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análise garota interrompida psicologia jurídica BREINER GABRIEL CANEDO SILVA

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
Goiânia, 08 de abril de 2020 
Discente: Breiner Gabriel Canedo Silva – RA: F2743D4 
Curso: Direito – Turma: DR1R42 
Psicologia Jurídica – Professora: Raílda 
 
“Garota, interrompida” e os transtornos de personalidade das personagens Susanna 
e Lisa 
 
"Garota, Interrompida" é um filme americano lançado em 1999, adaptado do livro 
homônimo de Susanna Kaysen, escritora que passou dois anos no McLean Hospital, um 
hospital psiquiátrico em Belmont, Massachusetts. 
O filme se passa em 1969 e é importante entender a questão temporal do filme, 
inclusive levantada no próprio trailer oficial do filme: "Em 1969, os selvagens foram para 
Woodstock, os infortunados foram pra Guerra... mas se você não sabe para onde está 
indo... eles te mandam para Claymoore". 
O filme se inicia com a personagem principal, Susanna Kaysen (Winona Ryder), 
com veias do pulso rompidas e passando por uma lavagem estomacal após ter tomado 
vodca e vários comprimidos de aspirina. Após tal episódio, Susanna é levada a um 
psiquiatra, que a questiona o porquê de ter feito aquilo e como se sente. A personagem 
responde que não sabe como se sente e que está apenas cansada. Após uma única consulta, 
o psiquiatra a encaminha à internação em uma Instituição Psiquiátrica. 
 O tema central do filme são as histórias que ocorrem no hospital psiquiátrico, 
chamado Claymoore. Ali, somos apresentados para diversas garotas sofrendo dos mais 
diversos transtornos. Narrado pela paciente Susanna, o filme relata sua convivência com 
as outras pacientes. 
 Também, o filme utiliza de cenas que retornam ao passado, para descrever melhor 
a personalidade de Susanna. Um desses exemplos, é quando, em uma festa, somos 
apresentados à Sra. Gilcrest e seu marido, que teve um caso com Susanna. 
 Assim, vai-se construindo os critérios diagnósticos apresentados pela paciente 
Susanna. O primeiro deles, a instabilidade nos relacionamentos, sejam com os homens (o 
 
namorado, o amante sr. Gilcrest, o enfermeiro que ela se envolve etc), com a família (a 
mãe que a cobra para fazer algo da vida, como ir para a faculdade e que Susanna diz que 
tem como único objetivo, não acabar como ela/a mãe, numa disputa com um tom até 
Edipiano) e até mesmo com as amigas de Claymoore (que, ao mesmo tempo que diz 
gostar delas, faz severas críticas às mesmas em seu diário). O filme nos leva a crer que a 
paciente possui impulsividade no sexo (como sugere a psiquiatra do hospital), bem como 
em substâncias como o álcool e o fumo. 
 Além da instabilidade nos relacionamentos e as impulsividades 
supramencionadas, observamos o gesto suicida ou autodestrutivo (de tomar vodca e 
remédios e cortar os pulsos), que não é muito bem explicado pela paciente, que não relata 
estar deprimida ou algo que justificasse tal ato. O sentimento de tédio, ao ser capaz de 
cochilar em sua própria formatura. Os discursos extremamente dramáticos e emotivos. 
 Também observamos em Susanna, uma forte oscilação de humor. Após a euforia 
de cantar e passar a noite ao lado do enfermeiro do hospital, quando a equipe do hospital 
se dá conta da situação, Susanna adentra a um estado de baixíssima euforia (talvez 
possamos dizer um estado em que está bastante deprimida, sem desejos básicos como o 
de banho – cena em que a enfermeira a joga dentro da banheira). 
 Assim, encontraríamos na personalidade de Susanna, de acordo com a descrição 
no filme, diversos dos critérios taxionômicos que nos levaria a diagnosticá-la com 
Transtorno de Personalidade Borderline, de acordo com o DMS-5 (2014, p. 663). 
 Porém, algo que nos faz questionar tal diagnóstico, é o fato de Susanna estar na 
transição de adolescente para adulta, no último ano escolar antes da faculdade. Destarte, 
não podemos afirmar se a personalidade de Susanna ainda está em desenvolvimento ou 
se já está madura/consolidada. Em alguns momentos, a própria psiquiatra da Susanna 
sugere isso, quando diz que “ficar ou sair de Claymoore”, era o mesmo que “estar sadia 
ou louca” e que, “ser sadia ou estar louca”, em alguns casos, pode ser só uma questão de 
atitude (se referia ao fato dela começar a estabelecer amizade com a paciente 
problemática, Lisa Rowe, interpretada por Angelina Jolie). Afinal, para Susanna, o 
diagnóstico de Transtorno Borderline, poderia ter sido inapropriado visto que sua 
personalidade estava em formação?! 
 Assim, questionamos também no filme, se ela realmente possuía o transtorno com 
o qual foi diagnosticada (que, para a paciente, saber o diagnóstico a trazia conforto), ou 
 
se ela era apenas desajustada. Tal questionamento é sustentado pelo discurso, feito pela 
própria personagem, em algumas das cenas do filme: 
“Alguma vez você já confundiu um sonho com a 
realidade? Ou roubou algo quando você tinha o 
dinheiro? Você já se sentiu triste? Ou pensou que o 
trem estava em movimento quando ele estava parado? 
Talvez eu fosse louca, talvez fossem os anos 60....ou 
talvez eu fosse apenas uma Garota,Interrompida” 
[...] 
"Declarada sadia e enviada novamente ao mundo. 
Meu diagnóstico final? Uma borderline curada. Se 
algum dia fui louca? Talvez, ou talvez a vida é que 
seja, ser louca não é estar quebrada ou engolir um 
segredo sombrio, é ser como você ou eu: amplificado. 
 
