econômicas – que possui uma auto-suficiencia que lhe garante o funcionamento, organicidade e distribuição territorial mais ou menos estável. Trata-se portanto de uma unidade que não é “mundial” (exemplos inúmeros: o Egito faraônico, o Império Romano, os mexicas antes da colonização espanhola, a Índia/Oceano Índico/Costa Africana do século XV, a China do século XV, o Império russo dos séculos XVI-XVII, etc.etc.)
 
É possível identificar-se, para o longo período de desenvolvimento do capitalismo, períodos onde a articulação entre Estado (poder político) e capital (acumulação de) conferem a determinados Estados a posição de hegemonia perante os demais, numa escala mundial. 
As teorias dos “longos séculos” (Braudel, Wallerstein, Hobsbawm para o século XIX, Arrighi) são uma moldura temporal apropriada para a análise da ascensão, plena expansão e superação dos agentes e estruturas ligados a um ciclo sistêmico; fazem contraposição ao “breve século XX” de Hobsbawn (segundo ele foi uma era de catástrofe, com uma curta era de ouro entre uma crise e outra e entrou-se num futuro desconhecido e problemático; findos os anos 80, restou-nos a sensação de que uma era se encerrou).
Ciclos sistêmicos: genovês (séc. XV-XVI); holandês (séc. XVII-XVIII); inglês (XVIII-XIX); e norte americano. Todos os ciclos foram marcados pela alternância de épocas de expansão material com fases de renascimento e expansão financeiros 
	
Financeirização do processo como tendência: A expansão material do sistema cresce ao ponto em que a velocidade do retorno do investimento no comércio e produção não mais atende aos interesses de lucro do capitalista. Há uma ruptura no modo de produção do sistema, tornando as transações essencialmente financeiras, aumentando o retorno do capital. Exemplos:
no século XV a oligarquia capitalista genovesa passou das mercadorias para a atividade bancária. Na segunda metade do XVI a velhanobreza genovesa retiraram-se gradualmente do mercado, mantendo-se como financiadores do rei da Espanha. 
no século XVIII os holandeses se retiraram do comércio para se tornarem os “banqueiros da Europa”.
no fim do XIX, ao cabo da “fantástica aventura da revolução industrial”, havia um excesso de capital monetário na Inglaterra.
Vejam o caso dos EUA após a crise de 1970, e a ascensão dos “tigres asiáticos”...
Ciclos Sistêmicos de Acumulação (divididos em 3 períodos)
1 – Período de Expansão financeira: novo regime de acumulação se desenvolve dentro do antigo, sendo seu desenvolvimento um aspecto integrante da plena expansão e das contradições deste último; 
2 – Período de consolidação e desenvolvimento adicional do novo regime de acumulação: seus agentes principais promovem , monitoram e se beneficiam da expansão material de toda a economia mundial;
3 – Segundo Período de expansão financeira: as contradições do regime de acumulação plenamente desenvolvido criam espaços para o surgimento de regimes concorrentes e alternativos, um dos quais acaba por se tornar o novo regime dominante. 
 
Crise sinalizadora
- deslocamento do capital do comércio e da produção, em quantidades crescentes, para a intermediação e a especulação financeiras
- impossibilidade de continuar a lucrar com o reinvestimento do capital excedente na expansão material da economia mundial
- sinal de uma crise sistêmica subjacente mais profunda, que a passagem para as finanças evita temporariamente = “momento maravilhoso” (Belle Époque, segunda metade do século XIX na Inglaterra) – preâmbulo de uma crise maior e decisiva, que é a crise terminal 
Aceleração do ritmo da história capitalista: leva cada vez menos tempo para que os regimes sistêmicos de acumulação ascendam, desenvolvam-se e sejam superados
duração dos séculos longos: leva cada vez menos tempo até que um regime seja superado:
longo século XVI: século XVI longo de Braudel + guerras dos Cem Anos (franco-inglesas e italianas)= 290 anos
longo século XVII: da crise sinalizadora do regime genovês (1560) até a crise terminal do regime holandês (1780) = 220 anos
longo século XIX: da crise sinalizadora do regime holandês (1740) até a crise terminal do regime britânico (1930) = 190 anos
longo século XX: 1870 até ???? = (135 anos até agora)
menor tempo entre as crises sinalizadoras
Impérios cada vez maiores mais complexos: Embora o tempo que os sucessivos regimes de acumulação levam para ascender à dominação e atingir a maturidade venha decrescendo, o tamanho e a complexidade organizacional dos principais agentes desses regimes sucessivos tem aumentado. Vejamos:
Gênova: cidade-Estado
Holanda: províncias unidas
Grã-Bretanha: Estado Nacional que conquista um império comercial e territorial
EUA: complexo militar-industrial de dimensões continentais, com poder para fornecer proteção efetiva a uma vasta gama de aliados e subalternos, bem como ameaças verossímeis de estrangulamento econômico ou aniquilação militar a governos inamistosos em qualquer parte do mundo.
