AULA_02 games

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ADVERGAMES E GAMIFICATION
RETÓRICA E ENGAJAMENTO NOS VIDEOGAMES
VIDEGAMES E RETÓRICA
A EXPRESSÃO DE IDEIAS ATRAVÉS DAS REGRAS
JOGOS E RETÓRICA
É possível usar um jogo de videogame para reforçar ou até mesmo criar um conceito ou visão de mundo? Como seria possível comunicar uma ideia através de um jogo?
Os advergames (mistura das palavras advertising e game) são, ao pé da letra, jogos que fazem propagandas. Este será o objeto principal do qual partiremos para responder as perguntas acima. 
VIDEGAMES E RETÓRICA
A EXPRESSÃO DE IDEIAS ATRAVÉS DAS REGRAS
JOGOS E RETÓRICA
Primeiro, precisamos definer o que queremos dizer com retórica. Se nos basearmos no uso mais comum da palavra, ela significa uma técnica de aperfeiçoamento do discurso.
Teríamos, portanto, um discurso lúdico digital (processos ficcionais e simulacionais, como vimos nas últimas aulas) usados a serviço de um objetivo. Por exemplo, convencer alguém de que um produto é útil e deve ser comprado.
VIDEGAMES E RETÓRICA
A EXPRESSÃO DE IDEIAS ATRAVÉS DAS REGRAS
JOGOS E RETÓRICA
Usamos a ideia de advergames como ponto de partida, mas logo perceberemos que ela não é a única aplicação possível desta técnica.
Afinal de contas, seja qual foi o objetivo de quem cria um produto comunicacional, o uso da linguagem em questão será aplicado com o propósito de passar uma mensagem, ideia ou visão de mundo. Seja um filme, fotografia ou jogo.
VIDEGAMES E RETÓRICA
A EXPRESSÃO DE IDEIAS ATRAVÉS DAS REGRAS
RETÓRICA PROCEDIMENTAL
Mas como um videogame realizaria esta missão? Bom, eles têm ao seu lado a capacidade de representar dados (personagens, cenários, etc). E de colocá-los em movimento através de processos computacionais.
Basta imaginarmos uma situação na qual o jogador (pessoa para a qual queremos veicular nossa ideia) precise envolver-se em atividades lúdicas para cumprir um objetivo.
VIDEGAMES E RETÓRICA
A EXPRESSÃO DE IDEIAS ATRAVÉS DAS REGRAS
RETÓRICA PROCEDIMENTAL
Enquanto isto acontece, as ações que o jogador executa e suas respectivas consequências podem veicular mensagens muito fortes, como a de Paper’s Please (2013). 
A melhor forma de entender este exemplo é jogando-o. Mas já de início podemos dizer que ele cria um discurso sobre as dinâmicas de imigração em um país fictício, colocando o jogador no papel de um funcionário da burocracia.
VIDEGAMES E RETÓRICA
A EXPRESSÃO DE IDEIAS ATRAVÉS DAS REGRAS
RETÓRICA PROCEDIMENTAL
Parece um tema estranho para um jogo, mas sua proposta é extremamente lúdica: o jogador tem que realizer tarefas como carimbar documentos e conferir dados, tudo sob pressão do tempo e das responsabilidades do emprego.
Assim, o jogo usa processos lúdicos para nos mostrar as tensões entre burocracia, imigração e a vida pessoal das pessoas que querem entrar no país.
VIDEGAMES E RETÓRICA
A EXPRESSÃO DE IDEIAS ATRAVÉS DAS REGRAS
REGRAS QUE RECRIAM VISÕES DE MUNDO
Na hora de criar estes desafios, os game designers não pensam apenas em divertir o jogador ou mante-lo entretido, mas também em passer uma mensagem sobre determinado assunto.
Os videogames podem usar contextos de ação para que o jogador experimente as consequência de suas escolhas, como acontece neste exemplo.
VIDEGAMES E RETÓRICA
A EXPRESSÃO DE IDEIAS ATRAVÉS DAS REGRAS
REGRAS QUE RECRIAM VISÕES DE MUNDO
Estes contextos são cuidadosamente planejados. Assim como um filme ou livro, eles são motivados pelas visões de mundo de quem os constrói.
Isso não quer dizer que possuam interpretações fechadas ou que não há espaço para a criatividade de quem joga. Mas sim que existe um espaço de interpretação desejado pelos criadores do jogo.
VIDEGAMES E RETÓRICA
A EXPRESSÃO DE IDEIAS ATRAVÉS DAS REGRAS
REGRAS QUE RECRIAM VISÕES DE MUNDO
Embora as ferramentas sejam diferentes, a forma de organizar o discurso é mais ou menos a mesma. Um fenômeno é observado no mundo e traduzido em forma de mídia, que alguém irá consumir.
É o que pretendem os criadores de Riot, um jogo em desenvolvimento que é inspirado em manifestações políticas reais. Nele, poderemos controlar os dois lados (polícia e manifestantes), como em um simulador.
VIDEGAMES E RETÓRICA
GAMIFICAÇÃO: ENGAJAMENTO INTERNO E EXTERNO
ENGAJAMENTO ATRAVÉS DO JOGO
Além de reconstruir visões de mundo através do jogo, os criadores precisam colocar na mistura recursos de engajamento. Em outras palavras, formas de manter a experiência interessante.
Estes recursos são responsáveis por garantir que o jogo conseguirá sustentar a atenção do jogador, e envolvê-lo no discurso proposto.