 Também, observa-se tal questionamento, acerca do diagnóstico de Susanna, 
quando a enfermeira Valerie diz que ela não está louca (cena na banheira), é apenas uma 
menininha mimada e preguiçosa que está enlouquecendo a si mesma. 
Uma das personagens mais interessantes do filme, sem sombra de dúvidas, é Lisa 
Rowe (Angelina Jolie). Esta possui o diagnóstico de Transtorno de Personalidade 
Antissocial, apresentando todos (ou quase todos) os critérios diagnósticos utilizados pelo 
DMS-5 (2014, p. 661). 
Susanna conhece Lisa, em um momento de agressividade e fúria de Lisa. Após 
fugir do Hospital Psiquiátrico, é trazida de volta pela polícia e percebe que Susanna 
(recém chegada em Claymoore) está ocupando a cama que anteriormente ocupava sua 
colega, deixando-a transtornada de raiva, sendo necessário que essa seja dopada para se 
acalmar. Nesta cena, já percebemos que a mesma não é bem quista pelas personagens 
Polly, Valerie, Georgina e Daisy. 
Entre os critérios diagnósticos de Lisa, para o Transtorno de Personalidade 
Antissocial, podemos citar a tendência à falsidade e as repetidas mentiras, no trato com a 
equipe do hospital e suas colegas de internação. No mesmo sentido, Lisa também é 
manipuladora, usa suas colegas para conseguir medicação, a equipe médica para 
 
conseguir o que quer etc. Também, gosta de seduzir, como quando tenta com o rapaz que 
trabalha na sorveteria, para ganhar mais cerejas no sorvete. 
 Lisa é agressiva e irritadiça, como vemos quando ameaça, ofende e segura o braço 
da Sra. Gilcrest, sem relevante motivo, dizendo que Susanna fez sexo oral no sr. Gilcrest, 
bem como debochando da anatomia do mesmo. 
 Desrespeita as normas do hospital e legais, dopando um funcionário e invadindo 
a sala de música fora do horário permitido, para retirar instrumentos (ainda que seja por 
uma boa ação, para cantar para Polly, que está tendo uma crise). 
 A parte mais marcante do filme se desenvolve após Lisa conseguir convencer 
Susanna a fugir de Claymoore. Elas conseguem ajuda para fugir de um grupo hippie e 
com eles, fazem uso de drogas e álcool. Em uma festa com eles, Lisa rouba a carteira de 
alguém (a situação de criminalidade, como ocorre com diversas pessoas que sofrem com 
Transtorno de Personalidade Antissocial) e então decide se instalar na casa de uma das 
colegas de Claymoore, Daisy, que ganhou uma casa de seu pai após sair da clínica. 
 Na próxima cena, hospedadas na casa de Daisy, Lisa (Angelina Jolie) começa a 
discutir com Daisy, “jogando em sua cara” os abusos sexuais que ela sofreu do pai e que, 
ainda que tenha uma casa e viva sozinha, não estaria “curada de seus traumas”, queDaisy 
não seria melhor que ela, que ela estava apenas “brincando de casinha” e que o Hospital 
Psiquiátrico não a deu alta por estar curada, mas sim por ser um caso perdido. 
 Após tal discussão, na manhã seguinte percebemos que Daisy cometeu suicídio, 
ao se despendurar em uma corda. Quando Susanna e Lisa percebem a situação, 
descobrimos outro traço da personalidade sociopata de Lisa: a ausência de remorso. 
Enquanto Susanna chora e chama a ambulância por socorro, Lisa apenas observa a 
situação, fria, indiferente. Lisa então, enfia a mão nos bolsos do cadáver de Daisy, quando 
Susanna a acusa de “mexer na ferida e agora pegar o dinheiro dela”. Nisso, Lisa responde 
seca que não, que Daisy apenas queria um pretexto para se matar. Enquanto Susanna fica 
na casa aguardando a polícia, Lisa foge. 
 Enquanto Lisa está desaparecida novamente, Susanna volta para Claymoore e vive 
seu luto profundo pela colega Daisy, bem como pela situação em que se encontra. A partir 
daí, o filme vai mostrando Susanna se reajustando à vida social, se comprometendo com 
o trabalho que assumiria, à casa que moraria e ao processo de reabilitação. Enquanto isso, 
 
após ser reencontrada, Lisa, como ela mesmo diz, continua a “bancar a vilã”, 
evidenciando assim a estagnação da personagem, seu padrão persistente, que não 
vislumbra um futuro diferente. 
 
FIM! 
 Susanna: 
 
 Lisa:

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