Regimes “extensivos” e “intensivos”
1- cosmopolitas-imperialistas= extensivos
Genovês e Britânico: responsáveis pela maior parte da expansão geográfica da economia mundial. “No regime genovês o mundo foi descoberto, e no britânico, foi conquistado”.
2 -corporativistas-nacionalistas= intensivos
Holandês e Norte-americano: mais responsáveis pela consolidação que pela expansão da economia mundial capitalista. “No regime holandês, a descoberta do mundo, primordialmente realizada por parceiros ibéricos dos genoveses, consolidou-se num sistema de entrepostos comerciais e companhias de comércio e navegação que tinham Amsterdam como centro. No regime norte-americano, a conquista do mundo, primordialmente realizada pelos próprios britânicos, foi consolidada num sistema de mercados nacionais e empresas transnacionais centrados nos EUA. 
 
 Para Arrighi, toda expansão material da economia mundial capitalista baseou-se numa estrutura organizacional específica, cuja vitalidade foi progressivamente minada pela própria expansão. Todas essas expansões foram cerceadas pelas próprias forças que as geraram, de modo que, quanto mais intensas se tornavam essas forças, mais forte era também a tendência de que cessasse a expansão.
Longo século XX: 3 segmentos
1 – 1870-1930: expansão: da crise sinalizadora até a crise terminal do regime britânico
2 – 1930-1970: da crise terminal do regime britânico até a crise sinalizadora do regime americano
3 – 1970-????: da crise sinalizadora até a crise terminal (ainda não ocorreu, segundo Arrighi)
obs.: década de 1970: economia americana passa do campo da produção para o campo da especulação. Crise do petróleo.
 O QUE NOS INTERESSA NO CICLO BRITÂNICO
Hegemonia britânica;
Longa luta contra França até 1815;
1648: Novo sistema mundial – direitos sobre territórios mutuamente excludentes; não comprometimento de civis e do comércio na disputa; supremacia do sistema interestatal;
Fases: 1ª) tentativa de incorporar em seus domínios o principal Estado capitalista do período, as Províncias Unidas; 2ª) incorporação das fontes de riqueza do mesmo – disputas pelo Atlântico e colônias no Oriente (atuação da Cia Inglesa das Índias Orientais); 3ª) instituição de uma Nova Ordem Mundial (o livre comércio);
Hobsbawm: Inglaterra como “oficina do mundo”; Arrighi: Inglaterra como “oficina e entreposto do mundo”;
“Pax Britânica” (1815-1914):
1815: Congresso de Viena – concerto das nações européias como regulador das relações internacionais sob liderança britânica; expansão dos impérios no Oriente;
Edward Said: início do séc. XIX – Ocidente controlava 35% do planeta; 1878: 67%; 1914: 85%;
Hegemonia (Gramsci): defesa de um “interesse geral para um grupo” (dominação política, econômica e ideológica);
Imperialismo do livre comércio: subordinação das leis estatais e interestatais ao mercado mundial, com suas próprias “leis” (Ex: Guerra do ópio contra a China em nome do livre comércio);
Mercado interno aberto; domínio sobre o equilíbrio global de poder; poder financeiro (empréstimos = crédito = bom comportamento); padrão ouro; domínio intelectual (A riqueza do R. U. como a “riqueza das nações”);
Papel da Revolução Industrial: atende a uma demanda por riqueza; reforço da complementaridade vinculando interesses dos cidadãos britânicos e de outros países (instrumento invisível de dominação sobre outros Estados soberanos; influência sobre cidadãos de outros Estados);
Protecionismo alemão (1879): início da disputa entre Alemanha e Inglaterra (Crise do 3º CSA) = fortalecimento dos EUA.
