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Precisamos falar Sobre o Kevin

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FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE UNAÍ-MG 
 
 
DALMIR JOSÉ VIEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“PRECISAMOS FALAR SOBRE KEVIN” 
RESENHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNAÍ – MG 
2018
 
 
 
 
 
 
 
 
DALMIR JOSÉ VIEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“PRECISAMOS FALAR SOBRE KEVIN” 
RESENHA 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado como requisito parcial 
para aprovação na disciplina Psicopatologia II. 
Orientador: Professor, Roberval de Souza 
Ignácio 
 
 
 
 
 
 
 
UNAÍ- MG 
2018
3 
 
 
“PRECISAMOS FALAR SOBRE KEVIN” 
RESENHA 
VIEIRA, Dalmir1 
IGNÁCIO, Roberval2 
 
Precisamos falar sobre Kevin, é um filme produzido e lançado em 2012. Dirigido por 
Lyanne Rosemary, com cerca de 1 hora e 52 minutos de duração. O filme conta uma história 
fictícia de Eva, A qual concebeu um menino que veio de uma gravidez indesejada, fatos este 
e entre outros contribuíram para uma relação caótica entre Kevin e sua mãe. Em meio a 
uma relação não muito boa, Kevin cresce, carregando em sua alma problemas, reflexos de uma 
criação tempestuosa. Com o passar do tempo essa relação foi ficando cada vez mais deteriorada. 
O menino passou a carregar consigo os problemas resultantes da história de sua vida; gravidez 
indesejada, um parto truculento, e consequentemente um relacionamento antissocial com sua 
mãe. Tornando-se o personagem responsável pela morte de seu pai, sua irmã e um massacre de 
colegas na escola onde estudava, todos mortos a flechadas. 
Desde o início da história do filme, observa-se fatos que compromete o crescimento de 
uma criança saudável naquele seio familiar, o relacionamento de mãe e filho pode ter vindo a 
comprometer sua personalidade. É visto claramente que Eva não lhe oferecia amor e segurança 
devido como mostra com avidez no filme. Todos esses fatos contribuíram para a formação de 
uma personalidade distorcida, a ponto de Eva não suportar o choro da criança e colocá-lo perto 
de uma construção barulhenta, abafando assim o seu choro. Várias outras cenas podem ser 
observadas demonstrando sua negligência como um seio bom. Vez ou outra, agia também com 
agressões física. Quando ele pintou a parede que ela tinha decorado com suas obras literárias 
com tinta vermelha, Eva entrou em desespero quebrando seus brinquedos, deixando claro o 
ódio que ela sentiu naquele momento, fato este que durou mais de uma década sem que fosse 
limpado e organizado aquele espaço, deixando ali a marca de uma violência que aconteceu na 
infância, perdurando até a sua idade adulta. Consequentemente a sua falta de comunicação com 
o filho demonstrava cada vez mais sua insatisfação com ele. 
Eva convida Kevin para sair, ela sabe que Kevin não é normal, mas Ignora isso, tenta 
aproximar-se dele não para reverter de alguma forma essa situação, mas para novamente tentar 
ser uma boa mãe, porém já era tarde demais, o estrago já estava feito na cabeça de Kevin, ele 
sabia que as ações dela não eram completamente honestas, e que Eva não queria fazer aquilo, 
 
1 Acadêmico do 5º semestre de Psicologia 
2 Mestre em Educação, professor do curso de Psicologia. 
4 
 
isso o irritava, porque na verdade, ele queria era ser notado, queria ser realmente querido, mas 
não por qualquer um, por ela, Eva, algo que o remete até o complexo de Édipo, quando ele 
afirma: “quando terminar de mamar essa garrafa de vinho com olhos de bêbada, me dirá o 
quão bom é passarmos um tempo juntos, e coloca seu braço no meu ombro. Dando um 
apertãozinho”. Fica claro essa evidência. 
Conforme relata Melanie Klein apud Hanna Segal (2012): “O bebê projeta a parte que 
contém angústia vinda da vivencia do instinto de morte para fora, para o seio, que é sentido 
como mau.” A falta de acolhimento para com o filho caracteriza o estado esquizoparanoide 
explicado por Melanie Klein, a frustração que o bebê tem para com a mãe, identificando-a como 
um seio mau, aquela mãe que não dá carinho, atenção e amor a seu filho. 
É visto nesse instante a fragmentação do ego, essa fragmentação gera ansiedade, 
angústia. A criança ao perceber nesse instante que tudo que lhe é dado é mau, cria-se fantasias 
agressivas como; arranhões, mordidas, e outros comportamentos desafiadores. No caso de 
Kevin, pode ser citado a retenção das fezes para chamar a atenção de sua mãe, para 
posteriormente fazer nas fraudas. É outro momento que sua mãe pratica mais uma violência, 
jogando-o contra a parede, causando a quebra de seu braço. Quando o pai pergunta como 
aconteceu, ele diz que foi um acidente com seu brinquedo, um sinal para chamar atenção de 
Eva que era o que ele mais almejava ser o centro de atenção para ela. Seu pai, também 
influenciou de maneira negativa na sua personalidade, tentando justificar sua ausência com 
vários presentes. Cito o arco e flecha, arma esse usada para o massacre, onde foram mortos o 
pai, a irmã e os colegas de escola. Sempre quando Eva procurava o pai de Kevin para conversar 
a respeito do filho, ele a repreendia e pedia que ela fosse procurar um médico para Kevin, 
escapando sempre de suas responsabilidades como pai. O texto nos traz esse alerta, precisamos 
falar sobre os Kevins. 
Essa contextualidade proporcionou o crescimento de um menino com alto grau de 
agressividade e comportamentos antissociais, uma criança com ausência de carinho, falta de 
empatia e carisma. Percebe-se que ele tinha prazer em ver a dor alheia, isso demonstra a 
criação em sua personalidade dos princípios do sadismo. Outro fator importante que foi 
observado no filme, foi que ele raramente respeitava as regras estipuladas por sua mãe, 
ficando explícito o comportamento de TOD, — Transtorno Opositivo Desafiador. 
Incapacitando-o de receber regras e obedecer especialmente sua mãe. 
Ao perceber a alteração da linguagem quando sua mãe conversava consigo, pode ser 
visto com certa clareza o seu estado mental alterado. Sua mãe tentava ensinar as palavras, os 
numerais e ele distorcia abafando com; bla, bla, bla, bla ou tinha as respostas na ponta da 
5 
 