VIDEGAMES E RETÓRICA
GAMIFICAÇÃO: ENGAJAMENTO INTERNO E EXTERNO
ENGAJAMENTO ATRAVÉS DO JOGO
Além de reconstruir visões de mundo através do jogo, os criadores precisam colocar na mistura recursos de engajamento. Em outras palavras, formas de manter a experiência interessante.
Estes recursos são responsáveis por garantir que o jogo conseguirá sustentar a atenção do jogador, e envolvê-lo no discurso proposto.
VIDEGAMES E RETÓRICA
GAMIFICAÇÃO: ENGAJAMENTO INTERNO E EXTERNO
ENGAJAMENTO ATRAVÉS DO JOGO
Além de reconstruir visões de mundo através do jogo, os criadores precisam colocar na mistura recursos de engajamento. Em outras palavras, formas de manter a experiência interessante.
Estes recursos são responsáveis por garantir que o jogo conseguirá sustentar a atenção do jogador, e envolvê-lo no discurso proposto.
VIDEGAMES E RETÓRICA
GAMIFICAÇÃO: ENGAJAMENTO INTERNO E EXTERNO
ENGAJAMENTO ATRAVÉS DO JOGO
Como vimos na aula anterior, o jogador precisa passar por um processo de aprendizado para jogar. Os videogames podem ensinar uma pessoa como eles devem ser jogados.
Isto é feito, dentre outras técnicas, através da incrementação progressiva da dificuldade do jogo. O jogo vai introduzindo novas regras e variáveis aos poucos, aumentando o rigor do desafio. Isto é feito com o propósito de criar algo chamado flow state (ou estado de fluxo).
VIDEGAMES E RETÓRICA
GAMIFICAÇÃO: ENGAJAMENTO INTERNO E EXTERNO
ENGAJAMENTO ATRAVÉS DO JOGO
Ao aprender as regras do jogo, o jogador pode experimentar com suas possibilidades, e este é outro recurso lúdico que pode manter seu interesse elevado.
Além disso, nos videogames, podemos ter a sensação de controlar objetos (carros e outros veículos, personagens que correm e pulam, etc). Um recurso lúdico que podemos chamar de game feel (sensação de jogo).
VIDEGAMES E RETÓRICA
GAMIFICAÇÃO E ENGAJAMENTO LÚDICO
ENGAJAMENTO EXTERNO AO JOGO
Não é segredo, portanto, que os jogos – em especial os videogames – possuem sucesso inegável em conquistar a atenção de quem os joga.
Provavelmente é este o motivo do surgimento de uma tática de design de interfaces e experiências denominada gamification (ou gamificação). Sua missão é transformar tarefas monótonas em divertidas através de recursos lúdicos.
VIDEGAMES E RETÓRICA
GAMIFICAÇÃO E ENGAJAMENTO LÚDICO
ENGAJAMENTO EXTERNO AO JOGO
A maioria das iniciativas inspiradas na gamificação usa elementos que estão ligados a jogos. Criar sistemas de pontuação e ranking, por exemplo, premiando ações desejadas.
Outra técnica é dar um perfil ao usuário, no qual ele pode exibir “medalhas” concedidas como premiação por alguma ação (como acessar um site 10 dias seguidos, por exemplo).
 
VIDEGAMES E RETÓRICA
GAMIFICAÇÃO E ENGAJAMENTO LÚDICO
ENGAJAMENTO EXTERNO AO JOGO
Porém, chamaremos estes recursos de “externos” ao jogo. Isto porque eles não interferem diretamente no que determinamos como sendo a principal essência dos jogos: as ações que se pode realizar.
Rankings, pontos e medalhas não tomam parte nos processos que acontecem em um jogo. Eles são informações que tentam nos engajar com estímulos positivos, periféricos ao jogo (embora possam ser efetivos).
VIDEGAMES E RETÓRICA
GAMIFICAÇÃO E ENGAJAMENTO LÚDICO
GAMIFICAÇÃO TEM A VER COM JOGO
A Gamificação tem como promessa principal transformar tarefas chatas em algo divertido. No entanto, os recursos que mais usam não são lúdicos, e sim estímulos positivos. Estes são a maneira mais fácilde criar engajamento.
Digo que são a mais fácil porque podem ser aplicados a quase qualquer interface ou dinâmica de comportamento. Mas será que qualquer atividade pode ser transformada em jogo?
VIDEGAMES E RETÓRICA
GAMIFICAÇÃO E ENGAJAMENTO LÚDICO
GAMIFICAÇÃO TEM A VER COM JOGO
Seria bom demais pra ser verdade. Apenas inserir rankings e sistemas de pontuação não transforma algo em jogo, pois jogos são sistemas com os quais experimentamos e brincamos.
Transformar algo em jogo envolveria, na verdade, criar condições para que se possa aprender as regras de um processo, talvez usá-las de forma criativa e explorar as possibilidades em busca de um objetivo.
VIDEGAMES E RETÓRICA
GAMIFICAÇÃO E ENGAJAMENTO LÚDICO
GAMIFICAÇÃO TEM A VER COM JOGO
Portanto, propomos a gamificação como o processo inverso. Em vez de inserir elementos de jogo em um processo supostamente monótono, deve-se procurar traços lúdicos no processo em si.
Existe alguma dimensão de aprendizado nesta atividade? Como pode-se criar um estado de fluxo? Existe possibilidade de experimentação com as regras e exercício de criatividade para cumprir objetivos? Se sim, talvez seu objeto possa ser gamificado.