VAMOS PENSAR II
1. (Fei) Podem ser apontadas como características da Revolução Industrial:
a) A substituição da manufatura pela indústria, a invenção da máquina-ferramenta, a progressiva divisão do trabalho e a submissão do trabalhador à disciplina fabril.
b) O aprimoramento do artesanato, a crescente divisão do trabalho, um forte êxodo urbano e o aumento da produção.
c) A substituição do artesanato pela manufatura e o consequente aumento da produção acompanhado pelo recrudescimento da servidão.
d) A total substituição do homem pela máquina e o aumento do nível de vida da classe trabalhadora.
e) A modernização da produção agrícola, o êxodo rural e uma diminuição do nível geral da produção.
2. (Enem 2001) 
 
“…Um operário desenrola o arame, o outro o endireita, um terceiro corta, um quarto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer a cabeça do alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes, …”
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre a sua Natureza e suas Causas. Vol. I. São Paulo: Novas Culturas, 1985.
A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes afirmações:
I. Ambos retratam a intensa divisão do trabalho, à qual são submetidos os operários.
II. O texto refere-se à produção informatizada e o quadrinho, à produção artesanal.
III. Ambos contêm a ideia de que o produto da atividade industrial não depende do conhecimento de todo o processo por parte do operário.
Dentre essas afirmações, apenasa) I está correta.
b) II está correta.
c) III está correta.
d) I e II estão corretas.
e) I e III estão corretas.
3. (Ufal 2007) Considere a gravura: Fundição 
De cobre em Swansea, Gales, século XIX.
A partir da segunda metade do século XVIII, as 
chaminés expelindo rolos de fumaça, como as 
da gravura, passaram a fazer parte da paisa-
gem de algumas regiões inglesas, alterando o
equilíbrio natural. Essas chaminés eram, na 
verdade, apenas parte mais visível da fábrica
que alterou completamente a sociedade
 humana. Dentre as alterações econômicas e 
sociais advindas do fenômeno apresentado na gravura, pode-se destacar:
a) o processo de desconcentração urbana, haja vista a decisão da burguesia de construir as unidades fabris longe dos centros urbanos.
b) a melhoria do padrão de vida do trabalhador fabril, já que a máquina o libertou das condições degradantes do trabalho rural.
c) a preocupação do poder público com a questão ambiental, impondo rapidamente uma legislação que eliminou os efeitos da poluição ambiental.
d) a redução do lucro dos capitalistas ingleses porque eram obrigados a pagar elevadas indenizações aos operários que adoeciam nas fábricas.
e) o crescimento populacional próximo às fábricas, dando origem a graves problemas de urbanização, como a proliferação de cortiços.
4. (UNESP 2013) Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de padrões de vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi acompanhado por um sentimento de participação nacional num esforço comum. Sua única ideologia foi a dos patrões. O que ocorreu, na realidade, foi uma violência contra a natureza humana. De acordo com uma certa perspectiva, esta violência pode ser considerada como o resultado da ânsia pelo lucro, numa época em que a cobiça dos proprietários dos meios de produção estava livre das antigas restrições e não tinha ainda sido limitada pelos novos instrumentos de controle social. Não foram nem a pobreza, nem a doença os responsáveis pelas mais negras sombras que cobriram os anos da Revolução Industrial, mas sim o próprio trabalho. (Edward P. Thompson. A formação da classe operária inglesa, vol. 2, 1987. Adaptado.) 
O texto afirma que a Revolução Industrial 
aumentou os lucros dos capitalistas e gerou a convicção de que era desnecessário criar mecanismos de defesa e proteção dos trabalhadores. 
provocou forte crescimento da economia britânica e, devido a isso, contou com esforço e apoio plenos de todos os segmentos da população. 
representou mudanças radicais nas condições de vida e trabalho dos operários e envolveu-os num duro processo de produção. 
piorou as condições de vida e de trabalho dos operários, mas trouxe o benefício de consolidar a ideia de que o trabalho enobrece o homem. 
preservou as formas tradicionais de sociabilidade operária, mas aprofundou a miséria e facilitou o alastramento de epidemias. resposta da questão
5. (UNESP 2012)  Noite após noite, quando tudo está tranquilo 
 E a lua se esconde por trás da colina, 
 Marchamos, marchamos para realizar nosso desejo. 
 Com machado, lança e fuzil! Oh! meus valentes cortadores! 
 Os que com golpes fortes As máquinas de cortar destroem. 
 Oh! meus valentes cortadores! (...).