língua. A afetividade alterada é outra característica de Kevin. Tentava evitar sua mãe o tempo 
todo. A falta de interação e de relacionamento com outras pessoas também serviu como 
gatilho para uma personalidade distorcida. Mal-humorado o tempo todo, tornando-se uma 
criança sádica, irritando as pessoas por qualquer coisa, sentimentos positivos eram totalmente 
ausentes em sua personalidade. 
Outro fator importante é observado quando esses transtornos são visíveis também em 
sua mãe, não aceitando a gravidez, um parto transtornado, depressão pós-parto, não 
acolhendo seu filho com o devido amor merecido. As alterações das emoções não foram 
observadas somente na criança, é possível ver uma herança biológica por parte de sua mãe, 
pois ela também tinha comportamento semelhantes. A angústia em sua fisionomia era visível, 
talvez por estar vivendo aquela situação, ou por outras situações vividas as quais não são 
visíveis no filme. O vazio existencial que era demonstrado no filho, também foi observado 
na mãe. 
A alteração do humor de Kevin na presença da mãe era tida como normalidade; 
briguento, pirracento, enquanto com seu pai, pelo contrário, mudava totalmente, observa 
nesse instante a distimia — alteração de humor. Em vários momentos, suas respostas eram 
com tom agressivo. 
Após ter assistido esse filme com outros olhares, pude observar um estado mental 
totalmente alterado de Kevin e Eva, uma psicopatia agressiva presente nos dois. Um superego 
comprometido, praticando desonestidade, não se preocupando com as trocas humanas; afeto 
carinho e amor. Visto que um sentimento de culpa não é demonstrado quando acontece o 
acidente com a sua irmã, ele colocou o ácido de maneira fácil para que ela pegasse, 
consequentemente causando um acidente vindo a perder seu olho esquerdo, o sumiço do 
animalzinho de estimação de sua irmã, que supostamente ele o colocou no esgoto da pia e 
soltou agua matando-o. Entre esses eoutros exemplos podemos observar uma personalidade 
distorcida no rapaz, proporcionando-o causar as atrocidades na família e na escola como 
retrata no filme, deixando de fora somente sua mãe, um amor recalcado por um complexo de 
édipo mal resolvido. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
L. R. (Produtor), Ramsay, L. R. (Escritor), & Ramsay, L. (Diretor). (2012). Precisamos falar sobre Kevin 
[Filme Cinematográfico]. EUA: Paris Filmes. ELENCO: Aaron Blakely, Alex Manette, Andy 
Gershenzon, Anna Kuchma, Anthony Del Negro, Arianna Costanzo, Ashley Gerasimovich, 
Blake DeLong, Caitlin Kinnunen, Daniel Farcher, Erin Maya Darke, Ezra Miller, Francesca 
Murdoch, Georgia X. Lifsher, Jamal Mallory-McCree, James Chen, Jasper Newell, Jennifer 
Kim, John C. Reilly, Johnson Chong, Joseph Basile, Joseph Melendez, Kenneth Franklin, 
Kimberley Drummond, Lauren Fox, Leland Alexander Wheeler, Leslie Lyles, Louie Rinaldi, 
Mark Elliot Wilson, Michael Pshenichniy, Miguel Angel Gallego, Paul Diomede, Rock Duer, 
Siobhan Fallon, Susan-Kate Heaney, Suzette Gunn, Tah von Allmen, Tilda Swinton, Todd 
Fredericks, Ursula Parker Acesso em 17/11/2018 de 2018, disponível em 
https://youtu.be/HtSsRPnzIns. 
 
Winnicott DW. La tendencia antisocial (1956). In: Escritos de pediatría y psicoanálisis. Buenos Aires: 
Paidós; 1999.

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