 (Canção popular inglesa do início do século XIX. Citada por: Luzia Margareth Rago e Eduardo F. P. Moreira. O que é Taylorismo, 1986.) A canção menciona os “quebradores de máquinas”, que agiram em muitas cidades inglesas nas primeiras décadas da industrialização. Alguns historiadores os consideram“rebeldes ingênuos”, enquanto outros os veem como“revolucionários conscientes”. Justifique as duas interpretações acerca do movimento.
6. (Unicamp 2011)  Na Europa, até o século XVIII, o passado era o modelo para o presente e para o futuro. O velho representava a sabedoria, não apenas em termos de uma longa experiência, mas também da memória de como eram as coisas, como eram feitas e, portanto, de como deveriam ser feitas. Atualmente, a experiência acumulada não é mais considerada tão relevante. Desde o início da Revolução Industrial, a novidade trazida por cada geração é muito mais marcante do que sua semelhança com o que havia antes. (Adaptado de Eric Hobsbawm, O que a história tem a dizer-nos sobre a sociedade contemporânea?, em: Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 37-38.) 
Segundo o texto, como a Revolução Industrial transformou nossa atitude em relação ao passado? 
De que maneiras a Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX alterou o sistema de produção?
7. (Unicamp 2006)  Um dos mandamentos do século XIX, na Europa, era o evangelho do trabalho. Para os ideólogos da classe média, o ideal do trabalho implicava autodisciplina e sentido atento do dever. Até mesmo os mais devotos ousavam modificar a palavra de Deus. As Escrituras haviam considerado o trabalho como castigo severo imposto por Deus a Adão e Eva. Mas para os ideólogos burgueses, o trabalho era prevenção contra o pecado mortal da preguiça. O evangelho do trabalho era quase exclusivamente um ideal burguês. Em geral, os nobres não lhe davam valor. O desprezo aristocrático pelo trabalho era um resquício feudal.  (Adaptado de Peter Gay, O século de Schnitzler. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 210-1, 214 e 217-8.) 
Segundo o texto, como o trabalho era visto pela Bíblia, pela burguesia e pela aristocracia? 
Como a burguesia buscou disciplinar os trabalhadores no contexto da Revolução Industrial?
8. (Etec sp 2010) “Desta vala imunda a maior corrente da indústria humana flui para fertilizar o mundo todo. Deste esgoto imundo jorra ouro puro. Aqui a humanidade atinge o seu mais completo desenvolvimento e sua maior brutalidade, aqui a civilização faz milagres e o homem civilizado torna-se quase um selvagem.”  (HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1979.) Esta observação, feita por Alexis de Tocqueville em 1835, descreve a cidade de Manchester (Inglaterra) durante a Revolução Industrial.  A leitura do texto permite afirmar que o autor: 
tinha um ponto de vista teocêntrico, pois a ação humana era compreendida como um verdadeiro milagre.  
exaltava o processo de industrialização, que tornaria ainda melhores os seres humanos e a natureza ao seu redor.  
fazia uma defesa da política mercantilista, que tinha como prioridades o metalismo e as inovações tecnológicas.  
constatava que a industrialização poderia trazer, como consequência, a degradação socioambiental.  
defendia que a vida selvagem era melhor que a vida desenvolvida nas cidades industrializadas.
9. (VUNESP 2003) Tempos difíceis é um romance do escritor inglês Charles Dickens, publicado em 1854. A história se passa na cidade de Coketown, em torno de uma fábrica de tecidos de algodão: ”Umas tantas centenas de operários na fábrica, umas tantas centenas de cavalos-vapor de energia (...) O dia clareou e mostrou-se lá fora (...) As luzes apagaram-se e o trabalho continuou. Lá fora, nos vastos pátios, os tubos de escapamento do vapor, os montes de barris e ferro velho, os montículos de carvão ainda acesos, cinzas, por toda parte, amortalhavam o véu da chuva e do nevoeiro.” 
Qual a importância do carvão e do ferro na 1ª Revolução Industrial? 
Comente as condições de trabalho nas fábricas inglesas no século XIX, a partir do texto apresentado.
10. (Fuvest) Ao descrever o crescimento urbano que acompanhou a Revolução Industrial na Europa, Munford observou que "os principais elementos do novo complexo urbano foram a fábrica, a estrada de ferro e o cortiço. Em si mesmos, eles constituíam a cidade industrial." Explique a relação existente entre esses três elementos que, de um modo geral, caracterizaram o processo de desenvolvimento das cidades industriais.

Outros materiais